Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Tarde comemorativa da Semana Mundial do Aleitamento Materno reúne mamãs e casais para partilha de experiências. É amanhã no...

A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) assinala, amanhã à tarde, a Semana Mundial do Aleitamento Materno. O encontro, com início às 17h30, nas instalações da ESEnfC - Sala de Reuniões do Pólo B (em São Martinho do Bispo), começa com uma conversa subordinada ao tema “Amamentação e regresso ao trabalho”. Segue-se uma partilha de experiências de amamentação, com mamãs do projecto Terna Aventura (de preparação do casal para as alterações decorrentes da gravidez, do parto e do pós-parto e para os cuidados a ter com o recém-nascido), e um encontro de casais.

Sob o lema “Amamentação: Uma Vitória para toda a Vida”, a campanha deste ano da Semana Mundial do Aleitamento Materno, que na Europa se comemora de 6 a 12 de Outubro, salienta a importância de “aumentar e manter o apoio, a promoção e a protecção da amamentação, no âmbito da contagem regressiva para os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio e para além desse objectivo”.

De acordo com a Aliança Mundial para a Acção em Aleitamento Materno, “a pobreza diminuiu, mas uma em cada oito pessoas ainda vai para cama com fome”, sendo que “a desnutrição afecta cerca de um quarto de todas as crianças no mundo”.

Daí que a entidade promotora da Semana Mundial do Aleitamento Materno insista na mensagem de que “a amamentação exclusiva e a alimentação complementar adequada são intervenções importantes para melhorar a sobrevivência infantil, salvando potencialmente cerca de 20% das crianças abaixo de cinco anos”.

Na ESEnfC, esta comemoração é organizada pela Unidade Científico-pedagógica de Enfermagem de Saúde Materna, Obstétrica e Ginecológica.

 

Ébola:
As autoridades de saúde portuguesas estão a analisar os equipamentos de protecção individual que devem ser usados pelos...

Segundo uma nota emitida hoje pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), o dispositivo de coordenação para o vírus do Ébola “está a analisar os normativos existentes no âmbito da biossegurança, nomeadamente naquilo que se refere aos equipamentos de protecção individual (EPI) a utilizar pelos profissionais de saúde e ao contexto da sua utilização, bem como aos procedimentos laboratoriais”.

As autoridades estão ainda a equacionar o “reforço dos mecanismos de comunicação junto dos serviços de saúde e da população”.

Esta análise da DGS acontece depois de na segunda-feira ter sido confirmado que uma auxiliar de enfermagem espanhola foi contagiada com o vírus do Ébola. A profissional tinha atendido o missionário Manuel Garcia Viejo, vítima mortal de Ébola no dia 25 de Setembro, num hospital madrileno.

A directora-geral de Saúde Pública espanhola afirmou que o controlo dos contactos da auxiliar de enfermagem espanhola contagiada com Ébola em Madrid é a medida mais eficaz para evitar a transmissão comunitária do vírus. “Está investigar-se qual poderá ter sido o mecanismo de infecção da profissional”, afirmou Mercedes Vinuesa, na comissão de Saúde do Congresso de Deputados.

Vinuesa afirmou que, paralelamente a essa investigação e ao acompanhamento epidemiológico - que já se está a realizar ao marido da paciente e pode ampliar-se a outras pessoas - se continua a avaliar as circunstâncias do contágio da auxiliar de enfermagem.

Segundo explicou Vinuesa, a informação prestada pela Comunidade de Madrid é de que a auxiliar de enfermagem entrou no quarto do paciente que morreu com Ébola “por duas vezes”, primeiro para mudar uma fralda e, depois, já após a morte, para recolher material.

 

Presidente do Instituto de Saúde do Porto diz que caso se deveu a falha de segurança

O presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto defendeu hoje que o contágio de uma enfermeira espanhola com Ébola terá resultado de uma ruptura no protocolo de segurança, mas considerou que casos semelhantes serão escassos.

“Sabemos pouco, provavelmente deve ter havido uma ruptura no protocolo de segurança, [mas] não há sistemas de segurança completamente impossíveis de terem falhas”, afirmou Henrique Barros. Para este investigador e médico, é preciso “saber o que correu mal” e “que barreira foi quebrada” para que a auxiliar de enfermagem espanhola que atendeu o missionário Manuel Garcia Viejo, vítima mortal de Ébola no dia 25 de Setembro, tenha sido contagiada.

 

 

Estudo publicado na revista científica Nature Nanotechnology
Um grupo de investigadores de Singapura utilizou um composto do chá verde para desenvolver uma nova solução destinada a matar...

Há muito que são conhecidos os benefícios do chá verde, associados às suas propriedades antioxidantes e anticancerígenas e à capacidade de combater o envelhecimento e de funcionar como antibiótico. Agora, um grupo de investigadores acaba de utilizar um dos seus compostos para desenvolver uma nova solução destinada a matar as células do cancro.

Os cientistas do Instituto de Bioengenharia e Nanotecnologia (IBN) de Singapura criaram um sistema de transporte de fármacos no interior do organismo capaz de atacar mais eficazmente as células cancerígenas utilizando a epigalocatequina galato (EGCG), uma substância antioxidante com aplicações terapêuticas em diversas doenças.

Com recurso à EGCG, a equipa conseguiu programar “nanotransportadores” que administram localmente os fármacos e que funcionam como “mísseis”, viajando pelo corpo e interferindo apenas com as células doentes sem afectar os tecidos e órgãos saudáveis, conforme adianta o estudo publicado na revista científica Nature Nanotechnology.

“Os numerosos benefícios do chá verde inspiraram-nos a utilizá-lo neste sistema”, explica Jacke Y. Ying, directora executiva do IBN, em comunicado, acrescentando que esta é “a primeira vez que o chá verde é usado como 'cápsula' e meio de transporte para fármacos contra o cancro”.

Os investigadores realizaram, entretanto, estudos em animais para avaliar a eficácia do sistema, concluindo que estes “nanotransportadores” de chá verde enriquecidos com um dos fármacos usados convencionalmente para tratar o cancro da mama reduziram muito mais significativamente o crescimento dos tumores do que os métodos tradicionais.

Além disso, com recurso a esta solução, a equipa observou que o dobro do fármaco administrado ficou acumulado nas células cancerígenas e que a acumulação dos medicamentos nos órgãos saudáveis diminuiu 70% no caso do fígado e dos rins e 40% no caso dos pulmões.

“Ao contrário das terapias convencionais, o nosso transportador de chá verde é capaz de erradicar um maior número de células cancerígenas e de reduzir significativamente a acumulação dos fármacos nos órgãos vitais, onde estes podem causar efeitos secundários graves”, realça Motoichi Kurisawa, coordenador da equipa do IBN.

“Esta invenção [já patenteada] tem potencial para pavimentar o caminho em direcção a um melhor sistema de administração de fármacos para combater o cancro”, conclui o investigador.

 

Bastonário da Ordem dos Enfermeiros
A maioria dos serviços de saúde em Portugal não dispõe de condições adequadas ao exercício da enfermagem, e se se mantêm a...

Apesar de se assumir contrário ao encerramento de serviços e de camas, o Enf.º Germano Couto disse que continuará a defender o fecho sempre que haja risco iminente para a segurança dos cuidados aos cidadãos.

“Eu defendo a contratação de enfermeiros em primeiro lugar. O objectivo não é destruir o Serviço Nacional de Saúde, mas alertarmos para as vidas humanas”, sublinhou, segunda-feira à tarde em Coimbra durante a iniciativa Conversas na Ordem da Secção Regional Centro (SRC) da Ordem dos Enfermeiros (OE).

Nesse evento, que teve como convidado especial o Dr. António Arnaut, fundador do SNS há 35 anos enquanto Ministro dos Assuntos Sociais, o Bastonário lembrou que a atribuição mais nobre da sua Ordem é a defesa incondicional da qualidade e segurança dos cuidados de enfermagem.

Apesar de o Código Deontológico dos enfermeiros estabelecer direitos – segundo o Bastonário - o direito a condições de exercício adequadas não é assegurado na maior parte dos serviços de saúde.

“Ao contrário do que o senhor Ministro da Saúde diz, a maior parte dos enfermeiros acumulam nos seus próprios serviços porque de forma responsável e com sentido de missão conseguem manter os serviços abertos, às vezes não se sabe bem como”, observou.

Realçou que os enfermeiros estão exaustos, porque “não trabalham 40 horas por semana, trabalham, em alguns casos, 60 e 70, caso contrário muitos serviços e camas já teriam encerrado”.

Na sessão, subordinada ao tema “Enfermagem e Cidadania”, o Dr. António Arnaut relembrou os propósitos que idealizou para o SNS e as dificuldades dessa conquista. Aproveitou para exortar os enfermeiros e os restantes profissionais de saúde a defenderem essa conquista, que “custou muito a obter porque, como em todas as conquistas, foi ferir alguns interesses instalados”.

Também o Bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Enf.º Germano Couto, criticou os interesses instalados na Saúde, frisando que muitos deles não estão interessados em que o desperdício acabe.

A prevenção da doença e promoção da saúde, que são atribuições dos enfermeiros, “não geram dinheiro a curto prazo. O que gera dinheiro é reabilitar e curar”, observou.

A sessão, que juntou o Dr. António Arnaut e o Bastonário da OE, foi uma oportunidade de olhar em retrospectiva os 35 anos do SNS, completados a 15 de Setembro, e interrogar sobre as opções políticas actuais e os desafios à sua sustentabilidade financeira.

Em anteriores edições Conversas na Ordem teve como convidados o então Bastonário da Ordem dos Advogados, Dr. António Marinho e Pinto, e o Presidente da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), Prof. Doutor Jorge Simões.

 

6 a 12 de Outubro
Até sexta-feira assinala-se em Portugal a Semana do Aleitamento Materno. O tema escolhido para o ano de 2014 salienta como o...

Desde 2006 que é comemorada em Portugal a Semana Mundial do Aleitamento Materno numa parceria entre a Direcção-Geral da Saúde e a World Alliance for Breastfeeding Action (WABA).

Nesta semana alerta-se a população para os benefícios da amamentação e todos os profissionais de saúde são convidados a trabalhar o tema anual nos seus respectivos serviços.

Este ano o tema da campanha é “Amamentação: Um ganho para toda a vida”, fazendo uma ligação estreita aos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. Os ODM foram estabelecidos pelos governos e as Nações Unidas para combater a pobreza e promover o desenvolvimento saudável e sustentável de uma forma global em 2015. Os objectivos da Semana Mundial da Amamentação são os seguintes:

  • Informar as pessoas sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) Ver mais... e como eles se relacionam com a amamentação e alimentação de lactentes e crianças;
  • Mostrar os progressos alcançados até ao momento e identificar as principais lacunas para melhorar a amamentação;
  • Chamar a atenção para a importância do reforço das acções de protecção, promoção e apoio ao aleitamento materno como uma intervenção fundamental nos ODM e na Agenda pós-2015;
  • Estimular o interesse nos jovens de ambos os sexos para a relevância do aleitamento materno no actual mundo em mudança.

Através do Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil, preconiza-se que desde o nascimento este seja tema de abordagem obrigatória nas consultas com os pais, no sentido de promover a manutenção do aleitamento materno, em exclusivo, até aos 6 M e, só a partir desta idade, complementá-lo com o início da diversificação alimentar.

Além do apoio existente no Serviço Nacional de Saúde, estão presentes em Portugal Organizações Não Governamentais e sem fins lucrativos que também protegem, promovem e apoiam, o aleitamento materno, através da ajuda interpares (mãe-para-mãe). A sociedade civil é muito importante e está actualmente muito mobilizada.

A Direcção-Geral da Saúde associa-se ao espírito desta campanha destacando os “Cuidados Antecipatórios” do Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil:

Preconiza-se que desde o nascimento este seja tema de abordagem obrigatória nas consultas com os pais, no sentido de promover a manutenção do aleitamento materno, em exclusivo, até aos 6 M e, só a partir desta idade, complementá-lo com o início da diversificação alimentar

Aconselha-se pais e profissionais a consulta das – Orientações da DGS em http://www.saudereprodutiva.dgs.pt e manual de aleitamento materno do Comité Português para a United Nations Children's Fund (UNICEF) - Comissão Nacional http://www.unicef.pt/docs/manual_aleitamento.pdf.

Ver mais: http://www.dgs.pt/directrizes-da-dgs/normas-e-circulares-normativas/norma-n-0102013-de-31052013.aspx

 

Promover a formação social
Cerca de 150 estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto iniciam este mês actividades de voluntariado em mais...

A iniciativa partiu da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) que criou este ano lectivo uma disciplina de “Formação Social e Humana”, no âmbito da qual desafia os jovens a integrarem no seu plano curricular 50 horas de voluntariado relacionado, de forma abrangente, com a Saúde.

“Entendemos que deve ser objectivo desta faculdade promover a formação social e humana dos estudantes de Medicina, através do contacto com o outro e com realidades da sociedade que, por vezes, lhes são completamente desconhecidas”, explicou Manuel Nuno Alçada, responsável pela nova disciplina.

Manuel Nuno Alçada lembrou que, na sua vida profissional, os médicos vão ser confrontados com pacientes provenientes de todos os meios sociais. A prestação de cuidados a pessoas com deficiência, apoio a mães solteiras e visitas a sem-abrigo são algumas das actividades que os futuros médicos vão concretizar.

“Conhecer os constrangimentos próprios de quem vive num meio desfavorecido, as suas lutas e as suas dificuldades, contribui para uma melhor compreensão do doente e, em última análise, para que sejam melhores médicos”, sublinhou o docente universitário.

Entre as instituições que integram a “bolsa” de voluntariado constam a Médicos do Mundo, o Banco Alimentar Contra a Fome, a Associação dos Albergues Nocturnos do Porto e a VO.U (Voluntariado Universitário).

 

Ansiedade aguda
O pânico é uma ansiedade aguda e extrema que é acompanhada por sintomas fisiológicos.
Olhar de pânico

 

Os ataques de pânico são frequentes e as mulheres são entre duas a três vezes mais propensas. A perturbação por pânico é pouco corrente e diagnostica-se em pouco menos de 1 (um) % da população. O pânico patológico começa geralmente na adolescência tardia ou cedo na idade adulta.

 

Sintomas e diagnóstico

Os sintomas de um ataque de pânico caracterizam-se por:

  • Dificuldade respiratória ou sensação de estar a sufocar;
  • Vertigens, instabilidade ou desmaio,
  • Palpitações ou ritmo cardíaco acelerado;
  • Tremuras ligeiras ou acentuadas;
  • Sudação;
  • Falta de ar;
  • Náuseas, dor de estômago ou diarreia;
  • Sensação de irrealidade, estranheza ou separação do meio envolvente,
  • Sensações de adormecimento ou de formigueiros;
  • Ruborização ou calafrios;
  • Dor ou incomodidade no peito;
  • Medo de morrer,
  • Medo de «tornar-se louco» ou de perder o controlo.

Pelo menos 4 destes sintomas acontecem de modo súbito e simultâneo e alcançam a sua intensidade máxima no prazo de 10 minutos, dissipando-se, normalmente,  ao fim de poucos minutos, não sendo por isso possível ao médico observá-los, mas somente o medo da pessoa de sofrer outro terrível ataque. Como os ataques de pânico se produzem, frequentemente de modo inesperado ou sem razão aparente, leva as pessoas que os manifestam, muitas vezes,  a preocuparem-se antecipadamente, com a possibilidade de sofrê-los de novo (uma situação conhecida como ansiedade antecipatória) e a evitar os lugares onde sofreram ataques anteriormente.

Como os sintomas de um ataque de pânico implicam muitos órgãos vitais, as pessoas, muitas vezes, preocupam-se pensando que sofrem de um problema de coração, dos pulmões ou do cérebro e procuram a ajuda de algum médico ou dirigem-se a um serviço de urgência. Embora os ataques de pânico sejam incómodos (às vezes de forma extrema), não são perigosos.

Tratamento

De modo geral, as pessoas recuperam dos ataques de pânico sem tratamento. A recuperação sem tratamento é possível naqueles que têm ataques de pânico ou de ansiedade antecipatória recorrentes, particularmente se estiverem repetidamente expostos à situação ou ao estímulo que os provocam. As pessoas que não recuperam por si mesmas ou que não procuram tratamento, continuam a suportar os processos de sofrimento e de recuperação de cada um dos ataques de maneira indefinida.

As pessoas respondem melhor ao tratamento quando compreendem que o pânico patológico implica processos tanto biológicos como psicológicos. Os medicamentos e a terapia do comportamento podem controlar, geralmente, a sintomatologia. Além disso, a psicoterapia pode ajudar a resolver qualquer conflito psicológico subjacente aos sentimentos e aos comportamentos ansiosos.

Os medicamentos utilizados para tratar a perturbação por pânico incluem os antidepressivos e os fármacos ansiolíticos, como as benzodiazepinas. Todos os tipos de antidepressivos tricíclicos (como a imipramina), os inibidores da monoaminooxidase (como a fenelzina) e os inibidores selectivos da recaptação de serotonina (como a fluoxetina) demonstraram ser eficazes. Embora se tenha provado a eficácia de várias benzodiazepinas em ensaios controlados, só o alprazolam está especificamente aprovado para tratar a perturbação por pânico. As benzodiazepinas actuam mais rapidamente do que os antidepressivos, mas podem causar dependência física e são mais propensas a desencadear certos efeitos secundários, como sonolência, alterações da coordenação e aumento do tempo de reacção.

Quando um medicamento é eficaz, previne ou reduz em grande medida o número de ataques de pânico. Pode ser necessário tomar um fármaco durante longos períodos se os ataques de pânico reaparecerem depois de se ter interrompido o tratamento.

A terapia de exposição, um tipo de terapia de comportamento na qual a pessoa é exposta repetidamente ao factor que desencadeia o ataque de pânico, ajuda, muitas vezes, a diminuir o terror. A terapia de exposição continua até que a pessoa desenvolva um alto grau de comodidade perante a situação que provocava a ansiedade. Além disso, as pessoas que temem sofrer um desmaio durante um ataque de pânico podem praticar um exercício que consiste em rodar numa cadeira ou respirar rapidamente (hiperventilar) até que sintam que vão desmaiar. Este exercício demonstra-lhes que não vão desmaiar durante o ataque de pânico. Praticando devagar, as respirações profundas (controlo respiratório) ajudam muitas pessoas com tendência a hiperventilar.

A psicoterapia com o objectivo de conhecer e compreender melhor os conflitos psicológicos subjacentes pode também tornar-se útil. Um psiquiatra acompanha a pessoa para determinar se este tipo de tratamento é adequado. De forma menos intensa, a psicoterapia de apoio é sempre apropriada porque um terapeuta pode proporcionar informação geral acerca da perturbação, do seu tratamento e das esperanças reais de melhorar e pelo apoio que confere uma relação de confiança com o médico.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Perturbação mental
Sob a designação de ansiedade são integradas diversas perturbações, como a síndrome de ansiedade gen

A ansiedade generalizada é uma das perturbações mentais e comportamentais mais frequentes, afectando cerca de 1/4 dos doentes assistidos em ambulatório, e que origina elevados custos sanitários e sociais. Os sintomas predominantes são a expectativa apreensiva ou preocupação exagerada, inquietação, irritabilidade, insónia, astenia e dificuldade de concentração. O início é insidioso e evolui geralmente para a cronicidade.

Já a ansiedade social caracteriza-se pelos sintomas ansiosos ocorrerem em situações nas quais a pessoa é observada pelos outros, como por exemplo representar, ou mesmo comer ou falar. Os sintomas surgem durante ocorrências sociais e cessam quando o indivíduo deixa de estar exposto.

A terapêutica para estas perturbações de ansiedade associa geralmente a psicoterapia cognitivo-comportamental ao tratamento farmacológico através de um conjunto de fármacos, designados por ansiolíticos, mas também a alguns antidepressores, nomeadamente antidepressivos tricíclicos (ADTs), inibidores selectivos da recaptação da serotonina (ISRSs), e inibidores selectivos da recaptação da serotonina (ISRSNAs).

A utilização isolada ou conjunta com ansiolíticos dos medicamentos antidepressores resulta não só de alguns destes terem marcada actividade ansiolítica, mas também do facto das duas perturbações mentais ou comportamentais serem frequentemente co-existentes. Uma recente revisão sistemática revelou que 30 a 60 por cento dos doentes com perturbações mentais ou comportamentais é tratada simultaneamente com ansiolíticos e antidepressores.

Dos ansiolíticos as benzodiazepinas são o subgrupo terapêutico mais utilizado no tratamento da ansiedade generalizada devido à sua boa tolerabilidade, rápido início de acção e boa aceitação por prescritores e utilizadores. Diversos estudos têm demonstrado a eficácia das benzodiazepinas no tratamento da ansiedade generalizada obtendo resposta clínica satisfatória em cerca de 40 por cento dos doentes, após 6 semanas de tratamento. No entanto uma proporção significativa de doentes sofre recaídas após suspensão do tratamento, requerendo terapêutica mais prolongada.

As reacções adversas mais frequentemente associados ao uso destes medicamentos são sonolência, descoordenação motora, alteração da memória, confusão, depressão, vertigem, perturbações gastrointestinais (obstipação, diarreia, vómitos e alterações do apetite) e perturbações cardiovasculares.

As benzodiazepinas, particularmente as de curta duração, podem induzir dependência física e psíquica e estão contra-indicadas ou devem ser usadas com precaução nos idosos e em crianças por poderem desencadear reacções parodoxais. A suspensão abrupta do tratamento pode originar síndrome de privação, principalmente com as benzodiazepinas de acção curta e alta potência.

Por outro lado, a doença do pânico consiste num conjunto de manifestações somáticas de ansiedade com início súbito e de curta duração podendo evoluir para quadros de agorafobia. Um ataque de pânico aumenta rapidamente de intensidade e a pessoa sente-se em perigo ou medo intenso de que alguma coisa grave vai suceder. Frequentemente a pessoa é acometida de ataque de pânico sem nenhum motivo aparente. Os sintomas típicos são a sensação de asfixia, medo, taquicardia, tremores, vertigens e perda de controlo. Em geral, a avaliação clínica não revela qualquer doença física e é explicado ao doente que não tem nada, que se trata de ansiedade.

O tratamento da doença do pânico deve ser sempre instituído o mais cedo possível e a orientação a seguir deve resultar da avaliação do caso e discutida com o doente. Em geral, há a necessidade de recorrer a medicação para interrupção do condicionamento dos sintomas, embora tenha que ser complementada com intervenção psicoterapêutica, que poderá ser cognitivo-comportamental, ensino de técnicas de relaxamento, com o objectivo de o doente alcançar o auto-controlo da situação. A maioria dos casos evolui para a remissão, no entanto, noutros casos, existe a persistência de sintomas residuais e a necessidade de manter tratamento.

Por fim, o stress pós-traumático é uma perturbação por ansiedade causada pela exposição a uma situação traumática muito incómoda, na qual a pessoa experimenta mais tarde repetidamente a situação traumática.

As situações que são uma ameaça para a vida ou que podem causar lesões graves podem afectar as pessoas muito depois de terem ocorrido. O medo intenso, o abandono ou o terror podem obcecar uma pessoa. A situação traumática volta a ser experimentada em repetidas ocasiões, geralmente como pesadelos ou imagens que vêm à memória. A pessoa evita persistentemente coisas que lhe recordem o trauma. Às vezes os sintomas só começam muitos meses e inclusive anos depois do acontecimento traumático. A pessoa experimenta uma diminuição da sua capacidade geral de reacção e sintomas de hiperactividade (como a dificuldade para conciliar o sono ou assustar-se com facilidade). Os sintomas depressivos são frequentes.

Este problema afecta pelo menos 1 por cento da população uma vez na vida, contudo os veteranos da guerra e as vítimas de violações ou de outros actos violentos, tenham maior risco de sofrer desta situação, havendo por isso entre esta população uma maior incidência. O stress pós-traumático crónico não desaparece, mas muitas vezes torna-se menos intenso com o tempo, inclusive sem tratamento, embora algumas pessoas fiquem indefinidamente marcadas por esta perturbação.

O tratamento do stress pós-traumático inclui terapia do comportamento, fármacos (antidepressivos e/ou ansiolíticos) e psicoterapia. Na terapia do comportamento, expõe-se a pessoa a situações que podem desencadear recordações da experiência dolorosa. Depois de um aumento inicial do mal-estar, geralmente a terapia comportamental diminui o sofrimento da pessoa.

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Não se deixe afectar
A depressão constitui um importante problema de saúde pública devido à sua elevada prevalência - 5-1

A depressão pode afectar pessoas em qualquer fase da vida, embora a incidência seja mais elevada nos adolescentes e adultos jovens, principalmente entre os 24 e os 35 anos. Os dados epidemiológicos sugerem que a idade de início está a diminuir e que a prevalência da depressão tem aumentado entre as gerações mais jovens.

As mulheres têm um risco significativamente mais elevado, cerca de 3 vezes superior aos homens, de apresentar perturbações depressivas. Também a existência de história pessoal ou familiar de depressão origina um risco duas a três vezes maior de desenvolver episódios depressivos. O isolamento constitui também um factor de risco para a depressão, o que poderá explicar a sua maior prevalência entre os divorciados, separados ou viúvos, particularmente no sexo masculino.

A ocorrência de acontecimentos adversos como a perda de familiares, separação conjugal ou desemprego está também associada à existência de episódios depressivos. Entre as gestantes o parto pode precipitar episódios depressivos, principalmente durante o primeiro ano pós-parto.

Perturbações depressivas

Entre as perturbações depressivas destacam-se a perturbação depressiva major, a perturbação distímica e a perturbação bipolar que se diferencia das anteriores pela existência de episódios maníacos.

A perturbação depressiva major é caracterizada por um ou mais episódios depressivos major (EDM), ou seja, pelo menos duas semanas de humor depressivo ou perda de interesse, acompanhado pelo menos por quatro sintomas adicionais de depressão. Os principais sintomas que caracterizam um EDM são: humor deprimido, alterações significativas dos padrões do sono e do apetite, agitação ou lentidão psicomotora, perda de energia, falta de interesse por actividades agradáveis, sentimentos de culpa ou de desvalorização, perturbações da memória, da atenção ou da concentração e ideação suicida.

A história natural da depressão apresenta geralmente uma fase prodrómica, com sintomas não correspondentes aos critérios de diagnóstico, que pode durar semanas ou meses antes do início de um EDM completo. A duração do EDM é muito variável, podendo ultrapassar os quatro meses. Na maioria dos casos há remissão completa dos sintomas, no entanto em cerca de 50 por cento dos casos ocorrerá um novo episódio, o que conduz ao diagnóstico de depressão recorrente e, em cerca 20 por cento dos casos a depressão segue um curso crónico sem remissão, principalmente na ausência de terapêutica adequada. Alguns doentes podem estar vários anos sem episódios, enquanto noutros a recorrência é frequente e aumenta com a idade, mas o número de episódios anteriores permite prever a probabilidade de ocorrência de novos EDMs.

O diagnóstico da depressão é fundamentalmente clínico, uma vez que não existem marcadores biológicos para esta patologia nem meios auxiliares e complementares de diagnóstico.

Tratamento

A terapêutica antidepressiva recorre à psicoterapia e ao uso de psicofármacos, de forma isolada ou combinada para obter uma resposta clínica que conduza à melhoria da qualidade de vida, da funcionalidade individual, do desempenho laboral e da integração social.

A terapêutica farmacológica e as estratégias de tratamento evoluíram significativamente nas últimas décadas. Na actualidade o especialista dispõe de um arsenal terapêutico mais diversificado, efectivo e seguro que lhe permite uma optimização dos recursos, tendo em conta as características do doente, a severidade e a fase de evolutiva da doença.

São consideradas três fases distintas na evolução da doença, cada uma delas com objectivos terapêuticos distintos: a fase aguda, a fase de continuação ou estabilização e a fase de manutenção.

Fase Aguda

Esta fase corresponde ao período desde o diagnóstico até à remissão dos sintomas, geralmente de 8 a 12 semanas. O objectivo terapêutico consiste na remissão dos sintomas e considera-se que esta ocorre quando estão presentes duas condições: o doente está assintomático e recuperou o funcionamento psicossocial. Habitualmente, o início do tratamento é feito com a menor dose que assegure alguma efectividade terapêutica, para minimizar os efeitos adversos, ajustando gradualmente a dose até atingir uma resposta adequada. Durante as primeiras semanas, é essencial o especialista assegurar a monitorização clínica e reavaliar as condições psiquiátricas, nomeadamente o risco de suicídio.

Fase de continuação ou estabilização

Esta fase tem uma duração média de 6 meses e o seu objectivo é a prevenção de recidivas e a eliminação de sintomas residuais. Quando o doente estiver assintomático após 6 meses de terapêutica considera-se que ocorreu a recuperação do episódio, a qual será confirmada pela ausência contínua de sintomas depressivos após a suspensão da medicação. No entanto, mais de 1/3 dos doentes com depressão major recidivam no primeiro ano após a remissão inicial, a maioria deles nos primeiros quatro meses.

Fase de manutenção

Tem como principal objectivo a prevenção de novos episódios (recorrências). Os doentes que apresentem três ou mais episódios de depressão major nos últimos cinco anos devem prolongar a terapêutica. A duração óptima desta fase é variável, podendo ser de seis meses a cinco anos, embora alguns doentes possam necessitar de tratamento indefinidamente.

Os primeiros medicamentos antidepressores que foram produzidos - os antidepressivos tricíclicos (ADT) - inibem de forma não selectiva a recaptação da serotonina e a noradrenalina e interferem com receptores para outros neurotransmissores pelo que originam frequentemente diversos efeitos adversos, alguns deles graves. Por essa razão, foram desenvolvidas posteriormente outros fármacos visando aumentar a segurança e efectividade terapêutica.

Assim, aos antidepressores tricíclicos e aos inibidores da monoaminoxidase (IMAOs), juntaram-se os inibidores selectivos da recaptação da serotonina (ISRSs), os inibidores reversíveis da monoaminoxidase tipo A (RIMAs), e mais recentemente, os inibidores selectivos da recaptação da serotonina e da noradrenalina (ISRSNs).

O perfil de efeitos secundários de um medicamento é um factor importante na selecção da terapêutica, especialmente em doentes idosos e/ou com outras doenças concomitantes. Por isso, importa considerar que no início do tratamento quase todos os ISRSs podem provocar alguma agitação e que este efeito secundário em geral desaparece por si próprio.

Assim, a escolha da terapêutica para a depressão vai depender de múltiplos factores, nomeadamente do subtipo da depressão, das doenças e terapêuticas concomitantes que possam originar interacções medicamentosas, da experiência anterior com a medicação anti-depressiva, nomeadamente a resposta obtida na remissão de sintomas, a tolerabilidade, bem como os efeitos adversos ocorridos e o significado a eles atribuído pelo doente.

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Segundo os especialistas 11% da população tem pelo menos um problema de saúde mental ao longo da vida, sendo a depressão uma das mais frequentes. Devido à sua elevada prevalência a depressão tem sido uma das perturbações psicológicas mais discutida e avaliada, até porque o impacto socioeconómico é muito elevado.

O relatório da Organização Mundial de Saúde – Global Burden of Diseases – de 2004 revela que a depressão é o problema de saúde mental mais predominante na idade activa, com forte impacto no local de trabalho.

É importante, em termos de idade activa laboral, lembrar que a perturbação depressiva major tem uma idade média de aparecimento aos 40 anos, com 50% dos doentes, surgindo a perturbação entre os 20 e os 50 anos.

Actualmente, segundo a mesma organização, a depressão afecta 121 milhões de pessoas e, segundo estudos realizados na União Europeia, prevê-se que em 2030 a depressão seja a maior causa de incapacidade em todo o mundo. Isto provoca um aumento significativo dos custos indirectos  devido a baixas médicas e pedidos de reformas antecipadas.

Actualmente a perda de produtividade devido ao absentismo e ao presentismo laboral (presença no trabalho mas com baixa de produtividade devido aos sintomas da doença) representa mais de 50% dos custos relacionados com a depressão. Ou seja, custa perto de 33 milhões de euros, por ano, aos empregadores por perda de tempo produtivo.

Tendo em conta os dados da OCDE de 2011, o custo da doença mental corresponde a 2/3% do PIB da União Europeia, sendo que a maior parte destes custos são indirectos e decorrem da doença na actividade económica. Isto é, os custos da depressão na União Europeia em 2010 foram estimados em 92 biliões de euros. Mais grave ainda é que 54 biliões de euros correspondam a custos de não produtividade, que corresponde, em média, a 6 horas por semana.

O Consenso Nacional das Perturbações do Humor – Depressão, elaborado por várias entidades e especialistas da área refere que a doença produz mais incapacidade no funcionamento físico, psicológico, social e de percepção de saúde, para além de estar associada a maior dor corporal (leva os doentes a estarem mais tempo acamados por empobrecimento da saúde), quando comparados com os doentes com hipertensão arterial, diabetes, artrite ou doença pulmonar. Ou seja, a doença depressiva é a segunda doença mais incapacitante após a osteoarticular, antecedendo a cardiovascular e a oncológica.

Ao nível dos países industrializados do mundo, a incidência de depressão, mania, suicídio e perturbações psicóticas do humor tem vindo a aumentar em cada geração desde 1910. O risco de depressão severa e moderada aumentou 10 vezes de 1947-1957 a 1957-1972, estando a doença a surgir em idades cada vez mais precoces. A depressão surge ao nível mundial como a quarta causa de incapacidade permanente e a quarta doença médica mais dispendiosa. Por outro lado, o risco de suicídio ao longo da vida das perturbações de humor é de 10 a 15% e o risco de tentativas de suicídio está a aumentar 41 vezes nos doentes deprimidos.

Sintomas frequentes

  • Humor depressivo durante a maior parte do dia ou quase todos os dias
  • Diminuição de interesse ou prazer nas actividades diárias
  • Perda de peso (sem dieta) ou aumento de peso significativo
  • Diminuição ou aumento do apetite
  • Insónia ou hipersónia (necessidade de dormir muito)
  • Movimentos lentos
  • Agitação
  • Náuseas, alterações gastrointestinais
  • Fadiga ou perda de energia
  • Sentimentos de desvalorização ou culpa excessiva
  • Pensamentos recorrentes acerca da morte, ideias de suicídio ou tentativas de suicídio

Consequências

  • Absentismo laboral
  • “Presentismo” – o doente vai trabalhar mas com diminuição da produtividade
  • Aumento de erros e acidentes de trabalho
  • Perda de motivação
  • Dificuldades relacionais, tensões, conflitos
  • Problemas disciplinares
  • Incapacidade prolongada e reformas antecipadas
  • Rotatividade da força de trabalho

Com o tratamento adequado, a taxa de remissão é de 76% e o regresso ao trabalho prevê-se em média ao fim de 70 dias. Por isso, quanto mais precoce for o inicio do tratamento, maior é a probabilidade de resposta e mais limitadas são as consequências para o trabalhador e para a organização laboral.

É importante que na presença de sintomas relacionados com a doença procure o seu médico de família que o encaminhará para um especialista, para lhe administrar o tratamento mais apropriado ao seu caso.

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Saiba mais
As mulheres são mais propensas a desenvolver ansiedade e transtornos de humor como depressão, princi
Mulher de olhos fechados com as mãos na testa

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2003), e relativa à população idosa (com mais de 65 anos), os problemas de saúde mental existem em maior número no sexo feminino. À medida que envelhecem, as mulheres atravessam mudanças na sua vida que podem afectar a sua saúde mental e algumas dessas mudanças de vida podem conduzir a depressões.

A depressão é uma doença mental que se caracteriza por tristeza mais marcada ou prolongada, perda de interesse por actividades habitualmente sentidas como agradáveis e perda de energia ou cansaço fácil. Quando estes sintomas se agravam ou perduram por mais de duas semanas consecutivas, convém começar a pensar em procurar ajuda. Até porque existem sintomas que podem, por vezes, confundir-se com a demência (OMS, 1995), como a falta de apetite, recusa em tomar a medicação ou queixas de vários problemas de saúde.

De entre os problemas mais comuns na população idosa feminina que originam alterações na saúde mental, encontram-se: a viuvez e a morte de familiares próximos; o stress pelo facto da pessoa idosa ter de assumir o papel de cuidador perante um familiar doente; os medos (da morte, de dificuldades financeiras devido às baixas reformas, ou medo da perda de independência); a mudança de papel dentro da família; o isolamento social. Desta forma, a resposta emocional a estes problemas pode incluir a culpabilização, a solidão, a falta de motivação e a perda do sentido da vida, sentimentos de revolta e de impotência que conduzem à depressão.

É preciso, portanto, estar atento a sintomas que as mulheres que têm depressão grave podem apresentar. Tais como, parecerem cansadas, tristes ou desinteressadas da vida. Muitas vezes falam lentamente e não se conseguem concentrar.

Por vezes os sentimentos de depressão não duram muito tempo e não requerem tratamento. Outras vezes, uma dose de medicação durante um determinado período pode ser a melhor opção. Em alguns casos, o tratamento pode passar por medicação ou aconselhamento ou ambos.

Por outro lado, uma rede de amigos, família e a prática de várias actividades é bom para o seu bem-estar mental. As actividades como a consulta de um grupo de apoio ao doente, fazer exercício regularmente e alimentar-se com refeições equilibradas também podem ajudar no seu humor. Deixe que a sua família e amigos tenham conhecimento do que está a acontecer e do que está a fazer para resolver esses problemas. Eles poderão apoiá-la. Escrever os seus pensamentos e sentimentos diariamente (fazendo um diário) pode ser útil se não confidencia com amigos ou família.

E porque é mais difícil lidar com a tristeza quando existem outros problemas de saúde associados, deve consultar o seu médico para um exame físico completo para procurar se existe alguma razão física para a sua depressão.

Terapêutica hormonal

Antes e durante a menopausa o corpo produz menos hormonas femininas, estrogénio e progesterona. Esta diminuição dos níveis hormonais pode causar sintomas, como mudanças de humor, fadiga ou afrontamentos, preocupantes e perturbantes para algumas mulheres.

Indicada para aliviar os sintomas da menopausa, a terapêutica hormonal de substituição actua sobre esses sintomas, quase de forma imediata, ajudando a manter a manter a concentração, decrescer a fadiga e a falta de energia e equilibrando as mudanças de humor.

A comunidade científica não está de acordo quanto aos benefícios e malefícios da terapêutica hormonal de substituição. Há estudos que revelam um ligeiro aumento da incidência do cancro da mama, após mais de cinco anos de terapêutica, e outros que mostram uma ligeira diminuição dessa mesma incidência.

Apesar dos riscos, a terapêutica hormonal de substituição ainda tem um papel importante no tratamento destes sintomas em muitas mulheres. Reveja os seus sintomas com o seu médico. Verifique que tipo de terapia é a indicada para si.

Faça o teste, veja se tem sintomas de depressão

As pessoas que estão deprimidas revelam diversos sintomas da doença quase todos os dias, durante todo o dia, durante pelo menos 2 semanas. Coloque um visto à frente das alíneas às quais responde “sim”:

  • Falta de interesse em coisas que gostava de fazer;
  • Sentir-se triste, em baixo ou chorar com frequência;
  • Mover-se lentamente ou agir impacientemente ou não parar quieta;
  • Sentir-se sem valor ou muito culpada no dia-a-dia;
  • Ter uma mudança no apetite ou perda ou ganho de peso sem fazer dieta;
  • Ter pensamentos de morte ou suicídio ou tentar o suicídio;
  • Ter problemas em concentrar-se, pensar, lembrar-se ou tomar decisões;
  • Dormir demasiado ou não conseguir adormecer ou dormir tempo suficiente;
  • Falta de energia e sentimento de cansaço todo o tempo.

Se estiver a ter, pelo menos, cinco destes sintomas (incluindo, pelo menos, um dos dois primeiros), pode estar deprimida. Se sente problemas com qualquer um destes sintomas, fale com o seu médico.

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Em Coimbra
Coimbra recebe espectáculos de teatro e dança protagonizados por pessoas com doença mental, mostrando a arte como forma de...

O evento, inserido no projecto Saúde Mental e Arte do Programa Nacional para a Saúde Mental, envolve mais de 400 doentes e 29 instituições e quer combater "o estigma", estando a arte ao serviço da reabilitação social dos indivíduos, sublinhou Álvaro Carvalho, director do programa nacional, durante a apresentação da programação de arte e dança das comemorações do Dia Mundial da Saúde Mental (10 de Outubro).

Nesse sentido, as criações que serão apresentadas têm de ser consideradas "como obras feitas por um cidadão", frisou, rejeitando uma diferenciação entre obras criadas por uma pessoa com doença mental ou sem doença mental.

Maria José Santos, de 52 anos, participa no grupo de teatro do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa há nove anos, tendo sido diagnosticada com a doença bipolar aos 30 anos.

“Tive muitas perdas. A sociedade também não se compadecia com as fragilidades próprias da doença e pode até ser cruel com as suas regras”, contou, durante a apresentação do programa, salientando que mesmo com medicação sentia-se “estranha entre estranhos”.

Na iniciativa do centro hospitalar encontrou um grupo de teatro “coeso, especial, cheio de cumplicidades”, em que “espíritos inquietos” se entregam “por completo” ao teatro.

Lá dentro, “o encenador é um feiticeiro das palavras”, referiu, salientando que acabam “por se encontrar” e construir “uma identidade própria” através da arte.

João Maria André, comissário responsável pelas artes cénicas deste projecto, afirmou, durante a apresentação da programação, que “todos os cidadãos têm capacidade para exprimir a sua relação com o mundo e com os outros”, realçando que a arte tem a possibilidade de mobilizar quatro dispositivos: “o corpo, a consciência a memória e a imaginação”.

“Na doença mental, há problemas com estes quatro processos” tendo a arte uma “dimensão terapêutica incontornável”, explanou. Segundo João Maria André, esta iniciativa também é uma forma de mostrar “ao poder político que vale a pena investir nestes processos”. Leonor Barata, responsável pela componente da dança, notou que pessoas com doença mental estão, muitas vezes, “condenadas ao silêncio e a uma expressividade funcional”, podendo a dança, e a arte no geral, “penetrar neste contexto” e contribuir para “uma sociedade mais feliz”.

Os espectáculos serão exibidos no Teatro Académico Gil Vicente, no Teatro da Cerca de São Bernardo, no Instituto Português da Juventude e no Teatro Loucomotiva.

Para além da dança e do teatro, o projecto engloba ainda a exposição de obras de pintura e escultura de mais de 100 artistas com doença mental, que estarão em cinco espaços de Coimbra.

A iniciativa terá expostas as obras no átrio do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (12 de Setembro a 10 de Outubro), no Museu Nacional Machado de Castro (03 de Outubro a 12 de Outubro), na Casa Museu Bissaya Barreto (08 de Outubro a 24 de Outubro), no Museu da Ciência (10 de Outubro a 05 de Janeiro) e na Casa da Escrita (03 de Novembro a 30 de Novembro).

 

Especialista alerta:
A fertilidade da mulher fica comprometida após o tratamento do cancro da mama, segundo os especialistas, com a taxa de gravidez...

A fertilidade após o cancro da mama foi um dos temas abordados durante o 20º Congresso de Obstetrícia e Ginecologia, que terminou este fim-de-semana e reuniu centenas de especialistas em Lisboa.

Segundo a ginecologista Cristina Frutuoso, “a taxa de gravidez na mulher depois de cancro da mama, feito o ajuste para a idade e nível cultural, corresponde a apenas 30% da população geral”. Os peritos não têm dúvidas em afirmar que “a fertilidade fica comprometida após o tratamento do cancro da mama”.

A ginecologista obstetra Cristina Frutuoso explicou que, na mulher em idade fértil, os tumores têm geralmente características biológicas que obrigam à realização de tratamento com citostáticos.

O efeito destes citostáticos sobre a fertilidade vai-se agravando com a idade, juntando-se ao facto de “a reserva ovárica” também entrar em declínio depois dos 35 anos.

Além disso, se o tumor for “hormono-dependente”, o tratamento com antiestrogenos vai fazer adiar a possibilidade de uma gravidez durante cerca de cinco anos.

Segundo Cristina Frutuoso, são sobretudo as mulheres ainda sem filhos à data do diagnóstico e antes dos 35 anos quem faz perguntas sobre fertilidade perante um cenário de cancro de mama.

Em Portugal há no serviço público consultas de oncofertilidade onde as mulheres com diagnóstico de cancro podem ser aconselhadas, nomeadamente com propostas sobre formas de preservação da fertilidade.

Sobre a segurança da gravidez após o cancro da mama, Cristina Frutuoso defende que cabe ao oncologista que segue a mulher dar toda a informação necessária.

No dia 30 deste mês comemora-se em Portugal o Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama, com a Liga Portuguesa Contra o Cancro a promover um conjunto de iniciativas que “pretendem sensibilizar as comunidades locais para a importância da prevenção e detecção precoce do cancro da mama”.

O cancro da mama é o tipo de cancro mais comum entre as mulheres (não considerando o cancro da pele) e corresponde à segunda causa de morte por cancro, na mulher. Em Portugal, anualmente, são detectados cerca de 4500 novos casos de cancro da mama e 1500 mulheres morrem com esta doença.

 

Comité anunciou
O norte-americano John O’Keefe e um casal de noruegueses, May-Britt e Edvard Mosel, foram hoje galardoados com o prémio Nobel...

Os premiados foram recompensados pelas suas descobertas sobre as “células que constituem um sistema no cérebro de determinação da posição”, uma espécie de GPS interno, segundo o júri.

Este ‘GPS’ (sistema de posicionamento global) no cérebro permite que nos orientemos num determinado espaço, mostrando a base celular de uma função cognitiva superior, adianta o júri do Nobel num comunicado.

O sistema permite responder a questões simples, tais como: “Como sabemos onde estamos? Como conseguimos encontrar o caminho entre um local e outro? Como guardamos esta informação de modo a pudermos encontrar rapidamente o caminho uma outra vez?”.

O norte-americano-britânico John O’Keefe descobriu em 1971 o primeiro componente deste ‘GPS’. Foi preciso esperar até 2005 para que May-Britt e Edvard Mosen identificassem um outro componente-chave do sistema, células nervosas que criam um sistema de coordenadas para determinar as posições.

A recompensa de 8 milhões de coroas suecas (cerca de 881 mil euros) será entregue em duas partes, metade para O’Keefe e metade para o casal Moser.

 

Essencial no tratamento da diabetes
Cientistas do Massachusetts Institute of Technology criaram uma cápsula revestida com micro-agulhas de administração oral que...

“Esta pode ser uma forma de contornar a necessidade de administração subcutânea de um medicamento”, afirmou Giovanni Traverso, do Koch Institute for Integrative Cancer Research do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e líder da investigação.

A cápsula (com dois centímetros de comprimento e um de diâmetro) foi testada com insulina, substância essencial no tratamento da diabetes, mas o grupo de investigadores não exclui a possibilidade de administração de outros fármacos, como anticorpos, em doenças como o cancro e auto-imunes, entre as quais a artrite e a doença de Chron.

O estudo feito em animais verificou que, por exemplo, uma cápsula de insulina é mais eficiente que uma injecção subcutânea. Os testes de injecção de insulina através da cápsula concluíram que a redução de glucose no sangue foi mais rápida e maior que a queda observada quando a mesma quantidade de insulina foi administrada por injecção subcutânea.

Investigações anteriores revelaram que a ingestão acidental de objectos afiados em humanos sugeriu que poderia ser segura a ingestão de uma cápsula revestida com micro-agulhas, justificado pelo facto de não existirem receptores de dor no trato gastrointestinal.

“A administração oral de fármacos é um grande desafio, especialmente para substâncias de proteína. Existe uma enorme motivação em várias frentes para encontrar outras maneiras de administrar os fármacos sem o uso da agulha padrão e seringa”, explicou Samir Mitragotri, professor de engenharia química na Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara.

A equipa de investigadores planeia modificar a cápsula para que as contracções do trato digestivo consigam absorver lentamente o fármaco administrado à medida que o vai percorrendo.

 

Instituto Politécnico de Leiria
Investigadores do Instituto Politécnico de Leiria desenvolveram um pão de algas substitutas do sal, produto que em 2015 deverá...

Na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche, o projecto arrancou há pouco tempo, mas os investigadores já confirmaram que é possível substituir algas marinhas por sal, sem se obter um pão insonso. “Uma das principais características que este produto poderá ter como mais-valia é a não adição de sal. Como as algas são algas marinhas, já têm um teor de sal associado que permite que o pão não tenha uma característica insonsa e tenha sabor, mas sem adicionarmos sal”, explicou a coordenadora do projecto, Susana Mendes, alertando para os benefícios deste pão para pessoas intolerantes ao sal ou que tenham de restringir o sal da sua alimentação.

Os compostos extraídos de diferentes macro algas e respectivas bactérias aí alojadas permitem aos investigadores começar a apontar diferentes usos, numa lógica de sustentabilidade dos recursos marinhos, muitos dos quais não tinham qualquer aproveitamento até agora.

“Queremos potenciar a capacidade que as algas têm na área alimentar. Temos este projecto do pão de algas, mas existem mais projectos, como por exemplo o bacalhau com algas, ou iogurte com algas ou até mesmo o chá de algas”, adiantou a docente.

O pão de algas e respectivas características nutricionais vão continuar em estudo até Março de 2015, devendo começar a ser comercializado no segundo semestre desse ano por uma panificadora com estabelecimentos comerciais abertos ao público em Caldas da Rainha e Peniche.

“Já produzimos pão sem sal, mas não tem nada a ver com este sabor. Este tem um sabor característico da alga. Dados os benefícios já conhecidos das algas, é capaz de ser um produto com um potencial muito grande, nomeadamente para as pessoas que se preocupam mais com a saúde”, afirmou Élia Calé, gerente da empresa de panificação.

Em 2013, os investigadores já tinham identificado compostos nas algas que as tornam úteis no fabrico de cremes de beleza e medicamentos, como antibióticos e antifúngicos, mas também fármacos usados no combate a doenças cancerígenas ou neurodegenerativas, graças às capacidades antibacteriana e antioxidante testadas

 

Prémio Nacional de Saúde 2014
O médico José da Cunha Vaz, investigador principal do estudo que levou à introdução do laser no tratamento das doenças da...

Em comunicado, a Direcção-Geral da Saúde explica que este prémio visa distinguir, anualmente, “uma personalidade que tenha contribuído, inequivocamente, para a obtenção de ganhos em saúde ou para o prestígio das organizações de saúde no âmbito do Serviço Nacional da Saúde”.

Este ano, o júri deliberou a atribuição do prémio a José Manuel Guilherme Fernandes da Cunha Vaz, “por se tratar de uma personalidade que, ao longo do seu contributo profissional no Serviço Nacional de Saúde, deu um notável contributo para o desenvolvimento da oftalmologia no país”, tendo conquistado "um lugar impar e elevado Portugal a referência internacional no domínio da investigação clínica" naquela área.

Licenciado em Medicina pela Universidade de Coimbra em 1963, José da Cunha Vaz obteve o doutoramento pela Universidade de Londres em 1965. “De regresso a Portugal, associou outros trabalhos de investigação entretanto realizados e apresentou uma nova dissertação de doutoramento à Universidade de Coimbra sob o título 'Alguns aspectos da fisiopatologia vascular da retina”, refere o comunicado, que adianta que, “no âmbito dos seus trabalhos de investigação, o laureado descreveu pela primeira vez a barreira hemato-retiniana, a qual veio a revelar-se fundamental na aplicação eficaz das actuais terapêuticas que permitem a recuperação da visão em doentes com complicações da retinopatia diabética”. Além disso, “foi investigador principal do estudo que levou à introdução do laser no tratamento das doenças da retina”. Dirigiu o serviço de oftalmologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra entre 1972 e 2008, interrompendo entre 1978-1981 e 1984-1986.

 

A nível mundial
Uma mulher, de nacionalidade sueca, de 36 anos, tornou-se na primeira em todo o mundo a dar à luz um bebé depois de ter...

O bebé, do sexo masculino, nasceu no mês passado, segundo a publicação médica britânica que descreve o feito como um grande avanço no âmbito da luta contra a infertilidade feminina.

O bebé, que pesa 1,7 quilos, nasceu ao fim de 31 semanas de gestação, de cesariana, depois de a mãe ter desenvolvido um estado de pré-eclampsia.

A mãe, cuja identidade não foi revelada, nasceu sem útero devido a um problema genético, mas os seus ovários estavam intactos. O útero foi doado por uma amiga da família, de 61 anos.

O transplante foi realizado no ano passado, indica a publicação britânica, explicando que a parturiente recebeu alta hospitalar três dias depois, enquanto o bebé deixou a unidade neonatal uma semana depois. Ambos encontram-se em boa condição de saúde.

Um ano após a operação, foi introduzido no útero transplantado um embrião, em fase inicial. Três semanas depois o teste de gravidez deu positivo.

“O nosso sucesso baseia-se nos mais de 10 anos de intensa pesquisa em animais e de prática cirúrgica da nossa equipa e abre a possibilidade de tratar muitas jovens que em todo mundo sofrem de infertilidade uterina”, refere a The Lancet, citando o professor Matts Braennstroem, da Universidade de Gotemburgo, que liderou a operação.

“Além disso, nós demonstramos a viabilidade do transplante de útero de dadores vivos mesmo em estado de pós-menopausa”, realçou.

 

Em Viseu
Mais de 300 trabalhos de investigação em diferentes áreas da saúde provenientes de duas dezenas de países vão ser apresentados,...

O segundo Congresso Mundial de Investigação em Saúde realiza-se na Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Viseu na terça e na quarta-feira e tem como objectivo dar uma “visão abrangente e integradora” dos mais recentes desenvolvimentos da investigação nesta área. O presidente da Escola Superior de Saúde de Viseu, Carlos Pereira, disse que são esperados perto de mil participantes no congresso.

“São pessoas da área da investigação em saúde, onde se incluem médicos, enfermeiros, assistentes sociais, fisioterapeutas, nutricionistas, investigadores e professores universitários”, afirmou o também presidente do congresso.

Entre os temas a abordar, Carlos Pereira destacou os cuidados paliativos, a obesidade infantil, a saúde mental, a qualidade de vida, a segurança do doente, a natalidade e as políticas de saúde, a insónia e os distúrbios do sono em adolescentes, e a violência no namoro. “Vêm investigadores um pouco de todo o mundo, embora a maior parte seja de Portugal”, frisou.

O presidente da comissão organizadora local, João Duarte, sublinhou “a oportunidade de partilha de experiências e resultados” que este congresso representa, que poderá ser “processada com a comunidade científica de vários países”, contribuindo “significativamente para a obtenção de melhores resultados em saúde”.

Na sua opinião, o conjunto de temáticas a abordar contempla uma abordagem multidisciplinar, onde a promoção da saúde física e mental, a educação para a saúde, a comunicação em saúde, as políticas de saúde e o cuidado curativo e paliativo podem ser debatidos” de forma a aumentar o conhecimento em saúde, “contando com um olhar de vários peritos internacionais”.

Segundo Carlos Pereira, todos os trabalhos apresentados no congresso serão publicados numa revista de saúde comunitária espanhola.

 

Objectivo é chegar às 35 mil
Cerca de 2 mil assinaturas foram já recolhidas no âmbito da promoção de uma iniciativa legislativa de cidadãos para reconhecer ...

A recolha de assinaturas teve início ao final da tarde de sábado, após terminar a “Caminhada pela Vida”, que decorreu em Lisboa com o objectivo de afirmar a importância do direito à vida, disse Filipe D’Avillez, da organização.

O objectivo é recolher 35 mil assinaturas para “obrigar o parlamento a apreciar e votar" a “lei de apoio à maternidade e paternidade – do direito a nascer”, que será apresentada através de uma iniciativa legislativa de cidadãos, promovida pela Plataforma pelo Direito a Viver.

Na proposta de lei, os promotores afirmam que “Portugal vive uma crise de natalidade grave e profunda”, considerando que a solução para o problema passa pelo “reconhecimento do direito à maternidade, à paternidade e do direito de nascer”.

“Pôr termo à actual equiparação entre interrupção voluntária de gravidez (IVG) e maternidade, para efeitos de prestações sociais, eliminando o seu carácter universal e atendendo a factores de saúde e de condição de recursos”, bem como promover o apoio à gravidez dado pelo outro progenitor ou por outro familiar que a grávida não afaste”, são outros pontos que defendem.

Um dos artigos propostos prevê a revogação de “todas as disposições legais que atribuam subsídios, licenças ou qualquer benefício por virtude da prática de IVG”.

Os promotores defendem também que as autarquias locais têm que promover programas, incentivos e práticas tendentes ao apoio às famílias, à maternidade e paternidade.

Para Filipe D’Avillez, não será difícil recolher as 35 mil assinaturas necessárias, uma vez que, aquando da campanha do referendo que legalizou a IVG até às dez semanas a pedido da mulher, “foram recolhidas mais de 100 mil assinaturas” por movimentos contra o aborto.

A par da recolha de assinaturas pelo país, a partir de segunda-feira estará disponível uma petição online para esta iniciativa legislativa de cidadãos em pelodireitoanascer.org.

 

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