Auditoria do Tribunal de Contas
Uma auditoria do Tribunal de Contas ao Hospital Amadora Sintra, hoje divulgada, revela que a maioria das consultas efectuadas...

O Tribunal de Contas analisou o desempenho do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca como entidade pública empresarial (EPE), entre 2009 e 2012, com o objectivo de “apreciar os resultados no que respeita a economia, eficiência e eficácia da gestão, abrangendo o cumprimento de critérios de equidade e qualidade”.

Comparando com outros hospitais do grupo de referência (EPE) - Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Centro Hospitalar de Vila Nova Gaia/Espinho, hospitais de Braga, Faro, Espírito Santo de Évora, Garcia Orta e Centro Hospitalar Tondela-Viseu -, o Tribunal de Contas (TdC) concluiu que “o desempenho do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca fica aquém nas dimensões do acesso e da qualidade”.

Segundo a auditoria, apenas 44,7% das consultas efectuadas, em 2012, foram realizadas em “tempo considerado adequado”, constituindo o segundo pior registo do grupo de oito hospitais, apenas superado pelo Hospital do Espírito Santo de Évora.

Estes números foram, entretanto, melhorados, tendo sido realizadas, em 2013, mais cerca de 18 mil consultas face a 2012.

O número de consultas realizadas em tempo adequado também aumentou, subindo de 44,7%, em 2012, para 57,5%, no ano seguinte, e para 63,6%, em 2014.

No entanto, o relatório observa que, em 2014, o Hospital Amadora-Sintra “ainda apresenta os resultados mais baixos dos hospitais do mesmo grupo”.

Comentando as conclusões da auditoria, o Conselho de Administração do Hospital Professor Doutor Fernando da Fonseca refere que a consulta externa foi identificada em 2011 como uma “actividade a melhorar” e definida em 2012 como “área prioritária de intervenção”, tendo sido definido um novo enquadramento orgânico.

“O crescimento contínuo da produção nesta linha de actividade é resultado das alterações” realizadas e ”demonstra uma inequívoca promoção da acessibilidade e encurtamento dos tempos de resposta”, refere o hospital nas alegações ao TdC publicadas no relatório.

Relativamente à actividade cirúrgica, o hospital apresentou “o pior resultado (51,4%)” do grupo de hospitais (cujo valor mais eficiente é de 83,16%) no que respeita à percentagem de cirurgias realizadas em ambulatório no total cirurgias deste género programadas. O peso da cirurgia de ambulatório no total da actividade cirúrgica, entre 2009 e 2012, aumentou em todas as especialidades cirúrgicas, destacando-se a especialidade de oftalmologia com crescimentos de 70% em 2009, 79% em 2010, 89% em 2011 e 91% em 2012.

Já o número de doentes em lista de inscritos para cirurgia registou um aumento de cerca de 24% (786 doentes) em 2012, face a 2011, sendo o maior acréscimo na especialidade de oftalmologia (118%). Em 2010, a mediana do tempo de espera em lista de inscritos para cirurgia de todas as especialidades foi de 91,3 dias, tendo diminuído progressivamente de 85,2 dias em 2011, para 79,1 dias em 2012.

O TdC recomenda ao ministro da Saúde que tome “iniciativas pertinentes” que asseguram “uma redução significativa dos tempos médios de acesso à prestação de cuidados de saúde dos utentes” e estipule “tempos máximos de resposta garantidos para a generalidade dos cuidados de saúde, definindo penalizações para os gestores que não assegurem o seu cumprimento”.

 

Espera para realizar exames duplicaram entre 2010 e 2012

O número de utentes em lista de espera para realização de exames no Hospital Amadora-Sintra duplicou entre 2010 e 2012, e 95% dos exames realizados externamente foram feitos por entidades privadas.

Em 2010 estavam 2.455 utentes em lista de espera para a realização de meios complementares de diagnóstico e terapêutica (MCDT), número que subiu para 4.940 em 2012, refere a auditoria, que analisa o desempenho do Hospital Fernando Fonseca (HFF) como entidade pública empresarial (EPE), entre 2009 e 2012.

Segundo o Tribunal de Contas, no período 2009-2012, 95% dos exames realizados externamente foram efectuados por entidades privadas, sendo que em 2012, dos 895 realizados externamente, 849 foram feitos no privado. O hospital justificou esta situação com “a maior competitividade dos preços praticados pelas entidades privadas face aos preços estabelecidos na tabela de preços do Serviço Nacional de Saúde”.

A auditoria sublinha que o hospital só remeteu as situações mais urgentes para os hospitais do SNS, ao contrário do que seria de esperar, “uma vez que as entidades privadas devem ser colocadas no plano da complementaridade”.

As alegações apresentadas pelo Ministério da Saúde lembram um despacho de Agosto de 2011 que “enuncia o princípio de utilização da capacidade instalada em cada unidade hospitalar e apenas e após esta estar esgotada poder recorrer à prestação por parte de terceiros”. “As disposições vigentes procuram alcançar o equilíbrio entre a utilização mais racional dos recursos e a garantia do acesso dos cidadãos, em qualidade e segurança e em tempo útil”, sustenta

“Contudo, dado o imperativo de salvaguarda do estado de saúde, nem sempre é viável recorrer a unidades do SNS para a realização de MCDT”, sublinha o ministério.

O ministério considera que a decisão do HFF “não se limitará ao preço ‘tout curt’ fixado na tabela mas terá, sempre subjacente (…) um critério de custo pela deslocação do utente e respectivo transporte, bem como a garantia de acesso efectivo do utente aos meios necessários”.

Apesar das alegações, o TdC afirma que “o hospital mantém a falta de percepção global sobre o que seria mais vantajoso para o SNS” e defende o “recurso prioritário” à utilização dos recursos existentes no sector público.

Havendo capacidade instalada disponível noutras entidades do sector público, os custos consolidados para o SNS são apenas os custos variáveis de produção, justifica.

Segundo a auditoria, a produção de MCDT realizada internamente, aumentou 31% (55.656) em 2012 face ao ano anterior.

Já os custos com a realização MCDT em entidades externas diminuíram de 1.826.837 euros em 2010, para 1.314.485 euros em 2011 e 1.164.619 euros em 2012, em resultado de uma renegociação dos preços praticados pelos privados.

Nesse período, o número exames realizados em entidades externas aumentou 19% (+148 exames), mas a lista de espera aumentou 66% (mais 1.968 utentes) devido a mais pedidos.

 

Oito meses é o tempo médio de espera para colonoscopia com anestesia

Os tempos médios de espera no Hospital Fernando Fonseca (HFF) para realização de colonoscopias em ambulatório eram, em Junho, de 151 dias sem anestesia e de 254 com anestesia, revela a auditoria. Estes tempos de espera ultrapassam o prazo máximo recomendado, numa norma da Direcção-Geral da Saúde (DGS), de oito semanas após a prescrição do exame.

Esta norma da DGS surgiu na sequência de um despacho do Governo que determina que todas as colonoscopias no Serviço Nacional de Saúde (SNS) sejam feitas com recurso a sedação, uma forma de reduzir o receio da realização deste exame.

A auditoria do Tribunal de Contas (TdC) refere que o hospital não recorreu, em 2013, a entidades externas para a realização destes exames, apesar da “diminuição acentuada” das colonoscopias realizadas nesse ano e do aumento do tempo médio de espera.

O Hospital Amadora-Sintra justificou esta situação com a ausência temporária de dois médicos da especialidade em 2013, ano em que foram realizados 1.638 exames, menos 373 do que em 2012.

Sobre os tempos de espera para a realização de colonoscopias sem anestesia, a auditoria refere que era de 134 dias em 2011 e de 148 dias no ano seguinte.

O Tribunal de Contas refere na auditoria que, na marcação destes exames, o HFF segue um sistema de triagem que categoriza a sua realização em períodos de um mês, três meses, seis meses e um ano, correspondentes à prioridade atribuída a cada caso clínico.

Contudo, no período 2009-2013, “não existia uma monitorização periódica da lista de espera dos exames de colonoscopia marcados para exames com prioridade urgente (um mês), o que no limite terá estado na origem de situações que foram objecto de inquérito interno”, ressalva a auditoria, que analisa o desempenho do hospital como entidade pública empresarial entre 2009 e 2012.

 

E promete consequências
Todas as reclamações dos utentes das instituições privadas, públicas e sociais passaram a ser tratadas pela Entidade Reguladora...

A concentração do tratamento das queixas dos utentes é uma das novidades das novas competências da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), que entraram em vigor a 01 de Setembro e que estão a ser divulgadas junto dos operadores de saúde, de norte a sul do país. Segundo Jorge Simões, presidente do organismo, até agora, as reclamações estavam distribuídas entre a ERS, que tratava as queixas realizadas nos privados, e a Direção Geral da Saúde (DGS), no sector público.

“As reclamações que apresentem nos privados, público e social serão tratados pela ERS e todas elas vão ter um tratamento próprio e uniforme. Não só acompanharemos as reclamações, como tiraremos daí as conclusões e consequências”, disse Jorge Simões.

Para o presidente da ERS, o acesso dos utentes aos cuidados de saúde públicos “em tempo oportuno”, o cumprimento das regras por parte dos estabelecimentos e o respeito pelos direitos dos cidadãos são as questões que mais preocupam o regulador.

Além destas, existe uma questão “transversal” a todos os serviços de saúde: “A qualidade dos cuidados prestados”.

Sobre as competências da Entidade, Jorge Simões considerou que existem confusões que não têm razão de ser, como a questão levantada pela Ordem dos Enfermeiros sobre a intervenção da ERS e do Infarmed.

Segundo esta Ordem, “a prestação de cuidados de saúde nas farmácias e para farmácias está a ser foco de desentendimentos entre o Infarmed, órgão regulador da actividade das farmácias, e a ERS, regulador dos estabelecimentos que podem prestar cuidados de saúde”.

“O Infarmed tem competência própria de intervenção nas farmácias na área do medicamento. A ERS só intervém nas farmácias quando estas disponibilizam serviços de saúde, que vão para além da dispensa de medicamentos”, esclareceu.

Jorge Simões sublinhou que, “tudo aquilo que são cuidados de saúde, além da dispensa de medicamentos, tem a ver com a intervenção da ERS”.

 

Cientistas descobrem como:
Um estudo liderado pela investigadora Sónia Melo, do Ipatimup, explica o mecanismo que pode levar as células cancerígenas a ...

O trabalho demonstra que as células tumorais têm a capacidade de transformar células normais através de exossomas (vesículas expelidas por células humanas, incluindo células tumorais). Os resultados deste estudo foram publicados no passado dia 23 na revista Cancer Cell e foram tema de editorial na Nature.

Em comunicado, o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Porto (Ipatimup) explica que todas as células humanas produzem nano-vesículas chamadas exossomas que contêm material característico de cada célula. Ao isolar os exossomas de sangue de doentes com cancro da mama, a equipa liderada pela investigadora Sónia Melo demonstrou que os exossomas são capazes de “infectar” as células vizinhas normais, tornando-as cancerosas.

Os investigadores consideram que “este trabalho vem revolucionar a forma como entendemos a progressão do cancro e abre possibilidades novas nas áreas de detecção, monitorização e tratamento desta doença”.

Do ponto de vista do diagnóstico, este método também é considerado “revolucionário” porque o material é isolado através de sangue, logo é um método não-invasivo.

Os cientistas não conseguiram desvendar até que distância estes exossomas podem atravessar o corpo humano, mas o estudo sugere que têm bastante mobilidade.

De acordo com a investigação, este mecanismo também pode tornar mais agressivas as células cancerígenas próximas.

O trabalho publicado foi desenvolvido pela investigadora durante o seu período de pós-doutoramento nos Estados Unidos, na Harvard Medical School, em Boston, e mais recentemente no MD Anderson Cancer Center, em Houston.

Sónia Melo iniciou o seu percurso de investigadora no Ipatimup, ao qual regressou este ano na qualidade de investigadora principal. Sónia Melo encontra-se neste momento a desenvolver o seu trabalho de investigação centrado na aplicação dos exossomas como uma forma de detectar e monitorizar o cancro.

 

Ébola:
Os médicos de saúde pública alertaram que a resposta de combate ao Ébola a nível local precisa de ser melhorada, com espaços de...

O alerta foi deixado pela Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública (ANMSP), numa conferência de imprensa que visou principalmente mostrar que uma situação epidemiológica é altamente improvável em Portugal e que a as condições de resposta à doença “a nível central estão reunidas”.

“Pode esperar-se a chegada de casos isolados, orientados para locais de referência com profissionais preparados, mas para passar daqui para a epidemia era preciso passar pela barreira de defesa que são as autoridades de saúde”, explicou Mário Durval, dirigente da ANMSP, considerando que este “importante” dispositivo está em montado e bem preparado.

No que respeita à resposta a nível local, na qual “os médicos de saúde pública têm um papel central”, está a ser “reforçada a preparação” de meios, de equipamentos e de profissionais. “Se houver uma situação epidemiológica é a nível local que se joga o combate. As condições a nível central estão reunidas, mas a nível local é preciso melhorar a rede, é uma das medidas que é necessário aprofundar e melhorar. Localmente, estamos a formar pessoal para criar planos de contingência locais”, acrescentou.

Fátima Dias, membro da direcção da ANMSP, lembrou que, apesar de estar previsto o encaminhamento de todos os casos suspeitos – têm que ter sintomas e ter estado num dos países de risco – para as unidades de referência, é preciso acautelar a eventualidade de alguém menos informado se dirigir a um centro de saúde.

Para tal, estas unidades de saúde terão afixado à entrada um cartaz (escrito em três línguas) alertando quem tenha estado num dos países afectados pela epidemia há menos de 21 dias e apresente sintomas para que se dirija a um espaço específico a indicar pela respectiva unidade de saúde.

Estes espaços ainda estão a ser preparados nos centros de saúde, tratando-se de uma qualquer divisão o mais próximo da entrada possível, facilmente lavável, com o mínimo de equipamento possível, onde o doente deve permanecer até à chegada do INEM, que o transportará para um dos centros de referência.

Quanto à formação, os profissionais já têm alguma formação, que foi obtida antes da gripe A. “Agora vamos proceder à formação em cascata. É formação, formação, treino, treino”, salientou.

No entanto, os médicos esclareceram que o contágio do Ébola não é fácil, só sendo transmissível através de contacto directo com fluidos, que não incluem o suor nem a saliva, e após o início dos “sintomas específicos”, tais como vómitos e diarreias.

Mário Durval sublinhou que todas as investigações indicam que o contágio não se efectua durante o período de incubação do vírus (ausência de sintomas), nem tão pouco durante a fase dos “sintomas gerais”, que são a febre e o mau estar.

Isto dá aos profissionais uma “grande margem de segurança”, no sentido de saberem que uma pessoa que apareça num serviço de saúde oriunda de um país de risco e já com febre alta ainda não está contagiosa.

Por este mesmo motivo, não está contemplada em Portugal quarentena para pessoas que tenham estado em contacto com um infectado, como aconteceu noutros países.

Os profissionais de saúde afirmam que não basta ter contactado com um infectado para colocar alguém em quarentena. Essa pessoa apenas será vigiada que se começar a revelar sinais de febre.

 

Investigadora da Universidade do Minho
Uma investigadora da Universidade do Minho está a trabalhar no aperfeiçoamento de uma nanopartícula capaz de controlar a...

Eugénia Nogueira, responsável pelo trabalho de investigação, explica que “a libertação direccionada e selectiva de substâncias terapêuticas para combater determinadas células é muito vantajosa, uma vez que exige menor dosagem do fármaco, não afecta as células saudáveis e reduz os efeitos secundários”.

A investigadora, doutoranda em Biologia Molecular e Ambiental, conseguiu caracterizar um método inovador que permite colocar ácido fólico à superfície de lipossomas - as nanopartículas em estudo. Este ácido, reconhecido pelo seu receptor, existe apenas à superfície das células do cancro e dos macrófagos activados (células que intervêm na defesa do organismo contra infecções).

“Sabendo que estas células do sistema imunológico são, por exemplo, as principais intervenientes na artrite reumatóide, foi possível delinear uma terapia direccionada e específica para actuar contra esta doença, que atinge 50 milhões de pessoas e é altamente incapacitante no seu estado avançado”, esclarece Eugénia Nogueira.

O trabalho da portuguesa insere-se no projecto europeu Nanofol, cujo objectivo é o desenvolvimento de métodos de diagnóstico e/ou terapêutica capazes de proporcionar tratamentos para as doenças inflamatórias crónicas mais eficazes do que os já existentes.

Eugénia Nogueira, de 29 anos, é natural de Barcelos e licenciada em Bioquímica pela Universidade do Porto (2007), onde efectuou posteriormente o mestrado. Frequenta, desde 2009, o doutoramento na Universidade do Minho, sob orientação dos professores Ana Preto (Departamento de Biologia) e Artur Cavaco-Paulo (Departamento de Engenharia Biológica).

Actualmente, a sua investigação está focada, na sua maioria, no desenvolvimento e optimização de lipossomas como sistemas direccionados para a libertação de agentes terapêuticos.

 

30 de Outubro - Dia Nacional da Prevenção
As estátuas do Cristo Rei e Marquês de Pombal vão iluminar-se de cor-de-rosa amanhã contra o cancro da mama, a partir das 19...

A Associação Ame e Viva a Vida (AAVV), no âmbito das comemorações do Dia Nacional da Prevenção do Cancro da Mama, realiza o evento “Monumentos Solidários”, ligando as duas margens do Tejo na luta contra este tipo de cancro.

O cancro da mama continua a ser a segunda maior causa de morte entre as mulheres em todo o mundo, pelo que a AAVV "acredita que é importante assinalar o Dia Nacional de Cancro da Mama com iniciativas que sensibilizem a população em geral para este problema de saúde", segundo comunicado enviado ao Boas Notícias.

Numa fase inicial, menos de 3% da mulheres acabam por morrer, pelo que, para a Associação, o acesso à informação pode fazer a diferença na vida das mulheres com cancro da mama, seja ele numa fase inicial ou avançada.

 

Informação organizada e simples
Os médicos de família vão passar a ter um “guia de bolso” para prescrever cuidados respiratórios domiciliários, terapêuticas...

Segundo o presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, Carlos Robalo Cordeiro, o objectivo deste guia é que os médicos de clínica geral e familiar tenham sempre disponível informação organizada e simples sobre os cuidados respiratórios no domicílio.

Os cuidados respiratórios domiciliários (como terapia com oxigénio e aerossóis) são inicialmente prescritos por um médico especialista, mas a continuidade destes cuidados é feita pelos médicos de família.

O guia, apresentado em conjunto com a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, vem definir de forma simples as boas práticas nos cuidados de saúde respiratórios feitos em casa e contém também uma parte específica destinada à idade pediátrica.

A Sociedade Portuguesa de Pneumologia lembra que a passagem destes tratamentos do meio hospitalar para o domicílio “promove melhor integração familiar e social dos doentes crónicos” e contribui ainda para uma redução de custos do Serviço Nacional de Saúde.

Perturbações respiratórias do sono, doença pulmonar obstrutiva crónica ou asma são algumas das doenças onde podem ser prescritos os cuidados respiratórios no domicílio.

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Pocket Guide sobre Cuidados Respiratórios Domiciliários

Financiado pela Progeria Research Foundation
Duas crianças portuguesas partem no sábado para o hospital infantil de Boston com o objectivo de participarem num novo ensaio...

A Progeria Research Foundation (PRF) financiou a participação no novo ensaio clínico a mais 40 crianças de todo o mundo, entre as quais a Cláudia, de Viseu, que tem 16 anos, e o João, de Portalegre, que tem 11 anos.

“Em comum, o facto de serem dois doentes portadores da progeria, uma doença rara que afecta 300 crianças em todo o mundo. Ambos vão participar em Novembro num ensaio clínico mundial com um novo tratamento que promete retardar o envelhecimento precoce”, avança a PRF.

Além de financiar o estudo com o novo “farnesyltransferase inhibitor lonafarnib”, a fundação dará apoio às famílias destas crianças durante a estadia em Boston.

Segundo a PRF, “todas as crianças com progeria morrem de doença cardíaca numa idade média de 14 anos”. Entre os sintomas da doença estão a falha de crescimento, a perda de gordura corporal e cabelo, a pele envelhecida, a rigidez das articulações e a luxação do quadril.

A fundação estima que “existam apenas cerca de 300 crianças com progeria em todo o mundo, tornando-a entre a mais rara das doenças muito raras”.

Além deste ensaio clínico, a PRF quer encontrar e ajudar as crianças com esta doença, tendo em curso a campanha “Find the other 150”.

Esta iniciativa mundial tem ajudado a fundação a identificar e a ter contacto com mais de 60 crianças com progeria desde o seu lançamento inicial, em 2009 (um aumento de 120%).

A PRF foi criada em 1999 com o intuito de encontrar a causa, tratamentos e cura para a progeria. Uma pesquisa realizada em parceria com a fundação identificou o gene que causa a doença, o tratamento e vários possíveis candidatos para cada ensaio clínico em progresso ou em planeamento.

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Apoio à investigação de doenças raras em simpósio nacional

 

 

Estudo
Um estudo realizado por cientistas suecos pretende provar que o leite pode não fazer tão bem quanto se julga aos ossos.

Durante toda a nossa vida ouvimos dizer que o leite faz bem aos ossos e previne fracturas. Um estudo realizado na Suécia veio deitar agora deitar a teoria por terra. E mais: o leite pode ainda fazer aumentar o risco de uma pessoa morrer por doença cardíaca.

Um estudo levado a cabo por um grupo de dietistas a mais de 100 mil pessoas, com base na comparação de inquéritos e consultas de nutrição com exames médicos, permitiu verificar que as pessoas que bebem mais leite não têm, afinal, ossos mais fortes. Nas mulheres verificou-se até que as que bebiam mais leite tinham mais probabilidades de sofrer uma fractura da anca.

A investigação mostrou ainda que os que bebem mais de três copos de leite por dia, perfazendo cerca de 680 ml, tinham mais probabilidades de morrer durante a execução do estudo, as mulheres num período de 20 anos e os homens de 11 anos.

Porém, investigadores de Nova Iorque não se mostram convencidos com a conclusão deste estudo e dizem que o mesmo não deve ser levado à letra até porque a metodologia utilizada não será a mais fidedigna.

Defendem que é importante ingerir um valor mínimo de cálcio todos os dias, que é conseguido com o consumo de leite, pelo que não deve eliminar este produto da sua dieta diária.

 

Enfermeiros
A Ordem dos Enfermeiros revelou em comunicado enviado às redacções que “a partir desta data” os técnicos “suspenderão” o...

Há meses que os enfermeiros e médicos do Hospital de Aveiro tinham de receber os cadáveres que precisavam de perícias e que de seguida tinham de ser inscritos nas urgências para depois terem alta para a morgue, conta o jornal iOnline.

Os cadáveres enviados para o gabinete do Instituto de Medicina Legal de Aveiro estão a ser enviados fora do horário de expediente deste serviço para as urgências do hospital com pulseira preta. Ou seja, uma tarefa que é exclusiva a funcionários judiciais passa agora pelos enfermeiros e médicos.

Neste momento, a Ordem enviou um comunicado às redacções onde informa que a admissão de cadáveres no Serviço de Urgência do Hospital de Aveiro está suspensa. “A participação em qualquer actividade ou intervenção relacionada com este procedimento, no estrito cumprimento e observância das regras de ética e deontologia profissional e do quadro legal vigente, sendo que deverão informar a Ordem dos Enfermeiros em caso de coação para a realização do mesmo”, lê-se no comunicado.

Além da triagem inédita com pulseiras pretas, os enfermeiros foram ainda encarregues de fazer o espólio de vítimas de homicídio. Ou seja, têm de listar os bens que as pessoas tinham consigo.

 

Enfermeiros apelam
A Ordem dos Enfermeiros alertou para a obrigatoriedade de as farmácias que prestam cuidados de saúde estarem devidamente...

Segundo o bastonário da Ordem dos Enfermeiros, está previsto que as farmácias possam ter “locais para prestar cuidados de saúde não complexos”.

“A Ordem concorda com as farmácias de proximidade, mas tem duas preocupações: quem são esses profissionais [não está especificado] e quais as condições para o exercício desses cuidados de saúde”, explicou Germano Couto.

Esta questão tem suscitado alguns desentendimentos entre o Infarmed (autoridade do medicamento) e a Entidade Reguladora da Saúde (ERS), com o primeiro a reclamar a regulação da totalidade do negócio da farmácia e o regulador a ter um entendimento diferente, uma vez que é a entidade que regula os estabelecimentos que podem prestar cuidados de saúde.

A recente alteração de estatutos da ERS vem esclarecer esta dúvida, definindo claramente que “todos os estabelecimentos que prestem cuidados de saúde estão sujeitos à obrigação de inscrição no Sistema de Registo de Estabelecimentos Regulados da própria ERS”.

“Neste momento é a ERS que regula estes espaços, e para o efeito todas as farmácias que queiram prestar esses cuidados têm que estar regulamentadas”, disse Germano Couto, acrescentando que a Ordem tem, a este respeito, a mesma posição da ERS.

Ou seja, todas as farmácias e parafarmácias devem estar inscritas no sistema de registo da ERS, para que os cuidados de saúde que prestam tenham garantia de qualidade.

Caso os estabelecimentos não tenham o devido licenciamento – que deve estar afixado em local visível – a ordem apela aos cidadãos para que denunciem a situação à ERS ou à própria Ordem, que tratará de encaminhar.

Segundo o bastonário, serão muitas centenas as farmácias que ainda precisam de licenciamento. “Muitas não terão condições estruturais para o fazer. Conheço algumas com apenas uma pequena sala onde prestam cuidados de enfermagem, de nutrição ou de podologia”, disse.

Quanto à questão dos profissionais que prestam os cuidados de saúde, o bastonário diz que a Ordem vai continuar a lutar pela definição de quem devem ter essa função.

“Os farmacêuticos não estão talhados para prestar cuidados de saúde. Apesar de terem feito formação para terem competências acrescidas, isso não lhes dá autoridade nem competência para tal. Continuaremos a lutar. Isto é uma desregulação do mercado. É o mesmo que um enfermeiro começar a vendar medicamentos”, disse.

 

Uma das regiões com maior incidência da doença
O distrito de Bragança, uma das regiões portuguesas com maior incidência de Acidentes Vasculares Cerebrais, registou na última...

Médicos e outros profissionais ligados à doença reuniram-se em Bragança numa sessão sob o mote “Parceria Anti AVC”, iniciativa da Sociedade Portuguesa de Acidente Vascular Cerebral, na véspera do dia mundial do Acidente Vascular Cerebral (AVC), que se assinala a 29 de Outubro.

O distrito de Bragança registou uma redução de cerca de 100 casos por ano, segundo dados revelados por Jorge Poço, responsável pela Unidade de AVC da Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste. De acordo com o responsável, ”há uma década eram registados 500 casos na região e agora são registados 410 a 420 por ano”.

“Parece que está a haver alguma redução em termos de taxa de incidência e de mortalidade no AVC”, observou.

O médico afirmou que ainda é ´”um pouco difícil” avaliar os factores que contribuem para este decréscimo, mas considerou que “pode ser motivado por uma atitude mais agressiva por parte dos cuidados de saúde primários em termos do controlo dos factores de risco e também a Unidade de AVC já ter vários anos de actividade, o que leva a que seja feito um maior controlo destes doentes.

A redução da população nesta região, que perdeu 12 mil habitantes numa década, é também um indicador considerado, porém Jorge Poço ressalva que “se calhar a população que diminui não é muito a idosa, será mais a jovem que emigrou” e a incidência da doença é maior com a idade.

A distância, sobretudo da população do sul do distrito, do principal hospital da região, o de Bragança, que fica a 100 quilómetros de alguns concelhos, continua a ser apontada entre as dificuldades no acesso à saúde em geral e particularmente no AVC, em que é o tempo é determinante.

A Via Verde do AVC e a fibrinólise, o medicamento que pode reverter os danos causados, só estão disponíveis no hospital de Bragança.

A região dispõe de uma Unidade de AVC em Macedo de Cavaleiros com nove camas por onde passam menos de metade dos doentes.

“O ideal seria que todos passassem pela unidade, mas nem cá, nem a nível internacional é fácil que isso aconteça”, afirmou o médico.

O presidente da Sociedade portuguesa de AVC, Castro Lopes, participou no encontro, em Bragança, onde confirmou a tendência regional e também nacional da redução da taxa de incidência do AVC.

Castro Lopes lembrou que, este ano, o Dia Mundial do AVC dá especial atenção à mulher, porque se trata de “uma doença ligada ao envelhecimento e ela vive mais tempo, e com mais mulheres idosas, o AVC tem tendência a ser mais frequente”.

A Sociedade Portuguesa de AVC lançou também um prémio de jornalismo sobre a doença para estimular a divulgação das medidas preventivas e de alerta para os sintomas: perda de força, problemas na fala e paralisia da face.

 

Google desenvolve
A Google anunciou que está a trabalhar no desenvolvimento de nanopartículas que possibilitem o diagnóstico precoce de cancro,...

A empresa, com sede em Mountain View (Califórnia), admitiu que as nanopartículas, a serem ingeridas através de uma cápsula, possam transmitir informação sobre células doentes para um computador equipado com sensores.

O gigante tecnológico recordou que as taxas de sobrevivência do cancro dependem em grande medida do diagnóstico precoce e lamentou que, em muitos casos, como nos tumores do pâncreas, esses diagnósticos avançados no estejam disponíveis.

A GoogleX, o departamento da Google que desenvolve automóveis auto dirigíveis, óculos inteligentes e balões para levar internet a comunidades remotas trabalha também no projeto das nanopartículas.

“GoogleX está a explorar se partículas diminutas (nanopartículas) no fluxo sanguíneo e um dispositivo equipado com sensores especiais que podem ajudar os médicos a detectar a doença quando ela começa a se desenvolver no corpo”, referiu a empresa.

Todavia, o projecto está na sua fase inicial e os especialistas calculam que podem ser necessários cinco a sete anos para que se complete.

Ainda assim, a Google acredita que a tecnologia poderá ter muitos potenciais usos.

A empresa explicou ainda que pode ser possível desenvolver um teste para detectar enzimas geradas por placas nas artérias que estejam prestes a explodir e a causar um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral.

As nanopartículas identificariam as células malignas e transmitiriam informação para dispositivos.

A Google destacou que tecnologias desenvolvidas nos últimos anos como sensores diminutos e poderosos microscópios aumentaram a esperança de novos sistemas de diagnóstico.

 

Estudo revela:
Um estudo realizado junto de 29 companhias aéreas europeias revelou disparidades nas tarifas cobradas pelo uso de oxigénio, que...

“Desde o pedido de autorização médica, passando pela travessia dos aeroportos e pela falta de preparação do pessoal de cabina, viajar com oxigénio é um processo lento, caro e gerador de angústia e fadiga”, refere o estudo “Viajar de avião na Europa com oxigénio”, que decorreu em 2012 e será hoje apresentado.

Promovido pela Federação Europeia das Associações de Pessoas com Alergias e Doenças das Vias Respiratórias (EFA) a pela Fundação Europeia do Pulmão, o estudo envolveu companhias aéreas como a TAP, a Air France, a British Airways, a Ibéria, a KLM, a Brussels Airlines, Ryanair, Alitalia, Luxair, Aeroflot (Rússia), Air Baltic (Países Bálticos) e Tarom (Roménia).

“A investigação revelou que o sector das companhias de aviação está repleto de inconsistências em termos das tarifas cobradas pela utilização de oxigénio”, disse a presidente da EFA, Breda Flood, explicando que algumas transportadoras fornecem oxigénio gratuitamente e outras cobram tarifas de 300 euros por cada garrafa utilizada nos voos.

Para Breda Flood, “trata-se de uma discriminação evidenciada pelas tarifas exorbitantes associadas ao fornecimento de oxigénio aos doentes que necessitam de terapia de oxigénio”.

Das companhias analisadas, apenas a Air Baltic, a British Airways e a Tarom fornecem oxigénio gratuito a bordo, refere o estudo, adiantando que, em alguns países, o doente tem de encomendar o oxigénio pelo menos 48 horas antes da viagem e, noutros, esse período é alargado quase a um mês de antecedência.

Para a presidente da Respira - Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica) e Outras Doenças Respiratórias Crónicas, Luísa Soares Branco, é necessário “melhorar o acesso e garantir a igualdade à mobilidade, para pessoas que necessitam de oxigénio de forma permanente e pretendem viajar de avião”.

“Viajar de avião para as pessoas com DPOC a fazer oxigenoterapia de longa duração implica que tenham que decidir a sua deslocação com muita antecipação, pelo menos um mês”, lamentou Luísa Soares Branco.

Luísa Soares Branco relatou que as dificuldades são imensas, desde o embarque ao desembarque, que “são sempre momentos muito complexos”.

“Durante o voo, notamos que as tripulações de cabina, mesmo sendo cooperantes, não parecem estar devidamente informadas acerca da utilização dos equipamentos de oxigénio. Por outro lado, a viagem encarece o dobro ou o triplo do preço habitual, o que revela uma descriminação inadmissível”, sublinhou a responsável.

O estudo, publicado em livro, é apresentado hoje em Lisboa, numa cerimónia que conta com a participação da directora do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias, Cristina Bárbara, de Luísa Soares Branco, e do presidente da Federação Portuguesa do Pulmão, Teles de Araújo.

Em Portugal, a DPOC afecta 800 mil pessoas e apenas 13% dos casos estão diagnosticados, o que para a associação revela uma "grande falta de conhecimento" dos sintomas da doença, que constitui já a 3.ªcausa de morte no mundo.

Segundo a associação, a doença caracteriza-se por falta de ar (dispneia), tosse e aumento da produção de expectoração e dificulta a realização de tarefas diárias banais como, por exemplo, conduzir ou subir escadas, fazer a cama ou fazer a higiene diária.

 

Espera pode ir aos quatro anos
Restrições orçamentais explicam adiamento. Responsáveis já tiveram de reduzir número de camas nos cuidados paliativos para...

O IPO do Porto está a adiar cirurgias por falta de camas. Os doentes mais afectados, segundo noticia a RTP, citada pelo Diário de Notícias, são os que sofrem de tumores na mama, próstata e aparelho digestivo. Também a área da reconstrução mamária está com atrasos: a espera pela cirurgia pode ir até aos quatro anos.

Em declarações à estação pública, Laranja Pontes, presidente do conselho de administração do IPO do Porto, admite que as longas esperas se devem a restrições orçamentais: “não abro mais camas porque não tenho condições para isso”. E o problema poderá piorar, assinala a RTP, devido à impossibilidade da instituição hospitalar contratar pessoal, por falta de autonomia. Para minorar o problema das listas de espera para cirurgias, já foram retiradas camas aos cuidados paliativos.

O responsável do IPO do Porto refere que é necessário que os hospitais de S. João e Gaia assumam responsabilidades para que seja possível diminuir os tempos de espera, constituindo-se como “rede colaborativa” que permita diminuir a pressão sobre o IPO.

 

Acidente Vascular Cerebral: do diagnóstico à reabilitação
Assinala-se hoje o Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral, um problema de saúde pública que afect
AVC

De acordo com a World Stroke Organization (WSO), 15 milhões de pessoas sofrem um acidente vascular cerebral (AVC) por ano. A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta o AVC como a segunda causa de morte em pessoas acima dos 60 anos e a quinta em pessoas entre os 15 e os 59 anos. Este organismo refere ainda que uma em cada seis pessoas no mundo terá um acidente vascular cerebral na sua vida. Em 2013, A Direcção-Geral da Saúde (DGS) acrescentou que tinha havido nos últimos anos uma progressiva diminuição da mortalidade.

Para além das mortes que causa, o AVC é responsável por uma significativa percentagem de incapacidades. A DGS, já em 1996, concluiu que três meses após o AVC, apesar de 30,8% dos doentes terem ficado com independência, 24,0% traduziram-se por sequelas que originaram limitações graves e 18,2% apresentaram incapacidade ligeira.

Os números são alarmantes, quando analisados sob o prisma da saúde pública, mas o impacto é ainda maior quando o AVC é experimentado no seio de uma família. Ao impacto mundial do AVC acrescenta-se ainda um maior dramatismo quando analisadas diversas histórias pessoais. E é necessário desmistificar esta ideia, porque, se o AVC aparece ligado à mortalidade e incapacidade, também vem, frequentes vezes, associado a pessoas que lhe sobreviveram sem sequelas ou com incapacidades mínimas e que retomaram normalmente as suas vidas.

 

A importância de uma detecção precoce

O AVC corresponde à interrupção de fornecimento de sangue para as células do cérebro, geralmente causado por um rebentamento ou obstrução de um vaso sanguíneo cerebral. O fornecimento de oxigénio e nutrientes é assim interrompido causando danos ao tecido cerebral. O AVC popularmente é conhecido como trombose, com origem no termo trombo, coágulo. Em rigor este é um termo que se liga a um tipo de AVC: o AVC isquémico. Quando a causa é o rebentamento, denomina-se AVC hemorrágico.

É de extrema importância a rápida detecção do AVC. Quanto mais precoce for detetado, mais rápida será a intervenção com vista a minimizar a área de morte celular cerebral. Deve-se estar atento aos chamados aos 3 principais sinais de alerta, mencionados pela Associação AVC, nomeadamente a instalação súbita de:

  • Perda de força Facial: a pessoa consegue sorrir? Tem a boca ou um olho de um dos lados caído?
  • Perda de força no braço: a pessoa consegue levantar os braços?
  • Problemas de expressão: a pessoa consegue exprimir-se de forma clara e compreender o que lhe é dito?

A presença de um destes sinais é motivo para suspeitar de um AVC e ligar imediatamente ao 112.

Segundo a National Stroke Association (NSA), podem ocorrer concomitantemente os seguintes sintomas:

  • Confusão;
  • Tonturas;
  • Problemas de visão;
  • Perda de equilíbrio ou coordenação;
  • Forte dor de cabeça, súbita e de causa desconhecida.

 

Recuperação no AVC: Neuroplasticidade aliada a celeridade e intensidade

Emanuel Silva (2010) explana que existem três maneiras possíveis de o indivíduo com lesão cerebral poder recuperar as capacidades funcionais perdidas: recuperação de uma forma repentina, restituição ou compensação da função perdida. Esta compensação ocorre devido à neuroplasticidade. A reabilitação apoia-se nesta capacidade que o cérebro tem em aprender e mudar. Hoje em dia sabe-se que as células de outras regiões cerebrais não afectadas podem assumir determinadas funções realizadas pelas células da área cerebral onde ocorreu a morte celular.

As incapacidades originadas pelo AVC dependerão da área cerebral afectada e da sua extensão. Daí que as pessoas que sofreram um AVC não fiquem com iguais limitações e não reajam de igual forma ao processo de recuperação. Segundo Isabel Ramires (1997),

“o progresso da reabilitação varia de pessoa para pessoa. Para algumas a recuperação fica completa em algumas semanas a seguir ao AVC. Algumas queixas e dificuldades desaparecem ou melhoram muito com o tempo e a reabilitação, especialmente nos 3 primeiros meses a seguir ao AVC”. Ainda para esta autora, “80% dos doentes que sofreram um AVC atingem o melhor nível funcional às seis semanas, 90% atingem-no às 12,5 semanas (3 meses). Não é de esperar grande melhoria funcional ou neurológica após os 3 meses, pois só 5% dos doentes farão algum progresso a partir desta altura. Uma percentagem próxima dos 50% retomará uma profissão ou manterá as actividades normais”.

A DGS menciona um outro estudo (Nível de evidência A, National Stoke Foundation. Clinical Guidelines for Stroke Management 2010, Melbourne, Austrália), no qual se refere que a reabilitação deve ser estruturada para fornecer o máximo de intensidade nos primeiros seis meses após AVC.

Tanto um estudo como outro concordam no mesmo ponto: são fundamentais as primeiras semanas pós-AVC para a recuperação. Não será de estranhar por isso a preocupação com a celeridade e intensidade inerentes ao processo de reabilitação pós-AVC e que esteve na base da criação da via verde do AVC e das unidades especializadas no AVC. Todavia, esteja o doente internado numa unidade especializada no tratamento do AVC, num serviço sem especialização ou no domicílio, os princípios no processo de recuperação serão os mesmos. No domicílio ganham maior preponderância os cuidadores e profissionais alocados a equipas domiciliárias especializadas em reabilitação, como, por exemplo, as Equipas de cuidados continuados integrados (ECCI). A maior parte dos doentes quando têm alta das unidades de AVC voltam ao seu domicílio, e aqueles que naquelas não são internados permanecem junto dos cuidadores, por isso, estes, mesmo no decorrer de um internamento, terão um papel fundamental no plano de reabilitação desenvolvido.

A celeridade e intensidade são princípios que devem ser adoptados quaisquer que sejam os contextos em que o doente se encontra. Estas características devem ser desenvolvidas num plano individual de pessoa para pessoa. E é nesse percurso individual que os ganhos serão individuais. O ganho transversal a qualquer situação será a diminuição do impacto do AVC, seja através de recuperação das funções que ficaram afectadas ou uma readaptação à limitações que serão permanentes.

 

A vida para além do AVC com o Enfermeiro de Reabilitação

Recuperar de um AVC e reencontrar um caminho na vida que existe para além deste, passa por, de uma forma integrada, os cuidadores e doentes, devidamente acompanhados, envolverem-se num plano de recuperação que permita eliminar ou minimizar sequelas ou, caso persistam, a reaprender a viver com estas. É fundamental haver uma envolvência por parte de todos e uma reorganização do domicílio. O domicilio afigura-se como um importante local de prestação de cuidados e onde o processo de recuperação, reaprendizagem ou readaptação serão desenvolvidos. Durante este período o enfoque deverá estar centrado na melhoria da qualidade de vida, promovendo-se a sua independência funcional ou adaptação às limitações resultantes da doença, com o favorecimento da dignidade e auto-estima.

É indispensável que os profissionais de saúde pensem no significado das suas acções nos cuidados a prestar a um doente com AVC. Na saúde, o “ajudar” e o “cuidar” não são um simples facto do senso comum enraizado nas boas intenções de quem ajuda. Neste contexto, cada vez mais em saúde é reconhecido o papel determinante dos Enfermeiros Especialistas de Reabilitação ao longo deste processo, refletindo-se as suas práticas em ganhos a nível da saúde e da economia. A prática de enfermagem de reabilitação tem um âmbito abrangente intervindo nas disfunções neurológicas entre outras causadas pelo AVC. Trata-se de um processo de cuidar precoce, abrangente e holístico enquanto modelo assistencial, mas essencialmente educativo.

Actuando na saúde e na doença, aguda ou crónica, o enfermeiro de reabilitação intervém na maximização do potencial funcional e de independência física, emocional e social das pessoas, minimizando as incapacidades, nomeadamente através da reeducação funcional respiratória, reabilitação funcional motora, treino de atividades de vida diária, ensino sobre a otimização ambiental e utilização de ajudas técnicas.

Existe vida para além do AVC e ao longo desta, apesar da brutalidade dos números mundiais, deve-se ter em conta que cada história pessoal pode significar sucesso e para que este surja é necessário abandonar atitudes fatalistas e deterministas que paralisam e impedem a adopção de medidas fundamentais por parte do doente, família, cuidadores formais, profissionais de saúde, com vista a diminuir o impacto de incapacidades ou o surgimento de complicações.

 

Bibliografia e Webgrafia

Associação AVC. Página electrónica consultada a 22 de Outubro de 2014 em http://www.associacaoavc.pt

Direcção-Geral da Saúde (2001). Unidades de AVC. Acedido em 19 de Outubro de 2014 em http:// www.dgs.pt

Direcção-Geral da Saúde (2011). Norma da Direcção-Geral da Saúde 054/2011. Acedido em 19 de Outubro de 2014 em http:// www.dgs.pt

Direcção-Geral da Saúde (2013). Portugal – Doenças Cerebro-Cardiovasculares em números. Acedido em 19 de Outubro de 2014 em http://www.spc.pt

National Stroke Association. Página electrónica consultada a 22 de Outubro de 2014 em  http://www.stroke.org

Organização Mundial da Saúde. Página electrónica consultada a 22 de Outubro de 2014  em http://www.who.int

Ramires, Isabel (1997). Reabilitação no Acidente Vascular Cerebral: do Hospital à Comunidade. Ata Médica Portuguesa. 10: 557-62

Silva, Emanuel (2010). Reabilitação após AVC. Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Acedido em 19 de Outubro de 2014, em http://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/52151/2/Reabilitao%20aps...

Sociedade Portuguesa do AVC. Página electrónica consultada a 22 de Outubro de 2014 em  http://www.spavc.org

World Stroke Organization. Página electrónica consultada a 22 de Outubro de 2014 em  http://www.world-stroke.org

 

Carina Rebelo, Enfermeira Especialista em Enfermagem da Reabilitação, Centro Hospitalar Baixo Vouga

Bruno Costa, Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Reabilitação, ACES Entre Douro e Vouga II - Aveiro Norte

 

 

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Melhorar a qualidade de vida
Encontre aqui algumas respostas simples e objetivas de como melhorar a vida dos doentes colostomizad
Enfermeira com guia de tratamento

Este artigo contém algumas perguntas que se consideram pertinentes e foram dadas as respetivas respostas de forma simples e objetiva que podem ajudar a simplificar, esclarecer, resolver e melhorar a vida de um(a) colostomizado(a) ou de quem dele cuida – prestador de cuidados. Contudo, esta leitura não dispensa nem substitui a visita regular ao profissional de saúde – enfermeiro ou médico.

Diz o ditado popular “que a esperança é a ultima a morrer” e, por isso, deixa-se uma mensagem de esperança: existem pessoas totalmente adaptadas à sua ostomia, pessoas que conseguem ter uma vida pessoal, familiar e sociais plenas. Está muito na mão de cada um fazer com que isso aconteça.

Existem profissionais de enfermagem distribuídos pelo país inteiro que poderão ajudar a ultrapassar as dificuldades próprias da situação e ter essa vida em pleno. Informe-se dos profissionais que o poderão ajudar na sua área de residência.

Estoma – palavra de origem grega que significa “boca” ou abertura, abertura essa, de dentro para o fora, de forma resumida, é o orifício que está a vista. É realizado através de uma ostomia – que é a intervenção cirúrgica para a realização desse estoma.

No caso de uma colostomia, é uma ostomia onde é exteriorizada uma porção do cólon (intestino grosso). Está situada no abdómen e tem como finalidade a saída ou o desvio das fezes do seu trajeto normal. Tem um tom rosa ou avermelhado e é húmido. Ao tocar no estoma, não dói nem sente. Não existe um esfíncter que controle a saída de fezes. Colostomizado(a) – é uma pessoa com colostomia.

Existem muitas pessoas com ostomias no nosso país e pelo mundo fora. As colostomias são porventura as mais frequentes. Esta realidade obriga a algumas mudanças de hábitos como é o caso do uso de dispositivos “sacos” para recolher as fezes que vão saindo. Estes dispositivos são discretos e muito provavelmente, todos nos já estivemos junto de uma pessoa ostomizada sem o sabermos.

 

Que dispositivos usar

  • Existe uma grande variedade de dispositivos – marcas, números e formatos diferentes
  • Estes dispositivos são compostos por um saco que recolhe as fezes e por uma placa que adere ao abdómen e segura o saco
  • Podem ser de uma (1) ou duas (2) peças:

- No dispositivo de uma peça, a placa e o saco estão juntos. Para trocar o saco, é necessário “descolar a placa”

- No dispositivo de duas (2) peças o saco e a placa estão separados e possuem um sistema de encaixe. Assim, pode-se trocar o saco mantendo a mesma placa por mais algum tempo (se tudo nos conformes). Neste caso, o saco tem que ser do mesmo número e marca da placa (caso contrario podem não encaixar).

- A placa pode ficar colocada até quatro dias. É composta por um protetor cutâneo e um material aderente. Deverá ser trocada quando se descolar em alguma parte, quando sentir ardor/prurido (comichão) ou se estiver corroída junto à colostomia.

- Os sacos devem ser mudados quando estiverem a meio. Estes sacos contém um filtro, que permite a saída dos gases e neutraliza os odores.

  • Existem ainda no mercado, outros materiais chamados de acessórios que poderão ser úteis, ex. protetores da pele, niveladores, desodorizantes, …

Atualmente, no nosso país já existe em muitos Hospitais / Centros de Saúde, profissionais de enfermagem treinados/especializados para ajudar o colostomizado e prestadores de cuidados na escolha do melhor dispositivo, como adquiri-lo, entre muitos outros assuntos que o ajudarão a ter uma vida mais facilitada.

Nota: os dispositivos devem ser guardados num local seco – evitar a cozinha e a casa de banho – e não é aconselhável expor ao calor ou ao sol pelo risco de se estragar.

Como mudar o dispositivo

É necessário ter-se à mão o seguinte material:

Dispositivo (de 1 ou 2 peças), papel e/ou esponja macios, água, sabão de pH neutro (facultativo), saco para os sujos, tesoura de pontas curvas (se necessário)

Como fazer no caso de:

Trocar o dispositivo de uma (1) peça ou trocar a placa no dispositivo de duas (2) peças

  • Retirar a placa que está colocada puxando devagar com uma mão e com a outra mão, segurar na pele para não repuxar
  • Retirar o excesso de fezes (se as houver) com papel
  • Lavar a colostomia e a pele à volta com a esponja molhada em água e sabão, sem esfregar. Depois passar só com água

 

  • Enxaguar bem, com o papel ou toalha, sem esfregar

  • Cortar a nova placa na medida certa (ver à frente medida certa)

  • Retirar a proteção da placa (papel ou plástico) e colocá-la pressionado durante alguns segundos, com os dedos a toda a volta para aderir melhor

Trocar apenas saco no material de 2 peças:

  • Com uma mão, retirar o saco que está colocado, puxando ligeiramente para fora e conforme o sistema de encaixe. Com a outra mão segurar na placa
  • Limpar as fezes com papel
  • Utilizar a esponja molhada em água e sabão para lavar a colostomia e a placa, se necessário
  • Enxaguar bem e colocar o novo saco, conforme sistema de encaixe
  • Certificar-se de que está bem encaixado

Notas: Colocar os sujos num saco, fechar (por causa do cheiro) e levar ao contentor do lixo habitual; Certificar-se sempre, se a placa e o saco estão bem seguros e assim evitar fugas.

Qual a medida certa

  • A medida certa do recorte da placa é aquela que cobre toda a pele e deixa livre a colostomia  

 

  • Esta medida pode variar ao longo do tempo. Para saber qual é, pode utilizar os guias que vêm nas caixas junto de algum material, ou então fazer a sua própria medida. Se necessário pode pedir ajuda a um familiar ou enfermeiro

  • Tendo a medida certa, copiar para a placa e cortar com a tesoura
    Depois da placa recortada, convém passar a mão para amaciar algum bico que tenha ficado
  • Nunca ultrapassar o limite de recorte (último risco ou “stop” em algumas placas). Se a sua colostomia é redonda e já passaram 1 a 2 meses de cirurgia (operação) pode optar por material já recortado (disponível apenas em alguns formatos). Falar com o enfermeiro que o orienta. Ao usar sempre a medida certa pode evitar vários problemas no futuro (na pele e na colostomia).

Quando pedir mais dispositivos

  • Pedir mais material quando tiver uma caixa em seu poder (placas e sacos ou dispositivos de uma peça).
  • Não armazenar muito material em casa. Com o tempo também se estraga.

Que dieta fazer

  • A dieta é aquilo que todos nós comemos no nosso dia-a-dia
  • A colostomia não obriga a uma dieta especial. Um colostomizado pode comer o que comia antes da cirurgia
  • No entanto, é recomendável fazer uma alimentação saudável, variada, seguindo a roda dos alimentos, dando preferência aos chamados “alimentos da época”, do agrado de cada um, e evitar excessos
  • Fazer 5 a 6 refeições por dia
  • Mastigar bem os alimentos, sem pressa, sentado e de preferência mastigar com a boca fechada (para não engolir ar)
  • Existem alimentos que poderão favorecer a formação de mais flatos (gases), aumentar ou diminuir o odor das fezes, alimentos obstipantes ou laxantes, etc. Estas situações variam de pessoa para pessoa e na mesma pessoa até de momento para momento. Poderá ir-se estudando as diversas reações do organismo aos diferentes alimentos e escolher-se depois, ingerir mais ou menos quantidade ou até a altura mais adequada, ou não, para os ingerir

Beber cerca de 1,5 litro de água por dia em média (ajuda no bom funcionamento do intestino e do organismo em geral)

imagem obtida através do site - www.dgs.pt

Que roupa vestir

  • Pode-se vestir a roupa que usava antes da cirurgia. O material atual é discreto (não se nota)
  • No entanto, convém evitar roupa muito apertada e/ou cintos por cima da colostomia, que a possam ferir ou impedir a saída normal das fezes
  • Já existem roupas (em especial roupa interior e banho) adaptadas às pessoas ostomizadas.

Pode-se sair de casa? Como faze-lo?

  • Pode-se e deve sair-se de casa para estar com a família, amigos, viajar, trabalhar e retomar (logo que possível) o estilo vida que se tinha antes da colostomia
  • Quando sair, mesmo que por poucas horas, levar sempre duas (2) unidades de dispositivo (no mínimo), com a placa já recortada, um pouco de papel e um saco para pôr o lixo. Isto evita corridas desnecessárias para casa/sujar-se, se houver uma descarga maior que o esperado. Ver ainda se é necessário levar um pouco de água (para limpar)
  • Para distâncias mais longas, levar os dispositivos sempre junto da pessoa (evita que se perca) e na quantidade do dobro (ou mais) do que se costuma gastar (evitar ficar sem dispositivos no caso de se precisar)
  • Pode ser útil ter 1 “bolsa de segurança” onde guarda o material quando sai.

Outros conselhos

Pode-se tomar banho com ou sem saco

  • Se tomar banho com o saco: colocar o selo autocolante (que vem na caixa) no local do filtro (evita que este se estrague)
  • Se optar por tomar banho sem o saco: poderá acontecer uma saída de fezes
  • No banho de imersão /piscina é recomendável o uso de saco

O desporto faz bem à saúde

Pode-se praticar por exemplo: natação, bicicleta, caminhada, dança, etc.…

Se gostar de desportos como boxe, andebol e outros do género, peça orientação ao seu médico, enfermeiro, ou professor da modalidade.

  • Evitar trabalhos que exijam um grande esforço abdominal, como por exemplo levantar objetos pesados
  • Durante a higiene à colostomia, esta pode sangrar um pouco. É normal. Se acontecer, usar água um pouco mais fria e não esfregar.
  • Não usar cremes na pele onde cola a placa (risco da placa não colar), álcool, éter, perfume, tintura de benjoim, ou outro (risco de irritação).

Informe-se junto do enfermeiro ou médico acerca dos seguintes assuntos:

  • Legislação existente referente aos dispositivos, e outras leis que poderão ajudar
  • A possibilidade de fazer ou não a técnica de irrigação. Esta técnica permite um controle da saída das fezes, e consequentemente mais segurança e bem-estar
  • Alteração da vida íntima (sexual)
  • Se notar algo fora do normal
  • Outras dúvidas que possam surgir.

 

 “A maior conquista do ostomizado é a de ser independente”

Doente colostomizado

“O médico deu-me mais anos de vida, agora é meu dever dar mais vida aos meus anos”

Doente colostomizado

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Incontinência Fecal é mais comum do que se pensa

Este texto é uma adaptação do “Guia do Colostomizado” que os autores realizaram para os utentes do Hospital S. Teotónio, E.P.E., Viseu

Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Mais apoio e direitos para os pais
A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos quer que se crie o conceito de doença crónica complexa e exige mais apoios e...

“Neste momento, só há o conceito de doença crónica” sendo necessário introduzir o conceito de doença crónica complexa, de forma a garantir mais direitos e apoios a crianças que “precisam de cuidados médicos”e de um acompanhamento diferente de uma doença apenas crónica, disse Manuela Paiva, membro do Grupo de Apoio à Pediatria da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP).

Neste quadro, estão doenças como o cancro ou a esclerose múltipla, em que seria necessário que ambos os pais tivessem “direito a requerer a licença de acompanhamento” do seu filho, na fase de diagnóstico e de agudização da doença, referiu, sublinhando que, com a actual legislação, apenas é permitido “que um dos progenitores” possa gozar desse direito. Para além disso, a licença tem “um limite máximo de quatro anos”, devendo esta ser adaptada “às necessidades da criança ou do jovem” a cargo dos pais, acrescentou Madalena Paiva.

“As famílias ficam muito desprotegidas", frisou, considerando ainda que o tempo usado pelos pais com a licença deveria contar para efeitos de tempo de serviço e a flexibilidade de horário laboral dos progenitores deveria ser "para todos os pais de crianças e jovens com doença crónica complexa”, sendo que actualmente o código de trabalho apenas prevê essa situação para crianças abaixo de um ano de idade.

Caso os pais da criança tenham subsídio de desemprego ou não virem o seu contrato de trabalho renovado devido ao uso da licença de acompanhamento “ficam desprotegidos”, aponta, sugerindo que fosse criado “um subsídio da Segurança Social igual ao indexante dos apoios sociais” para aqueles que não possam requerer a licença.

“O apoio que o Estado dá é muito reduzido e manifestamente insuficiente”, variando nas doenças complexas em função da idade em vez da necessidade de apoio que a criança necessita, criticou Manuela Paiva, salientando ainda a importância da criação de um subsídio de assistência de terceira pessoa para situações de dependência completa.

Segundo a responsável, há a necessidade de “uma alteração legislativa”.

A 14 de Maio de 2014 foi aprovado, no parlamento, um projecto de resolução que recomenda ao Governo o reforço de respostas no âmbito dos Cuidados Paliativos Pediátricos, tendo o Grupo de Trabalho de Cuidados Paliativos Pediátricos, criado a 24 de Junho, proposto alterações nas políticas sociais no apoio às famílias com necessidades paliativas, aclara um comunicado da APCP.

Amanhã [29 de Outubro], o Grupo de Apoio à Pediatria da APCP reúne-se em Coimbra, no Hospital Pediátrico, para debater as políticas sociais relacionadas com as doenças crónicas complexas.

 

Ébola:
Os primeiros testes de uma vacina experimental contra o vírus do Ébola devem arrancar esta semana na Suíça, divulgou a...

A Organização Mundial de Saúde (OMS) com sede em Genebra precisou que os reguladores suíços autorizaram o início dos testes desta vacina experimental desenvolvida pela britânica GlaxoSmithKline (GSK). Os testes, que vão ocorrer num hospital em Lausanne (perto de Genebra), vão envolver cerca de 120 pessoas.

“Esta é a última etapa para conseguir fornecer o mais rápido possível vacinas seguras e eficazes contra o Ébola”, referiu a agência das Nações Unidas, num comunicado.

A vacina experimental da GSK é uma das duas vacinas que a OMS considera particularmente promissora. Os ensaios clínicos já começaram no Mali, no Reino Unido e nos Estados Unidos e devem começar, em breve, na Suíça e na Alemanha. Em Dezembro devem abranger os três países da África Ocidental mais afectados pelo actual surto (Libéria, Guiné-Conacri e Serra Leoa).

 

Saúde em Português disponibiliza 16 profissionais para a Guiné-Bissau

 

A Saúde em Português disponibilizou 16 profissionais para a missão que Portugal poderá enviar à Guiné-Bissau, para combater o Ébola, informou a organização humanitária, indicando que o programa de formação e treino decorrerá em Novembro.

O presidente da associação, Hernâni Pombas Caniço, disse que a Saúde em Português “respondeu afirmativamente ao convite” da Direcção-Geral da Saúde (DGS) de Portugal e colocou à sua disposição uma equipa constituída por 10 médicos, três enfermeiros e três logísticos.

No entanto, a missão que Portugal está a preparar, “para apoiar na prevenção e combate ao vírus do Ébola” na Guiné-Bissau, só avançará “se for pedida por este país”, membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), adiantou.

Confirmando informações da DGS, Hernâni Caniço disse que essa decisão poderá verificar-se após 30 de Novembro, data em que o primeiro-ministro guineense, Domingos Simões Pereira, visita Portugal, acompanhado da ministra da Saúde do seu país.

A equipa portuguesa, “caso venha a ser necessária”, será instalada no Hospital Militar de Bissau, integrando profissionais indicados pela Saúde em Português, referiu o médico, frisando que a participação “na detecção e controlo da epidemia junto à sua origem” contribuirá “para reduzir o risco” para Portugal.

“Saúde em Português, ao colaborar na prevenção e combate ao vírus Ébola e à epidemia, está consciente da responsabilidade profissional que assume, da confiança que entidades e população depositam na sua qualificação prévia e do risco que representa a realização da missão”, segundo Hernâni Caniço.

Fundada há 21 anos, em Coimbra, a organização tem o estatuto de observador consultivo da CPLP e “vai combater o Ébola por razões humanitárias inerentes ao seu perfil de competência técnica em saúde”, incluindo “a protecção dos países lusófonos e sua comunidade”.

Em Agosto, a Saúde em Português já se tinha disponibilizado “para intervenção em território de catástrofe”, atingido pela epidemia do Ébola (Guiné-Conacri, Serra Leoa, Libéria e Nigéria), ao governo da Nigéria, aos Médicos Sem Fronteiras, ao Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (Portugal) e às Nações Unidas.

 

Estudo relaciona
Um estudo divulgado pelo Instituto Karolinska, de Estocolmo, na Suécia, identifica dois genes que podem estar ligados a “um...

O estudo, que envolveu testes genéticos a 895 reclusos condenadas por diferentes delitos na Finlândia, vem relançar o debate sobre se um indivíduo nasce com propensão para a violência e a criminalidade devido aos genes ou se isso acontece por causa das circunstâncias que o rodearam na infância.

A investigação descobriu uma relação entre a violência e uma variante do gene MAOA, já assinalada em estudos anteriores, mas também com a variante do gene CDH13, ligada anteriormente a alterações do comportamento e a doenças psiquiátricas.

Os especialistas alertam contudo para interpretações abusivas que apontem no sentido de que existem "genes da violência" aos quais é impossível escapar.

Os investigadores europeus e norte-americanos que assinam o estudo, publicado hoje na revista especializada Molecular Psychiatry, adiantam ter tido também em conta factores de contexto - antecedentes de abusos de substâncias (drogas e álcool), personalidade anti-social ou maus tratos na infância - sem que isso tenha alterado os resultados.

“Nas pessoas condenadas por delitos que não incluíam violência, não foi possível observar a mesma presença dos genes MAOA e CDH13, o que indica que estas variantes genéticas estão relacionadas com o comportamento violento”, assinalou, em comunicado, Jari Tiihonen, professor de neurociências no Karolinska.

A investigação ressalva que estes não devem ser os únicos genes envolvidos na explicação do comportamento violento e que os factores do meio ambiente têm também um papel fundamental na compreensão deste fenómeno.

“Encontramos dois genes que têm um efeito mais importante sobre o comportamento agressivo, há provavelmente dezenas ou centenas de outros genes que têm um efeito menor”, acrescentou. Os autores adiantam ainda que estes genes são muito correntes e que um em cada cinco indivíduos é portador, sendo que a maioria destes nunca cometerá uma violação, agressão ou homicídio. Por outro lado, no grupo ultra-violento que participou no estudo foram encontrados alguns indivíduos não portadores destes genes.

O gene MAOA comanda a produção de uma enzima que intervém na eliminação de neurotransmissores como a dopamina. A diminuição do nível de actividade desta enzima na forma mutante do gene foi já descrita como estando ligada ao risco de delinquência.

O gene CDH13 surge associado a problemas de controlo de impulsividade.

“É importante recordar que os nossos resultados não podem nem devem ser usados para avaliações individuais. Não se pode aplicar este tipo de análise genética com propósitos preventivos, nem jurídicos”, advertiu Tiihonen.

Os resultados do estudo finlandês podem ser similares em outros países desenvolvidos, mas “não nos países pobres, onde os aspectos sociais, como a pobreza, podem ser muito mais importantes”, sublinham os autores.

 

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