Ministério da Saúde promete
O Ministério da Saúde quer uma aliança europeia para conseguir comprar o medicamento para a Hepatite C. A doença afeta um...

Esta semana, na reunião do Conselho de Emprego, Politica Social e Saúde, vai ser apresentada uma proposta para a negociação e aquisição conjunta do fármaco inovador. 

A estratégia pretende obter melhores preços do medicamento cujas taxas de cura atingem os 90%. Neste momento, o fármaco custa 48 mil euros por doente, número que as autoridades dizem ser incomportável para o Serviço Nacional de Saúde.

Em Portugal, estima-se que existam 120 mil doentes com Hepatite C. 

Na semana passada, a Ordem dos Médicos denunciou mais casos que evoluíram para cirrose e cancro por espera prolongada do medicamento.

Quercus alerta
A associação ambiental Quercus denunciou hoje problemas na qualidade do ar da região Norte, nomeadamente no Porto e em Braga,...

“Face à análise dos dados disponíveis online na base de dados QualAr relativos a 2012 e 2013 (os últimos ainda provisórios), a Quercus evidencia casos de ultrapassagem do valor limite anual de dióxido de azoto e diário de partículas inaláveis em estações das aglomerações de Porto Litoral e Braga”, descreve a direção Nacional da Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza, em comunicado.

De acordo com a Quercus, “em Portugal, a gestão e manutenção da rede de qualidade do ar é responsabilidade das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR)”, que são também “responsáveis pela elaboração dos Planos e Programas de Melhoria da Qualidade do Ar para as zonas onde os níveis de poluentes são superiores aos valores limite impostos pela legislação”.

“No que diz respeito ao dióxido de azoto, as estações de qualidade do ar das Antas e Circular Sul, das aglomerações de Porto Litoral e Braga respetivamente, ultrapassaram ambas o valor limite anual de protecção da saúde humana para os dois anos considerados”, acrescenta a Quercus.

De acordo com a associação ambiental, “o incumprimento continuado ao longo dos anos nestas aglomerações evidencia, a não aplicação, ineficácia ou falta de ambição das medidas propostas pelos Planos e Programas de Melhoria da Qualidade do Ar, aprovados em Junho de 2014, e com atrasos consideráveis face aos períodos de incumprimento”.

“No caso da Região Norte, e apesar das medidas propostas em vários sectores como os transportes, indústria/comércio, doméstico e outros (ao nível da sensibilização), o Plano evidencia que, no período de 2006 a 2010, as estações das Antas e Circular Sul, nas aglomerações de Porto Litoral e Braga, respectivamente, continuassem a ser as únicas a não cumprir o valor limite anual”.

Medidas adiadas

De acordo com a associação, “algumas medidas têm sido sistematicamente adiadas ou mesmo esquecidas desde o Programa de Execução da Região Norte (aprovado em 2009)”.

A Quercus cita a “criação de uma Zona de Emissões Reduzidas (ZER) para a cidade do Porto - à semelhança do que já acontece em Lisboa, e que trouxe uma melhoria na qualidade do ar na Baixa de Lisboa” bem como “a redução das emissões de combustão residencial (e que tem esbarrado na ausência de um sistema de certificação das lareiras)”.

A Quercus alerta que “a poluição do ar é responsável por sérias consequências para a saúde e para o ambiente”, até porque “todos os anos, mais de 400 mil europeus morrem prematuramente devido à má qualidade do ar que respiram”. “Em Portugal, estimou-se, tendo por base dados de 2010, a ocorrência de 6.647 mortes prematuras directa ou indirectamente relacionadas com a poluição atmosférica”, sustenta A Associação Nacional de Conservação da Natureza.

Citando dados da União Europeia, a Quercus observa “os custos para o sistema nacional de saúde associados com a poluição do ar foram estimados entre 5.130 e 15.390 milhões de euros por ano, para o mesmo ano de referência em Portugal”.

Portugal une-se a outros países
Portugal quer dar a “penicilina” da hepatite C a doentes, mas preço tem que baixar substancialmente. Hipótese de negociação...

Já há quem diga que os novos tratamentos para a hepatite C que tanta polémica estão a causar vão representar “uma revolução como a da penicilina”. O problema é que o preço do primeiro tratamento já disponível em Portugal, um medicamento de um laboratório norte-americano, é muito elevado e, em tempos de crise, o Ministério da Saúde está empenhado em criar uma espécie de aliança europeia que permita reduzi-lo substancialmente. Para a semana está mesmo marcada uma reunião, do Conselho de Emprego, Política Social, Saúde e Consumidores, em que a França vai apresentar uma moção sobre esta matéria e da qual pode sair a hipótese de negociação colectiva na Europa.

Enquanto isso, desde Janeiro que decorre o processo de negociação entre o Ministério da Saúde e o laboratório norte-americano Gilead para a comparticipação estatal do medicamento (sofosbuvir) que se destina aos casos mais graves de hepatite C e que tem taxas de cura na ordem dos 90%, segundo a apreciação da Agência Europeia do Medicamento, emitida em 24 de Outubro passado. Transmitida sobretudo por via sanguínea, a hepatite C é uma inflamação do fígado provocada por um vírus. Quando crónica, pode conduzir à cirrose, insuficiência hepática e cancro.

A Gilead quer cobrar 48 mil euros por doente por este tratamento que terá vendido ao Egipto, o país com a maior taxa de prevalência do mundo de hepatite C, por cerca de 700 euros, segundo noticiou o jornal Le Monde e a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) fez questão de notar, numa nota divulgada quinta-feira. O acordo com o Egipto engloba cerca de um milhão de tratamentos num período de cinco anos, adiantou a agência noticiosa Reuters, em Março passado.

Alegando que os valores pedidos são incomportáveis para o seu orçamento, o Ministério da Saúde português está a tentar arranjar uma estratégia conjunta com outros países europeus. “A Europa também tem um milhão de doentes e, se nos juntarmos, será possível baixar o preço”, justifica um responsável do Infarmed. Em Maio, Portugal conseguiu que as autoridades reguladoras do medicamento de outros cinco países (Espanha, França, Itália, Grécia e Irlanda) subscrevessem já uma declaração em que se defendem estratégias concertadas para a negociação deste fármaco.

Enquanto as negociações decorrem, porém, a pressão para acelerar o processo de comparticipação do tratamento da Gilead aumenta em Portugal. A associação de doentes SOS Hepatites Portugal alerta que há pessoas que estão no limiar da sobrevivência e que não podem esperar pelo final das negociações. Esta quinta-feira promoveu uma conferência de imprensa na Ordem dos Médicos em que tornou públicos vários casos de doentes que evoluíram para cirrose ou para cancro e em que as terapêuticas disponíveis já não podem ser usadas. No encontro, o bastonário da Ordem dos Médicos revelou que há profissionais a ser pressionados pelas administrações hospitalares para não fazerem pedidos de autorização de utilização especial (AUE) para o novo medicamento. O bastonário diz que só os doentes emergentes necessitam deste fármaco e que não serão mais de uma centena, o que implica um custo imediato de entre cinco a dez milhões de euros. “Um país que desperdiçou tanto... Não pode pôr em causa 100 vidas por cinco milhões”, sustenta.

O sofosbuvir é o primeiro de um conjunto de fármacos que prometem revolucionar o tratamento da doença. No Infarmed já deram entrada mais dois pedidos de avaliação prévia para outros medicamentos para a hepatite C, segundo revelou o presidente do Infarmed há um mês. Eurico Castro Alves acredita que a entrada na corrida destes dois novos fármacos (das farmacêuticas Abbvie e Janssen) pode ajudar também nas negociações e conduzir a uma diminuição do preço, o grande entrave à aprovação da comparticipação. “Somos todos portugueses, queremos tratar todos os doentes, mas não queremos levar o Serviço Nacional de Saúde à ruína”, disse o médico ao Jornal de Notícias, em Maio.

Estes novos fármacos têm vantagens consideráveis face aos tratamentos actuais. Além de taxas de cura muito superiores (os actuais resolvem cerca de 60% dos casos), servem para vários genótipos do vírus e são usados em períodos muito curtos (de 12 a 24 semanas), além de serem tomados por via oral.

O problema é, pois, o preço. “São valores fora do alcance da maioria dos orçamentos dos países em períodos, como o actual, de grandes dificuldades”, concede Leopoldo Matos, hepatologista e presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia. “Do ponto de vista abstracto, dos doentes e dos médicos, a existência (destes tratamentos) é uma revolução, uma grande esperança, por isso a atitude ética inquestionável é recomendá-los. Agora, entendo que tem que haver equilíbrio para chegar a um valor sensato que permita tratar o maior número de doentes possível”, defende.

Quanto ao preço que terá sido negociado com o Egipto, Leopoldo Matos reflecte que o laboratório já "deverá estar arrependido" e que aquilo que pretenderá nos países mais ricos é "recuperar rapidamente o dinheiro que investiu (na investigação)".Até porque, nota também, ainda este ano vão surgir este ano no mercado pelos menos dois fármacos concorrentes e isso poderá "provocar uma baixa de preços". O médico, que trabalha num hospital privado e já mandou avaliar o preço deste tratamento, ainda não teve doentes ou familiares de pacientes que quisessem pagar do seu bolso este fármaco. As seguradoras também não o pagam na Europa.

Por isso, quando se está perante um caso desesperado, em que haja risco de vida, o que se pode fazer neste momento em Portugal é um pedido de autorização especial nos hospitais públicos. O Infarmed garante que está assegurado aos doentes o acesso aos medicamentos pelos hospitais do SNS, através deste intrumento. Por enquanto, foram concedidas 11 AUE, segundo o jornal Público.

Mas a presidente da associação de doentes SOS Hepatites, Emília Rodrigues, disse ter chegado ao seu conhecimento que, em Março, havia já 85 pedidos de AUE para este medicamento e que “alguns estão retidos nas secretarias das administrações dos hospitais”.

Entretanto, foi criado um grupo consultivo, a pedido do Infarmed, para definir uma estratégia para a utilização destes novos fármacos. Os peritos defendem que há um grupo de doentes prioritários para usufruir deste tratamento que estão numa fase de pré-transplante de fígado e que podem ir dos 150 aos 200.

Para justificar a demora na aprovação a comparticipação, o Infarmed nota ainda que Portugal não é caso único e “acompanha a maioria dos países da União Europeia”. Recomenda mesmo a consulta do comunicado do European Aids Treatment Group sobre este medicamento, em que esta associação pede ao laboratório que baixe o preço. “A Gilead deve disponibilizar o fármaco revolucionário (…) às pessoas infectadas que mais dele precisam, através de um programa de acesso alargado e uso compassivo”.

Além de estar comparticipado na Alemanha, Áustria, Dinamarca, Escócia, Eslovénia, Finlândia, Noruega e Suécia, há diversos países que garantem neste momento o acesso dos doentes ao fármaco através “de programas de acesso precoce”, como a Espanha, França e Reino Unido, segundo referiu o laboratório Gilead em resposta ao jornal Público.

Estima-se que em Portugal haja cerca de 120 mil pessoas com hepatite C.

Laboratório deu 26 mil euros a associação de doentes
A associação de doentes (SOS Hepatites Portugal) recebeu do laboratório Gilead um apoio superior a 26 mil euros, entre Fevereiro 2013 a 11 de Junho 2014, referem dados disponíveis na Plataforma Transparência e Publicidade, que é gerida pelo Infarmed. A presidente da associação, Emília Rodrigues, diz que o Estado deixou de apoiar as associações de doentes há quatro anos e que nenhuma sobrevive sem o apoio da indústria farmacêutica e de outras entidades.

O bastonário da Ordem dos Médicos considera que o timing de divulgação destes dados por parte do Infarmed, que criou no ano passado esta plataforma onde os dados sobre os apoios dados pela indústria a médicos e outras entidades devem ser inseridos, não foi inocente, fazendo parte de uma estratégia do MS “para pôr em causa a idoneidade da associação não discutindo os problemas concretos e a evidência científica”.

Emília Rodrigues informa que o dinheiro recebido da Gilead representou cerca de um terço do orçamento nesse período e que essa verba foi toda canalizada para a organização do congresso da associação. “Eles são nossos parceiros sociais, assim como a Delta, a Companhia de Ideias [agência de comunicação] e a Ordem dos Médicos”, diz, notando que em 2010 o Estado cortou todos os apoios à associação de doentes. “Todas as associações de doentes no mundo trabalham com a indústria”, acrescenta. A responsável diz que é óbvio que os laboratórios que estão interessados em apoiá-los são aqueles que têm medicamentos para as patologias em causa, como é o caso da Gilead. “Se eu for pedir apoios a um laboratório de medicamentos para o coração, não me dão. Todas as empresas querem ter lucros. Nós temos a matéria-prima”.

O patrocínio de associações de doentes por parte de laboratórios é uma prática corrente, tanto que a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica criou em 2007 um código de conduta criando regras de relacionamento entre as duas entidades, replicando um código europeu que já existia. Uma das regras obriga à divulgação no site dos laboratórios, até 31 de Março de cada ano, dos apoios concedidos às associações.

Desde o ano passado, esta divulgação é também obrigatória numa plataforma criada pelo Infarmed. É lá que surge que a SOS Hepatites recebeu também 3000 euros da Bristol-Myers Squibb Farmacêutica Portuguesa, 9000 da AbbVie e 5000 da Janssen Cilag.

As associações estão obrigadas a notificar os apoios que recebem, mas a SOS Hepatites não o fez. Emília Rodrigues desconhecia esse facto e disse ter sido dada essa instrução à contabilidade, mas refere que esses apoios constam do próprio site, algo que o jornal Público não pôde confirmar porque a plataforma se encontra suspensa por problemas técnicos.

Já a Gilead responde que “apoia diversas organizações não-governamentais, reconhecendo a importância que a actividade representa para um melhor acompanhamento dos doentes”, acrescentando que os apoios “são enquadrados no âmbito da política de responsabilidade social da Gilead”.

Sistema de Informação dos Certificados de Óbito
São os primeiros dados do Sistema de Informação dos Certificados de Óbito que reúne dados obtidos pelo Ministério Público,...

Nos primeiros quatro meses deste ano, Portugal registou 294 suicídios. Quem mais escolhe morrer são os maiores de 75 anos, amiúde acometidos de isolamento, depressões, doenças crónicas incapacitantes. Seguem-se as pessoas em idade activa, mas menos apetecidas pelos empregadores: têm 45 a 64 anos e o seu estado não será sempre alheio à crise.

Não são dados comparáveis, sublinha Álvaro de Carvalho, coordenador do Programa Nacional para a Saúde Mental. O Sistema de Informação dos Certificados de Óbito – que integra elementos obtidos pelo Ministério Público, pelas forças policiais, pelos hospitais e centros de saúde e serviços de medicina legal – só começou a funcionar em pleno no início do ano.

Para fazer comparações, explica, é preciso analisar períodos mais alargados. Para já, o que se consegue é uma espécie de radiografia. E essa radiografia mostra que o distrito de Lisboa é o que apresenta maior incidência de suicídios, seguido, de longe, por Setúbal, Leiria, Porto, Faro e Santarém. O Alentejo, a região mais conotada com esta prática, nem aparece. Talvez porque a tabela é feita números absolutos.

Portugal era até agora um dos países na União Europeia com maior número de óbitos com causa por identificar. Muitos tinham atrás um suicídio, que importaria esconder por religiões como a católica, que até há pouco recusava serviço fúnebre a suicidas, ou de seguro de vida, que não abrange tal opção.

Mesmo pecando por defeito, os números do Instituto de Medicina Legal, revelavam uma subida ligeira nos anos mais recentes: contabilizou 1206 casos em 2011, que viu diminuir em 2012 (1057) e tornar a aumentar em 2013 (1082). Não o suficiente para o país sair dos 10 suicídios por cada 100 mil habitantes. Desde 2011 registaram-se mais suicídios do que mortes na estrada.

Segundo um estudo publicado pela revista The British Journal of Psychiatry, há uma relação entre suicídio e crise económica: "Desde que a recessão começou, em 2007, houve pelo menos mais 10 mil suicídios do que seria esperado na União Europeia, no Canadá e nos Estados Unidos".

Investigadores da Universidade de Oxford e da Escola de Londres de Higiene e Medicina debruçaram-se sobre os Estados Unidos, o Canadá e 24 países da União Europeia e perceberam que a Europa registou um aumento de 7950 casos além do esperado, os EUA de 4750 e o Canadá de 240.

Elencam o desemprego, o endividamento das famílias e a perda da habitação como factores de risco. E revelam que três países escapam a esta tendência: Suécia, Finlândia e Áustria. Em declarações à BBC, um dos autores do estudo, Aaron Reeves, explicou que esses “investem em programas que ajudam as pessoas a voltar ao trabalho, tais como formação, aconselhamento e salários subsidiados”. Nalguns países, como Portugal, notaram resiliência.

Parece-lhe que é tempo dos políticos se perguntarem se estas mortes não podiam ser evitadas. "Há sempre escolhas difíceis a fazer durante uma recessão, mas estes dados revelam uma iminente crise de saúde mental na Europa e na América do Norte, comentou. “Nestes tempos difíceis é fundamental encontrar formas de proteger os mais vulneráveis e os que poderão ser mais afectados.”

Álvaro de Carvalho, que coordena o Plano de Prevenção da Depressão e do Suicídio, não podia estar mais de acordo. Sempre disse que "o sector da saúde não pode alcançar boa saúde mental sozinho”.

A taxa de desemprego era de 9,5% em 2009, antes dos três programas de estabilidade e crescimento (PEC) e do memorando de entendimento assinado com a troika – a Comissão Europeia (CE), o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Alcançou os 16,3% no final de 2013 e está agora nos 15,1%, muito por efeito da emigração, que atingiu níveis comparáveis aos anos 1960.

O desemprego, como a falência, admite Álvaro Carvalho, pode desencadear crise emocional, ansiedade, depressão. “Se a pessoa não tem trabalho, fica sem crédito, não pode pagar a casa, de pouco lhe servirá tomar depressivos ou fazer psicoterapia". Isso "pode ajudar a reduzir a ansiedade, a pensar, a encontrar alternativas”, mas não ajuda a pôr comida na mesa nem a pagar a prestação ao banco. Mais eficaz será ter acesso a apoios sociais, a formação profissional ou a emprego.

As prestações sociais têm sido alvo de sucessivos cortes desde Agosto de 2010. Já no período do resgate, Portugal foi um dos países da União Europeia que mais reduziram a despesa social.

O suicídio tende a estar associado a depressão e ansiedade. Ora, o consumo de antidepressivos tem aumentado em toda a Europa. Em Portugal, mais do que triplicou desde 2000 até 2013. Nos primeiros sete meses do ano passado, por cá as vendas de antidepressivos subiram 5% e as de ansiolíticos 2%. 

Cada vez mais crianças
Na época de exames o stress escolar intensifica-se e revela-se em sintomas físicos e psicológicos que podem tornar-se graves....

Carla Barbosa, estudante universitária, tem perturbações de ansiedade desde o secundário, que se manifestam em ataques de pânico, transtornos alimentares e do sono. Casos como o de Carla são cada vez mais frequentes e precoces, afectando crianças desde o primeiro ciclo. Os especialistas alertam para as doenças psicológicas que podem ser provocadas pela pressão pessoal, familiar e do próprio sistema educativo.

“Começa com as pontas dos dedos adormecidas, depois sinto-me com falta de ar, os músculos contraídos, sem conseguir andar e choro compulsivamente.” É assim que Carla, 21 anos, descreve os ataques de pânico provocados pela ansiedade escolar. A estudante da Faculdade de Direito da Universidade do Porto explica que as situações de stress eram mais graves na escola secundária. “Ao primeiro os meus colegas estranhavam, mas depois houve uma fase em que muita gente tinha”, continua.

Ainda hoje a ansiedade escolar tira sono e apetite à estudante: “na época de exames de Janeiro e Fevereiro perdi seis quilos.” O nervosismo é consequência da pressão social: “Sinto que tenho que me distinguir”, justifica.

Para Adelaide Telles, psicóloga dos Serviços de Acção Social da Universidade do Porto, a principal razão que leva os alunos a recorrer aos serviços de apoio é a dificuldade em lidar com a ansiedade, particularmente nos exames, acrescentando que “por vezes, a ansiedade leva a situações de depressão, isolamento e desistências.”

Mélanie Tavares é psicóloga e coordenadora da Mediação Escolar do Instituto de Apoio à Criança. Convive de perto com a ansiedade escolar, que diz ser “bastante frequente e não escolhe idades.” Cada vez mais cedo as crianças apresentam sintomas de ansiedade porque também cada vez mais cedo são expostas a situações de avaliação.

De acordo com a Ordem dos Psicólogos, não existem dados concretos sobre o stress na escola, mas numa compilação de dados de estudos portugueses e internacionais, a Ordem revela que os jovens que experienciam ansiedade na infância têm 3,5 vezes mais probabilidade de sofrer de depressão ou perturbações da ansiedade na idade adulta. Os mesmos estudos alertam para o aumento das doenças psicológicas, concluindo que numa turma de 30 alunos existem cerca de seis crianças com problemas de saúde psicológica.

Ana Catarina Jesus está no 5.º ano e lembra-se bem dos exames que fez no ano passado na sede do agrupamento. “Não estava nervosa, mas não conhecia a escola, não conhecia muita gente e ninguém reparou que eu comecei a chorar”, conta. Ana Catarina deixou o exame em branco. A mãe, Susana Jesus, recorda que a filha “ficou chateada, andava triste nos dias seguintes”, já que costumava ter boas notas nos testes.

Psicóloga de crianças e adolescentes, Catarina Policarpo explica que actualmente “há uma grande competitividade entre os jovens que começa no 1.º ciclo, há pressão para o sucesso por parte da escola, dos pais, de todo o meio envolvente e há pressão que os jovens colocam sobre si próprios. Quem não é bem-sucedido, não é bem visto pelos pares e pode até ser rejeitado, e isto é muito stressante.”

A psicóloga Joana do Carmo explica o fenómeno da ansiedade: “a criança tem uma determinada percepção da tarefa que lhe é proposta (como um exame) e compara o grau de dificuldade desta com a percepção que tem das suas capacidades, daí podendo resultar uma discrepância que quanto mais acentuada, mais ansiedade provoca.”

O meio envolvente contribui para a percepção da dificuldade da tarefa e para a auto percepção da criança ou jovem. Pais, professores e psicólogos concordam que os exames têm uma dimensão exagerada. “Os órgãos de comunicação social e os pais exacerbam a situação dos exames, que já tem muita carga dos professores. Os pais não transmitem segurança, fazem pressão e muitas vezes numa base de ameaça”, lamenta Joana do Carmo.

Os pais tendem a projectar nos filhos as suas expectativas e idealizações, muitas vezes inconscientemente, outras não. A psicóloga Mélanie Tavares recorda o caso de uma criança de um colégio, de uma família aparentemente estruturada, a quem os pais bateram com violência por ter um “bom” e não um “excelente”.

Existem também casos em que são os jovens que colocam uma grande pressão sobre si próprios. Mélanie Tavares refere, como exemplo, uma criança que desenvolveu uma úlcera no estômago porque exigia muito dela. A psicóloga explica que com elevados níveis de ansiedade “uma pessoa pode descompensar e isso leva a doenças psicológicas.”

São casos muito pontuais, mas preocupantes, de acordo com o psicólogo Nuno Sousa. Há alunos que vêem o sucesso escolar como a única característica boa e quando falham a vida deixa de fazer sentido. “Fazem de uma falha o falhanço da vida”, explica. Dá como exemplo uma aluna que sentia que o elemento de ligação com os pais era o sucesso escolar. Quando falhou, começou a descompensar e “a mistura de tristeza com a revolta foi o ponto de partida para uma tentativa de suicídio.”

No entanto, Victor Coelho, membro da direcção da Ordem dos Psicólogos, afirma que níveis de ansiedade e de stress, com conta e medida, podem funcionar como protectores e motivadores. O importante, mas também difícil, é encontrar o ponto de equilíbrio: “É preciso dotar crianças de capacidades para lidar com situações de stress.”

Agência Europeia
A Agência Europeia do Medicamento anunciou na passada sexta-feira ter reiniciado uma reavaliação do risco cardiovascular ligado...

"O risco cardiovascular vai ser avaliado para uma dose importante de ibuprofeno (2.400 miligramas mg/dia) tomada regularmente durante longos períodos", refere um comunicado da EMA, citado pela Agência France Presse.

Todavia, a agência indica que "nada aponta" para a existência de risco no uso de ibuprofeno em doses baixas pela grande maioria dos pacientes.

As doses habituais de ibuprofeno são na ordem dos 200 aos 400 mg, três a quatro vezes por dia.

O ibuprofeno é um medicamento comercializado desde os anos 1960 sob diversos nomes comerciais, entre os quais Advil, Nurofen e Brufen (os dois últimos em Portugal).

Segundo a EMA, o ibuprofeno "tem um perfil de segurança bem conhecido", sujeito a avaliação, incluindo à do risco cardiovascular "há vários anos".

Segundo uma análise dos dados existentes, citados pela EMA, o risco de ibuprofeno tomado em dose elevada (2.400 mg/dia) será equivalente ao do analgésico diclofenac (comercializado em Portugal com o nome Voltaren) e cuja utilização é desde o ano passado restrita a doentes que sofram de insuficiência cardíaca ou que tenham antecedentes de enfartes ou acidentes vasculares cerebrais (AVC).

Estes medicamentos fazem parte da família dos anti-inflamatórios não-esteróides (AINS), associados a um fraco aumento de risco de tromboembolismo arterial podendo, em certos casos, conduzir a enfarte cardíaco ou AVC, particularmente em caso de utilização em doses altas e por períodos prolongados.

O organismo acrescenta que o seu comité para a avaliação de riscos em matéria de fármaco-vigilância vai também avaliar a "interação entre o ibuprofeno e o uso de aspirina em doses baixas, utilizada para reduzir o risco de enfarte ou de AVC, e decidir se os conselhos dados atualmente aos profissionais de saúde são suficientes".

A Agência Europeia do Medicamento aconselha, no entanto, os pacientes a continuarem a tomar os medicamentos de acordo com as necessidades e sublinha que a reavaliação não abrange cremes e géis de ibuprofeno, mas apenas o medicamento tomado via oral.

Sistema de alerta identificou
O Sistema de Alerta Rápido para os Géneros Alimentícios e Alimentos para Animais transmitiu no ano passado 3.137 notificações...

Do total, 40 notificações tiveram origem em Portugal (28 em 2012).

A Comissão Europeia anunciou ainda o lançamento, nos 35 anos do sistema de alerta, de um portal do consumidor, que disponibiliza informação sobre produtos identificados pelo Sistema de Alerta Rápido para os Géneros Alimentícios e Alimentos para Animais (RASFF).

Estudo indica
Um desequilíbrio nas hormonas sexuais femininas nos homens pode estar a contribuir para os elevados níveis de obesidade...

Investigadores da Universidade de Adelaide, na Austrália, sugerem que o aumento no número de homens obesos poderia estar ligado à exposição a substâncias – usadas na indústria e presentes na soja, no plástico e no PVC, por exemplo – que imitam os efeitos do estrogénio, a hormona sexual feminina. Esses produtos são cada vez mais consumidos em países desenvolvidos.

Os autores do estudo compararam as taxas de obesidade entre homens e mulheres de todo o mundo, além de levar em conta o PIB (Produto Interno Bruto), para determinar o impacto da riqueza sobre a obesidade.

Eles descobriram que, embora no mundo em desenvolvimento a obesidade seja mais frequente entre as mulheres, no mundo desenvolvido o cenário é completamente diferente.

Em países da Europa, assim como nos EUA e na Austrália, as taxas de obesidade entre homens e mulheres são muito mais próximas. E, em alguns deles, o excesso de peso chega a ser mais frequente para o sexo masculino.

Para os cientistas, essa diferença vai além do simples aumento da ingestão de calorias. As hormonas presentes em certos produtos são conhecidas por causar ganho de peso, especialmente por causarem alterações na tiróide e no hipotálamo.

A exposição a esses componentes estaria a contribuir para uma espécie de “feminilização” dos homens no mundo ocidental, o que explicaria a crescente obesidade entre homens e também o aumento da infertilidade masculina.

Mas os investigadores avisam que são necessários mais estudos para entender melhor como factores ambientais têm interferido nas hormonas e comprovar a tese.

Na Austrália
A lei australiana que proibiu logotipos nos maços de tabaco e impôs a inclusão de imagens explícitas de fumadores doentes...

O gabinete de estatística australiano disse que o consumo doméstico de produtos de tabaco caiu 4,9% em 12 meses e gerou uma quebra de 0,1% no PIB no primeiro trimestre deste ano.

Economistas do Commonwealth Bank disseram que o consumo de tabaco caiu 7,6% no primeiro trimestre.

Embora os dados divulgados não indiquem a rapidez da mudança, ilustram que o consumo total diminuiu, afirma o gabinete, que deixou claro que os números podem ser sujeitos a revisões sazonais.

Ordem dos Médicos
A Ordem dos Médicos emitiu um parecer, depois de um pedido contra os partos subaquáticos, onde não recomenda a continuidade...

O parecer da Ordem dos Médicos foi emitido após um pedido feito por um obstetra do Hospital de Setúbal contra os partos na água e sublinha a falta de base científica e de ensaios clínicos que assegurem a segurança e benefícios do parto subaquático.

Para a Ordem dos Médicos, esta prática deve ser considerada como um “procedimento experimental” e apenas deve ser realizada no âmbito de ensaios clínicos, adequadamente concebidos e após consentimento das parturientes.

O bastonário José Manuel Silva explicou que “o homem é um animal terrestre e não aquático. Tendo Portugal uma das mais baixas taxas de mortalidade materno-infantil do mundo, não precisamos de andar a inventar nada”.

Projecto de investigação
O Centro de Investigação de Enfermidades Neurológicas, de Espanha, vai estudar lágrimas de 90 doentes pacientes de Alzheimer de...

O director do projecto de investigação, Alberto Rábano, explicou na passada quinta-feira, em conferência de imprensa, que o estudo visa encontrar a proteína TAU, que é "muito abundante" no sistema nervoso, está relacionada com o "envelhecimento cerebral" e serve como um "biomarcador" da doença, noticiou a agência Efe.

Desta forma, podiam se evitados métodos mais agressivos para a análise de detecção desta proteína, como a punção lombar para retirar líquido cefalorraquidiano, que apresenta "riscos" embora seja um método comum nas investigações realizadas em países do norte da Europa.

O investigador explicou que a investigação parte da hipótese de que nas lágrimas se pode estudar essa proteína, comparando-a em pessoas em estados menos avançados de patologias demenciais com outras em estados intermédios ou em situação extrema da doença.

Por isso é que foi escolhida Leão para captar voluntários, mediante uma consulta prévia, por uma questão de organização, já que se trata de uma região onde existem "pacientes com diferentes graus de afecção cognitiva", explicou.

Com este estudo, podemos começar a perceber "que grupos populacionais estão em risco", disse o director da investigação, sublinhando que o objectivo não é estabelecer medidas preventivas, mas sim abrir um novo caminho de pesquisa para que, no futuro, obtenham "novas possibilidades de tratamento".

Os resultados do estudo seriam adicionados a outras formas de encontrar os primeiros sintomas que podem resultar no aparecimento de Alzheimer, como a análise genética, a fim de saber que tipo de população apresenta mais riscos.

Até agora, sabe-se que as pessoas com mais de 65 anos têm mais probabilidades de apresentar a doença - com predominância na população feminina -, a qual os investigadores vão "percebendo pouco a pouco" e cujos estudos apontam para a existência de grupos populacionais com riscos acrescidos.

O Centro de Investigação de Enfermidades Neurológicas (CIEN) é uma fundação do sector público relacionada com a Fundação Rainha Sofia e supervisionada e coordenada pelo Instituto Carlos III, que conta com vários projectos sobre a doença de Alzheimer.

Para a responsável do núcleo de Alzheimer de Leão, Milagros García, há que apostar na investigação e formação sobre a doença, porque para tratar os pacientes "há que saber entendê-los".

Infarmed
O Infarmed determinou na passada quinta-feira a suspensão imediata da comercialização de vários lotes dos medicamentos...

Em comunicado, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) refere que foram suspensas a comercialização de cinco lotes do Vancomicina Actavis, com a dosagem de 500 miligramas, e sete lotes do mesmo medicamento com 1000 miligramas.

Segundo o Infarmed, a empresa responsável pelo medicamento vai proceder à recolha voluntária de lotes dos medicamentos Vancomicina Actavis, pó para concentrado para solução para perfusão, devido "à possibilidade de existência de partículas estranhas no interior dos fracos".

"Atendendo que estes medicamentos são utilizados apenas em meio hospitalar, as entidades que deles disponham não os poderão vender ou administrar, devendo proceder à sua devolução", diz ainda o Infarmed.

Nova esperança
Pela primeira vez conseguiram transformar células estaminais em células dos pulmões e das vias respiratórias. É uma descoberta...

Hans Snoeck e a sua equipa no Centro Médico da Universidade da Colúmbia estão a transformar células estaminais humanas em células pulmonares completamente funcionais. É um avanço que pode revolucionar o tratamento das doenças pulmonares e tornar realidade a engenharia biomédica.

Snoeck diz que estas células poderão um dia servir de base a pulmões criados em laboratório que não serão rejeitados após o transplante. Essas células podem também ser usadas para testar novos medicamentos, o que actualmente não é possível porque as células onde começam as doenças pulmonares estão no interior do órgão, e portanto inacessíveis a qualquer estudo.

“Tem sido muito difícil estudar esta doença porque quando o paciente é afectado o pulmão fica quase destruído. Se conseguíssemos criar as células que acreditamos estar na base da doença poderíamos estudá-las, o que traria novas oportunidades para começarmos a compreender a doença”, acredita Hans Snoeck, Professor de Medicina, Microbiologia e Imunologia no Centro Médico da Universidade de Colúmbia.

No centro das experiências estão as chamadas células epiteliais de tipo 2, cruciais para o funcionamento dos pulmões. Elas produzem um refractante que mantém os pulmões abertos e funcionais, mas são também as primeiras a ser afectadas pela doença.

“Muitas doenças pulmonares centram-se especificamente nesta célula. O que agora podemos fazer é tirar amostras de células da pele do paciente, reprogramar essas células estaminais, criar células do tipo 2, e ver exactamente o que se passa de errado com elas. Se percebermos o que se passa, também podemos começar a rastrear e a desenvolver medicamentos para tratar estas doenças. É o caso da fibrose pulmonar idiopática, por exemplo, uma doença que mata entre 20 a 30 mil pessoas nos EUA e para a qual não existe qualquer tratamento. Uma das coisas que gostaríamos de fazer era começar a delinear a doença usando este método”, refere.

O mais empolgante são as oportunidades que esta investigação abre à criação em laboratório de pulmões à prova de rejeição.

“Um dos nossos sonhos é conseguir usar as células que gerámos a partir destes pacientes e inseri-las no pulmão de um dador, de onde removemos todas as células desse dador. Ou seja, ficaríamos com um pulmão completo, com toda a estrutura original do dador, mas com as células são as do nosso paciente”, adianta Hans Snoeck.

É claro que produzir células suficientes para reconstituir um pulmão inteiro pode ser uma missão impossível. Ainda assim, Snoeck e a sua colega acreditam que podem chegar ao seu objectivo com uma ajudinha do sistema de produção celular do próprio organismo.

“Uma das nossas abordagens passa por criar núcleos saudáveis dentro dos pulmões doentes, e deixar que seja o corpo a tratar da regeneração, com base nesses núcleos saudáveis. Comprovámos em laboratório que este princípio funciona com vários tecidos, e gostaríamos de o aplicar no tecido pulmonar”, diz Gordana Vunjak-Novakovic, Professora de Engenharia Biomédica no Centro Médico da Universidade de Colúmbia.

Os investigadores dizem que ainda há um longo caminho até que um pulmão possa ser recriado com êxito, mas acreditam que a era dos órgãos gerados pela engenharia biomédica, do fígado aos pulmões, não está tão longe assim.

Estudo conclui
Uma investigação da Universidade de Zaragoça concluiu que o material genético dos abutres-barbudos permitirá tratamentos mais...

O estudo, realizado no laboratório de citogenética e genética molecular da Faculdade de Veterinária da Universidade de Zaragoça, centrou-se em comparar o gene humano que controla a síntese da proteína CFTR, responsável por numerosas doenças graves, e o gene dos abutres-barbudos, aves de grande porte também conhecidas como quebra-ossos.

A investigadora María Victoria Arruga disse à agência espanhola Efe que a comparação genética entre seres humanos e as aves justificam-se pelas “características do abutre-barbudo, que possui um aparelho de grande resistência a microorganismos”.

As investigações genéticas são realizadas com o objectivo de obter vacinas para combate daquela enfermidade, que tem despertado o interesse da comunidade científica internacional.

A fibrose quística afecta pulmões, pâncreas, fígado e intestinos de uma em cada cinco mil pessoas e quatro por cento dos europeus são portadores do gene que ocasiona esta doença.

A Associação Nacional de Fibrose Quística calcula que nascem em Portugal por ano entre 30 e 40 crianças com esta doença genética.

Em todo o país
Todo o país apresenta hoje risco muito alto de exposição à radiação ultravioleta, de acordo com o Instituto Português do Mar e...

Segundo o IPMA, as regiões de Aveiro, Beja, Bragança, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Funchal, Guarda, Leiria, Lisboa, Penhas Douradas, Porto, Portalegre, Porto Santo, Sagres, Santarém, Setúbal, Sines, Viana do Castelo, Viseu, Vila Real, Santa Cruz das Flores, Angra do Heroísmo e Ponta Delgada apresentam hoje níveis muito altos de exposição à radiação ultravioleta (UV).

Apenas a região da Horta (Açores) apresenta hoje níveis altos de exposição à radiação UV.

Por isso, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) aconselha a população a utilizar óculos de sol com filtro UV, chapéu, t-shirt, guarda-sol e protector solar e a evitar a exposição das crianças ao sol, lembrando que a radiação ultravioleta pode causar graves prejuízos para a saúde se o nível exceder os limites de segurança.

O índice desta radiação apresenta cinco níveis, entre o baixo e o extremo, sendo o máximo o onze.

Em Lisboa e em Coimbra prevê-se uma temperatura máxima de 32 graus Celsius, no Porto, Braga, Castelo Branco e Portalegre 31, Faro 25, Évora 35, Beja 33, Bragança 26, Guarda 24, Funchal 23, Ponta Delgada 23 e Angra do Heroísmo e Santa Cruz das Flores 22.

Infarmed
O Infarmed anunciou na passada sexta-feira estar a negociar com a indústria farmacêutica um preço adequado para o novo...

“O Infarmed assegura que não há falta de tratamento para a Hepatite C em Portugal. Em todas as situações em que o doente corra risco de vida, e enquanto se aguarda decisão final sobre os pedidos de comparticipação, está assegurado aos doentes o acesso aos medicamentos pelos hospitais do SNS (Serviço Nacional de Saúde), através de autorizações excepcionais”, referiu em comunicado a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed).

A falta de aprovação do Infarmed de um novo medicamento para o tratamento da Hepatite C, contendo a substância activa sofosbuvir, tem provocado polémica, com doentes graves a dizerem que se trata de um "genocídio de colarinho branco".

Também no mesmo dia, a Ordem dos Médicos disse que os profissionais estão a ser pressionados pelas administrações hospitalares para não fazerem pedidos de autorização especial para o novo medicamento.

Segundo o Infarmed, o que está a acontecer em Portugal é que a análise relativa ao valor terapêutico acrescentado e ao custo-efectividade está concluída, faltando para a sua aprovação final que a indústria farmacêutica "proponha um preço adequado que não ponha em risco a sustentabilidade do SNS (Serviço Nacional de Saúde)".

Nesse sentido, o Infarmed diz que “tem em curso um processo negocial, aguardando, neste momento, proposta de um preço adequado e comportável".

O Infarmed dá conta de uma notícia publicada no jornal francês Le Monde, segundo a qual no Egipto o medicamento é vendido a cerca de 700 euros por tratamento. Em Portugal, afirma, a primeira proposta de preço foi de 48 mil euros por tratamento, pelo que com mais de metade dos doentes a necessitarem do dobro do tempo de terapêutica, tal representaria 96 mil euros por tratamento.

O Infarmed terminou a nota de imprensa a referir que este tema estará na agenda do próximo conselho EPSCO (Conselho de Emprego, Política Social, Saúde e Consumidores), a 19 e 20 de Junho no Luxemburgo, sendo esperado que saia daí uma “posição conjunta dos países europeus sobre esta questão”.

No Japão
Treze crianças morreram num hospital de Tóquio nos últimos cinco anos depois de terem recebido injecções de um sedativo cuja...

A relação entre a morte das crianças e o uso de propofol – um anestésico intravenoso de curta duração – foi confirmada na passada quinta-feira, em conferência de imprensa, pelos directores do Hospital da Universidade Feminina de Shinjuku (Tóquio), revelou a imprensa local.

Os responsáveis médicos admitiram que no hospital foram registadas 13 mortes de pacientes com menos de 15 anos de idade entre 2009 e 2013, depois de lhes terem sido administradas injecções com o fármaco enquanto estavam sob ventilação artificial, uma prática proibida no Japão.

"Genocídio de colarinho branco"
Mais de cem doentes graves aguardam pela aprovação da utilização do novo medicamento contra a Hepatite C, uma espera que lhes...

Esta informação foi revelada numa conferência de imprensa promovida pela SOS Hepatites, na qual estiveram presentes vários doentes que deram o seu testemunho e o filho de uma mulher com um fígado cirrótico à espera para transplantação, cujo estado de saúde grave em que se encontra já não lhe permite sequer andar.

Esta doente tem um pedido de autorização de utilização especial (AUE) feito há mais de um mês, mas o medicamento ainda não foi disponibilizado.

Para o filho, está a ser praticado um “genocídio de colarinho branco contra doentes com Hepatite C, que não têm acesso ao tratamento”, uma afirmação que teve imediata anuência dos doentes presentes na sala.

A SOS Hepatites considera tratar-se de um “legítimo direito de acesso à saúde” que está a ser negado aos doentes, com a justificação do elevado preço deste novo fármaco – Sofosbuvir –, que tem uma taxa de cura superior a 90% e é o único eficaz para todos os genótipos da infecção e que pode ser usado pré e pós transplante.

Emília Rodrigues, dirigente da SOS Hepatites, recusa esta justificação, alegando que as complicações decorrentes do não tratamento destes casos ou de um tratamento feito tarde demais são muito mais onerosos para o Estado.

O fármaco actualmente em análise pelo Infarmed custa cerca de 48 mil euros para três meses de tratamento, estimando-se que a doença custe anualmente 70 milhões de euros.

O bastonário da Ordem dos Médicos, que se associou ao grupo de doentes, afirma que a “dimensão da despesa é inferior à referida”.

“Deveríamos estar a tratar de forma imediata mais de cem doentes, que são os mais graves e não podem esperar”, considerou José Manuel Silva, sublinhando que estão em causa entre cinco e dez milhões de euros e que “só uma grande insensibilidade do Ministério da Saúde permite que estes doentes não sejam tratados”.

O responsável lembrou que este medicamento já foi “submetido a estudos que demonstraram existir relação de custo-efectividade” e que “dá mais prejuízo não tratar”.

No entanto, “o ministro continua a dizer que não há dinheiro e o ministério tenta criar uma lei da rolha para que os hospitais não contem o que se passa, mas os doentes contam”.

É o caso de Carlos Magalhães, a quem foi detectado um nódulo de 3 cm no fígado e que precisa de tratamento urgente para poder fazer um transplante, o qual já não poderá mais ser feito se esse nódulo aumentar para os 4 cm.

Luis Figueiredo tem um fígado cirrótico e o seu estado foi considerado urgente, tendo motivado um pedido de AUE por parte do médico, que continua sem resposta. Neste momento o seu estado de saúde é mais grave do que no ano passado, altura em que foi considerado “urgente”.

Isabel Santos fez reacção ao medicamento Interferon e começou a cegar. Teve que parar a terapia e aguarda autorização para usar o novo fármaco, o único que lhe permite tratamento sem usar Interferon.

A Ordem dos Médicos e a SOS Hepatites não percebem o entrave à aprovação do medicamento e criticam o facto de o ministro ter “prescindido” da ajuda que ambos disponibilizaram para a “negociação do melhor preço”.

Emília Rodrigues lembra que estes doentes que “neste momento não têm nada a perder, a não ser a própria vida,” aguardam uma decisão urgente.

Como contou o doente José Santos: “Fiz um acordo com o vírus: não me mates para viveres, porque se morro, tu também morres. E temos vivido assim. Mas agora há um míssil que mata o vírus e não a mim. E eu só espero o acordo do Ministério da Saúde com a Indústria para o poder usar”.

Estudo conclui
As estações de tratamento de águas residuais têm uma elevada taxa de remoção de resíduos de medicamentos, mas dificilmente...

A investigadora do Centro de Estudos Farmacêuticos coordenou o primeiro estudo nacional sobre a presença de resíduos de medicamentos nas águas que entram e saem de 15 estações de tratamento de águas residuais (ETAR) portuguesas e os resultados serão divulgados num seminário internacional na quarta-feira, em Coimbra.

O estudo incidiu em 15 estações de tratamento de norte a sul do país - as ilhas foram excluídas -, com a equipa de investigação a monitorizar 11 medicamentos de quatro grupos terapêuticos mais consumidos pelos portugueses: anti-inflamatórios, antibióticos, ansiolíticos e antidislipidémicos.

“Este é o primeiro estudo a nível nacional sobre a presença de resíduos em águas de estações de tratamento. As ETAR estão a funcionar bem, mas há nova legislação europeia a cumprir, há novos compostos e novos contaminantes emergentes e é preciso dar resposta a isso”, explicou Angelina Pena.

Segundo a investigadora, o estudo revela que se nota uma presença maior de anti-inflamatórios nas águas afluentes e efluentes, porque esse é o grupo de fármacos mais consumido pelos portugueses (e consequentemente o mais frequente nos resíduos libertados pelo organismo humano).

“O estudo não põe em causa o funcionamento das ETAR e os resultados são concordantes se comparados com outros países a nível europeu”, esclareceu a investigadora, sublinhando que os dados estão ainda a ser analisados e têm como objectivo auxiliar os legisladores portugueses no cumprimento das directivas europeias.

Cofinanciado por fundos europeus e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, o estudo “Ecopharmap” foi executado ao longo de 2013 por uma equipa de quatro investigadores da Universidade de Coimbra.

Os dados da investigação vão ser debatidos num seminário sobre o risco de novos poluentes para o ambiente, no dia 18, quarta-feira, na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra.

Nos Açores
Visita inclui audiência do bastonário e representante da Região Autónoma dos Açores na Ordem dos Médicos Dentistas com o...

A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) realiza quinta e sexta-feira, dias 12 e 13 Junho, duas reuniões com médicos dentistas que exercem na Região Autónoma dos Açores para um balanço da situação actual da saúde oral no sector público e privado e perspectivas de futuro para a região. A visita da delegação da OMD contempla ainda um encontro com o Presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, no Palácio de Sant’Ana.

De forma a avaliar a presente situação da saúde oral nos Açores e planear os objectivos futuros, a OMD organiza duas reuniões – quinta-feira, dia 12 de Junho, em Ponta Delgada, e sexta-feira, dia 13 de Junho, em Angra do Heroísmo. As sessões são abertas a todos os médicos dentistas a exercer na região e vão contar com a presença do bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva, e do representante da Região Autónoma dos Açores no Conselho Directivo da OMD, Artur Lima.

Além dos dois encontros com os associados, a delegação da OMD chefiada por Orlando Monteiro da Silva irá reunir-se hoje com o Presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, seguindo-se uma audiência com o Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, José Manuel Bolieiro. Para sexta-feira, em Angra do Heroísmo, está igualmente prevista uma audiência com o Secretário Regional da Saúde, Luís Mendes Cabral.

Actualmente existem nos Açores 22 médicos dentistas a trabalhar nos centros de saúde da região, num total de 136 médicos dentistas.

Programa completo:

Ponta Delgada - 12 de Junho de 2014

16h00: Audiência com o Presidente do Governo Regional dos Açores

17h30: Reunião com o Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada

21h30: Reunião com associados no Hotel Marina Atlântico, Av. Infante D. Henrique

Angra do Heroísmo - 13 de Junho de 2014

16h30: Audiência com o Secretário Regional da Saúde

21h30: Reunião com associados no Angra Office Center Palmeiras Park, Rua Dr. Aníbal Bettencourt nº 242 – D

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