Plataforma lançada
As tecnologias de Business Intelligence são o motor de uma plataforma agora lançada que coloca online de forma agregada todos...

Desde o início do mês está acessível a qualquer pessoa a consulta de um conjunto de dados que permitem conhecer em detalhe os indicadores de referência na actividade da Unidades de Saúde Familiar. Para cada unidade, para cada região do país, desde 2009 até final de 2013, os dados disponíveis caracterizam a população que recorre a estes serviços, a forma como estes funcionam, os serviços que aí são prestados e como são prestados.

A iniciativa é da responsabilidade da Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar. Materializa-se num portal de Internet que tem como principal missão dar a conhecer o trabalho destas unidades, expor a sua abordagem multidimensional, e partilhar os números que atestam os resultados do modelo que nos últimos anos tem vindo a substituir os Centros de Saúde.

"Apesar da sua diversidade e dos resultados positivos que apresentam, as pessoas continuam a desconhecer um pouco o que são as USF. Continua a ser difícil passar a imagem do que são, qual o seu contributo e qual foi o seu impacto nos cuidados de saúde", defende José Luís Biscaia (na foto), coordenador da Unidade de Saúde Familiar de São Julião, na Figueira da Foz e coordenador do projecto de BI das USF.

A plataforma pretende dar um contributo para alterar esta situação e fazer chegar números e indicadores de actividade ao público em geral, mas também aos decisores políticos e aos próprios profissionais de saúde, a quem faltava a visão global de um conjunto de informação importante para dar suporte a processos de melhoria continua, sustentabilidade e desenvolvimento organizacional.

Descobrir informação nos dados que já existem

Todos os dados da operação diária nas USF são registados electronicamente e de forma parametrizada. Esse acervo é propriedade da Administração Central dos Sistemas de Saúde com quem agora foi firmado um protocolo que viabiliza a sua utilização e o tratamento dos dados na nova plataforma, que tira partido de tecnologias de Business Intelligence da Microsoft para trabalhar toda a informação.

"Portugal deve ser o país do mundo ocidental que tem maior informatização na informação clínica que gera, mas tem um defeito a seguir a isto. Temos este volume de dados mas não temos instrumentos e capacidade para fazer a sua gestão", defende José Luis Biscaia.

O projecto da USF – NA é um esforço para alterar a situação e também um ponto de partida para a partilha de boas práticas e para o trabalho de investigação a partir dos dados compilados junto do universo da população que é acompanhada nestas unidades. Mais do que aumentar a informação disponível, os promotores querem melhorar a qualidade da informação a que podem já hoje ter acesso.

"Mais interessante do que saber quantas citologias foram feitas, será perceber quantas mulheres fizeram o rastreio ao cancro do colo do útero em tempo adequado", exemplifica José Luis Biscaia.

Com a evolução da plataforma, o objectivo é que este tipo de análise possa continuar a evoluir, dando consistência à informação disponível e permitindo ir mais a fundo na análise, explorando a base de dados de forma mais adaptada às necessidades. Avançar neste sentido implica um modelo distinto, mais complexo e com exigências diferentes ao nível da protecção de dados. A USF – AN já está a trabalhar na evolução e conta tê-la concluída até final do ano.

Parcerias operacionalizam ideia

Além do protocolo com a ACSS, o BI das USF nasce tirando partido de parcerias com a indústria, mas também com as ordens dos médicos, enfermeiros e farmacêuticos. A associação a estes parceiros tem em vista a colaboração na identificação ou aferição de novos indicadores que permitam medir ou qualificar a actividade. Já a parceria com três escolas do país (escolas de negócios da UP e da UNL e Centro de Estudos e Investigação em Saúde da UC) têm como principal objectivo criar condições para fomentar a investigação, potenciando o valor da informação existente. A Microsoft é a parceira tecnológica do projecto. Fornece a tecnologia de base ao portal (Sharepoint) e a tecnologia de Business Intelligence, para além de suportar toda a infra-estrutura na "cloud" da empresa, através da plataforma Windows Azure.

USF: o quê e para quê?

386 unidades

Com quase 5 milhões de cidadãos inscritos, as 386 Unidades de Saúde Familiar espalhadas pelo país envolvem 7 mil profissionais. São a face mais visível de uma profunda reforma no sistema de prestação de cuidados de saúde primários, que acelerou o passo em 2006 e que se mantém.

Mais eficiência

O BI das USF quer ajudar a afirmar a identidade do modelo, demonstrar os seus ganhos em termos de saúde, eficiência, criar mecanismos de melhoria continua e promover a transparência.

Colin Campbell
O bioquímico Colin Campbell, que esteve nesta ontem pela primeira vez em Portugal, admite que devia haver mais estudos para...

Cresceu numa quinta que produzia leite, mas não o bebe. Tem 80 anos e há cerca de 30 começou a abandonar os lacticínios, a carne, os ovos, os fritos e os doces. Peixe, no máximo uma vez por mês e cozido. Prefere vegetais, frutas, cereais integrais. Faz exercício e corre “facilmente” sete ou oito quilómetros. Não fuma e só de vez quando bebe vinho ou cerveja. O norte-americano Colin Campbell, professor de Bioquímica Nutricional na Universidade de Cornell, onde se doutorou em nutrição, bioquímica e microbiologia, coordenou o Estudo da China sobre a relação entre alimentação, estilo de vida e doenças degenerativas modernas, realizado pelas Universidades de Cornell, Oxford, com o apoio da Academia Chinesa de Medicina Preventiva. Esteve em Lisboa para participar num seminário promovido pela Direcção-Geral de Saúde, Administração Central do Sistema de Saúde, Instituto Macrobiótico de Portugal e Ministério da Saúde.

Quais foram as principais conclusões do Estudo da China?
O Estudo da China é o nome do livro, publicado em 2005, que é um resumo do meu trabalho nos últimos 45 anos. E um projecto que fizemos na China, em 130 aldeias. Estávamos interessados em ver por que é que o cancro era muito mais comum nuns sítios do que noutros. O Estudo da China em si não foi responsável pelas minhas conclusões. Houve todo um trabalho feito antes, em laboratório, durante cerca 30 anos. O Estudo da China foi uma oportunidade de confirmar se o que estávamos a ver no laboratório era o mesmo que nos humanos.

Depois dessas décadas de pesquisas o que defende é que se comermos mais alimentos de origem animal, como lacticínios e carne, temos mais probabilidade de ter doenças cardiovasculares, cancro, diabetes?
Há evidências científicas que nos dizem que, se comermos alimentos de origem animal, aumentamos o risco de ter essas doenças. As pessoas são mais saudáveis e vivem mais tempo se optarem por dietas com menos proteínas de origem animal e mais antioxidantes. Comer produtos de origem animal, como leite e carne, está relacionado com cancro, osteoporose, doenças cardiovasculares, diabetes. A maior parte das pessoas no Ocidente sabe que comer vegetais é bom e que comer carne não é tão bom. Mas o que não se apercebem é que este tipo de dieta é importante não só para prevenir essas doenças, como para tratá-las. O mesmo tipo de dieta que previne as doenças também as reverte.

Não estamos a falar de cancro?
De acordo com as minhas pesquisas, com mais proteínas de origem animal podemos activar o cancro e, com proteínas de origem vegetal, desactivá-lo. Mas temos de fazer mais investigação para o demonstrar mais claramente.

Está a dizer que comer mais alimentos de origem animal como a carne, o leite e os ovos contribuem para o cancro e, pelo contrário, vegetais, por exemplo, o revertem?
Sim. Refiro-me não só a comida de origem animal, mas também processada. Bolos de pastelaria com muito açúcar são um problema. Numa dieta baseada em plantas, os alimentos de origem vegetal têm propriedades notáveis para tratar alguns problemas. Pode haver grandes mudanças em semanas na recuperação da saúde. Mas muitos médicos não têm formação suficiente em nutrição e, por outro lado, estamos num sistema em que há muito dinheiro a ser feito à custa da venda de alimentos de origem animal, de comida processada, e de suplementos vitamínicos. E há muito dinheiro em jogo para tratar estas doenças. Estas indústrias não gostam desta mensagem.

Por que é que acha que não há investigação suficiente, mais estudos a comprovar essa tese? Por causa desses interesses?
Sim. As pesquisas que fiz foram com financiamento público, o que é importante porque não somos influenciados pelas indústrias. Mas o dinheiro público é muito limitado, comparado, por exemplo, com o que existe para fazer medicamentos. Em 70% do dinheiro disponibilizado pelo Instituto Nacional de Saúde nos Estados Unidos para pesquisas, só 3 a 4% é para nutrição. A combinação de não haver suficiente formação nem pesquisas em nutrição é fatal.

Vegetais coloridos

Se o Estudo da China fosse feito hoje, as conclusões seriam as mesmas?
Hoje não seria possível fazer o mesmo tipo de estudo na China, porque, entre outros aspectos, quando o fizemos, em 1983 e 1984, as pessoas consumiam os produtos produzidos localmente. Isso está a mudar. Está a aumentar o consumo de produtos de origem animal, de comida processada, há mais cancro, mais doenças do coração.

Como vai ser a nossa alimentação no futuro?
Não sei o que vai acontecer, mas é muito importante informar o público, criar programas, em que as pessoas possam participar, aprender a cozinhar certos alimentos, a produzir, falar nas escolas, nas faculdades de medicina. O problema é que, pelo menos nos Estados Unidos, os esforços são no sentido de suprimir a informação. Porque os interesses económicos são fortes.

Três exemplos de alimentos que devemos definitivamente comer e três a evitar.
Não comer carne, ovos nem beber leite. Comer cereais integrais, legumes, ervilhas, feijão e comer muitos vegetais coloridos, como cenouras, por exemplo. Têm propriedades antioxidantes que tendem a prevenir o envelhecimento, o cancro, as doenças do coração. São muito importantes.

Por que razão diz que o leite não é bom? Não há quem defenda que sim, até para prevenir osteoporose? Entende que não é bom por ser um produto de origem animal?
Em parte por isso. E não tem antioxidantes nem outros nutrientes que vamos buscar, por exemplo, aos vegetais. Os lacticínios não têm as coisas boas, só as más. O que fazemos é realmente estranho, é continuar a beber leite muito para além da fase da amamentação e ir buscá-lo a outras espécies. Por que não vamos buscá-lo a cães ou ratos?

Na Europa, e em Portugal em particular, a obesidade infantil é preocupante. A crise pode levar as pessoas a optar por comida barata e calórica?
Temos o mesmo problema nos Estados Unidos. As pessoas compram as piores comidas porque, de certa forma, são mais baratas e têm muitas calorias, fornecem energia rápida. Nos Estados Unidos, estas comidas, que incluem alimentos de origem animal, são subsidiadas pelo governo, que está a ajudar os produtores a produzirem o que não deviam. Lá, os hambúrgueres são comprados por um preço muito inferior ao custo real. Uma percentagem está a ser paga pelos impostos. Os governos deviam apoiar a comida que é saudável.

Segundo "chefs" e especialistas
O regresso à comida dos antepassados, ingerindo alimentos mais naturais e apostando em recursos portugueses, deverá ser a...

A "chef" de cozinha Mafalda Pinto Leite, que apresentou o programa culinário "Dias com Mafalda", defendeu que "a próxima tendência será voltar às raízes, comendo alimentos considerados 'naturais', da forma como os nossos antepassados comiam".

O nosso ADN "é 99% igual ao dos paleolíticos" e o nosso corpo "ainda não está preparado para fazer a digestão de muitos alimentos que consumimos", resultando em doenças cardíacas, alergias e casos de obesidade cada vez mais frequentes, explicou Mafalda Pinto Leite.

Segundo a especialista, mais de metade das pessoas (cerca de 56%) "não come a quantidade de fruta e legumes que devia comer", muitas vezes por considerarem que uma alimentação saudável é mais cara.

"Mas é muito mais caro ir ao médico e ter doenças", sublinhou Mafalda Pinto Leite.

Hoje procuram-se novos ingredientes e produtos biológicos com mais frequência, sinal de que a saúde está em primeiro lugar.

Ana Morais, "bloguer" no "Tapas na Língua", é da mesma opinião e explicou que se deve prestar atenção aos acompanhamentos, defendendo que, "quanto mais integral e menos refinado for (um alimento), melhor".

Novos ingredientes, como "quinoa, aveia e diversas sementes", em substituição dos alimentos menos saudáveis é uma das propostas que partilha no "Tapas na Língua".

A "bloguer" defende o consumo de produtos orgânicos, que "acabam por ser mais caros, mas que tem muito mais sabor", apesar de alguns deles não serem fáceis de encontrar.

O "chef" José Avillez, considerado como uma das referências da cozinha em Portugal e dono de vários restaurantes, aposta numa "moda" relacionada com um maior consumo de peixe, influência dos costumes asiáticos, que "nos dias de hoje estão por toda a parte".

Avillez admitiu que Portugal "poderá lucrar com isso", devido à extensa costa do país, e acrescentou que serão "os cozinheiros, os produtores de marisco e a modernização de algumas marisqueiras e cervejarias que irão impulsionar esta nova tendência".

Independentemente da forma como a comida seja cozinhada, a tendência parece ter um elemento em comum: "a consciência de que os produtos processados não têm sido propriamente benéficos para a nossa saúde", defendeu a autora do "blogue" "Dias de uma Princesa".

Para Catarina Beato, os alimentos têm de ser "redescobertos" e as pessoas "devem estar dispostas a experimentar novos alimentos" em prol de uma vida com mais saúde.

Estudo indica
Os pais com um filho autista têm 33% menos probabilidade de virem a ter mais filhos em comparação com as famílias que não são...

"Apesar de sabermos que os pais que têm um filho com problemas do espectro do autismo estão mais reticentes em ter outros, este estudo é o primeiro a debruçar-se sobre esta questão apoiando-se nas estatísticas", refere Neil Risch, principal autor do estudo e director do Instituto de Genética Humana da Universidade da Califórnia, citado pela agência France Presse.

A maior parte das investigações realizadas até agora sobre o risco hereditário do autismo não têm em conta uma possível decisão dos pais de não ter mais filhos.

Segundo os autores da investigação, publicada ontem na revista científica "Journal of the American Medical Association, ter em consideração a decisão dos pais de uma criança autista de não voltar a procriar faz rever em alta o risco estatístico de ter um segundo filho com autismo.

Actualmente, as estatísticas apontam para uma probabilidade de ter outro filho autista de 8,7%, quando deveria ser reavaliada para 10,1%.

"Este estudo é o primeiro a mostrar estatisticamente que a decisão de não voltar a reproduzir é uma realidade entre os pais com uma criança autista", frisa o principal autor.

Os investigadores basearam-se nas fichas clínicas de 19.710 famílias da Califórnia com crianças com autismo nascidas entre 1990 e 2003, comparando-as com 36.215 outros agregados sem filhos afectados pela síndrome.

Assim, concluíram que as famílias cujo primeiro filho era autista tinham 33% menos probabilidade de ter um segundo, em comparação com os pais do grupo de controlo.

Unidade de Mirandela
A rede de cuidados continuados vai ser reforçada no Nordeste Transmontano com a abertura prevista para Agosto da unidade de...

A Santa Casa da Misericórdia de Mirandela, a gestora do equipamento, divulgou ontem a confirmação por parte da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte do acordo por três anos para dez camas destinadas a doentes que necessitem de cuidados de média duração e reabilitação, 20 camas para longa duração e manutenção.

A Misericórdia faz saber, em comunicado que decidiu dar início à actividade a 1 de Agosto, argumentando que esta unidade "não pode permanecer por mais tempo fechada", tendo em conta que está concluída há mais de um ano e representa um investimento de mais de três milhões de euros.

Próximo domingo
A Confederação Portuguesa do Yoga conta ultrapassar no domingo em Cascais, os 2.000 participantes numa Mega Aula do Yoga,...

"Pela sustentabilidade do planeta" - é a frase que preenche o cartaz de promoção da Grande Comemoração do Dia Mundial do Yoga 2014, uma iniciativa que serve para assinalar a candidatura da Confederação Portuguesa do Yoga (CONPORYO) à criação do "Primeiro Dia Global da Humanidade - Inter Étnico, Inter Cultural, Inter-Religioso".

Este é um projecto de carácter mundial, mas de iniciativa portuguesa. De acordo com a CONPORYO a candidatura foi feita junto da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Especialista em nutrição
Um especialista mundial em nutrição acusa as organizações internacionais de saúde de cederem aos interesses da indústria ao...

Colin Campbell, pela primeira vez em Portugal, é um bioquímico norte-americano especialista em nutrição na saúde e autor do Estudo da China (“The China Study”), o maior estudo epidemiológico sobre o efeito da alimentação e estilo de vida na saúde.

Convidado como orador principal, ontem, num seminário sobre nutrição, subordinado ao tema “Factos e mitos”, promovido pelo Ministério da Saúde e pelo Instituto Macrobiótico de Portugal, Colin Campbell diz que o principal mito que subsiste “tem a ver com o facto de as pessoas continuarem a olhar para a carne como a principal fonte de proteínas”.

Em quase todo o país
Quase todo o país apresenta hoje risco muito alto de exposição à radiação ultravioleta, alerta o Instituto Português do Mar e...

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), as regiões de Aveiro, Beja, Bragança, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Faro, Évora, Funchal, Guarda, Leiria, Lisboa, Penhas Douradas, Porto, Portalegre, Porto Santo, Sagres, Santarém, Setúbal, Sines, Viana do Castelo, Viseu, Vila Real Angra do Heroísmo e Ponta Delgada apresentam hoje níveis muito altos de exposição à radiação radiação ultravioleta (UV).

O IPMA colocou ainda Santa Cruz das Flores e Horta em níveis altos de exposição à radiação UV.

Por isso, o IPMA aconselha a população a utilizar óculos de sol com filtro UV, chapéu, t-shirt, guarda-sol e protector solar e a evitar a exposição das crianças ao sol, lembrando que a radiação ultravioleta pode causar graves prejuízos para a saúde se o nível exceder os limites de segurança.

O índice desta radiação apresenta cinco níveis, entre o baixo e o extremo, sendo o máximo o onze.

Em Lisboa, Leiria e Coimbra prevê-se uma temperatura máxima de 24 graus Celsius, no Porto 21, Évora 28, Beja e Castelo Branco 27, Bragança 30, Braga, Guarda, Viseu, Faro, Santa Cruz das Flores e Funchal 23, Vila Real 26, Ponta Delgada e Angra do Heroísmo 20.

Cientistas australianos
Um grupo de cientistas australianos descobriu uma proteína que desencadeia o nascimento nos humanos e que pode levar ao...

Segundo a publicação, a descoberta dos cientistas australianos parece ter resolvido um dos grandes mistérios da biologia humana: o que exactamente desencadeia o trabalho de parto após cerca de 40 semanas de gravidez.

O estudo visa encontrar alternativas para as cesarianas perigosas em parturientes com peso a mais ou obesas, pelo que os resultados são considerados um importante passo para se perceber como a proteína, que é libertada para contrair o útero, pode levar ao desenvolvimento de novos medicamentos para induzir o parto.

Estudo revela
Os alunos das escolas portuguesas criticaram a forma “idêntica e sem progressão” de apresentação de matérias relacionadas com a...

De acordo com o mesmo estudo, os alunos do ensino secundário gostariam ainda de estar mais envolvidos nas actividades relativas à educação sexual nas escolas, manifestando disponibilidade para serem “mentores, em actividades informativas e formativas com colegas mais novos”.

O estudo pretendeu ser uma avaliação, a cargo da Sociedade Portuguesa de Psicologia da Saúde, da implementação em meio escolar da educação sexual, tal como legalmente definido por uma lei de 2009 e pela portaria que a regulamenta, publicada em 2010.

O estudo consistiu na aplicação de inquéritos à comunidade escolar, representada pelas direcções das escolas e agrupamentos públicos, pais e encarregados de educação, professores e assistentes operacionais, e representantes dos alunos, com o objectivo de fazer uma análise quantitativa e qualitativa da aplicação da lei nas escolas.

Do ponto de vista qualitativo, os professores “consideraram-se muito sobrecarregados, muito pouco valorizados e muito pouco reconhecidos nos seus esforços”, e lamentaram ter que recorrer aos tempos das aulas curriculares para cumprir a lei, criticando ainda o facto de a abordagem destas matérias se fazer sobretudo no âmbito das disciplinas de Ciências Naturais e Biologia, o que no caso dos alunos do ensino secundário, exclui os alunos dos agrupamentos artísticos, de humanidades ou área económica do acesso à educação sexual, por não terem estas disciplinas no currículo.

“Alunos, professores e pais sugeriram uma progressão na abordagem deste tema, ao longo dos vários ciclos de aprendizagem, sugerindo ainda uma monitorização que garanta que o assunto não se centre unicamente nos aspectos biológicos da reprodução e nas infecções sexualmente transmissíveis”, refere-se nos resultados do estudo qualitativo.

O estudo revela que a grande maioria das escolas considera que a implementação da educação sexual nas escolas é “boa ou muito boa”, estando a ser cumprida “na íntegra” a carga horária definida na lei para a educação sexual.

No estudo participaram 428 agrupamentos e escolas secundárias não agrupadas, distribuídas por todo o país, que correspondem a 53% das escolas públicas.

“Nas 428 unidades orgânicas que participaram no estudo leccionam 60 595 professores e frequentam 617 701 alunos de todos os níveis de ensino, na sua maioria de nacionalidade portuguesa (96,8%)”, lê-se no relatório das conclusões.

“A maioria dos Conselhos de Turma tem um professor responsável pelo projecto de educação sexual (72,0%) e apresenta anualmente um projecto de turma nesta área (65,7%) que é revisto pelo coordenador de educação para a saúde (85,7%)”, adianta o estudo.

Na maioria das escolas (82,2%) “há garantias de que todos os alunos tiveram educação sexual nos últimos três anos. No entanto, a avaliação dos conhecimentos adquiridos é efectuada na sua maioria (59,8%) apenas pelo apuramento da percentagem de alunos que assistiram às actividades”, acrescenta-se.

O acesso à educação sexual nas escolas foi também reforçado através dos Gabinetes de Apoio ao Aluno, que os directores consideram ter uma boa ou muito boa implementação nas escolas que dirigem, estando na maioria dos casos (85%) articulados com os centros de saúde locais, com os quais desenvolvem actividades em conjunto.

Investigadores do Porto propõem
Uma equipa de investigadores do Instituto de Biologia Molecular e Celular, do Porto, propõe a utilização de um anti...

Baseado em ensaios pré-clínicos com modelos animais, o estudo, publicado recentemente, demonstra “a importância de alvos não amiloides nas estratégias para combater estas doenças. A Anacinra é um anti-inflamatório utilizado em situações reumáticas que impede a deposição da transtirretina (TTR), protegendo as fibras nervosas da degeneração”.

O grupo de investigadores, liderado por Maria João Saraiva, recorreu a modelos animais transgénicos que produzem a proteína TTR mutada, a qual é responsável pelo desenvolvimento da “Doença dos Pezinhos” nos humanos.

Para Maria João Saraiva “os efeitos benéficos nos animais são evidentes, permitindo estabelecer uma clara e nova abordagem: interferindo na cascata inflamatória da IL-1, interferimos na deposição de TTR e na regeneração do nervo”.

“Demonstrado o conceito, ficam a faltar os ensaios clínicos para confirmar efeitos desta abordagem nas doenças amiloides em humanos”, afirma a investigadora, num comunicado.

Maria João Saraiva explica que “estes compostos de baixo custo poderão ter efeitos benéficos em ensaios clínicos”.

A primeira terapia disponível para a polineuropatia amilóidótica familiar (PAF), mais conhecida por “Doença dos Pezinhos” ou paramiloidose, foi o transplante de fígado. Contudo, segundo os investigadores, além de muito invasiva, não é totalmente eficaz por não eliminar a produção de TTR mutante noutros órgãos do corpo e devido ao risco de rejeição do transplante.

“Não há muito tempo, foi lançado no mercado o Tafamidis, um composto que, segundo alguns, ainda não deu provas suficientes de eficácia e cujo benefício ainda está em avaliação, necessitando de terapias combinadas”, referem os investigadores do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC).

A PAF foi descrita pela primeira vez pelo Professor Corino de Andrade, em 1952, em doentes da região da Póvoa de Varzim. 

Campus da Universidade de Aveiro
Uma equipa de biólogos da Universidade de Aveiro descobriu uma nova espécie de microalgas numa lagoa artificial localizada no...

O organismo foi batizado de Tovellia aveirensis, numa referência ao género a que pertence e à cidade onde foi descoberto, e faz parte do grupo dos dinoflagelados, microalgas que causam a maioria dos fenómenos de "marés vermelhas" e que, na ria de Aveiro, estão na génese de toxinas que frequentemente levam à proibição da apanha de bivalves.

“Se à partida me pedissem para indicar um local que pudesse constituir a morada de uma nova espécie, este lago [com cerca de 100 metros quadrados e um de profundidade, situado a três dezenas de metros do Departamento de Biologia (DBio) da Universidade de Aveiro (UA)], não seria definitivamente uma das minhas primeiras opções”, aponta a bióloga Mariana Pandeirada responsável pela descoberta, juntamente com os biólogos da UA António Calado e Sandra Craveiro.

Usado vezes sem conta pelo grupo de investigação para recolha de amostras a fim de serem apresentadas aos alunos durante o estudo de microalgas, o lago, confessa, “não era uma opção para a identificação de uma nova espécie, já que a sua diversidade é relativamente bem conhecida”.

No entanto, mais do que o local a ser estudado, Mariana Pandeirada, transposta que está a surpresa da descoberta de um novo ser vivo mesmo ao pé da porta, acredita que “a chave para a identificação de um organismo potencialmente novo está no conhecimento adquirido sobre o grupo em que este se insere, o qual deve ser iniciado com a aprendizagem das características morfológicas” que justificam a sua inclusão numa dada divisão de organismos.

“A partir desse conhecimento ficamos mais suscetíveis a detectar a presença de organismos em que algo na sua morfologia, ou mesmo dentro do seu ciclo de vida, não vai de encontro ao que está descrito para os seus parentes próximos”, diz. No caso de Tovellia aveirensis, foi a capacidade de produzir quistos distintamente diferentes dos conhecidos para o género que despertou a atenção do grupo de investigação do DBio que deu à ciência a novidade, e que contou com a colaboração do Departamento de Biologia da Universidade de Copenhaga (Dinamarca).

Técnicas avançadas de microscopia usadas na descoberta

Tovellia aveirensis produz quistos de resistência (estruturas que permitem ultrapassar condições ambientais desfavoráveis) ornamentados por numerosos espinhos geralmente ramificados nas extremidades, “marcadamente diferentes dos que eram conhecidos para o género”, aponta a bióloga.

A descrição de Tovellia aveirensis foi feita não apenas com recurso ao microscópio óptico mas também através da microscopia electrónica de varrimento, para estudar a superfície das células, e de transmissão, para estudar o seu interior. As observações foram apoiadas pela sequenciação do DNA que codifica a sub-unidade grande dos ribossomas da microalga.

A análise do ciclo de vida da nova espécie tem revelado particularidades interessantes que serão apresentadas no final do mês de Junho, durante o 62º encontro da British Phycological Society, em Galway, na Irlanda.

“Temos documentado alguns aspectos, por exemplo durante a formação de gâmetas, reprodução sexuada, enquistamento e desenquistamento, que, pelo menos para o género, ainda não haviam sido reportados”, desvenda a investigadora.

A descoberta foi publicada na European Journal of Phycology, uma das mais reconhecidas revistas da área. Os suportes para microscopia electrónica de varrimento contendo células e quistos de Tovellia aveirensis, constituindo o tipo nomenclatural que regula a aplicação do nome da nova espécie, ficarão à disposição da comunidade científica no Herbário da UA.

Em Portugal
Um estudo coordenado pelo investigador Luís Azevedo, da Faculdade de Medicina do Porto, revela que os custos directos e...

“A investigação demonstrou que os custos directos anuais, relacionados com consultas, exames e tratamentos para a dor, atingiram um valor de 1.997 milhões de euros, enquanto os custos indirectos anuais, devidos ao absentismo, aposentação precoce e perda de emprego, atingem os 2.645 milhões de euros, contabilizando, assim, um custo total anual de 4.611 milhões de euros. Este valor é manifestamente significativo, representando 2,7% do PIB nacional”, explicou o investigador Luís Azevedo.

O estudo determinou ainda que a média dos custos totais anuais por indivíduo com dor crónica foi de 1.883 euros, estando 43 por cento relacionados com custos directos (807 euros) e 57 por cento com custos indirectos (1.080 euros).

“Além da sua alta frequência e o seu impacto individual e social, a dor crónica tem mostrado estar fortemente associada a uma grande utilização de serviços de saúde, a uma importante redução da produtividade no trabalho e consequentemente a grandes custos directos e indirectos”, salientou o investigador principal do estudo.

Os custos directos de saúde foram calculados por cada paciente, adicionando os custos de medicamentos para a dor, as modalidades não-farmacológicas de tratamento da dor, consultas nos cuidados de saúde primários e hospitalares, consultas com outros profissionais de saúde e exames complementares de diagnóstico realizados.

Por outro lado, os custos indirectos, associados à produtividade perdida devido ao afastamento temporário do trabalho, aposentação precoce e perda de emprego, foram calculados com base no número de dias de trabalho perdidos da população activa e o rendimento diário nacional de cada classe específica.

O estudo foi realizado, numa primeira fase, a partir de uma amostra de 5.094 pessoas, selecionadas aleatoriamente e representativas da população adulta portuguesa. A segunda fase do estudo contemplou uma análise mais detalhada de 562 pessoas com dor crónica identificadas na primeira fase.

Em Portugal, a dor crónica afecta mais de 30 por cento dos adultos portugueses. É uma situação de dor persistente que, se não for seguida e tratada de modo adequado, poderá afectar gravemente a qualidade de vida das pessoas e pode levar à incapacidade total ou parcial para o trabalho.

Os resultados finais do estudo serão apresentados no Fórum Futuro 2014, no próximo sábado, em Oeiras.

171 por cento em três meses
Segundo os números da Procuradoria-Geral da República, as agressões contra médicos e enfermeiros aumentaram “171 por cento”...

“Se não passas o atestado parto-te a cara toda”, é uma das ameaças citadas pelo jornal e que já deram lugar a abertura de um processo pelo Ministério Público. “Chapadas e dentadas”, “ameaças de morte”, uma “enfermeira arrastada por utente” ou nomes insultuosos chamados a uma pediatra. Segundo testemunhos, o tempo de espera pode ocasionar algumas das reacções agressivas.

Quem está “na linha da frente”, nas urgências dos hospitais e nos centros de saúde, acabam por ser as maiores vítimas. O hospital Garcia de Orta, em Almada, é um dos que regista mais ocorrências.

Cientistas suecos criam
Cientistas suecos afirmam que conseguiram construir um capacete que consegue determinar rapidamente se um paciente sofreu uma...

O dispositivo lança microondas no cérebro para determinar se houve uma hemorragia ou se algum coágulo entupiu uma veia, as duas formas comuns de acidentes vasculares cerebrais (AVC).

Os cientistas das instituições Universidade de Tecnologia Chalmers, Academia Sahlgrenska e Hospital Universitário Sahlgrenska planeiam tornar o aparelho disponível para equipas de socorro em ambulâncias.

Já foram feitos testes bem-sucedidos do capacete em fases iniciais do estudo, com 45 pacientes.

A pesquisa teve os seus detalhes publicados na revista especializada Transactions on Biomedical Engineering.

Quando uma pessoa sofre um AVC, os médicos precisam de trabalhar rapidamente para conter os danos no cérebro. Se o paciente demorar mais do que quatro horas para chegar ao hospital e começar o tratamento, partes do tecido cerebral poderão morrer. Mas, para dar o melhor tratamento, os médicos primeiro precisam de descobrir se o AVC é causado pela hemorragia num vaso sanguíneo ou por um vaso sanguíneo bloqueado por um coágulo.

Uma tomografia computadorizada geralmente pode mostrar a causa, mas é preciso algum tempo para marcar um exame destes, mesmo quando o paciente é considerado um caso de urgência num hospital que tenha o equipamento necessário.

Para acelerar todo o processo, os investigadores suecos inventarem o dispositivo portátil que pode ser usado já quando o paciente está a ser levado para o hospital.

O capacete usa microondas - as mesmas emitidas por fornos de microondas e telemóveis, mas muito mais fracas - para elaborar uma imagem do que está a acontecer dentro do cérebro do paciente.

Os testes com um dos primeiros protótipos, que usou um capacete de ciclista adaptado, mostraram que o dispositivo pode distinguir de forma precisa entre hemorragias e coágulos, apesar de não conseguir fazer isto 100% do tempo.

Desde então, os cientistas construíram e testaram um capacete feito sob medida para se encaixar melhor a crânios de formas e tamanhos diferentes, e testaram o dispositivo com a ajuda de enfermeiras e pacientes num hospital local.

No futuro, pretendem encaixar o capacete numa almofada onde o paciente possa apoiar a cabeça. Por enquanto, os cientistas afirmam que o capacete precisa de passar por mais testes.

E, segundo os pesquisadores, apesar da rapidez, os médicos precisarão de usar também outros exames para diagnosticar um AVC.

“A possibilidade de descartar a hemorragia já na ambulância é um grande avanço que trará muitos benefícios no tratamento de um AVC agudo”, disse o pesquisador Mikael Persson.

Devido aos festivais
Este Verão, quando for aos festivais de música, tenha especial cuidado com os seus ouvidos. O número de jovens afectados por...

“Há cada vez mais jovens que apresentam uma surdez neuro-sensorial, ou seja, uma surdez do ouvido interno ou nervo auditivo que, embora possa variar entre ligeira e profunda, é irreversível. É algo que tem vindo a aumentar entre os adolescentes e jovens adultos portugueses, pois sujeitam-se a níveis elevados de sons [acima de 85 decibéis (dB)], que podem levar à surdez”, refere Dulce Martins Paiva, directora-geral da GAES – Centros Auditivos em Portugal.

Noel Gallagher, ex-Oasis e Chris Martim, vocalista dos Coldplay, são apenas alguns dos músicos que sofrem de tinnitus, que são zumbidos constantes, ocasionados por excesso de exposição a volumes sonoros muito altos, e que começa a ser visto já nos jovens que frequentam assiduamente festivais e discotecas.

Enfermeiros alertam
A Ordem dos Enfermeiros alertou hoje que os serviços prestados nos centros de saúde dos Açores podem entrar em ruptura com a...

“Temos vindo a afirmar e a demonstrar, desde o início deste mandato, que existem unidades de saúde na Região Autónoma dos Açores para as quais urge a colocação de mais profissionais de enfermagem por se encontrar em risco a segurança e a qualidade dos cuidados de enfermagem prestados”, considera a secção regional da ordem, em comunicado.

Os enfermeiros alertam, por isso, que o previsível aumento do número de utentes, “com dependência de cuidados, em unidades de internamento já de si carentes de horas de cuidados de enfermagem, poderá levar a uma rutura dos cuidados de enfermagem prestados, com sérias consequências para a população”.

Estudo revela
Um suplemento diário retirado de uma substância encontrada no tomate pode melhorar a função dos vasos sanguíneos em pacientes...

Outros estudos já relacionaram o licopeno, substância presente no tomate, com a redução do risco de desenvolver doenças cardiovasculares. No entanto, a nova pesquisa avaliou os seus efeitos na função dos vasos sanguíneos localizados no antebraço, que dão indícios se o paciente desenvolverá problemas vasculares ou não.

Trinta e seis pacientes com doenças cardiovasculares e 36 voluntários saudáveis participaram do estudo. Os voluntários receberam um suplemento com sete miligramas de licopeno ou um tratamento com placebo.

Os pacientes com doença cardiovascular tomaram estatinas, medicamentos com a função de baixar o colesterol. No entanto, eles ainda apresentaram a função prejudicada do endotélio - o revestimento interno dos vasos sanguíneos - em comparação com os voluntários saudáveis. Ter um endotélio saudável é um factor importante para prevenir a evolução das doenças cardíacas.

Os investigadores descobriram que a suplementação oral com sete miligramas de licopeno melhorou a função endotelial dos pacientes com doenças cardiovasculares, mas não fez efeito algum nos voluntários saudáveis.

O licopeno melhorou em 53% o alargamento dos vasos sanguíneos em comparação com os pacientes que foram tratados com o placebo. O resultado foi considerado pelos estudiosos como positivo, já que a constrição dos vasos sanguíneos é um dos principais factores que pode levar a ataques cardíacos e AVC.

O estudo constatou que o suplemento não teve qualquer efeito sobre a pressão arterial, a rigidez arterial e os níveis de lipídios.

“Mostramos claramente que o licopeno melhora a função dos vasos sanguíneos em pacientes com doenças cardiovasculares”, afirma Joseph Cheriyan, professor da universidade e um dos autores do estudo.

“Isso reforça a necessidade de uma dieta saudável em pessoas com risco de doenças cardíacas e acidente vascular cerebral. O suplemento de tomate não é um substituto para outros tratamentos, mas pode fornecer benefícios adicionais. Entretanto, serão necessários mais estudos para verificar se esta solução é capaz de reduzir doenças cardíacas”, completa Cheriyan.

Um terço
O projecto de investigação "Vítimas, Trauma e Processos Institucionais", desenvolvido na Universidade de Coimbra,...

A taxa de 30% é "um valor alto", sublinhou José Manuel Mendes, coordenador do projecto de investigação desenvolvido no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (UC), referindo que, em França, o outro país analisado, o valor "é mais baixo".

O trabalho demonstrou também que os antigos combatentes portadores de deficiência que evitam recorrer a ajuda e que "se fecham sobre si" têm uma taxa de incidência de stress pós-traumático "superior", informou José Manuel Mendes.

"Em Portugal, o stress é mais baixo para os antigos combatentes que tiveram apoio do Estado e da família, em comparação com aqueles que evitaram falar, ir ao hospital, ou usar os recursos à sua disposição", acrescentou o investigador.

A diferença entre os que se fecharam sobre si e os que recorreram a ajuda "é de cerca de 10%", no que toca à taxa de stress pós-traumático, explicou.

Em Portugal, a vítima surge "como uma figura polémica, ficando a ideia de que as pessoas, só como vítimas, podem ser cidadãos", contou.

"A Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA) sempre usou o lema de que os combatentes foram vítimas de uma guerra injusta e sempre reivindicou o estatuto de vítima", sustentou o coordenador do projecto, frisando que, em Portugal, o discurso da vítima não tem legitimidade política, como acontece em França.

De acordo com José Manuel Mendes, o Estado, no caso das vítimas de acidentes colectivos no seu geral, "não tem uma estratégia integrada e global de dar direitos de cidadania às vítimas".

O investigador defendeu a criação de uma Federação de Vítimas, como acontece em França, de forma a existir uma entidade que "apenas se relaciona com o Estado, com os direitos e indemnizações".

"Em França, se um cidadão for afectado por um acidente colectivo, o Estado activa logo um grupo multidisciplinar para o acompanhar", enquanto que em Portugal a atuação "é ad hoc", não havendo uma "lógica estrutural e estratégica" para essas situações.

Em termos nacionais, "o Estado faz tudo para que as vítimas caiam no esquecimento", criticou ainda José Manuel Mendes.

Na quinta-feira, realiza-se um colóquio no Centro de Estudos Sociais subordinado ao tema do projecto de investigação, com a apresentação dos resultados portugueses e franceses.

Em três países africanos
O vírus ébola matou 337 pessoas em três países africanos - Guiné-Conacri, Serra Leoa e Libéria - desde o início de Janeiro,...

Os números da organização das Nações Unidas, com sede em Bruxelas, mostram um aumento do número de vítimas de 60% em 15 dias em relação ao balanço de 208 mortos divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 4 de Junho.

Os primeiros e únicos casos de febre hemorrágica causada pelo ébola na África Ocidental foram registados em 1994 na Costa do Marfim.

Não existe vacina nem tratamento específico para a infecção. A propagação do vírus dá-se pelo contato directo com pessoas infectadas.

O vírus ébola foi isolado pela primeira vez em 1976 ao norte do antigo Zaire, agora República Democrática do Congo.

Até então, os cientistas haviam identificado cinco estirpes diferentes, especialmente presentes na África Central. Agora, há seis.

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