Conheça a patologia
Estima-se que existam cerca de 1600 pessoas com Esclerose Tuberosa em Portugal.

Esclerose tuberosa é uma doença genética com transmissão autossómica dominante. Isto significa que uma mutação num gene de esclerose tuberosa estará presente num indivíduo portador da doença e 50% da sua descendência irá herdar esta mutação e portanto esclerose tuberosa.

Contudo num número considerável de casos a mutação aparece por acidente pela primeira vez numa pessoa (o «fundador» e primeiro caso de esclerose tuberosa numa família) sem que nenhum dos seus ascendentes seja portador da mutação.

Esclerose tuberosa confere uma «desvantagem reprodutiva»: como consequência da doença (deficiência inteletual, epilepsia, etc.) é menos provável que a pessoa afetada pela doença tenha descendentes.

Existem 2 gene de esclerose tuberosa (chamados TSC1 e TSC2). Os dois têm funções semelhantes: as proteínas codificadas por estes genes desempenham um importante papel na regulação do crescimento e diferenciação celular.

A doença afeta ao longo da vida, de modo evolutivo, múltiplos órgãos, sendo mais importantes:

  1. O sistema nervoso central: várias anomalias de desenvolvimento condicionam deficiência inteletual (cerca de 50%), perturbações psiquiátricas entre as quais autismo (cerca de 30%) e muito frequentemente epilepsia. A epilepsia tem gravidade variável podendo ser precoce (primeiros meses de vida) e grave.
  2. Os rins: angiomiolipoma e doença renal quistíca podem na adolescência e idade adulta condicionar hipertensão artéria e insuficiência renal
  3. O coração: uma lesão chamada rabdomioma pode causar arritmias e raramente insuficiência cardíaca, sobretudo em crianças pequenas
  4. A pele: as lesões de esclerose tuberosa típicas são pequenas manchas não pigmentadas (brancas) presentes logo nos primeiros meses de vida e cerca dos 4-5 anos pequenas lesões com componente vascular, salientes, na face chamadas angiofibromas

Além de tratamento específico de cada órgão envolvido (tratamento farmacológico ou cirúrgico de epilepsia, tratamento da doença renal ou da doença cardíaca), conhecimentos mais recentes permitiram compreender de que modo uma mutação nos genes de esclerose tuberosa produz os sintomas da doença. Medicamentos dirigidos para corrigir esta anomalia genética (chamados inibidores mTOR) estão a ser usados há vários anos na doença renal e, mais recentemente, na doença neurológica com considerável sucesso.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Publicado na revista Proceedings of the National Academy of Science
Um estudo que envolveu um grupo de investigadores de 29 países, entre os quais Tiago Reis Marques, médico psiquiatra português...

O estudo foi publicado no dia 8 de maio na revista Proceedings of the National Academy of Science, uma das mais importantes revistas científicas a nível mundial.

"É reconhecido que a desigualdade de género tem um impacto social, ao criar um ambiente prejudicial para as mulheres. Sabemos por exemplo que mulheres que nascem em países onde a desigualdade de género é maior têm um risco de doença mental aumentado e uma pior performance académica, quando comparado com homens e com mulheres de países onde existe igualdade de género. Esta foi a premissa que nos motivou a desenvolver este estudo, para perceber se a desigualdade de género provoca alterações cerebrais e perceber os mecanismos neuronais associados”, começa por explicar o investigador Tiago Reis Marques.

“Assim, foram analisados volumes de diferentes estruturas cerebrais, assim como a espessura do córtex (massa cinzenta), pois a menor espessura do córtex está normalmente associada a disfunção cognitiva. Esta análise foi controlada e teve em conta várias variáveis, como a idade das mulheres, produto interno bruto (PIB) de cada país, entre muitos outros fatores, para evitar qualquer viés e explicação alternativa para os resultados encontrados,” continua.

Os resultados permitiram chegar a observações interessantes: “Em países com maiores níveis de igualdade de género não existem diferenças na espessura cerebral entre homens e mulheres e, em alguns países, até foi demonstrado uma maior espessura cerebral nas mulheres que nos homens. Por outro lado, nos países com maior desigualdade de género a espessura cerebral das mulheres era inferior à dos homens. E, apesar da redução da espessura cerebral ser global, esta era mais evidente no hemisfério direito e em regiões cerebrais que controlam a resiliência à adversidade, controlo emocional e resposta de stress.”

Contudo, como principal conclusão o investigador destaca que “pela primeira vez mostrámos que existe uma consequência neurobiológica desta variável ambiental que é o fenómeno social da desigualdade de género. As alterações cerebrais observadas podem explicar porque é que as mulheres têm maior risco de doença mental ou um maior risco de declínio cognitivo.”

“Este estudo permite também perceber, enquanto sociedade, que a desigualdade de género não é simplesmente um conceito abstrato ou uma mera construção social. É real e tem um impacto biológico observável. Existe, desta forma, além de um imperativo moral e social, um imperativo biológico na promoção da igualdade de género. Estes dados devem ser tidos em conta em futuras implementações de políticas públicas nacionais, principalmente naqueles onde a desigualdade de género é mais evidente. Espero que cada vez mais se observe um contributo das neurociências no apoio às políticas sociais,” conclui Tiago Reis Marques.

Primavera
Com as temperaturas a aumentar, está aberta a época de atividades ao ar livre na companhia das pesso

As alergias sazonais, também conhecidas como alergias do exterior, caracterizam-se por uma reação de hipersensibilidade do sistema imunitário a substâncias (alérgenos) usualmente encontradas no exterior, como é o caso do pólen de flores ou árvores, relva, ácaros, entre outros.

Maio é um dos meses da primavera em que a polinização das plantas tem níveis mais altos e, por isso, existe uma maior probabilidade de ter alergias. Para aproveitar os dias de calor da melhor forma, porque não seguir algumas dicas práticas para limitar a exposição aos alérgenos sazonais? Ficam seis dicas essenciais que deve começar já a pôr em prática:

  1. Escolha o jardim ou parque certos para realizar as suas atividades ao ar livre: as árvores de folha caduca podem intensificar as reações alérgicas. Algumas dessas são:  o carvalho, freixo, bétula, bordo, amieiro e avelã. A escolha de locais com murtas, abetos, catalpas ou sequoias, são uma boa opção para churrascos, piqueniques ou passeios em família e com amigos. E lembre-se que, os locais com mais humidade são propensos à existência de mais ácaros e fungos, o que piora os sintomas de alergia.
  2. Informe-se sobre a melhor hora para passear: as concentrações de pólenes de ambrósia são mais altas durante o início da manhã e ao final da tarde, pelo que será melhor evitar saídas ao ar livre nestes períodos do dia. Pode consultar o Boletim Polínico diariamente para estar a par das horas de maior concentração de pólenes.
  3. Vista-se a rigor: antes de sair de casa, não se esqueça de levar um chapéu, preferencialmente de abas largas, e uns óculos de sol grandes para proteger o cabelo e os olhos dos pólenes transportados pelo vento.
  4. Durante as viagens de carro: é aconselhado fechar as janelas e ligar o ar condicionado, a fim de ajudar na renovação do ar e evitar uma exposição contínua aos pólenes, tanto aqueles que andam no ar, como os que ficam agarrados à roupa. Para que esta dica seja realmente eficaz, não se esqueça de trocar os filtros do ar condicionado com regularidade.
  5. No regresso a casa: deve fazer parte da rotina deixar os sapatos à porta de casa, tomar um duche e colocar a roupa para lavar, para que sejam eliminados possíveis alérgenos que possam estar agarrados ao corpo e às roupas, reduzindo a possibilidade de ter crises de rinite alérgica.
  6. O que não esquecer: ter sempre à mão o seu anti-histamínico. Durante o pico da primavera, as alergias são mais frequentes e podem surgir de forma inesperada, então, mesmo com todos os cuidados, é fundamental ter sempre consigo um anti-histamínico sem efeito sedativo.

Esteja atento a sintomas como corrimento nasal, olhos lacrimejantes e com comichão, espirros, prurido (comichão) e congestão nasal. Se apresentar algum destes sintomas, e não tiver conhecimento da origem dos mesmos, pode fazer um teste às suas alergias, junto de um alergologista.

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Presidente do SE quer retomar mesa negocial
O Sindicato dos Enfermeiros desafiou o Ministério da Saúde a retomar a mesa negocial com estruturas sindicais, com vista à...

De acordo com o presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Pedro Costa, há duas matérias que têm obrigatoriamente de ser incluídas na mesa negocial que as quatro estruturas pretendem retomar. “É urgente que o Ministério da Saúde emita, de vez, a norma que uniformize a aplicação do Decreto-lei n.º 80-B/2022 em todas as unidades de saúde, para que se resolva em definitivo as diferentes interpretações da lei com que nos deparámos nos últimos meses”, salienta. Recorde-se que este decreto-lei estabelece os termos da contagem de pontos em sede de avaliação do desempenho dos trabalhadores enfermeiros à data da transição para as carreiras de enfermagem e especial de enfermagem.

Outro dos objetivos do Sindicato dos Enfermeiros – SE, do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR), do Sindicato Independente de Todos os Enfermeiros Unidos (SITEU) e do Sindicato Independente Profissionais Enfermagem (SIPEnf) – as estruturas sindicais que subscreveram o documento entregue a Manuel Pizarro – passa pela valorização da carreira de enfermagem com a conclusão do Acordo Coletivo de Trabalho para a classe.

“É importante rever a carreira de enfermagem na sua totalidade e, de forma mais específica, a situação remuneratória dos enfermeiros especialistas, que continuam a não ver valorizada toda a formação adicional que fizeram a expensas próprias”, sustenta o presidente do Sindicato dos Enfermeiros. Pedro Costa enaltece ainda esta linha de atuação conjunta, referindo que “as reivindicações são iguais para todas as estruturas, pelo que não faz sentido manter mesas paralelas de negociação e, naturalmente, teremos sempre mais força se o fizermos de forma conjunta”.

Por fim, os quatro sindicatos desafiam já o Governo a trabalhar de forma antecipada para que, aquando da elaboração do Orçamento de Estado para 2024, sejam contempladas verbas para a atualização salarial dos enfermeiros especialistas e da valorização salarial dos níveis remuneratórios dos enfermeiros.

“Não é aceitável que, mais uma vez, se chegue ao último momento para se decidir que não é possível valorizar devidamente os enfermeiros ao nível salarial porque o Orçamento de Estado não tem verbas cativas para esse ponto”, conclui Pedro Costa.

Cidade acolhe comemorações do Dia Mundial da Hipertensão
Assinala-se a 17 de maio o Dia Mundial da Hipertensão (DMH) e, este ano, a Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH) escolheu a...

A Capital da Hipertensão 2023 vai ter as atividades centradas no Jardim da Devesa, em Castelo Branco. Para assinalar o DMH, alunos e profissionais da área da saúde, realizam rastreios gratuitos à Pressão Arterial, além de prestarem aconselhamento nutricional. Durante o dia a população está convidada a juntar-se às sessões de atividade física e ioga, e assistir a sessões de esclarecimento. Os rastreios têm início às 10h e terminam às 18h, com interrupção para almoço das 12h30 às 15h30. Para os profissionais de saúde haverá uma sessão formativa na Biblioteca Municipal de Castelo Branco. 

O objetivo é sensibilizar a população para a importância de medir a pressão arterial (PA) regularmente, cujos valores devem ser inferiores a 14/9. Além disso, pretende-se reforçar as mensagens de que é fundamental praticar exercício físico regular, adotar uma alimentação saudável com baixo teor de sal e cumprir a toma da medicação prescrita. 

Conhecida como a “pandemia silenciosa”, a Hipertensão arterial (HTA) afeta já cerca de 42% da população nacional, estimando-se que mais de 25% dos doentes desconheça que sofre desta patologia crónica. É o principal fator de risco para o Acidente Vascular Cerebral, principal causa de mortalidade e incapacidade no nosso país. 

Rosa de Pinho, Médica de Família e Presidente da SPH salienta que “é fundamental consciencializar os portugueses para esta doença, alertando-os para a importância de medir a pressão arterial, controlar a HTA e conhecer os riscos associados a valores não controlados. Outro fator preocupante é a prevalência crescente de crianças e jovens com HTA, o que se atribui ao consumo excessivo de sal, sedentarismo e aumento de excesso ponderal/obesidade nessas faixas etárias”.  

A SPH tem em curso a “Missão 70/26”, uma iniciativa nacional para melhorar o controlo da Hipertensão Arterial, que tem como objetivo controlar 70% dos hipertensos vigiados nos cuidados de saúde primários em Portugal até 2026, através da implementação de um conjunto de ações destinadas a profissionais de saúde e doentes. “Junto da comunidade, pretendemos sensibilizar a população para a importância de medir regularmente a pressão arterial, de aderir à terapêutica e de consultar o médico regularmente para vigilância da doença. Para isso, e beneficiando do papel de liga da SPH, será implementado um plano de ações com o intuito de divulgar e explicar a HTA junto do público em geral e informar, esclarecer e educar o doente sobre a gestão da doença” acrescenta Rosa de Pinho.  

Além das atividades programadas para Castelo Branco, no dia 17 de maio, irão decorrer durante a manhã, rastreios no Hospital Garcia de Horta (Almada) e Hospital Beatriz Ângelo (Loures).  

No Dia Mundial do Enfermeiro
A MyCareforce, plataforma digital portuguesa que conecta Enfermeiros e Técnicos Auxiliares a vagas disponíveis em instituições...

Nascida em maio de 2021, a MyCareforce tem vindo a trabalhar para agilizar e centralizar o método de contratação e redistribuição de enfermeiros e técnicos auxiliares em unidades de saúde nacionais e internacionais. São dois anos de crescimento exponencial e tem hoje mais de 12.150 enfermeiros nos dois mercados onde tem operação – Portugal e Brasil – assim como mais de 1.000 Técnicos Auxiliares de saúde.

No total, são mais de 16.000 turnos realizados na plataforma e mais de um milhão de euros pagos aos profissionais inscritos. No que diz respeito a empresas do setor que utilizam a plataforma, são quase 180, incluindo o Grupo Trofa Saúde, SAMS, Grupo Orpea, Residências Montepio, diversas Santa Casa da Misericórdia, e ainda uma colaboração com o Serviço Nacional de Saúde em Portugal, com o Hospital Santo António dos Capuchos.

“Estamos num momento muito importante do crescimento da MyCareforce, não apenas com a recente entrada no mercado Brasileiro, mas também com a colaboração que temos vindo a desenvolver com o SNS.” explica Pedro Cruz Morais, Co-CEO da MyCareforce. “Atingir estes números em dois anos é algo que nos deixa muito orgulhosos, mas também nos alerta para o trabalho que temos pela frente, não apenas no que diz respeito à valorização das profissões de saúde em causa, como na melhoria de todo o processo de gestão de Recursos Humanos especializados por parte das entidades e empresas do setor.”

Recorde-se que a start-up entrou no mercado brasileiro no início deste ano, onde espera chegar às 10 mil inscrições na plataforma, e às 70 mil horas trabalhadas, no primeiro ano de atividade. Tem vindo a crescer e a recrutar, principalmente para profissionais que conheçam o mercado brasileiro, pretendendo duplicar a equipa ao longo do ano de 2023.

 

Fibromialgia
Sendo uma condição clínica complexa de causa desconhecida, caracterizada por dor músculo-esquelética

Lara tem 42 anos e foi diagnosticada com Fibromialgia há quase 10. No entanto, explica que a sindrome teve um ano de evolução até ao momento do diagnóstico.

“Comecei por ter dores esporádicas, ora num braço, ora no outro, até que foi afetando, cada vez mais, outras partes do corpo. E eram dores que não passavam com analgésicos”, começa por contar.

“A dor passou a ser uma constante na minha vida e comecei ter dificuldades em dormir, ou seja, as minhas noites de sono eram terríveis, e psicologicamente comecei a andar muito em baixo”, acrescenta.

Aos 15 anos de idade foi-lhe diagnosticada a doença de Crohn e talvez, por isso, numa fase inicial não tenha suspeitado que esta dor generalizada pudesse “ser algo mais”. Sabe-se, aliás, que uma das consequências desta doença inflamatória do intestino é a dor das articulações.

“Decidi falar com a minha gastrenterologista porque comecei a achar que esta situação podia esconder algo mais. Estava a ficar fora de controlo...”, justifica.

Ao fim de três meses de dor, Lara não aguentava fazer uma caminhada sequer. Durante o percurso para casa não conseguia esconder as lágrimas e o desespero.

“Pensa-se que existe um aumento de sensibilidade à dor, devido a alterações dos neurotransmissores e do processamento da dor, que leva a situações de hipersensibilidade a estímulos externos”, explica António Vilar, coordenador do serviço de Reumatologia do Hospital Lusíadas.

De acordo com o especialista, a fibromialgia consiste num “conjunto de sintomas e sinais muito variados, e que incluem dor generalizada musculo-esquelética, que se prolonga por mais de três meses e se acompanha de fadiga intensa, com alteração da qualidade do sono e deterioração cognitiva”.

António Vilar refere ainda que “existe um aumento da sensibilidade a estímulos diversos com o stress, o esforço ou ruídos” e que falta de força e vontade para realizar as tarefas diárias, cansaço intenso ou sensação de esgotamento físico são consequências dessa condição.

Para além da dor, da fadiga e a alteração da qualidade do sono – que se traduz em insónias - , classificados como sintomas clássicos desta síndrome, ela pode fazer-se acompanhar ainda “de quadros tipo colon irritável, queixas urinárias, dores de cabeça e manifestações neuropsiquiátricas com irritabilidade fácil, problemas de memória e atenção em doentes perfeccionistas e com baixa autoestima”.

Formigueiro ou sensação de adormecimento do corpo ou extremidades, descritos também como rigidez articular, podem ocorrer.

Apresentando muitos destes sinais, a gastroenterologista de Lara encaminhou-a, de imediato, para um especialista em reumatologia.

“A médica fez um exame de despiste que consiste em tocar em determinados pontos do corpo e disse-me que tinha 90% de probabilidades de sofrer de fibromialgia”, conta Lara.

António Vilar, reumatologista, explica que o diagnóstico “é feito pelo conjunto de sintomas e pelo exame objetivo que passa pelas pesquisa exaustiva dos pontos dolorosos, integrado nas restantes queixas”.  E salienta que a Fibromialgia “coexiste com outras doenças reumáticas inflamatórias crónicas, o que dificulta ainda mais o diagnóstico, que não tem análises laboratoriais nem meios de imagem específicos”, confirmando-se após a exclusão de outros diagnósticos reumatológicos, psiquiátricos, gastroenterológicos e “até ginecológicos”.

“Fiz depois vários exames e, entretanto, começaram a surgir outros sintomas como a  rigidez matinal. De manhã, assim que punha os pés no chão eu não me conseguia endireitar, por exemplo, e a minha memória passou a ser bastante afetada. Esqueço-me de praticamente tudo. Numa conversa, eu esqueço-me de algo que me disseram ou que eu disse há segundos”, acrescenta Lara.

Explica, com desanimo, que a qualidade de vida se vai perdendo. “Não nos sentimos bem connosco próprios”. E admite que a confirmação do diagnóstico caiu como uma bomba na sua vida.

“Eu meti na cabeça que a médica me ia dizer que eu não tinha nada. Foi dificil, e deixei-me ir abaixo”, confessa explicando que não aceitava ter de lidar com mais uma doença crónica.

“Acabei por mudar tudo na minha vida e, admito, este tem sido um percurso bastante atribulado”, diz.

“As minhas crises, quando são mais fortes, chegam a durar 15 dias. E tenho dias muito complicados, em que só me apetece chorar e em que não me apetece sair da cama. Nesses dias penso «hoje fico, desisto» e quem está ao nosso lado, é muito importante também para a nossa recuperação, tem de ter muita paciência”, explica a jovem.

Apesar da reumatologista a ter aconselhado a consultar um psicólogo Lara não quis. “Acho que precisei de processar tudo o que se estava a passar comigo. Conseguir aceitar por mim a doença, que ainda está em fase de evolução”, justifica.

António Vilar explica que a dor generalizada, característica desta sindrome, “afeta a qualidade de vida familiar, profissional e social dos doentes”. “Importa, no entanto, esclarecê-los que esta síndrome não destrói as articulações, e em quase metade das mulheres tende a extinguir-se com o correr dos anos”, acrescenta.

“No início eu não queria que se soubesse que sofria de fibromialgia. A nível profissional é complicado entenderem que há dias em que não conseguimos agrafar uma folha, por exemplo. Acham que é fita quando dizemos que sentimos dores, que estamos exaustos. Dizem «ah mas tu estás com bom aspecto, como é que dizes que tem dores o dia todo?», conta Lara que “abrir o jogo” com a sua chefe não foi fácil. 

“Só para terem uma ideia, coisas do dia-a-dia que são tão banais, para um fibromialgico podem ser uma tortura. Eu não aguento com um litro de leite, por exemplo. Um prato mais pesado parece pesar uma tonelada! Não consigo abotoar um casaco e, às vezes, abrir uma porta ou certos recipientes é um sacrifício.”, explica.

Diz que o simples ato de segurar o telemóvel enquanto faz uma chamada lhe provoca dores inimagináveis. “Tenho de usar auricular! E, para que percebam o quão dura pode ser esta sindrome, às vezes lavar o cabelo é extremamente penoso. Não consigo descrever as dores que sinto só de ter os braços levantados...”, acrescenta

Desde o seu diagnóstico, Lara toma relaxantes musculares e antidepressivos. Foi aconselhada a praticar exercício físico com regularidade. “A minha reumatologista aconselhou-me a praticar yoga, isto porque se ficarmos parados os músculos começam a enrijecer. Por outro lado, se fizermos um desporto mais intenso, temos mais dores”, conta.

De acordo com António Vilar, reumatologista, os especialistas devem “enfatizar a necessidade de exercício físico regular, em condições adequadas, como piscina aquecida, hidroginástica, seguindo um plano personalizado”, por fim a melhorar a qualidade de vida do doente. “Técnicas de relaxamento físico e psíquico, alternando com exercícios de carga progressiva que podem incluir yoga, pilates ou shiatzu” também são recomendados.

Mas mais importante é, de acordo com este especialista, desdramatizar o quadro e “assegurar que a fibromialgia não retira anos de vida, não necessita de cirúrgias, nem atinge outros órgãos”.

Lara vai vivendo um dia de cada vez. Tenta sorrir perante as adversidades e agradece ter ao seu lado uma família e amigos pacientes, nos quais vai buscando força quando a ela lhe falta. 

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Saúde Oral
A saúde oral é fundamental para o bem-estar geral do corpo humano.

As doenças periodontais são situações inflamatórias crónicas de etiologia bacteriana que afetam os tecidos de suporte dos dentes (ligamento periodontal, gengiva e osso alveolar), sendo a principal causa de perda de dentes nos adultos. Inicialmente causadas pelo biofilme microbiano, diversos fatores ambientais e genéticos contribuem para o desenvolvimento destas doenças. Podem classificar-se como:

  • Gengivite, reversível através da eliminação da placa bacteriana da superfície dentária e do sulco gengival
  • Periodontite que acontece quando a gengivite não-tratada leva à perda dos tecidos periodontais (ligamento periodontal e osso alveolar) e eventualmente dos dentes.

Nas últimas três décadas múltiplos estudos epidemiológicos demonstraram que a periodontite pode ter um importante impacto na saúde sistémica pois a sua patogénese provoca uma rotura na homeostase em geral.

Atualmente existem dezenas de estudos que avaliaram a associação entre a periodontite e doenças sistémicas como as doenças cardiovasculares, a diabetes, os nascimentos prematuros e as crianças de baixo peso ao nascer, doenças pulmonares crónicas e mais recentemente as doenças inflamatórias intestinais, o cancro colorretal e a Doença de Alzheimer.

O termo Medicina Periodontal é utilizado para descrever como a infeção/inflamação periodontal pode afetar a saúde extra-oral.

A melhor forma de prevenir estas doença é manter uma correta higiene oral, como a escovagem e o uso de fio dentário diariamente. Além disso, uma dieta equilibrada e, no caso dos fumadores, deixar de fumar, também podem ajudar a manter uma boa saúde oral.

Apesar de todos os cuidados, a visita regular ao seu médico dentista é essencial para manter a saúde dos seus dentes e da sua boca.

Dra. Rita Montenegro – Médica Dentista (OMD 1892)
Pós-graduada e Mestre em Periodontologia e Implantes pela University College London (UCL);
Especialista em Periodontologia pela Ordem dos Médicos Dentistas;
Docente Convidada da Disciplina de Cirurgia Maxilofacial do Instituto Universitário Egas Moniz

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Dias 1 e 2 de junho
O Congresso de Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica (CESMO) do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) tem...

O primeiro dia do Congresso tem início com um painel dedicado ao “Banco de Leite Humano do Norte” – criado no CHUSJ com o objetivo de fornecer leite gratuitamente a todos os bebés de risco da região Norte que não podem ser amamentados pelas mães. Ainda no primeiro dia, tem lugar o painel “Nascer de Uma Família”, com vista a abordar temas como a transição para a parentalidade, o aleitamento materno e a recuperação pós-parto, entre outros. Destaque para o painel “Nascer na Era Digital”, momento no qual será apresentada a parte dedicada ao projeto Nascer São João na App MySãoJoão, e abordado o tema da “Preparação Para o Parto e Parentalidade”.

No segundo dia do Congresso, decorre ainda o painel dedicado ao tema “Vida após a Morte”, o qual integra “Comunicação de más notícias em Obstetrícia” e “Perda Gestacional”.

No decorrer do CESMO 2023, terão lugar dois cursos opcionais: “Reanimação do Recém-Nascido” e “Emergências Obstétricas”.

Pode consultar o Programa completo e o Regulamento de Comunicações e Pósteres e aqui. Inscrições aqui.

 

Nova terapêutica, recentemente aprovada pela Agência Europeia dos Medicamento
Nova terapêutica permite uma melhoria significativa na sobrevida global e realizou-se numa unidade de Medicina Molecular da...

O tratamento com Lu177-PSMA é uma inovação para doentes com cancro da próstata. Trata-se da utilização de uma molécula que se une ao PSMA - uma proteína encontrada nas células dos tumores desta glândula -, conjugada com o isótopo Lutécio-177, que irá destruir as células malignas.

Esta nova terapêutica, recentemente aprovada pela Agência Europeia dos Medicamentos, está indicada para pacientes com cancro da próstata metastizado e com progressão da doença oncológica, apesar da terapia hormonal e/ou de quimioterapia.

“Este tratamento configura avanços clínicos recentes e muito promissores em Medicina Molecular: o conceito de theranostics e de medicina de precisão”, diz José Manuel Oliveira, médico especialista em Medicina Molecular e diretor da equipa a cargo desta terapêutica. Theranostics, ou teranóstica, é a junção entre diagnóstico e tratamento.

A primeira aplicação deste tratamento em Portugal decorreu esta quinta-feira numa das três unidades de Medicina Molecular da Atrys - uma multinacional do ramo da saúde com forte presença no nosso País, que se dedica principalmente ao diagnóstico e tratamento oncológico -, tendo sido "um sucesso", ainda de acordo com o médico responsável pelo procedimento.

Nesta nova terapêutica, mediante a administração do radiofármaco, a molécula é captada em tecido tumoral, provocando irradiação e consequente destruição das células malignas.

Esta irradiação seletiva caracteriza-se pela preservação dos tecidos que não estão afetados pela doença.

Os estudos publicados, nomeadamente o ensaio clínico que serviu de base à aprovação deste medicamento pelas agências reguladoras, mostram que este tratamento leva a uma melhoria significativa na sobrevida global, comparativamente aos tratamentos convencionais.

Todos os anos, em Portugal, são diagnosticados cerca de seis mil novos casos de cancro da próstata; tal significa que se trata de quase 1/4 de todos os tumores que afetam o homem.

 

 

 

Hospital do Espírito Santo de Évora acolhe ação formativa Day at the Cath Lab
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) está a promover a iniciativa formativa Day at the Cath Lab (D@CL),...

De acordo com David Neves, Cardiologista de Intervenção no Hospital e responsável pela iniciativa D@CL, a técnica de imagem permite avaliar com maior resolução espacial as estruturas arteriais coronárias. “Para além da utilidade prática para otimização da angioplastia, é também uma ferramenta investigacional insubstituível”.

E acrescenta: “Este tipo de tratamento é utilizado sempre que é preciso esclarecer uma imagem angiográfica duvidosa, garantir um bom resultado numa angioplastia complexa e elucidar sobre o mecanismo de falência de um stent”.

Rita Calé Theotónio, Cardiologista de Intervenção e Presidente da APIC, explica: “Com este D@CL pretendemos chamar a atenção para a importância da utilização de métodos de imagem intravascular na atualidade, sendo ferramentas úteis para aumentar a precisão diagnóstica e ajudar a guiar intervenções coronárias com maior complexidade técnica. O objetivo é promover a atividade formativa para os cardiologistas de intervenção com interesse na área do OCT”.

O D@CL é uma iniciativa que também permite aos cardiologistas de intervenção conhecerem o dia a dia de uma Unidade de Cardiologia do país, num ambiente informal, hands on e de proximidade.

 

Medicina Dentária
A maioria das pessoas utiliza aparelho ortodôntico por motivos estéticos.

Prevenir dores de cabeça e enxaquecas

Diversos estudos científicos demonstram uma relação clara entre dores de cabeça, ouvido e pescoço, com uma oclusão alterada.

Dentes corretamente alinhados permitem o bom funcionamento da ATM (Articulação Temporomandibular), um conjunto de articulações localizadas junto ao ouvido que permitem os movimentos da mandíbula e a correta função de mastigação e fonação. Dentes desalinhados geram alterações na articulação, limitações na abertura da boca, dores de cabeça e até enxaquecas graves.

Não comprometer a higiene oral

A limpeza de dentes desalinhados é difícil, e passar o fio dentário é por vezes até impossível.  Devido a essa dificuldade, muitas pessoas acabam por se desleixar na higiene oral. E uma higiene inadequada pode levar a doenças sérias, como a periodontite, que em estádios avançados, leva a perda dos dentes. Uma higiene oral pobre ou negligente é responsável pelo aparecimento de tártaro, mau hálito e cáries dentárias.

Respirar melhor pelo nariz

Vale a pena lembrar que é com as estruturas do seu sorriso que a Ortodontia trabalha, portanto é importantíssimo expandir as arcadas dentárias para o melhor posicionamento de cada dente. Desta forma, as vias aéreas são afetadas de forma positiva, contribuindo para uma respiração nasal com mais qualidade. A intervenção do ortodontista a nível da expansão do palato e base do nariz, bem como a intervenção no avanço mandibular contribuem para um melhoramento notório da função respiratória.

Além disso, pode auxiliar no seu sono, pois uma respiração adequada contribui para o seu conforto durante o sono e, consequentemente, que o seu dia corra melhor.

Mastigar corretamente os alimentos

Uma mastigação ineficiente significa dentes em sobrecarga. Normalmente, isto ocorre devido à falta de um ou mais dentes e também a dentes tortos ou em posições ectópicas. Quando realizamos um tratamento ortodôntico, uma mastigação eficiente não é o único benefício. Há também o exercício correto dos músculos envolvidos na mastigação. Cabe ao ortodontista proporcionar uma posição muscular, esquelética e dentária eficiente e saudável. Lembrando que uma mastigação deficiente, leva à exposição de problemas relacionados a digestão e em casos extremos a problemas graves de estômago e intestino, pois a mastigação correta gera alimentos bem triturados, facilitando o processamento da refeição e aumentando a sensação de saciedade.

Melhorar a autoestima e confiança

É muito comum a vergonha de dentes tortos ou falta deles e ao sorrir, a atitude é cobrir a boca. O que deixa muitas pessoas desconfortáveis, tristes e com baixa autoestima.

Ou seja, um sorriso alinhado, bonito e saudável permite sorrir sem medo algum, falar com desenvoltura e aumenta a autoestima.

Portanto, o recomendável é visitar um dentista o quanto antes, pois facilita o tratamento e aumenta a sua eficiência. Este profissional irá avaliar o seu caso e propor o melhor tratamento que ajude a sua saúde bucal e a beleza do seu sorriso.

Atualmente, a Ortodontia está num nível de desenvolvimento científico único e é possível com técnicas pouco invasivas, indolores e até invisíveis atingir resultados de excelência não só a nível oclusal, mas também ao nível da estética facial. O aparecimento das técnicas de aligners transparentes permitiu um crescimento exponencial na procura de tratamentos ortodônticos por parte da população portuguesa. Há ainda um caminho a percorrer na educação para a importância da saúde oral, mas se olharmos aos últimos 20 anos, a evolução é notória e positiva.

Convido todos os leitores a experienciar uma consulta de Ortodontia com uma jornada 100% digital e perceber que mais do que dentes os ortodontistas tratam perfis, faces, pessoas e muitas vezes conseguem a solução para problemas que não parecem numa primeira análise relacionados com a cavidade oral.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Capacitar os profissionais de saúde
Para o Dia Internacional do Enfermeiro, que amanhã (12 de maio) se assinala em todo o mundo, o projeto europeu...

O projeto MulticulturalCare anuncia, «com orgulho, os contributos» que deu, num trabalho que envolveu profissionais de mais duas instituições de ensino superior europeias – UC Limburg (Bélgica) e Universidad de Castilla-La Mancha (Espanha) –, que visam «dotar os estudantes de enfermagem europeus de métodos de aprendizagem inovadores para intervir eficazmente em contextos multiculturais e com diversas populações».

«Num mundo cada vez mais interconectado e diversificado, os profissionais de saúde devem estar equipados com o conhecimento e as habilidades para fornecer cuidados culturalmente sensíveis. Reconhecendo esta necessidade urgente, o Projeto MultiCulturalCare surgiu como uma iniciativa inovadora na educação de enfermagem, com o objetivo de cultivar uma nova geração de enfermeiros culturalmente competentes. Com o objetivo primordial de contribuir para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio relacionados com a saúde, estabelecidos pelas Nações Unidas, este projeto visa promover a competência cultural entre estudantes de enfermagem e a comunidade de saúde em geral», observam os promotores do projeto coordenado pela professora da ESEnfC, Ana Paula Monteiro.

Nesse sentido, esta equipa internacional desenvolveu «um inovador MODELO DE EDUCAÇÃO DE ENFERMAGEM MULTICULTURAL CARE», onde se destacam quatro aspetos:

  • Abordagens inovadoras de aprendizagem: «O projeto abrange métodos de ensino inovadores, que envolvem os alunos de enfermagem em experiências de aprendizagem imersivas e interativas. Essas abordagens vão além das configurações tradicionais de sala de aula, permitindo que os alunos desenvolvam uma compreensão profunda da diversidade cultural e seu impacto na saúde. O Modelo de Educação em Enfermagem MultiCulturalCare integra Aprendizagem Experiencial, cenários de simulação e experiências do mundo real, como programas de imersão na comunidade e rotações clínicas em ambientes culturalmente diversos. Ao mergulharem em diferentes comunidades, os estudantes de enfermagem ganham experiência em primeira mão ao navegarem pelas diferenças culturais e ao compreenderem o impacto dos determinantes sociais na saúde».
  • Competências multiculturais centrais na educação em enfermagem: «O Projeto MulticulturalCare coloca uma forte ênfase em fornecer aos estudantes de enfermagem o conhecimento e as habilidades necessárias para navegar em ambientes multiculturais. Através de módulos de formação abrangentes, os alunos aprendem sobre diversas culturas, crenças e práticas, promovendo a sensibilidade e o respeito cultural».
  • Aprendizagem e intercâmbio colaborativos: «Reconhecendo o valor da colaboração, o projeto facilita a troca de conhecimentos entre estudantes de enfermagem, profissionais de saúde, organizações, mentores e professores. Essa abordagem colaborativa promove a aprendizagem mútua, a partilha das melhores práticas e o desenvolvimento de uma rede de apoio comprometida com a competência cultural na área da saúde».
  • Abordagem das desigualdades na saúde: «Ao munir os estudantes de enfermagem com competências multiculturais, o Projeto MulticulturalCare visa contribuir para a redução das desigualdades na saúde. Cuidados culturalmente sensíveis levam a melhores resultados de saúde e à satisfação dos utentes, particularmente dos indivíduos de diversas origens e de grupos marginalizados».
Investigação clínica na área do cancro da mama
O Prémio de Investigação Noémia Afonso, lançado pela Sociedade Portuguesa de Senologia (SPS), tem as candidaturas a decorrer...

O prémio, criado em homenagem à Dr.ª Noémia Afonso, "um membro ativo da SPS que nos deixou de forma prematura e uma oncologista muito respeitada entre os seus pares", afirma José Carlos Marques, presidente da SPS, acrescentando que “esta iniciativa pretende estimular a investigação, pelo que este é mais um passo em prol da promoção da interdisciplinaridade entre as várias especialidades médicas na área do cancro da mama”.

Os trabalhos apresentados serão avaliados pela sua investigação de natureza interdisciplinar, pela sua contribuição na melhoria da intervenção clínica e pelo real impacto no desenvolvimento científico, através de critérios como a originalidade e grau de inovação, exequibilidade e potencial impacto na prática clínica ao nível do cancro da mama.

Os participantes podem submeter a sua candidatura até 31 de maio através do preenchimento de um formulário na página da SPS.

O grande vencedor desta distinção irá receber 20 mil euros para apoio ao desenvolvimento do projeto, e será anunciado nas XX Jornadas de Senologia.

Consulte o regulamento, aqui.

 

 

 

Sarcocornia perennis
Uma equipa da Escola Superior Agrária do Politécnico de Coimbra (ESAC-IPC), constituída pelas professoras desta instituição de...

O estudo realizado por esta equipa, no âmbito to projecto PEARLs - PotEncial das plAntas maRítimas na aLimentação Saudável: contributos para o desenvolvimento sustentável do litoral português (Projeto INOVC+) e em colaboração com a empresa “Tertúlia de Sabores”, sita em Coimbra, teve como objetivo avaliar o potencial do pó de S. perennis como substituto nutricionalmente relevante do sal (sódio) no pão de trigo branco, tendo sido igualmente avaliadas e comparadas com o pão convencional as propriedades físicas, nutricionais, minerais, sensoriais e atividade microbiológica de duas amostras de pão no qual foi incorporado o halófito em causa. Numa das amostras foi adicionada à base da farinha do pão uma quantidade de pó de S. perennis equivalente à dose normal de sal (0,47%). Na outra amostra, a equipa de investigação juntou o correspondente a metade da concentração de sódio (0,235%).

Este trabalho de investigação aplicada permitiu concluir que a adição de pó de S. perennis promoveu um aumento significativo de todos os nutrientes e minerais do pão, como cálcio, fósforo, ferro e manganês. Para além da melhoria na qualidade do produto, as amostras concebidas foram ambas sensorialmente bem aceites, sendo que na amostra onde o sal foi reduzido para metade, a aceitabilidade dos provadores não foi afetada. Adicionalmente, esta última amostra, dado que se apresenta como uma solução que possibilita a redução da ingestão diária de sódio, traduz-se em benefícios ao nível económico e de saúde pública e é igualmente mais promissora no que diz respeito a uma maior estabilidade ao longo do tempo em questão de deterioração microbiana, causada principalmente por fungos e leveduras.

Segundo Aida Moreira da Silva, promotora principal do projecto PEARLs, a relevância deste estudo prende-se com o facto de o pão ser “um bem alimentar consumido diariamente pela generalidade das pessoas e de ser uma importante fonte de sódio na dieta humana, cuja ingestão acima do necessário fisiologicamente tem sido associada a algumas doenças não transmissíveis, como hipertensão, doenças cardiovasculares e acidente vascular cerebral”. Nesta medida, “entre as intervenções para reduzir o teor de sal no pão, a incorporação de pó de halófitas de sabor salgado pode ser uma estratégia a considerar seriamente”.

Do trabalho resultou o artigo com o título “Re-Thinking Table Salt Reduction in Bread with Halophyte Plant Solutions”, recentemente publicado na revista indexada “Applied Sciences” da editora MDPI e disponível em https://doi.org/10.3390/app13095342.

Opinião
Temos assistido nas últimas décadas, em Portugal e na Europa, a um decréscimo significativo da taxa

A evolução do papel da mulher na sociedade é, sem dúvida, uma das justificações, aliado às várias barreiras económicas que os jovens adultos têm de ultrapassar. As mulheres investem cada vez mais nos estudos universitários, apostam em carreiras profissionais exigentes, que roubam tempo para a construção do projeto familiar. A evolução na contraceção, com vários métodos eficazes disponíveis, aliado ao aumento do conhecimento dos casais nesta temática, tem contribuído para a diminuição da gravidez não planeada em idades mais jovens. Por outro lado, as várias crises económicas dos últimos anos, acarretaram dificuldades acrescidas para os jovens adultos atingirem a independência financeira. O difícil acesso à habitação pode também atrasar a decisão de ter o primeiro filho.

Além disso, antes de darem o grande passo da parentalidade, os jovens adultos querem viver diferentes experiências pessoais, sociais e profissionais. Querem fazer mestrados e doutoramentos, viajar, ter vários hobbies e serem promovidos.

Vai ficando para trás a decisão de ser mãe... Mas será que há riscos em adiar a maternidade?

Define-se maternidade em idade materna avançada quando esta ocorre depois dos 35 anos (inclusive). Em Portugal, cerca de 15% dos nascimentos de primeiros filhos ocorrem nesta fase. O aumento da idade materna associa-se ao risco aumentado de várias complicações, começando pela diminuição da fertilidade. Existe um declínio gradual da fertilidade com a idade, sendo este mais acentuado a partir dos 35 anos. Além disso, existem outras complicações como: aborto espontâneo (a taxa de aborto espontâneo em mulheres com menos de 35 anos é de 12%, entre os 35-39 anos é de 25% e após os 40 anos de 51%); gravidez ectópica; anomalias cromossómicas e malformações congénitas. É mais provável uma gestação múltipla, quer em gestações espontâneas, quer após técnicas de procriação medicamente assistida. No decurso da gravidez em idades mais avançadas, podem existir complicações médicas, como hipertensão crónica, pré-eclâmpsia e diabetes gestacional. Quanto a morbilidade e mortalidade maternas e neonatais, destaca-se maior risco de parto pré-termo, parto por cesariana, recém-nascidos leves para idade gestacional e morte fetal.

Será que existem benefícios em adiar a maternidade? Nem tudo são riscos e complicações. A verdade é que também podem ser enumeradas algumas vantagens como a estabilidade financeira, maturidade materna, planeamento da gravidez, possivelmente com mais tempo para o bebé e para a família.

Será que esta tendência de adiar a maternidade pode ser revertida? Esta problemática tem de estar na agenda dos decisores políticos! Deve ser pensada e discutida em sociedade, para que sejam encontrados incentivos governamentais e empresariais que promovam a maternidade em idades mais jovens. Apostar em licenças de parentalidade partilhadas, redes de creches gratuitas de qualidade, melhoria dos incentivos fiscais, subsídios pré-natais e abonos de família mais abrangentes. É fulcral a criação de programas integrados entre o estado e as empresas com apoios nesta nova fase da vida dos seus colaboradores, com o objetivo de equilibrar a vida pessoal e profissional. Mais dinheiro, mais tempo em família, produtos ou serviços, o que seja, os novos pais agradecem.

Ainda assim, continuar a adiar a decisão de ser mãe vai ser a escolha de muitas mulheres. Porém, esta deve ser uma escolha consciente dos riscos e com informação sobre algumas soluções. Existe a possibilidade de preservar a fertilidade por motivos sociais, através da congelação de ovócitos. Mas até a eficácia da preservação vai depender da idade materna. A taxa cumulativa de recém-nascidos quando se utilizam ovócitos criopreservados é o dobro quando a colheita é feita antes dos 35 anos. Quanto maior a idade da mulher, menor o número de ovócitos colhidos e pior a qualidade dos mesmos. A idade é um fator determinante!

O adiar da maternidade pode ser um problema, mas também pode ser uma escolha. Deve ser uma escolha informada e consciente dos riscos e possíveis soluções.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
31 de maio
A Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) realiza no dia 31 de maio, entre as 17h00 e as 19h00, uma nova sessão de...

A sessão trazida pela APCL irá contar com a participação de Luísa Almeida, assistente social do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa. A especialista irá abordar os direitos das pessoas com cancro do sangue. A moderação da sessão estará a cargo das psicólogas Sara Teixeira e Andreia Cardoso.

A participação é gratuita, mas requer inscrição prévia. Deve ser efetuada por e-mail, para [email protected], ou telefone, através do número 213 422 205.

Este tipo de iniciativas promovidas pela APCL visa promover a partilha de conhecimento e informação relevantes, para indivíduos que vivem, convivem ou lidam com doenças hemato-oncológicas.

 

Fundação Portuguesa de Cardiologia sensibiliza população para o fator de risco
Cerca de dois terços da população adulta portuguesa tem o seu colesterol elevado, uma patologia grave sobre a qual é...

No âmbito desta Campanha, a Fundação Portuguesa de Cardiologia levou a cabo, com a GFK Metris, a realização de um Estudo – “Os Portugueses e o Colesterol 2023” – cujos resultados dão a conhecer a perceção que a população tem sobre este importante fator de risco.

De acordo com o Estudo realizado, 74% dos portugueses, isto é 3 em cada 4, assume que não sabe qual é o valor do seu colesterol, desconhecimento que é muito expressivo nas camadas mais jovens (18-24 anos e 25-44 anos), mas que diminui com a idade dos inquiridos (45-64 anos e 65 e mais). Apenas 26% dos inquiridos sabe o seu valor e a relevância que o colesterol tem enquanto fator de risco. A grande maioria dos portugueses (89%) inquiridos pelo Estudo afirma que o colesterol é uma gordura que circula no corpo e 64% afirma que um valor considerado “normal” é inferior a 190 mg/dL.

De entre as várias frações do colesterol, o presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia, Manuel Oliveira Carragtea, alerta que "é importante estarmos atentos aos valores das LDL (low density lipoprotein ou lipoproteínas de baixa densidade), vulgarmente conhecida como o ‘mau colesterol’, e por ser aquela que, ao depositar-se na parede das artérias, provoca a aterosclerose", pelo que "quanto mais altas forem as LDL no sangue, maior é o risco de doença cardiovascular".

Em Portugal, as doenças cardiovasculares são responsáveis por cerca de um terço do total das mortes e, em média, morrem cerca de 80 pessoas por dia devido a patologia cardiovascular. Cerca de oito em cada 10 óbitos de causa cardiovascular que ocorrem precocemente (antes dos 70 anos) podem ser evitados, quando controlados os níveis de colesterol LDL (colesterol mau), um dos principais fatores de risco destas doenças.

Para o presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia, "os valores elevados de colesterol não causam sintomas e, quando estes ocorrem, podem ser graves e súbitos, manifestando-se, por exemplo, sob a forma de dor no peito devido a angina de peito ou enfarte do miocárdio ou mesmo morte súbita, sendo, por isso, fundamental instruir a população sobre o colesterol e as suas implicações".

O objetivo da Campanha "Maio, Mês do Coração" pretende, assim, dar a conhecer o estado atual das doenças cardiovasculares em Portugal e qual a importância que o controlo do colesterol, enquanto fator de risco assume na prevenção destas patologias. A Fundação Portuguesa de Cardiologia quer, através da sua Campanha de sensibilização, tornar visível o que não se vê nem se sente - o ‘mau’ colesterol (LDL) - e que só se vê que está elevado quando são feitas análises para a sua medição, chamando, ainda, a atenção para o facto de que mesmo medicado para o colesterol, o doente pode não estar garantidamente normalizado.

A Campanha – presente em diversos meios de Comunicação Social (televisão, rádio e imprensa) e em espaços de grande afluxo populacional (hipermercados ou eventos desportivos) – integra, ainda, várias iniciativas, entre as quais a realização de rastreios cardiovasculares em locais públicos e em empresas, de uma reunião científica dedicada à temática do Colesterol, um Torneio de Padel e sessões educativas de literacia em saúde (presencias e videoconferência) em estabelecimentos de ensino, difusão de mensagens através da rádio. Ao longo do mês de maio, a Fundação Portuguesa de Cardiologia irá realizar o habitual peditório nacional de angariação de fundos necessários para a prossecução da sua atividade.

Mais informações sobre a Campanha “Maio, Mês do Coração” estão disponíveis no website da Fundação Portuguesa de Cardiologia: http://www.fpcardiologia.pt/.

Investigador da Universidade de Coimbra
A estimulação do cerebelo durante o envelhecimento tem impacto na melhoria da memória episódica (a capacidade de recordar...

O estudo, publicado na revista GeroScience (uma das revistas mais importantes na área da gerontologia), contou com a participação de pessoas saudáveis, com mais de 60 anos, que foram sujeitas a um treino cognitivo e a uma técnica de estimulação neuronal indolor (a neuroestimulação transcraniana por corrente direta). Como explica Jorge Almeida, a investigação mostrou «uma melhoria na capacidade de idosos saudáveis se recordarem de listas de palavras, após somente doze sessões consecutivas de estimulação cognitiva e neuronal».

Sobre as melhorias apresentadas, «os indivíduos estimulados no cerebelo foram capazes de se recordar de mais 4 palavras, em média, num total de 16, quando comparados com os outros grupos de controlo», sublinha o também diretor do Proaction Lab e investigador do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental.

O aumento na capacidade de memória foi acompanhado de modificações ao nível neuronal na ligação entre as áreas responsáveis pela memória – ou seja, o efeito da estimulação do cerebelo foi também visível nas estruturas neuronais que suportam a memória episódica, fortificando as suas conexões. Estas melhorias foram registadas imediatamente após o programa de intervenção, que teve a duração de 12 dias, e continuaram estáveis no controlo realizado 4 meses depois.

Jorge Almeida destaca ainda que «estes dados demonstram a nossa capacidade de atuar, de forma simples e não farmacológica, numa das maiores queixas relacionadas com o declínio cognitivo na terceira idade – a nossa capacidade de nos recordarmos de coisas do nosso dia-a-dia».

O estudo, que envolveu uma equipa multidisciplinar e multinacional composta por psicólogos, médicos e engenheiros de várias universidades (nomeadamente Coimbra, Harvard e São Paulo), aponta também para um papel renovado do cerebelo ao nível dos processos cognitivos e no modo como a mente funciona, que vai para além da típica ligação aos aspetos de coordenação de movimento.

Com a esperança média de vida a aumentar, a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que, em 2050, uma em cada seis pessoas no mundo terá mais de 65 anos. Esta previsão demográfica vai colocar desafios enormes à sociedade, dado que o envelhecimento está fortemente ligado ao declínio cognitivo, a doenças neurodegenerativas e a fragilidades diversas. Salientando que a memória episódica será, provavelmente, a maior vítima do declínio cognitivo associado ao envelhecimento, os autores do estudo revelam esperança nos resultados face ao contexto demográfico atual e futuro, e reforçam a importância de intervenções não farmacológicas para a prevenção e diminuição do declínio cognitivo em idosos.

O artigo científico “The cerebellum is causally involved in episodic memory under aging” está disponível em https://link.springer.com/article/10.1007/s11357-023-00738-0.

Opção terapêutica
O Síndrome de Sézary é um subtipo de linfoma cutâneo de células T agressivo que se apresenta sob a f

O Síndrome de Sézary afeta tipicamente homens com 60 anos ou mais, mas pode ser diagnosticado em indivíduos de qualquer sexo ou idade. As manifestações clínicas mais frequentes são o prurido, a eritrodermia (pele vermelha) e adenomegalias generalizadas. Frequentemente associa-se também a alterações da pele nas palmas das mãos e plantas dos pés, das unhas e a alopecia.

O diagnóstico obriga a integração da clínica com os resultados da avaliação do sangue e biópsias da pele e gânglios. O diagnóstico é, por vezes, difícil e tardio devido à necessidade de cumprir vários critérios clínicos, analíticos e anátomo-patológicos e à exclusão de outras dermatoses mais frequentes que também provocam eritrodermia. O Síndrome de Sézary deve também ser distinguido da Micose Fungóide em fase eritrodérmica, uma vez que são doenças com fisiopatologia, tratamento e prognóstico diferentes. É também obrigatório o diagnóstico diferencial com linfomas de células T sistémicos com envolvimento cutâneo secundário. Atendendo à sua complexidade, o acompanhamento destes doentes deve ser realizado em centros de referência por equipas especializadas que são constituídas por vários médicos, incluindo dermatologistas e hematologistas.

Embora represente somente cerca de 5% dos linfomas cutâneos, o Síndrome de Sézary associa-se a mau prognóstico, que se traduz em diminuição da sobrevivência e da qualidade de vida.  Os doentes são imunodeprimidos e têm uma maior suscetibilidade a infeções virais e a algumas infeções fúngicas, as quais podem ser fatais. Existem vários tratamentos disponíveis para esta doença, mas o Transplante de Medula Óssea, é o único tratamento que oferece a possibilidade de cura. Este tratamento é realizado em regime de internamento numa unidade de transplante onde é realizada quimioterapia para eliminar a medula óssea do doente. Em seguida, as células progenitoras de um dador compatível, familiar do doente ou identificado num painel internacional, são administradas no sangue periférico do doente. Em poucas semanas, estas células vão formar a nova medula óssea do doente e podem atacar as células malignas restantes que são reconhecidas como células estranhas.

Nem todos os doentes são elegíveis para transplante devido à idade avançada em que a doença se manifesta ou às comorbilidades que apresentam. Além disso, o transplante é um procedimento que não é isento de riscos, incluindo risco de vida, devendo ser pesado o risco-benefício para cada situação específica. Este tratamento deve ser considerado em doentes jovens, sem comorbilidades e que apresentem sensibilidade ao tratamento com quimioterapia. Nos doentes não elegíveis, as restantes opções terapêuticas disponíveis são dirigidas ao alívio dos sintomas, contribuindo assim para a melhoria da qualidade de vida.

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