Infarmed
O Infarmed decidiu hoje retirar do mercado dezenas de medicamentos genéricos, seguindo as recomendações da Agência Europeia do...

Na sexta-feira passada, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) recomendou a suspensão de centenas de genéricos, dos quais 64 comercializados em Portugal, mas o Infarmed ainda não tinha tomado nenhuma decisão, por considerar que “a análise de risco não evidenciou existir falta de segurança ou eficácia”.

Hoje o presidente do Infarmed, Eurico Castro Alves, anunciou que nenhum destes genéricos estará à venda a partir de hoje.

Em causa está uma inspecção realizada à GVK Biosciences, na Índia, que detectou irregularidades na forma como esta empresa conduzia os ensaios clínicos a vários medicamentos que circulam na União Europeia.

Em Espanha, bem como em outros países europeus, os organismos que regulam o sector optaram por suspender os fármacos.

Portugal, segundo revelou hoje em conferência de imprensa o presidente do Infarmed, optou por acompanhar o caso e deu hoje ordem às empresas para que retirem os fármacos do mercado, remetendo a decisão final sobre a suspensão ou não dos genéricos para quando existir uma tomada de posição da União Europeia.

Esta posição é diferente da assumida por este organismo na sexta-feira, no dia em que foi conhecida a recomendação da EMA, que nesse dia emitiu uma circular a indicar que “relativamente aos medicamentos que dispõem de dados suficientes de outras fontes que comprovam o cumprimento dos requisitos regulamentares”, o Comité de Medicamentos para Uso Humano (CHMP) da EMA “recomendou a sua manutenção no mercado”.

Para os restantes medicamentos, “incluindo os que têm alternativas terapêuticas, a análise de risco não evidenciou existir falta de segurança ou eficácia destes medicamentos, pelo que a decisão final sobre a manutenção no mercado será tomada pela Comissão Europeia, tendo em consideração a opinião do CHMP”, prosseguiu a circular.

Hoje, Eurico Castro Alves disse que Portugal não optou logo pela suspensão dos fármacos por esta ser uma decisão que “comporta vários prejuízos para as empresas e para os doentes”.

“A nossa opção foi seguir o caso com toda a prudência, dando-lhe toda a atenção e realizando contactos com outras agências”, disse.

Segundo Eurico Castro Alves, apesar de existirem em Portugal 64 destes medicamentos com autorização de comercialização, apenas 20 estão à venda e têm umas vendas “residuais: 0,3 por cento”.

Trata-se de analgésicos, anti-inflamatórios, anti-histamínicos, entre outros, que não causaram, até ao momento, qualquer problema de saúde e não apresentam riscos para os doentes, segundo Eurico Castro Alves.

A retirada do mercado destes fármacos também não deverá prejudicar os doentes que, segundo Eurico Castro Alves, têm outras alternativas no mercado.

Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos defende
O Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (CRNOM) defendeu hoje que os médicos devem continuar a gerir as suas...

Em comunicado, o CRNOM refere que tem sido confrontado com diversas reclamações de médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) “apreensivos com as consequências das constantes imposições de tempos máximos de duração das consultas e atendimentos aos doentes e de sobreposição de horários de consultas, que potencialmente podem interferir com a boa prática médica”.

Esta é uma “imposição” que, no entender do CRNOM, “não se sustenta em qualquer texto legal, além de, em alguns casos, procurar obrigar o médico a observar doentes de 10 em 10 minutos ou em tempos mais reduzidos, nomeadamente em contexto de avaliação de doentes com doença aguda. Esta prática viola o Código Deontológico da Ordem dos Médicos (artigo 3.º)”.

“Se necessário, ao abrigo do n.º 2 do art.º 271 da Constituição, os médicos devem reclamar por escrito da imposição de tempos insuficientes para consulta e endossar a responsabilidade judicial por qualquer erro de diagnóstico ou terapêutica para a Direção Clínica/Conselho de Administração da Instituição de Saúde”, sublinha.

O CRNOM diz ainda que está disponível para, no limite das suas competências, apoiar institucional e juridicamente os médicos que possam ser atingidos por imposições de tempo que coloquem em causa as boas práticas médicas.

“O Ministério da Saúde persiste em continuar a ignorar a essência da relação médico-doente e a humanização dos cuidados de saúde, contribuindo para dificultar o exercício correcto da medicina sustentado nas boas práticas médicas”, acrescenta a Ordem dos Médicos/Norte.

Terapêutica oral da Genzyme para a Doença de Gaucher Tipo I
A Genzyme - A Sanofi company, anunciou hoje que foi concedida, pela Comissão Europeia (CE), a autorização de comercialização...

Um pequeno número de doentes adultos que metabolizam Cerdelga® mais rapidamente ou com uma taxa indeterminada, conforme avaliação em teste genético efectuado num laboratório acreditado, não serão elegíveis para o tratamento com Cerdelga®. Cerdelga® foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), em Agosto de 2014, e está em avaliação por outras autoridades reguladoras de todo o mundo. Espera-se que esteja disponível comercialmente em países da União Europeia a partir de 2015 e ao longo dos próximos anos.

Cerdelga® (eliglustato) é um inibidor potente, altamente específico, de glicosilceramida sintetase, com distribuição tecidual ampla, incluindo a medula óssea. Cerdelga® reduz a produção de glicosilceramida, uma substância que se acumula nas células e tecidos dos doentes com doença de Gaucher tipo 1.

Cerdelga® é indicado para o tratamento de longo prazo de doentes adultos com doença de Gaucher tipo 1 (DG1), que são metabolizadores fracos (MF), metabolizadores intermédios (MI) ou metabolizadores extensivos (ME) para a enzima CYP2D6.

A maioria das reacções adversas é ligeira e temporária. A reacção adversa notificada com mais frequência com Cerdelga® é diarreia, em aproximadamente 6% dos doentes. A incidência de diarreia foi igual ou superior com placebo, em comparação com Cerdelga®, no estudo principal controlado por placebo. Menos de 2% dos doentes a receber Cerdelga® interromperam permanentemente o tratamento devido a qualquer reacção adversa.

A aprovação da Comissão Europeia baseou-se em dados do programa de desenvolvimento clínico de Cerdelga®, o maior já realizado na doença de Gaucher, o qual reuniu aproximadamente 400 doentes, de 29 países. O programa de desenvolvimento de Cerdelga® incluiu dois ensaios clínicos de Fase 3.

Num ensaio clínico de Fase 3 controlado por placebo (ENGAGE - um estudo em doentes de Gaucher tipo I sem terapêutica prévia) verificaram-se melhorias, após 9 meses, nos seguintes endpoints primários: volume do baço, contagem de plaquetas, níveis de hemoglobina e volume do fígado.

O segundo ensaio clínico de Fase 3 foi desenhado com vista a avaliar a estabilidade da doença em doentes previamente tratados com terapêutica de substituição enzimática (ENCORE). Este estudo atingiu os critérios pré-especificados ao demonstrar a não-inferioridade face à terapêutica de substituição enzimática (imiglucerase), os quais eram um endpoint composto para cada um dos seguintes parâmetros: volume do baço, níveis de hemoglobina, contagem de plaquetas e volume do fígado.

Os doentes incluídos nos estudos de registo continuaram a receber Cerdelga® nos períodos de extensão dos ensaios, e a maioria encontra-se no quarto ou quinto ano de tratamento. Num ensaio clínico de Fase 2 em doentes sem tratamento prévio, Cerdelga® demonstrou um efeito positivo nos parâmetros ósseos, incluindo envolvimento da Medula Óssea (BMB) e densidade mineral óssea (DMO), os quais se mantiveram ao longo de um período de, pelo menos, 4 anos. A maioria dos doentes incluídos no período de extensão do ensaio de Fase 2, estão agora no oitavo ano de tratamento.

Em Bissau
Bainhe Chaque ri-se às gargalhadas quando lhe perguntam como está, porque vai poder voltar a ver o que o rodeia: “já não tenho...

Aos 64 anos e sem gastar um tostão, o guineense acabou de ser operado às cataratas, já em estado agravado, como quase todos os casos diagnosticados na Guiné-Bissau: acabam em cegueira, mas podem ser revertidos.

No país é muito difícil ter acesso a serviços de saúde.

São raros e quando há poucos têm dinheiro para os pagar ou informação para lá chegar - a maioria da população é analfabeta.

“Muitas pessoas ficam cegas por causa de problemas para os quais já há solução”, explica à Lusa o médico oftalmologista Dionísio Cortesão.

Ele e outros 10 médicos e enfermeiros são voluntários: pagaram as viagens de avião de Portugal para a Guiné-Bissau, bem como todas as outras despesas para ficar 11 dias a dar consultas e a realizar cirurgias no Hospital de Cumura, nos arredores de Bissau.

É a quinta Missão Visão que funciona sob a alçada da fundação católica João XXIII e que, ano após ano, angaria consumíveis e reúne médicos e enfermeiros através do “passa a palavra”.

Em oito dias de voluntariado, a equipa já tinha operado cerca de 70 pessoas e prestado quase 700 consultas - com mais dois dias pela frente.

“Cerca de quatro quintos dos doentes que operamos têm menos de 10% de visão em cada olho ou são totalmente cegos”, descreve Dionísio Cortesão.

Na Guiné-Bissau este grupo de médicos depara-se com problemas comuns, como Glaucoma, ou outros mais raros, como o Tracoma, uma inflamação crónica que podia ser evitada com um antibiótico no tempo certo.

Mas a doença que se destaca “são as cataratas, aqui num grau muito mais dramático” daquilo a que os médicos estão acostumados a observar na Europa e com um impacto muito mais grave na vida dos pacientes.

É o caso de Amadu Balde, 75 anos, que perdeu quase toda a visão.

“Mal consigo ver quem está à minha frente”, contou à Lusa depois da consulta onde foi encaminhado para cirurgia.

“Não tenho medo nenhum de ser operado. Quero é ver bem”, sublinhou.

As intervenções são feitas num bloco operatório do Hospital de Cumura, no mesmo piso térreo das consultas, duas portas ao lado, onde à equipa portuguesa se juntam médicos guineenses.

“Aprendemos a usar esta tecnologia mais avançada”, refere Seco Indjai, médico da Guiné-Bissau que não perde a oportunidade de trabalhar com os colegas portugueses.

“Temos muita cegueira evitável e acho que isso pelo menos vamos conseguir resolver” graças às indicações que recebeu, realçou.

A formação no exercício da actividade poderá fazer com que um dia se cumpra o sonho do líder da missão, o oftalmologista Luís Gonçalves.

“O meu sonho era daqui a algum tempo poder vir cá, à Guiné, e não precisar de fazer cirurgia nenhuma por estarem os colegas de cá a trabalhar. E eu venho passar umas férias”, descreveu.

Enquanto isso não acontece, outras missões repletas de trabalho diário vão seguir-se.

Esta quinta-feira à tarde é tempo de fazer o balanço e um inventário que servirá para preparar a missão do próximo ano.

Os médicos oftalmologistas prometem regressar para "transformar vidas", conclui Luís Gonçalves.

Programa de intervenção e promoção da saúde mental juvenil
O “Young Health Programme (YHP) – Like ME” é um programa de intervenção e promoção da saúde mental juvenil que tem como...

Caracterizar em matéria de saúde, de bullying, de auto-estima e de autoconceito, as populações juvenis inseridas nos diversos projectos de intervenção comunitária que integram o “YHP - Like ME” foram os objectivos do estudo realizado pelo Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde (CIIS) do Instituto de Ciências da Saúde (ICS) da Universidade Católica Portuguesa (UCP), em articulação com a Médicos do Mundo (MdM).

O “YHP” é o maior programa de responsabilidade social corporativa da AstraZeneca, a nível global, desenvolvido em parceria com a Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health e a Plan International, que decorre actualmente em 20 países em diferentes áreas da saúde. Em Portugal, com apoio local da Médicos do Mundo, o programa assume a denominação de “YHP-Like ME” e com foco na saúde mental. Lançado oficialmente em Fevereiro de 2013, é direccionado a jovens entre os 10 e os 12 anos de idade, integrados em 10 projectos Escolhas, com reduzido acesso a cuidados de saúde e em situação de vulnerabilidade, alterações no desenvolvimento ou problemas comportamentais relacionados com autoconceito, auto-estima e auto-imagem.

A importância deste projecto foi entretanto reconhecida internacionalmente no ano passado pela UNICEF/NCD Child, tendo sido seleccionado para participar no processo de consulta do novo capítulo sobre prevenção das Doenças Não Transmissíveis (DNT) do Manual “Factos para a Vida”. À semelhança das questões de saúde mental, com esta parceria, o programa também vai passar a debruçar-se sobre o tema das DNT.

A sessão de apresentação dos resultados conta com a participação do Prof. Doutor Alexandre Castro Caldas, Director do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa, do Prof. Doutor Sérgio Deodato, Coordenador da Unidade de Ensino de Enfermagem de Lisboa do ICS da UCP, da Dra. Carla Paiva, Directora Geral da MdM e do Dr. David Setboun, AstraZeneca Portugal Country President. Os resultados do estudo serão apresentados pela Prof.ª Doutora Elisabete Nunes e pelo Prof.º Doutor Manuel Luís Capelas, investigadores do CIIS e Docentes de Enfermagem da UCP. Na ocasião, também estarão presentes alguns dos jovens participantes dos diversos projectos que integram o “Like ME” e respectivos coordenadores. 

Município de Penafiel e DIAVERUM
A Escola Secundária de Penafiel recebeu ontem, pelas 10h00, a assinatura de protocolo entre a Câmara Municipal de Penafiel e a...

Com este protocolo, o primeiro assinado entre um município e uma entidade privada para a prevenção primária na área da saúde renal em escolas, a Câmara Municipal de Penafiel procura o envolvimento da rede escolar na sensibilização e educação de crianças e jovens penafidelenses do ensino pré-escolar, básico e secundário. Para o efeito o Município conta com o apoio da DIAVERUM, empresa sueca que se distingue pelos cuidados médicos renais de primeira qualidade em todo o mundo e que em Portugal conta com 25 clínicas, fazendo parte da rede de prestadores convencionados com o Ministério da Saúde português.

Desta iniciativa resultará a campanha “Aprender a proteger os Rins!” que congregará esforços entre a comunidade clínica da DIAVERUM, a comunidade educativa e o Município de Penafiel, para a prevenção primária, ou seja, a educação sobre a doença e sobre hábitos de vida saudáveis que previnam as suas causas. Esta é uma orientação estratégica que pode ter um impacto significativo a médio e longo prazo, evitando o aumento do número de pessoas que sofrem desta doença. A DIAVERUM partilha da ideia de que o sector privado, as associações e a sociedade civil em geral podem ter um papel proactivo na prevenção da doença renal.

“A incidência da Doença Renal Crónica Terminal, em Portugal, é a mais elevada da Europa. A DIAVERUM vê como uma responsabilidade social sua, inalienável, a prevenção primária dessa doença. Termos estabelecido a parceria que hoje firmamos, garante sustentabilidade às acções de formação que terão lugar nas escolas. Só através desse esforço sustentado, se poderá a médio/longo prazo, reduzir os números desta doença em Portugal. Este protocolo constitui um claro exemplo de como o sector privado e o poder local podem e devem articular-se em prol da saúde pública”, afirmou André Freitas, Director Comercial da DIAVERUM.

Hospital Garcia de Orta
O presidente do Conselho de Administração do Hospital Garcia de Orta, Daniel Ferro, anunciou ontem um conjunto de medidas para...

“Na sequência de reunião tida hoje com o Conselho de Administração, vimos reafirmar a nossa posição demissionária. Aceitámos participar activamente em reuniões de organização/reestruturação do Serviço de Urgência, contudo ainda não se desenham resultados e a nossa posição mantém-se inalterada”, afirmaram, em comunicado enviado à Lusa, os sete chefes do Serviço de Urgências do Garcia de Orta, que pediram a demissão na segunda-feira.

Em conferência de imprensa, o presidente do Conselho de Administração do Hospital Garcia de Orta, Daniel Ferro, anunciou ao final da tarde de ontem que os sete clínicos iam colaborar na reorganização da urgência daquele hospital, tendo mesmo anunciado um conjunto de medidas concretas, com o acordo dos chefes do serviço de Urgências que tinham apresentado o pedido de demissão. (Corrige a referência à presença de alguns dos chefes do serviço de Urgências na conferência de imprensa, dado que não estiveram presentes).

“Vamos aumentar a capacidade de internamento médico em mais 16 camas, de forma a permitir tratar em regime de alta resolução - em que este hospital tem uma boa experiência - cerca de 800 a 900 doentes por ano”, disse Daniel Ferro, adiantando outras medidas concretas que, alegadamente, teriam merecido o acordo dos sete clínicos demissionários.

A contratação de três ou quatro médicos especialistas e mais seis enfermeiros, melhor articulação com os Centros de Saúde de Almada e do Seixal, foi outra garantia dada aos sete médicos, que vão trabalhar na implementação das medidas acordadas com a administração do hospital.

Após a reunião com os chefes do Serviço de Urgências realizada ontem à tarde, Daniel Ferro anunciou ainda a intenção de “melhorar a articulação, de forma permanente, com a rede de cuidados continuados e com a Segurança Social, de modo a reduzir, se possível a zero, os casos de doentes com alta clínica, a aguardarem internamento, ou a aguardar vaga na rede de cuidados continuados ou em lares”.

“Obtivemos a colaboração da Administração Regional de Saúde de Lisboa e da Segurança Social de Setúbal e já começamos a transferir doentes, esperando que dentro de 24 a 48 horas, ter esta situação resolvida”, acrescentou.

Daniel Ferro referiu ainda que nas últimas semanas houve mais uma centena de internamentos do que era habitual no mesmo período em anos anteriores, situação que terá contribuído decisivamente para a sobrelotação nas urgências daquela unidade hospitalar.

Analisadas mais de 1000 apresentações
Regulador diz que em causa não está a segurança nem a eficácia, mas recomenda suspensão da comercialização. Em Portugal há 64...

A Agência Europeia do Medicamento (EMA) recomendou a suspensão da venda de alguns fármacos genéricos cujos ensaios clínicos tinham sido feitos na Índia pela empresa GVK Biosciences, depois de terem sido detectadas falhas nos procedimentos que sustentam os resultados dos testes. Os problemas foram inicialmente detectados pela agência francesa do medicamento, que remeteu o caso para o organismo europeu, escreve o jornal Público na sua edição digital.

Na sua recomendação a EMA explica que a inspecção detectou falhas na forma como a GVK Biosciences conduz os ensaios clínicos. O Comité de Medicamentos para Uso Humano da EMA analisou mais de 1000 apresentações de medicamentos disponibilizados pela empresa em causa. Em 300 casos havia informação suficiente de outras fontes sobre a sua segurança e eficácia, pelo que podem manter-se no mercado.

De acordo com a lista da EMA, em Portugal há 64 apresentações de medicamentos com ensaios clínicos conduzidos pela GVK Biosciences. Em causa estão medicamentos para várias patologias, destes protectores gástricos a anti-depressivos, analgésicos, anti-histamínicos, neurolépticos, vasodilatadores e fármacos para demências e doença de Parkinson.

Nos restantes 700 medicamentos em que a informação foi considerada insuficiente, o regulador europeu recomenda a suspensão da sua comercialização. A única excepção está relacionada com os medicamentos que são considerados essenciais para os doentes e em que não há alternativas. Nestes casos a vigilância dos doentes deve ser mais apertada, ainda que a EMA assegure que “não há evidência de falta de segurança ou de eficácia” dos medicamentos em causa. A empresa tem 12 meses para apresentar dados adicionais sobre os medicamentos considerados essenciais para os doentes.

As irregularidades encontradas pelas autoridades francesas estão relacionadas com a manipulação de electrocardiogramas durante a condução de alguns estudos de medicamentos genéricos. “Estas manipulações aparentemente tiveram lugar durante um período de pelo menos cinco anos”, diz a EMA, que considera que este comportamento coloca em causa a integridade dos ensaios conduzidos pela GVK Biosciences e dos dados disponibilizados pela empresa no seu site.

Alguns países, como Espanha, já optaram por suspender a comercialização dos medicamentos em causa, mas uma decisão geral para todos os Estados-membros só pode ser tomada pela Comissão Europeia. Do lado da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) ainda não é conhecida uma decisão final.

Mas numa circular datada de 23 de Janeiro o regulador português avançava que na inspecção realizada pela agência francesa do medicamento tinham sido “identificadas não conformidades regulamentares graves na GVK Biosciences”. A nota dizia ainda que, apesar das falhas, a “análise de risco não evidenciou existir falta de segurança ou eficácia destes medicamentos”, cabendo a palavra final à Comissão Europeia. O PÚBLICO questionou o Infarmed para perceber se já há uma decisão para Portugal e quantos medicamentos existem efectivamente no país nestas circunstâncias, mas ainda não obteve resposta.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde disse que a situação no Hospital Garcia de Orta, Almada deverá ficar resolvida nos próximos dias,...

Sete chefes da equipa do serviço de urgência do Garcia de Orta apresentaram na segunda-feira demissão, justificando a decisão com a degradação das condições de trabalho e também com a excessiva lotação de doentes internados.

“Uma primeira questão que temos de resolver no Garcia de Orta diz respeito a resolver os casos sociais, ou seja as pessoas que não têm indicação clínica para estar a ocupar camas, e um segundo aspecto é resolver o caso dos doentes que têm indicação clínica para cuidados continuados e não para permanecerem nos hospitais”, afirmou Paulo Macedo, no final de uma visita ao Hospital de São João, no Porto.

De acordo com o ministro, existe “a possibilidade de resolver esta situação, entre hoje e o princípio da próxima semana, e também se for necessário, far-se-á o desvio de doentes para outros hospitais”.

Relativamente a recursos humanos, o ministro disse que “o hospital recrutou um conjunto muito importante de enfermeiros recentemente e está a aguardar a finalização de alguns concursos de especialidades hospitalares. Devem estar a terminar, nas próximas semanas, segundo o presidente do Conselho de Administração”.

“Há aqui aspectos que o Conselho da Administração está a resolver com o apoio da Administração Regional de Saúde [ARS], porque nós queremos que a situação fique normalizada”, sublinhou.

Paulo Macedo considerou que, “neste momento, há uma profunda consciencialização de que há uma necessidade de prestação de cuidados, de que os profissionais estão comprometidos e de que estão a ser disponibilizados mais meios”.

“Volto a lembrar que só para o Hospital Garcia de Orta, neste período de crise, disponibilizámos fundos, através de perdões de dívida, de aumentos de capital e de regularizações de dívidas, de mais de 140 milhões de euros. Deste montante, mais de cinco milhões de euros foram disponibilizados em Dezembro de 2014 e serão disponibilizado mais cerca de 10 milhões”, referiu.

Para o ministro, a situação que se vive em muitas urgências hospitalares está relacionado com “um aumento de internamentos sem paralelo daquilo que foi no passado. Não temos um afluxo muitíssimo maior de pessoas às urgências, mas temos muito mais pessoas a ser internadas que exigem mais atenção e mais tempo”.

“Ou seja, isto é uma realidade no Garcia de Orta, do resto do país e também aqui do São João. Em alguns casos, hospitais que tinham percentagens de internamento de pessoas que iam às urgências de 8%, neste momento estão com cerca de 15%. Isto diz respeito aos idosos com múltiplas morbilidades, com gripe, mas sobretudo com uma grande componente de infecções respiratórias”, acrescentou.

Estudo
Alguns medicamentos anti-colinérgicos, como anti-depressivos, comprimidos para dormir ou anti-histamínicos, podem aumentar o...

Comprimidos para dormir, para a febre e anti-depressivos podem aumentar o risco de desenvolver a doença de Alzheimer, refere o Daily Mail.

A conclusão é de investigadores que encontraram uma ligação entre a demência nas pessoas mais velhas e anti-colinérgicos, onde se incluem anti-histamínicos, comprimidos para dormir e alguns anti-depressivos.

Estes medicamentos afectam o cérebro ao bloquear um químico importante chamado acetilcolina, que tem várias funções no corpo. O estudo realizado nos Estados Unidos indicou que o risco de demência torna-se maior quando são tomadas doses elevadas durante vários anos.

Recorde-se que, muitos destes medicamentos são receitados, em grande parte, a pessoas mais velhas. Muitas destas drogas não podem ser descontinuadas sem aconselhamento médicas, mas uma das autoras do estudo sugere que os médicos devem reavaliar as doses dos pacientes mais idosos.

Para quem toma doses mais elevadas de anticolinérgicos, o risco de demência é 54% mais alto do que aqueles que não tomam nenhum desses medicamentos. O risco de desenvolver Alzheimer é 63% mais elevado

Equipa do serviço de urgência
A Administração do hospital Garcia de Orta, em Almada, prometeu para hoje uma solução para colmatar a demissão dos sete chefes...

Fonte da assessoria do Hospital Garcia de Orta adiantou que “estão a ser feitas negociações por parte da administração para encontrar soluções que ainda hoje vão ser anunciadas, provavelmente ao final do dia”.

Os sete chefes da equipa do serviço de urgência justificaram a demissão com a degradação das condições de trabalho e também com a excessiva lotação de doentes internados.

Segundo a administração do hospital, já estão a ser tomadas medidas para “fazer face ao aumento nos internamentos”, assim como outras iniciativas que "serão anunciadas hoje”.

Questionada pela Lusa sobre se a demissão dos médicos vai afectar o funcionamento dos serviços de urgência, a fonte da assessoria explicou que a administração hospitalar compreende as necessidades dos médicos e que “serão tomadas medidas imediatas para resolver a situação”. A fonte admitiu a possibilidade de os médicos poderem vir a recuar no pedido de demissão, tendo em conta as medidas que vão ser tomadas.

“Não haveria [recuo no pedido de demissão] se as condições difíceis não fossem reversíveis, mas as condições são reversíveis”, salientou a fonte, lembrando que a situação do aumento do número dos doentes é generalizada em todos os hospitais.

“Estas dificuldades neste hospital não são excepção. Há medidas que vão ser tomadas para resolver a situação”, concluiu a fonte da administração do Garcia de Orta.

Não pagam taxa sobre vendas
As empresas responsáveis por mais de 75% da despesa pública com medicamentos já aderiram ao acordo com o Estado que visa um...

Este acordo, assinado no final do ano passado e para entrar em vigor em 2015, definia que as empresas tinham até 31 de Dezembro de 2014 para aderirem. No entanto, o prazo só termina no final deste mês, um adiamento que se deveu ao “período festivo no mês de Dezembro no decurso normal das actividades das empresas”, segundo o Infarmed, organismo que regula o sector do medicamento em Portugal.

Para já, está confirmada a adesão de “um conjunto de empresas que representam mais de 75% da despesa pública com medicamentos, incluindo as empresas com maior representatividade”.

A meta de poupança é de 180 milhões de euros, cabendo aos associados da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) uma contribuição de 135 milhões de euros. Estas empresas, ao aderirem ao acordo, ficam isentas de pagar a taxa sobre vendas, a qual está prevista no Orçamento do Estado para 2015.

Segundo o Infarmed, esta nova taxa vai começar a ser cobrada no final de Março, uma vez que “a contribuição incide sobre o total de vendas de medicamentos realizadas em cada trimestre”. Desde 2012 que os ministérios da Saúde e das Finanças e a Apifarma têm firmado acordos com vista à sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e ao acesso ao medicamento.

Em 2014, o acordo firmado entre o Ministério da Saúde e a Apifarma permitiu aos hospitais do SNS receberem 95 milhões de euros mediante notas de crédito já emitidas pelas empresas farmacêuticas, segundo a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

Mandato de cinco anos
O director regional para África da Organização Mundial de Saúde, Luís Gomes Sambo, foi oficialmente substituído por Matshidiso...

Matshidico Rebecca Moeti inicia um mandato de cinco anos no dia 1 de Fevereiro de 2015, sucedendo ao angolano Luís Gomes Sambo, que ocupou o cargo de director regional durante 10 anos.

"Vou acelerar a implementação do programa de reforma global da Organização Mundial de Saúde (OMS) na região Africana, tornando-nos num parceiro ainda mais efectivos, pró-activo e responsável para os nossos Estados membros", disse a nova directora regional da OMS, citada no comunicado.

A eleição da especialista em saúde pública foi apoiada pelos ministros de Saúde dos Estados membros da OMS-África em Novembro de 2014 e confirmada em Genebra no Conselho executivo da organização.

Licenciado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Angola e doutor em Gestão pela Universidade de Hull (Reino Unido), Luís Sambo chegou a ser vice-ministro da Saúde na década de 1980, tendo entrado em 1989 para a OMS, primeiro como chefe de equipa em Harare, Zimbabué.

A 136ª sessão do Conselho executivo da OMS decorre de 26 Janeiro a 3 de Fevereiro de 2015 e vai abordar temas como orçamento, reforma da instituição, sistemas de saúde, doenças e políticas para a promoção da saúde. O Conselho Executivo é constituído por 34 membros eleitos para três anos.

Suspensão de prevenção ao fim-de-semana
O Centro Hospitalar de Lisboa Central confirmou a suspensão de prevenção ao fim-de-semana da Neurocirurgia-Vascular.

Segundo a direcção do centro hospitalar, a suspensão ocorre, neste caso, desde "Abril de 2014 e da Neuroradiologia de Intervenção desde 2013", confirmando a notícia revelada pelo Diário de Notícias que o Hospital de S. José, em Lisboa, não tem tratamento para aneurismas ao fim-de-semana.

"Sendo a prevenção de regime voluntário, existe indisponibilidade por parte de alguns profissionais para a fazer, o que se deve às alterações dos regimes remuneratórios. Alguns daqueles profissionais rejeitam os valores actualmente propostos para o pagamento dessas horas de prevenção, o que inviabiliza o indispensável trabalho da equipa", explica o centro.

De acordo com informação da assessoria de imprensa, o centro hospitalar "preparou uma proposta para enviar à tutela no sentido de reactivar o trabalho em questão para as equipas de Neuroradiologia, alertando para a melhoria significativa dos cuidados que podem ser prestados no tratamento daqueles casos. Igualmente no caso das cirurgias dos aneurismas realizadas pela Neurocirurgia-Vascular, encontra-se também elaborada uma proposta com uma solução alternativa".

"Relativamente à transferência para outras unidades hospitalares destes doentes, esta é limitada pelo facto da mobilização e transporte na fase aguda da hemorragia subaracnoideia por aneurisma roto (com instabilidade neurológica e geral) não sendo a mais adequada conduta médica. Além do mais, existem neurocirurgiões 24h sobre 24h no Hospital de S. José", acrescenta, ressalvando que "não tem conhecimento até à data de situações fatais ou doentes com sequelas graves operados nem tem conhecimento da existência de quaisquer reclamações de familiares ou doentes".

 

Doença afecta 100 milhões de pessoas em todo o mundo
A falta de informação é um dos principais problemas que enfrentam famílias e doentes que sofrem de psoríase, uma doença...

Para fazer face à iliteracia sobre esta doença, a LEO Farmacêuticos, um dos laboratórios que mais investe na investigação neste sector, criou o QualityCare™, um serviço de apoio gratuito e confidencial, para pessoas diagnosticadas e familiares com psoríase. Trata-se de uma plataforma online que disponibiliza informação importante e aconselhamento personalizado sobre a psoríase e como controlar a doença da melhor forma possível.

O QualityCare™ disponibiliza uma gama de ferramentas e funcionalidades úteis e de fácil utilização, permitindo aos doentes não só um maior conhecimento sobre a doença e tratamentos disponíveis, mas também o esclarecimento das dúvidas que eventualmente tenham sobre outras áreas complementares. Ao criar um perfil na página, os doentes seleccionam os temas que consideram mais interessantes, podendo, desta forma, aceder a conteúdos que lhe são direccionados. Após a criação do perfil, os doentes podem aceder à sua página pessoal, local onde é possível encontrar e guardar os artigos mais relevantes. De forma a manter os doentes motivados e actualizados, estes podem, ainda, subscrever o envio de mensagens de e-mail e/ou de texto. Assim, com o QualityCare™ os doentes dispõem da informação que necessitam, definindo as suas prioridades e, caso estas se alterem, ajustando continuamente os seus temas de interesses.

Esta plataforma da LEO Farmacêuticos destina-se aos doentes, daí que as suas opiniões sejam de fundamental importância para aprimorar o serviço de forma contínua. Assim, a qualquer altura, é possível aos utilizadores classificarem o seu nível de satisfação com o serviço, designadamente através de um breve inquérito.

A psoríase é uma doença da pele que pode afectar qualquer pessoa e que acarreta um estigma social, fruto da falta de informação. Atinge cerca de 2 a 3% da população e pode surgir em qualquer idade, existindo um pico de incidência durante o final da adolescência e o início da terceira década de vida, e um segundo pico quando os doentes ultrapassam a barreira dos cinquenta anos. Estima-se que em Portugal cerca de 250 mil pessoas tenham psoríase, uma doença não contagiosa, mas que ainda luta contra o preconceito.

Direcção-Geral da Saúde nota
A Direcção-Geral da Saúde esclareceu que “habitualmente morrem no mês de Janeiro entre 12 mil e 13 mil cidadãos”. Isto depois...

Para tentar desfazer a confusão sobre os números da mortalidade que têm sido divulgados nos últimos tempos, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) fez questão de explicar que “habitualmente morrem no mês de Janeiro entre 12 mil e 13 mil cidadãos”, enquanto em Agosto os óbitos oscilam entre os 7 mil e os 8 mil. Estas diferenças “observam-se sempre”, frisa a DGS num esclarecimento.

O esclarecimento surge um dia depois de o ministro da Saúde, Paulo Macedo, ter defendido que o registo da DGS que aponta para a ocorrência de “700 mortes” nos primeiros 20 dias deste mês nos serviços de urgência dos hospitais públicos “não tem nada de assustador”. Paulo Macedo explicou aos jornalistas que “todos os anos” há “um grande número de óbitos” no Inverno.

“Há uma alteração de hábitos culturais”, considerou o governante à Lusa, notando que se constata que “há mais pessoas que vão falecer hoje em dia aos hospitais”. Em 2015, a DGS estima que irão morrer entre 105 mil e 107 mil portugueses e, destes, mais de 60 mil morrerão em estabelecimentos hospitalares, incluindo serviços de urgência. O que está a acontecer este ano já tinha acontecido no passado (a última vez foi no Inverno de 2011/2012).

Há mais mortes do que seria de esperar (excesso de mortalidade) desde há três semanas. Mas este fenómeno, sublinha a DGS, está a verificar-se não só em Portugal, mas também em Inglaterra, na Escócia e na Holanda, entre outros países. Em Portugal, uma das justificações residirá na “onda de frio” registada desde 15 de Dezembro. O valor médio das temperaturas mínimas foi inferior em relação ao valor normal para a época “em 2,4 graus Célsius”.

Entretanto, o ex-ministro da Saúde do PS Correia de Campos decidiu, ontem, aconselhar Paulo Macedo a não apertar “mais a tarraxa” das restrições financeiras. ”Passaram quatro anos e os efeitos da crise quase desapareceram [sem grande dor], nos primeiros três anos. Mas, neste momento, o equipamento, as instituições, começam a fracturar-se”, disse Correia de Campos, em declarações à Lusa. “Acho que chegou a um ponto em que ele [Paulo Macedo] não pode apertar mais a tarraxa”, avisou.

Taxa sobre os sacos de plástico a 15 de Fevereiro
Taxa de 10 cêntimos entra em vigor a 15 de Fevereiro e as maiores cadeias estão a reforçar a oferta de embalagens não sujeitas...

Num dos hipermercados Jumbo, do grupo Auchan, há novas prateleiras onde é possível encontrar sacos para todos os gostos e feitios. Com ou sem rodas, grandes ou pequenos, dobráveis ou mais estáticos. No Pingo Doce, além dos sacos de ráfia ou com rodas há, agora, embalagens de papel. No Continente, reforça-se a oferta. E no Minipreço estudam-se outras soluções para que, a médio prazo, o saco de plástico desapareça

A cerca de três semanas de entrar em vigor a taxa sobre os sacos de plástico, que vai custar aos bolsos dos portugueses dez cêntimos (com IVA incluído), as cadeias de híper e supermercados estão a apostar noutras alternativas, numa estratégia que parece passar pelo fim do plástico como material privilegiado para transportar compras. Os clientes terão de pagar pelo saco, mas a tendência será gastarem dinheiro em embalagens mais duradouras e reutilizáveis.

A cadeia Dia/Minipreço cobra actualmente três cêntimos por cada saco mas Ana Margarida Monteiro, directora de comunicação da empresa espanhola, avança que a “política inicial é só cobrar o valor da taxa”. “Estamos a avaliar alternativas”, afirmou segunda-feira, à margem de um encontro com a imprensa. A empresa vai assumir o custo do saco, de três cêntimos, e passa a cobrar 10 cêntimos, mas vai aumentar a oferta. “A perspectiva é que o saco desapareça e que haja outras alternativas. Ou outro saco que custe dez cêntimos mas de melhor qualidade”, detalha.

O Pingo Doce cobra dois cêntimos pelo saco de plástico mas também já alargou a oferta a sacos de papel (12 cêntimos), além dos de ráfia ou com rodas. Ainda não se sabe o que o grupo Jerónimo Martins fará - se vai assumir o custo, cobrando apenas a taxa ao cliente ou, se pelo contrário, aplicará um preço total de 12 cêntimos. Contactada, fonte oficial escusa-se, "para já, a avançar mais informação", uma vez que "ainda decorre (até 15 de Fevereiro) o período transitório entre a publicação da portaria e a aplicação efectiva da taxa".

Num dos hipermercados Continente, este fim-de-semana, aguardava-se a chegada de novos sacos para substituir os que a cadeia oferece actualmente aos clientes para transportar artigos de maior volume. Fonte da empresa, do grupo Sonae, adianta que “está já a trabalhar num conjunto de soluções, nomeadamente, o reforço da gama de sacos disponíveis nos seus hipermercados”. A intenção é “cumprir sempre as leis” e, em simultâneo, “encontrar alternativas que vão ao encontro das expectativas” dos clientes.

A nova taxa vai entrar em vigor a 15 de Fevereiro, no âmbito das medidas de fiscalidade verde aprovadas no final do ano passado. Pelos cálculos do Governo, deverá permitir um encaixe de 34,4 milhões de euros. Portugal tem de cumprir as metas da comissão Europeia que quer reduzir o consumo de sacos com uma espessura inferior a 0,05 milímetros. Bruxelas diz que quase 100 mil milhões de sacos são usados por ano, na Europa, e cada cidadão consome, em média, 198 sacos. Em Portugal o consumo estimado é de 466 por pessoa, mas os valores não são concretos e não se sabe ao certo quantos sacos são, efectivamente, consumidos. A intenção da taxa é diminuir o consumo para 35 sacos por pessoa por ano.

Recentemente, a Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (APHORT) voltou a criticar a nova lei e deu, como exemplo, o caso de um estabelecimento de take away que “facilmente” tem em armazém tem mais de 100 mil sacos. A lei proíbe a lojas de usar os sacos comprados antes de 15 de Fevereiro (e livres de impostos) e o Ministério do Ambiente já sugeriu que as empresas tentem devolver o excedente aos fornecedores.

Informações falsas e susceptíveis de induzir em erro
A Associação Portuguesa de Direito de Consumo apresentou queixa à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica e à Secretaria...

Produtos como "cogumelos do tempo, chás medicinais e ‘kits’ de emagrecimento" podem ser considerados, de acordo com a lei das práticas comerciais desleais, ilegais, por a publicidade feita em torno desses produtos alegar a cura "de determinadas maleitas", combate eficaz a doenças ou resolução de problemas de peso, explicou o presidente da Associação Portuguesa de Direito de Consumo (APDC), Mário Frota.

Essa mesma lei refere que se considera enganosa a comercialização que "contenha informações falsas, susceptíveis de induzir em erro o consumidor nas características, composição e entrega do produto".

O presidente da APDC exigiu que, "caso se confirme que estes produtos não têm comprovação científica, que se retirem do mercado e que se punam exemplarmente os seus mentores".

A regulamentação já existe, sendo apenas necessário "um maior controlo da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) em relação a estes produtos", fazendo-se exigências de "avaliação científica" a esses "produtos milagrosos", disse Mário Frota.

"Estes produtos têm sido condenados noutros países, em que há algum cuidado no tratamento destas matérias", sublinhou, apontando o exemplo do Brasil, em que um desses produtos, semelhante a um que se vende em Portugal, foi "condenado, por se tratar de publicidade enganosa", pela justiça brasileira.

Segundo o presidente da APDC, "isto não é mais do que uma fraude", defendendo "rigor na publicitação de produtos que não podem ser confundidos com medicamentos ou suplementos alimentares" e que se "discipline o sector".

Mário Frota criticou ainda a presença de "figuras públicas" a publicitar os tais "produtos milagrosos", que têm como objectivo "dar credibilidade" aos mesmos.

Por uma causa solidária
Um praticante de Stand Up Paddle propõe-se passar 24 horas em cima de uma prancha, na lagoa das Sete Cidades, para recolher...

"Decidimos juntarmo-nos, e sermos úteis nesta nossa ideia, à Associação de Paralisia Cerebral de São Miguel, sobretudo porque eles estão finalmente a cumprir um dos seus grandes objectivos que seria o da construção do Centro de Paralisia Cerebral dos Açores", adiantou David Cordovil.

O professor de educação física, de 31 anos, residente na ilha de São Miguel, criou com um grupo de amigos uma iniciativa solidária intitulada "24 Hours SUP for Charity", que consiste em angariar fundos por cada quilómetro percorrido em 24 horas em cima de uma prancha.

"Eu vou remar 24 horas sendo que há um conjunto de empresas que entram em regime de patrocínio ou mecenato. Estes mecenas entram no evento com o pagamento inicial de 100 euros", explicou.

David Cordovil pratica a modalidade de Stand Up Paddle (SUP), desporto náutico de origem havaiana em maior expansão mundial que consiste em remar de pé numa prancha. Já se está a preparar fisicamente para o evento, previsto para 3 e 4 de Julho de 2015, na lagoa das Sete Cidades.

"Treino sempre duas horas, quatro vezes por semana. Já fiz seis horas, mas esses treinos de grandes durações deixam algumas marcas em termos de recuperação, sobretudo, ao nível de ombros e de zona lombar, mas para chegar às 24 horas não é necessário fazer treinos de 24 horas", explicou o desportista.

Esta iniciativa solidária pode até entrar para livro os recordes mundiais, o Guiness, se até lá forem reunidas todas as condições exigidas para o efeito e se David Cordovil conseguir bater os cerca de 166 quilómetros em cima de uma prancha, marca conseguida por um cidadão inglês.

"Para que seja possível chegar próximo desse recorde são precisas condições óptimas em termos de vento e de ondulação da própria Lagoa. Depois, eu não posso parar de forma nenhuma, tudo o que seja abastecimento de água e comida tem de ser feito em cima da prancha, precisamos depois de dois GPS que comprovem as distâncias percorridas e as velocidades", disse.

As regras do World Guiness Record ditam também a presença de "uma espécie de juiz credenciado", exigência que poderá estar solucionada com a presença já garantida de Isa Sebastião, campeã nacional de SUP, quando David Cordovil subir para a prancha às 19 horas do dia 3 de Julho.

Em simultâneo, vai decorrer num recinto localizado na margem da lagoa das Sete Cidades um evento com várias actividades desportivas (BTT, Paddle, Passeios equestres, baptismos de parapente e de mergulho), bem como um espectáculo com música e animação.

A entrada é gratuita mas por cada euro gasto no recinto há uma percentagem que reverte a favor da Associação de Paralisia Cerebral de São Miguel.

Com 722 pontos
Portugal está classificado em 13.º lugar no Índice Europeu de Saúde dos Consumidores de 2014, com 722 pontos de um máximo de...

A Holanda continua no primeiro ligado do Índice Europeu de Saúde dos Consumidores (IESC), com 898 pontos de um máximo de 1.000, seguida pela Suíça, Noruega, Finlândia e Dinamarca.

A 8.ª edição do estudo inclui 36 países e a Escócia e conclui que, apesar de ligeiras reduções nos gastos com a assistência médica em muitos países, o desempenho total da assistência médica continua a melhorar.

O IESC considera que, apesar de estar "sob forte pressão financeira, Portugal tem conseguido superar insuficiências históricas, tais como acesso deficiente e resultados fracos, o que lhe valeu a subida de três lugares em relação a 2013".

O país terá ainda, recomenda o estudo, de melhorar no campo da prevenção, nomeadamente do tabagismo e do abuso do álcool, que "se mantêm em níveis altos".

No que respeita aos antibióticos, foi reduzido o seu uso excessivo "mas as infecções hospitalares resistentes são ainda uma ameaça importante".

Portugal aumentou 51 pontos para os 722 desde o estudo de 2013, o que, para os responsáveis do IESC, reflecte a melhoria dos direitos e informações e acesso dos pacientes.

O estudo revela também que tem sido enfrentado com bons resultados o problema da tradicional longa espera da assistência médica portuguesa, o que contradiz a situação verificada nestas primeiras semanas de Janeiro com longas filas e elevados tempos de espera em várias urgências hospitalares.

Também melhoraram os resultados dos tratamentos embora haja tendência para reduzir a gama e o alcance dos serviços e do acesso a novos produtos farmacêuticos.

Aliás, o relatório recomenda que "quando os recursos assim o permitam, a gama e o alcance dos serviços devem ser salvaguardados para prevenir mais desigualdade na assistência médica.

Na tabela de 2014, Portugal está à frente da Inglaterra e logo após a Suécia, ultrapassando ainda os 670 pontos da Espanha e os 648 da Itália.

O Índice é compilado a partir de uma combinação de estatísticas públicas, sondagens a pacientes e pesquisa independente conduzida pela Health Consumer Powerhouse Ltd, uma empresa privada sediada na Suécia, medindo o desempenho da assistência médica na Europa e no Canadá.

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