Dia Mundial das Hepatites assinala-se a 28 de julho
A Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF) está a promover uma ação de consciencialização sob o mote “A Hepatite...

“A Hepatite é uma doença evitável, tratável e, no caso da Hepatite C, curável. As Hepatites virais B e C afetam 350 milhões de pessoas em todo o Mundo, causando 1,4 milhões de mortes por ano. Em Portugal poderão ainda existir milhares de doentes com Hepatites B e C não diagnosticados. Frequentemente, os doentes infetados não têm sintomas. O diagnóstico faz-se quando se encontram análises hepáticas alteradas ou quando se suspeita que houve exposição a fatores de risco (ter feito transfusões de sangue antes de 1992, ter prática de sexo inseguro ou ter partilhado seringas ou outros materiais, entre outros). É, contudo, desejável que qualquer pessoa faça os testes de rastreio das Hepatites B e C pelo menos uma vez na vida”, explica Arsénio Santos, presidente da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF).

E acrescenta: “A taxa de cura para a Hepatite C situa-se em 97 por cento, sendo fundamental que o diagnóstico seja feito atempadamente. A Hepatite B é igualmente tratável. Se não forem tratadas, as Hepatites B e C podem evoluir para cirrose hepática, e nalguns casos, para cancro do fígado. Lembre-se que a cada 30 segundos morre uma pessoa com uma doença relacionada com as Hepatites. Os tratamentos são simples, rápidos e sem custos para o doente”.

“Existe já vacina para a Hepatite B mas ainda não para a Hepatite C, que só se pode prevenir evitando os fatores e comportamentos de risco”, conclui Arsénio Santos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) adotou uma Estratégia Global do Setor da Saúde sobre Hepatites Virais: eliminar a hepatite viral como uma ameaça à saúde pública até 2030. Esteja atento e consulte o seu médico para fazer o diagnóstico e, em caso positivo, um tratamento atempado. Não fique à espera. Atue.

A Hepatite caracteriza-se por uma inflamação das células do fígado, que pode ter várias causas, nomeadamente os vírus da Hepatite A, B, C, D e E, sendo a B e a C as que têm maior impacto na saúde pública. O fígado é um importante órgão do sistema digestivo e, no caso de inflamação ou lesão, pode haver comprometimento da sua função, podendo originar diversas complicações a curto ou a longo prazo.

Saúde auditiva
Quando quis escrever este contributo, realmente pensei em fazê-lo, não na qualidade de presidente de

Queríamos e gostaríamos de realçar, que cada vez mais deparamo-nos com a interpelação de pessoas (não apenas sócios) que procuram não somente a solução (auditiva) do seu problema. Estas pessoas avançam "pelo próprio pé" e de forma desadequada e desaconselhada, gastando, por vezes despropositada e inconscientemente, na aquisição da solução mais simples (normalmente de próteses auditivas) e nem sempre a mais adequada. A perceção que temos, é o que o negócio das soluções auditivas não é frequentemente rentável, e quem vende este tipo de dispositivos pretende sobretudo vender. No entanto, a pessoa com a perda auditiva tem a atitude mais cómoda, e recorre de um centro de reabilitação auditiva (vendedor de aparelhos auditivos) que está mais próximo, nem sempre credenciado, e em que a conduta de ética e os conhecimentos necessários não são exigíveis e nem as têm. Isto realmente, porque infelizmente, estas pessoas se acomodam à sua bolha, ou à sua zona de conforto, sem se informarem e sem procurarem uma ajuda especializada, a quem deveria efetivamente recorrer (que poderia passar pela deslocação a um Centro Hospitalar de Referência no Serviço de Otorrinolaringologia, e inicialmente, procurarem um Centro de Saúde, ou o médico de família).

Tudo começa mal, quando as pessoas fazem a sua autoanálise de forma leiga e infundamentada, sem uma base sustentável e lógica. E aí, é que começa o problema! Porque com os sintomas de perda auditiva, em vez de iniciarem o processo pelos Cuidados de Saúde Primários (o médico de família... que muitos infelizmente não têm, ou não têm acesso a), procuram uma solução "à medida", e mais cómoda, através da internet, se "automedicando" (na farmácia), ou recorrendo ao senhor que se diz ser "audiologista", sem se quer conhecerem a causa nem a patologia, e sem saberem se podem receber até (outro) tratamento, e até de poderem vir a ter de adquirir um, em que o processo da surdez seja reversível. Para tal, necessitam de se dirigir mais além, a um local que lhes possibilite fazer um pouco mais do que preveem, e em obter a ajuda adequada.

Em primeiro lugar, as pessoas devem conhecer (assim como, qualquer patologia, de outra índole) como prevenir a perda auditiva.

Existem várias maneiras de prevenir a perda auditiva (quando não é inevitável):

  1. Proteger os ouvidos de ruídos altos, usando protetores auriculares ou mantendo o volume baixo em auriculares ou auscultadores de ouvido e através de altifalantes;
  2. Evitar a exposição prolongada a ruídos altos, como música alta ou maquinaria pesada;
  3. Tratar rapidamente as infeções de ouvido, e outras condições que possam afetar a audição;
  4. Fazer exames auditivos regulares para detetar os problemas precocemente;
  5. Evitar o uso de cotonetes ou outros objetos para limpar o ouvido, pois isso pode causar danos ao canal auditivo;
  6. Manter uma alimentação saudável e equilibrada, pois alguns nutrientes, como vitaminas e minerais, são importantes para a saúde auditiva.

Quando origina a perda auditiva (mesmo sem uma perceção real do problema), deve-se começar por identificar os sintomas.

Alguns sintomas de surdez contemplam:

  • Dificuldade em ouvir conversas em ambientes barulhentos;
  • Dificuldade em entender a fala de mulheres e crianças;
  • Aumento do volume da televisão ou do rádio;
  • Dificuldade em ouvir o toque do telefone, do telemóvel ou da campainha;
  • Zumbido nos ouvidos;
  • Sensação de ouvido entupido;
  • Dificuldade em ouvir sons de alta frequência, como o canto dos pássaros ou o som de um alarme.

E caso se experimente qualquer um destes sintomas, é importante procurar um profissional de saúde auditiva para uma avaliação auditiva completa, um audiologista devidamente qualificado, e em caso de dúvida, procurar médico/a de família.

Seria interessante, antes de mais, explicar como funciona a audição:

O ouvido humano é um órgão complexo que é responsável por captar e processar os sons. A audição começa quando o som entra no canal auditivo externo e atinge o tímpano. O tímpano vibra em resposta às ondas sonoras, e essas vibrações são transmitidas para os ossos do ouvido médio (martelo, bigorna e estribo). Os ossos do ouvido médio amplificam as vibrações e as transmitem para o ouvido interno, onde as células ciliadas transformam as vibrações em sinais elétricos que são enviados para o cérebro através do nervo auditivo. O cérebro então interpreta esses sinais elétricos como sons.

Deve-se procurar ajuda médica e recorrer a médico de família, se ainda não for acompanhado/a, e quando têm conhecimento de algum médico otorrinolaringologista, deve ser a este que deve procurar ajuda para descobrir a causa da surdez. O mais provável, é que vai necessitar de realizar exames. E se for confirmado, dever-se-á encontrar a solução possível ou qual a solução mais adequada, que poderá passar por um tratamento reversível da sua condição.

Contudo, só se deve recorrer a medicação e/ou audiologista, com recomendação e prescrição de um médico devidamente qualificado!

Quando é recomendado o recurso a um especialista em audição (refira-se, um audiologista ou médico otorrinolaringologista, conceituado!), é exigível o profissionalismo e a conduta de ética por parte desse. (E quando é necessário recorrer a um terapeuta da fala também!).

Por último, não se pode (ou deve) vender/adquirir aparelho(s) auditivo(s) sem se conhecer a "verdadeira" causa ou patologia que deriva a sua surdez!

A perda auditiva é geralmente classificada em quatro graus, com base na intensidade do som que uma pessoa é capaz de ouvir:

  1. Leve: a pessoa tem dificuldade em ouvir sons suaves e muito baixos (como sussurros), especialmente em ambientes barulhentos;
  2. Moderada: a pessoa tem dificuldade em ouvir sons moderados, como conversas normais, especialmente em ambientes ruidosos;
  3. Severa: a pessoa tem dificuldade em ouvir sons altos, como o barulho de um aspirador de pó ou de um secador de cabelo;
  4. Profunda: a pessoa não consegue ouvir quaisquer sons, a menos que sejam muito altos, como o barulho de um avião a jato.

Existem três tipos principais de perda auditiva:

  1. Perda auditiva condutiva: ocorre quando há um problema no ouvido externo ou médio que impede a transmissão adequada de som para o ouvido interno. As causas podem incluir cera (ou "cerúmen") no ouvido, infeções do ouvido médio, perfuração do tímpano, entre outros;
  2. Perda auditiva neurossensorial: ocorre quando há um problema no ouvido interno ou no nervo auditivo que impede a transmissão adequada de sinais elétricos para o cérebro. As causas podem incluir: exposição a ruído intenso, envelhecimento, lesões na cabeça, entre outras;
  3. Perda auditiva mista: ocorre quando há uma combinação de perda auditiva condutiva e neurossensorial.

Para verificação e confirmação da perda auditiva, devem-se realizar exames específicos, por forma a encontrar a causa da mesma, ou quando não é possível determiná-la, pelo menos detetar que se está perante um caso de surdez.

Existem vários tipos de exames de audição, mas um dos mais comuns é o teste de audiometria ou audiograma. Esse teste é geralmente realizado por um profissional de saúde auditiva e envolve o uso de auscultadores de ouvido e uma série de sons em diferentes frequências e intensidades. O objetivo é determinar quais os sons que se podem ouvir e em que volume. A partir desses resultados, o profissional pode avaliar se há algum problema de audição e, em caso afirmativo, qual é o grau de perda auditiva.

Existem outros exames aos ouvidos, tais como: timpanograma, TAC, Ressonância Magnética; e outros, entre os quais se podem avaliar as condições de vertigens e equilíbrio, assim como outros.

Depois de identificada a causa, a patologia, deve-se proceder então ao adequado tratamento, solucionar com a correção auditiva (nem sempre, ou tão bem conseguida, para uma audição normal natural).

Existem vários tipos de tratamento para perda auditiva:

  • Aparelhos auditivos: são dispositivos que amplificam e processam o som e ajudam a melhorar a audição;
  • Implantes auditivos (cocleares, do ouvido médio, ou do tronco cerebral): são dispositivos eletrónicos que são implantados cirurgicamente no ouvido e ajudam a estimular o nervo auditivo;
  • Terapia de reabilitação auditiva: envolve a prática de exercícios para ajudar a melhorar a compreensão da fala e a capacidade de distinguir diferentes sons;
  • Cirurgia: em alguns casos, a cirurgia pode ser usada para tratar a perda auditiva, como em casos de perfuração do tímpano ou remoção de tumores;
  • Medicamentos: em alguns casos, os medicamentos podem ser prescritos para tratar problemas de audição, como infeções de ouvido ou zumbidos.

O tipo de tratamento recomendado dependerá do tipo e grau de perda auditiva e da causa subjacente do problema. É importante consultar um profissional de saúde auditiva, devidamente qualificada e credenciado, para determinar o melhor tratamento.

Antes de terminar, gostaria de abordar dois assuntos de extrema importância, muitas vezes esquecidos, ou por desconhecimento ou por falta de sensibilização, como são o caso: de alguns e importantes cuidados a ter com os ouvidos (em casa), e a forma como comunicar com uma pessoa com deficiência auditiva.

Existem algumas maneiras simples de cuidar dos ouvidos em casa:

  • Limpar os ouvidos com cuidado: usar apenas uma toalha macia e nunca colocar objetos pontiagudos ou cotonetes no ouvido;
  • Proteger os ouvidos: usar protetores auriculares em ambientes barulhentos ou ruidosos ou ao nadar.
  • Manter os ouvidos secos: evitar ficar com os ouvidos molhados por muito tempo e usar um secador de cabelo em temperatura baixa para secar os ouvidos após nadar ou tomar banho;
  • Evitar objetos estranhos: não colocar objetos estranhos nos ouvidos, como cotonetes, pois isso pode empurrar a cera para dentro do ouvido e causar danos;
  • Manter uma dieta saudável: uma dieta saudável pode ajudar a prevenir infeções de ouvido;
  • Manter-se hidratado: beber bastante água pode ajudar a prevenir a acumulação de cera;
  • Consultar um profissional de saúde auditiva caso tiver (e persistir) algum problema de audição ou dor de ouvido.

Para comunicar com pessoas com deficiência auditiva pode ser desafiador, mas existem alguns cuidados a ter e tomar algumas maneiras por forma a tornar a comunicação mais fácil, tais como:

  • Falar claramente e a um ritmo natural (ou mais lento);
  • Manter o contato visual com a pessoa;
  • Usar gestos e expressões faciais para ajudar a transmitir a mensagem;
  • Reduzir o ruído de fundo sempre que possível;
  • Escrever notas ou usar aplicativos de tradução de texto em tempo real (legendagem) ou de transcrição;
  • Considerar aprender Língua Gestual Portuguesa, quando a perda auditiva é grave ou não há reabilitação auditiva possível;
  • Respeitar as necessidades individuais da pessoa e perguntar se há alguma coisa que se pode fazer para ajudar a melhorar a comunicação.

Esperamos que este artigo possa ter a utilidade pública que merece, e ser um guia. Existe alguma informação fornecida, que não apenas serve ou aplica-se somente à deficiência auditiva, bem como a outras deficiências ou patologias (ou doenças).

A deteção deve ser tão precocemente quanto possível de qualquer problema de saúde, e essa continua a ser a forma mais correta e adequada de o contornar, ou evitar que mais tarde possa tornar-se mais difícil de tratar, ou de eventualmente, levar a outras complicações (mais graves, mais incómodas, e sem qualquer solução possível).

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Até 8 de setembro
Já se encontra a decorrer a fase de candidaturas à 10.ª edição do Prémio Healthcare Excellence, promovido pela Associação...

Podem candidatar-se ao Prémio Healthcare Excellence equipas de profissionais de saúde compostas por administradores hospitalares e/ou outros profissionais de saúde desde que tenham na sua equipa um administrador hospitalar e cujos projetos tenham sido desenvolvidos e implementados no ano 2022 e 2023. As candidaturas podem ser submetidas por organizações públicas, sociais e privadas do Sistema de Saúde com atividade de prestação de cuidados de saúde e/ou projetos na área da saúde.

As candidaturas ao Prémio Healthcare Excellence são formalizadas mediante a apresentação de uma descrição resumida do projeto, que permita compreender e evidenciar o seu contributo, submetida para o email [email protected].

Todas as candidaturas serão avaliadas por um Júri independente que integra quatro profissionais de reconhecido mérito na área da saúde, a quem caberá a seleção dos melhores projetos.

Os Projetos finalistas serão apresentados publicamente pelo administrador(a) hospitalar como elemento da equipa na reunião final do Prémio Healthcare Excellence, a realizar no dia 24 de outubro de 2023. No decurso desta sessão será eleito o vencedor do Prémio Healthcare Excellence 2023, sendo-lhe atribuído um prémio no valor de 5.000 euros.

O regulamento do Prémio Healthcare Excellence está disponível no site da APAH em https://apah.pt/noticia/candidaturas-ao-premio-healthcare-excellence-ate-08-setembro-participe/.

 

 

 

 

Programa de estágios da Pfizer Portugal
A Pfizer Portugal anuncia a terceira edição do “Pfizer Genious”, um programa de estágios profissionais remunerados para...

Este ano, o programa de estágios vai abrir vagas para perfis na Área Médica, na Área de Global Health Outcomes Research e, pela primeira vez, na Área Financeira. Os estágios têm duração de 12 meses, com início no mês de outubro. As candidaturas estão abertas até dia 3 de setembro.

“A Pfizer Portugal está muito entusiasmada por anunciar a abertura das candidaturas de mais uma edição do Pfizer Genious. Das edições anteriores, nasceram ótimos colaboradores Pfizer e conseguimos concluir que todos beneficiamos deste modelo de aprendizagem mútua. O Pfizer Genious é um projeto de sucesso, ao qual queremos dar continuidade.”, afirma Noelia Sánchez Redondo, Diretora dos Recursos Humanos da Pfizer Portugal.

Os candidatos passarão por um processo de seleção, com base numa análise multidisciplinar, coordenada por colaboradores das diferentes áreas da companhia.

À semelhança das edições anteriores, o programa deste ano terá colegas da Pfizer Portugal a providenciar formação contínua aos candidatos selecionados, nas diversas áreas de estágio disponíveis. Esta experiência garante a oportunidade de estabelecer contacto com colegas de diversas origens e competências, pessoas que contribuem para construir o futuro da ciência no mundo.

Agilidade, proatividade, dinamismo, entusiasmo, integridade e compromisso são algumas das características pretendidas nos candidatos.

Dia Nacional da Doação de Órgãos e da Transplantação assinala-se amanhã
A propósito do Dia Nacional da Doação de Órgãos e da Transplantação, que se assinala a 20 de julho, a Sociedade Portuguesa de...

A SPT e o IPST pretendem nesta sessão refletir sobre os desafios e as oportunidades que estes fenómenos trazem para esta área da transplantação. A digitalização permite aos profissionais de saúde que lidam com a doação, colheita e transplantação de órgãos, bem como com os que acompanham os candidatos a transplante e dadores de órgãos, no pré transplante e no pós transplante, ter acesso a informação atualizada, fiável e segura.  A informação digital facilita também a comunicação entre os profissionais envolvidos nesta área. E pode contribuir para a sua formação, atividades de investigação ou de gestão deste complexo sistema da doação e transplantação.

A globalização permite a partilha de informação relevante entre os profissionais, que lidam com a doação e transplantação de órgãos. Por outro lado, permite a uniformização de critérios e procedimentos, trazendo vantagens para todos os envolvidos neste sistema – os profissionais de saúde e os doentes. E há também vantagens para o próprio sistema como por exemplo, evitar a repetição de exames pela partilha dos seus resultados.

A digitalização e globalização proporcionam a extensão da atividade da transplantação além-fronteiras. É disto exemplo o programa internacional de doação renal cruzada, ou a troca de órgãos entre países, quando, por exemplo, não há recetores para órgãos colhidos no país do dador. Neste evento será possível conhecer o testemunho de um dador e de um recetor de órgãos que beneficiou de um destes programas de doação renal cruzada, um dos mais importantes avanços na área da transplantação dos últimos anos. Serão ainda ouvidas as perspetivas de um dador altruísta e de vários profissionais envolvidos na atividade da colheita e transplantação de órgãos.

Cristina Jorge, Presidente da SPT, sublinha que “este ano dedicamos a sessão comemorativa do Dia Nacional da Doação de Órgãos e da Transplantação à reflexão sobre a forma como a globalização e a digitalização podem impactar esta atividade de forma positiva, sendo a doação renal cruzada um bom exemplo de como o cruzamento de informação clínica pode beneficiar a saúde quem precisa de um transplante de rim. Mas a SPT e o IPST reconhecem que a globalização e a digitalização também implicam riscos e dificuldades, como a necessidade de harmonizar critérios, normas e legislações, garantir a equidade, qualidade e segurança, e respeitar os princípios éticos e os direitos humanos. Por isso, apelamos à responsabilidade, à ética e ao humanismo na utilização destas ferramentas, tendo sempre em vista o interesse do doente”.

Este evento comemorativo do Dia Nacional da Doação de Órgãos e Transplantação conta com a participação de um painel de oradores diversificado e que inclui representantes de organizações relevantes do panorama nacional da transplantação, associações de doentes e outras entidades, assim como profissionais de saúde envolvidos na colheita e transplantação de órgãos.

A sessão de abertura ficará a cargo de Maria Antónia Escoval, Presidente do Conselho Diretivo do IPST, Cristina Jorge, Presidente da SPT, e de Margarida Tavares, Secretária de Estado para a promoção da Saúde, que vão abordar os desafios e as oportunidades que tanto a globalização como a digitalização apresentam para a área da doação e transplantação de órgãos.

Recorde-se que o Dia Nacional da Doação de Órgãos e da Transplantação foi oficialmente instituído em 2019, por proposta da SPT, para comemorar o aniversário do primeiro transplante renal realizado em Portugal, em 1969, no então Hospital da Universidade de Coimbra, sob a responsabilidade do Prof. Doutor Linhares Furtado. No entanto, a SPT já promovia, desde 2009, diversas atividades para celebrar este dia, como convívios com os doentes transplantados e dadores, cerimónias com intervenções dos profissionais de saúde e dos envolvidos nesta atividade, e divulgação de informação sobre a doação e transplantação de órgãos.

Mais informação em: https://spt.pt/event/dia-nacional-da-doacao-de-orgaos-e-da-transplantacao-3/.

Opinião
Os serviços de ambulância de nível paramédico revolucionariam o sistema de resposta médica de emergê

Atualmente, o país conta predominantemente com TAT´s TAS´s e TEPH´s mas a integração de Técnicos de Emergência Médica e Paramédicos no sistema tem o potencial de melhorar os resultados dos pacientes e salvar vidas. (2) A distinção entre EMTs e paramédicos está nos respetivos programas de educação, treino, responsabilidades e capacidades.

Os Técnicos de Emergência Médica (EMT´s) recebem treino focado em cuidados básicos de emergência, incluindo RCP, controle de hemorragias e estabilização de fraturas. Este treino pode ser concluído dentro de alguns meses. Por outro lado, tornar-se um paramédico envolve uma extensa jornada educacional, muitas vezes resultando num diploma. O seu treino abrange procedimentos de suporte avançado de vida semelhantes aos realizados por médicos e enfermeiros, como administração de medicamentos para o coração e dor. Por outro lado, os paramédicos estão equipados para executar procedimentos médicos de emergência avançados, normalmente realizados por médicos de salas de emergência.

Embora a implementação de um programa paramédico possa exigir um investimento inicial significativo em treino e equipamentos, os benefícios a longo prazo são substanciais. (3) A capacidade dos paramédicos de tratar pacientes no local e potencialmente evitar internamentos hospitalares pode levar a economia geral de custos, eficiência logística, e maior qualidade de atendimento. Os paramédicos contribuem para melhores resultados dos pacientes, tanto do ponto de vista físico quanto logístico. A pesquisa indica que a intervenção paramédica pode melhorar os resultados do paciente em casos de trauma grave, paragem cardíaca, acidente vascular cerebral e outras condições com risco de vida. (4, 5, 6)

Ao contrário dos EMT´s que reagem principalmente aos sintomas, os paramédicos são treinados para discernir possíveis diagnósticos. Este nível de especialização permite

intervenções avançadas imediatas e identificação de situações de emergência que requerem médicos especializados. Consequentemente, as ambulâncias paramédicas podem contornar os hospitais locais sem demora quando se justifica a necessidade de intervenção imediata de um médico especialista.

Para áreas rurais onde o acesso a instalações médicas pode ser limitado ou demorado, os paramédicos podem fornecer tratamento avançado no local, que pode salvar vidas. (7) Se um paciente num hospital rural precisar ser transferido para outra instalação devido à necessidade de equipamento avançado, uma ambulância de nível paramédico pode facilitar esse processo. Sem esses recursos, os pacientes em estado crítico podem não conseguir ser transferidos. Se forem transferidos, podem não sobreviver até à chegada à unidade. O parto de emergência é outra área em que os paramédicos têm treinamento especial. (8) O parto, embora natural, às vezes pode representar riscos tanto para o bebê quanto para a mãe. Como paramédico, tenho sido fundamental na gestão de situações de parto de emergência, como sangramento excessivo, prolapso do cordão umbilical e morte infantil. Os paramédicos estão dotados com treino para lidar com essas situações, prestando cuidados vitais se uma mulher tiver um trabalho de parto complicado e não puder chegar ao hospital a tempo para uma cirurgia de emergência.

Investir em cuidados de ambulância de nível paramédico pode melhorar significativamente o sistema de resposta médica de emergência de Portugal, salvando mais vidas e melhorando o atendimento ao paciente. Ao promover um maior nível de atendimento pré-hospitalar, podemos garantir que a resposta médica de emergência seja o mais eficaz, eficiente e abrangente possível.

Referências

1. Razzak, J. A., & Kellermann, A. L. (2002). Emergency medical care in developing countries: is it worthwhile?. Bulletin of the World Health Organization, 80(11), 900-905.

2. Ryynänen, O. P., Iirola, T., Reitala, J., Pälve, H., & Malmivaara, A. (2010). Is advanced life support better than basic life support in prehospital care? A systematic review. Scandinavian journal of trauma, resuscitation and emergency medicine, 18, 1-14.

3. Agarwal, G., Angeles, R., Pirrie, M., McLeod, B., Marzanek, F., Parascandalo, J., & Thabane, L. (2019). Reducing 9-1-1 emergency medical service calls by implementing a community paramedicine program for vulnerable older adults in public housing in Canada: a multi-site cluster randomized controlled trial. Prehospital Emergency Care.

4. Shüster, M., & Shannon, H. S. (1994). Differential prehospital benefit from paramedic care. Annals of emergency medicine, 23(5), 1014-1021.

5. Sun, Jen-Tang, et al. (2018). The effect of the number and level of emergency medical technicians on patient outcomes following out of hospital cardiac arrest in Taipei. Resuscitation, 122, 48-53.

6. Woodall, J., McCarthy, M., Johnston, T., Tippett, V., & Bonham, R. (2007). Impact of advanced cardiac life support-skilled paramedics on survival from out-of-hospital cardiac arrest in a statewide emergency medical service. Emergency medicine journal, 24(2), 134-138.

7. Kriegsman, W. E., & Mace, S. E. (1998). The impact of paramedics on out-of-hospital cardiac arrests in a rural community. Prehospital Emergency Care, 2(4), 274-279.

8. Taylor, N. (2015). Paramedic care for the pregnant woman. Managing Childbirth Emergencies in the Community and Low-Tech Settings, 202.

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“A saúde do coração não tira férias”
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) está a dinamizar a terceira edição de uma campanha de...

“Apesar de a pausa de verão ser sinónimo de descanso, é importante cuidar da saúde do coração mesmo no período de férias. É crucial garantir a hidratação, não exagerar nos alimentos ricos em açúcar, gordura e sal, evitar o consumo excessivo de álcool e não fumar. Além disso, é importante continuarmos ativos, caminhar ou participar em atividades recreativas são excelentes opções para manter o coração saudável. Estes fatores são importantes não só para o coração, como para o bem-estar geral”, afirma Rita Calé Theotónio, presidente da APIC.

Com as medidas preventivas, reduz-se a probabilidade de desenvolver ou agravar a doença coronária, uma condição caracterizada pela acumulação de depósitos de gordura no interior das artérias que fornecem sangue ao coração. Esses depósitos causam um estreitamento ou obstrução das artérias, o que provoca uma diminuição dos níveis de oxigénio e nutrientes que chegam às células do músculo cardíaco. As principais manifestações da doença coronária são a angina de peito e o enfarte agudo do miocárdio.

“As doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte em Portugal e no mundo. É necessário continuar a consciencializar a população de que a rotina influencia diretamente a saúde. O coração não tira férias e, independentemente da circunstância, devemos continuar atentos a sinais como dores no peito; náuseas; vómitos; falta de ar e ansiedade. Não pode existir o “deixar para depois” quando nos referimos ao nosso coração, sendo essencial continuar regrado na toma de medicação e no agendamento de consultas”, finaliza Rita Calé Theotónio.

Dor no peito, suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade são sintomas de alarme para o enfarte agudo do miocárdio. Na presença destes sintomas é importante ligar imediatamente para o número de emergência médica – 112 – e esperar pela ambulância. A via verde coronária tem uma cobertura nacional podendo ser ativada 24 horas por dia, todos os dias da semana, mesmo em tempo de férias.

Para evitar um enfarte é importante adotar um estilo de vida saudável: não fumar; reduzir o colesterol; controlar a tensão arterial e a diabetes; fazer uma alimentação saudável; vigiar o peso, evitar o sedentarismo e o stress.

Multinacional farmacêutica especializada na saúde da mulher
Sofia Ferreira é a nova Managing Director da Organon Portugal, multinacional farmacêutica especializada na saúde da mulher,...

Sofia traz mais de vinte anos de experiência em cargos de alta responsabilidade e liderança em Gestão e Marketing em empresas multinacionais, incluindo Schering-Plough e MSD, tendo trabalhado em diferentes áreas terapêuticas em mercados de ambulatório, hospitalares e vacinas, com funções em Portugal e na Europa.

Em 2021, integrou a equipa da Organon Portugal como Diretora de Marketing e Vendas, responsável por gerir um vasto portfólio de produtos. Foi uma das fundadoras da empresa em Portugal, tendo tido um papel determinante no estabelecimento de uma cultura de colaboração, pertença e foco nos resultados da Organon Portugal.

“Estou muito grata pela oportunidade de liderar a equipa fantástica da Organon Portugal. Apesar de todos os desafios, vamos continuar a trabalhar para contribuir para um dia a dia mais saudável para todas as mulheres.”

Sofia é também professora convidada de marketing e comunicação do programa executivo HBE da AESE, assim como um membro activo dos grupos de Liderança Feminina e speaker recorrente em conferências e podcasts da mesma matéria.

Sofia é licenciada em Ciências Farmacêuticas, com formação em Marketing e um MBA pela AESE.

É casada, tem dois filhos, adora ler, jogar padel, viajar em família e estar com amigos.

22 de julho
A BebéVida vai assinalar o Dia da Grávida em Terras de Santa Maria da Feira, com um evento presencial imperdível para futuras...

Durante a sessão, serão abordados diversos temas relevantes para a jornada da maternidade, começando pelos benefícios de desporto, com Teresa Lima, que estará responsável por uma aula de Pilates para grávidas. Esta iniciativa visa promover o bem-estar físico e emocional das participantes, prevenindo doenças como a diabetes gestacional, assim como o parto prematuro e por cesariana.

Em seguida, o workshop “BabyBlues”, conduzido por Catarina Gomes, psicóloga e terapeuta familiar, irá explorar a parentalidade consciente e a importância de contar com uma rede de apoio sólida, especialmente nos primeiros meses de vida do bebé, altura onde 80% das mulheres afirma sentir mudanças de humor leves ou tristeza e onde 30% desenvolve doenças mentais.

A criopreservação das células estaminais será outro tópico em destaque, através do contributo de Diana Santos, formadora do Laboratório BebéVida, que visa abordar as potencialidades e segurança que essa prática proporciona para a família, no que diz respeito ao tratamento de mais de 80 doenças, como Tumores, Leucemia, Síndromes Mielodisplásicos, Linfomas e Anemia.

Além disso, acontecerá um workshop dedicado ao Plano de Parto, apresentado pela enfermeira Vânia Alves, especialista em Saúde Materna e Obstetrícia, e ainda uma aula de relaxamento, dinamizada por Catarina Lino, onde as participantes poderão desfrutar de momentos de serenidade e de fortalecimento de laços com o seu bebé.

Ao inscreverem-se neste evento, todas as mães ficam ainda habilitadas a ganhar um cabaz Babiage, uma mala maternidade Uriage, babiage e um estojo de higiene BebéConfort. Além disso, a BebéVida oferecerá um Kit de Amostras às participantes!

Faça aqui a sua inscrição gratuita: https://bebevida.com/event/dia-da-gravida-em-terras-de-santa-maria-da-feira/

Opinião
Conservar ou não conservar é a dúvida que paira entre os pais que são confrontados com as potenciali

O primeiro grande marco da história da criopreservação das células estaminais data o ano de 1988, quando foi realizado o primeiro transplante de sangue do cordão umbilical, no Hospital Saint-Louis, em Paris. Este transplante foi realizado numa criança de cinco anos, Mattew Farrow, portador de Anemia de Fanconi, uma doença hematológica rara que leva à insuficiência da medulo óssea e, portanto, com uma elevada taxa de mortalidade.

Atualmente, já adulto, o paciente encontra-se totalmente curado, mas sem o sangue do cordão umbilical da sua irmã a história teria tido outro desfecho. Em Portugal, só se começa a encarar esta hipótese já perto da mudança do século, quando é realizado o primeiro transplante, em 1994, no IPO de Lisboa, mas desde aí os resultados de sucesso não têm parado.

O transplante de sangue do cordão umbilical apresenta características 100% de compatibilidade com a própria pessoa e com os irmãos apresenta 75% de hipótese de ter algum tipo de compatibilidade (25% de compatibilidade total e 50% de compatibilidade parcial).

Assim, as células estaminais do sangue do cordão umbilical, quando conservadas, podem tratar doenças como leucemias, linfomas, anemias, doenças hereditárias do sistema imunitário, doenças metabólicas hereditárias e oncológicas. Apresentam ainda resultados no âmbito da Medicina Regenerativa, em condições do foro cardíaco, Alzheimer e Parkinson.

Existem sempre novos casos de sucessos a surgirem, mesmo em adultos. Como por exemplo, o caso anunciado pela Organização Mundial de Saúde como “Primeiro caso de cura de VIH após transplante de células estaminais.” Este ano foi divulgado que uma mulher de meia-idade de ascendência mestiça desenvolveu Leucemia Mieloide Aguda de alto risco após 4 anos de ter sido diagnosticada com sida. Em 2017, foi realizado um transplante de células estaminais do cordão umbilical que apresentavam uma mutação que confere resistência ao vírus da sida. Este transplante foi complementado com a doação de medula óssea de um parente adulto. Após 100 dias do transplante, esta paciente não apresentava HIV detetável e após 37 meses do transplante, a paciente interrompeu a terapia. Desta forma, podemos ver que o sangue do cordão umbilical pode também ser aplicado em combinação com outros transplantes e terapias como neste caso. É de facto importante sublinhar, que neste caso, foi pela particularidade das células estaminais do cordão umbilical não necessitarem de compatibilidade rigorosa e apresentarem resistência ao HIV que esta a paciente teve a hipótese de ser curada da leucemia e sida.

No entanto, a lista de terapias não termina por aqui e adiciona-se ainda o facto de o tempo não ser um fator de risco, já que existe uma disponibilidade imediata para recorrer às amostras de sangue e tecido. Destaca-se que tanto para a mãe como para o filho, a colheita é não invasiva e indolor e segura, além de que a recuperação pós-transplante tem um bom prognóstico, especialmente nas terapias com o próprio sangue, onde não existe qualquer perigo.

Este é o caso de Salvador, um menino autista português com seis anos, que fez um tratamento inovador, através de um procedimento com as suas células estaminais. A sua mãe, Liane Paixão, refere que, apesar dos resultados serem só visíveis após seis meses a um ano, ao fim de cerca de dois a três meses começou a notar melhoria dos sintomas de hiperatividade e que, entretanto, começou a falar.

Por este motivo, importa refletir que prevenir é melhor que remediar, quando falamos do nosso bem-estar e da nossa família. Nunca se sabe quando os problemas de saúde vão bater à porta e nem sempre os tratamentos convencionais são suficientes. Guardar ou não guardar o sangue do cordão umbilical? A resposta está a cargo de cada mãe e pai, contudo, é impossível ignorar os benefícios desta alternativa.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
“A Saúde no Saber”
Na próxima quinta-feira, dia 20 de julho, vai decorrer o lançamento do livro “A Saúde no Saber”, produzido por investigadores...

Criada no âmbito de um projeto de comunicação de ciência com o mesmo nome, a publicação pretende aproximar a população da ciência, ao apresentar de forma acessível – com recurso a textos e ilustrações – temas relacionados com a saúde, como cancro, fertilidade, sono, imunidade, doenças neuropsiquiátricas, doenças neurodegenerativas, desenvolvimento neuronal, terapia génica, microbiologia, metabolismo e biotecnologia.

«Este livro é parte integrante de uma campanha de comunicação de ciência que visa promover a literacia em saúde, que envolveu mais de 50 investigadores da Universidade de Coimbra e diversos parceiros sociais. Resultou de um trabalho de coprodução aliando diferentes saberes. É um exemplo de interdisciplinaridade e compromisso da ciência e dos cientistas com a sociedade», explica a coordenadora do projeto “A Saúde no Saber”, Sara Varela Amaral.

Para o Vice-Reitor da Universidade de Coimbra para a Investigação, João Ramalho-Santos, «este é um exemplo excelente de promoção da cultura científica promovida por investigadores. A comunicação de ciência e promoção de literacia em saúde deve ser uma importante missão da academia. O livro A Saúde no Saber visa ser um veículo de informação científica fidedigna e aproximar os cidadãos da investigação que é feita na academia».

O projeto “A Saúde no Saber” foi financiado pela Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, no âmbito da edição de 2019 do concurso Comunicar Saúde. Entre 2020 e 2023, o projeto criou vários conteúdos para a promoção da literacia em saúde em diferentes formatos: um podcast com entrevistas, animações, rubricas de rádio, crónicas ilustradas (publicadas mensalmente em 2021 no jornal Público), e também o livro “A Saúde no Saber”, que é apresentado esta semana.

O evento tem entrada gratuita. Na sessão, vão ser distribuídos exemplares do livro.

Mais informações sobre o projeto “A Saúde no Saber” estão disponíveis em https://cnc.uc.pt/pt/scicomm-projects/a-saude-no-saber.

Serviços globais de imunização alcançaram mais 4 milhões de crianças em 2022
Os serviços globais de imunização alcançaram mais 4 milhões de crianças em 2022 em comparação com o ano anterior numa altura em...

De acordo com dados publicados hoje pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela UNICEF, em 2022, 20,5 milhões de crianças não receberam uma ou mais vacinas administradas através dos serviços de imunização de rotina, em comparação com 24,4 milhões de crianças em 2021. Apesar desta melhoria, o número continua a ser superior aos 18,4 milhões de crianças que ficaram sem vacinação em 2019, antes das interrupções relacionadas com a pandemia, destacando a necessidade de esforços contínuos de recuperação e de fortalecimento do sistema.

A vacina contra difteria, tétano e tosse convulsa (DTP) é utilizada como indicador global de cobertura de imunização. Das 20,5 milhões de crianças não receberam uma ou mais doses da vacina DTP em 2022, 14,3 milhões não receberam nenhuma dose, designadas por "dose zero". Este número representa uma melhoria em relação aos 18,1 milhões de crianças dose zero em 2021, mas continua a ser superior aos 12,9 milhões de crianças em 2019.

"Estes dados são encorajadores e representam uma homenagem àqueles que trabalharam arduamente para restaurar os serviços de imunização vitais, após dois anos de declínio sustentado na cobertura de imunização", refere Tedros Adhanom Ghebreyesus, Diretor-Geral da OMS. "Mas as médias globais e regionais não contam a história completa e mascaram desigualdades graves e persistentes. Quando os países e regiões ficam para trás, as crianças é que pagam o preço", conclui o responsável.

As primeiras fases da recuperação da imunização global não ocorreram de forma equilibrada, tendo a melhoria ficado concentrada em alguns países. O progresso em países com bons recursos e populações infantis grandes, como a Índia e a Indonésia, disfarça a recuperação mais lenta ou mesmo o declínio contínuo na maioria dos países de baixo rendimento, especialmente para a vacinação contra o sarampo.

Dos 73 países que registaram diminuições substanciais* na cobertura durante a pandemia, 15 recuperaram os níveis pré-pandemia, 24 estão a recuperar e, o mais preocupante, 34 estagnaram ou continuaram a diminuir. Estas tendências preocupantes refletem os padrões observados noutras métricas de saúde. Os países devem garantir que estão a acelerar os esforços de recuperação e de fortalecimento para alcançar todas as crianças com as vacinas de que necessitam e – porque a imunização de rotina é um pilar fundamental dos cuidados de saúde primários –, aproveitar a oportunidade para progredir noutros setores relacionados com a saúde.

Na vacinação contra o sarampo – um dos patógenos mais infeciosos – não se verificou uma recuperação tão positiva como aconteceu com outras vacinas, colocando mais 35,2 milhões de crianças em risco de infeção por sarampo. A cobertura da primeira dose da vacina contra o sarampo aumentou para 83% em 2022, em comparação com 81% em 2021, mas continuou abaixo dos 86% alcançados em 2019. Como resultado, no ano passado 21,9 milhões de crianças não receberam vacinação de rotina contra o sarampo no seu primeiro ano de vida – mais 2,7 milhões do que em 2019 –, enquanto outras 13,3 milhões não receberam a segunda dose, colocando as crianças em comunidades com baixa cobertura vacinal em risco de surtos.

"Por detrás da tendência positiva, há um alerta grave", afirma Catherine Russell, Diretora Executiva da UNICEF. "Até que mais países corrijam as lacunas na cobertura da imunização de rotina, crianças em todo o mundo continuarão em risco de contrair e morrer de doenças que podemos prevenir. Os vírus, como o sarampo, não reconhecem fronteiras. É urgente fortalecer os esforços para chegarmos às crianças que não foram vacinadas, enquanto se restauram e melhoram os serviços de imunização para atingirmos os níveis pré-pandemia."

Os dados indicam que os países que mantiveram uma cobertura estável e sustentada nos anos anteriores à pandemia conseguiram estabilizar os serviços de imunização desde então. Por exemplo, o Sul da Ásia, que registou aumentos graduais e contínuos na cobertura na década anterior à pandemia, demonstrou uma recuperação mais rápida e robusta do que as regiões que sofreram declínios prolongados, como a América Latina e as Caraíbas. A região africana, que está atrasada na recuperação, enfrenta um desafio adicional. Com o aumento da população infantil, os países precisam de expandir os serviços de imunização de rotina todos os anos para manter os níveis de cobertura.

A cobertura da vacina DTP3 nos 57 países de baixo rendimento apoiados pela Gavi, a Aliança Global para Vacinas e Imunização, aumentou para 81% em 2022 – um aumento significativo em relação aos 78% em 2021 – com uma redução de 2 milhões no número de crianças dose zero nestes países. No entanto, o aumento na cobertura da DTP3 nos países apoiados pela Gavi concentrou-se nos países de rendimento médio-baixo, enquanto os países de baixo rendimento ainda não aumentaram a cobertura – o que indica que ainda há muito a fazer para ajudar a reconstruir os sistemas de saúde mais vulneráveis.

"É incrivelmente reconfortante, após a enorme interrupção causada pela pandemia, ver a imunização de rotina recuperar de forma tão vincada nos países apoiados pela Gavi, especialmente no que diz respeito à redução do número de crianças dose zero", afirmou Seth Berkley, CEO da Gavi. "No entanto também está claro, a partir deste importante estudo, que precisamos de encontrar formas de ajudar cada país a proteger a sua população, caso contrário, corremos o risco de criar duas trajetórias diferentes, com os países de maior dimensão e com rendimento médio-baixo a superarem os restantes."

Pela primeira vez, a cobertura vacinal contra o HPV ultrapassou os níveis pré-pandemia. Os programas de vacinação contra o HPV que começaram antes da pandemia alcançaram o mesmo número de raparigas em 2022 do que em 2019. No entanto, a cobertura em 2019 ficou aquém da meta de 90% e isso ainda se manteve em 2022, com coberturas médias nos programas de HPV de 67% nos países de alto rendimento e 55% nos países de baixo e médio rendimento. A recém-lançada revitalização da vacinação contra o HPV, liderada pela Gavi, tem como objetivo reforçar a implementação dos programas existentes e facilitar mais introduções.

Várias entidades estão a trabalhar para acelerar a recuperação em todas as regiões e em todas as plataformas de imunização. No início de 2023, a OMS e a UNICEF, juntamente com a Gavi, a Fundação Bill & Melinda Gates e outros parceiros do IA2030, lançaram a ”The Big Catch-Up", uma campanha global de promoção da imunização, apelando aos governos para chegaram às crianças que não foram vacinadas durante a pandemia, restaurarem os serviços de imunização aos níveis pré-pandemia e fortalecerem os mesmos no futuro através de:

  • Reforço do compromisso de aumentar o financiamento para a imunização e trabalhar com as partes interessadas para desbloquear os recursos disponíveis, incluindo os fundos da COVID-19, para restabelecer com urgência os serviços interrompidos e sobrecarregados, e implementar esforços de recuperação.
  • Desenvolvimento de novas políticas que permitam aos agentes de imunização chegar às crianças que nasceram antes ou durante a pandemia e que já passaram a idade em que deveriam ser vacinadas através dos serviços de imunização de rotina.
  • Fortalecimento dos serviços de imunização e de cuidados de saúde primários – incluindo os sistemas de saúde comunitários –, e abordagem dos desafios sistémicos da imunização para corrigir a estagnação a longo prazo na vacinação e alcançar as crianças mais marginalizadas.
  • Construção e manutenção da confiança e a aceitação das vacinas através do envolvimento com as comunidades e profissionais de saúde.
Iniciativa tem o apoio da Lilly Portugal
A Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD), com apoio da Lilly Portugal, atribuiu a 1.ª Bolsa Luís Medina, com um prémio...

Da autoria de Adriana Capucho, investigadora e estudante de doutoramento, e coautoria de Inês Almeida, Joana F. Sacramento, Fátima O. Martins, Hugo Vicente Miranda, Sílvia Vilares Conde e Rosalina Fonseca, é a 1.ª edição deste projeto premiado entre os vários promovidos pela Sociedade Portuguesa de Diabetologia em áreas multidisciplinares que, além de contribuir para o enriquecimento do conhecimento clínico e científico na área da Diabetologia, pretende também homenagear José Luís Medina, uma figura incontornável no ensino, investigação e prática da Endocrinologia no nosso país. Teve também um papel preponderante nos desígnios da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, onde assumiu os cargos de secretário-geral e presidente.

Encerradas as candidaturas e anunciado o projeto vencedor no decorrer do 19.º Congresso Português de Diabetes, esta 1.ª edição da Bolsa José Luís Medina comprova-se um sucesso a repercutir nos próximos anos e promete continuar a incentivar a investigação da diabetes na área das neurociências e diabetologia.

Os vencedores dos prémios atribuídos pela Sociedade Portuguesa de Diabetologia, e respetivos projetos galardoados de 2023, podem ser conhecidos em www.spd.pt.

 

 

O que é e quais os cuidados a ter
Desidratação e dificuldade no arrefecimento corporal são as principais consequências de uma insolaçã

O golpe de calor (insolação) pode colocar a vida em risco. É uma doença resultante da exposição prolongada ao calor intenso, durante vários dias consecutivos, com consequente desidratação, dificuldade no arrefecimento corporal, podendo até impedir a descida da sua temperatura por incapacidade na libertação do suor e bloqueio na reposição dos valores normais da temperatura corporal habitual.

Caracteriza-se por ser uma doença de instalação súbita, muito grave,  implicando a necessidade de tratamento intensivo imediato que passa pela hidratação de grande volume de líquidos de forma a minimizar o risco  do golpe de calor.

Esta situação ainda se torna mais complicada se surge em pacientes portadores de certas doenças crónicas (diabetes, insuficiência  renal, alcoolismo, patologia respiratória, fibrose quística, hipertensão, arritmia cardíaca,  patologia psiquiátrica, esclerodermia…), que só por si se encontram já comprometidos na resposta fisiológica normal, à qual acrescem as  terapêuticas medicamentosas instituídas, que poderão agravar  ainda mais este quadro.

Importa, contudo referir que outros grupos vulneráveis, designadamente as crianças, os idosos, os obesos, pacientes aletuados, as pessoas que desenvolvem a sua atividade profissional com uma grande exposição solar são pessoas ainda com maior risco.

Cuidados gerais e atitudes durante os períodos de temperaturas ambientais elevadas:

  • Fornecer uma grande ingestão de líquidos (água, sumos naturais, sem açúcar).
  • Impedir a ingestão de bebidas com açúcar ou de bebidas alcoólicas.              
  • Fazer refeições leves e com uma frequência de 6 a  7 vezes por dia e de pequena quantidade.
  • Permanecer em ambientes frescos de preferência com ar condicionado, tomar um duche de água tépida ou fria, sempre que possível.
  • Não permanecer ao sol nos períodos do dia compreendidos  entre as 11.00 e as 17.00 horas, usar protetores solares, aplicando-os de 2 em 2 horas.
  • Proteger o corpo com roupas suaves e que cubram o máximo da superfície corporal.
  • Sempre que possível viajar de noite, não permanecer dentro das viaturas estacionadas  e ao sol, procurar ter um ambiente nas habitações fresco e não frequentar a praia nos dias  em que as temperaturas sejam elevadas.

A sintomatologia do golpe de calor pode ser de instalação súbita,  muito rápida, sem prévios sinais de alarme, designadamente cefaleias, vertigens ou fadiga.

De uma forma geral, surge febre alta, a pele fica seca, vermelha e quente, sem produção de suor,  náuseas e tonturas.

A nível cardíaco surge uma taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos), que pode atingir 160-180 batimentos por minuto, sem variação dos valores tensionais.

As temperaturas corporais podem ser de 40, 41°C, originando uma sensação de desconforto interior (como se de fogo se tratasse), confusão e desorientação mental, podendo mesmo levar à perda de consciência ou desencadear um quadro convulsivo.

Quando o paciente atinge uma temperatura de 41°C, desencadeia um quadro clínico grave em que pode bastar apenas o aumento de mais 1 grau  para ser mortal, devido ao facto de provocar uma lesão  permanente nos órgãos vitais, designadamente  no cérebro.

Se não formos céleres na instalação do tratamento o golpe de calor pode ser fatal.

O tratamento do golpe de calor é urgente, exige uma transferência imediata para uma unidade hospitalar, sendo uma obrigação de quem suspeita ou de quem diagnostica  este síndrome chamar o 112, iniciar rapidamente medidas de suporte, nomeadamente envolver a pessoa com panos ou lençóis humidos, colocar a vítima

numa banheira de água fria, num riacho se for essa a alternativa, ou mesmo aplicando gelo para a arrefecer enquanto se aguarda o transporte pelo Instituto Nacional de Emergência Medica (INEM).

É importante fazer o controlo da temperatura corporal para prevenir o arrefecimento excessivo e ministrar a terapêutica necessária para evitar as convulsões.

O internamento dos pacientes que foram vítimas de um golpe de calor é feito durante um período de alguns dias para monitorizar as oscilações de temperatura, repor o equilíbrio hidro-eletrolítico - provocado pela perda excessiva de água e eletrólitos -,  fazer a estabilização hemodinâmica dos pacientes que só deverão ter alta hospitalar quando estiverem completamente equilibrados.

Em suma, sem prejuízo de outras informações complementares, trata-se de um quadro clínico muito grave mas com bom prognóstico se tivermos uma atitude terapêutica assertiva e se os pacientes responderem adequadamente às medidas recomendadas.

Em caso de dúvida contate as linhas de apoio da Direcção Geral de Saúde:

Saúde 24: 808 24 24 24

Email: [email protected]

Professora Doutora Maria Antonieta Dias

Faculdade de Medicina do Porto

Especialista em Medicina Geral e Familiar

Especialista em Medicina Desportiva

Perita Médico-Legal

Competências: Avaliação do Dano Corporal -  Medicina Legal ; Avaliação do Dano - Segurança Social; Climatologia e Hidrologia, Geriatria.

Medicina em Viagens 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Site faz parte da estratégia omnicanal da companhia farmacêutica
A Janssen Portugal acaba de lançar um novo site institucional, com vista a agregar as informações mais relevantes que compõem o...

A plataforma, agora melhorada ao nível da experiência do utilizador, procura dar a conhecer todas as suas áreas de atuação da Janssen, desde a Oncologia, Hematologia, à Imunologia, passando pelas Neurociências, Hipertensão Arterial Pulmonar, as Doenças Infecciosas e Vacinas.

Ao navegar no novo site da Janssen Portugal poderá conhecer o compromisso da companhia farmacêutica nas diferentes áreas terapêuticas, bem como ter acesso às diferentes campanhas de sensibilização de doença desenvolvidas em Portugal.

“A modernização digital é algo que perseguimos, pelo que transformação do nosso site institucional foi um passo natural para a Janssen. O bom uso da tecnologia tem-nos permitido estar mais próximo de quem precisa dos nossos cuidados, bem como dos profissionais de saúde”, afirmou Filipa Mota e Costa, diretora-geral da Janssen Portugal.

A captação de talento é também uma preocupação para a Janssen Portugal e o novo site tem uma seção destinada a todos os que quiserem desafiar-se profissionalmente no universo do Grupo Johnson & Johnson.

A remodelação do site institucional da Janssen Portugal faz parte da estratégia omnicanal da companhia farmacêutica para o mercado nacional, onde se inclui o lançamento recente do Janssen Comigo (www.janssencomigo.pt), plataforma dedicada a doentes, cuidadores e familiares, do Janssen Medical Cloud (https://www.janssenmedicalcloud.pt/pt-pt/), site dedicado a profissionais de saúde, bem como a presença nas redes sociais, designadamente Linkedin e Youtube.

Estudo
Com o objetivo de identificar as razões que levam as pessoas a acreditar na desinformação sobre as vacinas, uma equipa de...

Com base na identificação e testagem destas 11 atitudes, os cientistas lançaram uma ferramenta online gratuita que permite a identificação rápida de argumentos anti-vacina e, em simultâneo, a refutação desses argumentos de forma construtiva. Na plataforma onde está disponível a ferramenta,  são listados mais de 60 tópicos de desinformação que podem surgir em conversas presenciais sobre vacinação, tanto em contexto profissional, nomeadamente em diálogos com pacientes, como na esfera pessoal, em conversas com amigos. O trabalho de investigação pretende, assim, abrir caminho para que se desenvolvam mais estratégias de refutação e outras intervenções que respondam de forma mais direcionada à argumentação anti-vacinação.

 No artigo científico “A taxonomy of anti-vaccination arguments from a systematic literature review and text modelling”, publicado hoje na revista Nature Human Behaviour, a equipa de investigação procurou identificar «os atributos psicológicos que impulsionam a crença de uma pessoa que se opõe à vacinação», contextualiza o investigador da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) e primeiro autor do estudo, Angelo Fasce.

 «O problema da motivação anti-vacinação requer uma abordagem que vai além de apontar as falhas nos argumentos: deve considerar também as raízes desta atitude, isto é, os atributos psicológicos subjacentes à crença da oposição às vacinas», destaca o investigador. No contexto deste trabalho científico, as atitudes dizem respeito às crenças e ideias que as pessoas vão formando através da interação social e das experiências que vivem. É de acordo com essas atitudes que o ser humano reage de forma positiva ou negativa a pessoas, situações ou objetos.

A hesitação vacinal «é um conceito que abrange um espectro de atitudes, que vão desde a recusa de todas as vacinas até à aceitação da vacinação, ainda que com incertezas em fazê-lo, sendo uma barreira para alcançar uma percentagem de vacinação suficientemente alta que permita proteger as comunidades», explica Angelo Fasce.

Considerando que «uma das abordagens mais promissoras para superar a hesitação vacinal é o diálogo entre pacientes e profissionais de saúde», os investigadores procuraram identificar alguns padrões de oposição vacinal com o objetivo de apoiar os profissionais de saúde «a aplicar estratégias de comunicação que sejam eficazes para lidar com indivíduos hesitantes, que podem ser influenciados por desinformação sobre a vacinação», refere o primeiro autor. O investigador destaca ainda que «algumas das formações de atitude de oposição são cada vez mais comuns nas consultas e requerem treino específico para serem devidamente abordadas».

Os 11 tipos de formação de atitudes identificadas pelos autores são: pensamento conspiracionista; desconfiança; crenças infundadas; perceção do mundo e política; questões religiosas; questões morais; medo e fobias; perceção distorcida do risco; crença no interesse próprio; relativismo epistemológico; e reatividade.

«Esta taxonomia de argumentos é um recurso útil para os profissionais de saúde, na medida em que, para cada um, são apresentadas refutações que podem ser utilizadas quando os pacientes apresentam determinados argumentos, uma vez que esta ferramenta apresenta já como proceder à resposta a determinados argumentos anti-vacina», explica Angelo Fasce. A ferramenta foi feita «em parceria com médicos do Reino Unido e permite que os profissionais identifiquem a raiz do argumento do paciente que recusa a vacinação e, em seguida, definam como podem refutar esse mesmo argumento, sem desafiar o paciente, fazendo a refutação de forma construtiva», clarifica.

 Para validar as 11 tipologias identificadas, os autores recorreram a algoritmos de processamento de linguagem natural, através da combinação de codificação humana e de aprendizagem automática.  Realizaram uma revisão sistemática de trabalhos científicos já desenvolvidos sobre argumentação anti-vacinas, tendo recorrido também a fact checks relacionados com a vacinação contra a covid-19. «Os resultados obtidos com esta classificação hierárquica de textos sugerem que podemos recorrer ao conhecimento académico, sob a forma de literatura científica, para aperfeiçoar modelos de inteligência artificial, capacitando-os para identificar mais facilmente as formações de atitudes presentes no tipo de texto que encontramos habitualmente em contextos mais informais», salienta o investigador.

Este artigo científico foi desenvolvido no âmbito do “JITSUVAX. Jiu-jitsu with misinformation in the age of COVID: Using refutation-based learning to enhance vaccine uptake and knowledge among healthcare professionals and the public”, projeto europeu financiado com mais 3 de milhões de euros pela Comissão Europeia. É coordenado por Stephan Lewandowsky, professor da Universidade de Bristol (Reino Unido), sendo coordenado em Portugal por Fernanda Rodrigues, docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

O “JITSUVAX” pretende analisar a desinformação e o ceticismo em relação à eficácia e à segurança das vacinas, de forma a que esta análise possa vir a apoiar profissionais de saúde, e também os cidadãos, capacitando-os para comunicar de forma mais construtiva, contribuindo, assim, para o aumento da confiança das pessoas na vacinação em prol da saúde pública.

O coordenador geral do projeto, Stephan Lewandowsky, explica que «a desinformação sobre vacinas tem consequências graves para a sociedade. Foi recentemente publicado no Canadá, por exemplo, um relatório que estima que o custo da desinformação no país ronde os 300 milhões de dólares, com quase 3000 óbitos associados à relutância das pessoas em serem vacinadas por estarem mal informadas. É por isso essencial, para a garantia da saúde pública, encontrar soluções que protejam o público desta desinformação. O projeto JITSUVAX, financiado no âmbito do Programa da UE Horizon Europe, desenvolveu ferramentas para que possamos compreender e combater a desinformação anti-vacina».

Conclusão do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT)
O Sindicato dos Enfermeiros – SE e o Ministério da Saúde retomam na próxima quarta-feira, dia 19 de julho, pelas 11h30m, as...

Em cima da mesa, para o SE, deve estar, desde logo, a conclusão do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). “Somos a única profissão da área da Saúde que não tem em vigor qualquer ACT e desde 2017 que aguardamos que sejam retomadas e concluídas as negociações”, frisa Pedro Costa. Outro dos temas que o Sindicato dos Enfermeiros pretende ver abordado na reunião prende-se com a atribuição de um dia de férias adicional por cada 10 anos de vínculo com o Serviço Nacional de Saúde (SNS) por parte dos contratos individuais de trabalho, tal como acontece com os colegas com contrato de trabalho em funções públicas. É inadmissível este tipo de barreiras entre enfermeiros que trabalham lado a lado.

“Pretendemos também que seja revista a aplicação do Decreto-lei n.º 80-B/2022, que define os termos das avaliações do desempenho dos enfermeiros, e que seja encontrada uma norma que uniformize a aplicação desta legislação, para que todos os enfermeiros progridam na carreira de forma igual, sejam mais novos, mais velhos ou mais diferenciados”, justifica Pedro Costa.

O presidente do SE adianta, ainda, que também a progressão na carreira tem de ser revista, uma vez que “temos cada vez mais enfermeiros acabados de entrar na profissão a ganhar exatamente o mesmo que aqueles colegas que estão na Enfermagem há 20 ou 30 anos”. No entender do dirigente, “questões como a carreira, a especialização, o reconhecimento do risco e penosidade, desgaste rápido e a dedicação ao SNS tem de ser valorizada e recompensada, também, monetariamente”. “O próprio ministro da Saúde já reconheceu, na comunicação social, que não é admissível ter enfermeiros mais novos a ganhar o mesmo, ou mais, do que aqueles que têm já uma carreira longa ou que investiram numa especialização para colmatar as necessidades em saúde dos portugueses”, frisa Pedro Costa.

Numa altura em que se trabalha numa reforma dos Cuidados de Saúde Primários, com o intuito de atribuir profissionais de saúde a mais de um milhão de portugueses, Pedro Costa adverte que “não podemos ter apenas mais médicos de família, é também necessário que haja mais cuidados de saúde e se aposte uma vez por todas, no maior objetivo dos Cuidados de Saúde Primários a prevenção da doença e a promoção da saúde”. E isso, garante, “só é possível com a contratação e valorização de mais enfermeiros de modo a garantir que continuam a trabalhar no SNS, e não abandonam o país, onde podem ganhar pelo menos o triplo do que hoje ganham no setor público português e onde também a sua especialização e diferenciação incrementa exponencialmente os valores remuneratórios”.

 

Doença de Crohn, diabetes tipo 1, esclerose múltipla e lúpus
Por já terem demonstrado o seu potencial terapêutico em diversos estudos pré clínicos, as células estaminais mesenquimais do...

Os resultados da utilização destas células em terapias experimentais foram já publicados em alguns artigos científicos, com perspetivas promissoras da sua aplicação na prática clínica, tendo uma das primeiras aplicações sido no contexto da doença do enxerto contra o hospedeiro, após transplante hematopoiético.

As células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical têm sido associadas a melhorias na qualidade de vida de pessoas com doença de Crohn e à diminuição da necessidade de insulina em doentes com diabetes tipo 1. Outras doenças nas quais a administração destas células tem alcançado resultados favoráveis, com melhoria dos sintomas, incluem esclerose múltipla, lúpus eritematoso sistémico, lesões da espinal medula, artrite reumatoide, autismo, paralisia cerebral e casos graves de COVID‑19, entre outras. Em particular no que se refere à COVID‑19, o tratamento com células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical mostrou ser capaz de suprimir a inflamação e melhorar a sintomatologia ao nível pulmonar.

“Com a evidência científica a demonstrar que a aplicação clínica destas células é segura, bem como resultados preliminares promissores ao nível da eficácia terapêutica, é fundamental que a investigação nesta área continue com vista a obter dados mais robustos e conclusivos”, sublinha Carla Cardoso, diretora do Departamento de I&D da Crioestaminal.

“O avanço na investigação poderá permitir que, num futuro próximo, estas células sejam usadas no tratamento de várias doenças graves, atualmente sem opções de tratamento eficazes”, acrescenta.

O tecido do cordão umbilical constitui uma das principais fontes de células estaminais mesenquimais, embora estas células possam também ser obtidas a partir da medula óssea, da placenta, do tecido adiposo e do sangue do cordão umbilical.

As células estaminais mesenquimais são capazes de regular a atividade do sistema imunitário, controlando reações imunológicas exacerbadas características das doenças autoimunes, da doença do enxerto contra o hospedeiro e da síndrome de dificuldade respiratória aguda (ARDS, de Acute Respiratory Distress Syndrome), comum em casos graves de COVID‑19, podendo, por isso, ser úteis no tratamento destas doenças.

O seu potencial terapêutico resulta da possibilidade de serem facilmente multiplicadas em laboratório, da capacidade de migrarem para o local da lesão, de promoverem a libertação de moléculas que estimulam a regeneração de vários órgãos e, ainda, da capacidade de se de diferenciarem em vários tipos de células (da cartilagem, do osso e da gordura, entre outras) - o que se encontra a ser explorado na área de engenharia de tecidos, com o objetivo de permitir a substituição de tecidos lesados.

Especialista em medicina tradicional Chinesa explica benefícios
Sabia que o nosso sistema linfático é duas vezes maior que o sistema circulatório?

Para entender melhor os benefícios da massagem Guasha, a especialista em medicina tradicional chinesa, Patricia Liu, explica as principais dúvidas. Segundo ela, a massagem Guasha é uma técnica chinesa que movimenta o líquido na nossa face, proporcionando uma série de benefícios impressionantes. Ela ajuda a diminuir as expressões faciais, aumenta a circulação sanguínea, ameniza bolsas de cansaço abaixo dos olhos, tonifica os músculos do rosto e desincha instantaneamente. É uma verdadeira revolução para a saúde e beleza da pele!

A Guasha tem as suas raízes na antiga medicina chinesa, que valoriza a importância do equilíbrio energético e do fluxo livre de energia no corpo. Ao aplicar pressão suave em certos pontos do rosto, utilizando uma pedra de jade ou até mesmo as mãos, é possível promover uma melhor circulação linfática. Isso resulta em uma pele mais firme, luminosa e revitalizada.

Além dos benefícios estéticos, a massagem Guasha também promove uma sensação profunda de relaxamento e bem-estar. “Ela pode aliviar a tensão muscular facial, reduzir o stress e promover uma sensação de calma e equilíbrio. É como um momento de autocuidado e amor próprio, em que você se dedica a cuidar da sua pele e da sua saúde de forma completa”, ressalta Patrícia.

A aplicação da massagem pode ser combinada com o uso de produtos de skincare, como um mist ou hidratante, juntamente com um óleo vegetal de alta qualidade, para potencializar os resultados. Os óleos de semente de uva e girassol são especialmente recomendados devido às suas propriedades hidratantes e nutritivas.

E não se preocupe se acha que não possui habilidades especiais para realizar a massagem Guasha. A especialista enfatiza que é uma prática simples e acessível, que pode ser facilmente incorporada à sua rotina de cuidados com a pele. Ela recomenda realizar a massagem com movimentos lentos, na horizontal, sem aplicar muita pressão. Os movimentos sempre trazendo a pedra ou as mãos para fora, em direção ao couro cabeludo. Siga o formato da face, sempre respeitando os contornos.

Não perca a oportunidade de experimentar os benefícios transformadores da massagem Guasha. Renove sua pele, revitalize seu rosto e descubra uma nova versão de você mesma. “A medicina tradicional chinesa nos presenteia com técnicas ancestrais e poderosas, capazes de proporcionar resultados surpreendentes para a nossa saúde e beleza. Aproveite esse momento para se conectar consigo mesmo, relaxar e desfrutar dos benefícios revitalizantes da técnica”, finaliza Liu.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Ispa – Instituto Universitário realiza primeiro estudo em Portugal sobre práticas de conversão
O estudo “Saúde Mental, Experiências de Terapia e Aspirações de Vida de Pessoas LGBT+”, liderado pelo investigador Pedro...

Das 424 pessoas LGBT+ que participarem neste estudo, 91 pessoas (22 %) foram sujeitas a práticas de conversão em contexto religioso, médico ou psicoterapêutico.

De acordo com o estudo, 52 % das pessoas sentiram-se obrigadas a iniciar a prática de conversão e 35 % foram pressionadas a manter-se no processo. A idade mínima de início foi de 12 anos; a maioria entre os 14 e os 19 anos. A duração média do processo foi de dois anos, com um mínimo de algumas sessões a um máximo de seis anos.

Cerca de 62 % das pessoas afirmaram ter sido conduzidas a estas práticas de conversão por outra pessoa e apenas 38 % por autoiniciativa. Cerca de metade dos participantes tinham como expetativa própria, e do profissional, mudar a sua orientação sexual para heterossexual.

O “Saúde Mental, Experiências de Terapia e Aspirações de Vida de Pessoas LGBT+” desvenda ainda quais as principais estratégias utilizadas por parte dos agentes promotores das práticas de conversão:

  • 27 % Expressar que a orientação sexual/identidade de género é uma doença;
  • 23 % Amplificar comportamentos heteronormativos;
  • 12 % Romper amizades/relações com pessoas LGBT+;
  • 8 % Sugerir leituras que condenam pessoas LGBT+ e/ou defendem as práticas de conversão;
  • 7 % Criar relações com pessoas heterossexuais cisgénero;
  • 5 % Isolar do contexto habitual;
  • 2 % Forçar a rezar e a cumprir penitências.

Ainda de acordo com o estudo, as pessoas sujeitas a práticas de conversão apresentam piores indicadores de sofrimento global, de bem-estar psicológico, queixas físicas e somáticas, funcionamento social e relações interpessoais e risco próprio. Alguns destes indicadores assinalam a existência de sofrimento psicológico clinicamente relevante passível de intervenção psicológica.

Este estudo liderado pelo investigador Pedro Alexandre Costa está também a decorrer em Espanha, Colômbia, Equador, Chile e Israel.

Portugal encontra-se atualmente na 11.ª posição do ranking anual da ILGA Europa - que avalia um conjunto de 49 países no que diz respeito ao panorama legislativo, político e social - de reconhecimento da igualdade de direitos de pessoas LGBT+ e de proteção especial de minorias sexuais e de género.

De acordo com um relatório elaborado por um especialista independente das Nações Unidas, Victor Madrigal-Borloz, em maio de 2020, as práticas de conversão são definidas como um “termo utilizado como guarda-chuva para descrever intervenções de natureza abrangente, que se baseiam na ideia de que a orientação sexual ou a identidade de género (SOGI) de uma pessoa pode e deve ser alterada. Tais práticas visam transformar pessoas gays, lésbicas ou bissexuais em heterossexuais e pessoas trans ou de género diversas em cisgénero”.

O relatório da ONU identificava diferentes agentes responsáveis por estas práticas como profissionais de saúde e de saúde mental, organizações e líderes religiosos ou curandeiros tradicionais, e assinala igualmente diferentes agentes promotores ou motivadores como a família, a comunidade, autoridades políticas e religiosas, ou outros agentes públicos.

Evidência acumulada em diversos países (Canadá, China, Colômbia, Coreia, EUA) estima que a prevalência de pessoas LGBT+ sujeitas a estas práticas varia entre 5 % a 20 %, dependendo do país, da faixa etária e da definição destas práticas.

Recorde-se de que o Parlamentou português aprovou, em abril, a proposta que criminaliza práticas de conversão sexual, com a maioria dos deputados a votar a favor, com exceção da abstenção do PCP e do Chega.

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