Opinião
Numa altura em que se debate a Educação do país, nas mais variadas vertentes, também Portugal é cons

Tratando-se de um processo de inclusão social em idade escolar, e em que a Educação assenta sobretudo no Ensino Regular, para que os alunos com deficiências possam efetuar a sua aprendizagem junto daqueles que não se exigem as necessidades educativas especiais. Isto, quando as condições de estudo ou a capacidade intelectual, não afetam o desempenho do aluno com deficiência, ou quando é favorável e possível adotar regras e métodos que permitam a inclusão destes estudantes no meio de colegas sem deficiências.

Passemos a uma breve visão histórica:

Na verdade, a opção de educação inclusiva já foi tentada anteriormente, ainda antes da revolução do 25 de abril de 1974, quando se experimentou a "integração" de pessoas com deficiência visual e auditiva nos meios educativos regulares.

Após a 'Revolução dos Cravos', passaram-se a adotar políticas de integração no ensino regular, houve uma disseminação nesse sentido, em que equipas de educação especial apoiavam este método de ensino.

Em 1991, surgiu uma lei que coordena as Necessidades Educativas Especiais (NEE). Essa norma representa um grande avanço por consagrar a possibilidade de existirem diferentes currículos em função das condições de deficiência e por indicar a escola comum como resposta adequada para a educação de todos. Em 1997, e por influência direta da 'Declaração de Salamanca' proclamada pela UNESCO, começa a ser usada na legislação a palavra “inclusão”. A essa altura, já existia um sistema de educação especial bem desenvolvido em Portugal e milhares de estudantes com diversos tipos de deficiência (nomeadamente, com deficiência intelectual) estariam a ser educados na rede regular.

Em 2006, criam-se quadros específicos nas escolas para professores de educação especial e em 2008 funda-se a "Associação Nacional de Docentes de Educação Especial (Pró-Inclusão)". No mesmo ano, é instituída a legislação que organiza os apoios educativos para a inclusão de alunos com NEE. Como fruto desse esforço continuado, Portugal se tornou um dos países com as mais elevadas percentagens de pessoas com Necessidades Educacionais Especiais em escolas comuns, com uma taxa de cerca de 98%.

Desde há meia dúzia de anos para cá (2016-17), Portugal dispõe de um sistema de educação especial que se desenvolve, como vimos, de acordo com modelos de educação inclusiva, implicando que todas crianças e adolescentes em idade escolar devem ser matriculadas na rede regular. É elaborado um acompanhamento individualizado ou individual, quando se torna mais adequado. No caso de alunos com problemas mais complexos, devem ser orientados em unidades específicas do ensino regular, mas frequentam também as aulas regulares junto dos seus colegas sem deficiências.

Sem dúvida, Portugal fez um grande caminho em termos de educação inclusiva e esse percurso coloca o país entre os primeiros do mundo em índice de alunos incluídos em escolas regulares. Mas “nem tudo são rosas”. Os relatórios da ONU sobre os progressos da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência têm apontado que o país continua a apresentar déficit de recursos para responder de modo eficaz às necessidades desses estudantes. Encontramos ainda, assimetrias geográficas na distribuição de recursos, e ainda mais preocupante, é a ideia de que os alunos com deficiência são “casos especiais” e não pertencem “de corpo inteiro” à escola.

A falta de recursos continua a ser um flagelo, quando somente em alguns locais recreativo-culturais são destinadas as verbas para a melhoria da acessibilidade. E igualmente, são promovidas algumas iniciativas, por vezes privadas (ou não estatais), sem que haja reais melhorias em locais públicos.

Muitos espaços continuam a apresentar uma má acústica, por serem espaços antigos e em que se exige a remodelação, ou então têm de ser criadas outras (e novas) infraestruturas de apoio e leccionamento de aulas. Para que nestas sejam permitidas a instalação de equipamentos audiovisuais para permitirem o auxílio às pessoas com deficiência auditiva.

Em determinadas deficiências, como é o caso da auditiva, há necessidade de existir uma maior inclusão, sendo que grande parte da reabilitação auditiva, para o treinamento ou prática auditiva-verbal, requer o contacto permanente com ouvintes (ouvir e falar adequadamente), e para que o desempenho e a evolução sejam consistentes e substanciais. Não podemos esquecer do apoio especializado destes alunos com deficiência auditiva, por equipas multidisciplinares, tais como: audiologistas, terapeutas da fala, e psicólogos com formação no apoio a pessoas com surdez. Também não podemos deixar de salientar, que a presença de ruído durante o período em que se leciona as aulas, é um fator inibidor na aprendizagem das pessoas com deficiência auditiva que optam pela reabilitação auditiva, e que têm dificuldades auditivas mesmo com uso de tecnologias como próteses ou implantes auditivos.

Por haver diversidade de capacidade intelectual entre os alunos, também existem estudantes com deficiência auditiva com diferentes capacidades de aprendizagem. E, portanto, continua a ser essencial existir um acompanhamento individual, dentro e fora das aulas. Nesse sentido, salientamos a importância de todos os educadores ou professores terem uma formação de base e contínua dedicada à implementação de práticas pedagógicas inclusivas, e específicas quando é necessário um melhor acompanhamento.

Também com a deficiência auditiva, existem condições limitativas, e muitas associadas à desconfiança e presumível falta de empatia relacionada com os problemas de comunicação oral. A aprendizagem de uma outra língua, como a Língua Gestual Portuguesa, poderá beneficiar o contacto e quebrar uma barreira entre ouvinte e pessoa com deficiência auditiva mesmo sendo esta devidamente reabilitada. Ou então na promoção de jogos de interação, que permitam o desenvolvimento e a aproximação social entre alunos ouvintes e com deficiência auditiva.

Acreditamos, numa educação inclusiva de sucesso, até pelo simples facto de que cada vez mais ser possível a reabilitação auditiva das pessoas com qualquer grau de surdez, e as tecnologias vão avançando a passos largos para permitirem que a ponte entre a sociedade, maioritariamente ouvinte, e a comunidade de pessoas com deficiência auditiva possa ser feita da melhor forma possível, com mais recursos, e assim, menos barreiras.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Biénio de 2023-2024
António Leão, diretor-geral da Lilly Portugal, foi eleito primeiro vice-presidente da APIFARMA (Associação Portuguesa da...

Na APIFARMA, António Leão exerce funções nos órgãos sociais desde 2015, sendo que mantém uma participação ativa na definição estratégica para a promoção da inovação, da saúde pública e do desenvolvimento de fármacos em Portugal.

Para o Country Manager da Lilly Portugal, a eleição como primeiro vice-presidente da APIFARMA significa o reconhecimento pelo trabalhado desenvolvido ao longo dos anos em prol da associação e dos doentes: "Sinto-me honrado por ter a oportunidade de continuar em funções como vice-presidente da APIFARMA! Durante o próximo biénio continuarei a trabalhar em 2 vetores: o primeiro, para que os doentes portugueses tenham acesso à inovação em Saúde, ao mesmo tempo que os demais cidadãos europeus; o segundo, prende-se com o desenvolvimento de fármacos em Portugal!", referiu. "A indústria farmacêutica é um motor crucial da economia portuguesa e, nesse sentido, queremos realizar um trabalho eficaz e em colaboração com os principais stakeholders no sentido de melhorar a saúde e a qualidade de vida dos portugueses."

Após uma carreira internacional, António Leão iniciou o seu percurso na Lilly Portugal, em 1997. Mais tarde, em 2010, assumiu a função de Bio-Medicines National Sales Manager e depois, em 2012, o cargo de Bio-Medicines Business Unit Manager. Desde janeiro de 2012 que gere os destinos da Lilly Portugal como Country Manager.

APDP
A propósito do Dia da Criança, assinalado anualmente a 1 de junho, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP)...

O Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, anunciou ontem a criação de um programa para o tratamento com as bombas de insulina de última geração para as 15 mil pessoas com diabetes tipo 1 que têm indicação para a sua utilização. Segundo o despacho assinado pelo ministro da Saúde, este programa de acesso universal será aplicado até 2026.

“Esta é uma grande vitória, que não teríamos conseguido comemorar neste dia tão especial sem a ajuda de todas as famílias que têm lutado todos os dias pela melhoria da qualidade de vida de todas as pessoas que vivem com diabetes tipo 1.”, assinala José Manuel Boavida, presidente da APDP.

“Esperamos agora que o processo seja simples e que a chegada de mais marcas ao mercado permita uma grande diminuição de custos, que poderá ser potenciada através do aproveitamento do sistema de distribuição das farmácias, com poupanças no armazenamento e na distribuição, que nos parece ser a melhor forma de dispensa desta importante inovação com maior rapidez e eficiência.”, remata.

No dia 14 de novembro de 2022, a propósito do Dia Mundial da Diabetes, a APDP entregou na Assembleia da República uma petição “Pelo acesso aos sistemas híbridos de perfusão sub-cutânea contínua de insulina (bombas de insulina) e pela qualidade de vida das pessoas com diabetes tipo 1 em Portugal”, que juntou cerca de 25 mil assinaturas. A APDP propôs ainda aos grupos parlamentares um aditamento ao Orçamento de Estado de 2023 para a comparticipação de 100% de mais dispositivos automáticos de insulina para pessoas com diabetes tipo 1.

No seguimento desta ação, o Governo criou um grupo de trabalho para avaliar a comparticipação e as condições de alargamento do acesso aos novos dispositivos. Esta comissão terminou o seu trabalho e apresentou as propostas de estratégia para a disseminação da utilização destes dispositivos e, até ao momento, estava apenas em falta a decisão do Ministro da Saúde.

Em Portugal, calcula-se que serão mais de 30.000 as pessoas que vivem com diabetes tipo 1, 5.000 das quais serão crianças e jovens. Esta é uma doença crónica causada pela destruição das células produtoras de insulina, que obriga ao tratamento com insulina desde o momento do diagnóstico e durante toda a vida.

Estes dispositivos são, atualmente, o que mais se assemelha ao funcionamento de um pâncreas artificial, administrando insulina automaticamente e ajustando-a de acordo com as necessidades individuais. São comparticipados em países como Espanha, França, Bélgica, Alemanha, Reino Unido, Itália, Eslovénia e Países Nórdicos.

Guia ABCDE
Sinais, sardas, manchas, feridas que não cicatrizam ou imperfeições – todos podem ser um sinal de alarme para o cancro cutâneo....

O verão está à porta e nas últimas décadas a incidência de cancros da pele tem vindo a aumentar em Portugal.

Um terço dos cancros de pele diagnosticados mundialmente, é do tipo não melanoma, um tipo de cancro mais comum em peles claras, que aparecem principalmente em zonas do corpo expostas ao sol (os mais frequentes são o carcinoma espinocelular, que surge no topo da epiderme, e o carcinoma basocelular, que atinge as células mais profundas).

Já o melanoma (que se desenvolve nos melanócitos, ou seja, nas células que produzem a melanina), tem menor incidência, mas é bastante mais agressivo, podendo rapidamente afetar outros órgãos.

Em ambos os casos, a prevenção é a solução e os gestos mais simples podem salvar vidas. A DECO PROTESTE promove o “Guia ABCDE” que ensina os consumidores, de forma simples, a ler os seus próprios sinais, sardas, manchas, imperfeições que entretanto apareceram na pele ou até feridas que não cicatrizam.

Cuidados a ter com o sol

A pele tem memória da exposição solar a que foi sujeita e, por isso, a prevenção deve começar nos primeiros anos de vida. Siga os conselhos da DECO PROTESTE:

  • Usufrua da sombra: entre as 11 e as 16 horas, a fase do dia em que os raios ultravioleta são mais intensos, mantenha-se à sombra, sempre que possível;
  • Proteja-se com roupa: há tecidos que bloqueiam os raios ultravioleta. Não obstante, é sempre bom usar mangas compridas, calças, chapéu de abas largas e óculos de sol.
  • Use protetor solar: antes de sair de casa aplique um produto com, pelo menos, um fator de proteção solar de 30 - mesmo em dias nublados, e especialmente em zonas do corpo a descoberto como o rosto, a parte superior dos pés e das mãos, o pescoço e as orelhas.
  • Se praticar atividades aquáticas: renove o protetor solar a cada duas horas ou antes, se mergulhar ou transpirar muito. No rosto, um adulto deve utilizar o equivalente a uma colher de chá. No corpo, deve aplicar uma quantidade correspondente a seis colheres de chá.
  • Seja na neve, na água ou na areia: estas superfícies refletem os raios solares, pelo que deve ter especial cuidado com a pele.

Apesar das evoluções terapêuticas, o cancro cutâneo continua a ter um grande impacto pessoal e social. Por isso, a DECO PROTESTE alerta para a necessidade de adotar medidas de prevenção, incluindo o resguardo face aos raios ultravioleta e o autoexame regular, com a ajuda do ‘Guia ABCDE’.

Use e abuse de gestos simples e, perante um sinal suspeito, procure um médico.

Em Viseu
A Secção Regional Centro (SRCentro) da Ordem dos Enfermeiros (OE) anuncia a realização da IV Gala dos Enfermeiros, no dia 7 de...

Pelo terceiro ano, a Gala dos Enfermeiros volta à cidade de Viseu para uma noite de encanto e de elevação da Enfermagem e dos seus profissionais.

O Expocenter vai acolher esta cerimónia que se tornou numa tradição entre os enfermeiros da SRCentro. Assim, no dia 7 de outubro, a partir das 18h, iremos assistir, num primeiro momento, à habitual Cerimónia de Vinculação à Profissão, sendo entregues as Cédulas Profissionais e lido em uníssimo o Juramento Profissional com os recém-licenciados em Enfermagem.

No decorrer deste jantar de gala, com animação incluída, serão também premiados vários membros que o Conselho Directivo da SRCentro distingue, em diversas categorias, pelo seu trabalho, empenho e dedicação à Enfermagem.

“Nesta quarta edição queremos continuar a dignificar os nossos membros e a nossa profissão, que, ao longo dos anos, têm sido tão pouco estimados, com excepção do período pandémico que há pouco tempo ultrapassámos. Tenho a certeza que será mais uma noite inolvidável e da qual todos iremos guardar boas recordações”, assinala Ricardo Correia de Matos, Presidente do Conselho Directivo da SRCentro.

Com lugares limitados, as primeiras 100 vagas já foram abertas no Balcão Único da OE para todos os membros e estudantes de Enfermagem das escolas superiores da área de abrangência da SRCentro.

PSOFriends – Faz uma Cena Mais Divertida
Já é conhecido o vídeo vencedor do Concurso de Talentos ‘PSOFriends – Faz uma Cena Mais Divertida’, uma iniciativa promovida...

Está encontrada a equipa vencedora do Concurso de Talentos ‘PSOFriends – Faz uma Cena mais divertida’ - a ATOM - Academia de Teatro do Orfeão da Madalena. O vídeo vencedor foi escolhido pelo público de entre os 10 vídeos selecionados preliminarmente pelo júri do concurso que incluía médicos especialistas, DGE e PSOPortugal. Os 10 vídeos finalistas estiveram disponíveis para votação nas redes sociais da PSOPortugal e o vídeo com mais ‘likes’ foi o vencedor.

O concurso de talentos ‘PSOFriends – Faz uma Cena Mais Divertida’ desafiou alunos do 2.º Ciclo, 3.º Ciclo e Ensino Secundário de todo o país para vestir a pele de quem é psoriático e a refletir sobre as experiências e vivências destas pessoas no seu dia a dia. Falar de psoríase e conseguir a atenção das pessoas, em especial crianças e jovens, representa um desafio. Por este motivo, o objetivo desta iniciativa foi, através da expressão artística, fomentar empatia e compreensão entre um público jovem muitas vezes desconhecedor.

A participação era realizada pela da submissão de um vídeo com a representação, através da expressão artística da sua eleição – dança, música, interpretação ou outra – de uma das cenas da série digital “PSOFriends”.

‘PSOFriends – Faz uma Cena Mais Divertida’ foi, pelo segundo ano consecutivo, até às escolas nacionais para mostrar como, através da arte e do humor, é possível combater o preconceito, ajudar a construir auto-confiança e promover a empatia. A mensagem deixada é muito simples: a Psoríase não mata, não é contagiosa, mas pode deixar marcas visíveis na pele e, por desconhecimento, levar a que outros se afastem.

Para Jaime Melancia, Presidente da PSOPortugal, “o balanço deste segundo ano de PSOFriends – Faz uma Cena Mais Divertida” é muito positivo. Com este projeto continuamos a apostar naquele que é um dos nossos maiores objetivos: promover o combate à exclusão social e ao preconceito contra quem é portador desta doença que em Portugal afeta mais de 400 mil pessoas, começando pelas crianças e jovens.”

Nos meses mais quentes do ano
A pele é o maior órgão do corpo humano e, por isso, mantê-la saudável é fundamental para a nossa saúde e qualidade de vida, o...

Este órgão atua como barreira protetora contra agentes do meio ambiente (bactérias ou vírus), é responsável pela regulação térmica ou por funções sensoriais (tacto, pressão, frio, calor e dor)1, porém em pessoas com pele atópica estas funções são desempenhadas de forma ineficaz.

Com o aumento da temperatura, humidade e exposição solar, a pele atópica torna-se mais vulnerável e pode manifestar o agravamento dos sintomas mais comuns, como a pele seca, comichão e lesões inflamatórias (vermelhidão, descamação, inchaço, exsudação e crostas). 2

A dermatite atópica, também conhecida por eczema atópico, é uma doença crónica, atualmente incurável, e determinada pela interação de fatores genéticos e ambientais, com um impacto elevado nas várias dimensões da vida dos doentes e das suas famílias1. Esta doença afeta entre 10 a 20% das crianças e entre 1 a 3% dos adultos em todo o mundo, sendo que aproximadamente 4,4% da população europeia vive com dermatite atópica.2

Se tem pele com tendência atópica, o segredo para prevenir crises está em seguir alguns cuidados especiais, tais como:

  1. Manter a pele hidratada com emolientes apropriados: A pele atópica tende a ser seca, assim, é importante utilizar um creme hidratante suave e sem fragrância com regularidade para ajudar a manter a pele macia e flexível;
  2. Utilizar produtos de limpeza suaves: Sabonetes suaves e sem fragrância devem ser a escolha de quem tem pele atópica. Além disso, os banhos longos e quentes devem ser evitados para não ressecarem ainda mais a pele. Exfoliar a pele uma vez por semana permitirá protegê-la das células mortas e preservar a sua barreira natural;
  3. Evitar a utilização de produtos irritantes: Produtos químicos fortes, como detergentes, amaciadores de roupa e perfumes, que podem irritar a pele atópica, pelo que deve evitar usá-los. Opte por usar detergentes naturais e vestir roupas largas e de algodão;
  4. Não secar a roupa ao ar livre, especialmente na altura em que os níveis de polinização das plantas estão mais elevados, a fim de evitar a exposição da nossa roupa a agentes alergénios;
  5. Manter a casa arejada e com a humidade correta, principalmente a divisão onde a pessoa com pele atópica passa mais tempo e onde dorme;
  6. Evitar coçar a pele: A comichão é um sintoma comum da pele atópica, mas coçar pode piorar a irritação e aumentar o risco de infeção. É aconselhado manter as unhas curtas e usar luvas de algodão para evitar coçar;
  7. Evitar o stresse: O stress pode ser um fator de agravamento dos sintomas de pele atópica, por isso, é recomendado encontrar formas que ajudem a reduzi-lo, como passear ao ar livre, fazer exercício físico ou outras atividades de lazer;
  8. Beber água com frequência: Ingerir água ao longo do dia vai ajudar na hidratação corporal, assim como o consumo de determinados alimentos ricos em água, por exemplo, as uvas, pêssegos, laranjas, tomates, pepinos, cebolas, pimento verde e aipo. O abacate é também uma fruta rica em vitaminas C e E, e gorduras monoinsaturadas, que ajudam no bloqueio da humidade na pele;
  9. Evitar a exposição solar: O sol pode ser um obstáculo, já que a pele seca não deve ser exposta ao sol com tanta frequência. No entanto, em caso de exposição, deve aplicar um protetor solar com ação hidratante;
  10. Consultar um dermatologista, quando existirem lesões: Se a sua pele atópica estiver muito inflamada, ou se sentir muita comichão, deve consultar um dermatologista. Nestes casos, pode ser necessário recorrer a terapêutica anti-inflamatória que deve ser prescrita por um médico especialista.

Referências

  1. Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (SPDV). A Pele. Disponível em: https://www.spdv.pt/_a_pele. [Consultado em maio de 2023].  
  2. Associação Dermatite Atópica Portugal (ADERMAP). Dermatite Atópica. Disponível em:  https://www.adermap.pt/dermatite-atopica. [Consultado em maio de 2023].  

 

Pode o desporto ajudar?
Foi no âmbito da conferência ‘Fórum RH’ que os responsáveis de recursos humanos de várias empresas partilharam a sua...

Moderada por Afonso Rodrigues, Team Lead International Growth do Urban Sports Club, a conversa sobre este tema contou com a participação de Hugo Protázio, Diretor de Recursos Humanos da JCDecaux Portugal; Patrícia Rijo, People Business Partner da Volkswagen Digital Solutions; João Álvaro, HR Business Partner (Compensation & Benefits) da Teya e Patrícia Silva, Chief Happiness Officer da BOOL.

Tendo como ponto de partida a necessidade de combater o estigma em torno da saúde mental e de enfatizar a importância de as empresas levarem a cabo planos de ação capazes de auxiliar os colaboradores, cada um dos participantes partilhou ações que já está estão a implementar, dificuldades que enfrentam no dia-a-dia e o tipo de programas e benefícios que têm trazido maior sucesso.

De forma geral, foi unânime que não há um plano de ação que funcione para todas as empresas: é fundamental conhecer o perfil dos colaboradores, em que áreas trabalham, o que lhes cause mais stress e que tipo de benefícios mais valorizam. Há, no entanto, o sentimento comum, e em alguns casos já comprovado, de que o desporto corporativo tem um impacto muito positivo nas equipas e na motivação dos colaboradores.

Patrícia Silva, Chief People Officer da Bool, trouxe para a conversa as vantagens já comprovadas que a oferta de um benefício teve na empresa: a subscrição do Urban Sports Club. A possibilidade de praticarem exercício onde e quando querem, trouxe aos colaboradores uma flexibilidade que antes não tinham e um benefício que promove o seu bem-estar, a sua saúde física, mas também o convívio entre equipas fora do ambiente de trabalho – um sucesso na Bool.

Patrícia Rijo, People Business Partner da Volkswagen Digital Solutions, partilhou que, na empresa, além da oferta de benefícios, o foco é promover uma cultura aberta entre colaboradores onde “it 's ok not to be ok”, quebrando assim o estigma à volta das conversas sobre saúde mental, ansiedade e stress.

Já Hugo Protázio, Diretor de Recursos Humanos da JCDecaux Portugal, reforçou a ideia de que é fundamental as empresas alinharem as suas iniciativas ao negócio em questão. Com igual nível de importância, referiu a necessidade de analisar métricas de sucesso de forma a perceber se as medidas e ações adotadas estão a ter um impacto positivo nos colaboradores ou se têm de ser adaptadas.

João Álvaro, HR Business Partner (Compensation & Benefits) da Teya reforçou, também, as vantagens da aposta na promoção da saúde por meio da atividade física. Segundo ele, a prática de exercício físico tem trazido inúmero benefícios para os colaboradores da Teya não só a nível físico, mas também em termos psicológicos.

É, assim, evidente que a oferta de um benefício que ajude a promover a saúde física e incentive a prática de exercício é, não só valorizado pelos colaboradores, como tem resultados comprovados na relação entre as equipa e na produtividade.

É ainda fundamental que cada empresa perceba, mediante o perfil dos seus colaboradores, qual o plano de ação mais adequado que terá maior impacto na sua dinâmica corporativa. 

Especialista esclarece
Quais são as suas recordações da infância?

São especialmente fortes as memórias relacionadas com a família (a casa onde vivemos, as férias que passámos com os pais ou avós, as brincadeiras com os irmãos, as comidas preferidas, o Natal...) e as memórias da escola (os professores, os colegas, os livros e as brincadeiras). De toda a nossa infância podemos certamente retirar momentos divertidos e alegres e outros mais tristes e sombrios.

Porque é que as recordações da infância são tão importantes?

As crianças que têm a capacidade de recordar as experiências do dia-a-dia podem usá-las, durante a adolescência e a idade adulta, para construir a sua identidade, para tomar decisões e para interagir com as outras pessoas. Por exemplo, as crianças que recordam experiências positivas durante as quais ultrapassaram dificuldades com sucesso, terão tendência a ser mais confiantes para enfrentar os desafios no futuro. Pelo contrário, experiências negativas ou fracassos serão no futuro memórias que diminuem a autoconfiança e aumentam a ansiedade. As recordações da infância ajudam a orientar o comportamento e a tomar decisões mais acertadas. Neste sentido, , as regras e limites que nos são colocados na infância (pela família, na escola, etc.) influenciam a nossa perspetiva ao longo da vida sobre o que são comportamentos “corretos” e “incorretos”. Quando interagimos com as outras pessoas recorremos às nossas vivências da infância para replicar os modelos de relação que tivemos no passado. Por exemplo, se na infância gostávamos de ir passear com os nossos pais para a praia, poderemos hoje levar os nossos filhos à praia e assim fortalecer a nossa relação com eles.

Como criar memórias boas e fortes?

Uma das principais razões para fortalecer boas memórias na infância é que isso irá ajudar a que as crianças sejam mais felizes no futuro. Olhar para o passado e poder dizer que se teve “uma infância feliz” é meio caminho andado para enfrentar o futuro com confiança e estabilidade emocional. Quanto mais oportunidades uma criança tem de viver experiências positivas e estimulantes, de as interiorizar e de as partilhar com outras pessoas e de construir relações afetivas fortes, maior será a probabilidade de ter boas recordações da sua infância. Ao contrário do que seria de esperar, não é a visualização repetida de fotografias e vídeos que fortalece a capacidade de memorização das experiências da vida. A família desempenha um papel fundamental neste processo de consolidação das memórias precoces da infância ao influenciar a forma como as crianças interpretam e assimilam as suas experiências do dia-a-dia. Encorajar uma criança a falar sobre os acontecimentos e a descrever a sua experiência pessoal, ajudando-a a olhar para essa experiência de uma forma positiva, é a melhor forma de consolidar essas recordações. Para isso, em vez de se realçar que a criança ficou com o “joelho esmurrado” pode elogiar-se a forma como ela se conseguiu levantar depois de ter caído da bicicleta. As perguntas abertas como “o que gostaste mais de fazer no fim de semana?” são preferíveis às perguntas fechadas (ex.: “gostaste do fim de semana”?) que pedem respostas do tipo “sim” ou “não”.

O que fazer quando as memórias não são boas?

Infelizmente a infância nem sempre proporciona boas memórias. Muitas crianças sofrem de carência económica, violência doméstica, maus tratos, negligência, abandono, migração forçada ou guerra. Estas experiências adversas aumentam os níveis de stress e podem produzir consequências negativas a longo prazo, como por exemplo, diminuindo a autoestima, a confiança e a capacidade de regular as emoções. Nesses casos, é importante atuar precocemente e ajudar as crianças e as suas famílias a ultrapassar essas dificuldades. O Projeto “Let´s Talk About Children”, que está a ser implementado em vários países europeus, incluindo Portugal, irá treinar profissionais nas escolas e nos serviços de saúde para reconhecer precocemente as crianças e famílias em risco. Deste modo, será possível identificar as necessidades específicas de cada família no que diz respeito à saúde (por exemplo, consultas especializadas) mas também a outros fatores que influenciam a saúde mental (por exemplo, condições de habitabilidade precárias, carência económica e dificuldades de integração social).

 Na verdade, todas as pessoas têm memórias boas e más da sua infância. Mas mesmo as famílias disfuncionais, com problemas de saúde mental ou que vivem experiências de vida adversas, podem contribuir para reforçar boas memórias nas crianças. O que cada criança irá recordar no futuro é, não apenas o que aconteceu em determinada ocasião, mas sobretudo como as pessoas em seu redor a fizeram sentir nessa ocasião: amada, protegida, corajosa e segura.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Saúde oral
Se tem crianças na família, tenha muita atenção à sua higiene oral.

A importância de uma boa higienização oral 

Para que a criança consiga mastigar, falar e sentir-se bem durante o crescimento, é importante que crie bons hábitos de higiene oral. Por isso, as crianças com menos de três anos devem visitar, com regularidade, o médico dentista, para prevenir algum problema grave.

Cuidados a ter com a higiene oral das crianças

A higiene oral das crianças – apesar de ser um processo monótono – tem de ser uma rotina diária incutida, desde cedo, em casa. Os pais devem incentivar e ajudar na escovagem regular dos dentes, tornando-a uma tarefa diária, até que a criança seja suficientemente autónoma para a fazer.

Estes cuidados devem começar, ainda, antes da criança ter os primeiros dentes de leite. Nesta fase, fazer uma limpeza das gengivas com uma gaze humedecida em água é suficiente para manter uma higiene oral saudável.

Quando nascem os primeiros dentes deve utilizar-se, duas vezes por dia, uma escova pequena com cerdas suaves. É recomendável que se estabeleça horários específicos de higienização, para que se crie, mais facilmente, uma rotina.

A partir dos dois anos de idade, ainda é difícil para a criança fazer a escovagem, por isso, os pais devem fazê-la com ela, e tornar este processo mais divertido e menos aborrecido.

Com mais de seis anos, a criança já é suficientemente independente para fazer a própria higienização oral. A escovagem deve ser feita após as refeições e, sempre que não seja possível,

deve, pelo menos, bochechar só com água. A limpeza da noite é a mais importante e deve ter um tempo médio de três minutos.

Doenças bacterianas

Uma higienização oral desadequada potencia o desenvolvimento de doenças bacterianas prejudiciais para a sua saúde oral da criança.

Em Portugal, cerca de quarenta e nove por cento das crianças com seis anos, apresentam pelo menos um dente cariado. A cárie é o problema bacteriano mais frequente. É causada pela má remoção da placa bacteriana ou pela presença de demasiados açúcares. Consiste numa destruição progressiva da estrutura dentária, que, nos casos mais graves, pode levar à extração do dente.

Sugestões para uma boa saúde oral infantil

Ter uma boa higiene oral ajuda a prevenir fatores de risco. Por serem crianças, os pais devem ter essa muito presente essa preocupação. Comece por:

  • Limitar a ingestão de açúcares, porque vai ajudar a prevenir cáries.
  • Evitar o uso prolongado do biberão e da chucha. O ato de chuchar, morder interior das bochechas, respiração pela boca e não pelo nariz, durante um longo período são hábitos inimigos da saúde oral. Pode levar a uma má formação dentária e contribuir para o desalinhamento dos dentes. A criança deve deixar de chuchar a partir dos dois anos.
  • Ensinar a criança a ter uma boa rotina de higiene oral. Introduzir a lavagem com a escova e o uso de fio dentário de uma maneira divertida e menos monótona. Assim, será mais fácil criar uma rotina.
  • Utilizar pasta dentífrica com fluor, porque ajuda a remover a placa bacteriana e previne as cáries.

De pequenino é que se cria uma boa higiene oral e os adultos são o maior exemplo para as crianças. Manter uma rotina saudável é o primeiro passo para que, desde cedo, se consolidem hábitos benéficos para a saúde oral de qualquer pessoa principalmente dos mais novos. E, não se esqueça, de levar os seus filhos regularmente a um médico odontopediatra.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Doença neurológica
A Epilepsia é uma das principais causas de doença crónica na infância, estimando-se que, em Portugal

“A Epilepsia é uma doença neurológica crónica caracterizada pela existência de crises epiléticas recorrentes e não provocadas. As crises epiléticas resultam de descargas elétricas anormais e excessivas no cérebro, manifestando-se através de sintomas clínicos motores e não motores”, começa por explicar a neuropediatra, acrescentando que, de acordo com a Liga Internacional Contra a Epilepsia, existem 6 grandes grupos de causas associadas:·       causa estrutural (ex. tumores cerebrais, malformações do desenvolvimento cortical); causa genética (ex. síndrome do cromossoma 20 em anel);

  • causa infeciosa (ex. meningoencefalite);
  • causa metabólica (ex. epilepsia dependente de piridoxina);
  • causa imunológica (ex. síndrome de Rasmussen);
  • e de causa desconhecida.

Os sintomas da epilepsia são variáveis e dependem da região do cérebro afetada, sublinha a especialista. “Como referido anteriormente, as crises epiléticas resultam de descargas elétricas anormais numa determinada região do cérebro, causando alterações clínicas que podem incluir perda de consciência (ex. ausências), manifestações motoras (ex. clonias, automatismos) e não motoras (ex. sintomas autonómicos, sensitivos). No entanto, a epilepsia não se resume apenas às crises epiléticas. Entre as crises, também podem ocorrer alterações em várias esferas, como cognitivas, comportamentais, psicológicas e sociais”, exemplifica.

Em idade pediátrica, refere Cristina Pereira, as crises mais comuns “são as ausências infantis que se caracterizam por episódios de paragem de atividade e perda da consciência, por vezes acompanhados de automatismos”. “Também são frequentes as crises das epilepsias autolimitadas que ocorrem durante o sono e se manifestam com clonias da face e incapacidade de articular palavras, mantendo-se a consciência. No entanto, as crises mais graves são aquelas que se iniciam no primeiro ano de vida, como os espasmos epiléticos. Estes espasmos consistem em contrações súbitas e repetidas dos membros após o despertar, associadas a irritabilidade e a paragem ou regressão do desenvolvimento”, acrescenta.

O desafio do diagnóstico e tratamento da epilepsia em idade pediátrica é a possibilidade da ocorrência de comorbilidades

“As crianças com epilepsia apresentam mais frequentemente dificuldades de aprendizagem, alterações do comportamento, perturbação de hiperatividade e défice de atenção, autismo e patologia psiquiátrica”, pelo que o diagnóstico e tratamento adequados e atempados da epilepsia é extremamente relevante, uma vez que podem contribuir para a redução da incidência destas patologias associadas.

Segundo Catarina Pereira, o diagnóstico é clínico, devendo contar com o apoio de exames complementares de diagnóstico, como o electroencefalograma (EEG) e de um exame de imagem cerebral (ex. ressonância magnética) que irá permitir classificar o tipo de crises, o tipo de epilepsia e principalmente identificar a sua causa. “É essencial obter uma história clínica detalhada. É necessário verificar se há crises epiléticas recorrentes e não provocadas, descrever as suas características e fatores desencadeantes, além de identificar fatores de risco para epilepsia (intercorrências na gravidez/parto, traumatismos cranioencefálicos, infeções do sistema nervoso central, história familiar de epilepsia)”, sublinha ainda.

No que diz respeito ao tratamento, embora existam casos que podem não responder ao mesmo, existem, hoje, várias opções disponíveis. “O melhor tratamento será sempre aquele que se adequar especificamente a cada criança, tendo em conta o tipo de epilepsia, a frequência das crises epiléticas, a comorbilidade, entre outros fatores”, reforça explicando que “existem diversos medicamentos antiepiléticos com um bom perfil de segurança, e que podem ser escolhidos de acordo com o tipo de crise epilética /epilepsia”.

“É importante destacar que existem formas de epilepsia que podem ser tratadas com vitaminas como é o caso da epilepsia dependente de piridoxina”, sublinha.

A especialista destaca ainda que uma parte significativa das epilepsias e síndromes epiléticos da infância “são autolimitados e resolvem-se antes da idade adulta”. “No entanto, as epilepsias refratárias e as encefalopatias epiléticas que estão associadas a deficiência intelectual ou perturbações motoras, como a paralisia cerebral, tendem a persistir na idade adulta. Nestes casos, pode não haver cura, mas a criança pode experimentar períodos em que há uma melhoria no controlo das crises”, afirma.

Nestes casos, em que a doença não responde a um ou mais medicamentos, pode recorrer-se a outros tratamentos, como por exemplo:

a) Cirurgia da epilepsia: em alguns casos, a cirurgia pode ser uma opção. O objetivo é remover ou desconectar a área do cérebro onde as crises se originam. Isso pode ajudar a reduzir ou até mesmo eliminar as crises epiléticas.

b) Estimulação do nervo vago: é um procedimento no qual um dispositivo é implantado no corpo, geralmente no peito, e envia impulsos elétricos regulares ao nervo vago e ao cérebro. Esses impulsos ajudam a diminuir a frequência e a intensidade de alguns tipos de crises epiléticas.

c) Dieta cetogénica: é uma dieta rica em gorduras e pobre em carboidratos que tem mostrado ser eficaz no controlo das crises epiléticas. A dieta cetogénica altera o metabolismo cerebral, reduzindo a atividade epilética.

d) Canábis Medicinal/Canabidiol: o Canabidiol (CBD) é um composto encontrado na planta de cannabis e tem sido utilizado como tratamento complementar em casos de epilepsia refratária. Alguns estudos têm mostrado que o CBD pode reduzir a frequência das crises em certos tipos de epilepsia.

Segundo a especialista, existem vários desafios associados a esta área. “A investigação de uma epilepsia pediátrica é um desafio, pois existem várias etiologias que podem estar subjacentes. É necessário definir corretamente o síndroma eletroclínico para orientar a investigação e o tratamento. Também o tratamento é um desafio pois deve ser individualizado: cada criança com epilepsia é única, e o tratamento deve ser personalizado de acordo com o tipo de epilepsia, a gravidade das crises, as comorbilidades e outros fatores. Encontrar a combinação adequada de medicamentos antiepiléticos e outras terapias é um desafio importante”, explica.

Em todo o caso, reforça que o prognóstico da epilepsia pediátrica depende de diversos fatores. “Alguns dos principais elementos que influenciam o prognóstico são: o tipo de epilepsia, a idade de início, a etiologia subjacente, a resposta ao tratamento, as comorbilidades e a adesão ao tratamento”, afirma reforçando que hoje em dia já existem novas opções para o seu tratamento: “existem novos fármacos antiepiléticos, novas terapias não farmacológicas (ex. dieta cetogénica), técnicas de cirúrgia da epilepsia minimamente invasivas (ex. termo-ablação por laser) e a possibilidade de medicina de precisão, incluindo terapia génica”.

Após o diagnóstico, que cuidados a ter?

“Os aspetos mais dramáticos das crises epiléticas são a sua imprevisibilidade”, afiança a médica especialista. “Isso implica que a criança e a sua família estejam constantemente em alerta, pelo menos até se sentirem seguros com a medicação”, acrescenta.

De acordo com Cristina Pereira, os cuidados a ter vão depender do tipo de epilepsia e por consequência, do tipo de crises epiléticas. “As crises com queda brusca ao chão ou convulsões requerem uma alteração do ambiente em termos de segurança diferente daquela necessária para crianças com crises não convulsivas, em que elas podem agir de forma automática, com comprometimento total ou parcial da consciência. Nas crianças com crises durante a noite, o medo dos pais de não detetarem uma crise durante o sono leva-os a colocar a criança a dormir na cama dos pais, o que não é recomendado”, revela.

Para além da correta administração da medicação, sublinha: “é aconselhado às crianças com epilepsia evitar alguns fatores que possam facilitar a recorrência das crises, como uma higiene do sono inadequada. Se as crises não estiverem totalmente controladas, e após aconselhamento do médico assistente, é desaconselhada a prática de mergulho em profundidade, alpinismo e paraquedismo. Em outros desportos, como desportos náuticos, podem ser necessárias precauções extras, como a prática em conjunto com alguém que esteja ciente da doença”.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo será debatido no Congresso Internacional da UNIPRO
O II Congresso Internacional da Unidade de Investigação UNIPRO, do Instituto Universitário de Ciências da Saúde (IUCS), realiza...

Este encontro científico reúne especialistas como Saman Warnakulasuriya, que tem colaborado com a Organização Mundial da Saúde na identificação de agentes carcinogéneos responsáveis pelo cancro oral. O professor do King’s College identificou recentemente o fumo passivo como um fator que aumenta em 51% o risco de desenvolver cancro oral. Estudo, realizado por uma equipa internacional que inclui investigadores portugueses do IUCS, será um dos temas abordados durante o congresso da UNIPRO.

Victor Lloro, membro do Space Generation Advisory Council, abordará a relevância das investigações aeroespaciais para criar mecanismos que evitam a contaminação cruzada nas clínicas dentárias.

O congresso apresenta um programa vasto, que abordará também soluções técnicas para outras patologias relacionadas com a saúde oral. Uma delas é a BlueStain, uma citologia desenvolvida por Fernando Ferreira, da CESPU Diagnóstico, para identificação precisa de carcinomas orais. Os potenciais da impressão 3D, que permite dar escala ao fabrico de tecidos, serão apresentados por James Hoying, representante da Advanced Solutions Life Sciences.

A manhã do segundo dia é dedicada ao cancro oral. Esta secção do Congresso UNIPRO é promovida em conjunto com o Center on Oral Cancer, da Organização Mundial de Saúde. Contará com palestras de Juan Soane, da Universidade de Santiago de Compostela, que falará sobre como minimizar os atrasos na identificação do cancro oral e de Alexander Ross Kerra, da Universidade de Nova Iorque, sobre como pode a inteligência artificial ajudar ao diagnóstico desta patologia. 

 

Em parceria com a Direção-Geral da Educação ouviu 626 alunos do 7º ano de escolaridade
A UNICEF Portugal, em colaboração com a Direção-Geral da Educação (DGE), divulga os resultados de um inquérito sobre o impacto...

O inquérito, realizado durante os meses de março e abril de 2023, envolveu 626 crianças, com idades entre 12 e 13 anos. Do total de participantes, 309 eram raparigas (49%), 307 rapazes (49%) e 10 crianças optaram por não identificar o seu género (2%). Os resultados revelaram que 98% das crianças afirmam que o desporto as faz sentir bem, destacando emoções como alegria (68%), entusiasmo (59%) e satisfação (39%). Além disso, 90% das crianças relataram que as atividades desportivas aumentam a sua confiança, e 78% afirmaram que a prática desportiva tem um impacto positivo na redução da ansiedade.

As crianças destacaram, ainda, que o desporto lhes permite superar dificuldades e limites (97%) e melhorar as relações e o trabalho em equipa com os colegas (93%). Para promover o seu bem-estar emocional e psicológico nas aulas e outras atividades desportivas, 88% das crianças sugerem estratégias para lidar com a ansiedade e o medo através do desporto e 81% pede o uso de técnicas de relaxamento.

Beatriz Imperatori, Diretora Executiva da UNICEF Portugal, sublinha que “os efeitos negativos no bem-estar físico e mental e no equilíbrio emocional das crianças portuguesas resultados da pandemia ainda não foram totalmente recuperados. É fundamental continuar a investir de forma continua e sustentada para melhorar a saúde mental das crianças e jovens em Portugal”.

A responsável destaca “o papel fundamental da comunidade escolar – pais, professores e auxiliares – na promoção do desporto e das atividades físicas em contexto escolar pelo enorme impacto positivo no bem-estar físico, emocional e psicológico das crianças, contribuindo para o estabelecimento de relações saudáveis entre pares, superação de desafios e geração de emoções positivas e de confiança”.

De uma forma geral, o desporto e atividade física contribui para o desenvolvimento da criança a vários níveis:

  • Autoestima: quando as crianças se sentem confiantes nas suas capacidades desportivas, isso pode ajudar a aumentar a sua autoestima e a fazer com que se sintam melhores consigo próprias de uma forma geral;
  • Diminuição do stress e ansiedade: quando confiam nas suas competências, as crianças tornam-se mais capazes de enfrentar desafios e lidar com situações difíceis, o que pode ajudar a reduzir o stress e a ansiedade;
  • Melhoria do desempenho académico: quando estão confiantes, as crianças podem ficar mais motivadas e empenhadas, o que pode melhorar o seu desempenho académico;
  • Relacionamentos interpessoais: a confiança ajuda as crianças a desenvolverem relações saudáveis e significativas, o que contribuiu para o seu bem-estar emocional e psicológico.

Assinalando a importância deste tema, a UNICEF Portugal irá apresentar os resultados do inquérito e promover a atividade de mindfulness "A tua mente em movimento" nos dias 2 e 3 de junho, durante a final da Taça do Desporto Escolar UNICEF, que ocorrerá em Pombal. A atividade tem como objetivo proporcionar um espaço de promoção de saúde mental e do bem-estar, contribuindo para uma maior sensação de calma e incentivando a utilização de técnicas de relaxamento no contexto desportivo, reconhecendo o seu valor no desenvolvimento integral das crianças.

A Taça do Desporto Escolar UNICEF é uma iniciativa da Direção-Geral da Educação que visa promover a prática da atividade física e desportiva em contexto escolar, valorizando o seu papel na promoção da saúde e bem-estar mental das crianças e jovens. A competição deste ano combina quatro modalidades desportivas – Badminton, Futebol, Ginástica e Voleibol – e contará com a participação de cerca de 600 crianças.

“Passei à História” volta ao Villaret para sessão solidária
O espetáculo “Passei à História”, da autoria de Rui Malvarez, vai regressar ao palco do Teatro Villaret no próximo dia 26 de...

É a quarta vez que Rui Malvarez vai subir ao palco no Villaret depois de ter esgotado as primeiras sessões nos últimos meses. O convite Liga Portuguesa contra o Cancro surgiu do autor porque “sou admirador do trabalho da Liga e o cancro levou-me um grande amigo. Fez-me sentido que o meu humor e mensagem pudessem ajudar aqueles que de forma tão altruísta estão lá para ajudar quem precisa”. Também a Força de Produção, produtora responsável pela gestão do Villaret, decidiu aderir à iniciativa, contribuindo para o apoio solidário.

“A perda do Tiago, um dos meus grandes amigos, foi catalisadora da minha iniciativa para me lançar ao palco, porque a dor que me causou fez-me repensar nas prioridades e propósito da vida. Falo sobre isso no espetáculo, mas pareceu-me pouco...”, explica ainda Rui Malvarez.

Rui Malvarez promete mais uma sessão cheia de fortes gargalhadas, boa disposição e alguma reflexão, “tenho recebido muitas mensagens a elogiar o meu trabalho humorístico, mas também muita gente a referir o impacto da mensagem que o espetáculo transmite sobre a importância de viver no agora”.

O bilhete para esta sessão solidária “Passei à História”, no dia 26 de junho, custa 12€ e a receita reverterá para a Liga Portuguesa Contra o Cancro.

 

Rubrica estreou esta 4ª feira
‘Minuto Descomplicado’ é a nova rubrica do projeto Descomplica e o primeiro episódio estreou hoje, às 12h00, com foco no tema ...

Nas próximas semanas, às quartas-feiras, a médica ginecologista Patrícia Isidro Amaral será presença assídua na página de Instagram do #Descomplica para demonstrar que a contraceção não tem de ser complicada.

“Há sete anos que a missão do projeto ‘Descomplica’ é promover o empoderamento feminino e contribuir cada vez mais para a literacia das mulheres sobre os métodos contracetivos disponíveis, para que possam fazer uma escolha informada e consciente, em conjunto com o seu médico, e tendo em conta a opção que será mais adequada para o seu caso. Acreditamos que dar mais ferramentas e informação às mulheres e, desta forma, incentivá-las a participar na decisão sobre o método contracetivo que mais se adequa à sua vida, permitirá melhorar em larga escala a saúde feminina de todas as portuguesas”, afirma Inês Fernandes, Brand Manager da área Saúde da Mulher na Bayer Portugal.

Se tem dúvidas sobre contraceção, só precisa de um minuto para descomplicar com Patrícia Isidro Amaral. Acompanhe os episódios do ‘Minuto Descomplicado’ todas as quartas-feiras em @descomplicapt.

 

 

 

Ministro da Saúde anunciou criação de um programa para o tratamento com as bombas de insulina de última geração
A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) congratula-se com a decisão anunciada esta manhã pelo Ministro da...

“Esta é uma notícia fantástica, mas a verdade é que as pessoas não podem esperar mais. Apelamos a que o Sr. Ministro reconsidere os prazos, tornando todo o processo mais rápido e ágil!”, pede José Manuel Boavida, presidente da APDP, acrescentando: “O sistema de distribuição existente nas farmácias é sem dúvida o mais controlado, ágil e de fácil acesso e com possibilidade de integrar a inovação com maior rapidez”.

O Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, anunciou esta manhã a criação de um programa para o tratamento com as bombas de insulina de última geração para as 15 mil pessoas com diabetes tipo 1 e indicação para a sua utilização. Segundo o despacho assinado pelo ministro da Saúde, este programa de acesso universal será aplicado até 2026.

“O tempo de reflexão foi importante, é agora necessária resposta, pelo que a discussão e a clarificação de regras devem ser acompanhadas por uma ação real e imediata. A discussão dura há demasiado tempo e as crianças, os jovens e os adultos com diabetes tipo 1, bem como as suas famílias, não devem ter de esperar mais para ganharem qualidade de vida.”, remata.

No dia 14 de novembro de 2022, a propósito do Dia Mundial da Diabetes, a APDP entregou na Assembleia da República uma petição “Pelo acesso aos sistemas híbridos de perfusão sub-cutânea contínua de insulina (bombas de insulina) e pela qualidade de vida das pessoas com diabetes tipo 1 em Portugal”, que juntou cerca de 25 mil assinaturas. A APDP propôs ainda aos grupos parlamentares um aditamento ao Orçamento de Estado de 2023 para a comparticipação de 100% de mais dispositivos automáticos de insulina para pessoas com diabetes tipo 1.

No seguimento desta ação, o Governo criou um grupo de trabalho para avaliar a comparticipação e as condições de alargamento do acesso aos novos dispositivos. Esta comissão terminou o seu trabalho e apresentou as propostas de estratégia para a disseminação da utilização destes dispositivos e, até ao momento, estava apenas em falta a decisão do Ministro da Saúde.

Em Portugal, calcula-se que serão mais de 30.000 as pessoas que vivem com diabetes tipo 1, 5.000 das quais serão crianças e jovens. Esta é uma doença crónica causada pela destruição das células produtoras de insulina, que obriga ao tratamento com insulina desde o momento do diagnóstico e durante toda a vida.

Estes dispositivos são, atualmente, o que mais se assemelha ao funcionamento de um pâncreas artificial, administrando insulina automaticamente e ajustando-a de acordo com as necessidades individuais. São comparticipados em países como Espanha, França, Bélgica, Alemanha, Reino Unido, Itália, Eslovénia e Países Nórdicos.

Candidíase vaginal e Vaginose bacteriana
De entre os diversos problemas que podem afetar a saúde sexual e reprodutiva, as infeções vaginais d

Importa compreender que a morfologia e normal funcionamento da vagina e da vulva (área genital externa) mudam ao longo do tempo. Durante as diferentes fases da vida, surgem importantes variações influenciadas sobretudo pelo estado hormonal, assim como fatores externos, como o uso de contracetivos, a atividade sexual, o uso de pensos diários e desodorizantes vaginais, a utilização de antibióticos, ou outros medicamentos com atividade imune ou endócrina, que influenciam a composição vaginal e alteram a predisposição para o desenvolvimento de desequilíbrios.

As vulvovaginites (inflamação que ocorre a nível da mucosa vulvar e vaginal) mais frequentes são a vaginose bacteriana e a candidíase, sendo as suas manifestações e tratamento distintos.

A vaginose bacteriana resulta de um distúrbio em que há substituição da flora vaginal (“bactérias boas”) por concentrações elevadas de bactérias com efeitos deletérios. São alguns fatores de risco para o seu surgimento: novos ou múltiplos parceiros sexuais, duches vaginais, tabagismo, utilização de antibióticos, stress, assim como a presença de infeções sexualmente transmissíveis, entre outros. Geralmente, manifesta-se como corrimento abundante, a maior parte das vezes com odor intenso, e desconforto vaginal que agravam nas relações sexuais. O tratamento implica a utilização de antibiótico tópico (óvulos ou creme vaginal) ou oral.

Por outro lado, a candidíase resulta da proliferação de um fungo, na maioria dos casos Candida albicans. Esta infeção é muito frequente, sobretudo quando há fatores que alteram a imunidade e/ou a flora vaginal. São exemplos a gravidez, a diabetes mal controlada, a infeção por VIH ou a utilização de certos medicamentos, com antibióticos, citostáticos ou imunossupressores. Ao contrário da vaginose, a candidíase geralmente manifesta-se com um corrimento sem odor, mas que se associa a sintomas intensos de prurido (coceira) e, por vezes, sensação de ardor, eritema vulvar (vermelhidão) e fissuras. Normalmente, alivia na menstruação. O seu tratamento passa pela toma de antifúngico oral ou aplicação local (creme ou óvulos).

É essencial, contudo, compreender que as infeções vaginais não afetam apenas a saúde física, podendo ter um significativo impacto na saúde mental, emocional e relacional da pessoa afetada. Os sintomas e receios daí resultantes podem causar constrangimento, ansiedade, assim como afetar a autoestima. Prevenir estas infeções e tratá-las quando presentes é, portanto, parte fundamental para a saúde sexual e reprodutiva como um todo.

Algumas medidas gerais que poderão ajudar a prevenir infeções vaginais são:

  1. Manter uma boa higiene íntima – utilizar produtos adequados, suaves e sem perfume, e evitar duches vaginais;
  2. Usar roupa interior de algodão – permite alguma ventilação e evita humidade;
  3. Evitar roupas apertadas e/ou sintéticas, assim como pensos diários – causam retenção de calor e humidade, propiciando o desenvolvimento de fungos;
  4. Utilizar antibióticos apenas nas situações recomendadas pelo seu médico;
  5. Utilizar métodos de barreira (ex. preservativo) quando tem relações sexuais - é a única forma de evitar as infeções sexualmente transmissíveis durante as relações.

É importante ter em conta que apesar da vaginose bacteriana e da candidíase serem as infeções vaginais mais frequentes, existem variados outros agentes causadores de doenças sexualmente transmissíveis com sintomatologia vulvovaginal, como a tricomoníase, a gonorreia, a infeção por clamídia, entre outros. Essas infeções não tratadas podem ter importantes implicações na saúde sexual e reprodutiva, podendo ser causa de doença inflamatória pélvica, aumentado o risco de dor pélvica crónica, infertilidade ou gravidez ectópica (gravidez fora do útero).

Assim, na presença de sintomas de infeção vaginal ou de fatores de risco para infeções sexualmente transmissíveis, deve procurar a observação por um médico, de forma a ter um diagnóstico correto e tratar corretamente a infeção, não só para aliviar os sintomas, mas também para prevenir eventuais consequências futuras.

E não esquecer: a prevenção, o autocuidado e a manutenção da saúde sexual reprodutiva são fundamentais para o bem-estar como um todo.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Entrevista | Dra. Melanie Ferreira
Pode afetar qualquer pessoa, em qualquer idade: o Tromboembolismo Venoso é considerado uma das princ

É considerada uma das principais causas de morte em todo o mundo, estimando-se que atinja cerca de 10 milhões de pessoas. Os números relacionados com esta condição mostram ainda que o tromboembolismo venoso mata mais que o cancro da mama, da próstata e os acidentes de viação. Para quem desconhece, em que consiste o TEV? E qual a sua prevalência em Portugal?

O tromboembolismo venoso (TEV) caracteriza-se pela formação de coágulos nas veias, mais frequentemente nas veias das pernas (trombose venosa profunda - TVP), que podem libertar-se e migrar para o pulmão (embolia pulmonar - EP). O tromboembolismo venoso é umas das principais causas de morte e incapacidade a nível mundial, responsável pela morte de 1 em cada 4 pessoas. A prevalência em Portugal de embolia pulmonar é estimada em 35 casos por 100 000 habitantes, embora estes dados estão provavelmente subestimados. Havendo uma tendência crescente na última década.

Quais os principais fatores de risco associados a esta condição? E neste sentido, a partir de que idade se pode desenvolver? É verdade que também pode afetar crianças?

Embora existam várias causas para o tromboembolismo venoso, a principal – o tromboembolismo venoso associado à hospitalização – é potencialmente prevenível. Estratégias para a identificação dos doentes em risco de desenvolvimento de tromboembolismo venoso durante e após o internamento ou intervenção cirúrgica, pretendem através de dados clínicos, identificar o risco trombótico e hemorrágico do doente. Quando indicado, são tomadas medidas preventivas com o recurso a medicamentos (anticoagulantes) ou medidas mecânicas (como meias de contenção elásticas) para a prevenção do tromboembolismo venoso. Para além da hospitalização, existem outros fatores de risco de desenvolvimento de tromboembolismo venoso, como sejam neoplasia, traumatismo, imobilização prolongada, obesidade, terapêutica hormonal, gravidez, entre outros. Pode ser diagnosticado em qualquer idade. Contudo, a incidência aumenta com a idade, sendo raro nas crianças e habitualmente associado a fatores de risco identificáveis como o internamento.

Quanto aos sintomas, a que sinais devemos estar atentos, tendo em conta que, por vezes, estes podem passar despercebidos?

Os sinais e sintomas mais frequentes do tromboembolismo venoso são: perna inchada, vermelha, com dor e calor (na eventualidade de trombose venosa profunda), falta de ar, dor no peito, tosse e palpitações (nos casos de tromboembolismo pulmonar). Contudo, por vezes, o doente pode não ter sintomas associados, ou os sintomas serem atribuídos a outras patologias mais frequentes, como o síndrome coronário agudo, infeção respiratória, insuficiência cardíaca ou infeção da pele.

Como é feito o seu diagnóstico e quais os principais desafios associados?

O diagnóstico é baseado na clínica e confirmada por um exame de imagem que confirme a presença de TEV. Em casos de TVP, o diagnóstico é feito habitualmente por ecodoppler venoso dos membros inferiores. No caso de embolia pulmonar, o exame de imagem de eleição é a angio-TAC de tórax.

Como se trata o Tromboembolismo Venoso?

Perante o diagnóstico de TEV, a anticoagulação é o tratamento de primeira linha, sendo a estratégia terapêutica com maior eficácia comprovada no tratamento do TEV existindo raras contraindicações para o seu uso.

A escolha do anticoagulante deve ter em consideração as características do doente, do evento agudo, as suas comorbilidades, eventuais contraindicações e preferências, não havendo uma solução “one size fits all”.

Quais as principais complicações associadas a esta condição?

Se não for atempadamente identificado, o tromboembolismo venoso pode ser fatal. Se não for adequadamente tratado, as complicações, como a síndrome pós-trombótica (após trombose venosa profunda) e hipertensão pulmonar tromboembólica crónica (após tromboembolismo pulmonar) podem ser incapacitantes.

Em matéria de prevenção, quais os cuidados a ter?

Um estilo de vida com hábitos saudáveis como mantendo um peso saudável, evitando o sedentarismo e tabagismo é a melhor forma de prevenir o TEV. Em caso de viagens prolongadas, evite estar sentado durante toda a duração da viagem, assegure que se levante e exercite as pernas, pelo menos, a cada 2 horas. Em caso de internamento, ou cirurgia deve aconselhar-se com o seu médico sobre eventual necessidade de profilaxia do tromboembolismo venoso.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dia Mundial sem Tabaco
O Dia Mundial Sem Tabaco é uma iniciativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) e é comemorado todos

Historicamente, o tabaco era utilizado em algumas culturas como parte de cerimónias tradicionais e, desta forma, o seu uso era pouco frequente e pouco difundido. No entanto, desde o início do século XX, o aumento da capacidade de produção em larga escala de produtos baratos e fortemente promovidos pelos meios de comunicação e publicidade fez disparar o seu consumo. Assim, fumar tornou-se frequente no século passado e, consequentemente, assistimos a aumentos substanciais na prevalência de doenças induzidas pela sua utilização décadas depois.

Mais de um bilião de pessoas fumam e pelo menos metade morrerá prematuramente de complicações relacionadas com o tabaco. Atualmente estima-se que ocorre uma morte associada ao tabagismo aproximadamente por cada 0,8-1,1 milhões de cigarros fumados, sugerindo que é responsável por mais de 7 milhões de mortes por ano e, de acordo com dados da OMS, cerca de 1,2 milhões de mortes por exposição ao fumo passivo. Em Portugal, de acordo com os dados do último Inquérito Nacional de Saúde de 2019, 16,8% da população residente em Portugal continental com 15 ou mais anos era fumadora e, de acordo com o Institute for Health Metrics and Evaluation, em 2019 morreram em Portugal mais de 13.500 pessoas por doenças atribuíveis ao tabaco.

O tabaco prejudica quase todos os órgãos e é um fator de risco importante para desenvolvimento de neoplasias. Embora a nicotina em si não cause cancro, pelo menos 69 substâncias químicas presentes no fumo do tabaco são cancerígenas (alcatrão, cádmio, chumbo, polonio 210, carbono 14, entre outras) e o tabagismo é responsável por pelo menos 30% de todas as mortes por cancro. Associa-se a 80-90% de todos os casos de cancro do pulmão e também é fator de risco para muitas outras neoplasias como boca, faringe, laringe, esófago, estômago, pâncreas, colo do útero, rim, bexiga e leucemia mieloide aguda.

O consumo de tabaco também causa doenças pulmonares, como bronquite crónica e enfisema, pode exacerbar os sintomas de asma em adultos e crianças e aumenta a suscetibilidade a infeções respiratórias.

No que diz respeito à doença cardiovascular, o tabaco aumenta substancialmente o seu risco, nomeadamente de acidente vascular cerebral, doença coronária, doença vascular periférica e aneurismas. A doença cardiovascular é responsável por 40% de todas as mortes relacionadas com o tabagismo. Segundo o relatório de 2023 da World Heart Federation, é responsável por 3 milhões de mortes anualmente.

O tabagismo está ainda associado a muitas outras condições de saúde, tais como a artrite reumatoide, inflamação, compromisso da função imunológica e infertilidade masculina. Estudos experimentais recentes também identificaram uma associação ao risco de desenvolver diabetes tipo 2.

O tabagismo é um dos principais determinantes de morbilidade e mortalidade evitáveis e responsável por redução significativa na qualidade de vida. Parar de fumar resulta em benefícios de saúde imediatos. As estatísticas de sobrevivência indicam que parar de fumar resulta na reparação de grande parte dos danos pulmonares induzidos pelo fumo

do tabaco ao longo do tempo e, consequentemente, parte ou toda a esperança de vida perdida pode ser recuperada.

Por tudo isto, pela sua saúde e pela saúde de todos, não fume!!!


Prof. Doutor Rodrigo Leão

Professor Auxiliar Convidado, NOVA Medical School

Assistente Hospitalar Medicina Interna, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central

Secretário-Geral do Núcleo de Estudos de Prevenção e Risco Vascular da SPMI

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
9ª Edição das Bolsas de Cidadania 2023
Foram ontem, dia 30 de maio, conhecidos os projetos vencedores da edição deste ano das Bolsas de Cidadania Roche, num valor...

Um júri independente composto por sete elementos analisou as 68 candidaturas apresentadas, um número recorde de projetos desde a criação desta iniciativa em 2015.

O Projeto “Vida livre, autonomia emocional” da Associação Supera-Te conquistou a bolsa de 20 mil euros.

Este projeto pretende promover o desenvolvimento de competências emocionais e comportamentais para facilitar a integração social da vítima de violência doméstica. A ideia passa por realizar campanhas de rua, workshops, cursos e grupos de ajuda mútua que combatam a violência doméstica e a dependência emocional.

O desenvolvimento de um curso - designado ‘Supera-te’ - vai ainda ajudar na superação de relacionamentos abusivos.

A Associação Supera-te pretende desenvolver este trabalho na vila de Rabo de Peixe, concelho da Ribeira Grande, Açores.            

A Bolsa no valor de 15 mil euros foi atribuída ao Projeto “Programa de Grupos de Psicodrama para jovens com comportamentos aditivos”, do Instituto de Desenvolvimento e Inclusão Social – IDIS.

O projeto do IDS visa a criação de grupos de psicodrama para jovens com comportamentos aditivos entre os 14 e os 18 anos residentes em Vila Nova de Gaia. O objetivo é diminuir os comportamentos aditivos de um total de 30 jovens em situações de risco, encaminhados por entidades gestoras dos processos de promoção e proteção.

A IDIS - organização sem fins lucrativos - desenvolve intervenção clínica e psicossocial com crianças e jovens em perigo e as suas famílias.

Os responsáveis pelo projeto recordam que o psicodrama é uma abordagem reconhecida pela Ordem dos Psicólogos Portugueses e que tem demonstrado ser eficaz em grupos de adolescentes com psicopatologia ou problemas aditivos.

A Liga Portuguesa Contra o Cancro foi outro dos premiados com o Projeto “Ações prevenção primária e secundária do cancro oral nos estabelecimentos prisionais”. A bolsa de 10 mil euros foi para o seu projeto de prevenção e rastreio de cancro oral. A proposta da LPCC tem como principal objetivo a deteção de lesões malignas e pré-malignas na cavidade oral da população prisional portuguesa, bem como a realização de consultas de cessação tabágica na mesma comunidade.

O rastreio será voluntário e os reclusos poderão inscrever-se, assinando um consentimento informado.

A população prisional portuguesa é das mais velhas da Europa e é muito vulnerável e de alto risco para o desenvolvimento do cancro oral, por concentrar vários fatores de risco: maioritariamente homens, fumadores, com consumo de álcool e de estupefacientes, bem como com idades acima dos 40 anos.

O Projeto “ELA+, (M)elhorar (A)poiar (I)nformar, com (S)uporte Social”, da APELA - Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica conquistou uma bolsa no valor de 5 mil euros.

Com este projeto, a APELA pretende munir os doentes e cuidadores de orientação e apoio ao longo das várias fases da Esclerose Lateral Amiotrófica. Para isso, propõe criar um conjunto de vídeos explicativos sobre o modo de navegar na área dos apoios sociais e de ajudas pecuniárias. Serão também desenvolvidos vídeos, em parceria com profissionais de saúde, sobre documentos protetores dos doentes, como o testamento vital, os representantes legais ou o apoio e presença do cuidador.

É ainda objetivo deste projeto criar uma linha de apoio aos associados na área do serviço social.

A Roche atribuiu ainda mais duas bolsas neste valor – 5 mil euros – ao Projeto “O que importa é ter saúde!” da Together International Portugal, Let’s work Together, que visa a promoção da literacia em saúde através do ensino de suporte básico de vida aos estudantes do ensino secundário do concelho de Mogadouro. Pretende ainda dotar toda a comunidade do mesmo concelho de conhecimentos sobre o funcionamento dos cuidados de saúde em diferentes níveis (primários, hospitalares e serviços de urgência). Está incluída no projeto a elaboração de um e-book dedicado a competências de suporte básico de vida e socorrismo.

E ao Projeto “Programa CLIMB-ON para Parkinson”, da Young Parkies Portugal, Associação Portuguesa de Parkinson Precoce

O CLIMB-ON pretende usar a escalada para melhorar capacidades físicas, pessoais e sociais de pessoas diagnosticadas com doença de Parkinson. Destina-se a pessoas com menos de 50 anos, com o objetivo de levar doentes e familiares a terem uma participação ativa nas suas escolhas de saúde e promovendo estilos de vida saudáveis, assumindo um papel de liderança no controlo da progressão da doença.

A análise das candidaturas foi feita por um júri independente e multidisciplinar, constituído por Maria de Belém Roseira (antiga Ministra da Saúde), Graça de Freitas (Diretora-Geral da Saúde), Isabel Aldir (assessora da Presidência da República), José Manuel Pereira de Almeida (Coordenador Nacional da Pastoral da Saúde), Maria do Céu Machado (médica e ex-presidente do Infarmed), Ana Maia (jornalista) e Ricardo Encarnação (diretor médico da Roche).

Estas Bolsas visam o financiamento, num valor total de 60 mil euros, de projetos e ideias de associações de doentes e outras Organizações Não Governamentais (ONG). Desde 2015, as Bolsas de Cidadania já financiaram mais de 45 projetos, num valor acima dos 450 mil euros.

A iniciativa procura fomentar a participação dos cidadãos nos processos de decisão em saúde, a informação dos doentes sobre os seus direitos, assim como a sua participação nas decisões individuais de tratamento.

Este ano, as Bolsas de Cidadania marcam o arranque da celebração dos 50 anos da Roche em Portugal, associando a imagem comemorativa ao evento e reforçando o compromisso de continuar a trabalhar em prol da Sociedade.                   

A cerimónia pública de anúncio dos premiados decorreu ontem, dia 30 de maio, na sede da Roche Portugal, na Amadora.     

Páginas