A partir de 31 de Março
Os técnicos de diagnóstico vão iniciar uma greve por tempo indeterminado a partir do dia 31 de Março em protesto pelo bloqueio...

Em comunicado, o Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica (STSS) anunciaram que a decisão de avançar para uma greve por tempo indeterminado foi tomada no final da semana passada numa reunião da direcção do sindicato.

“O STSS entende que o ministro da Saúde deve explicações aos utentes do Serviço Nacional de Saúde pois serão os grandes lesados de uma greve que, em condições de normal respeito do governo pelas regras de um Estado de direito, não deveria acontecer”, refere a nota.

Análises clínicas e outros exames de diagnóstico e terapêutica poderão ser afectados pela greve, que pode ainda ter impacto em cirurgias programadas.

Os técnicos de diagnóstico já cumpriram este mês dois dias de protesto, uma paralisação contra “o bloqueio negocial das carreiras, imposto pelo Governo, em clara violação da lei”.

Segundo o sindicato, a necessidade de revisão das carreiras dos profissionais de diagnóstico e terapêutica tem sido reconhecida pelos governos nos últimos 14 anos, sem que ainda se concretizasse a alteração pretendida.

Relativamente ao diálogo negocial, os sindicalistas acusam o atual Ministério da Saúde de bloquear as negociações sem qualquer explicação.

O sindicato refere ainda que “não compreende a discriminação de que são alvo estes profissionais” por serem o único grupo de licenciados na área da saúde sem uma carreira compatível com a respectiva qualificação.

Desenvolvido por instituto francês
O comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, congratulou-se com o anúncio, nos Estados Unidos,...

O tratamento favipiravir, um antiviral desenvolvido pelo Instituto Nacional de Saúde e Investigação Médica francês, teve resultados positivos no combate ao Ébola, particularmente em casos de detecção precoce da doença.

“Temos resultados preliminares de que o medicamento antiviral favipiravir pode ser eficaz no tratamento do Ébola numa fase inicial”, disse Moedas.

O comissário adiantou ainda que “se os resultados se confirmarem pelos ensaios clínicos em curso, este será o primeiro tratamento a ser desenvolvido contra esta doença mortal durante o surto em curso”.

O projecto de desenvolvimento deste medicamento é um dos quatro financiados pela União Europeia, com uma verba de 700.000 euros, no âmbito do programa Horizonte 2020, sob a tutela de Moedas.

Os primeiros resultados do ensaio clínico foram apresentados numa conferência de investigadores em Seattle, nos Estados Unidos.

Estudo indica
A maioria dos idosos inquiridos num estudo consideram que têm boa qualidade de vida, mas muitos manifestam menos satisfação no...

O estudo nacional "Factores psicossociais e profissionais promotores de qualidade de vida no processo de reforma e envelhecimento activo" envolveu 1.330 participantes (entre os 55 e os 75 anos), a maioria residente na Grande Lisboa, mulheres e pessoas casadas.

Um quarto dos inquiridos é licenciado, cerca de um quinto tem o 1º ciclo, 20% têm o 12.º ano e cerca de metade tem actividade profissional, refere o estudo, que é apresentado na quarta-feira, no II Congresso Nacional de Psicogerontologia, em Lisboa.

A investigação analisou a relação entre variáveis de saúde, qualidade de vida, pessoais (sentido da vida, espiritualidade e estilo cognitivo), sociais (suporte social e factores psicossociais do trabalho) e os factores sociodemográficos.

A coordenadora do estudo e directora do Instituto de Psicologia e Ciências da Educação, Tânia Gaspar, disse que “o estudo permite, na amostra estudada, caracterizar a qualidade de vida, os factores que a influenciam e como e em que medida o fazem”.

Em termos sociodemográficos, o estudo verificou que são os participantes com curso superior, casados, com casa própria, sem doença crónica e que estão reformados mas têm uma actividade profissional que revelam uma melhor qualidade de vida.

Neste leque encontram-se também os participantes com os factores relacionados com a saúde mais positivos, nomeadamente a nível físico, psicológico, social e ambiental.

Segundo o estudo, a maioria dos inquiridos reflete "valores satisfatórios" em todas as variáveis estudadas: 56,9% afirma estar satisfeitos com a sua saúde, 57,5% com a sua qualidade de vida, 64,1% não estão “nem satisfeitos, nem insatisfeitos” com o suporte social, 66,1% estão “moderadamente” satisfeitos com os factores psicossociais do trabalho e 63,7% estão satisfeitos com o “sentido da vida”.

Alguns participantes, contudo, encontram-se insatisfeitos em relação a estes aspectos da sua vida, nomeadamente as mulheres com mais de 61 anos, os doentes crónicos, os reformados sem actividade profissional e com baixa escolaridade.

Estes dados alertam para “possíveis populações de maior risco e com necessidades específicas de intervenção”, em que há “factores protectores que devem ser optimizados e mantidos”, como a família, disse Tânia Gapar.

A espiritualidade surge como uma forma de lidar com momentos mais difíceis, principalmente para as mulheres, os doentes crónicos e para os reformados sem actividade profissional.

Os reformados com actividade profissional são os participantes que revelam melhores indicadores de satisfação, o que revela que “é fundamental, após a reforma, que as pessoas mantenham uma actividade que lhes permita manterem um papel activo na sociedade”.

O estudo identificou também uma “menor satisfação” dos participantes com as respostas no acesso à saúde e actividades sociais, defendendo “um maior e melhor acesso à saúde” e a criação de estruturas promotoras de actividades sociais “com qualidade” que previnam o isolamento.

“A intervenção na promoção e qualidade de vida no processo de reforma e envelhecimento activo” deve envolver “as pessoas, as suas famílias, a comunidade e também o poder politico”.

Fundação Calouste Gulbenkian entrega
A Fundação Calouste Gulbenkian entrega o prémio do Programa Estímulo à Investigação 2014, atribuído ao investigador Tiago...

Todos os anos a Gulbenkian distingue um jovem cientista que se destaca em áreas como a matemática, a física, a química ou as ciências da Terra e do espaço, e a instituição que acompanha o projecto.

Este ano os galardoados são Tiago Monteiro e o Centro de Neurocências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra.

Os resultados deste estudo que continuará a ser desenvolvido “podem contribuir para esclarecer o papel do nitrito, ascorbato e óxido nítrico na função vascular do cérebro, promovendo o fluxo sanguíneo em estados de privação de oxigénio e abrindo a possibilidade de novas abordagens terapêuticas para determinadas patologias cerebrais”, de acordo com o especialista Rui Barbosa.

Tiago Monteiro é contemplado com 2.500 euros, enquanto a instituição de acolhimento do projecto de investigação distinguido recebe 10.000 euros.

O prémio destina-se a investigadores com menos de 26 anos que trabalham em instituições portuguesas.

Estudo
O antiviral japonês Favipiravir (Avigan), já utilizado contra a gripe, tem mostrado resultados encorajadores em pacientes...

Segundo os responsáveis pelo estudo, a experiência foi feita até ao momento em 80 pacientes – 69 adultos e adolescentes e 11 crianças – e começou a 17 de Dezembro de 2014 na Guiné-Conacri.

A utilização daquele antiviral mostrou “sinais encorajadores de eficácia” em pessoas que chegaram aos centros de saúdo com níveis médio e elevado de infecção, mas cujos órgãos não tinham sido afectados, referem os investigadores.

No grupo da amostra, 58% dos participantes são apresentados com uma carga viral elevada ou média.

Daqueles, 42% apresentaram insuficiência renal, mas apenas 15% morreram.

Nos três meses anteriores ao ensaio clínico, a mortalidade entre os pacientes com sintomas similares foi de 30%.

“Estes resultados aumentam a esperança de que o Favipiravir reduza a mortalidade da população num estágio menos avançado da doença”, explicaram.

Os resultados do ensaio clínico, organizado pelo Instituto Nacional de Saúde e da Pesquisa Médica francês, vão ser apresentados quarta-feira numa conferência sobre retrovírus e infecções oportunistas em Seatle, Estados Unidos.

"Os resultados (...) devem ser apoiados em um maior número de pacientes, mas abrem caminho para novas terapêuticas, através de combinações de vários químicos, especialmente em pacientes mais velhos", disse Yves Levy, director do instituto francês.

A Comissão Europeia co-financiou o ensaio clínico, para o qual também contribuíram organizações não-governamentais, como os Médicos Sem Fronteiras e a Aliança para a Acção Médica Internacional.

O Favipiravir demonstrou eficácia contra o vírus do Ébola na utilização in vitro e em soro.

As autoridades sanitárias norte-americanas e liberianas anunciaram em Janeiro fazer um ensaio clínico na Libéria e nos Estados Unidos com Zmapp, um antiviral da empesa Mapp Biopharmaceutical já administrado a uma série de doentes com Ébola.

A última epidemia de Ébola ocorreu em 2014 e provocou a morte a mais de nove mil pessoas.

“Pequenos-almoços e lanches” decorre já no próximo dia 26 de Fevereiro
Lanches saudáveis para ajudar a manter os níveis de energia e de açúcar no sangue entre as refeições principais são algumas das...

“O momento da escolha das refeições e da confecção dos alimentos pode ter uma componente tanto lúdica como educativa. Envolver a família nestas tarefas e educá-la para uma alimentação saudável é um passo importante no caminho da prevenção da diabetes. Fraccionar a alimentação ao longo do dia é outra das medidas que ajudam a prevenir esta doença, pelo que sugestões sobre o que incluir nos lanches a fazer entre as refeições é um dos aliciantes do primeiro curso de 2015”, explica Luis Gardete Correia, presidente da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP).

Na Escola da Diabetes, em datas diversas, outras dicas serão dadas aos participantes. Por exemplo: leguminosas como grão, feijão, ervilhas têm menor Índice Glicémico (IG) comparativamente com as batatas; a batata doce tem maior teor de hidratos de carbono, mas o dobro da quantidade de fibra, em comparação com a batata normal; uma boa ideia para reduzir a quantidade de açúcar em receitas é aumentar a quantidade de especiarias - como canela, noz-moscada, erva-doce, anis ou extracto de baunilha - e utilizar fruta e legumes para dar sabor.

“Pequenos-almoços e lanches” decorre já no dia 26 de Fevereiro, recordando que estas são refeições importantes para ajudar a manter os níveis de energia e de açúcar no sangue entre as refeições principais. Neste curso, os participantes podem aprender a fazer os seus cereais e a conhecer quais os melhores alimentos a incluir nestes pequenos repastos.

Pratos de Baixo Índice Glicémico (IG) acontece no mês seguinte, também no dia 26, e pretende esclarecer os vários mitos associados a este conceito, saber como funciona e como utilizá-lo no dia-a-dia. As refeições com um IG mais baixo podem contribuir para um melhor controlo metabólico e do apetite.

Joana Oliveira, coordenadora dos Cursos de Cozinha Saudável esclarece: “o IG pode ser enganador. Um alimento com um teor de açúcar baixo, mas facilmente acessível (como a abóbora), tem um IG alto, mas é necessário comer muita quantidade desse alimento para que a glicemia suba. Ou seja, a abóbora pode até ter um IG alto, mas tem uma quantidade de hidratos de carbono reduzida (menos de 2g por 100g)”.

Com data marcada para 30 de Abril, “Menu Completo” pretende ser um curso geral: enquanto se prepara uma refeição completa, desde a sopa à sobremesa, aprendem-se estratégias para adaptar as receitas de que mais se gosta em pratos saudáveis e equilibrados.

Refeições ligeiras (21 de Maio) e Doces quase sem Açúcar (18 de Junho) fecham o primeiro semestre de cursos, que se prolongam até ao final do ano.

Para pessoas com e sem diabetes, os cursos são ministrados por um Chef de Cozinha e uma Dietista e decorrem na Escola da Diabetes (Rua do Sol ao Rato, n.º 11, Lisboa).

As inscrições para os Cursos de Cozinha da APDP devem ser feitas através do email [email protected] ou do telefone 213 816 101. O custo associado é de 20 euros, sendo que as crianças até aos 12 anos não pagam.

Apresentadas na Universidade do Porto
Sapatos com sistema de aquecimento que permitem a localização através de GPS ou uma balança que mede os sinais vitais e envia...

Há quatro anos nasceu o “Ambient Assisted Living para todos (AAL4ALL), um projecto inovador do Health Cluster Portugal que colocou 400 pessoas em Portugal, idosos e seus cuidadores, a testar tecnologias e serviços criados propositadamente para apoiar a população sénior ao nível de cuidados de saúde e bem-estar.

“É um projecto mobilizador (…) que envolveu mais de 30 instituições nacionais (…) de diversas áreas, quer académica, quer da indústria, quer da saúde, quer da segurança, envolveu um investimento à volta de 6,8 milhões de euros, com um cofinanciamento público a fundo perdido à volta de 4 milhões de euros”, explicou Miguel Sales, da Microsoft Portugal.

Para o vice-presidente da direcção do Health Cluster Portugal e o especialista em cancro, Manuel Sobrinho Simões, o projecto-piloto AAL4ALL é o “primeiro grande sucesso” daquela instituição.

“Estamos particularmente felizes, porque fomos bons a operacionalizar um conceito”, declarou Manuel Sobrinho Simões, durante a apresentação pública do projecto, que decorreu no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC).

Uma plataforma de monitorização da saúde que através de uma balança de peso com sensores permite saber dados biométricos (glicemia, colesterol, tensão arterial, temperatura corporal) e dados domóticos (humidade, dióxido de carbono e temperatura da casa) é apenas uma das dezenas de tecnologias do projecto que vai permitir “proporcionar um novo fôlego à perspectiva de viver até uma idade avançada com qualidade de vida”, explica uma nota de imprensa da Health Cluster Portugal.

No projecto, que está a ser testado em 400 pessoas espalhadas pelo Grande Porto, Aveiro, Covilhã e Évora, inclui também o ‘Smart Shoe Locator’, que é um protótipo de sapato com sistema de aquecimento autónomo integrado que permite a localização da pessoa e definição da área de segurança através do GPS (Global Position System).

Um sensor detector de quedas, uma plataforma de jogo baseada em tablet que procura estimular cognitivamente os seniores ou uma aplicação para smartphone que pretende detectar sinais de depressão através da análise de variações de comportamento são outras das tecnologias do projecto português que os participantes gostariam de ver internacionalizado e implementado, por exemplo, no Serviço Nacional de Saúde.

Um dos objectivos para o projecto “Ambient Assisted Living para todos (AAL4ALL) é “tornar vendável” e “exportável” o projecto, admitiram Miguel Sales, da Microsoft, e Vítor Ribeiro, da PT Inovação.

O representante da PT Inovação, Vítor Ribeiro, avançou mesmo que a PT Inovação já está a trabalhar no sentido de implementar o AAL4ALL em Angola.

Neste projecto estiveram envolvidos cerca de 200 engenheiros, cientistas e investigadores em criar soluções tecnológicas para o problema do envelhecimento activo.

Nos censos de 2011, em 11 milhões de habitantes, Portugal registava 19% de idosos. Prevê-se que em 2050 exista em Portugal 30% de idosos, mas se a população portuguesa baixar para os sete milhões de habitantes podemos chegar a 50% de população com mais de 65 anos.

Marco importante para os doentes com cancro colorretal metastático
A Merck Serono, a empresa biofarmacêutica da Merck, anuncia a abertura do primeiro centro de teste de biópsias líquidas para o...

Este constitui um importante marco para a disponibilização aos doentes com cancro colorretal metastático (CCRm) do novo teste de biópsias líquidas do RAS, e um significativo passo em frente na parceria entre a Merck Serono e a Sysmex Inostics GmbH, Hamburgo, Alemanha. O método da biópsia líquida, também conhecido por teste sanguíneo do biomarcador, representa uma abordagem simples e rápida para a determinação da análise mutacional do RAS (KRAS e NRAS) nos tumores, uma vez que necessita de uma única colheita de sangue, em detrimento de uma biópsia de tecido ou procedimento cirúrgico.1

“Estamos extremamente satisfeitos pelos progressos significativos alcançados, em menos de um ano de colaboração com a Sysmex Inostics, com o objectivo de levarmos aos doentes este novo teste de biópsias líquidas do biomarcador RAS, num dos principais centros de oncologia da Europa”, referiu Belén Garijo, Membro do Conselho Executivo da Merck e CEO Healthcare, na cerimónia de abertura em Barcelona. “A Merck Serono está empenhada em melhorar os resultados dos doentes e apoiar os médicos no avanço do tratamento standard do cancro colorretal metastático, e sentimo-nos realizados por em breve podermos oferecer à comunidade da oncologia internacional um novo método para testar o biomarcador RAS.”

O teste da biópsia líquida do biomarcador RAS irá contribuir para os avanços na medicina de precisão, apresentando igualmente o potencial de disponibilizar os resultados da análise mutacional em poucos dias, auxiliando na orientação das decisões de tratamento.1 Aproximadamente metade dos doentes com CCRm apresentam mutações RAS.2 Os resultados de diversos estudos, que avaliam a análise mutacional do RAS, em doentes com CCRm, demonstraram que as terapêuticas com anticorpos monoclonais, dirigidas ao recetor do factor de crescimento epidérmico (EGFR), tal como o Cetuximab, podem melhorar os resultados nos doentes com CCRm, RAS não mutado.3–9

Espera-se que o teste da biópsia líquida do biomarcador RAS receba aprovação de Conformidade Europeia (marcação CE) nos próximos meses, tornando-o acessível a uma população mais ampla de doentes CCRm. O teste será implementado em vários centros médicos em todo o mundo. O Instituto de Oncologia Vall d’Hebron será o primeiro centro de testes desta natureza, com mais laboratórios a serem estabelecidos ao longo de 2015, incluindo Austrália, França, Alemanha, Itália e Reino Unido, entre outros.

“Este é um passo significativo na nossa parceria com a Merck Serono,” destacou Fernando Andreu, CEO da Sysmex Inostics. “Temos o prazer de ter o Instituto de Oncologia Vall d’Hebron como a primeira instituição a oferecer o nosso teste altamente sensível OncoBEAM™ para diagnósticos sanguíneos.

Esta aliança colaborativa entre a Merck Serono e a Sysmex Inostics, juntamente com a reputação e experiência do Vall d’Hebron, representa outro passo importante no avanço da medicina personalizada dos doentes com cancro colorretal metastático e no aumento do valor dos nossos ensaios clínicos OncoBEAM™.”

O Instituto de Oncologia Vall d’Hebron’s irá utilizar amostras sanguíneas dos doentes com CCRm para o avanço da pesquisa dos biomarcadores RAS. A capacidade para testar estas mutações no Vall d’Hebron, com um método de teste potencialmente mais rápido e fácil, pode melhorar o standard de tratamento dos doentes.

“Como os doentes com cancro colorretal metastático (CCRm) podem responder de forma diferente a vários tratamentos, é importante uma maior compreensão acerca do tumor, especialmente a sua biologia e genética”, mencionou o Professor Josep Tabernero, Director do Instituto de Oncologia Vall d'Hebron.

“Assim que este teste de biópsias líquidas do biomarcador RAS receber a marcação CE, vai-se tornar um avanço importante no teste dos doentes CCRm e constituir uma ferramenta útil nas decisões de tratamento. O método da biópsia líquida pode potencialmente economizar tempo, comparativamente ao actual teste RAS que recorre a tecido, poupando os doentes a uma biópsia de tecido ou procedimento cirúrgico. Necessitaremos apenas de uma amostra de sangue, e podemos potencialmente disponibilizar resultados em 2-3 dias.”

Referências:

  1. Diaz LA Jr and Bardelli A. J Clin Oncol 2014;32(6):579−86.
  2. Vaughn CP, et al. Genes Chromosomes Cancer 2011;50(5):307−12.
  3. Douillard J-Y, et al. N Engl J Med 2013;369(11):1023–34.
  4. Schwartzberg LS, et al. J Clin Oncol 2014;32(21):2240–7.
  5. Bokemeyer C, et al. Oral presentation at the 2014 American Society of Clinical Oncology Annual Meeting, May 30–June 3, 2014. Abstract No:3505.
  6. Stintzing S, et al. Oral presentation at the 2014 European Society of Medical Oncology Annual Meeting, September 26–30, 2014. Abstract No:LBA11.
  7. Van Cutsem E, et al. J Clin Oncol 2015;pii: JCO.2014.59.4812.
  8. Cetuximab® (cetuximab) SmPC, 2014. Available at: http://www.ema.europa.eu/docs/en_GB/document_library/EPAR_-_Product_Information/human/000558/WC500029119.pdf. Last accessed February 2015.
  9. Vectibix® (panitumumab) SmPC, 2014. Available at: http://www.ema.europa.eu/docs/en_GB/document_library/EPAR_-_Product_Information/human/000741/WC500047710.pdf. Last accessed February 2015.
28 de Fevereiro - Dia Mundial das Doenças Raras
A propósito do Dia Mundial das Doenças Raras, que se assinala no dia 28 de Fevereiro, o Núcleo de Estudos de Doenças Raras da...

Estima-se que existam entre 5 000 e 8 000 doenças raras diferentes, afectando, no seu conjunto, até 6% da população, o que, extrapolando, significa que existirão até 600 000 pessoas com estas patologias em Portugal. Ainda, a maior parte destas pessoas sofre de doenças cuja prevalência é inferior a 1 em 100 000 pessoas, ou seja, que afectam menos de 100 doentes no País. Adicionalmente, o peso social das doenças raras atinge, para além dos doentes, os seus familiares e outros cuidadores, especialmente quando sofrem de doenças mais graves, incapacitantes ou difíceis de controlar. “Está o Sistema Nacional de Saúde a corresponder às suas necessidades?”, questiona o Núcleo de Estudos de Doenças Raras (NEDR).

Luís Brito Avô, coordenador deste núcleo, afirma que no que diz respeito às doenças raras, o panorama nacional tem melhorado muito nos últimos anos. “Tem havido um interesse crescente por estas patologias, quer pelas políticas de saúde equacionadas pelo Ministério da Saúde, com a criação de um Plano Nacional para as Doenças Raras, quer pelo esforço em curso de certificação de Centros de Referência para o seu enquadramento. O conhecimento epidemiológico sobre estas doenças, ferramenta indispensável para a avaliação das necessidades de cuidados, tem tido uma clara evolução, estando em curso múltiplos registos, infelizmente a maioria por grupos de patologias, sem ainda existir um verdadeiro Registo Nacional de Doenças Raras em Portugal. A comunidade das ciências biomédicas e farmacêutica tem respondido ao alerta sobre esta área com múltiplas acções formativas e de divulgação, recrutamento de profissionais de saúde para envolvimento em unidades prestadoras de cuidados específicos. Notamos também uma melhoria da acessibilidade a terapêuticas específicas, como a aplicação de medicamentos órfãos, ainda que nalguns casos esta implementação não tenha a rapidez desejada, devido a alguns processos de aprovação terem sido difíceis de estabelecer e dos custos elevados envolvidos.”

E salienta o papel que a Medicina Interna tem tido na melhoria dos cuidados prestados às doenças raras. “A formação holística dos Internistas coloca-os numa posição privilegiada para a compreensão e acompanhamento destes doentes, pois os seus quadros clínicos compõem-se, em muitas destas patologias, por manifestações sistémicas e complexas”.

Apesar de o cenário atual ser positivo, o NEDR alerta para a necessidade de mais formação específica para os profissionais de saúde e mais referenciação e integração dos novos casos nos centros de referência, para que a qualidade do tratamento e acompanhamento de quem sofre de doenças raras em Portugal continue a aumentar.

Luís Brito Avô considera que ainda há algumas dificuldades que afectam quer doentes, quer profissionais de saúde. “Continuamos a ter dificuldade na integração dos doentes em centros de referência/ equipes especializadas, ainda não certificadas e completamente estruturadas no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Precisamos de ter acesso a mais acções de formação específicas e a uma melhor referenciação da casuística, condição básica para ganharmos experiência clínica em doenças de baixa prevalência”. Outro aspecto com carências significativas é o do acesso desta população de doentes á rede de cuidados continuados, que neste caso requer particularidades específicas, sendo escassas as unidades instaladas com essas capacidades.

O diagnóstico e o tratamento também apresentam algumas limitações, aponta o especialista. “Há barreiras de acesso a métodos de diagnóstico, como os testes genéticos. Além disso, o processo de licenciamento para a utilização de medicamentos órfãos é ainda moroso e complexo em muitos casos. Precisamos também de ter maior acesso à participação em estudos e um maior investimento na investigação”.

Nos Açores
O presidente do Governo dos Açores disse que o novo modelo de apoio a doentes deslocados, dentro da região e para fora do...

“Estamos a concluir aquele que é o novo modelo de apoio à deslocação de doentes e que além de diferenças significativas na sua filosofia e metodologia, no fundo, visa apoiar mais quem mais precisa”, afirmou Vasco Cordeiro aos jornalistas, após uma visita às obras do futuro Centro de Saúde de Ponta Delgada, na ilha de S. Miguel.

O chefe do executivo açoriano, que estimou que o novo modelo seja publicado dentro de duas semanas no Jornal Oficial da região autónoma, revelou que será aumentado o apoio dado aos doentes e que o modelo deixa de ter por base o número de dias de deslocação para ter em conta os rendimentos do agregado familiar.

“Por exemplo, no modelo actual, um açoriano que necessite de se deslocar da sua ilha ou para fora da nossa região para cuidados médicos de saúde, se essa deslocação for até 30 dias, tem um apoio na ordem dos 20 euros [diários]. De acordo com o novo modelo, o primeiro escalão permitirá um apoio diário à volta de 45 euros”, disse Vasco Cordeiro, reconhecendo tratar-se de “um investimento significativo”.

Segundo explicou Vasco Cordeiro, o novo modelo procura introduzir “mais justiça” e passa o apoio a ser dado em função dos rendimentos dos doentes e do seu agregado familiar.

Questionado sobre o apoio dado aos acompanhantes, Vasco Cordeiro afirmou que no caso do primeiro escalão, o apoio mantém-se “mais ou menos como é actualmente”.

Relativamente ao futuro Centro de Saúde de Ponta Delgada, a obra deverá ser inaugurada até ao final do ano, sendo que o edifício de quatro pisos, com área de 10.500 metros quadrados, contará com 87 gabinetes, 40 médicos e 27 enfermeiros.

“Uma obra que decorre dentro do seu calendário. Uma obra que também decorre dentro do seu cronograma de execução financeira e que num investimento de mais de 16 milhões de euros permite dotar de melhores condições o Serviço Regional de Saúde”, afirmou Vasco Cordeiro.

O governante destacou que nos últimos anos o investimento do executivo regional em infraestruturas do Serviço Regional de Saúde ascende a 50 milhões de euros, incluindo obras como a ampliação do Centro de Saúde de Vila do Porto (ilha de Santa Maria), Bloco C do Hospital da Horta (faial), novo Centro de Saúde da Madalena (Pico), entre outros.

Vasco Cordeiro lembrou, ainda, que o Governo açoriano tem apoiado a iniciativa privada na área da saúde, apontando o caso do futuro centro de radioterapia em Ponta Delgada, o que considerou que contribui para “fortalecer as condições de acessibilidade” dos açorianos aos serviços de saúde.

Organização Mundial de Saúde apela
A Organização Mundial da Saúde apelou à adopção das "seringas inteligentes", numa campanha global para acabar com as...

De acordo com um estudo da agência das Nações Unidas, lançado no ano passado, a má utilização de injecções causou em 2010, a infecção de mais de dois milhões de pessoas com o vírus da hepatite B e C, e de até 33.800 casos de VIH, vírus que provoca a sida.

Em nota divulgada na sua página da Internet, a Organização Mundial da Saúde (OMS) apela aos doadores para apoiarem a transição para as novas "seringas inteligentes", mais caras que as não seguras mas equipadas com um sistema de bloqueio de uma segunda aplicação, prevendo que os preços venham a cair proximamente face ao aumento da procura.

A OMS salienta a necessidade de reduzir o número de injecções desnecessárias para reduzir riscos, destacando a importância de consciencializar as pessoas para a segurança na administração de injecções, nomeadamente os dispositivos que protegem os trabalhadores da saúde contra ferimentos acidentais provocados pela agulha e consequente exposição à infecção.

Segundo estimativas da OMS, há 16 mil milhões de injecções administradas a cada ano, das quais 5% são injecções imunizantes para crianças e adultos, e outras 5% são de outros procedimentos, como transfusões de sangue e contraceptivos injectáveis.

Os restantes 90% das injecções são aplicadas no músculo (via intramuscular) ou da pele (por via subcutânea ou intradérmica) para administrar medicamentos, mas “em muitos casos, estas injecções são desnecessárias ou podem ser substituídas por medicação oral”, afirma a OMS.

Citado no comunicado, Gottfried Hirnschall, director do departamento VIH da OMS, considerou que a adopção de “novas seringas inteligentes" até 2020 deve ser “uma prioridade urgente para todos os países”, até porque “é absolutamente fundamental para proteger as pessoas em todo o mundo de se infectarem com o VIH, as hepatites e outras doenças”.

Documento da ARS revela
A região de Lisboa e Vale do Tejo, onde vivem 3,6 milhões de pessoas, tinha em 2011 mais de um terço dos sem-abrigo residentes...

O Perfil de Saúde e Seus Determinantes da Região de Lisboa e Vale do Tejo 2015, que será apresentado terça-feira, tem dados de 2011 e 2012.

O documento indica que, em 2011, foram contabilizados 261 sem-abrigo, o que representa 37,5% da população residente sem-abrigo de Portugal e 39,4% da do continente.

Em 2012, os dados referem que o índice de dependência de jovens (24,1), o índice de dependência de idosos (30,9) e o índice de dependência total (55,1) aumentaram, comparativamente a 2001.

Nesse período, o grupo etário com maior número de efectivos foi o dos 25 aos 64 anos, com cerca de 2.023.700 habitantes, o que representa mais de 50% da população da região.

A população idosa, com 65 ou mais anos, representava nesse ano 19% da população da região e os muito idosos (75 ou mais anos), 8,9%.

A taxa bruta de natalidade tem decrescido desde o ano 2003: 12,1 nados-vivos por mil habitantes, em 2000, e 9,8 nados-vivos por mil habitantes, em 2012.

Em relação à taxa de mortalidade, esta passou de 5,9 óbitos infantis por 1000 nados-vivos no triénio 1996-1998 para 3,2 óbitos infantis por 1000 nados vivos no triénio 2005-2007.

Em 2012, a taxa bruta de mortalidade nesta região (10%) era semelhante à do continente (10,3%).

O documento refere que, entre 2001 e 2011, se registou uma diminuição da despesa em cultura e desporto na região (menos 16,3%, o que corresponde a menos 33.230 mil euros).

Em 2011, a despesa em cultura e desporto (170.915 mil euros), representava 25,2% desta despesa a nível nacional.

A taxa de criminalidade na Região foi, em 2011, de 44,4 crimes por mil indivíduos da população residente, valor superior ao registado a nível nacional e de Portugal Continental.

II Congresso Nacional de Psicogerontologia
“A intervenção na promoção a qualidade de vida no processo de reforma e envelhecimento activo deve p
Envelhecimento activo

A Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Lusíada de Lisboa vai organizar, dia 25 de Fevereiro, o 2.º Congresso Nacional de Psicogerontologia. O congresso está subordinado ao tema "Saúde e estilo de vida" e tem, como principal objectivo, a promoção do debate entre "investigadores e outros profissionais especialistas na área da psicologia, psiquiatria, gerontologia, geriatria, medicina e serviço social nomeadamente na definição de conceitos e nas suas implicações para as práticas pessoais, interpessoais, profissionais e sociais dos participantes".

Entre diversas conferências e mesas temáticas, vai ser apresentado o relatório do Estudo "Qualidade de Vida no Processo de Reforma e Envelhecimento Activo". O Atlas da Saúde esteve à conversa com uma das coordenadoras do estudo – Prof.ª Tânia Gaspar – que nos adiantou os principais resultados do relatório.

Objectivos do estudo
O estudo pretendeu compreender a caracterizar os factores psicossociais e profissionais promotores de qualidade de vida no processo de reforma e envelhecimento activo e ser um contributo para a identificação de necessidades e planeamento de medidas conducentes à promoção de um processo de reforma e um envelhecimento com maior qualidade de vida em Portugal.

O estudo confirma que a Qualidade de Vida (QV) dos participantes está relacionada com a sua saúde física, psicológica e social/relacional, mas também no seu sentido face à vida, expectativas, cultura e valores. Nesse sentido, uma das principais ideias a reter é de que "a maioria da população estudada reflecte valores satisfatórios ao nível de todas as variáveis estudadas”. Na opinião de Tânia Gaspar “a satisfação moderada dos participantes com a qualidade de vida, factores psicossociais do trabalho, suporte social, sentido da vida e espiritualidade, explica-se, essencialmente, pela satisfação e apoio com as redes de suporte informais, nomeadamente a família, os amigos e serviços tradicionais locais”.

Principais conclusões
O estudo permitiu, conforme nos conta Tânia Gaspar, “melhor compreender os factores que influenciam a QV, para além de ter sido possível identificar factores sociodemográficos que podem ser considerados factores de risco e factores protectores da QV, e que devem ser optimizados e mantidos, na população de maior risco”.

“As pessoas com menor suporte social, pessoas com mais de 61 anos, pessoas com nível de literacia mais baixo e reformados sem actividade profissional activa foram as populações identificados com maior factores de risco”, refere a especialista acrescentando que, “como factores protectores nas pessoas com 61 anos ou mais salientamos a maior satisfação com a família e uma melhor gestão do stress/burnout e pressão do trabalho”.

A espiritualidade, descrita no estudo como as crenças, fé e optimismo surgem como uma forma de lidar com momentos mais difíceis e promovem esperança no futuro. “Embora importante para a maioria dos participantes, a espiritualidade pode ser vista como um factor protector para as mulheres, para as pessoas com doença crónica, para as pessoas reformadas sem actividade profissional”, explica a professora.

O que fazer com este conhecimento?
Uma lacuna identificada no estudo, diz Tânia Gaspar, “é a menor satisfação dos participantes com as respostas do contexto em relação à saúde”. Principalmente no acesso à saúde e informação relacionada com esta temática, bem como uma menor satisfação dos participantes com as actividades relacionadas com o suporte social.

O estudo verificou ainda que “ser reformado com actividade profissional, viver em casa própria e ter maior literacia são factores protectores, estes devem ser promovidos e devem ser incluídos em medidas e programas de promoção de um envelhecimento mais saudável e positivo”, explica a professora.

Deste modo, a coordenadora do estudo, comenta que uma das medidas a tomar deve ser a disponibilização de um maior e melhor acesso à saúde e informação de saúde adequada às necessidades da população. Para além disso, “deve-se criar e dinamizar estruturas promotoras de actividades sociais com qualidade, diversidade e numa perspectiva intergeracional, que previnam o isolamento mas respeitem a individualidade e contributo de cada um”.

Melhorar a qualidade de vida
Mas afinal como se pode melhorar a qualidade de vida no processo de reforma e envelhecimento activo? Tânia Gaspar refere que, “a intervenção na promoção a qualidade de vida no processo de reforma e envelhecimento activo deve passar por uma abordagem ecológica, envolvendo as pessoas, as suas famílias, a comunidade e também o poder político”.

Além do que já foi dito, Tânia Gaspar salienta dois resultados muito relevantes deste estudo:

1- O papel de relevo que o sentido da vida/objectivos de vida tem para a qualidade de vida, satisfação com o trabalho, satisfação com suporte social e espiritualidade. A procura de felicidade, significado e vontade de viver, assim como a abertura à mudança e a novas experiências são ingredientes fundamentais para que as pessoas façam uma gestão desta etapa das suas vidas com optimismo, iniciativa e envolvimento activo e consequentemente tenham um processo de reforma e um envelhecimento positivo;

2- Os reformados com actividade profissional são os participantes que revelam melhores indicadores de satisfação. Mais do que os participantes que estão empregados ou reformados sem actividade profissional. Este aspecto revela que é fundamental, após a reforma, que as pessoas mantenham uma actividade que lhes permita manterem um papel activo na sociedade e que continuem a contribuir com o seu conhecimento, experiência e iniciativa para a mesma.

Esse papel não terá de ser a continuidade da mesma actividade profissional, nem com a mesma intensidade e frequência. Por outro lado são os participantes com 60 anos ou menos que têm mais dificuldade em gerir o stress/burnout e pressão no trabalho, as medidas de promoção de qualidade de vida e de prevenção dos factores psicossociais de risco no trabalho, devem incidir na promoção de competências de gestão do stress e burnout, assim como proporcionar condições psicossociais de trabalho mais favoráveis, nomeadamente melhoria da relação com as chefias, maior autonomia, melhor articulação satisfação/qualidade trabalho/família.

Continuidade do estudo
Participaram neste estudo 1330 pessoas, dos 55 aos 75 anos de idade; a maioria da Grande Lisboa e do género feminino (62,2%). Cerca de metade com idade até aos 60 anos e outra metade com 61 anos ou mais de idade. A maioria casada e com filhos, sendo que um quarto são licenciados e cerca de um quinto têm o 1º ciclo e outro um quinto tem o 12º completo. Metade da população integrante no estudo tem actividade profissional activa e a outra metade está reformada. Mais de um terço tem uma doença que afecta o seu dia-a-dia.

Perante a importância deste relatório está previsto o desenvolvimento de um estudo qualitativo, através de entrevistas a pessoas com idade entre os 55 e os 75 anos de idade, empregadores e profissionais que trabalhem com população dentro deste grupo etário para melhor compreender os resultados do estudo e avaliar a pertinência e viabilidade das medidas de intervenção propostas.

A par desta deste avanço e no âmbito da intervenção a equipa Aventura Social, na sequência do Projecto Dream Teens, propõe-se desenvolver o Projecto Dream YOld com objectivo de promover a participação social activa, e dar uma maior visibilidade e "voz", mais envolvimento social e melhor qualidade de vida a todos, no processo de envelhecimento. Participe e saiba mais em http://www.aventurasocial-associacao.com

Este projecto tem a participação de elementos do Gabinete de Aconselhamento Psicológico da Universidade Lusíada e da Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa e pretende envolver diversas Juntas de Freguesia e Centros Sociais e Paroquiais.

Para já, no dia 25 de Fevereiro, data do II Congresso Nacional de Psicogerontologia, será divulgado o relatório do estudo e, posteriormente, divulgados os resultados pelos parceiros, municípios e poder político, assim como disseminação para a comunidade científica.

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Por unanimidade
Olivier Brandicourt, conta com mais de 28 anos de experiência na indústria farmacêutica e até à data exercia o cargo de...

Com formação académica em medicina, durante a sua carreira Olivier Brandicourt exerceu diversas posições seniores na Europa, Canadá e Estados Unidos. Enquanto responsável por diferentes departamentos chave da saúde, adquiriu uma vasta experiência e profundo conhecimento da indústria farmacêutica, liderou o lançamento de muitos medicamentos novos e implementou aquisições e fusões estratégicas.

Serge Weinberg, Presidente do Conselho de Administração da Sanofi, declarou, “A Sanofi realizou um processo de seleção rigoroso para identificar a pessoa certa para liderar a Sanofi e para a fazer avançar numa altura tão importante para a nossa Companhia. Estou muito satisfeito por Olivier Brandicourt ser o próximo CEO da Sanofi. A vasta experiência de Olivier Brandicourt associada ao seu perfil internacional e ao profundo conhecimento dos Estados Unidos e dos mercados emergentes, bem como a sua capacidade para unir as equipas dará à estratégia de diversificação e inovação da Sanofi um novo dinamismo.”

No seguimento do acordo assumido com a sua anterior companhia, Olivier Brandicourt assumirá efectivamente a posição de CEO da Sanofi no dia 2 de Abril de 2015.

Militares dizem
A Associação de Oficiais das Forças Armadas alertou para a possibilidade de mais de 12 mil cônjuges deixarem de receber...

"As condições leoninas, em termos de descontos aos militares, que são impostas, embora com o direito de opção, mais parecem visar o afastamento da assistência médica no subsistema de saúde ADM (Forças Armadas e GNR) de um universo que atinge mais de 12 mil cônjuges", lê-se num comunicado divulgado pela A Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA).

Em causa está a aprovação de um diploma por parte do Governo que, caso entre em vigor, define que o acesso ao direito à ADM passa a ser facultativo para os cônjuges que aufiram rendimentos, provenientes de actividade exercida no âmbito do sector privado ou por conta própria.

Essa opção poderá ser efectuada ao longo dos próximos três meses mediante um desconto ao militar de 3,5% sobre 79% da respectiva remuneração base (excluindo o suplemento de condição militar) e, no caso dos militares que se encontrem em situação de reforma, incide sobre o total das suas pensões, tal como nas pensões de viuvez.

Numa nota informativa emitida pelas Associações Profissionais de Militares (APM) é realçada a convicção de que é "justo e adequado que os cônjuges de todos os militares devem beneficiar do direito à assistência sanitária", isto, "sem que, da parte destes, tenha que se verificar desconto para a ADM".

As alterações introduzidas neste regime são apelidadas de "injustas" pelas APM.

Já no início da semana passada, os responsáveis da AOFA tinham denunciado que o executivo da maioria PSD/CDS-PP está "em guerra" com os militares, reagindo à alteração aos regimes específicos de assistência na doença dos seus familiares.

"A realidade impõe-se: estamos em guerra. Uma guerra que não utilizando meios militares, nem por isso deixa de ser uma guerra! Porque morre gente, porque é semeada a pobreza e a miséria, porque há refugiados eufemisticamente designados de emigrantes forçados pelos líderes do seu próprio país a abandoná-lo", lê-se em comunicado.

O Conselho de Ministros aprovou na quinta-feira a possibilidade de "cônjuges ou unidos de facto dos beneficiários, titulares dos subsistemas ADM [Forças Armadas e GNR] e SAD [PSP]" se inscreverem "nesses mesmos subsistemas, mediante o pagamento de uma contribuição".

O texto da AOFA lamenta que, "para além do desconto de 3,5%", haja agora "mais um desconto suportado por um estranhíssimo algoritmo (3,5% sobre 79% da remuneração base do militar) que mais não é do que um expediente para extorquir uma fatia mais do já parco rendimento dos militares".

"Mas nada demove os que, tendo sido legitimados para governar o país, não foram certamente eleitos para o destruir e, muito menos, incumprindo compromissos que assumiram e que logo a seguir renegaram", lê-se ainda, antes de os governantes serem acusados de "afrontar o seu povo, que deviam servir e defender, os militares e as forças armadas".

No Centro
A coordenadora da unidade de Patologia Dual do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra alertou que há entre 250 a 300...

A ausência destas estruturas leva a que haja "riscos para a sociedade e para eles próprios", devendo considerar-se os níveis de perigosidade, que também se agravam por não haver uma resposta de cuidados continuados para estes utentes, sublinhou a coordenadora da unidade, Célia Franco.

Depois de uma fase de internamento agudo na unidade, que tem 13 camas, a resposta são "estruturas temporárias", havendo o caso particular dos doentes sem-abrigo, que, "ou se eternizam nessas estruturas, ou acabam por voltar para a rua".

"Internamos e reinternamos sempre as pessoas. Não se sai do mesmo ponto", notou.

Neste momento, "não há estruturas para acolher pessoas", que, em alguns casos, não conseguem "desenvolver competências para ter uma vida autónoma", referiu.

Paulo Pereira, coordenador do Plano de Trabalho do Projecto de Intervenção com os Sem-Abrigo do Concelho de Coimbra (PISAC) em 2014, sublinhou que, no caso dos sem-abrigo com patologia dual, "é difícil controlar a medicação por mais de um mês se estes continuam na rua".

"É dada alta a pessoas que depois vão para a rua e que apresentam riscos para a sua vida e para a dos outros. Isto é um barril de pólvora", alertou, defendendo "instituições tipo lar" para casos de avançada debilidade.

Os sem-abrigo com esta patologia "estão bem, quando estão internados, mas assim que saem do internamento descompensam", havendo cada vez mais pessoas na rua "muito descompensadas psiquiatricamente", observou.

Caso fossem implementadas estruturas de cuidados continuados, a taxa de recaídas, que se situa entre os 30% e os 40%, poderia ser "muito reduzida", frisou Célia Franco, considerando que a desinstitucionalização da saúde mental "agravou a situação".

Célia Franco é a responsável pela organização do 2.º Congresso Ibero-Brasileiro de Patologia Dual, que se realiza no Hotel Tryp, em Coimbra, entre 5 e 7 de Março, onde serão abordados temas como resistências ao tratamento, violência interpessoal, exclusão social, questões legais ou a integração das adições nos serviços de psiquiatria.

O congresso, que vai contar com 60 a 70 oradores, vai iniciar-se com um simpósio sobre o estigma de que o doente dual sofre, tema que também vai estar presente num debate público, na Casa da Cultura, a 5 de Março, pelas 21:00.

Segundo a coordenadora da unidade, o doente dual "não tem os mesmos direitos" que os outros doentes "nas urgências", entrando "com o rótulo de caso social".

A directora da unidade do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) sublinhou que a população, por si só, já sofre de "um duplo estigma", relacionado com as substâncias e a doença mental, sendo que o "estigma que se tem mais de combater é o estigma dos profissionais de saúde".

Estes "são os primeiros agentes que estigmatizam, quando lidam com os doentes", que não são tratados "como os outros", apontou.

Equipa descobre
Uma equipa internacional de investigadores descobriu um antibiótico eficaz contra a bactéria responsável por grande parte das...

A divulgação da descoberta foi feita pela agência de notícias espanhola EFE que revela que o novo antibiótico foi desenhado por uma equipa dirigida pela Universidade de Notre Dame (situada no estado norte-americano de Indiana) na qual participou também o Instituto de Química-Física Rocasolano, em Madrid.

A resistência das bactérias aos antibióticos é um problema de saúde mundial muito preocupante: "Há cada vez menos antibióticos novos e mais patogénicos super-resistentes", explicou Juan A. Hermoso, o investigador do Departamento de Cristalografia do instituto madrileno e um dos autores do estudo.

O Estafilococo Aureus gera doenças da pele, meningites, pneumonias, sepsias, mas é também um organismo que está envolvido na maior parte das infecções adquiridas após uma intervenção ou hospitalização.

Duas centenas de pessoas
Cerca de duas centenas de pessoas estiveram presentes numa vigília, no Barreiro, em defesa de melhores condições nos Centros de...

A vigília foi promovida pelas Comissões de Utentes do Arco Ribeirinho Sul, que engloba comissões dos concelhos do Barreiro, Moita, Montijo, Alcochete, tendo decorrido junto ao Centro de Saúde do Lavradio, numa iniciativa que contou com a presença de diversos autarcas.

"Esta é uma jornada da luta que vem no seguimento de um trabalho que temos vindo a fazer. Os centros de saúde não tem médicos de família suficientes, não há enfermeiros e até funcionários administrativos faltam", disse José Fernandes, representante das comissões de utentes.

O responsável referiu que é também preciso lutar pela construção os equipamentos de saúde necessários, dando como exemplo o centro de saúde da Baixa da Banheira, na Moita.

"É necessário um novo centro de saúde na Baixa da Banheira. O actual funciona num quarto andar de um prédio sem as mínimas condições", afirmou.

José Fernandes disse ainda que o Centro Hospitalar Barreiro/Montijo, que serve a população dos quatro concelhos, não dá as respostas necessárias.

"As ambulâncias ficam retidas porque o hospital não tem macas para receber o doente. Garantiram que iam comprar macas e ainda não aconteceu, tal como as obras nas urgências, que não se sabe quando começam", frisou.

José Fernandes defendeu ainda a demissão do ministro da Saúde e do presidente da ARS-LVT.

"Exigimos a demissão do ministro da Saúde e do presidente da ARS-LVT pelo mau trabalho prestado às populações. Eles estão a fazer mal às pessoas", concluiu, garantindo que a luta das comissões de utentes é para continuar.

Ébola
O número de casos suspeitos de Ébola em Portugal elevou-se para nove, depois de terem dado resultado negativo as análises...

A Direcção-Geral da Saúde e o Instituto Nacional de Saúde informaram que os resultados das análises ao caso suspeito encaminhado para o hospital Curry Cabral, em Lisboa, foram negativos para o Ébola e positivos para a malária.

Em declarações, o director-geral da Saúde, Francisco George sublinhou que “todos os procedimentos previstos no protocolo foram observados” a partir do hospital do Barreiro, onde a mulher de 30 anos deu entrada com sintomas.

A mulher tinha chegado a Portugal no dia 11 de Fevereiro proveniente da província de Boke, na Guiné-Conacri, tendo adoecido na última semana, apresentando um quadro febril.

Seguindo o protocolo, a mulher foi encaminhada para o hospital Curry Cabral, unidade que tem 14 quartos de isolamento imediatamente disponíveis para receber eventuais casos de doentes infectados por vírus Ébola. Outros dez poderão ser usados na eventualidade de serem necessários.

Portugal dispõe de um plano de contingência para o Ébola que inclui linhas telefónicas para triagem e encaminhamento, a equipa do Instituto Ricardo Jorge, os três hospitais de referência (Curry Cabral, Estefânia e São João), três bases de ambulância em Lisboa, Porto e Coimbra, com 12 tripulantes equipados e de prontidão, bem como a equipa de resgate nacional, pronta para ir buscar portugueses a qualquer parte do mundo.

De acordo com os dados mais recentes da OMS, mais de 23.000 pessoas foram infectadas com o vírus do Ébola e mais de 9.400 morreram nesta epidemia, que começou em Dezembro de 2013 na África ocidental, a mais grave desde que o vírus foi identificado na África central em 1976.

Áreas geodemográficas distintas
Nas políticas de saúde da presente legislatura, tivemos a demorada reforma dos cuidados de saúde pri

Esta proposta de medida descentralizada surge na linha de outras já tomadas. Não será nova para algumas autarquias, principalmente as do interior, que o digam os autarcas do distrito de Vila Real e de Bragança. Mal estariam os cidadãos doentes desses territórios se as Câmaras não apoiassem determinados serviços, principalmente os de transporte. Além desse apoio, existem já no terreno algumas parcerias entre as autarquias e os Agrupamentos de Centros de Saúde (ACeS) com Unidades Móveis de Saúde na prestação de cuidados de proximidade ao cidadão.
Mas ao abordar a governação dos cuidados de saúde primários pelas autarquias devemos ter bem presente as diferentes realidades territoriais. O País apesar de pequeno, tem áreas geodemográficas distintas quer de norte para sul, quer do litoral para o interior. Mais, a população concentra-se cada vez mais nas zonas urbanas ou seja, nas cidades capitais dos distritos. O mesmo se pode dizer em relação às regiões autónomas da Madeira e dos Açores.
Perante essas realidades, pedir às autarquias mais governação política na saúde, não deverá ser visto pelos autarcas como mais um problema mas sim como mais um desafio gestionário. Os autarcas são pela proximidade aos seus cidadãos e pela acessibilidade destes aos mesmos, os decisores políticos melhor informados sobre os problemas, as necessidades e os recursos existentes. Os autarcas perante as responsabilidades que assumem com os seus munícipes devem, no exercício político das suas funções, encontrar permanentemente soluções locais em todas as áreas de governação. Assim, a saúde nos munícipes acaba por ser uma área crucial, que dada a importância que representa nas comunidades, a sua governação deve ser cada vez mais local, principalmente ao nível dos cuidados de saúde primários. Realço, apenas, que como aconteceu nas escolas, as autarquias não se devem intrometer nas questões técnicas e deontológicas das profissões reguladas.
As realidades locais como referi são muito diferentes consoante a territorialidade. As autarquias dos meios urbanos detêm na área da saúde soluções de acessibilidade e de respostas que as dos meios semiurbanos e rurais, pelas suas caraterísticas geográficas e demográficas acabam por ter com muitas limitações. Por exemplo no interior, em termos de cuidados primários, as respostas são asseguradas pelas diversas unidades funcionais dos ACeS, mas apenas em horário diurno. As respostas noturnas, em fins-de-semana e feriados são asseguradas com deslocações para áreas de saúde de referência, consoante as áreas geográficas. Na maioria das situações esses destinos ficam a distâncias consideráveis que necessitam de transporte, por vezes inexistente e com custos elevados. Existem regiões que pela sua interioridade, só dispõem de transportes em tempo escolar. Fora desse período, o munícipe fica apenas com o apoio da rede de comunicações. Em casos urgentes procuram a linha 112, que responde com os atrasos inerentes às condições temporais e geográficas.
O poder central ao decidir transferir as suas competências de gestão na área de saúde dos cuidados primários para as autarquias, deve ter bem presente as diferenças para que nas comparticipações financeiras, essas desigualdades sejam compensadas, sob pena de agravarem os problemas e as necessidades já existentes.

Jorge Cadete
Presidente do Conselho Directivo Regional do Norte da Ordem dos Enfermeiros
 

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