Estudo “Valor do sector do diagnóstico in vitro em Portugal”

Uso atempado de exames na diabetes, infecções e artrite pode poupar 20 ME

A utilização atempada do Diagnóstico In Vitro no tratamento e detecção de doenças como a diabetes, as infecções nosocomiais e a artrite reumatóide resultará em poupanças de 20 milhões de euros, segundo um estudo que será hoje apresentado.

O estudo “Valor do sector do diagnóstico in vitro em Portugal”, elaborado pela consultora Deloitte para a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), avaliou o grau de utilização dos Diagnóstico In Vitro (DIV), de exames, como as análises clínicas, e o respectivo impacto na qualidade de vida do doente e na sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

No caso das doenças avaliadas - diabetes mellitus tipo 2, infecções nosocomiais e artrite reumatóide –, o estudo concluiu que existe um “benefício económico e social” na introdução da utilização atempada do DIV” no tratamento e diagnóstico destas doenças.

Em relação à diabetes, a investigação apurou que a implementação de um programa de rastreio, numa amostra de cinco por cento da população portuguesa com mais de 40 anos e face à prática clínica actual, resultaria num “benefício financeiro aproximado de um milhão de euros”.

“Este benefício advém de uma redução nas taxas de progressão dos doentes com pré-diabetes para diabetes e dos doentes com diabetes para um estadio com complicações”, lê-se nas conclusões do estudo.

A investigação concluiu ainda que “a implementação de um programa de rastreio na admissão hospitalar, seguido de medidas de prevenção e controlo da infecção/descolonização, possibilita uma redução na transmissão cruzada dentro do hospital, conduzindo a uma poupança aproximada de 7 milhões de euros para o SNS”.

Outro benefício da medida seria a “redução de mais de 91 mil dias de internamento por ano”.

Outro objectivo da análise foi estimar, “na perspectiva da sociedade, o impacto económico de implementar, nos centros de saúde primários a nível nacional, um programa de sensibilização do diagnóstico precoce direccionado aos médicos de medicina geral e familiar”.

Segundo as conclusões do trabalho, “existe um benefício de 19,6 milhões de euros na implementação do programa de diagnóstico de doentes com artrite reumatóide nos cuidados de saúde primários”.

A 10 anos, prossegue o estudo, “o Estado poderia beneficiar de uma poupança de 186 milhões de euros advenientes principalmente de uma redução dos custos indirectos (ausência ao trabalho e perda de produtividade)”.

Este estudo será apresentado hoje, durante a conferência sobre “o valor do diagnóstico laboratorial e o seu impacto na qualidade e na sustentabilidade em saúde”, a terceira do ciclo “Saber Investir, Saber Inovar 2014” que a Apifarma tem vindo a realizar.

 

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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