33,6% admitem que já foram diagnosticados com depressão
Em cada 10 portugueses, seis sentiram sinais de depressão, três já foram diagnosticados com esta doença e quase oito conheceram...

O mesmo inquérito revela ainda que a população portuguesa não tem dúvidas de que a depressão é uma doença (86,2%), embora considerem que não é particularmente valorizada pela sociedade (70,9%). Um número significativo acha que é uma doença que fica para toda a vida (29%) e, ainda pensa, que é apenas um estado de espírito (28,5%).

Na opinião de Gustavo Jesus, médico psiquiatra, os dados do estudo agora apresentado revelam que «a maioria dos inquiridos afirma que a depressão é uma doença, o que me parece ser um grande avanço face à perceção que as pessoas anteriormente tinham sobre a depressão. No entanto, ainda há um caminho a percorrer, porque, por exemplo, 29% considera ainda que é uma doença que fica para toda a vida, o que não é verdade na maior parte dos casos, e mais de 28% diz que é apenas um estado de espírito.  Assim, as melhorias relativamente ao conhecimento sobre a doença na população parecem ser algumas, e campanhas como a “Depressão em rodeios” terão tido um papel muito importante, mas continua a ser fundamental falar sobre depressão, porque quanto mais se falar sobre o assunto, sobretudo se isso for feito de uma forma técnica e cientificamente correta, melhores serão os resultados a curto e médio prazo em termos de literacia populacional.»

No que respeita aos principais sintomas que associam a uma depressão, os portugueses entendem que são a tristeza (91,3%), a perda de autoestima/confiança ou sentimentos de culpa (89,6%), a falta de prazer e interesse (85,3%), a ansiedade (82,3%), o cansaço físico ou diminuição da energia (81,9%) e, os problemas cognitivos, como a falta de concentração, a dificuldade em planear, a indecisão, os lapsos de memória ou o raciocínio lento (76%). Para os inquiridos são os três primeiros sintomas referidos que identificam também como sendo os que têm mais impacto no quotidiano das pessoas com depressão.

Dados estes que Luísa Figueira, médica psiquiatra e professora catedrática de psiquiatria na Faculdade de Lisboa sublinha como sendo reveladores da perceção que os portugueses têm dos sintomas relacionados com a depressão: «Sendo correta a perceção dos portugueses sobre o impacto negativo da depressão sobre a vida profissional dos doentes (96,9% respondem afirmativamente), esta afirmação não é concordante com outras  respostas dos inquiridos que acham  que a dimensão  cognitiva é pouco afetada pela depressão (7,4%) e ainda menos a dimensão profissional/financeira (4,7%). Neste aspeto particular será importante uma maior informação à população em geral, dado que efetivamente sintomas como a falta de concentração, a dificuldade em planear, a indecisão, os lapsos de memória ou o raciocínio lento são de facto condicionantes das dificuldades profissionais dos doentes com depressão. Os resultados aqui demonstram que este facto ainda não está claro para a maioria dos portugueses.»

Quando questionados sobre qual o principal fator de risco que aumenta a probabilidade de sofrer de Depressão, a maioria identifica as perdas ou traumas (86%), seguem-se outras doenças (43%) e a hereditariedade (29,9%).

O inquérito “a visão dos portugueses sobre a depressão” foi promovido pela Lundbeck Portugal e envolveu um total de 1.215 inquiridos, telefonicamente, entre os dias 27 de setembro e 3 de outubro de 2022. Todos os indivíduos inquiridos são maiores de idade e residem em território nacional. A margem de erro do estudo é de 2,81% para um intervalo de confiança de 95%.

Opinião
O Lúpus Eritematoso Sistémico (LES) é uma doença autoimune em que o sistema imune ataca o próprio co

Estatísticas recentes demonstram que o sexo feminino é oito a dez vezes mais afetado e que as idades mais frequentes para o início do Lúpus são entre os 18 e os 55 anos, mas esta doença pode começar em qualquer idade (crianças ou idosos). Na Europa estima-se que 40 em 100.000 pessoas sofrem de LES, embora esta estimativa ainda esteja associada a uma variabilidade substancial. Segundo a Sociedade Portuguesa de Reumatologia, esta patologia afeta 0,07% dos portugueses, tipicamente mulheres em idade reprodutiva. Em Portugal já foram registados cerca de quatro mil casos de Lúpus em Portugal. A sua evolução é incerta, podendo apresentar-se constante durante vários anos, ou evoluir de forma rápida intercalando-se com períodos de remissão. A manifestação clínica desta patologia é variável de doente para doente. Na maioria dos casos (90%) estão presentes manifestações cutâneas e/ou articulares. Alguns doentes podem apresentar manifestações de maior gravidade, particularmente alterações renais (37%) ou neuropsiquiátricas (18%).

As células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical apresentam propriedades imunorreguladoras e exibem efeitos terapêuticos em várias doenças autoimunes, como o Lúpus.

Ao longo dos anos, vários ensaios clínicos têm sido realizados para perceber o efeito do transplante de células mesenquimais no tratamento desta doença. No ano passado foi publicado um estudo que avaliou a segurança e efeitos das células estaminais mesenquimais de cordão umbilical em doentes com LES, demonstrando que dado o seu perfil de segurança, as células estaminais mesenquimais podem, no futuro, ser uma nova abordagem terapêutica para tratar o lúpus com um melhor perfil de segurança comparação com as terapias atuais. Desta forma, este ensaio clínico de fase 1 sugere que as células estaminais do tecido do cordão umbilical são muito seguras e também apresentarem efeitos benéficos no combate ao Lúpus. Os efeitos exercidos das células mesenquimais nas células B e GARP-TGFβ apontam uma nova visão sobre os mecanismos pelos quais estas células estaminais do tecido do cordão umbilical podem combater esta doença.

A terapia atualmente usada para o tratamento do Lúpus apresenta como objetivo a indução da remissão, apontando o rápido controlo da atividade da doença. Entre outros, são usados fármacos anti-inflamatórios, não esteróides; corticosteróides (devido às suas propriedades anti-inflamatórias constituem o pilar do tratamento de várias doenças autoimunes sistémicas) e imunossupressores. Neste sentido, caraterísticas como baixa imunogenicidade (ausência de administração de imunossupressores para infusão), capacidade de “homing” (capacidade de migração para os locais de inflamação após infusão), e principalmente as propriedades imuno-modulatórias (conferindo um ambiente anti-inflamatório) associadas à segurança, à facilidade de infusão e à duração de resposta, tornam as células mesenquimais do tecido do cordão umbilical um excelente alvo terapêutico para doenças autoimunes, nomeadamente o Lúpus Eritematoso Sistémico.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
LES afeta cerca de 0,1 % da população portuguesa
Sabia que o cansaço acentuado, febre, dores musculares ou dor e inflamação articular estão entre as

O lúpus eritematoso sistémico (LES) é uma doença reumática inflamatória crónica que ocorre quando o sistema imune, através de uma desregulação imunológica a vários níveis (por exemplo, pela produção de autoanticorpos), reage contra os órgãos e tecidos do organismo humano, levando a um processo contínuo de inflamação com dano consequente. A causa desta patologia não é exatamente conhecida, contudo, até à data, sabe-se que resulta de uma combinação de fatores genéticos, ambientais e hormonais. O LES é mais prevalente no sexo feminino (razão 10:1), particularmente em mulheres em idade fértil ou reprodutiva. Segundo dados disponibilizados pela Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR) no grande estudo epidemiológico das doenças reumáticas em Portugal - EpiReumaPt, o LES afeta cerca de 0,1 % da população portuguesa.

As manifestações clínicas do LES são muito diversas e podem variar muito de doente para doente. Na maioria dos casos estão presentes alterações articulares e/ou cutâneas. Contudo, alguns doentes terão manifestações mais graves, como o envolvimento renal ou neuropsiquiátrico.

Os primeiros sinais podem surgir entre os 16 e os 49 anos, sendo que os mais comuns incluem: sintomas constitucionais, tais como cansaço acentuado, febre e dores musculares, habitualmente presentes em algum momento durante o curso da doença; manifestações articulares como dor e inflamação articular (artrite) com carácter simétrico; tipicamente (embora, nem sempre) alterações da pele, como rash ou eritema fotossensível da face em forma de asa de borboleta, ou outras lesões cutâneas em áreas fotossensíveis e expostas ao sol; úlceras (aftas) orais ou na mucosa nasal; aumento da queda difusa de cabelo; fenómeno de Raynaud (alteração da coloração das extremidades dos dedos das mãos ou dos pés com a exposição ao frio) ou, menos frequentemente, secura ocular ou oral.

Embora existam, fundamentalmente, dois tipos da mesma doença – o LES e o lúpus eritematoso cutâneo (que atinge exclusivamente a pele), no caso do primeiro tipo, vários órgãos e sistemas são afetados. Como tal, outras manifestações mais graves podem ocorrer: alterações hematológicas, incluindo anemia, diminuição dos glóbulos brancos (leucopenia) e plaquetas (trombocitopenia); doença pulmonar, sobretudo inflamação da pleura, mas também pneumonite, doença intersticial do pulmão, hipertensão pulmonar e hemorragia alveolar; trombose venosa ou arterial; envolvimento neuropsiquiátrico que leva a defeitos cognitivos, delírio, alterações psiquiátricas, convulsões, dor de cabeça ou neuropatias periféricas (que cursam com “formigueiros” nas extremidades dos membros).

Na ausência de tratamento, a doença evolui e gera complicações potencialmente fatais. Entre elas, destacam-se o envolvimento renal que se pode manifestar por hipertensão arterial ou edema dos membros inferiores (e que se não tratado adequadamente poderá evoluir para insuficiência renal crónica com necessidade de hemodiálise), a doença cardiovascular com inflamação do pericárdio (membrana que envolve o coração), do músculo cardíaco ou mesmo lesões das válvulas cardíacas e que podem levar à ocorrência de pericardite, miocardite ou insuficiência cardíaca grave. Igualmente, o risco de doença aterosclerótica está muito aumentado nos doentes com LES, podendo manifestar-se por enfarte do miocárdio ou AVC em idades mais jovens.

Não existe um único teste ou uma única forma de diagnóstico da doença, sendo um desafio para os reumatologistas diagnosticar o LES num determinado doente, já que as manifestações clínicas podem também estar presentes noutras doenças. Assim, o diagnóstico resulta de uma combinação da avaliação clínica criteriosa (com história clínica e exame físico completos), do estudo laboratorial (com análises clínicas específicas) e, quando necessário, de estudos radiológicos (como a radiografia, a tomografia computorizada (TC) ou o ecocardiograma). Sendo a produção de anticorpos uma característica que, quase sempre, está presente nestes doentes, a sua análise torna-se fundamental, quer na confirmação quer na exclusão do diagnóstico. Os anticorpos tidos em conta são: anticorpos antinucleares (ANA), presentes em quase todos os doentes (sendo muito sensíveis mas pouco específicos da doença), o anticorpo anti-DNA nativo (muito específicos da doença), entre outros, como o anticoagulante lúpico, os anti-fosfolipídeos, o anti-Sm, o anti-SSa ou o anti-SSb. A avaliação analítica dos níveis de complemento (que quando baixos indicam atividade da doença) e dos parâmetros inflamatórios (proteína C reactiva e velocidade de sedimentação) é também crucial na monitorização da atividade da doença.

Pode ocorrer um surto da doença em qualquer altura, seja espontaneamente ou secundária a fatores como stress (emocional ou físico – por exemplo, cirurgia, gravidez, parto), infeção (respiratória ou outra), exposição ao sol ou a determinados fármacos.

A fertilidade em doentes com LES não parece estar alterada pela doença em si; no entanto, em mulheres expostas a determinados tipos de tratamento (por exemplo, à ciclofosfamida) pode ocorrer uma diminuição da reserva ovárica.

Quanto à gravidez em mulheres com LES, não existe nenhuma contraindicação à gestação nestas doentes: a gravidez deve ser planeada e será bem-sucedida desde que a doença esteja controlada e haja um seguimento em consulta multidisciplinar específica. Contudo, esta acarreta riscos materno e fetal superiores quando comparados com os de uma gravidez em mulheres saudáveis (havendo fatores da doença que aumentam esse risco, como a positividade

para anticorpos anti-SSa, anti-SSb ou anti-fosfolipídeos). As complicações incluem pré-eclampsia, parto pré-termo, restrição do crescimento fetal intrauterino e, em situações mais graves, lúpus neonatal na criança ou, até mesmo, perda fetal. O prognóstico, tanto para a mãe como para o bebé, é melhor quando o LES está em fase quiescente, ou seja, inativo há pelo menos seis meses antes da conceção. Os surtos de doença durante a gravidez em mulheres com LES colocam desafios no que respeita à distinção entre as alterações fisiológicas relacionadas com a gravidez e as manifestações relacionadas com a doença. Deste modo, a atenção da doente e do médico deve ser redobrada. Tendo em conta todos estes aspetos, antes da conceção, a doença deve estar controlada e os fármacos envolvidos no tratamento do LES têm que ser revistos, já que alguns podem ser prejudiciais ao feto. Para isso, é necessária uma abordagem multidisciplinar com monitorização médica, obstétrica e neonatal rigorosa para otimizar os resultados maternos e fetais. As doentes com LES que pretendem engravidar devem ser submetidas a um controlo apertado e consultar o reumatologista e o obstetra.

O tratamento do LES depende da atividade da doença, isto é, da gravidade e do tipo de sintomas presentes num determinado momento. Os objetivos prendem-se, assim, com a indução da remissão, ou seja, o controlo rápido da atividade da doença, seguido de um tratamento de manutenção e, ao mesmo tempo, de prevenção de surtos de agudização. Existem vários fármacos utilizados para cada uma destas etapas do tratamento médico. De uma forma simples, os mais utilizados são: anti-inflamatórios não esteróides, especialmente nas manifestações articulares, musculares, cardíacas (miocardite e pericardite), pulmonares (pleurisia) e cefaleias; corticosteróides que devido às suas propriedades anti-inflamatórias constituem o pilar do tratamento de várias doenças sistémicas imunomediadas, podendo ser administrados por via tópica (lesões cutâneas), intra-articular (artrite), oral, intramuscular ou intravenosa; antipalúdicos de síntese (hidroxicloroquina - Plaquinol®), cuja utilização crónica está associada a menos complicações no curso da doença, à redução da mortalidade e à redução da incidência de exacerbações, sendo, atualmente, recomendados para todos os doentes com LES na ausência de contraindicações; imunossupressores clássicos (como a azatioprina, a ciclofosfamida, o micofenolato mofetil e o metotrexato), como alternativa à hidroxicloroquina; as imunoglobulinas humanas endovenosas; e, por último, medicamentos biotecnológicos (belimumab, rituximab e anifrolumab) produzidos com as novas técnicas de engenharia biomolecular para casos mais graves e refratários.

Existem medidas gerais que podem ajudar na prevenção de surtos e/ou agravamento da atividade da doença: evitar a exposição solar, usar protetor solar com elevado fator de proteção contra a radiação UV (> 50+) durante todo o ano, realizar exercício físico regular e, sobretudo, cessar com o consumo de tabaco. Dado o elevado risco cardiovascular, para além da evicção

completa do tabaco, o tratamento das comorbilidades (diabetes, hipertensão arterial, hipercolesterolemia) é fundamental para o controlo da doença.

Finalmente, os doentes com LES devem ser também responsáveis pela monitorização e controlo da sua doença. O contacto regular com o médico reumatologista assistente, o cumprimento das medidas por si aconselhadas e a atenção redobrada à ocorrência de novos sinais e sintomas são atitudes fundamentais para que o sucesso do tratamento seja atingido e a evolução da doença possa, porventura, ser desacelerada ou mesmo interrompida.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dias 29 de maio e 2 de junho
No âmbito do mês dedicado à pele, a Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO) compromete-se a esclarecer a importância da mesma e...

Estas sessões formativas e científicas, destinadas a doentes e profissionais de saúde, abordam os efeitos secundários dos tratamentos oncológicos na pele e no estado emocional do paciente, com a apresentação de cuidados a ter de forma a minimizar a gravidade dos sintomas e a garantir que este não seja mais um fator destabilizador da força e confiança do doente.

Mais de 80% dos doentes oncológicos desenvolvem efeitos secundários cutâneos como pele seca, reações desencadeadas pela radioterapia, vermelhidão, inflamação da palma das mãos e plantas dos pés, foliculite (inflamação do folículo capilar), resultado de inovações terapêuticas como a medicação de quimioterapia ou de terapia biológica e que podem ser aliviados e/ou prevenidos através da limpeza, hidratação e proteção diária da pele.

Miguel Abreu, médico oncologista e presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO) convida à inscrição no evento e refere que este é um “órgão que manifesta consequências físicas e visíveis dos tratamentos oncológicos, podendo ser causa de profundo sofrimento para os doentes, impedindo que concluam os seus tratamentos com sucesso. É, por isso, importante saber de que forma este impacto pode ser minimizado com conselhos práticos para durante e após os tratamentos.”

As inscrições são gratuitas sendo que obrigatórias até ao dia 19 de maio em www.sponcologia.pt.

 

‘Pioneering Science’
João Cerqueira, Isabel Santana e Mamede de Carvalho, três reconhecidos médicos e investigadores portugueses, protagonizam o...

‘Como estão estas pessoas a mudar a nossa saúde’ foi o mote que deu origem à realização deste documentário, que dá a conhecer três das principais figuras nas Neurociências em Portugal. Ao longo de cerca de 10 minutos, os três médicos explicam o trabalho que desenvolvem diariamente na prática clínica e a investigação que conduzem, bem como qual o seu contributo para a saúde dos portugueses, em particular nas áreas da Esclerose Múltipla, da Doença de Alzheimer e outras demências, e da Esclerose Lateral Amiotrófica.

O Professor João Cerqueira, o primeiro protagonista deste documentário é, atualmente, o médico neurologista responsável pela Consulta de Esclerose Múltipla no Hospital de Braga, função que acumula com a de Diretor do curso de Medicina na Universidade do Minho, onde também leciona na área da Neurologia. A sua investigação centra-se na área da Esclerose Múltipla, onde procura determinar as causas das alterações cognitivas manifestadas pelas pessoas com esta doença e ainda compreender as alterações imunológicas que estão associadas à patologia. Foi, também, responsável por trazer um modelo curricular inovador para o curso de Medicina da Universidade do Minho, passando este a estar centrado no doente.

A Professora Isabel Santana, também médica neurologista, assume a direção do Serviço de Neurologia do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, assim como a responsabilidade pela Consulta de Demência nessa mesma unidade hospitalar. É, igualmente, professora catedrática de Neurologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, a mesma instituição onde concluiu o seu doutoramento em Neurologia, com foco na Doença de Alzheimer e outras demências, área de especialização a que se dedica atualmente. Encontra-se envolvida num projeto transversal clínico e de investigação, que comporta a assistência clínica, indo até aos ensaios clínicos de novas terapêuticas. Ao nível do estudo da Doença de Azlheimer, o seu foco está em estudar os biomarcadores que possam permitir um diagnóstico mais exato da doença.

A encerrar o painel de protagonistas surge o Professor Mamede de Carvalho, médico neurologista responsável pela Consulta de Esclerose Lateral Amiotrófica no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, mais propriamente no Hospital de Santa Maria, sendo a sua prática clínica orientada para a área das doenças neuromusculares. É, ainda, Group Leader no Instituto de Medicina Molecular e professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. A sua investigação está orientada sobretudo para a Esclerose Lateral Amiotrófica, doença para a qual está a estudar a recolha e interpretação de dados dos doentes através de Inteligência Artificial, um projeto integrado no programa internacional BRAINTEASER, que se propõe a explorar a big data no apoio aos doentes e médicos dedicados a esta patologia.

De acordo com Anabela Fernandes, Diretora-Geral da Biogen Portugal, “quisemos com este documentário marcar o papel crucial que Portugal e os investigadores portugueses têm desempenhado no estudo das Neurociências, e que nos torna hoje um dos países mais reconhecidos do mundo em Neurologia. Mais do que 20 anos da Biogen em Portugal, assinalamos 20 anos de estreita colaboração com a comunidade médica e científica e do seu contributo para uma área que ainda tem tanto por descobrir. O nosso compromisso é que possamos continuar em conjunto a desvendar mais sobre o nosso cérebro e proporcionar melhor qualidade de vida a cada vez mais pessoas”.

O documentário ‘Pioneering Science’ foi hoje lançado na conferência de 20 anos da Biogen, marcando o arranque das comemorações do aniversário da Biogen em Portugal. A obra encontra-se agora disponível no website da empresa e no YouTube.

A Biogen, reconhecida pelo seu pioneirismo na área das Neurociências, foi fundada em 1978, na Suíça, por Charles Weissmann, Heinz Schaller, Kenneth Murray e pelos vencedores do Prémio Nobel Walter Gilbert e Phillip Sharp, tendo sido desde então responsável pela criação do principal portefólio de medicamentos direcionados para o tratamento da Esclerose Múltipla, e pela introdução do primeiro medicamento aprovado para a Atrofia Muscular Espinhal.

Com o propósito de continuar a investigar, a desenvolver e a disponibilizar terapêuticas inovadoras a pessoas que vivem com doenças neurológicas e neurodegenerativas graves, a empresa biotecnológica tem vindo a apostar fortemente em inovação. Só em 2019, o investimento global em Investigação & Desenvolvimento foi de 2 mil milhões de euros. Para o futuro, a Biogen ambiciona expandir a sua inovação para novas áreas terapêuticas, como a Esclerose Lateral Amiotrófica, a Doença de Alzheimer, a Depressão, distúrbios neuromusculares e distúrbios do movimento, entre outras.

Fibromialgia e Síndrome de Fadiga Crónica
A MYOS, a associação nacional contra a fibromialgia e a encefalomielite miálgica/ síndrome da fadiga crónica (EM/SFC), vai...

“Após 20 anos de existência continuamos a ser desafiados diariamente com o estigma associado à fibromialgia e à encefalomielite miálgica/ síndrome da fadiga crónica (EM/SFC) e, por isso, precisamos de continuar a desenvolver medidas que previnam o isolamento e que fomentem a educação dos doentes, familiares, profissionais de saúde e população”, afirma Ricardo Jorge Fonseca, Presidente da MYOS.

A campanha “Estou bem” pretende comunicar a invisibilidade da fibromialgia e da encefalomielite miálgica/ síndrome da fadiga crónica (EM/SFC), enquanto alerta a população de que apesar de uma pessoa “parecer bem” pode estar a vivenciar um conjunto de sintomas geralmente mal compreendidos.

Uma pessoa com fibromialgia sente dor generalizada e difusa, fadiga, rigidez, dificuldade em dormir, formigueiros, dormência, dores de cabeça, confusão mental, dificuldade em concentrar-se, falta de memória, ansiedade e hipersensibilidade, entre outros sintomas. Para mais informações sobre fibromialgia consulte: https://myos.pt/noticias/2023-05-05-myos-lanca-campanha-de-sensibilizacao-para-a-fibromialgia/

Uma pessoa com encefalomielite miálgica/ síndrome da fadiga crónica tem como principais sintomas o mal-estar após realizar esforços mínimos, fadiga profunda, intolerância ortostática, sono não reparador, dores de cabeça, confusão mental, dificuldade em concentrar-se, falta de memória, dor e hipersensibilidade, entre outros sintomas. Para mais informações sobre encefalomielite miálgica/síndrome de fadiga crónica consulte: https://myos.pt/noticias/myos-lanca-campanha-de-sensibilizacao-para-a-em-sfc/

Com a campanha “Estou bem”, a MYOS incentiva toda a população a “juntar-se nesta luta pelas vidas” de todos os que sofrem em silêncio.

Para mais informações sobre a campanha “Estou bem” e sobre a MYOS consulte: https://myos.pt/

 

 

Guia de bolso, de consulta rápida, orientador do tratamento da DPOC nas suas diferentes fases
O Núcleo de Estudos de Doenças Respiratórias (NEDResp) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) lançou o guia ...

A DPOC é uma doença sistémica muito prevalente, heterogénea e tratável. O diagnóstico tardio, o uso inadequado de dispositivos inaladores, a ausência de um plano de cuidados formal e conciliado, as dificuldades de acesso à reabilitação respiratória ou a cuidados paliativos de qualidade são alguns dos obstáculos no acesso das pessoas ao tratamento indicado.

“Este roteiro de cuidados pretende proporcionar aos leitores um guia de bolso, de consulta rápida, orientador do tratamento da DPOC nas suas diferentes fases”, explicou Pedro Leuschner, coordenador do NEDResp e editor do guia.

Acrescentou, ainda, que “este roteiro de cuidados é ainda mais pertinente no presente contexto de rápida evolução do conhecimento e de complexidade do plano assistencial”.

No prefácio, escrito por Àlvar Agusti, do Instituto Respiratório, Hospital Clinic, Universidade de Barcelona, fica percetível que o perfil do doente com DPOC se tem vindo a alterar ao longo dos anos. “Atualmente, a DPOC ocorre tanto em homens como em mulheres, nem sempre se caracteriza pela perda acelerada da função pulmonar e, cada vez mais, existem doentes jovens”, pode ler-se.

Além de ser um guia, este roteiro pretende também sensibilizar e capacitar os internistas para o tratamento das doenças respiratórias.

 

Evento gratuito, com inscrição obrigatória
A importância dos cuidados de saúde primários na gravidez e pós-parto vão estar em destaque no workshop, organizado pela...

Este workshop, presencial e gratuito, vai abordar temas como a importância da colheita do sangue do cordão umbilical, saúde mental na grávida e pós-parto, gestão do medo e ansiedade na gravidez e pós-parto e, o sono do bebé.

Durante o evento vai ter lugar ainda a atividade de Pintura de Barriguinhas.

Inscrições gratuitas em https://bebevida.com/event/importancia-dos-cuidados-de-saude-primarios-na-gravidez-e-pos-parto/

 

Projeto saBeR mais ContA lança campanha de alerta para as mutações genéticas
Inexistência de um rastreio e sintomas pouco específicos reforçam a importância de prestar mais atenção aos sinais e sintomas...

Com cerca de 501 (2) novos casos de cancro do ovário diagnosticados por ano em Portugal, este tumor é a oitava causa de morte por cancro na mulher em todo o mundo (3,4). No entanto, segundo Henrique Nabais, Presidente da Secção Portuguesa de Ginecologia Oncológica (SPGO) que integra a SPG (Sociedade Portuguesa de Ginecologia), “cerca de 70 a 80% dos casos são diagnosticados em estádios avançados (1). Daí toda a nossa luta, com o intuito de desenvolver um método de rastreio que, de acordo com o especialista, não estará disponível num futuro imediato. Situação que obriga a uma atenção reforçada aos sinais e sintomas da doença, para tornar o seu diagnóstico mais precoce, temática para a qual se alerta, durante o mês de maio, mês do Dia Mundial do Cancro do Ovário. 

De facto, ao contrário, por exemplo, do cancro da mama ou do cancro do colo do útero, em que existem métodos de rastreio, ou com “o cancro do endométrio em que, não havendo rastreio, 80% das mulheres apresentam uma manifestação precoce - uma hemorragia vaginal anómala - no Cancro do ovário não há nem uma coisa, nem outra. Ou seja, nem um método de rastreio definido, demonstrado como eficaz, nem uma queixa específica”, esclarece o especialista. 

O que se traduz em diagnósticos tardios, que “implicam sempre tratamentos mais caros e resultados menos positivos. Para o especialista, trata-se de uma situação “altamente onerosa e não apenas no que diz respeito a uma questão monetária. São múltiplas as esferas na vida da mulher e da sociedade que são afetadas”.

No entanto, são também muitas as mulheres sem acompanhamento de rotina. “Há muitos milhares de portugueses sem acesso a um médico de família e isto leva a que, na realidade, o acompanhamento e avaliações de rotina sobre o estado de saúde geral de cada um não seja feito como deveria”, refere o presidente. E acrescenta que “a jornada de referenciação agravou-se com a pandemia. O Serviço Nacional de Saúde, fruto dessa pandemia, da falta de profissionais, de várias circunstâncias, não está, na realidade, bem estruturado na rede de referenciação”.

Para a maioria das mulheres, as queixas prendem-se com a existência “de pressão ou incómodo abdominal, algo que muitas pessoas têm, e nem é valorizado pela própria mulher, nem pelos médicos, porque é uma queixa completamente inespecífica e muito prevalente na população geral. Só quando estes sintomas se agravam muito ou persistem muito no tempo é que as pessoas acabam por lhes dar atenção”, reforça Henrique Nabais.

Para diagnósticos mais precoces, o especialista fala então na necessidade de “ouvir o corpo. Quando alguma queixa diferente daquilo que é habitual surge, tem de ser valorizada. Imagine-se uma mulher que fica enfartada depois de comer. Se isso apenas acontecia uma vez e passou a ter uma frequência maior, ao fim de duas semanas a um mês tem de ser avaliado. Tudo o que seja uma queixa de novo ou que tenha um agravamento tem de ser tida em conta. Qualquer um dos sintomas que tenha uma frequência de mais de 12 dias por mês deve ser avaliado.”

A propósito do Dia Mundial do Cancro do Ovário, o projeto saBer mais ContA, uma iniciativa que, em 2023, conta com a Careca Power, a Evita, a Europacolon, a MOG (Movimento Oncológico Ginecológico), a Revista Cuidar, a Sociedade Portuguesa de Genética Humana, a Sociedade Portuguesa de Ginecologia, a Sociedade Portuguesa de Senologia e a AstraZeneca, lança uma campanha, com o mote ‘Eu preferia saber...’,  que chama a atenção para a existência de mutações genéticas que aumentam o risco deste tumor. 

“Há alguns fatores de risco conhecidos para o cancro do ovário, mas a maioria deles são inespecíficos”, esclarece o especialista. “O principal é a idade - o risco de vir a ter este tumor aumenta com a idade, ao qual se juntam, por exemplo, a história reprodutiva da mulher, com um risco superior para as mulheres que têm uma menstruação precoce ou que têm uma menopausa tardia, e obesidade. (4) Além da idade, o fator de risco mais exuberante é o genético. Acreditamos que 20 a 25% de todos os cancros do ovário possam estar associados a um fator genético, não apenas à mutação BRCA, mas a outros síndromes genéticos”. (5)

É aqui que entram as mutações BRCA. “Há 2 tipos: o BRCA 1 e BRCA 2. Sabemos que uma mulher que seja portadora da mutação BRCA 1 tem um risco de desenvolver cancro do ovário, ao longo da vida - falamos do risco cumulativo, ou seja, à medida que a idade vai avançando, o risco é maior -, entre 39% a 65%”.(6) O que significa, explica Henrique Nabais, “que nem todas as mulheres com mutações vão ter cancro do ovário, mas que o risco é razoavelmente alto. No entanto, temos um problema: não sabemos quais as mulheres que, tendo a mutação, vão desenvolver ou não cancro. Por isso, nestes casos, propomos medidas redutoras de risco e acompanhamentos diferentes. A partir dos 35 anos, começamos a falar na eventual cirurgia redutora de risco, que significa a remoção dos ovários e das trompas, e que só deve ser feita quando as mulheres já tiveram todos os filhos que desejaram e quando isto fizer sentido para elas. Na mulher que não queira fazer cirurgia para já, o que é perfeitamente lícito, fazemos um acompanhamento específico: a maioria dos centros oncológicos o que faz é, de seis em seis meses, uma ecografia ginecológica, com uma avaliação de um marcador tumoral”. 

Existem, por isso, testes que identificam a presença de uma mutação genética. “Quando há doença na própria pessoa ou nos familiares próximos, doença essa que possa estar associada a um aumento de risco, deve fazer-se uma avaliação para determinar se temos de fazer ou não o estudo genético.”

Referências:

  1. Cancro Ginecológico - Consensos Nacionais 2020. Sociedade Portuguesa de Ginecologia. Consultado em abril de 2023. Acedido em: https://spginecologia.pt/wp-content/uploads/2020/01/Brochuradig_ConsensosNacionais_23_310123-002.cleaned.pdf
  2. Registo Oncológico Nacional 2019. Consultado em abril de 2023. Acedido em: https://ron.min-saude.pt/media/2214/ron-2019_new_v8f.pdf
  3. Globocan - Dados Globocan Cancro do Ovário. Consultado em abril de 2023. Acedido em: https://gco.iarc.fr/
  4. Guia saBeR mais ContA - Cancro do Ovário. Consultado em abril de 2023. Acedido em: https://www.sabermaisconta.pt/wp-content/uploads/2021/05/Guia-as-muta%C3%A7%C3%B5es-BRCA-e-o-Cancro.pdf
  5. American Cancer Society. Causes, Risk Factors and Prevention – Ovarian Cancer Risk Factors. Consultado em abril de 2023. Acedido em: https://www.cancer.org/cancer/ovarian-cancer/causes-risks-prevention/risk-factors.html
  6. Metcalfe, K.; Narod, Steve. Breast cancer prevention in women with a BRCA1 or BRCA2 mutation. Open Med 2007; 1(3): e184-e190
Iniciativa tem o apoio da Associação Portuguesa de Hemofilia e de outras coagulopatias congénitas
Jogadores da equipa de futebol do Estoril Praia participam numa iniciativa de literacia em saúde na área da hemofilia, que...

A iniciativa, promovida pela Roche, tem o apoio da Associação Portuguesa de Hemofilia e de outras coagulopatias congénitas.

A partir de hoje, dia 9 de maio, vão ser lançados semanalmente nas redes sociais da Roche e da equipa Estoril praia cinco vídeos onde se desmistificam algumas das questões ligadas à hemofilia, um distúrbio da coagulação, na maioria das vezes hereditário, em que o sangue não coagula devidamente.

A equipa do Estoril Praia associou-se a esta iniciativa, através da participação de jogadores da equipa masculina de futebol nos vídeos, onde “contracenam” com o Alex, personagem a que o actor Manuel Marques empresta a voz.

O Alex é uma personagem fictícia animada, que representa um menino com hemofilia, e que foi criada pela Roche, precisamente para ajudar crianças e famílias a entender melhor a hemofilia.

Um dos mitos abordados nesta campanha prende-se precisamente com a prática desportiva. Com o tratamento adequado, as pessoas com hemofilia podem efetivamente desfrutar de vários desportos, desde que não sejam desportos violentos de contacto.

Nos cinco vídeos vão ser desconstruídos vários mitos. Com uma linguagem acessível, sem nunca perder o rigor científico, são desmistificados muitos dos equívocos que ainda estão associados a esta doença e que podem ser mais penalizadores para quem tem hemofilia do que a condição em si.

Para a Roche, promover a literacia em saúde para vários públicos tem sido uma prioridade:  “É muito relevante podermos oferecer informação fidedigna e facilmente compreensível, porque cidadãos mais informados gerem melhor a sua saúde”, sublinha o Diretor Médico da Roche em Portugal, Ricardo Encarnação. 

Segundo a APH, “é com ações simples que se leva literacia na saúde a toda comunidade, sensibilizando e melhorando o conhecimento geral da população. Estas iniciativas são cativantes e alertam para questões mais complexas, demonstrando que, com o devido acesso aos melhores e mais adequados tratamentos adaptados a cada caso, é perfeitamente possível ter qualidade de vida e controlar, neste caso, a hemofilia.”

Da parte do Estoril Praia, o Diretor Geral da SAD, Guilherme Müller, realça: “O Estoril Praia agradece a oportunidade de participar nesta iniciativa. Sendo as causas sociais um dos nossos focos, gostamos de contribuir e protagonizar momentos de sensibilização como este, que levam o futebol além do terreno de jogo.”

Link: https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=C93LtBXJTe4

O centro comercial e o Hospital da Luz juntaram-se numa parceria inovadora
Desde maio que o Colombo se tornou ainda mais conveniente. A partir de agora, já é possível usufruir do serviço de...

As cabines de trabalho estão disponíveis no Piso 1, junto à Pepe Jeans e à Guess, e agora podem, também, ser utilizadas como espaços facilitadores da modalidade de consultas à distância. Com esta parceria inédita, os visitantes do Colombo e Clientes do Hospital da Luz, podem ter uma consulta sem sairem do centro comercial.

O método para ter acesso a estas cabines é muito simples: descarregar a aplicação do Colombo (disponível para iOS e Android), selecionar a data e hora da consulta e colocar o código que é disponibilizado pelo Hospital da Luz aos Clientes quando marcaram a videoconsulta. No fim, o utilizador recebe um email com todos os detalhes da cabine reservada e as instruções de acesso.

“Ao longo dos últimos anos, o Colombo tem vindo a trabalhar no sentido de criar ferramentas que facilitem o dia a dia dos visitantes e que tornem a experiência de visita cada vez mais única e inovadora. A sinergia entre o Colombo e o Hospital da Luz é algo que nos deixa muito felizes e que vem reforçar essa vontade. Acreditamos que este serviço de conveniência será apenas o início desta e de futuras parcerias”, refere Paulo Gomes, diretor do Centro Colombo.

“Tendo como objetivo melhorar o acesso temos vindo a disponibilizar formas inovadoras dos Clientes manterem sempre a sua saúde em dia. As cabines são individuais e insonorizadas, garantindo as melhores condições de privacidade, conforto e segurança. Nestes espaços, é possível realizar videoconsultas programadas (com marcação prévia) para todas as especialidades médicas ou uma videoconsulta urgente (sem marcação prévia)” refere Nélson Brito, diretor de Serviço ao Cliente da Luz Saúde.

 

Doença imunomediada sistémica crónica
O Lupus Eritematoso Sistémico (LES) é uma doença imunomediada sistémica crónica, que pode afetar vár

O LES pode afetar homens e mulheres, mas é mais frequente em mulheres em idade fértil, entre os 15 e os 55 anos. As causas exatas não são totalmente compreendidas, mas acredita-se que uma combinação de fatores genéticos e ambientais possa desencadear a doença em indivíduos suscetíveis.

Os sintomas do LES podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem fadiga, febre, dor nas articulações e músculos, erupções cutâneas, queda de cabelo, dor de cabeça, fotossensibilidade e ulcerações na boca e nariz. Em casos menos frequentes e mais graves o LES pode causar problemas hematológicos (anemia, leucopénia ou trombocitopénia), renais (com hipertensão e insuficiência renal), neurológicos (epilepsia ou alterações psiquiátricas) e cardíacos (com inflamação do músculo cardíaco ou do pericárdio e destruição das válvulas).

A gravidez pode estar associada a um agravamento da doença, sobretudo se ocorrer em doentes mal controladas, com possíveis complicações para a mãe e feto.

O diagnóstico do LES pode ser difícil, já que muitos dos sintomas mais frequentes são inespecíficos e semelhantes a outras doenças. Na avaliação analítica procura-se a presença de anticorpos específicos, como o anticorpo antinuclear (ANA), que é positivo em cerca de 95% dos casos de LES. Outros exames, como biópsias de pele ou rim, também podem ser realizados para confirmar o diagnóstico.

O tratamento do LES visa controlar os sintomas e evitar complicações. Os medicamentos imunomoduladores/imunossupressores, como a hidroxicloroquina, a azatioprina e o metotrexato, são frequentemente usados para reduzir a inflamação e suprimir o sistema imunitário. Os corticosteroides, como a prednisolona, também podem ser prescritos para controlar a inflamação em casos mais graves e durante um curto período de tempo. Em casos em que o LES afeta órgãos específicos, como os rins ou o cérebro, pode ser necessário um tratamento mais agressivo, incluindo fármacos biológicos.

Além do tratamento medicamentoso, é importante que os doentes com LES adotem um estilo de vida saudável, com uma dieta equilibrada e exercício regular. A exposição ao sol deve ser evitada, e o uso de protetor solar é fortemente recomendado.

Atualmente, com um diagnóstico mais precoce, um melhor controlo da doença e medicamentos mais eficazes e com menos efeitos secundários, os doentes têm uma melhor qualidade de vida e a doença tem um bom prognóstico.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Cuidar de Si Durante o Cancro | 29 de maio - 2 de junho| Porto
No âmbito do mês dedicado à pele, a Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO) compromete-se a esclarecer a importância da mesma e...

Estas sessões formativas e científicas, destinadas a doentes e profissionais de saúde, abordam os efeitos secundários dos tratamentos oncológicos na pele e no estado emocional do paciente, com a apresentação de cuidados a ter de forma a minimizar a gravidade dos sintomas e a garantir que este não seja mais um fator destabilizador da força e confiança do doente.

Mais de 80% dos doentes oncológicos desenvolvem efeitos secundários cutâneos como pele seca, reações desencadeadas pela radioterapia, vermelhidão, inflamação da palma das mãos e plantas dos pés, foliculite (inflamação do folículo capilar), resultado de inovações terapêuticas como a medicação de quimioterapia ou de terapia biológica e que podem ser aliviados e/ou prevenidos através da limpeza, hidratação e proteção diária da pele.

Miguel Abreu, médico oncologista e presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO) convida à inscrição no evento e refere que este é um “órgão que manifesta consequências físicas e visíveis dos tratamentos oncológicos, podendo ser causa de profundo sofrimento para os doentes, impedindo que concluam os seus tratamentos com sucesso. É, por isso, importante saber de que forma este impacto pode ser minimizado com conselhos práticos para durante e após os tratamentos.”

As inscrições são gratuitas sendo que obrigatórias até ao dia 19 de maio em www.sponcologia.pt.

1. Charles C, et al. Impact of cutaneous toxicity associated with targeted therapies on quality of life. Results of a longitudinal exploratory study. Bulletin du Cancer. March 2013;100(3):213-22.

2. Berger A, et al. Interest of supportive and barrier protective skin care products in the daily prevention and treatment of cutaneous toxicity during radiotherapy for breast cancer. Breast Cancer: Basic and Clinical Research. 2017;12:1-7.

Maio é o mês do Coração
Artigo de Opinião do médico Rui Campante Teles, coordenador do Projeto Valve For Life/Corações de Am

As estimativas apontam que mais de 400 mil portugueses sejam doentes com insuficiência cardíaca (IC), uma condição crónica que se caracteriza pelo enfraquecimento e dificuldade do coração bombear sangue para o resto do organismo, comprometendo as funções dos órgãos. Considera-se ainda que esta é uma das principais causas de hospitalização na população idosa e que a sua prevalência continue a aumentar nos próximos anos.

Deste modo, é com o envelhecimento que a probabilidade de desenvolver esta condição aumenta e, muitas vezes, os seus sinais de alerta são negligenciados e associados à idade crescente, como é o caso do cansaço e do inchaço dos pés e pernas (edema). No entanto, é crucial estar atento, especialmente se apresentar outros sintomas, como problemas no sono associados a dificuldade respiratória, tosse com expetoração, barriga inchada, tonturas, desmaios e taquicardia.

Estes sintomas podem ter uma relação direta com a existência de problemas do foro cardíaco, como o enfarte agudo do miocárdio, hipertensão arterial, miocardite e a doença valvular cardíaca (DVC). No caso da DVC, que engloba condições como a estenose aórtica, insuficiência mitral e regurgitação tricúspide, existe a presença de uma válvula cardíaca disfuncional e o seu funcionamento débil poderá levar a que se desenvolva um quadro clínico de IC.

Instala-se um ciclo vicioso que conduz ao agravamento de sintomas. Uma das nossas grandes preocupações prende-se com a diminuição acentuada da qualidade de vida que limita, assim, a independência pela incapacidade de fazer esforços, pelo desconforto que estes provocam, pelas tonturas e insegurança que despertam.

Assim, é primordial estar atento aos pequenos alertas de insuficiência cardíaca, especialmente quando já apresenta condições cardiovasculares e já se enquadra numa faixa etária mais elevada.

É igualmente importante proteger a saúde do coração, adotando estilos de vida saudáveis como: não fumar; reduzir o colesterol; controlar a tensão arterial e a diabetes; fazer uma alimentação saudável; praticar exercício físico; vigiar o peso e evitar o stress.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dia 12 de maio
Para assinalar o seu 97º aniversário, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) realiza no próximo dia 12 de...

O debate moderado pelo jornalista Renato Duarte conta com a presença de vários especialistas da Associação: Carolina Neves, endocrinologista, Luís Filipe Prata, enfermeiro do Departamento do Pé Diabético, Filipa Cabral, diretora técnica da farmácia, João Filipe Raposo, diretor clínico, e José Manuel Boavida, presidente da APDP.

“Estamos cada vez mais perto da celebração dos 100 anos e, sendo a associação de pessoas com diabetes mais antiga do mundo, continuamos com a mesma determinação e o mesmo compromisso na prossecução diária pelos direitos do milhão e meio de portugueses que vivem com diabetes. A APDP mantém o seu papel ativo na procura de políticas públicas para a prevenção desta pandemia e o apoio às pessoas que dela sofrem.”, afirma José Manuel Boavida.

“Passou mais um ano, mas o caminho continua, porque a diabetes tem de ser vista pelo que é: uma doença sistémica que impacta a vida pessoal, social e económica de inúmeras famílias. Através da educação terapêutica, da abordagem multidisciplinar e constante adaptação às necessidades, estamos ainda focados na luta contra a discriminação a que as pessoas com diabetes são sujeitas diariamente e ao seu suporte económico-social, para o qual aguardamos resposta sobre o acordo de cooperação proposto ao Instituto da Segurança Social.”, explica João Filipe Raposo.

A diabetes é uma das doenças mais prevalentes do mundo, sendo que uma em cada 10 pessoas vive com diabetes e é uma das principais causas de morte em todo o mundo. No nosso país, segundo os dados mais recentes do relatório anual do Observatório Nacional da Diabetes, cerca de 1,1 milhões de portugueses entre os 20 e os 79 anos tem diabetes, o que representa 14,1% da população neste grupo etário.

A APDP foi fundada por Ernesto Roma, criador da Diabetologia Social, para apoiar as pessoas com diabetes em situação de carência monetária a adquirirem insulina, hormona essencial para a sua sobrevivência. “Quase um século depois, a inovação no tratamento é notória, mas a insulina e os medicamentos essenciais à vida continuam a não estar acessíveis a muitas pessoas.”, alerta João Filipe Raposo.

“O acesso ao tratamento e a equipas especializadas é urgente e é imperativo que seja visto como um direito universal! A diabetes é uma doença complexa e a sua gestão requer acesso ininterrupto a cuidados de saúde multidisciplinares e a medicamentos, dispositivos e tecnologia essenciais. A este propósito, continuamos à espera da resposta da Assembleia da República sobre a comparticipação generalizada dos dispositivos híbridos de insulina para as pessoas com diabetes tipo 1.”, remata José Manuel Boavida.

Esta é uma organização reconhecida pelo papel fundamental que tem desempenhado na sociedade portuguesa, através da inovação no acompanhamento de quem vive com diabetes, na investigação e no ensino da população. Acompanha e defende os direitos e as necessidades das pessoas com diabetes, sendo um exemplo reconhecido internacionalmente pelo seu modelo de prestação de cuidados integrados e multidisciplinares.

Fique a saber
A hiperidrose é uma patologia mais frequente do que habitualmente se pensa.

Esta é uma patologia caracterizada pela produção excessiva de suor, que ultrapassa a que é necessária para a termoregulação, podendo ser acompanhada de odor desagradável, a bromidrose. O tipo de hiperidrose mais comum, a primária, caracteriza-se por uma estimulação excessiva das glândulas de suor devido a um inapropriado funcionamento do sistema nervoso autónomo, enquanto que a secundária detém uma patologia de base, como os distúrbios hormonais, neoplasias ou infeções ou secundariamente ao uso de fármacos, como os antidepressivos, causando a hiperprodução de suor.

Na hiperidrose primária, existe uma distribuição focal e bilateral, sendo as axilas a região mais afetada, seguindo-se as mãos, os pés, o couro cabeludo e as virilhas. Verifica-se que, a densidade das glândulas de suor é normal, mas parece existir uma produção excessiva de suor, bem como a existência de triggers como a ansiedade, stress, calor, exercício físico e álcool que desencadeiam esta situação.

Esta é, sem dúvida, uma patologia subdiagnosticada devido ao embaraço social e devido à subjetividade dos sintomas.

Após a exclusão das causas secundárias, o diagnóstico da hiperidrose primária baseia-se no excesso de sudorese focal, por um período mínimo de 6 meses, sem causa aparente, com pelo menos dois dos seguintes critérios: excesso de sudação simétrica e bilateral, interferência com atividades de vida diária, pelo menos um episódio por semana, idade inferior a 25 anos, história familiar positiva e ausência de sudorese durante o sono.

A primeira linha para o tratamento da hiperidrose passa pela evicção dos triggers da doença, bem como o uso de roupas largas e de fibras naturais, seguindo-se a aplicação de antitranspirantes ricos em cloreto de alumínio, de uso limitado, cerca de 6 semanas, devido aos efeitos secundários como a irritação local.

Após o insucesso das abordagens iniciais, segue-se a aplicação intradérmica de toxina botulínica, que com adequada anestesia tópica ao nível das axilas, é um tratamento bem tolerado, com uma redução significativa da produção de suor 1-2 semanas após a aplicação e durabilidade até cerca de 6 meses, altura em que o suor retorna gradualmente, podendo o tratamento subsequente ser realizado nessa altura.

O tratamento mais promissor para a hiperidrose axilar, consiste na tecnologia controlada na região das axilas de aplicação de energia térmica focada para a eliminação das glândulas sudoríparas, ex: miraDry®, podendo ser realizadas uma a duas sessões, com reduzido tempo de recuperação, tem sido das terapêuticas com maior grau de satisfação.

Ao nível das palmas e plantas, a aplicação de toxina botulínica é bastante menos tolerável, sugerindo-se a utilização da iontoforese, ex: PalmaDry®, consistindo na imersão das plantas e palmas numa tina com água ligada à corrente eléctrica, com sessões diárias de 30 minutos até controlo da sudorese, mantendo depois sessões de manutenção a cada 2 ou 3 semanas, em alguns pacientes. Efeitos secundários como, as feridas no local do tratamento podem dificultar a realização do mesmo.

Para averiguar a localização da área a tratar, bem como verificar a eficácia aos tratamentos realizados, aconselha-se a realização de testes semi-quantitativos, ex: Minor starch iodine test (teste de iodo-amido) que cora as glândulas sudoríparas.

Para os não respondedores às abordagens terapêuticas descritas, a opção cirúrgica, simpatectomia torácica, é uma opção. No entanto, o grau de complicações associada à cirurgia, bem como os efeitos secundários como a hiperidrose compensatória, ou seja, sudorese em qualquer parte do corpo que não eram habituais antes da cirurgia, ex: tronco, pernas, abdómen, coxas, virilhas, faz com que esta opção não seja habitualmente escolhida.

A hiperidrose não é uma patologia rara, tem grande impacto na vida de quem padece desta doença, pelo que requer uma atenção especial, pois pode ser uma forte causa de estigmatização social ou mesmo deter na sua base uma patologia de extrema importância e potencialmente tratável.

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Triénio 2023-2025
A Associação Portuguesa das Empresas de Dispositivos Médicos (APORMED) elegeu Antonieta Lucas como Presidente da Direção para o...

Formada em Ciências Farmacêuticas pela Faculdade de Farmácia da Universidade Clássica de Lisboa e pós-graduada em Avaliação Económica pelo ISEG e Gestão Farmacêutica pela Universidade Católica, Antonieta Lucas é Diretora Associada de Política e Inteligência Regulamentar, para a Europa, Médio Oriente e África, da Alcon, empresa especializada em cuidados oftalmológicos onde exerce funções há mais de 25 anos. É Chair do Comité de Assuntos Regulamentares da MedTech Europe. Foi presidente da APORMED nos mandatos de entre 2013 e 2018 e integra a direção da APORMED há mais de 20 anos.

"É um regresso desejado, num cenário em que as empresas de dispositivos médicos enfrentam enormes desafios relacionados com a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde tais como a dívida hospitalar, a contribuição extraordinária ou o aumento da inflação. Acrescem também novas exigências europeias como a implementação do novo Regulamento dos Dispositivos médicos e a atualização do Código de Ética que devem ser asseguradas pelas empresas em Portugal. Novos desafios neste setor, como a evolução da Saúde Digital, a Inteligência Artificial, a Cibersegurança, a Sustentabilidade Ambiental entre outros, serão temas igualmente prioritários”, reflete Antonieta Lucas.

E acrescenta: “Estou confiante de que com o diálogo e a cooperação entre todos os parceiros institucionais, entre os quais incluímos o Ministério da Saúde, iremos conseguir reforçar o nosso papel neste setor, promovendo o acesso integral às soluções médicas trazidas pelos dispositivos médicos a milhares de doentes que necessitam delas para manter a sua saúde e alcançar uma boa qualidade de vida”.

Além da Alcon, a nova Direção da APORMED passa a ser representada também pelas empresas Baxter, Johnson & Johnson, Medtronic, Medicinália Cormédica, Siemens Healthcare, e Becton & Dickinson. A Mesa da Assembleia Geral é agora composta pelo Laboratórios Inibsa, B. Braun Medical e JMV Produtos Hospitalares. O Conselho Fiscal integra a Fresenius Medical Care, a Overpharma e a Biotronik.

“Atravessamos um período de grandes desafios"
A guerra, a pandemia e as alterações climáticas estão a influenciar a alimentação e a APN quer debater o impacto da mudança num...

O 22.º Congresso de Nutrição e Alimentação, organizado pela Associação Portuguesa de Nutrição (APN), vai juntar vários nomes nacionais e internacionais na Alfândega do Porto, nos dias 11 e 12 de maio. A organização “desenhou um evento que procura explorar as várias áreas num mundo em mudança”. São cerca de 100 oradores que vão debater a urgência da sustentabilidade, o papel da nutrição no doente e o impacto das escolhas alimentares”.  

A seleção do tema respeita a atual conjuntura socioeconómica da Europa e do mundo, em que “atravessamos um período de grandes desafios”, explica a presidente da associação, Célia Craveiro.  “Alterações climáticas, efeitos da pandemia, guerra numa proximidade geográfica, potencial de insegurança alimentar devido às flutuações inflacionárias, pobreza e incremento de doenças crónicas não transmissíveis vão obrigatoriamente impelir uma reestruturação na forma como pensamos a alimentação e nutrição da população”, continua.  

Para isto, a APN reuniu um conjunto de profissionais e individualidades que acredita serem “competentes para operar a mudança”, entre eles a Secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares, que vai debater o futuro da alimentação na promoção da saúde. O papel da nutrição no desporto, os desafios e oportunidades da investigação científica na área da nutrição, o impacto dos alimentos ultraprocessados na saúde e a importância da sustentabilidade alimentar são outros temas em destaque durante os dois dias deste encontro.  

A organização vai aproveitar a data para apresentar, de forma inédita, dois cabazes alimentares referentes à população portuguesa: um essencial, que segue as recomendações nutricionais, e um que representa os hábitos alimentares portugueses. Os cabazes vão conter a sua composição alimentar, a informação nutricional e os preços mensais para uma família típica portuguesa, entre outros dados.  

Este evento vai acolher também o 3.º Congresso Internacional de Nutrição e Alimentação, juntando várias figuras internacionais no Porto. Na lista de oradores figuram membros da Comissão Europeia e da Organização Mundial da Saúde (OMS) para debater, respetivamente, como fazer escolhas alimentares mais sustentáveis e quais as consequências da Covid-19 na saúde mental das crianças e jovens. Marcam também presença vários investigadores de universidades e instituições estrangeiras.  

Para a organização, “o facto de existir também uma edição internacional do congresso permitirá trazer para a discussão diversos oradores internacionais de renome em áreas distintas, o que promove uma reflexão alargada e mais ampla dos temas mais prementes da atualidade das ciências da nutrição”.   

A APN acredita que a realização do encontro é fundamental para promover a discussão e a troca de conhecimentos entre os profissionais da área de nutrição e alimentação. “Trata-se de um dos congressos mais antigos e dos mais participados da área da alimentação e nutrição em Portugal”, conclui Célia Craveiro.  

O programa completo pode ser consultado aqui.   

Doença afeta cinco milhões de pessoas em todo o mundo
Fadiga, ansiedade, manifestações cutâneas, dor nas articulações ou dano de órgãos são alguns dos sin

Mas nem tudo são más notícias. De acordo com o Professor Doutor José Delgado Alves, Presidente do Núcleo de Estudos de Doenças Auto-imunes da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, “nos últimos tempos houve um desenvolvimento extraordinário na descoberta e na identificação de novos medicamentos que podem ser úteis nos doentes com LES. A realidade é que nós, neste momento, começamos a ter um conjunto de armas para tratar estes doentes que antes não tínhamos. E isto são notícias excecionais”.

Estima-se que, em todo o mundo, mais de cinco milhões de pessoas vivam com esta doença (2) que, segundo José Delgado Alves, “é muito complexa e cujo diagnóstico, que por vezes pode ser mais fácil, é na maioria das vezes difícil, exatamente pelo facto de os doentes se poderem apresentar com múltiplas manifestações, todas elas potencialmente diferentes e que podem evoluir de forma muito diversa”.

E se, inicialmente, se acreditava que “o Lúpus era uma doença complexa nas suas manifestações clínicas, complexa nos seus mecanismos, mas provavelmente resultava de um conjunto definido de transformações, hoje em dia temos a noção que é muito mais do que isso. O LES acaba por ser a consequência clínica de variados tipos de alterações imunológicas, fisiopatológicas, que faz com que, no final, esta doença possa ser tão diferente”.

Uma diferença que se traduz, na prática clínica, por “muitos ‘tipos’ de Lúpus. Este avanço, esta consciência de que o Lúpus acaba por ser ‘um conjunto de doenças mais do que uma doença só’, permitiu perceber que os doentes podem e devem ser tratados com medicamentos que são mais gerais para todos, mas muitas vezes com medicamentos específicos, tendo em conta as alterações que aquele doente tem naquela doença em particular”.

As novas terapêuticas permitem isso mesmo, mas obrigam, segundo o especialista, “a que os centros que tratam estes doentes tenham cada vez mais a capacidade, não só de diagnosticar o mais cedo possível a doença, mas também de identificar quais os mecanismos e as vias que estão presentes em cada doente específico e, com isso, escolher o melhor tratamento. Isto é, sem dúvida, um mundo novo, com inúmeras perspetivas para os doentes com Lúpus e esperemos que possamos ter ainda mais respostas no futuro”.

No que diz respeito ao tratamento atempado, que faz a diferença para a qualidade de vida dos doentes, “sendo o Lúpus uma doença tão complexa, todos estes medicamentos são inevitavelmente caros e obrigam a uma vigilância por centros que sejam, de facto, especializados. E isto faz com que tenha que haver cautela na disponibilização dos mesmos, porque o seu uso fora de tempo ou despropositado pode, porventura, ter mais consequências nefastas do que boas”, argumenta José Delgado Alves.

No entanto, o especialista considera que “são, na maior parte dos casos, medicamentos seguros e que, quando bem utilizados, permitem uma resposta extraordinária por parte dos doentes. E esta deve ser a principal mensagem: são medicamentos seguros, que permitem ótimas respostas, mas têm que ser utilizados com conhecimento. É verdade que, provavelmente, a maior parte dos doentes, particularmente em centros com menos experiência, não terão acesso fácil aos medicamentos mais recentes, mas isto, como em tudo, é uma faca de dois gumes: por um lado, o cuidado que a medicina tem que ter em não se precipitar na utilização de fármacos e ter a certeza que eles são uma mais-valia; por outro lado, a gestão financeira inerente ao facto destes medicamentos serem caros. Como disse, ter acesso ainda não é fácil, mas nos centros com mais diferenciação já começa a ser feito de forma mais regular e rotineira e espero que, no futuro, possa ser feita de forma mais tranquila e mais fácil, desde que sejam cumpridos os requisitos adequados para a prescrição aos doentes”.

Referências:

(1) Gladman D, et al. Arthritis & Reum. 1997;40:809–813.

(2) World Lupus Federation (https://worldlupusfederation.org/wp-content/uploads/2023/02/WLD-fact-sheet-2023.pdf)

 

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Nota: 
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Um momento de viragem na área da transplantação
A primeira terapia celular à base de células estaminais do sangue do cordão umbilical multiplicadas em laboratório foi aprovada...

Com esta aprovação, se uma unidade de sangue do cordão umbilical não tiver a dose celular necessária para um transplante, poderá ser realizada a sua expansão em laboratório de modo a ser obtida a quantidade de células necessária para o doente em causa.

A multiplicação das células estaminais hematopoiéticas do sangue do cordão umbilical tem sido, ao longo das últimas décadas, o maior desafio na área da transplantação com sangue do cordão umbilical. Os resultados muito encorajadores dos ensaios clínicos conduzidos pela empresa israelita Gamida Cell geraram uma enorme expetativa e aguardava-se a tomada de posição da FDA relativamente à metodologia por eles desenvolvida. Esta aprovação marca, assim, um momento de viragem, em que o número de células guardadas deixa de ser uma limitação.

“No contexto das aprovações da FDA para terapias celulares avançadas, o sangue do cordão umbilical expandido junta-se agora às poucas opções terapêuticas com células CAR-T e terapias génicas para doenças hereditárias. Espero que num futuro próximo o sangue do cordão umbilical expandido seja também aprovado pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA)”, sublinha Carla Cardoso, Diretora de Investigação e Desenvolvimento da Crioestaminal, o primeiro banco de células estaminais português, criado há 20 anos, e que integra o grupo FamiCord, o maior grupo de Bancos de células estaminais da Europa.

Por enquanto, esta terapia celular pode ser utilizada nos Estados Unidos em doentes adultos e pediátricos, com idade igual ou superior a 12 anos, com doenças malignas do sangue, elegíveis para transplante com sangue do cordão umbilical, após condicionamento mieloablativo (quimioterapia ou radioterapia pré transplante), de modo a reduzir o tempo de recuperação hematológica e a incidência de infeções após transplante.

Com mais de 30 anos de utilização clínica, o sangue do cordão umbilical tem-se afirmado como uma fonte de células estaminais para transplante hematopoiético, permitindo tornar esta opção terapêutica acessível a um conjunto mais alargado de doentes. São já mais de 90 as doenças que podem ser tratadas com recurso a este tipo de transplante, incluindo doenças hemato-oncológicas, como leucemias e linfomas, vários tipos de anemias, doenças metabólicas e imunodeficiências. Com esta decisão da FDA o número de células estaminais no sangue do cordão umbilical deixa de ser uma limitação para a sua utilização.

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