Alimentando 29 prematuros no norte do país
O leite doado ao Banco de Leite Humano do Norte (BLHN), sediado no Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ),...

Com o objetivo de distribuição do leite humano por todos os bebés prematuros do norte do país, o BLHN distribui o leite doado dentro e fora do CHUSJ, concretizando uma rede sinérgica entre hospitais públicos do Norte de Portugal.

Tendo em conta que apenas 1 em cada 3 mães de bebés extremamente prematuros são capazes de manter a lactação suficiente para satisfazer as necessidades destes, os restantes lactentes beneficiam da ingestão de leite humano de dadoras.

O BLHN nasceu em setembro de 2022 no CHUSJ, com instalações e equipamentos altamente diferenciados e inovadores no país, com o propósito de disponibilizar, com toda a segurança, o melhor alimento para os bebés mais frágeis internados em Unidades de Neonatologia da zona Norte.

As vantagens do leite humano são amplamente reconhecidas, com ganhos em saúde universalmente aceites, pelo que, na impossibilidade de a mãe amamentar o bebé, o leite de dadora colmata as necessidades nutricionais, com comprovada eficiência na progressão alimentar e na diminuição de complicações digestivas graves e de infeções.

O “processo de recrutamento” de dadoras de leite humano é anónimo e confidencial. Mais informações disponíveis aqui.

 

Dia Mundial do Médico de Família
Desafio ingrato, mas irrecusável, este de escrever sobre o papel do Médico de Família nos nossos dia

Numa altura em que todos os dias se celebra um dia mundial de qualquer coisa, em que tudo é digital e “instragramável”, em que a Inteligência Artificial ameaça substituir a criatividade e individualidade humana e as relações interpessoais são cada vez mais estéreis, ser Médico de Família é quase disruptivo.

Um Médico(a) de Família, ou melhor, um médico especialista em Medicina Geral e Familiar, deve ser não só um pilar de qualquer Sistema de Saúde como também representar um pivot na gestão da saúde das famílias.

É o único profissional de saúde, em estreita colaboração com a figura do Enfermeiro de Família, que segue o indivíduo em todas as fases da sua vida, desde as primeiras semanas ao seu natural declínio.

Na realidade, não há exercício clínico mais reconfortante do que fazer parte da vida dos nossos doentes em gestos que vão dum simples atestado ou renovação de receituário até ao diagnóstico, comunicação e tratamento de patologias devastadoras. Tanto se pode ser uma influência disciplinadora como um porto de abrigo, imparcial, sem paternalismos, sem julgamentos, mas capaz de absorver as angústias de quem a nós recorre.

Considero, assim, que disruptivo ou não, o papel do Médico de Família sai reforçado nos tempos que vivemos, abordando o ser humano de forma holística como todos merecemos.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Métodos de ensino desatualizados e fraco investimento na digitalização da Saúde
O subfinanciamento dos recursos das escolas médicas, a pressão pelo aumento do numerus clausus, novas escolas e escassez de...

Com o propósito de dignificar e valorizar as necessidades identificadas pelos estudantes e também pela comunidade académica, a ANEM sistematizou os problemas identificados na “Vinheta do Estudante” e pretende agora entregar, em audiência, o manifesto à Ministra da Ciência Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato. “Pedimos uma audiência à Senhora Ministra porque queremos contribuir ativamente para melhorar a formação médica ministrada em Portugal. O nosso intuito não é apenas apontar críticas, mas também propor soluções. Infelizmente ainda não conseguimos obter uma resposta por parte do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior”, afirmou o Presidente da ANEM, Vasco Cremon de Lemos.

Para dar resposta às preocupações dos estudantes no que diz respeito à qualidade da formação médica realizada em Portugal, a Associação Nacional de Estudantes de Medicina elencou um conjunto de soluções, como adequar as políticas de financiamento público de forma a garantir infraestruturas adequadas e os recursos humanos concordantes com o número de estudantes existente nas instituições; Investir em incentivos para fixar o corpo docente e integrá-lo em modelos de carreira competitivos que valorizem a componente académica, a par com a clínica ou com a investigação.

Por outro lado, garantir um modelo de não aumento do numerus clausus, promovendo a sua redução progressiva através da atribuição de uma maior autonomia às Escolas Médicas para definir ingressos, tendo por base um planeamento nacional de recursos humanos em medicina e assegurar que o tratamento, a qualidade dos cuidados prestados e a perceção da pessoa doente não são negativamente afetados pelo contacto com um número elevado de intervenientes.

Melhorar e garantir a acessibilidade de toda a comunidade estudantil aos cuidados de Saúde Mental e promover a Saúde nas instituições de Ensino Superior, de forma integrada e colaborativa com o Ministério e estruturas associativas da área da Saúde, é outra das sugestões apresentadas.

'Casa da Diabetes’ é um programa de educação da APDP criado em 2017
A Casa das Associações, em Proença-a-Nova, conclui no próximo dia 19 de maio, entre as 14h e as 16h30, o programa ‘Casa da...

“O acompanhamento especializado de pessoas com diabetes é crucial, mas é também urgente que as pessoas conheçam a diabetes e que sejam capacitadas para a controlar melhor. Este projeto nasceu precisamente desta necessidade da população e da vontade que a APDP tem de levar conhecimento a todos os pontos do país para melhor acompanhar e tratar esta doença.”, explica José Manuel Boavida, presidente da APDP.

Para este programa, o Centro de Saúde de Proença-a-Nova selecionou um grupo de munícipes com diabetes para participar nas seis sessões formativas dinamizadas pela equipa multidisciplinar da associação. Desde dezembro de 2022, o grupo tem participado em conversas informais e educativas sobre a autogestão da diabetes.

“O Programa Casa da Diabetes envolve a realização de atividades na comunidade onde residem os participantes, contribuindo para implementar uma resposta integrada e de proximidade que responda às reais necessidades das pessoas. Proporciona momentos de convívio e simultaneamente educativos a todos aqueles que vivem diariamente com a diabetes e aos seus familiares. Permite aumentar os conhecimentos das pessoas com Diabetes tipo 2 e contribuir para que adotem os comportamentos e cuidados fundamentais para a boa compensação da diabetes e para, desta forma, melhorarem os seus resultados em saúde.”, explica Dulce do Ó, enfermeira coordenadora do programa.

“Sabemos que o acompanhamento nas doenças crónicas nunca é suficiente e, por isso, este projeto, Casa da Diabetes, é um exemplo de como se pode promover a capacitação das pessoas com diabetes para a sua autogestão, ou seja, para terem a capacidade de tomar decisões informadas sobre o tratamento no seu dia a dia. Em Proença-a-Nova, particularmente estes 30 doentes que desde dezembro participam neste projeto, tenho a certeza de que aprenderam e transmitirão a mensagem a outros doentes e, para futuro, fica a ideia de criarmos outras dinâmicas sobre este tema com a Unidade Móvel de Saúde, por exemplo.”, sugere João Lobo, Presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova.

‘Casa da Diabetes’ é um programa de educação lançado pela APDP em 2017 para chegar a todas as localidades do País. O principal objetivo passa pela criação de espaços onde as pessoas com diabetes podem partilhar experiências, esclarecer dúvidas e aprender a cuidar de si. Estas casas funcionam também como uma forma de parceria para que a APDP consiga alargar a sua área de intervenção.

TEV em idade pediátrica
No mês dedicado ao coração, é importante alertar para uma doença do sistema cardiovascular que pode

A trombose venosa corresponde à formação de um coágulo (trombo) no sistema vascular venoso que pode ocorrer em várias zonas do corpo e provocar oclusões de diferentes graus. Estes fatores fazem variar os sinais e sintomas da doença. Os locais mais frequentes de TEV são as veias das pernas (Trombose Venosa Profunda) e os pulmões (Embolia Pulmonar).

O TEV pode ocorrer em qualquer idade, até em crianças, mas há fatores de risco determinantes como TEV prévio, doença oncológica ativa, cirurgia ou trauma recentes, mobilidade reduzida, idade avançada, trombofilia, gravidez e período pós-parto, uso de medicação com estrogénios (pílula, terapêutica hormonal de substituição na menopausa), entre outros.

Os sinais de TEV podem ser ligeiros ou pouco específicos, conforme os diferentes casos, por isso é fundamental identificar e investigar situações de risco, principalmente nas crianças que estão internadas, onde a ocorrência destes eventos é mais propícia e frequente.

Em Portugal, não existe um registo dos casos de tromboembolismo venoso (TEV), mas estima-se que a incidência seja semelhante aos dados reportados noutros países, entre 0,07 e 0,14 casos por 10 000 crianças (15-200 vezes inferior em comparação com a população adulta). Contudo, apesar de pouco prevalente, na ausência de tratamento, o TEV pode ter uma evolução fatal ou provocar lesões graves, progressivas e irreversíveis.

O tratamento do TEV passa pela anticoagulação, mas dependendo da gravidade pode ser necessário tratamentos invasivos ou trombólise. A duração do tratamento deve ser individualizada, podendo ir de 3 a 6 meses até períodos de tratamento mais prolongados (manutenção a longo prazo).

Em idade pediátrica, o tratamento do TEV deve ser feito em centros de referência e por equipas multidisciplinares. Recentemente, os anticoagulantes orais diretos, que já eram utilizados em adultos, passaram também a estar em indicados em idade pediátrica, tendo demonstrado um perfil de eficácia e segurança consistente desde o recém-nascido. Na ausência de contraindicação, têm a vantagem de ser administrados sob a forma de solução oral, em vez de intravenosa ou subcutânea, o que especialmente no caso das crianças, facilita a sua utilização.

No caso do TEV em idade pediátrica, a maioria dos casos são diagnosticados em crianças hospitalizadas, a prevenção passa pelo reconhecimento dos fatores de risco como o cateter vascular venoso central, infeção grave, doença oncológica, grande cirurgia ou cardiopatia congénita.

Apesar de, o número de casos em crianças e adolescentes, ser muito inferior à dos adultos, parece existir um aumento da sua frequência nas últimas décadas, sobretudo em crianças hospitalizadas e, na maioria das situações, com fatores de risco associados.

Fontes:

Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (2020). Uma em cada quatro pessoas no mundo morre de complicações relacionadas com a trombose. Disponível em: https://www.spmi.pt/wp-content/uploads/2016/11/Flyer-TEV-002.pdf.

Visão Saúde (2021). Tromboembolismos venosos em crianças: são raros, mas estão a aumentar. Disponível em: https://visao.sapo.pt/visaosaude/2021-06-24-tromboembolismos-venoso-em-criancas-sao-raros-mas-estao-a-aumentar/

Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (2020). Uma em cada quatro pessoas no mundo morre de complicações relacionadas com a trombose. Disponível em: https://www.spmi.pt/uma-em-cada-quatro-pessoas-no-mundo-morre-de-complicacoes-relacionadas-com-a-trombose/

Visão Saúde (2021). Tromboembolismos venosos em crianças: são raros, mas estão a aumentar. Disponível em: https://visao.sapo.pt/visaosaude/2021-06-24-tromboembolismos-venoso-em-criancas-sao-raros-mas-estao-a-aumentar/

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Dia Nacional de Luta Contra a Obesidade
Para assinalar o Dia Nacional de Luta Contra a Obesidade, a ADEXO – Associação Portuguesa de Pessoas que vivem com obesidade...

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a Obesidade representa um risco acrescido de várias comorbilidades: além de aumentar o risco de morte por Covid-19, é responsável por 80% dos casos de Diabetes tipo 2, por 35% dos casos de Doença Cardíaca Isquémica, por 55% dos casos de Hipertensão e por 40% dos casos de Cancro na Europa.

A esta lista junta-se, ainda, o impacto económico que esta doença tem: em Portugal, o custo direto do Excesso de Peso e Obesidade foi estimado em cerca de 1,2 mil milhões de euros, aproximadamente 0,6% do PIB e 6% das despesas de saúde, segundo um estudo elaborado pelo Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência (CEMBE) da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e pela consultora Evigrade-IQVIA. As doenças relacionadas com a Obesidade que mais contribuem para os 1,2 mil milhões de euros de custos diretos em saúde são a Diabetes, o Acidente Vascular Cerebral, a Doença Cardíaca Isquémica e a Doença Renal Crónica, pelo que priorizar o tratamento da Obesidade irá permitir reduzir esses custos.

A ADEXO pretende, através da realização deste evento, reforçar a necessidade de um tratamento mais abrangente da Obesidade, assente no reconhecimento do imperativo que a Organização Mundial de Saúde fez sobre o tratamento da doença, divulgando um plano de aceleração do tratamento com o fim de travar a crescente evolução desta epidemia. As recomendações destinam-se ao Governo, mas, também, aos parceiros da sociedade civil, academia e indústria alimentar.

Em Portugal, são gastos 1,2 biliões de euros por ano no tratamento de todas as doenças associadas à Obesidade, enquanto para tratar a doença propriamente dita se gastam apenas 13 milhões. Estes custos totais diminuiriam se fosse dada prioridade ao tratamento da Obesidade. As doenças cardiovasculares e a diabetes, bem como as doenças reumatológicas são atribuíveis à Obesidade e não o contrário.

Por outro lado, ainda não se conseguiu capacitar suficientemente o entendimento dos profissionais de saúde sobre o que é a doença. Trata-se de uma doença crónica, multifatorial, biológica, inflamatória e recidivante e não uma doença comportamental, pelo que é preciso educar nesse sentido. A comunidade médica, de uma forma geral, tem ainda alguma dificuldade em reconhecer a Obesidade como doença, o que pode ser explicado pela insuficiente formação sobre a mesma nas faculdades de Medicina. Aos alunos de Medicina não lhes é incutida a ideia de que é uma doença. Neste sentido, a ADEXO não entende a ausência de sentido de urgência no tratamento da Obesidade, quando existe tratamento para outras doenças que são decorrentes desta patologia e poderiam ser evitadas com o tratamento da Obesidade. O facto de grande número de pessoas não ter acesso a médico de família também não ajuda a reverter esta situação.

A ADEXO adianta, ainda, que não se pode pensar unicamente na cirurgia (até porque as listas de espera rondam os três/quatro anos) como forma de tratamento, porque a maior parte da população não tem indicação para cirurgia e está à espera da comparticipação dos medicamentos que já existem e que são eficazes para impedir a evolução para Obesidade mórbida e, consequentemente, para a cirurgia.

Carlos Oliveira, presidente da ADEXO, refere que “é imperativo que se dê prioridade ao tratamento da Obesidade no nosso país, uma vez que Portugal foi dos primeiros países a reconhecê-la como doença e, desde então, pouco se tem evoluído para dar melhor qualidade de vida e um tratamento digno a milhares de pessoas que vivem com esta doença”.

O evento, presidido pelo Senhor Ministro da Saúde, Manuel Pizarro ou por um seu representante, conta com a intervenção do Professor Hélder Dores da Nova Medical School, de Carlos Oliveira, presidente da ADEXO, que fará um breve enquadramento do que é a Obesidade nos dias de hoje e os desafios que enfrenta, à qual se seguirá uma palestra proferida pelo Dr. Manuel Carvalho, Diretor do CRI.COM - Centro de Responsabilidade Integrada de Cirurgia da Obesidade e Metabólica do Hospital de Évora, sobre o tema “Prioridade ao tratamento farmacológico e cirúrgico da Obesidade”. O evento integra, ainda, uma visita guiada às salas históricas da Nova Medical School. Mais informações sobre a iniciativa estão disponíveis em: www.adexo.pt

A iniciativa conta com o patrocínio científico da APU e GPGU
A MSD Portugal apresenta o GU Clinical Cases, o novo projeto de educação médica que se propõe a selecionar e divulgar os casos...

A iniciativa visa incentivar a divulgação de conhecimentos teóricos e práticos, através da partilha de casos clínicos que apresentem características relevantes para aumentar o conhecimento dos profissionais de saúde nas seguintes indicações: próstata, rim, urotélio, testículo e pénis.

A seleção dos casos clínicos é da responsabilidade do Comité Científico, constituído por profissionais de saúde experientes, cujo trabalho é amplamente reconhecido pela comunidade médica: Arnaldo Figueiredo, Diretor do Serviço de Urologia e Transplantação Renal do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra; Avelino Fraga, Diretor do Serviço de Urologia do Centro Hospitalar Universitário Porto; Gabriela Sousa, Diretora do Serviço de Oncologia Médica do IPO de Coimbra; Joaquina Maurício, Diretora do Serviço do Hospital de Dia do IPO do Porto; José Palma dos Reis, Diretor do Serviço de Urologia do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte; e Isabel Fernandes, Coordenadora do Serviço da Hemato-oncologia Médica da CUF Descobertas.

Todos os profissionais de saúde que tenham interesse em participar na 1.ª Edição do GU Clinical Cases devem submeter os seus trabalhos na plataforma do evento, entre o dia 17 de abril e 30 de junho.

Originalidade, rigor científico, raciocínio clínico e impacto do caso clínico na comunidade médica são alguns dos critérios que o Comité Científico terá em conta para avaliar os trabalhos submetidos.

O caso clínico vencedor desta 1.ª edição será conhecido na reunião presencial do GU Clinical Cases, onde será distinguido com uma Menção Honrosa.

Após o evento, está prevista a publicação de todos os casos clínicos selecionados num livro ou website a ser divulgado junto das várias sociedades médicas, que patrocinaram cientificamente esta iniciativa.

Segundo os dados do Globocan 2020, os tumores genito-urinários corresponderam a 18% dos novos casos de cancro diagnosticados em Portugal. Por isso, a MSD mantém o compromisso de promover a melhoria constante dos cuidados prestados aos doentes e o apoio à formação dos profissionais de saúde.

Opinião
Atualmente, é de intenção cada vez mais global o apoio a uma sociedade mais inclusiva, em que as pes

A ideia é colocar cada pessoa com deficiência auditiva como o recetor-alvo da comunicação oral, partida de cada um dos diferentes interlocutores, nas diferentes ações em que se pretenda a inclusão. Muitas vezes, nem sempre é estabelecida a melhor acuidade auditiva, quer pelas condições envolventes (que pode ser devido ao ruído ambiente), quer pela qualidade da expressão verbal (de dicção, tom e tipo de voz). Na verdade, esta exposição oral pode ser feita em diferentes ritmos e velocidades, também meios (porque pode ser feita de forma indireta, por transmissão televisiva, rádio, ou internet, em que dependem outros fatores). Assim, devido à deficiência auditiva, nem sempre é possível que a transmissão desta informação seja feita de forma clara, sendo que isto também acontece em determinadas condições com as pessoas ouvintes (com audição normal, mas estas têm outros meios, que são menos específicos).

As pessoas com deficiência auditiva necessitam e ouvem através de tecnologias de reabilitação auditiva, tais como próteses e implantes auditivos, consoante os diferentes graus e tipos de surdez. E estas deverão ser auxiliadas por tecnologias assistivas, para permitir que a captação sonora seja realizada de forma tão direta quanto possível. Aqui deverão considerar-se diversos locais quando de modo presencial, pois cada local tem uma diferente adaptabilidade e conceito, o que pode exigir um estudo prévio, inclusivamente da acústica, mas também da tecnologia a ser empregue aplicada a cada circunstância. Também o recurso à inteligibilidade pode ser de modo diferente, quando se recorre não apenas ao som, bem como às legendas. E este recurso é muitas vezes utilizado quando se faz de forma indireta, ou seja, quando não há o contacto presencial ou visual entre os interlocutores e os recetores-alvo (que são as pessoas com deficiência auditiva).

As tecnologias assistivas e de acessibilidade às pessoas com deficiência auditiva dividem-se, atualmente, em quatro diferentes tipos, sem haver uma relação direta com prioridades (apesar de se privilegiar o recurso simultâneo entre som e escrita, que também poderá incluir outra informação visual), mas dependente de cada situação, são:

  • Legendagem por transcrição direta ou automática (por sistema informático de reconhecimento de voz, ou por operador com treino em digitação de velocidade rápida), e pós-produzida (como acontece nos filmes, ou emissões indeferidas, ou vídeos preadaptados, em que exige uma montagem);
  • Instalação de aro de indução magnético, em que exige uma preconceção de adaptabilidade, e ao contrário do que se julga, até nem é uma solução muito cara;
  • Recurso ao sistema FM, em que consiste numa fonte emissora, e num único ou vários recetores. Exige uma montagem e pode estar limitado ao número de recetores;
  • Tecnologia Bluetooth, atualmente, está a generalizar-se o uso desta tecnologia por "Auracast" (recente), já utilizado, por exemplo, em comunicação direta com dispositivos eletrónicos, tais como telemóveis e computadores. Nem todas as próteses ou processadores de implantes auditivos contemplam este recurso;
  • Existem outros acessórios dedicados a cada marca e modelo de prótese ou processador de implante auditivos que podem ser adquiridos para ajudar na comunicação.

Muitos destes sistemas de apoio à escuta, já são comparticipados pelo Estado por SAPA (Sistema de Atribuição de Produtos de Apoio), e em alguns casos, os equipamentos recetores (próteses e processadores de implantes auditivos) já veem equipados. No caso da legendagem, já começam a existir softwares cada vez mais eficientes e simples de usar, e em muitos casos, gratuitos.

Estas tecnologias podem mudar para melhorar a qualidade de vida e permitir o maior envolvimento das pessoas com deficiência auditiva na vida ativa e na sua prosperidade, permitindo igualmente um maior retorno de investimento.

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Doenças neurológicas, doenças raras e biossimilares
A Biogen, empresa de biotecnologia pioneira na área das Neurociências acaba de lançar o BiogenLinc, um novo website exclusivo...

Através deste website agregador de informação digital, qualquer médico, enfermeiro ou farmacêutico pode registar-se gratuitamente e aceder a um conjunto de conteúdos relacionados com as áreas terapêuticas de foco da Biogen, e nos quais se incluem notícias recentes sobre novos desenvolvimentos clínicos e científicos, informação detalhada de apoio à prática clínica destas patologias, soluções desenvolvidas pela Biogen (aplicações, cursos de e-learning e outros projetos educacionais), artigos redigidos por peritos, bem como conteúdos atualizados sobre congressos e outros eventos científicos, nacionais e internacionais. O BiogenLinc permite, ainda, aos seus subscritores efetuar pedidos de informação científica útil para o esclarecimento de dúvidas sobre os medicamentos ou áreas terapêuticas da Biogen.

Anabela Fernandes, Diretora-Geral da Biogen Portugal, refere que “a nova plataforma BiogenLinc foi criada para ser o ponto de contacto digital privilegiado entre os profissionais de saúde e o mundo Biogen, através do qual médicos, enfermeiros e farmacêuticos que acompanham as áreas da Esclerose Múltipla, da Atrofia Muscular Espinhal, dos Biossimilares e não só, podem aceder, de uma forma fácil e rápida, a um conjunto de informação clínica e científica constantemente atualizada. O BiogenLinc é a evolução natural do nosso anterior portal, o myBiogen, pensado para proporcionar uma melhor experiência aos profissionais de saúde. Queremos que este novo agregador de informação seja, acima de tudo, um espaço de partilha de conhecimento e experiências”.

O BiogenLinc já está disponível e pode ser acedido através do link www.biogenlinc.pt. Até ao final do ano, a empresa espera contar com cerca de 500 profissionais de saúde inscritos nesta nova plataforma.

Razão e emoção através da saúde e arte
"A Literacia faz bem à saúde" é o nome da nova exposição patente nas instalações da Direção-Geral da Saúde (DGS), em...

A exposição, que tem uma componente interativa, oferece conteúdos informativos sobre literacia em saúde, incluindo temas como nutrição, comunicação, bem-estar, VIH, homenagem aos cuidadores informais, entre outros. A arte vai estar igualmente em destaque com a apresentação de obras de artistas nacionais e emergentes. Através da arte, a exposição procura transmitir mensagens relacionadas com a saúde e o bem-estar. 

De acordo com a presidente da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde, a exposição "é uma oportunidade única para a população tomar consciência da importância da literacia em saúde, que pode fazer a diferença na vida de todos. Além disso, é um evento que une arte e saúde, e esperamos que o público possa apreciar tanto a componente informativa como a artística".

"No Dia Internacional dos Museus a DGS não poderia deixar de se associar a esta iniciativa, aproveitando para reforçar a importância da Literacia em Saúde como uma ferramenta central da saúde pública na promoção de comportamentos de prevenção da doença e promoção e proteção da saúde. Associar a arte às ciências através de iniciativas inovadoras como esta parceria, cumprem a nossa estratégia de proximidade com a comunidade e o cidadão”, refere Miguel Telo de Arriaga, Chefe de Divisão de Literacia, Saúde e Bem-Estar da DGS.

A exposição pretende percorrer o país com a missão de ajudar a aumentar os níveis de literacia em saúde. Após o seu período na sede da DGS, a organização já confirmou a sua passagem pelas cidades de Coimbra, Penafiel, e Figueira da Foz, brevemente. 

A Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde convida todos a visitarem a exposição "A Literacia faz bem à saúde" e a aprender mais sobre como cuidar da sua saúde. O evento conta com o apoio da MSD e Viatris e a entrada é gratuita.  

 

Dia 23 de maio
No dia 23 de maio, às 17 horas, a GSK e o Jornal Público organizam a conferência ‘Desafios em Saúde: a prevenção como...

A conferência decorre no auditório do Jornal Público e inclui uma homenagem a Graça Freitas, Diretora-Geral da Saúde em gestão, sendo encerrada pelo Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, podendo ser acompanhada em live streaming nas páginas de Youtube ou Facebook do jornal Público.

“A GSK tem o compromisso de impactar positivamente a saúde das pessoas: 2,5 mil milhões de vidas até 2030, para ser mais preciso. Nesse sentido, procuramos com esta iniciativa sublinhar a necessidade de uma reflexão estratégica e concertada da nossa sociedade relativamente a um dos maiores desafios em saúde da atualidade: as mudanças sociodemográficas que Portugal e a maioria dos países da Europa enfrentam. O envelhecimento da população, com os problemas de saúde decorrentes, exigem que os sistemas se tornem mais resilientes e devidamente capacitados para responder de forma efetiva a esses desafios. Acreditamos que a partilha de boas práticas entre geografias, nomeadamente sobre as lições aprendidas com a pandemia e a importância da prevenção, podem e devem ser um ponto de partida para uma discussão frutífera sobre o que pode ser feito para melhorar a qualidade de vida da nossa população, destacando a importância da prevenção”, explica Maurizio Borgatta, Diretor-Geral da GSK em Portugal.

Espera-se que esperança média de vida aumente 4,4 anos até 2040, quando comparada com a de 2016, segundo o Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde (IHME), sendo que a tendência é para que a proporção de população envelhecida continue a aumentar ao longo do tempo.

O envelhecimento saudável e uma longevidade com qualidade são fatores críticos para o progresso social e económico das nações. A vacinação tem, para isso, um papel fundamental, ao contribuir para a proteção da população mais vulnerável. Ao reduzir ou eliminar doenças infeciosas graves, as vacinas são consideradas um dos avanços mais importantes da medicina moderna e uma das intervenções de saúde pública mais custo-efetivas. Efetivamente, mais de 1,5 milhões de mortes poderiam ser evitadas melhorando a cobertura de vacinação global, apontam os dados apurados pela Vaccines Europe. Estima-se, ainda, que a imunização salve até 5 milhões de vidas em todo mundo, por ano. Atualmente, as vacinas protegem as pessoas de 17 doenças ao longo da sua vida, para que possam viver mais e com melhor qualidade. 

Os mesmos dados indicam que, 1 euro investido na vacinação de adultos acima dos 50 anos, tem um impacto positivo de 4 euros na economia, durante o período de vida restante dos mesmos. Além disto, vacinar um indivíduo contra até 17 doenças ao longo da sua vida tem um custo estimado de 3,395€ (incluindo custos administrativos), um custo muito inferior ao da maioria das intervenções preventivas secundárias feitas de forma massiva.

Atividade eletiva invasiva de ambulatório
Após pandemia e obras de requalificação profundas no polo Hospital Geral (HG) do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra ...

O momento do reinício da atividade será assinalado pelas 11 horas e contará com a presença do Diretor Clínico e da Enfermeira Diretora do CHUC, Nuno Deveza e Áurea Andrade, respetivamente.

Lino Gonçalves, Diretor do Serviço de Cardiologia do CHUC, dá conta que “a requalificação deste polo foi feita com base numa estratégia de complementaridade com os HUC-CHUC, polo onde preferencialmente serão admitidos os doentes agudos e complexos, dada a sua proximidade com o Serviço de Cirurgia Cardiotorácia. Para o polo HG-CHUC serão encaminhados os doentes de ambulatório, que necessitem de realizar técnicas diferenciadas e inovadoras, de baixo risco, nas áreas da cardiologia de intervenção estrutural e da arritmologia.”

O Diretor do Serviço de Cardiologia prossegue dando nota de que “o serviço passa a dispor no polo HG-CHUC, de sete camas de recobro para uso após os procedimentos invasivos, cinco camas de receção antes dos procedimentos e ainda de duas salas totalmente renovadas, uma para ecocardiografia avançada (transesofágico, ecocardiografia de sobrecarga, speckle tracking, strain e 3D) e uma segunda sala para recobro após estes procedimentos de imagem diferenciada, o que significa que todos os doentes estarão continuamente monitorizados durante a sua permanência no Serviço.”

Estas obras de requalificação, para além de permitirem a redução da lista de espera para a realização de procedimentos invasivos e diferenciados de cardiologia no CHUC, vão contribuir para melhorar a qualidade do atendimento e a segurança dos doentes e dos profissionais de saúde.

Criado parecer
O Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV) analisou as implicações éticas suscitadas pelo uso off-label de...

O uso off-label de um medicamento refere-se a situações em que este é usado intencionalmente para uma finalidade médica, em condições não conformes com os termos da autorização de comercialização.

O Conselho recomenda que o uso off-label de medicamentos se paute por procedimentos padronizados a nível nacional, quer no que respeita à sua avaliação prévia nos planos técnico-científico e ético por parte de comissões especializadas, quer no que respeita à obtenção do consentimento informado do doente. No momento da prescrição, o médico deve sempre assegurar-se de que a informação foi transmitida com eficácia e as premissas compreendidas, de modo que a decisão do doente ou do seu representante legal seja verdadeiramente informada. Aquando da dispensa do medicamento, o farmacêutico deve informar o doente ou o seu representante legal sobre a correta utilização off-label do medicamento e contribuir para promover a segurança e a efetividade da terapêutica.

O CNECV recomenda que o uso off-label de medicamentos seja restringido às situações em que, no conjunto dos medicamentos com Autorização de Introdução no Mercado, não exista um aprovado para a situação clínica do doente. Esta utilização deve apoiar-se em prova científica credível, permitindo perspetivar resultados terapêuticos com uma relação benefício/risco favorável para o doente, e ser custo-efetiva, devendo ainda ser sempre instituída uma farmacovigilância ativa.

O CNECV identificou três situações distintas de uso off-label de medicamentos na prática clínica em Portugal, que configuram níveis de risco também distintos e justificam a adoção de abordagens e procedimentos diferenciados, de exigência ética proporcional ao seu crescente grau de incerteza e risco. Quando o uso off-label de um medicamento é apoiado em prova clínica reconhecida e se encontra plenamente instituído na prática clínica justifica-se que a sua utilização e os protocolos terapêuticos que a prevejam sejam objeto de procedimentos de aprovação simplificados. Quando respeita a um uso off-label pontual, num doente específico, de medicamentos presentes no mercado há vários anos, impõe-se que a avaliação prévia seja realizada caso a caso, tendo em conta a prova científica disponível e a condição clínica do doente. Por fim, quando o uso off-label envolve medicamentos inovadores no tratamento de doentes específicos, impõe-se igualmente que a avaliação prévia seja realizada caso a caso. Além disso, sendo os medicamentos inovadores em regra dispendiosos, impõe-se também que seja analisado o seu valor terapêutico acrescentado e o seu perfil de custo-efetividade.

No seu parecer, o CNECV recomenda que a Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica assuma um papel ativo neste domínio, pronunciando-se sobre as diferentes utilizações off-label praticadas diariamente em Portugal, não somente a nível hospitalar, como também em ambulatório, sem prejuízo do importante papel já desempenhado pelas comissões de farmácia e terapêutica e pelas comissões de ética dos hospitais.

No que respeita ao ambulatório, o CNECV recomenda que as comissões de farmácia e terapêutica e as comissões de ética das Administrações Regionais de Saúde assumam responsabilidades de avaliação do uso off-label de medicamentos em condições equiparáveis ao contexto hospitalar.

Também as Ordens profissionais dos médicos e dos farmacêuticos, no âmbito da sua missão reguladora das boas práticas profissionais, devem assumir um papel mais ativo em matéria de uso off-label de medicamentos, nomeadamente pronunciando-se e emitindo recomendações, nos planos técnico-científico, deontológico e ético.

Por fim, o CNECV recomenda a criação de uma plataforma eletrónica dedicada ao uso off-label de medicamentos, em que sejam registados os usos off-label de medicamentos, bem como os respetivos efeitos positivos e negativos, e com interoperacionalidade com os demais sistemas de informação em saúde.

O Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV) aprovou, por unanimidade, o Parecer Nº 123/CNECV/2023 sobre o uso off-label de medicamentos que pode consultar aqui.

Hoje assinala-se o Dia Mundial da Neurofibromatose (NF)
Assinala-se hoje o Dia Mundial da Neurofibromatose (NF), designação dada a um conjunto de três doenças genéticas raras –...

Em Portugal, estimam-se em cerca de 4.000 os portadores de Neurofibromatoses (NFs), ainda que nem todos estejam diagnosticados, com um número aproximado de 500 crianças em idade escolar. Surgem, por ano, cerca de 40 novos casos desta condição no nosso País.

Em 2000, foi fundada a APNF – Associação Portuguesa de Neurofibromatose, fruto da iniciativa de um grupo de doentes, profissionais de saúde, familiares e amigos, direta ou indiretamente relacionados com as NFs.

A APNF é uma IPSS – Instituição Particular de Solidariedade Social, sem fins lucrativos, cujo objetivo primordial é reduzir o mais possível o impacto destas doenças na vida das pessoas afetadas, desenvolvendo as suas atividades e linhas de apoio direcionadas à comunidade NF de forma tendencialmente gratuita, ou com condições especiais, através de parcerias, donativos e patrocínios.

Neurofibromatoses podem afetar qualquer pessoa

As Neurofibromatoses são doenças crónicas, ainda sem cura, que podem ser herdadas de um progenitor portador ou surgir de novo, devido a uma mutação espontânea (cada possibilidade ocorre em 50% dos casos). Ou seja, podem afetar qualquer pessoa, independentemente da idade, etnia, género ou história familiar, impactando a vida dos pacientes a nível familiar, social, escolar e laboral.

As NFs predispõem para o desenvolvimento de tumores em todo o corpo, podendo provocar problemas de visão e audição, dificuldades de aprendizagem, deficiências e deformidades ósseas. Podem envolver dor física e emocional, afetação das capacidades motoras e cognitivas, constrangimentos decorrentes da aparência física, estigma/discriminação e incerteza em relação à evolução da doença.

Estas doenças exigem elevada monitorização e um acompanhamento médico regular por parte de um corpo interdisciplinar de clínicos de várias especialidades: Neurologia,

Dermatologia, Neuroftalmologia, Genética, Psicologia, Cardiologia, Endocrinologia, Otorrinolaringologia, entre outras.

Movimento global de sensibilização

Maio é o mês dedicado à consciencialização para a Neurofibromatose a nível mundial. Todos os anos, a 17 de maio, o evento ‘Shine a Light on NF’, dinamizado pela Children’s Tumor Foundation, organização líder na investigação em NF, procura sensibilizar para estas doenças genéticas raras através da iluminação de monumentos e outros edifícios/infraestruturas com as cores representativas da NF – azul e verde.

Maio é, também, o mês do Encontro Anual da APNF, um momento de partilha de informação e conhecimento sobre temas diversos relacionados com as Neurofibromatoses, que proporciona, igualmente, a confraternização e partilha de experiências entre pacientes, familiares e amigos.

O programa da 20.ª edição, agendada para dia 20, inclui o primeiro encontro médico-científico organizado pela APNF – NF Horizons –, que irá juntar investigadores, médicos e outros profissionais de saúde dedicados às NFs. O keynote speaker será o Professor Eric Legius, médico e geneticista natural de Leuven, Bélgica, com um percurso de investigação centrado na Neurofibromatose (em especial, na Neurofibromatose tipo 1 – NF1) e noutras doenças genéticas, como a síndrome de Legius e a síndrome de Noonan.

A relação com as doenças cardiocerebrovasculares
A principal causa de morte a nível mundial são as Doenças cardiocerebrovasculares (DCCV), das quais

Provavelmente de maior relevância é o facto de as DCCV serem também uma das principais causas de morte prematura, isto é, aquela a que acontece antes dos 70 anos (calcula-se que possam reduzir em 12-14 anos a esperança de vida em Portugal).

Para além desta elevada mortalidade, as DCCV são responsáveis por um elevado número de internamentos hospitalares (com todas as consequências pessoais, familiares e também económico-sociais) e são uma das mais importantes causas de incapacidade, não raramente deixando os doentes com elevado grau de dependência de outras pessoas para as atividades básicas do seu dia-a-dia (alimentarem-se, vestirem-se, cuidarem da sua higiene, etc.).

De entre os fatores de risco para o aparecimento e progressão das DCCV e particularmente para o AVC (principal causa de morte em Portugal: cerca de 2/3 de todas as mortes por DCCV) destaca-se a Hipertensão Arterial (HTA) definida como pressão arterial maior ou igual a 140/90 mmHg.

A HTA (presente em mais de 40% de todos os portugueses adultos) foi definida há mais de 3 décadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como “assassino silencioso” visto que, na grande maioria dos doentes, não provoca sintomas específicos durante muitos anos, sendo muitas vezes descoberta apenas quando surgem as dramáticas complicações (AVC, EAM, Insuficiência Renal grave, etc.).

Mas há boas notícias, visto que hoje está claramente demonstrado que o diagnóstico precoce e o consequente tratamento correto e atempado da HTA são capazes, de forma bem marcada, de reduzir o risco de desenvolver DCCV, de atrasar o seu eventual aparecimento e diminuir a gravidade das suas terríveis consequências.

O primeiro passo é, naturalmente fazer o diagnóstico (25% dos portugueses com HTA desconhecem a sua situação) que é simples e pode ser feito em múltiplos locais e consiste em medir regularmente a pressão arterial e, perante valores elevados, procurar o médico assistente para confirmar o diagnóstico.

O segundo passo (ousaria dizer que deveria ser mesmo o primeiro e que se aplica a todos!) é adotar comportamentos saudáveis. Principalmente no nosso país, devemos pôr a tónica na redução no consumo de sal (ingerimos em média praticamente o dobro do recomendado pela OMS) mas também do álcool e das calorias e gorduras saturadas e, em contrapartida, aumentar o consumo de vegetais e fruta, a prática de exercício físico regular, sem descurar a correção de eventual excesso de peso ou obesidade e a cessação total do tabaco.

Quando estas medidas são insuficientes, poderá ser necessário utilizar também medicamentos anti-hipertensores. Felizmente, a evolução científica e tecnológica permitiu desenvolver um conjunto alargado de medicamentos anti-hipertensores, cada vez mais eficazes, praticamente isentos de efeitos laterais indesejáveis e amplamente disponíveis.

Nunca é demais recordar que os medicamentos anti-hipertensores (como todos os outros medicamentos) só são eficazes a controlar a pressão arterial, se forem tomados corretamente, isto é, seguindo rigorosamente a indicação do médico.

Esta estratégia 1,2,3 é certamente a chave para o sucesso na redução das nefastas e dramáticas consequências das DCCV, particularmente do AVC, em Portugal.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Como identificar
O melanoma é dos cancros cutâneos existentes o mais perigoso.

O melanoma é causado mais frequentemente pela exposição intensa às radiações ultravioletas (escaldões e solários) que desencadeiam mutações genéticas nas células transformando-as em malignas.

Os melanomas parecem sinais, mas só alguns surgem a partir de sinais pré-existentes. Podem ser castanhos ou pretos, cinzentos, cor de pele, vermelhos ou azuis.

Se tratados a tempo são curáveis, se não, são muito resistentes à terapêutica espalhando-se pelo organismo (metástases) e conduzindo à morte.

O melanoma aparece mais frequentemente em adultos jovens.

O ABCDE do Melanoma

O risco de ter melanoma relaciona-se com o número de sinais; qualquer pessoa com mais de 100 sinais tem um risco acrescido de desenvolver este cancro.

Este código destina-se a explicar às pessoas de forma simples o que devem valorizar nos seus sinais. Quando um, e basta um, dos fatores alterados deve procurar-se um dermatologista.

A - ASSIMETRIA: Traçando uma linha pelo maior eixo do sinal, existe assimetria se as duas partes não são iguais.

B - BORDO: O bordo de um melanoma é geralmente pouco definido ou irregular, espiculado ou com reentrâncias.

C - COR: Existe na mesma lesão uma variedade de cores ou de tons diferentes da mesma cor

D - DIÂMETRO: Habitualmente os melanomas tem um diâmetro maior que 6 mm, embora haja muitos que são menores.

E - EVOLUÇÃO: Este “E” é de evolução e não de espessura.

Qualquer modificação nos parâmetros anteriores, ou qualquer queixa de novo, como hemorragia, comichão ou formação de crosta implica avaliação médica urgente.

Outros cancros de pele

Existem outros tumores malignos da pele que são até mais frequentes que os melanomas. Destacam-se os Basaliomas (também chamados carcinomas baso-celulares) e os Carcinoma Espino-Celulares.

Aparecem caracteristicamente em idades mais tardias e têm relação com a exposição solar ao longo da vida (intensa e curta ou prolongada e mais ou menos continua). Assim sendo, profissões ou atividades lúdicas ao ar livre são fatores a considerar.

A sua localização é sobretudo em áreas expostas cronicamente ao sol e existem locais com pior prognostico, como o nariz e pavilhão auricular, ou ainda o lábio inferior.

O tabagismo também é fator de risco principalmente para o carcinoma espino-celular do lábio inferior.

O sinal de alerta a considerar é a ferida que não cura ou que cura aparentemente, mas reaparece sempre.

Ambos são tratáveis e têm melhor resposta à terapêutica que o melanoma, se diagnosticados em fase mais avançada. Salienta-se, no entanto, o seu carácter de malignidade com todas as suas implicações.

Proteja a sua pele!

Não apanhe sol entre as 12 e as 16 horas, use protetor solar adequado ao seu tipo de pele e roupa de algodão fresca para se proteger. E não se esqueça de proteger os olhos: óculos de sol são fundamentais. Se gosta de caminhar à beira mar, use um chapéu e uma t-shirt e não se esqueça de tirar os mais pequenos da praia à hora do almoço. É proibido levar as crianças para a praia nestas horas do dia: Mesmo debaixo do chapéu há radiações.

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Mais de 30 consultas de especialidade
A Affidea Portugal reforça a prestação de cuidados de saúde aos habitantes de Setúbal, com a expansão da Clínica da região,...

A clínica Affidea Setúbal torna-se, assim, uma unidade de cuidados de saúde não hospitalar de referência, destinada às várias etapas da jornada do paciente e, tal como refere Villa Brito, Diretor Clínico da Affidea Setúbal “foi imaginada, desenhada e construída de raiz e acredito que irá corresponder aos anseios e necessidades de cuidados de saúde de ambulatório da população da Região”.

São 50 os novos médicos das mais variadas especialidades, que se juntaram a um corpo clínico já existente de mais de 30 médicos, e mais outros 20 profissionais que integram a equipa para disponibilizar novos serviços nas áreas de Medicina Geral e Familiar, Ginecologia e Obstetrícia, Urologia, Pediatria, Ortopedia, Fisioterapia e muitos outros.  Destaca-se ainda a Consulta do Dia – Pediátrica e de Adulto – que, sem necessidade de marcação, disponibiliza um médico para avaliação e recomendação de terapêutica ou encaminhamento para os cuidados de saúde necessários. Esta consulta tem ainda o apoio de uma equipa de enfermagem dedicada e de diversos exames complementares de diagnóstico. 

Villa Brito acrescenta que a clínica conta “com uma equipa de profissionais de saúde de muitas áreas e especialidades tecnicamente competentes e eticamente responsáveis, que pretende, de uma forma coordenada e eficiente, responder rapidamente, e em tempo útil, aos problemas de saúde dos que a procuram”.

Localizada no Centro Comercial Alegro Setúbal, a clínica Affidea Setúbal oferece, desde 2016, a mais elevada qualidade em exames de imagiologia e análises clínicas, bem como em cardiologia e doenças do sono.  

 

 

Programa pioneiro foi iniciado em 1985
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), efetuou ontem, dia 16 de maio, o implante coclear número 1500.

João Elói, Coordenador do Centro de Referência de Implantes Cocleares do CHUC, que relata que “o acaso do destino levou a que a Enf. Licínia Marques estivesse presente na primeira equipa cirúrgica e na equipa de hoje, 1500 implantes depois, considera tratar-se de um momento particularmente especial do trabalho de toda uma equipa de médicos, administradores, enfermeiros, técnicos, terapeutas, administrativos e auxiliares, presentes e passados, que só chegou a este bom porto com todo o apoio verificado por parte das Direções do Serviço de Otorrinolaringologia, das Direções Clínicas e dos Conselhos de Administração que ao longo destes 38 anos têm incentivado, sem exceção, este método terapêutico.”

João Elói recorda este programa pioneiro iniciado em 1985, pelos médicos, Manuel Filipe Rodrigues e Fernando Rodrigues, “pioneirismo que tornou Portugal no terceiro país europeu a usar esta técnica de uma forma clínica rotineira e desde logo definindo um método inovador de (re) habilitação da audição e fala – o método de Coimbra e congratula-se pela continuidade do trabalho de grande responsabilidade, com desafios crescentes, desenvolvido ao longo de todos estes anos, de modo a corresponder aos ensejos e às necessidades (vitalícias) dos doentes que, de todo o país, cada vez mais nos procuram”, conclui.

O Conselho de Administração do CHUC endereça felicitações e reconhecimento a toda a equipa e a todos quantos, ao longo do tempo, permitiram alcançar este elevado número de implantes colocados e que tanto contribuíram para a qualidade de vida de quem os recebeu.

 

 

Dia Mundial de Hipertensão
A hipertensão arterial (HTA) não sai de moda.

Poucos serão os que não terão ouvido falar de HTA, mas infelizmente nem todos sabem quais os valores ideais, os comportamentos que podem contribuir para um controlo mais adequado, e a maioria ainda não foi adequadamente informada que tomando a medicação prescrita pelo médico é mais que meio caminho andado para um controlo eficaz. A maioria desta informação deve ser obviamente veiculada pelo médico, se não toda, considerando pelo menos o momento do diagnóstico. Ainda assim, cabe ao indivíduo com HTA ouvir os conselhos atentamente, procurar cumprir o melhor possível, e assumir as rédeas no que diz respeito à toma diária da medicação e responsabilidade sobre a sua doença. Porque, sim, a Hipertensão é uma doença, e o mais difícil de encaixar é que é crónica e silenciosa. Ou seja, só dá sintomas no fim da linha, quando surgem as complicações, como o enfarte, o AVC, a insuficiência renal, a doença arterial periférica, a arritmia, as alterações na visão, a disfunção eréctil, a demência precoce, entre tantas outras evitáveis com medidas relativamente simples e ao alcance de todos. Durante a fase inicial da doença não há sintomas, dificultando a perceção da importância do cumprimento da medicação e facilitando os esquecimentos, bem como a noção das consequências graves e potencialmente fatais.

Mas é nesta fase inicial que é ainda mais fácil de prevenir e controlar, evitar que evolua e danifique lentamente os vasos sanguíneos, os órgãos; nesta fase a medicação é capaz até de reverter algumas das consequências silenciosas que a HTA possa ter causado. É por estas razões que deve ser encarada com responsabilidade o mais precocemente possível e não deixar que as lesões se tornem irreversíveis. É verdade que a genética ainda ninguém a muda – pelo menos não a olhos vistos – mas não basta aceitar que “é de família”... daí ter sido apelidada de sindemia nas primeiras linhas deste texto, já que muito do nosso comportamento influencia a evolução deste fator de risco impossível de negligenciar, e está intimamente ligado a várias outras doenças que também predominam nos dias de hoje: o colesterol elevado, a diabetes, o excesso de peso, e tantas outras.

Há mensagens simples que mudam o rumo da HTA, para a “saúde ou para a doença”: medir a pressão arterial regularmente e conhecer os nossos valores (só medindo é que sabemos como anda); saber os valores-alvo e perceber que devemos estar regra geral abaixo dos “14/9” (mas há nuances para cada pessoa, daí ser importante o seguimento médico regular); reduzir o sal na alimentação (as ervas aromáticas ajudam a dar sabor); evitar as gorduras e optar por encher metade do prato com legumes/ salada; evitar o tabaco (talvez o comportamento aditivo associado a maior número de doenças, e não só cardiovasculares); tentar praticar exercício físico (não precisa ser ginásio, basta a caminhada regular e algo que se encaixe na rotina de cada um). Por fim é importante lembrar que só tomando a medicação é que ela poderá fazer efeito – já dizia um famoso cirurgião nos anos 80 – e a toma deve ser regular: a HTA não dói, mas o efeito do paracetamol também passa ao fim de algumas horas...!

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Alerta a Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN)
No âmbito do Dia Mundial da Hipertensão Arterial (HTA), que se assinala a 17 de maio, a Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN...

Um bom controlo da pressão arterial é, de acordo com a SPN, uma medida básica para evitar e/ou reduzir a progressão da doença renal: “o que sabemos é que pessoas com pressões arteriais muito elevadas têm risco elevado de agravamento da função renal. HTA mal controlada está associada a lesões de órgãos alvo como o cérebro (encefalopatia hipertensiva), retina (edema da papila), insuficiência cardíaca ou insuficiência renal”, refere Edgar Almeida, presidente da SPN.

Como mensagem para este dia, a SPN reforça o facto de a “HTA ser uma doença muito comum. A sua prevalência aumenta com a idade pelo que todos devemos fazer medições regulares da pressão arterial. Felizmente, além da vida saudável, existem uma miríade de fármacos que podem ajudar a controlar a HTA e a reduzir os riscos associados entre os quais saliento o risco de AVC, de insuficiência cardíaca e, obviamente, de doença renal crónica”.

 

 

 

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