31 de Outubro
A Clínica Externa da Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa vai fechar a 31 de Outubro, na sequência “de irregularidades”...

O anúncio foi feito pelo director da Faculdade de Medicina Dentária, João Aquino Marques, depois de um relatório do Tribunal de Contas, no qual é referido que a existência daquela unidade não está prevista nos estatutos da faculdade e não tem licença da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo ou de qualquer outra entidade para funcionar.

Embora o Tribunal de Contas considere “não estar em causa a qualidade dos serviços prestados” e reconheça a “função social prestada a estratos desfavorecidos da população”, sublinha que a clínica deve “observar as normas e boas práticas aplicáveis às entidades públicas e às actividades prosseguidas”.

Para João Aquino Marques, a Clínica Externa faz parte “da orgânica da Faculdade”, não a considerando uma “unidade privada” que requeira licenciamento por parte do regulador da Saúde, e sublinhando que a mesma tem funcionado ao longo dos últimos 10 anos como “extensão do serviço da universidade”, opinião partilhada pelo secretário-coordenador, Dário Vilela.

“As instituições procuram meios de financiamento e, na altura, pareceu-nos uma boa ideia abrir a faculdade à população geral. A clínica externa ou integrada é um serviço hospitalar com médicos, depende da faculdade, utiliza as suas instalações e é uma fonte de receitas”, explicou o director da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, João Aquino Marques.

Por seu turno, Dário Vilela sublinhou que a clínica é responsável por cerca de 20 mil consultas anuais e que o seu fecho irá acabar com a “única consulta no sector público para adultos com necessidades especiais”.

Tendo em conta as restrições adoptadas pelo Governo para as contratações de funcionários por entidades públicas, João Aquino Marques considerou que não tem grandes alternativas a não ser o fecho da clínica, já que não pode fazer contratos de prestação de serviços, nem de avença.

“Pedem que sejamos criativos. Não queremos fechar a consulta externa, mas as alternativas legais passam por criar uma clínica privada, com abertura de um concurso às quais as clínicas privadas podem concorrer. Isso não nos interessa, já que queremos seguir a nossa filosofia de ensino”, explicou.

João Aquino Marques vai mais longe ao afirmar que essa opção seria “emprestar o nome da faculdade a terceiros, o que daria um reconhecimento de “laboratório de boas práticas clínicas”.

De acordo com o responsável, a dotação do Estado para a faculdade ronda os 1,8 milhões de euros anuais, sendo os salários de docentes e não docentes chega aos 3,8 milhões de euros.

“Quando o Tribunal de Contas diz que a clínica não prova que somos auto-suficientes, a prova é que nunca pagámos dos nossos bolsos os salários. E gastamos 400 mil euros em material clínico. Temos de fazer das tripas coração para isto. Cometemos esta ilegalidade que o TC aponta e somos penalizados por isso”, retorquiu.

Segundo o mesmo responsável, a clínica externa funciona há cerca de dez anos, dá emprego a 60 pessoas, das quais 42 médicos dentistas, e atende cerca de 20 mil pessoas, sendo responsável por um acréscimo de 50% às 45 mil consultas realizadas pela faculdade. Do valor pago na consulta pelos doentes, 40 % é para os médicos dentistas, 60% para a faculdade.

 

Sobre altura, peso e crescimento
Uma colaboração científica internacional permitiu identificar perto de 700 variantes genéticas determinantes para a altura e o...

Cerca de 450 peritos norte-americanos, europeus e australianos, reunidos sob a liderança do Consortium GIANT (Investigação Internacional de Genética e de Tratados Antropométricos), fizeram esta descoberta examinando o ADN de mais de 250.000 europeus, segundo o estudo revelado hoje na revista científica britânica.

Os cientistas identificaram 697 variantes genéticas, em mais de 400 regiões do genoma implicado no crescimento, ou seja, três vezes mais do que era conhecido até ao momento, noticia a revista britânica Nature Genetics.

“Podemos explicar cerca de 20% da hereditariedade da altura, contra 12% antes”, disse o investigador Tonu Eskio, do Hospital da Criança de Boston, um dos co-autores do estudo.

Os estudos precedentes já tinham demonstrado que a altura dos indivíduos depende em 80% de factores hereditários e, em 230%, a factores ligados à alimentação ou ao meio ambiente.

Para o professor da universidade britânica de Exeter, em Devon, Tim Frayling, a pesquisa deve igualmente servir para "tranquilizar" os pais preocupados por seus filhos não crescerem como esperavam.

 

Para menores de 21
A publicidade a bebidas alcoólicas em Portugal vai passar a ter mais restrições, como não usar protagonistas com menos de 21...

Segundo o Código de Auto-regulação que hoje é assinado por cerca de 30 associações do sector, a publicidade ao vinho e às bebidas espirituosas vai deixar de passar em anúncios imediatamente antes, depois ou durante programas dirigidos a menores.

“Trata-se de um código com princípios específicos, com normas mais restritivas e que vão bastante além da legislação”, referiu Miguel Morais Vaz, responsável do Instituto Civil da Autodisciplina da Comunicação Comercial (ICAP), que promoveu este documento. De fora do código ficam as cervejas, porque o sector já tem um acordo em matéria de publicidade que é monitorizado pelo ICAP, adiantou Morais Vaz.

Vai ainda entrar em vigor um sistema que implica que nenhum anúncio a bebidas espirituosas ou vinho seja divulgado sem passar o crivo do ICAP, que pode pedir a reformulação de uma publicidade caso não esteja de acordo com o código.

“A mensagem da comunicação comercial não deve utilizar protagonistas com idades inferiores a 21 anos ou que aparentem ser menores de 21, bebendo ou encorajando o consumo de bebidas alcoólicas”, estipula o código.

O documento estabelece também que nomes, logótipos e marcas das bebidas não apareçam na roupa, brinquedos ou outros produtos concebidos para menores. A publicidade não deve ainda provocar nos menores desejo ou ansiedade por consumo de álcool. Fica igualmente vedada a publicidade junto a conteúdos editoriais especificamente destinos a menores, bem como nos cinemas, teatros e programas de televisão imediatamente antes, durante ou logo após sessões dirigidas às crianças.

O código prevê ainda restrições no que respeita à publicidade dirigida a grávidas e à associação entre o consumo de bebidas e o local de trabalho.

Em relação aos condutores, fica previsto que os anúncios não devem associar o álcool à condução nem sugerir produtos que possam disfarçar ou distorcer o efeito da bebida nos testes aos condutores.

A publicidade não deve igualmente dar a impressão de que o consumo de bebidas promove o sucesso social, sexual ou desportivo nem que constitui um sinal de maturidade.

O código refere ainda que as bebidas não devem ser promovidas como sendo mais ou menos embriagantes por causa do seu teor de álcool baixo ou elevado.

Segundo Miguel Morais Vaz, este documento “é um dos mais avançados a nível internacional” e pretender “dar corpo à precaução pretendida pelo sector” do vinho e das bebidas espirituosas.

A par deste código, é hoje assinado um protocolo entre o ICAP e o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos (SICAD) para troca de informações, recomendações e acompanhamento das campanhas de publicidade do sector.

 

Proteja-se do frio!
Numa altura do ano em que as temperaturas baixas favorecem as gripes e constipações, reunimos aqui i

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Substituindo Maria do Céu Machado
O obstetra Miguel Oliveira e Silva é o novo director clínico do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, substituindo Maria do Céu...

O médico, que é doutorado em Medicina e licenciado em Filosofia, é actualmente o presidente do Conselho Nacional de Ética e Deontologia da Ordem dos Médicos (CNECV), além de professor de Ética Médica, de Bioética e de Filosofia da Ciência e Presidente do Conselho Pedagógico na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

O nome de Miguel Oliveira e Silva foi proposto pelo conselho de administração do Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHLN) e sujeito a um parecer de avaliação vinculativo pela Comissão de Recrutamento para a Administração Pública (CRESAP).

O nome de Miguel Oliveira e Silva foi confirmado para as funções durante o Conselho de Ministros.

Na página que o CHLN tem na rede social Facebook lê-se hoje que o presidente da instituição, Carlos Neves Martins, “iniciou a sua agenda com uma reunião com o novo director clínico, agradecendo-lhe ter aceitado o convite e desejou-lhe o maior sucesso nas funções ora iniciadas”.

A 18 de Setembro, um dia após ter entregado a carta de demissão ao ministro da Saúde, a pediatra Maria do Céu Machado disse que demitiu-se de funções por não considerar “sustentável” continuar como directora clínica na conjuntura actual deste hospital”.

Maria do Céu Machado desempenhava funções de directora clínica desde Fevereiro de 2013, acumulando com a direcção do departamento de pediatria, onde vai permanecer.

Sobre os 20 meses que passou na direcção clínica do Cento Hospitalar Norte, a pediatra considera uma “experiência boa, excelente”.

“Fizemos uma evolução positiva no Centro Hospitalar. Houve várias alterações e acho que o Centro Hospitalar evoluiu de uma forma muito positiva”, declarou à Lusa, sublinhando a solução encontrada para o Pulido Valente, que está hoje definido como um centro de pneumologia, cirurgia torácica e de medicina interna.

 

A partir de 1 de Janeiro
A Agência Europeia dos Medicamentos anunciou uma nova política para publicação dos ensaios clínicos que são fornecidos como...

A European Medicines Agency (EMA) anunciou uma nova política para publicação de ensaios clínicos que são fornecidos como parte de documentos oficiais.

A agência disse que a mudança será aplicada a todos os pedidos de autorização de comercialização centralizada submetidos a partir de 1 de Janeiro de 2015, acrescentando que os relatórios serão publicados assim que for tomada a decisão sobre o pedido.

Guido Rasi, director executivo da EMA, observou que "a adopção desta política estabelece um novo padrão de transparência na saúde pública e farmacêutica [R & D]".

“De acordo com a EMA, a política vai servir como uma "ferramenta complementar" antes da implementação das regras de transparência da UE para os ensaios clínicos que não estão programadas para entrar em vigor antes de Maio de 2016”.

A EMA espera que a nova política "aumente a confiança na sua actividade legislativa", permitindo que o público "entenda melhor a tomada de decisão da agência" durante a análise dos pedidos dos medicamentos. Além de permitir que os investigadores reavaliem o conjunto de dados, também é esperada a publicação de relatórios clínicos para ajudar a "evitar a duplicação de ensaios clínicos, promover a inovação e incentivar o desenvolvimento de novos medicamentos", disse.

No entanto, o regulador afirmou que os relatórios não podem ser usados para fins comerciais, observando que "em geral" não contêm informações que sejam comercialmente sensíveis. "A informação que, em casos limitados, possa ser considerada comercialmente confidencial será redigida", disse a EMA, acrescentando que "a decisão sobre essas redacções recai sobre a agência”. O regulador indicou ainda que irá permitir o acesso a relatórios clínicos apresentados a partir de 01 de Julho de 2015, para aplicações que requeiram a aprovação alargada de produtos, uma vez proferida a decisão. A EMA revelou também que a nova política não substitui as normas já existentes em matéria de acesso aos documentos, que serão revistas em Junho de 2016.

Apesar de tudo, a versão preliminar da política actualizada lançada em Junho de 2013 levantou preocupações da indústria farmacêutica, argumentando que as mudanças poderiam prejudicar a concorrência e, potencialmente, sufocar o investimento na pesquisa de novos medicamentos na Europa.

Mais informações consulte http://www.firstwordpharma.com/node/1238253#axzz3F4skqwFl

 

 

Episódios verídicos de um percurso de vida
A doença que tem acompanhado o Rui Bernardino, a ataxia de Friedreich, limitou-lhe os movimentos e prendeu-o a uma cadeira de...

A doença que tem acompanhado o Rui Bernardino, a ataxia de Friedreich, limitou-lhe os movimentos e prendeu-o a uma cadeira de rodas, quando este tinha apenas 20 anos de idade. Porém, nunca conseguiu limitar-lhe a capacidade de sonhar. Hoje, com 36 anos de idade, o Rui continua a acreditar que “é possível”. O livro de que se fala é a prova disso mesmo.

Como revela a editora, “É possível” é um livro de 108 páginas, que relata episódios verídicos, mais ou menos caricatos, de um percurso de vida, desde o nascimento até aos dias de hoje. O livro partilha a alegria e a tristeza.

A personagem principal é Rui Bernardino. Dotado de uma personalidade fortíssima, embora por vezes ingénuo, Rui revela a forma muito própria como vem lidando com uma vida condicionada pela cadeira de rodas. O livro destaca os pilares principais deste percurso: o tio Tó, também portador de ataxia de Frierdeich e a principal referência do Rui, Miguel Abrantes, o melhor e fiel amigo até aos dias de hoje, e a esposa Michelly Abreu. “Como os últimos são os primeiros”, ela é sem dúvida a sua maior força.

Este livro é inspirador. Ele mostra que ser feliz só depende da nossa atitude, além de motivar todos os leitores a encontrarem o que de melhor têm para dar aos outros.

Todo o caminho do Rui é cheio de “coisas” diferentes. Hoje com um grau de incapacidade de 95%, sente as suas forças renovadas pela filha e pelos “ares” da cidade. O melhor ainda está, certamente, por vir!”

A sessão de lançamento do livro de Rui Bernardino e de Cláudia Cambraia será no dia 18 de Outubro, sábado, às 17h30, no ISCAC – Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra.

Especialista alemão refere:
A medicina tradicional chinesa “tem de ser combinada” com a convencional e deve ser praticada por alguém com experiência médica...

“Um bom acupunturista consegue ler a letra de médico [muitas vezes quase ilegível], deve ser capaz de explicar o que se passa e como vai intervir e aplicar uma solução específica para cada pessoa”, disse à Lusa Johannes Greten Heidelberg, médico neurocientista que trabalha há 30 anos com a medicina chinesa e que o antigo director Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Nuno Grande, convidou para ali coordenar um mestrado na área.

O alemão participou esta manhã no 8º. Congresso Internacional de medicina tradicional chinesa (MTC), que se realizou no Auditório do Hospital de Santo António, defendendo a investigação como a chave para o futuro da técnica ancestral, que “nunca pode andar sozinha” e “tem de ser combinada com a convencional”. “Temos de encontrar um sistema para combinar as duas coisas”, sustentou.

Para o médico, “o sucesso triplica” quando os acupunturistas têm “algum antecedente ligado à medicina”, como “ter sido paramédico” e conhecem o sistema de diagnóstico da MTC.

“[Um especialista] que se limita a colocar agulhas sempre no mesmo sítio é uma pessoa tecnicamente hábil para colocar agulhas, mas inábil cientificamente”, explicou.

De acordo com Heidelberg, que integra a Fundação Germano-Chinesa de Investigação de MTC, isso explica a necessidade da investigação no domínio da medicina chinesa e o facto de o congresso, que termina no domingo e reúne “cientista de top internacionais”, ter na agenda a divulgação de vários trabalhos de pesquisa científica.

“Se não conseguirmos explicar a um médico ou a um utente o que estamos a fazer, é mais difícil integrarmo-nos. Precisamos de provas científicas e controlo de qualidade”, sustentou.

Sobre a integração da MTC no Serviço Nacional de Saúde, o especialista nota que “na Alemanha isso é normal” e que, em Portugal, teria de ser feito de forma “racional”, nomeadamente com pessoas “com a aprendizagem correcta”.

Heidelberg, que lecciona no Porto há cerca de 10 anos e já vai na sétima turma de mestrado, considera que “a maioria dos médicos não tem nada contra” mas alerta para os lobbies na área da medicina. “A um nível político não consigo responder”, admitiu.

O alemão começou por se formar em medicina, mas logo no primeiro ano conheceu “um mestre do Japão” que colocou na sua cabeça “o vírus da MTC”.

“Primeiro, porque [a MTC] ajuda, e não há nada mais importante do que o sucesso. Depois, porque eu achava que era um milagre, uma questão em aberto. Agora contribuí para a desmistificar, para perceber como funciona”, descreveu Heidelberg, explicando que levou 33 anos para a entender verdadeiramente.

Para além de investigadores internacionais, o congresso reúne especialistas portugueses, nomeadamente do Porto, Aveiro, Coimbra e Braga.

 

Devido ao incumprimento dos limites de emissões de partículas finas em suspensão na atmosfera
O Governo já recebeu a comunicação formal da Comissão Europeia com o parecer fundamentado acerca da poluição do ar e está a...

Na semana passada, a Comissão Europeia ameaçou Portugal com o regresso ao Tribunal de Justiça Europeu e o possível pagamento de multa por causa da poluição do ar e informou ter enviado um parecer fundamentado, correspondente à segunda fase do processo de infracção, devido ao incumprimento dos limites de emissões de partículas finas em suspensão (PM10) na atmosfera, disse fonte da Secretaria de Estado do Ambiente.

Em causa estão, particularmente, cidadãos de Lisboa, Porto, Aveiro, Ílhavo e Estarreja, que Bruxelas considera estarem, desde 2005, expostos a níveis excessivos de PM10, segundo dados de 2012.

O gabinete do secretário de Estado do Ambiente avançou à Lusa que já está a ser preparada a informação para enviar à Comissão Europeia, dentro do prazo exigido de dois meses, e refere que não se registaram excedências do limite no valor médio de concentrações anuais em 2013.

A Secretaria de Estado do Ambiente, liderada por Paulo Lemos, refere que, quanto ao poluente PM10, “a evolução do valor médio das concentrações anuais daquele poluente tem vindo a registar, segundo a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), desde 2005, uma tendência decrescente, não se tendo observado, em 2013 (último ano com dados validados), qualquer excedência ao respectivo valor-limite”.

Na média diária, “a análise evolutiva das concentrações deste parâmetro permite constatar uma melhoria considerável dos valores de PM10 e uma redução significativa das áreas e populações abrangidas por situações de excedência ao valor-limite, sendo salientado que, por exemplo, em 2013, a Área Metropolitana Lisboa Norte deixou de estar em incumprimento”.

Para este ano, com base nos resultados da monitorização em curso, a Secretaria de Estado não prevê a ocorrência de excedências àquele poluente no Centro, e espera uma situação “mais favorável que em 2013” em Lisboa e Vale do Tejo.

A Secretaria de Estado recordou que, pelo menos desde Novembro de 2011, quando se iniciou o processo de infracção, “as autoridades portuguesas competentes têm fornecido regularmente informação à Comissão Europeia sobre a evolução verificada nos valores-limite”.

“Têm sido envidadas diversas acções com vista à promoção da melhoria da qualidade do ar”, garantiu, acrescentando que está a ser elaborada a Estratégia Nacional para o Ar 2014-2020, com uma abordagem integrada deste recurso.

O gabinete de Paulo Lemos cita dados do Relatório de Estado do Ambiente 2013 para concluir que se “verificou uma evolução positiva na qualidade do ar, entre 2011 e 2012, com um aumento do número de dias com classificação ´Muito Bom´ e ´Bom´”, enquanto “o número de dias com classificação de ´Fraco´ apresentou uma redução”.

 

Ministro defende
A hipótese de um pacto para a saúde foi hoje bem recebida pelo Governo, com o ministro da Saúde a considerar que este seria até...

“O pacto para a saúde precisa de ser materializado”, afirmou Paulo Macedo, no debate sobre o “Serviço Nacional de Saúde: erros do passado e desafios do futuro", que decorre na Assembleia da República, durante o qual a oposição atribuiu ao governo os erros do presente e o Executivo recordou ao PS os erros do passado.

Ressalvando que “não há ninguém que diga que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) é sustentável sem reforma”, o ministro elegeu um conjunto de questões fundamentais, as quais devem ser definidas para a concretização de um pacto no sector, ideia hoje proposta pelo deputado social-democrata Nuno Reis.

“Qual a percentagem da despesa pública que estamos disponíveis para a saúde”, “qual a banda que queremos afectar para a saúde”, com que “percentagem queremos dotar os medicamentos” ou a investigação, foram alguns dos pontos alancados por Paulo Macedo e que, na perspectiva do ministro, devem ficar definidos.

Neste debate, a oposição enumerou o que considera ser sinais negativos do SNS. O governo, por seu lado, apresentou o que demonstra uma evolução positiva.

Na sua intervenção final, Paulo Macedo optou por enaltecer “o acesso” e “a qualidade” do SNS, apelando à participação de todos no crescimento do sector.

O ministro – que reiterou que o Governo está a analisar a descida das taxas para os níveis de 2013 – enumerou algumas das medidas desenvolvidas ao longo dos últimos três anos. “Nestes três anos fomos fortes com os mais fortes”, disse.

 

Ministro da Saúde garante que Portugal não tem falta de camas para queimados

O ministro da Saúde garantiu ainda que não há falta de camas para queimados em Portugal e que o atendimento a estes doentes é feito em rede, a qual “está a dar resposta”. Paulo Macedo falava aos jornalistas no final do debate, tendo negado a falta de camas em Lisboa para doentes queimados. Isto porque nos últimos dias foram transferidos doentes que sofreram queimaduras em acidentes em Lisboa. Aos jornalistas, Paulo Macedo começou por lembrar que este tipo de resposta é “altamente diferenciado” e que só existe “nos hospitais onde deve existir”. “A rede está a funcionar”, disse, recusando a ideia de “polinização” de serviços de queimados.

 

Na área da saúde mental
O provedor da Misericórdia do Porto disse que o encontro que hoje reuniu especialistas em saúde mental do Norte e da Galiza...

“O objectivo do encontro será traçar um mapa de compromissos, num horizonte de três a cinco anos, e de cooperação entre os dois lados, mas ao mesmo tempo avaliar a possibilidade de candidaturas conjuntas ao próximo quadro comunitário de apoio e também a rentabilização os meios”, afirmou António Tavares.

O I Encontro Bilateral de Entidades de Reabilitação Psicossocial e Saúde Mental da Galiza e do Norte de Portugal, que se realizou no Hospital psiquiátrico Conde Ferreira, da Misericórdia do Porto, visa também, segundo o provedor, “dar corpo às novas directivas transfronteiriças da saúde dentro da União Europeia”.

Na sessão de abertura, Ponciano de Oliveira, do conselho directivo da Administração Regional de Saúde (ARS-Norte), disse que a ARS-Norte está disponível para “estudar o aprofundamento da colaboração” com a Galiza, alargando o protocolo relativo a colaboração na área dos comportamentos aditivos, assinado em Junho, à saúde mental em geral.

“Já tínhamos identificado uma das linhas de trabalho, o que hoje aqui dissemos é que estamos disponíveis para alargar o âmbito dessa linha de trabalho à saúde mental em geral. Temos de ter o interesse da Galiza e os parceiros adequados para levar os trabalhos a bom porto”, acrescentou.

Considerando o “elevado número” de cidadãos portugueses que sofrem de doença mental, “perto de 200 mil” e “a falta de mais unidades especializadas no combate a este flagelo que afecta doentes e famílias”, este evento, organizado pela Rede de Apoio à Reabilitação Psicossocial para Pessoas com Doença Mental na Área Metropolitana do Porto, da qual a Misericórdia do Porto faz parte, pretendeu “partilhar experiências, verificar o estado da arte no combate às doenças mentais e abrir formas de cooperação entre as duas regiões”.

 

Prémio Bayer
Bayer HealthCare apoia a Associação de Internos de Medicina Geral e Familiar da Zona Norte no Prémio de Hipocoagulação no valor...

Bayer HealthCare apoia a Associação de Internos de Medicina Geral e Familiar da Zona Norte no Prémio de Hipocoagulação no valor total de três mil euros, para Internos de Medicina Geral e Familiar da Administração Regional de Saúde do Norte, IP (ARS Norte), entre 15 de Setembro e 15 de Novembro de 2014.

O Prémio Bayer Hipocoagulação será entregue na cerimónia anual de recepção dos novos internos desta especialidade da ARS Norte, em Janeiro.

“O Prémio Bayer Hipocoagulação procura apoiar o desenvolvimento da investigação científica e promover a qualidade na formação, de acordo com o compromisso que a Bayer assume perante a sociedade e mais precisamente nas comunidades em que se insere, quer pela responsabilidade social que a empresa tem, quer pela forma como encara a investigação, compiladas na máxima «ciência para uma vida melhor» que nos acompanha sempre. Estar em Portugal significa termos um papel activo na formação de jovens médicos e contribuir para que a saúde seja cada vez melhor no nosso país”, refere Nelson Ambrogio, Director-Geral da Bayer Portugal.

Os artigos submetidos a concurso devem ser originais e ter, no máximo, três autores, em que o principal deve pertencer à ARS Norte, e serem subordinados ao tema da hipocoagulação, podendo focar algumas das suas diferentes perspectivas, sem serem, no entanto, revisões de literatura – como por exemplo, opções terapêuticas, acompanhamento e monitorização de doentes, epidemiologia, avaliação da qualidade de vida, adesão terapêutica, evolução clínica, impacto económico e social, entre outras.

O júri deste concurso é composto por três elementos: Prof. Fernando Araújo, Director de Serviço de Imuno-hemoterapia do Centro Hospitalar de S. João, EPE e Professor Universitário na Faculdade de Medicina do Porto; Prof. Luís Alves, Médico de Medicina Geral e Familiar da Unidade de Saúde Familiar de Santo André do Canidelo; e Dra. Maria da Luz Loureiro, Coordenadora do Internato de Medicina Geral e Familiar da ARS Norte. Integra ainda o júri com estatuto de Observadora, Dra. Isabel Fonseca Santos, Directora Médica da Bayer Portugal.

 

Abordagem terapêutica
O cancro do pâncreas é um dos tumores malignos (cancros) mais letais.
Cancro do pâncreas

O cancro do pâncreas é habitualmente um tumor de mau prognóstico e evolução rápida. Cerca de 95% dos tumores malignos pancreáticos tem origem no pâncreas exócrino.

Actualmente existem duas entidades, a neoplasia cística mucinosa e a neoplasia intradutal papilar mucinosa, que são consideradas lesões pré malignas a nível do pâncreas exócrino. Dos tumores exócrinos malignos, 85% são adenocarcinomas ductais.

O cancro do pâncreas representa a 4ª causa de morte por cancro no mundo, embora seja responsável apenas por 3% dos novos casos de cancro diagnosticados mundialmente. A sua incidência varia entre 1 a 10 casos/100.000 habitantes, sendo ligeiramente superior nos países desenvolvidos. Nos Estados Unidos estima-se que, em 2014, 46.000 os novos casos sejam diagnosticados, prevendo-se 40.000 mortes por esta doença.

Na União Europeia, em 2012, foram diagnosticados 78.654 novos doentes e, destes, 77940 morreram nesse ano. Para 2014, a taxa de mortalidade estimada é de 8,13 e 5,56 por cem mil habitantes no sexo masculino e feminino, respectivamente.

Actualmente, em Portugal estimam-se 1225 novos casos/ano no nosso país. Em Portugal, em 2008, a incidência e a mortalidade em ambos os sexos foi de 5,36 e de 6,8 por cem mil habitantes, respectivamente.

A sobrevivência global aos 5 anos, para todos os estadios é, actualmente, de 6%.

A doença pode ocorrer em ambos os sexos e em todas as etnias havendo, no entanto, um ligeiro predomínio do sexo masculino e na raça negra (versus a caucasiana). Esta é ainda uma doença cujo risco aumenta com a idade, sendo rara antes dos 40 anos de idade. A idade mediana ao diagnóstico é de 71 anos.

Existem vários factores de risco para desenvolver a doença, mas cerca de 5-10% dos cancros do pâncreas estão associados a síndromas hereditárias, nomeadamente: síndrome de pancreatite crónica, cancro colorectal não polipoíde hereditário, síndrome hereditário atípico do melanoma mole múltiplo, cancro da mama e ovário hereditários associados a mutação do BRCA 2, síndrome de Peutz Jeghers, ataxia telangiectasia, síndrome de lynch e cancro do pâncreas familiar.

Esta última entidade, o cancro do pâncreas familiar, define-se como uma predisposição hereditária baseada num clustering familiar, em que há vários familiares de 1º e 2ª grau com adenocarcinoma do pâncreas dutais, sem síndromes genéticos conhecidos. Nestes, o risco está intimamente relacionado com o número de familiares afectados.

Para além disso, são factores de risco para o seu desenvolvimento a obesidade, uma dieta rica em gorduras sobretudo de origem animal, o tabaco, a diabetes mellitus não hereditária e a pancreatite crónica. Parece ainda haver uma associação com o consumo excessivo de álcool e, em alguns estudos, com o café.

Embora não haja nenhum método de prevenção do cancro do pâncreas, podemos inferir que hábitos de vida saudáveis como evicção de consumo de tabaco e de bebidas alcoólicas em excesso, uma dieta equilibrada com ingestão reduzida de gorduras, privilegiando a ingestão de frutas e vegetais e a prática de exercício físico poderão reduzir o risco do aparecimento da doença.

Diagnóstico e estadiamento

Sabemos que o diagnóstico de cancro do pâncreas habitualmente implica vários exames, nomeadamente, TAC abdominal com fase arterial e venosa, ressonância magnética, colangiopancreatografia retrógada endoscópica e/ou biópsia. Porém, no caso de uma imagem fortemente suspeita de ser uma neoplasia maligna do pâncreas, exequível de ser abordada cirurgicamente com uma ressecção completa essa deve ser a abordagem, não sendo necessária a realização de biópsia da massa/imagem. Não sendo possível ou havendo dúvidas da exequibilidade da ressecção cirúrgica, deverá ser realizada uma biópsia; o método teoricamente menos invasivo (menos risco de sementeira) será a biópsia por colangiopancreatografia retrógada endoscópica.

Embora inespecíficos para o diagnóstico, os marcadores tumorais ca 19,9 e cea podem estar elevados e, nesse caso, podem ser uma ferramenta para avaliação de resposta ao tratamento.

No cancro do pâncreas é fundamental uma abordagem multidisciplinar, em que participam a cirurgia, oncologia médica, a radioncologia, a imagiologia e, por vezes a radiologia de intervenção.

Apesar do estadiamento do cancro do pâncreas se realizar com base na classificação TMN, em termos de abordagem terapêutica os tumores dividem-se em: ressecáveis; borderline para ressecabilidade; localmente avançados e irressecáveis; metastizados.

O único tratamento curativo do cancro do pâncreas é a cirurgia, contudo aquando do diagnóstico, apenas 10 a 20% dos doentes são candidatos a ela. A maioria dos doentes tem doença metastizada (doentes com cancro do pâncreas e metástases em outros órgãos; 60%) ou doença localmente avançada (doença apenas no pâncreas, mas que não é possível remover totalmente com a cirurgia; 20%) no diagnóstico.

Tratamento

Sabemos que o único tratamento curativo é a cirurgia. Contudo, ao diagnóstico, apenas 10 a 20% dos doentes são candidatos ao tratamento cirúrgico.

Abordagem dos tumores ressecáveis:

Nos tumores cefálicos a cirurgia habitual é a pancreaticoduodenectomia (cirurgia de Whipple).

Nos tumores do corpo e cauda a cirurgia standard é a pancreatectomia distal, que frequentemente implica a esplenectomia.

Sabe-se que, mesmo nos doentes submetidos a cirurgia, a taxa de sobrevivência aos 5 anos é de 22%, pelo que o tratamento adjuvante (tratamento complementar a uma cirurgia considerada curativa) deverá ser considerado em todos os doentes que apresentem condições clínicas.

Não existe actualmente, um tratamento adjuvante standard; quimioterapia ou radioterapia e quimioterapia concomitantes são, à data actual, as opções mais preconizadas.

Os resultados de vários estudos fase III validam a realização de quimioterapia adjuvante, com o aumento da sobrevivência global nos doentes que a realizam. Alguns preconizam a realização de quimioterapia e radioterapia adjuvantes. Para esta opção, os resultados de vários estudos são mais controversos e até contraditórios. Embora, mais uma vez não comparáveis. Existem estudos que demonstram o benefício da sua utilização, mas em outros esse benefício não foi demonstrado.

Abordagem dos tumores borderline:

O conceito de tumor borderline é um novo desafio, até mesmo na definição, dada a controvérsia dos critérios da mesma. Na prática, um tumor borderline, é um tumor possivelmente ressecável, mas com elevado risco de margens microscópicas envolvidas. Neste sentido, cada vez mais se advoga que os doentes poderão beneficiar de um tratamento neoadjuvante (tratamento prévio à realização de cirurgia), que, em alguns doentes, nos irá permitir realizar o downstaging tumoral e possibilitar a ressecção do tumor e, por outro lado, permite seleccionar doentes para cirurgia. Mais uma vez não existe um protocolo standard de actuação. As opções mais utilizadas são quimioterapia isolada ou quimioterapia concomitante com radioterapia.

Abordagem dos tumores localmente avançados irressecáveis e os metastáticos:

Quanto aos tumores localmente avançados irressecáveis e os metastáticos, o tratamento habitual é a quimioterapia, nos doentes que apresentam condições clínicas para tal.

A sobrevivência global aos 5 anos nos tumores metastizados é de 1,6%.

As opções de quimioterapia no pâncreas são escassas.

Durante muitos anos as opções foram a gemcitabina e o 5-flurouracilo; preferencialmente utilizava-se a primeira, porque no estudo que comparou o uso dos dois fármacos, demonstrou-se um benefício clínico (melhoria dos sintomas, diminuição de necessidade de analgésicos e aumento de peso) com a gemcitabina.

Em 2007 a associação de gemcitabina com erlotinib, demonstrou um benefício na sobrevivência global e tornou -se uma opção terapêutica; contudo os doentes que realizaram os 2 fármacos apresentaram maior toxicidade, particularmente rash cutâneo e diarreia.

Em 2011, é com grande entusiasmo que se verifica um claro aumento da sobrevivência global ao tratar o cancro do pâncreas metastizado com uma associação de fármacos (oxaliplatina, irinotecano, levofolinato e 5-flurouracilo); contudo este é um tratamento bastante agressivo e com elevada toxicidade, nomeadamente neutropenia (baixa de leucócitos), neuropatia (lesão dos nervos sensitivos, que provoca, habitualmente, parestesias das extremidades das mãos e pés) e diarreia. Acrescenta-se ainda que a sua realização é apenas possível de se ponderar numa minoria (15-25%) dos doentes.

Em 2013, o tratamento com a gemcitabina associada ao nab-paclitaxel (paclitaxel formulado como nanopartículas ligadas a albumina) demonstrou benefício na sobrevivência global, tornando-se uma nova opção para o tratamento do cancro do pâncreas metastizado. Segundo os dados mais recentes, 10% dos doentes estão vivos aos 2 anos e aos 3,5 anos ainda estão vivos 3% dos doentes. A este aumento da sobrevivência global associa-se um aumento do tempo livre de progressão da doença. Embora habitualmente este tratamento seja bem tolerado, quando comparado com o tratamento apenas com gemcitabina, os doentes têm maior risco de apresentar neutropenia, fadiga e neuropatia. A neuropatia induzida pelo nab-paclitaxel, é, na maioria dos casos, facilmente manuseável e, em média, reversível em menos de 30 dias, ao contrário da neuropatia sequelar ao esquema folfirinox, que frequentemente é persistente e irreversível.

Com a evolução das terapêuticas a sobrevivência global tem vindo a aumentar. A decisão de qual o esquema terapêutico a realizar deve ser muito bem ponderada, de acordo com as características do doente e até com as suas expectativas em relação ao tratamento. Não podemos nunca esquecer que a terapêutica de cada doente deve ser individualizada e ajustada aos objectivos do próprio doente.

Não podemos nunca deixar de mencionar que a inclusão dos doentes com cancro do pâncreas em ensaios clínicos deve ser ponderada e realizada sempre que exequível, em qualquer fase da doença. Actualmente decorrem vários estudos/ensaios clínicos com fármacos novos, ou com associações novas de fármacos, em que vários hospitais portugueses estão a participar e dos quais se aguardam resultados.

Por último, é fundamental não esquecer o tratamento de suporte, isto é o tratamento dos sinais e sintomas, deve ser um contínuo em todos os doentes oncológicos, assumindo particular relevância no cancro do pâncreas uma vez que um elevado número de doentes se apresenta, em alguma fase da sua doença bastante sintomático. O tratamento de suporte deve iniciar-se no diagnóstico e continuar por toda a vida do doente.

A investigação de novas terapêuticas para o cancro do pâncreas é uma realidade e, representa uma esperança para os doentes e para os médicos. Estou certa que com o desenvolvimento de mais ensaios clínicos e novas terapêuticas, será possível melhorar as respostas à doença ao longo do tempo.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Portaria publicada em Diário da República
Os profissionais das terapêuticas não convencionais são obrigados a ter um seguro de responsabilidade civil, com o capital...

A criação deste seguro surge no âmbito da legislação em vigor, que no ano passado regulou o acesso às profissões no âmbito das terapêuticas não convencionais e o seu exercício, no sector público ou privado, com ou sem fins lucrativos.

Esta lei “obriga os profissionais das terapêuticas não convencionais a disporem de um seguro de responsabilidade civil no âmbito da sua actividade profissional”, refere a portaria.

Este seguro de responsabilidade tem de ter um capital mínimo de 150 mil euros por anuidade e sinistro. Este seguro inclui “indemnizações por danos directos, indirectos, morais, bem como, defesa jurídica, recurso e custas judiciais”.

 

Apesar de reconhecer dificuldades na concretização
O ministro da Saúde, que o PSD comparou hoje a “visionários” como António Arnaut ou Albino Aroso, anunciou que o governo...

Paulo Macedo, que falava no debate sobre “O Serviço Nacional de Saúde: erros do passado e desafios do futuro”, que decorre na Assembleia da República a pedido do PSD, lamentou que “o anterior governo tenha acabado com a exclusividade dos médicos de família” e manifestou a intenção do actual Executivo de retomar a medida.

No entanto, Paulo Macedo, assumiu que existem dificuldades em reassumir a medida, tendo em conta a “actual conjuntura”.

O debate começou com a intervenção do deputado social-democrata Nuno Reis, que incluiu o nome do ministro Paulo Macedo na lista de “visionários” como o “pai” do Serviço nacional de Saúde (SNS) António Arnaut ou o especialista em planeamento familiar Albino Aroso.

Nuno Reis questionou o PS sobre a linha que o novo líder seguirá para o sector e propôs um pacto nesta área, desafio que Paulo Macedo se mostrou disponível para aceitar.

O ministro da Saúde foi questionado sobre várias questões pelos deputados da oposição, com João Semedo (BE) a abordar o tema das aposentações dos médicos.

Paulo Macedo reconheceu que as aposentações dos médicos “são preocupantes”, optando por recordar que estes profissionais são os únicos da Função Pública que, pelas suas características, têm assegurada uma procura assim que deixam de exercer no Estado.

“Facilitou-se a aposentação”, reconheceu, acrescentando que, se por um lado existem 400 aposentações por ano, este ano já foram contratados 1.700 clínicos e para o próximo será contratado igual número de profissionais.

 

Instituto de Socorros a Náufragos alerta
Bom tempo pode levar muita gente às praias e o Instituto de Socorros a Náufragos está preocupado uma vez que já não há...

Com o calor fora de época a convidar para uma ida à praia, tem de haver cuidados redobrados para os banhistas. O Instituto de Socorros a Náufragos avisa que a maioria das praias já não tem nadadores-salvadores.

Em declarações à Renascença, o comandante Nuno Leitão, do Instituto de Socorros a Náufragos, deixa conselhos aos banhistas.

“Vigiar atentamente as suas crianças, não deixar as crianças brincar na zona molhada porque um golpe de mar pode apanhá-las inesperadamente e levá-las; não tomar banho em sítios que não conhece perfeitamente e nunca se afastar da linha de costa porque não há nadadores-salvadores nem sinalética. Um descuido, por pouco que seja, pode tornar-se num acidente grave”, disse.

Este fim-de-semana prevê-se uma grande afluência às praias portuguesas.

Sete pessoas morreram nas praias portuguesas, durante a época balnear deste ano. Foram menos cinco mortes face ao ano passado.

Os números foram divulgados esta segunda-feira pela Marinha. O comunicado faz referência ao período entre 1 de Maio e 29 de Setembro.

Os casos mortais registaram-se todos em zonas marítimas - um numa praia vigiada (Praia de São Martinho – Nazaré) e os outros seis em praias não vigiadas.

 

Na região norte
Os hospitais do Norte estão com problemas de abastecimento da vacina BCG -contra a tuberculose - e, por isso, tiveram de...

A vacina BCG, destinada à prevenção da tuberculose, está esgotada na Região Norte e muitos foram os pacientes que ficaram com os tratamentos suspensos desde Julho, revela o Jornal de Notícias citado pelo Notícias ao Minuto.

A Administração Regional de Saúde do Norte revelou que se trata de um problema de “ruptura” por parte do fornecedor (único laboratório que produz vacina na Dinamarca) e que os problemas de fornecimento se arrastam “desde Fevereiro”.

Segundo informações obtidas pelo Jornal de Notícias, na primeira semana de Agosto, havia apenas três unidades da vacina no armazém da ULS de Matosinhos, sendo que o stock estava a zero nos restantes quatro armazéns que abastecem os centros de saúde e hospitais.

Ontem, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo dispunha de vacinas “para cerca de 10 dias” e, ao que tudo indica, a empresa fornecedora já informou que está com uma “ruptura de stock” e que é “expectável” que retome o fornecimento “nunca depois de 15 de Novembro”.

 

Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição
A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição garantiu que a distribuição em Portugal opera apenas com entidades...

A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) assegura o “cumprimento estrito” da legislação quanto ao tratamento e gestão de subprodutos de origem animal, restos ou materiais fora de prazo, “e os procedimentos de controlo, qualidade e segurança são uma das grandes preocupações do sector”.

Garantias de Ana Isabel Tito Morais, directora-geral da APED, na sequência de uma denúncia da associação ambientalista Quercus, que disse haver falta de controlo de subprodutos de origem animal, restos ou materiais fora de prazo, nas grandes superfícies comerciais.

Diz a Quercus que esses restos podem ser integrados em rações para animais e assim entrar na alimentação humana, com riscos para a saúde pública. “Foi assim que surgiu a chamada doença das vacas loucas”, dizem os ambientalistas.

Na sequência de denúncias e de um inquérito a Quercus diz ter obtido um retrato “preocupante”, e pede às autoridades para que investiguem os supermercados para saber onde são entregues os subprodutos, e se os operadores de subprodutos de origem animal estão em condições para os receber.

De acordo com a Quercus, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) já recebeu as preocupações dos ambientalistas e confirmou ter instaurado 20 processos em relação a este tema.

Responde a APED que a lei é cumprida e que essa mesma lei estabelece que todos os produtos com derivados de animais devem de ser recolhidos selectivamente e conduzidos a um tratamento específico.

“A APED lamenta que se ponha em causa o bom nome do sector, causando alarmismo na opinião pública”, diz-se no comunicado.

Medicamento para disfunção eréctil
Uso do comprimido azul pode não ser seguro para quem sofre de retinite pigmentosa, revelam os resultados de um estudo australiano.

A doença afecta uma em cada 50 pessoas e pode piorar caso use o medicamento contra a disfunção eréctil, de acordo com um estudo australiano, citado pelo The Guardian.

Já se sabia que o princípio activo do viagra (citrato de sildenafil) pode causar problemas temporários na visão em pessoas saudáveis. O que o estudo da Universidade da Nova Gales do Sul vem demonstrar agora é que o tratamento pode não ser suficiente em casos de retinite, uma das doenças oftálmicas mais comuns. Uma em cada 50 pessoas é portadora do gene que pode desencadear a doença, escreve o Diário de Notícias.

“Os efeitos secundários incluem sensibilidade à luz, visão distorcida e alteração das cores”, disse Lisa Nivison-Smith, do departamento de Optometria e Visão da universidade australiana. "Estamos preocupados com o facto de pessoas com visão normal mas que possuem o gene da doença, possam ser mais susceptíveis a estas mudanças", acrescentou.

Os cientistas publicaram as conclusões dos seus estudos no Experimental Eye Research. Testaram o fármaco em ratos saudáveis e ratos com o gene mutante que pode desencadear a doença.

Os animais saudáveis tiveram problemas de visão durante dois dias, os portadores do gene ficaram afectados durante duas semanas.

Foram também encontrados sinais de morte celular nos olhos dos ratos portadores do gene.

 

Estudo na Science
A Sida surgiu nos anos 20 do século passado, em Kinshasa, actual República Democrática do Congo, conclui um estudo publicado...

Com o título “The early spread and epidemic ignition of HIV-1 in human populations” (“O início da disseminação e propagação epidémica do HIV-1 em populações humanas”), o extenso artigo vem provar que o primeiro vírus que provoca a Sida, o HIV-1, surgiu no antigo Congo Belga, uma novidade em relação a todos os estudos sobre a epidemia.

Nuno Faria, da Universidade de Oxford, Reino Unido, é o primeiro autor do estudo, que fez a análise genética de centenas de amostras de vírus (filogenética), conseguindo-se provar, perante outras hipóteses em África, que foi em Kinshasa que tudo começou, há quase um século.

João Sousa, o outro investigador português dos 14 que assinam o artigo da Science, investigador da Universidade Católica de Lovaina (Bélgica), também ligado ao Instituto de Higiene e Medicina Tropical (Universidade Nova de Lisboa), explicou à Lusa que, no estudo, se conseguiu provar que o vírus de Kinshasa era o mais antigo.

Apesar de o vírus ter origem em chimpanzés dos Camarões (de um tipo que não há no Congo), terá passado para os humanos em algum episódio de caça e teria chegado a Kinshasa num ser humano, explicou João Sousa à Lusa.

O investigador, que para o artigo fez a pesquisa dos factores de risco, é de opinião de que as doenças sexualmente transmissíveis, como a sífilis, que na altura grassava em Kinshasa, terão ajudado muito a propagar o HIV-1.

O antigo Congo Belga tornou-se independente em 1960 e logo a seguir imigrantes do Haiti, nomeadamente professores, foram destacados para o Congo, pela ONU, para ajudar no desenvolvimento do país. Esses profissionais estiveram sobretudo em Kinshasa, onde alguns terão sido infectados, conta João Sousa. E explica que no regresso a casa levaram com eles o vírus. “No Haiti o vírus propagou-se” e, em finais dos anos 60 e início dos anos 70, o Haiti tinha uma grande indústria de turismo sexual, especialmente procurada pela comunidade homossexual dos Estados Unidos, o que levou a que os primeiros casos da doença tenham sido reportados junto de homossexuais norte-americanos.

Explicações de João Sousa são suportadas em análises genéticas de vírus recolhidas no Haiti e na informação que está “escondida” no material genético, como diz à Lusa. E explica também que, desde que se começou a desenvolver em Kinshasa até ser descoberto nos Estados Unidos, o vírus não deixou de se propagar.

Nos anos 80 teria já infectado centenas de milhares de pessoas e, quando surgiu nos Estados Unidos, os meios de diagnóstico eram mais sofisticados, lembra o investigador, segundo o qual o trabalho de investigação vai continuar.

 

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