Os resultados apresentados no congresso da European Respiratory Society (ERS) no passado dia 8 de Setembro, confirmam a eficácia sustentada e o perfil de segurança de Adempas® (Riociguat), o novo fármaco da Bayer para a hipertensão pulmonar, a dois anos, no tratamento da hipertensão pulmonar tromboembólica crónica (HPTEC) inoperável ou HPTEC persistente ou recorrente após tratamento cirúrgico, e em doentes com hipertensão arterial pulmonar (HAP).
Riociguat é um estimulador da guanilato ciclase solúvel (sGC), o primeiro membro de uma nova classe de compostos que actuam no mecanismo molecular subjacente à Hipertensão Pulmonar (HP). Os resultados a dois anos dos ensaios de extensão abertos CHEST-2 e PATENT-2 confirmam que as melhorias na capacidade de exercício e na classe funcional da OMS (FC), observadas nos ensaios de registo de fase III, CHEST-1 e PATENT-1, são sustentados. A capacidade de exercício medida pelo teste de seis minutos de marcha é um indicador da gravidade da doença e um predictor da sobrevida dos doentes que sofrem de HP.
O tempo de observação dos estudos CHEST-2 e PATENT-2 de, pelo menos, dois anos permitiu uma análise da correlação entre os parâmetros de eficácia e a sobrevivência e o agravamento clínico, através de um modelo de regressão Cox proportional-hazards. O modelo demonstrou uma correlação significativa entre os valores iniciais e a alteração relativamente a esse valor inicial no Teste de 6 minutos de marcha (T6MM), no nível de NT Pro BNP, na Classe Funcional da OMS e na sobrevivência livre de eventos (sem agravamento clínico).
“Os resultados de longo prazo destes estudos são muito animadores, na medida em que confirmam que as melhorias observadas na HAP e na HPTEC em doentes em tratamento com riociguat são sustentáveis no longo prazo”, disse Pisana Ferrari da Associação Europeia de Hipertensão Pulmonar. “Para os doentes, isso significa melhorias na capacidade de percorrer maiores distâncias, ajudando o coração e os pulmões a funcionarem melhor, tornando a respiração mais fácil quando realizam tarefas básicas do dia-a-dia e isso, em última análise sugere melhores resultados e prognósticos”.
A análise dos dados do estudo CHEST-2 mostra que, em dois anos, a capacidade de exercício dos doentes com HPTEC medida pelo T6MM aumentou em 50m comparativamente aos valores de baseline do CHEST-1. Além disso, a FC OMS melhorou ou permaneceu inalterada em 97% dos doentes com HPTEC (39% melhoraram e 58% estabilizaram). A taxa de sobrevivência dos doentes a dois anos de tratamento com riociguat foi de 93%.
No PATENT-2, os doentes com HAP tratados com riociguat durante mais de dois anos apresentaram uma melhoria média no T6MM de 47m comparativamente aos dados de baseline do PATENT-1. A FC OMS melhorou ou permaneceu inalterada em 91% dos doentes com HAP (33% melhoraram e 58% estabilizaram). À semelhança do CHEST-2, no PATENT-2 a taxa de sobrevivência dos doentes a dois anos de tratamento com riociguat foi de 93%.
Riociguat foi geralmente bem tolerado, com um bom perfil de segurança. O evento adverso mais vulgarmente reportado, com ocorrência em 10 por cento ou mais dos doentes sob tratamento com riociguat (até 2,5 mg três vezes por dia), foi tonturas. Outros eventos adversos incluiram dispepsia, cefaleias e hipotensão.
“Os resultados positivos do CHEST-2 e do PATENT-2 contribuiram para a crescente evidência em torno riociguat como um tratamento eficaz e bem tolerado a longo prazo para dois dos cinco tipos de hipertensão pulmonar, tendo demonstrado em ensaios clínicos, benefícios precoces significativos e sustentados para os doentes”, disse o investigador principal Professor Ardeschir Ghofrani, do University Hospital Giessen and Marburg, e Kerckhoff Heart e Lung Center, Bad Nauheim, na Alemanha. "A correlação entre os parâmetros relevantes para o doente, tais como T6MM, a CF OMS e a sobrevivência livre de eventos de agravamento clínico, reforça o quão importante é acompanhar de perto os sintomas do doente a sua capacidade de exercício, de forma a prever os resultados e a resposta ao tratamento."
Sobre a Hipertensão Pulmonar
A hipertensão pulmonar (HP) é uma doença grave, progressiva e fatal na qual a pressão nas artérias pulmonares se encontra significativamente aumentada devido à vasoconstrição e que pode levar a insuficiência cardíaca e morte. Os doentes com HP desenvolvem uma acentuada diminuição da tolerância ao exercício e ficam com uma qualidade de vida reduzida. Os sintomas mais comuns de HP incluem dispneia, fadiga, tonturas e lipotímias, e todos eles pioram com o esforço. Uma vez que os sintomas da HP não são específicos, o atraso no diagnóstico pode ser de até 2 anos. O diagnóstico precoce é essencial, uma vez que o atraso no início de tratamento pode ter um impacto negativo na sobrevivência. A monitorização contínua do tratamento é vital para assegurar que os doentes estão a receber cuidados optimizados para o tipo e estadio de HP em que se encontram.
De acordo com a classificação clínica da HP (classificação de Dana Point, 2008), e com base nas suas causas subjacentes, existem cinco tipos diferentes de HP: hipertensão arterial pulmonar (HAP), hipertensão pulmonar devida a doença cardíaca esquerda (ie. HP-DVE), hipertensão pulmonar devida a doença pulmonar e/ou hipoxémia (ie. HP-DPOC ou HP-DPI), hipertensão pulmonar tromboembólica crónica (HPTEC) e hipertensão pulmonar de causa incerta e/ou multifactorial. Cada uma destas formas da doença pode afectar o doente de forma diferente e cada doente pode ter HP de etiologia e manifestações diferentes. Para maior probabilidade de sucesso no controlo da doença, os doentes necessitam de ser tratados em centros de referência. As terapêuticas farmacológicas correntes só se encontram aprovadas para o tratamento de um dos cinco tipos de HP, a hipertensão arterial pulmonar (HAP). Como consequência, existe uma forte necessidade de desenvolver mais investigação para melhorar a compreensão de como todos os cinco tipos de HP podem ser eficazmente tratados.
Sobre o Riociguat
Riociguat é um estimulador guanilato ciclase solúvel (sGC), o primeiro membro de uma nova classe de fármacos, descoberto e desenvolvido pela Bayer como um tratamento oral para tratar um mecanismo molecular subjacente PH chave. O Riociguat está a ser investigado como uma abordagem nova e específica para tratar diferentes tipos de PH. A GCs é uma enzima que se encontra no sistema circulatório que é o receptor para o óxido nítrico (NO). Quando o NO se liga à GCs, a enzima aumenta a síntese de monofosfato de guanosina cíclico (cGMP). O cGMP desempenha um papel importante na regulação do tónus vascular, proliferação, fibrose, e inflamação
A hipertensão pulmonar (HP) está associada a disfunção endotelial, comprometimento da síntese de NO e consequente estimulação insuficiente da via do NO-sGC-cGMP. Pensa-se que o Riociguat tem um duplo modo de acção: sensibiliza a sGC à acção do NO endógeno e estimula também, de forma directa e independente do NO, a produção de cGMP.
Com um novo mecanismo de acção, o riociguat tem potencial para superar uma série de limitações das terapêuticas para HAP actualmente aprovadas, incluindo a dependência do NO, e é, além disso, o primeiro fármaco que demonstrou benefícios clínicos na Hipertensão Pulmonar Tromboembólica Crónica (HPTEC), doença para a qual, até a aprovação do riociguat, não havia tratamento farmacológico aprovado.
O programa de desenvolvimento do riociguat em diferentes formas de HP denota o compromisso contínuo da Bayer no sentido da compreensão desta condição grave e potencialmente fatal, dando resposta a uma lacuna terapêutica, com o objectivo de melhorar a vida dos doentes com HP.
Riociguat foi aprovado sob o nome Adempas® nos EUA para utilização em HPTEC e HAP em Outubro de 2013. No Canadá, as aprovações para HPTEC e HAP aconteceram em Setembro de 2013 e Março de 2014, respectivamente. Na Suíça e no Japão, o riociguat foi aprovado na indicação de HPTEC em Novembro de 2013, e em Janeiro de 2014, respectivamente.
Na UE, o riociguat recebeu a designação de medicamento órfão e é aprovado pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) sob o nome Adempas® para utilização em HPTEC e HAP.