Especialistas alertam
O vice presidente da Sociedade de Gastrenterologia apelou hoje a uma “agilização” nas negociações entre a tutela e a indústria...

José Cotter lembrou que este processo negocial se arrasta há muitos meses e que apesar de oficialmente o novo tratamento ser disponibilizado aos doentes portugueses considerados prioritários, a verdade é que, aparentemente, isso não está a acontecer em todos os casos.

José Cotter falava a propósito de um encontro que se realiza sábado, em Guimarães, sobre “Hepatite C, Novas Realidades, Novos Horizontes”.

Em Portugal estima-se que o número de infectados seja de cerca de cem mil, provocando cerca de mil mortos por ano. A hepatite C continua a ser a causa mais frequente de cancro do fígado e de transplante hepático.

“O que se passa neste momento é que há administrações hospitalares que têm doentes já com autorização para fazer tratamentos, mas não desbloqueiam as verbas para o concretizar”, afirmou o especialista.

José Cotter entende que “este circuito” de acesso ao novo tratamento, com custos muito elevados mas com uma eficácia de “cerca de 95%”, tem de ser repensado para que se agilize todo o processo.

“O circuito não está correcto, porque os doentes são autorizados por uma comissão nacional de farmácia e terapêutica, mas depois é endossado aos hospitais a responsabilidade do custo destes tratamentos. Ora, nós sabemos que em Portugal temos hospitais eventualmente subfinanciados, eventualmente descapitalizados e sabemos que estes tratamentos são caros. Portanto, como é que os hospitais vão assumir o custo, se à partida, já estão numa difícil situação financeira”, questionou.

O especialista considera que tem de se encontrar outras formas de os hospitais acederem aos tratamentos.

“Pode haver uma verba fixa para este programa ou pode haver um fundo onde os hospitais recorram especificamente para isto. É uma questão política que compete à tutela e a mais ninguém agilizar”, sublinhou.

Enquanto isso, frisou, “os doentes esperam e desesperam pelos tratamentos e a situação está-se a tornar insustentável, porque isto não tem um mês nem dois”.

“O que estamos aqui a equacionar é uma questão de economia de curto/médio prazo, porque é evidente que alguns destes doentes se forem curados não necessitam de fazer transplantes que também têm custos elevados”, disse.

E questionou: “O que é que é mais caro, fazer um tratamento destes ou um transplante? E a qualidade de vida do doente? Então se o doente ficar curado com um tratamento de 12 semanas, um tratamento cómodo, com pouquíssimos efeitos colaterais, não é muito melhor do que ter de fazer uma grande cirurgia, ter de ficar a tomar medicamentos para o resto da vida para conseguir manter o seu órgão transplantado em boas condições?”

“É uma questão de equacionar custos e equacionar a qualidade de vida dos cidadãos”, frisou.

Em relação às negociações que ainda decorrem entre o Ministério da Saúde e a farmacêutica que disponibiliza o tratamento, o vice presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia apela a que haja um entendimento urgente de forma que estes fármacos possam ser disponibilizados de acordo com o que é o estado da arte no tratamento da Hepatite C actual.

“Todos estes processos não estão devidamente agilizados, basta lembrar que estamos há cerca de um ano com uma negociação arrastada entre a tutela e a farmacêutica e os resultados até ao momento foram muito poucos”, acrescentou.

Secretário de Estado da Alimentação
O secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar afastou hoje a hipótese de proibir a utilização de carne...

“A carne picada pode e deve ser consumida no momento em que ela é picada”, disse Nuno Vieira e Brito, no final de uma reunião da Comissão de Segurança Alimentar que decorreu hoje no Ministério da Agricultura para analisar, entre outros assuntos, um estudo da DECO sobre a venda de carne picada em 26 talhos.

O estudo revelado pela revista Proteste, da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO), analisou amostras de carne de vaca picada vendida em 26 talhos da Grande Lisboa, de Setúbal e do Grande Porto, detectando irregularidades em 23 dos estabelecimentos.

Segundo o estudo, em 23 dos estabelecimentos são adicionados sulfitos à carne e o produto é mantido em temperaturas acima do previsto por lei e sem as devidas condições de higiene e de conservação.

O secretário de Estado sublinhou que “não está colocada em causa o problema de proibição da utilização de carne picada” pelo consumidor.

Para Nuno Lima Dias, da DECO, as conclusões do estudo “são claras: não se deve comprar carne de vaca vendida a granel, previamente picada. Quanto muito, o consumidor deve escolher a peça e mandar picar na loja, porque não estão reunidas as condições para ter um produto de qualidade”.

Baseando-se nas análises e amostras que a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) tem recolhido, o inspector-geral deste organismo, Pedro Portugal Gaspar, concluiu que “é seguro comer carne picada”.

“Não temos nenhum dado que aponte para alguma consideração menos recomendada deste consumo”, afirmou.

Da reunião, saiu a opinião unânime de que tem sido feito um esforço profundo da melhoria da segurança alimentar em Portugal e que não está em causa minimamente qualquer área de intervenção de segurança alimentar para o consumidor, conforme afirmou Nuno Lima Dias.

Contudo, os participantes neste encontro constataram “a necessidade de intensificar a formação e a informação e a divulgação para o retalho e os diferentes operadores nesta área”. Defenderam ainda a “avaliação e o reajustamento de alguns planos de controlo em áreas específicas onde exista maior probabilidade de gestão e risco.”

“Vamos continuar a acompanhar todos os aspectos higio-sanitários dos talhos e do retalho e a utilização ou não de substâncias não permitidas do ponto de vista legal”, assumiu.

O secretário de Estado da Economia, Leonardo Matias, defendeu que, antes destes estudos serem divulgados, deviam passar primeiro pela Comissão de Segurança Alimentar para que não seja “uma comunicação de forma alguma alarmista”.

Leonardo Matias ressalvou que “o universo das instituições que vendem carne é de 6.393. O estudo da DECO visitou 26, ou seja, 0,04 por cento do total dos estabelecimentos em Portugal”.

O governante lembrou ainda que, em 2014, a ASAE inspeccionou 676 estabelecimentos que vendem carne, o que representa 11 por cento do total.

“A DECO é um importante parceiro na defesa do consumidor e tem feito um trabalho excelente, que é importante que se mantenha. Tem é que ser construtivo com o governo e com a sociedade civil e que não seja de forma nenhuma alarmista para manter a sua credibilidade que é fundamental”, adiantou.

A comissão da segurança alimentar é composta por 12 membros, representantes dos ministérios da Economia e Agricultura, da ASAE, direcção geral e institutos, de confederações, como a dos agricultores CAP, de federações e associações, entre as quais a DECO e os representantes da grande distribuição APED.

Até ao final do ano
O governo de Macau confirmou hoje a contratação de 529 profissionais de saúde até ao final do ano, oriundos de territórios como...

A proposta, que já foi aprovada pelo Secretário dos Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, inclui a contratação de pessoal médico no total de 386 profissionais e de 143 administrativos, detalhou o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion.

O pessoal médico abrange 14 médicos especialistas e 18 de clínica geral, 161 enfermeiros, 28 farmacêuticos, 88 técnicos – incluindo 43 técnicos de diagnóstico e terapeutas – , e 77 auxiliares de saúde.

“Com certeza que o governo de Macau vai continuar a contratar médicos e enfermeiros de Portugal. Temos uma comunidade portuguesa muito grande e por isso vamos contratar mais”, afirmou Alexis Tam.

O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura reiterou a importância de colmatar a falta de recursos humanos na saúde depois de ter alertado no início do mês para a necessidade de acelerar a contratação de profissionais de saúde.

O processo de contratação passará por 50 concursos públicos a realizar ao longo do ano, dos quais 18 já estão em curso.

A informação foi avançada durante a apresentação de novas medidas para reduzir o tempo de espera para atendimento nos serviços de saúde em Macau.

As novas medidas incluem a atribuição de subsídios para atendimento no sector privado para alguns grupos populacionais, os quais podem ser usados por um período de 48 horas.

Assim, a partir de hoje passa a ser atribuído um subsídio de 230 patacas (cerca de 25 euros) para os utentes já abrangidos por cuidados de saúde gratuitos no sector público que se dirijam às urgências no hospital privado Kiang Wu. Já as consultas externas passam a ser subsidiadas em 110 patacas (cerca de 12 euros) em várias clínicas e centros médicos.

Até à data estavam abrangidos para cuidados de saúde gratuitos no serviço público indivíduos com idade igual ou superior a 65 anos, crianças e estudantes, grávidas, deficientes e cidadãos carenciados. Com as novas medidas de triagem passam também a ter direito aos novos subsídios os funcionários públicos e seus familiares, docentes e trabalhadores das escolas e portadores do cartão de acesso a cuidados de saúde emitido pelo hospital Público Centro Hospitalar Centro São Januário.

Outra medida anunciada hoje foi a implementação de uma aplicação para telemóvel para consultar as listas de espera em tempo real das diversas instituições médicas integradas na rede.

Internistas continuarão a ser o garante do funcionamento dos Serviços de Urgência
Mais uma vez este ano as Urgências Hospitalares são notícia, com os doentes a aguardarem muitas horas para serem observados e...

O caos instala-se no Serviço de Urgência (SU) sempre que os doentes chegam às centenas, porque não têm alternativas credíveis de qualidade onde possam recorrer. A situação torna-se ingovernável, quando se esgota a capacidade de internamento e os doentes são tratados nos corredores do SU, como se estivessem nas enfermarias.

A profissionalização das Equipas de Urgência não é a solução para o SU sobrelotado. Para a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, a aplicação cega do modelo estrito de equipas médicas dedicadas, tem enormes riscos em Portugal:

- O número de doentes que recorre ao SU é muito elevado, ao contrário do que acontece noutros países.

- Em Portugal o doente chega por regra à Urgência sem qualquer tipo de triagem médica ou contacto com o Médico Assistente, pelo que é crucial a abordagem holística garantida pelo Internista.

- Mais de 90% dos internamentos hospitalares são feitos através do SU, pelo que é fundamental a presença dos Médicos dos Serviços na Urgência, única forma de garantir a qualidade assistencial e evitar altas indevidas.

- O Médico “Urgencista” entra em exaustão em poucos anos, pelo que o modelo não perdura no tempo.

A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna espera que o senso impere para que as causas reais da sobrelotação das urgências possam ser identificadas e minimizadas. Os Internistas continuarão a ser o garante do funcionamento dos Serviços de Urgência e fazem-no com grande dedicação e competência.

Estudo da Deco analisado
A qualidade da carne picada à venda em Portugal, posta em dúvida num estudo divulgado esta semana, vai ser hoje o tema de uma...

A Comissão vai analisar um estudo da Deco (Defesa do Consumidor) que colocou em causa a qualidade da carne picada em 26 talhos, devido a problemas de conservação, higiene e temperatura de venda. Na maior parte dos talhos foram encontrados sulfitos (que dão aparência de frescura) proibidos.

O estudo foi divulgado na terça-feira e nesse mesmo dia a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) esclareceu que os sulfitos detectados podem ser utilizados por serem aditivos alimentares aprovados como conservantes.

Na quarta-feira a Deco voltou a garantir que a utilização de sulfitos na carne picada é proibida por lei e disse que a ASAE “lançou uma injustificável confusão” sobre o objecto do estudo, que foi a carne picada à venda em alguns talhos.

A ASAE e a Deco são duas das entidades representadas na Comissão que hoje se vai reunir e na qual participam também o secretário de Estado da Alimentação e Investigação Agroalimentar, Nuno Vieira de Brito, e o secretário de Estado adjunto e da Economia, Leonardo Mathias.

A Comissão, criada em maio de 2014, tem por missão propor medidas que garantam não existirem alimentos à venda que não sejam seguros, e de informar as pessoas sobre suspeitas legítimas de riscos para a saúde.

Estudo
As crianças portuguesas comem, em média, mais fruta por dia do que as de seis outros países europeus, mas as pertencentes a...

As conclusões são as primeiras a surgir do estudo do projecto europeu EPHE, financiado pela Comissão Europeia e apoiado pela Organização Mundial de Saúde, que tem como “principal objectivo avaliar o impacto de intervenções de promoção de hábitos alimentares saudáveis e de actividade física na redução das desigualdades sociais na saúde, em crianças em idade escolar dos seis aos nove anos”, coordenado em Portugal pela Faculdade de Ciências da Nutrição da Universidade do Porto (FCNAUP) com a Direcção-Geral da Saúde e desenvolvido na Maia.

“As crianças portuguesas foram as que apresentaram consumos mais elevados de fruta, comparativamente às restantes crianças europeias que integram este projecto. Em média, as crianças portuguesas, consomem fruta diariamente, pelo menos uma vez por dia. No entanto, verificaram-se diferenças significativas no consumo de fruta em função do estatuto socioeconómico dos pais”, pode ler-se no comunicado do projecto EPHE, que abrange Bélgica, Bulgária, França, Grécia, Holanda, Portugal e Roménia.

Ainda que o resultado do consumo seja de “destacar pela positiva”, como disse a investigadora da FCNAUP Maria João Gregório, isto significa que uma criança que pertença a um nível socioeconómico mais baixo come menos fruta do que uma criança de famílias de um nível socioeconómico superior.

Maria João Gregório acrescentou que se verificou ainda que “as crianças portuguesas, que pertencem a famílias com nível socioeconómico mais baixo, têm uma frequência de consumo de refrigerantes e de sumos de fruta maior do que as de famílias de nível socioeconómico mais elevado”.

O projecto, na Maia, decorre no âmbito da iniciativa “Maia Menu Saudável” e englobou 240 crianças e respectivas famílias.

Através de questionários, em três anos consecutivos, o objectivo é compreender se o desenvolvimento do projecto foi bem-sucedido na alteração de consumos, para reduzir as desigualdades sociais na saúde.

“O que nós sabemos é que as estratégias de promoção da saúde têm mais impacto nos indivíduos que têm um nível socioeconómico mais elevado”, realçou Maria João Gregório.

O comunicado acerca do projecto refere ainda que, “no que diz respeito ao consumo de hortícolas, independentemente do estatuto socioeconómico da família, as crianças incluídas neste estudo apresentam uma frequência de consumo de hortícolas de, em média, duas a quatro vezes por semana”, embora “quase 30% das famílias com nível educacional mais baixo referiram que as crianças consomem salada menos do que uma vez por semana”.

Sobre a definição de “estatuto socioeconómico”, o estudo explica que este foi definido “pelo nível educacional de ambos os pais, pela situação profissional e pela posição face ao rendimento”, tendo sido “o nível educacional da mãe selecionado como a variável socioeconómica que melhor previa o estatuto socioeconómico parental em toda a amostra”.

O projecto europeu EPHE, para a prevenção da obesidade infantil e a promoção do acesso à saúde, toma a sigla da designação original, Ensemble Prévenons l'Obésité des Enfants for the Promotion for the Health Equity.

Entre 2012 e 2014
A área de Lisboa e Vale do Tejo consome mais de 50% do financiamento extraordinário do Serviço Nacional de Saúde, ultrapassando...

Os dados são relativos ao período entre 2012 e 2014 e mostram que apenas três dos 15 hospitais de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) consumiram 784 milhões de euros, mais 121 milhões de euros de financiamento extraordinário do Estado do que o total das 17 unidades hospitalares da região Norte.

Em causa estão injecções excepcionais de dinheiro para os hospitais pagarem dívidas a fornecedores, que totalizaram naqueles dois anos 1.490 milhões de euros em LVT (50,8%), 663 milhões euros no Norte (22,6%) e 450 milhões euros no Centro (15,3%), descreve-se nos documentos que a Lusa consultou.

Juntando a região Norte à região Centro, o financiamento extraordinário estatal foi de 1.113 milhões de euros, o equivalente a 37,9% do total nacional e a menos 376 milhões de euros do que a região de LVT.

O Norte e o Centro tem uma população de 5.349.624 pessoas, ao passo que LVT tem 3.383.242, de acordo com os documentos.

No Norte investiu-se 182 euros per capita, no Centro 264 e em LVT 441 euros per capita.

O Centro Hospitalar de S. João aparece em sétimo lugar da lista dos 10 hospitais com maior financiamento extraordinário, com um montante de 131 milhões de euros, 4,5% do total nacional de 2,9 milhões de euros.

A Norte, apenas a Administração Regional de Saúde figura no top dez, com 106,9 milhões de euros.

As unidades onde o investimento é maior são o Centro Hospitalar de Lisboa Norte (300 milhões de euros, 10,2% do total), o Centro Hospitalar de Lisboa Central (288 milhões de euros, 9,8% do total) e o Centro Hospitalar de Setúbal (196,9 milhões de euros, 6,7% do total).

O hospital Garcia da Orta, onde os sete chefes do serviço de urgência se demitiram na segunda-feira (e mantiveram a decisão apesar do anúncio de um conjunto de medidas para melhorar o atendimento nas urgências da unidade de Almada), recebeu entre 2012 e 2014 144 milhões de euros de financiamento extraordinário.

O Centro Hospitalar do Algarve está em quinto lugar neste ranking, tendo obtido 176,7 milhões de euros do Estado.

Em quarto lugar situa-se o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, com 196,3 milhões de euros (6,7% do total).

O Centro Hospitalar do Barreiro, no Montijo, e o Centro Hospitalar de Lisboa – zona ocidental, receberam 95 e 91 milhões de euros.

No Algarve, o investimento foi de 6,1% do total e no Alentejo de 5,2%.

Infarmed revela
O Infarmed revelou os nomes dos 20 genéricos retirados do mercado após uma recomendação da Agência Europeia do Medicamento (EMA...

Apesar de em Portugal existirem 64 dos genéricos com autorização de introdução no mercado, cujos testes são feitos na empresa em questão (GVK Biosciences), apenas 20 estão a ser comercializados, conforme afirmou o presidente do organismo que regula o sector (Infarmed), numa conferência realizada ao final da manhã de ontem.

“Apesar de não serem conhecidas evidências que ponham em risco a saúde pública, e enquanto se aguarda a decisão final da Comissão Europeia, com base no princípio da precaução, o Infarmed solicitou, ontem de manhã, aos titulares de autorização de introdução no mercado, a retirada voluntária dos 20 medicamentos em causa comercializados em Portugal”, refere este organismo, em comunicado.

Os fármacos que desde ontem deixaram de estar à venda são o Ácido alendrónico Accord (70 mg), Ácido alendrónico Labesfal (70 mg),Candesartan Mylan (8 mg),Candesartan Mylan(16 mg),Candesartan Mylan (32 m), Desloratadina Labesfal OD (5 mg),Desloratadina Ratiopharm (5 mg), Desloratadina Teva (5 mg),Donepezilo Mylan (5 mg), Donepezilo Mylan (10 mg), Esomeprazol Mylan (20 mg).

Nesta lista estão ainda os genéricos Esomeprazol Mylan (40 mg), Fluconazol Basi(50 mg), Fluconazol Basi (150 mg), Fluconazol Basi (200 mg), Trimetazidina Mylan (35 mg), Trimetazidina Pharmakern (35 mg), Venlafaxina Azevedos (37,5 mg), Zenlafaxina Azevedos (75 mg), Venlafaxina Azevedos(150 mg).

Para 2015
O sector da saúde lidera o plano de actividades do Governo da Província de Luanda para 2015, nomeadamente com acções com vista...

O documento, que foi ontem analisado numa reunião orientada pelo governador provincial de Luanda, Graciano Domingos, destaca também o sector da educação nas actividades do ano em curso.

Em declarações à imprensa, no final da reunião, o director do Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística, Jacob Pinto, referiu que o sector social "é o que mais sobressai" na agenda de actividades.

"A educação e a saúde são as prioridades, depois vêm os outros sectores no que tange às infraestruturas, mas o peso da nossa acção governativa incide sobretudo nestes dois sectores", disse o responsável.

Entretanto, o actual quadro de crise financeira que Angola enfrenta, originada pela forte quebra na cotação internacional do barril de petróleo, que se situa abaixo dos 50 dólares, vai influenciar nas actividades a desenvolver pelo Governo da Província de Luanda (GPL).

Segundo Jacob Pinto, o plano vai ser reajustado face à orientação para uma redução substancial de cerca de 52% das despesas.

"Daí a necessidade de reajustar todo o programa de investimento público, incluindo as despesas de funcionamento", frisou o responsável.

A inauguração do Hospital Geral de Luanda, prevista para abril do ano em curso, destaca-se no quadro de actividades do GPL, uma infraestrutura que deverá "melhorar a assistência médica da população em qualidade e quantidade".

O Hospital Geral de Luanda, uma obra construída pela primeira vez em 2006, teve de voltar a ser reconstruído anos depois da sua inauguração devido a problemas detectados na construção.

Em abril de 2012, começou a ser reconstruída após um acordo entre os Governos de Angola e da China, que formalizou a revisão do plano de construção do projecto de reabilitação, construção e ampliação da nova unidade, em substituição da edificada em 2006.

Entre as acções no campo da saúde para Luanda, são de realçar ainda a avaliação das condições de atendimento dos casos de sinistrados de acidentes de viação em hospitais nos arredores de Luanda, a reactivação e fiscalização dos centros de tratamento de cólera, o mapeamento da oncocercose nos municípios de Icolo e Bengo e Quiçama, entre outras.

A reactivação dos centros de recuperação nutricional nos municípios e abertura de novos, a busca activa dos casos de lepra nas comunidades, a inauguração do Centro de Hemoterapia de Luanda e a realização de três campanhas de vacinação contra a poliomielite são também tarefas perspectivadas para 2015.

Em Lisboa
Um estudo que envolveu 113 jovens de Lisboa, com idades entre os 9 e os 13 anos, revela que a maioria tem comportamentos de...

Estas são alguns dos primeiros resultados do “Young Health Programme (YHP) – Like ME”, programa de intervenção e promoção da saúde mental juvenil, realizado pelo Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa, em articulação com a Médicos do Mundo (MdM), ontem apresentado.

As conclusões revelam que “os jovens têm comportamentos de saúde adequados, baixa percentagem de comportamentos de risco e ‘bullying’ enquanto agressores e uma percepção positiva da autoestima e autoconceito”.

Em matéria de saúde, a maioria destes jovens afirma já ter ouvido falar sobre a Sida ou sobre o VIH, mas 37 deles, mais de um terço, revelaram nunca ter ouvido falar desta doença.

Segundo o estudo, apenas cinco dos inquiridos já tinham iniciado a vida sexual, quatro dos quais revelaram que aconteceu entre os 10 e os 11 anos, com “um, três ou quatro parceiros”.

No último mês dois jovens indicaram ter tido relações sexuais com uma pessoa.

Na última vez que tiveram relações sexuais, quatro destes cinco jovens não usaram preservativo ou qualquer método anticoncepcional.

O estudo salienta ainda que pouco menos de metade dos jovens foi a uma consulta de dentista, exame de rotina ou tratamento dentário nos últimos 12 meses, sendo que 11% nunca recorreu a estes profissionais de saúde.

No que respeita a experiências com tabaco, ingestão de bebidas alcoólicas e consumo de drogas, foram negadas pela maioria dos jovens.

Quatro deles, no entanto, fumaram um cigarro inteiro entre os 5 e os 11 anos, 17% consumiram bebidas alcoólicas entre os 6 e os 13, e a maioria nunca experimentou marijuana, LSD, ácido, ecstasy ou cogumelos.

Quanto à condução sob efeito do álcool, um dos jovens referiu ter conduzido 21 vezes sob esse efeito no último mês, indica o estudo, salientando que, ao nível dos comportamentos de segurança, 73,5% nunca usaram capacete ao andar de bicicleta nos últimos 12 meses, mas 61,1% utilizam cinto de segurança sempre que andam de carro.

Este trabalho de investigação concluiu ainda que, no último ano, a maioria dos jovens não se sentiu triste ou sem esperança, nem pensou em magoar-se a si próprio intencionalmente.

“No entanto, é de registar que 5,4% dos jovens fez planos ou tentou magoar-se a si próprio intencionalmente”.

Os comportamentos de agressão para com terceiros também são raros, sendo mais frequentes contra colegas do que contra professores.

Os jovens revelam principalmente comportamentos de “observação de agressão”, seguidos de comportamentos de vitimização e, só por último, comportamentos de agressão.

A maioria nunca transportou uma arma branca ou de fogo e não faltou à escola por se sentir inseguro, mas envolveu-se em lutas físicas duas vezes no último ano, metade das quais no recinto escolar.

O estudo conclui que os jovens revelam diferentes percepções, embora de forma geral positivas: razoável competência e desempenho escolares, boas competências sociais, boa percepção da sua aparência, razoável competência atlética e comportamento.

O objectivo deste estudo, lançado em fevereiro de 2013, foi o de caracterizar, em matéria de saúde, de ‘bullying’, de autoestima e de autoconceito, as populações juvenis inseridas nos diversos projectos de intervenção comunitária integradas no “YHP – Like ME” na Região de Lisboa.

Este programa de responsabilidade social pretende, até 2015, aumentar em 30% a autoestima e, em 10%, o número de jovens capacitados na área da saúde mental, sendo direcionado a menores entre os 10 e 12 anos, integrados em projectos Escolhas, com pouco acesso a cuidados de saúde e em situação de vulnerabilidade, alterações no desenvolvimento ou problemas comportamentais relacionados com a imagem e a autoestima.

Ministérios da Saúde e das Finanças autorizaram
Os Ministérios da Saúde e das Finanças autorizaram a abertura de concursos para 275 médicos hospitalares e para 115 médicos de...

As autorizações de abertura de concursos, publicadas na terça-feira em Diário da República, destinam-se a recrutar 115 médicos especialistas em medicina geral e familiar, ao qual poderão concorrer clínicos com ou sem vínculo ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), e 275 médicos especialistas nas áreas hospitalar e de saúde pública, a preencher pelos médicos que adquiriram o grau de especialista na segunda época de 2014.

Após a publicação destes dois despachos conjuntos dos Ministérios da Saúde e das Finanças em Diário da República, os próximos passos passarão pela identificação de necessidades prioritárias por instituição de saúde e pela abertura de recrutamentos a nível regional para os 115 médicos e família e um procedimento nacional de recrutamento para os 275 clínicos hospitalares, esclarece a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

Estes médicos ficam obrigados a permanecer no mínimo três anos no posto de trabalho a ser preenchido, condição que constará dos anúncios de abertura.

“Reconhecendo o carácter central dos recursos humanos que integram o SNS, esta medida tem por objectivo suprir as necessidades de pessoal médico, através da autorização de procedimentos concursais e da criação de condições legais para melhorar a distribuição dos recursos existentes”, explica uma nota da ACSS.

Relativamente aos 115 médicos de família, os respectivos postos de trabalho serão distribuídos pelas cinco Administrações Regionais de Saúde (ARS), à luz do aviso que procederá à abertura do concurso.

A ACSS recorda que foi aberto um concurso para o recrutamento de 200 médicos de família, distribuídos pelas cinco ARS e cuja lista provisória de ordenação final dos 85 candidatos foi aprovada a 17 de outubro de 2014, aguardando-se a autorização para prosseguimento do concurso.

Atendendo ao facto de não ter sido possível preencher a totalidade das vagas, foi solicitada autorização ao Ministério das Finanças para o desenvolvimento de novo procedimento concursal, com vista ao preenchimento do número remanescente de postos de trabalho (115) previamente autorizados.

CReSAP apresenta
A CReSAP, Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública, deliberou apresentar ao Governo três candidatos...

A Proposta de Designação, a que hoje a Lusa teve acesso, indica que o júri da CReSAP vai apresentar ao Governo os candidatos Álvaro Fernando Santos Almeida, Fernando Alberto Alves e José Miguel Dias Paiva.

O documento, datado de segunda-feira, assinala ainda que “foram opositores a este procedimento concursal dez candidatos”.

Publicado em Diário da República (DR) a 14 de novembro de 2014, o procedimento concursal de recrutamento e selecção do cargo de Presidente da Administração Regional de Saúde do Norte, I. P. foi aberto pela CReSAP “pelo prazo de dez dias úteis” a contar da data de publicação.

“A indicação dos requisitos formais de provimento, de perfil pretendido, da composição do júri e dos métodos de selecção será publicitada na Bolsa de Emprego Público (BEP)”, pode ler-se em DR.

O actual presidente do conselho directivo da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, Luís António Castanheira Nunes, foi nomeado em outubro de 2011 pelo governo para um mandato de três anos.

Para a ARS Norte, e por despachos assinados então pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e pelo ministro da Saúde, Paulo Macedo, foram nomeados os vogais Ponciano Manuel Castanheira de Oliveira e Rui Afonso Móia Pereira Cernadas.

Wings for Life World Run Portugal
João Correia, referência nacional do atletismo em cadeira de rodas, é o embaixador da Wings for Life World Run Portugal, uma...

“Sou um homem de causas e esta marca-me particularmente. É impossível ficar indiferente quando se veem imagens de uma corrida de atletismo com milhares de participantes em 33 países, unidos em prol de uma cura que poderá ajudar um dia, milhões de pessoas que se encontram na mesma condição física que a minha! Esta prova faz-me acreditar cada vez mais no meu lema de vida: Nunca Desistir!” afirma o Penta Campeão Nacional das distâncias de 100 e 200 metros e por duas vezes Campeão da Europa de 200 metros.

João Correia nasceu em 1983 e, aos dois, anos, sofreu um acidente que o deixou numa cadeira de rodas. Em 1991, começou a praticar desporto, tendo-se tornado no primeiro atleta português a ganhar uma medalha internacional, para o atletismo em cadeira de rodas. Actualmente está a preparar o regresso em força à competição.

Saiba quais são
Esta é a lista dos 28 medicamentos genéricos existentes em Portugal que a Agência Europeia do Medicamento (EMA) recomendou que...

Destes 28 medicamentos, alguns são apresentados em diferentes dosagens, totalizando 64 apresentações.

Ácido alendrónico Accord - para a Osteoporose

Cefpodoxima Alkaloid – antibiótico usado sobretudo para pneumonias bacterianas, bronquites agudas, infecções agudas das bronquites crónicas, sinusites, anginas, faringites.

Tramadol + Paracetamol Brown - associação de dois analgésicos, que actuam em conjunto para aliviar a dor

Trimetazidina Brown – vasodilatador para tratamento da angina de peito

Escitalopram Brown - antidepressivo

Ebastina Brown – antialérgico

Quetiapina Daquimed – para a esquizofrenia e a perturbação bipolar

Levodopa + Carbidopa + Entacapona Generis – para a doença de Parkinson

Entacapona Generis – para a doença de Parkinson

Desloratadina Labesfal OD – antialérgico

Ácido alendrónico Labesfal – para a osteoporose pós-menopáusica

Donepezilo Anova – para tratamento do Alzheimer

Esomeprazol Anova – antiácido, para a doença de refluxo gastro-esofágico e úlceras

Venlafaxina Azevedos – antidepressivo

Fluconazol Basi – antifúngico

Desloratadina Labormed – antialérgico

Cefpodoxima Lupin – antibiótico usado sobretudo para pneumonias bacterianas, bronquites agudas, infecções agudas das bronquites crónicas, sinusites, anginas, faringites

Esomeprazol Mylan - antiácido, para a doença de refluxo gastro-esofágico e úlceras

Atorvastatina Anova – para o colesterol e para os triglicéridos

Donepezilo Mylan – para tratamento da doença de Alzheimer

Trimetazidina Mylan - terapêutica adicional para o tratamento sintomático de doentes com angina de peito

Candesartan Mylan – para tratamento da hipertensão e da insuficiência cardíaca

Leflunomida Pentafarma – antirreumático, para tratamento da artrite reumatoide

Desloratadina Peseri - antialérgico

Trimetazidina Pharmakern – para a angina de peito

Desloratadina Ratiopharm - antialérgico

Trimetazidina Itraxel – para a doença isquémica do coração

Desloratadina Teva - antialérgico

Infarmed
O presidente do Infarmed acredita que “dentro de dias” poderá surgir o acordo com o laboratório que comercializa o Sofosbuvir,...

Eurico Castro Alves reagia desta forma à notícia do Jornal de Notícias (JN) que hoje dá conta de uma união dos maiores hospitais do país contra a empresa que vende o novo fármaco da hepatite C.

De acordo com o JN, “os hospitais de S. João e de Santo António, no Porto, os Hospitais Universitários de Coimbra, o Hospital de Santa Maria e o Centro Hospitalar Lisboa Central (S. José) decidiram unir-se e tomar uma posição de força contra a farmacêutica norte-americana Gilead Sciences”.

“Os cinco hospitais juntaram-se para interpor uma providência cautelar por abuso de posição dominante contra a empresa que vende o novo fármaco da hepatite C” e “vão fazer queixa na Autoridade da Concorrência”, escreve o matutino.

Sem comentar a iniciativa, Eurico Castro Alves disse que está nas mãos do laboratório uma proposta do Infarmed – sobre o preço do Sofosbuvir – que o presidente do organismo acredita que vai ser bem-sucedida.

Após umas longas negociações, o Infarmed acredita agora que o acordo poderá estar para “dentro de dias”.

Eurico Castro Alves realçou a boa vontade manifestada pela Gilead, que ofereceu cem tratamentos ao SNS, mas lembrou que um outro laboratório também ofereceu 130 tratamentos.

Infarmed
O Infarmed decidiu hoje retirar do mercado dezenas de medicamentos genéricos, seguindo as recomendações da Agência Europeia do...

Na sexta-feira passada, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) recomendou a suspensão de centenas de genéricos, dos quais 64 comercializados em Portugal, mas o Infarmed ainda não tinha tomado nenhuma decisão, por considerar que “a análise de risco não evidenciou existir falta de segurança ou eficácia”.

Hoje o presidente do Infarmed, Eurico Castro Alves, anunciou que nenhum destes genéricos estará à venda a partir de hoje.

Em causa está uma inspecção realizada à GVK Biosciences, na Índia, que detectou irregularidades na forma como esta empresa conduzia os ensaios clínicos a vários medicamentos que circulam na União Europeia.

Em Espanha, bem como em outros países europeus, os organismos que regulam o sector optaram por suspender os fármacos.

Portugal, segundo revelou hoje em conferência de imprensa o presidente do Infarmed, optou por acompanhar o caso e deu hoje ordem às empresas para que retirem os fármacos do mercado, remetendo a decisão final sobre a suspensão ou não dos genéricos para quando existir uma tomada de posição da União Europeia.

Esta posição é diferente da assumida por este organismo na sexta-feira, no dia em que foi conhecida a recomendação da EMA, que nesse dia emitiu uma circular a indicar que “relativamente aos medicamentos que dispõem de dados suficientes de outras fontes que comprovam o cumprimento dos requisitos regulamentares”, o Comité de Medicamentos para Uso Humano (CHMP) da EMA “recomendou a sua manutenção no mercado”.

Para os restantes medicamentos, “incluindo os que têm alternativas terapêuticas, a análise de risco não evidenciou existir falta de segurança ou eficácia destes medicamentos, pelo que a decisão final sobre a manutenção no mercado será tomada pela Comissão Europeia, tendo em consideração a opinião do CHMP”, prosseguiu a circular.

Hoje, Eurico Castro Alves disse que Portugal não optou logo pela suspensão dos fármacos por esta ser uma decisão que “comporta vários prejuízos para as empresas e para os doentes”.

“A nossa opção foi seguir o caso com toda a prudência, dando-lhe toda a atenção e realizando contactos com outras agências”, disse.

Segundo Eurico Castro Alves, apesar de existirem em Portugal 64 destes medicamentos com autorização de comercialização, apenas 20 estão à venda e têm umas vendas “residuais: 0,3 por cento”.

Trata-se de analgésicos, anti-inflamatórios, anti-histamínicos, entre outros, que não causaram, até ao momento, qualquer problema de saúde e não apresentam riscos para os doentes, segundo Eurico Castro Alves.

A retirada do mercado destes fármacos também não deverá prejudicar os doentes que, segundo Eurico Castro Alves, têm outras alternativas no mercado.

Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos defende
O Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (CRNOM) defendeu hoje que os médicos devem continuar a gerir as suas...

Em comunicado, o CRNOM refere que tem sido confrontado com diversas reclamações de médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) “apreensivos com as consequências das constantes imposições de tempos máximos de duração das consultas e atendimentos aos doentes e de sobreposição de horários de consultas, que potencialmente podem interferir com a boa prática médica”.

Esta é uma “imposição” que, no entender do CRNOM, “não se sustenta em qualquer texto legal, além de, em alguns casos, procurar obrigar o médico a observar doentes de 10 em 10 minutos ou em tempos mais reduzidos, nomeadamente em contexto de avaliação de doentes com doença aguda. Esta prática viola o Código Deontológico da Ordem dos Médicos (artigo 3.º)”.

“Se necessário, ao abrigo do n.º 2 do art.º 271 da Constituição, os médicos devem reclamar por escrito da imposição de tempos insuficientes para consulta e endossar a responsabilidade judicial por qualquer erro de diagnóstico ou terapêutica para a Direção Clínica/Conselho de Administração da Instituição de Saúde”, sublinha.

O CRNOM diz ainda que está disponível para, no limite das suas competências, apoiar institucional e juridicamente os médicos que possam ser atingidos por imposições de tempo que coloquem em causa as boas práticas médicas.

“O Ministério da Saúde persiste em continuar a ignorar a essência da relação médico-doente e a humanização dos cuidados de saúde, contribuindo para dificultar o exercício correcto da medicina sustentado nas boas práticas médicas”, acrescenta a Ordem dos Médicos/Norte.

Terapêutica oral da Genzyme para a Doença de Gaucher Tipo I
A Genzyme - A Sanofi company, anunciou hoje que foi concedida, pela Comissão Europeia (CE), a autorização de comercialização...

Um pequeno número de doentes adultos que metabolizam Cerdelga® mais rapidamente ou com uma taxa indeterminada, conforme avaliação em teste genético efectuado num laboratório acreditado, não serão elegíveis para o tratamento com Cerdelga®. Cerdelga® foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), em Agosto de 2014, e está em avaliação por outras autoridades reguladoras de todo o mundo. Espera-se que esteja disponível comercialmente em países da União Europeia a partir de 2015 e ao longo dos próximos anos.

Cerdelga® (eliglustato) é um inibidor potente, altamente específico, de glicosilceramida sintetase, com distribuição tecidual ampla, incluindo a medula óssea. Cerdelga® reduz a produção de glicosilceramida, uma substância que se acumula nas células e tecidos dos doentes com doença de Gaucher tipo 1.

Cerdelga® é indicado para o tratamento de longo prazo de doentes adultos com doença de Gaucher tipo 1 (DG1), que são metabolizadores fracos (MF), metabolizadores intermédios (MI) ou metabolizadores extensivos (ME) para a enzima CYP2D6.

A maioria das reacções adversas é ligeira e temporária. A reacção adversa notificada com mais frequência com Cerdelga® é diarreia, em aproximadamente 6% dos doentes. A incidência de diarreia foi igual ou superior com placebo, em comparação com Cerdelga®, no estudo principal controlado por placebo. Menos de 2% dos doentes a receber Cerdelga® interromperam permanentemente o tratamento devido a qualquer reacção adversa.

A aprovação da Comissão Europeia baseou-se em dados do programa de desenvolvimento clínico de Cerdelga®, o maior já realizado na doença de Gaucher, o qual reuniu aproximadamente 400 doentes, de 29 países. O programa de desenvolvimento de Cerdelga® incluiu dois ensaios clínicos de Fase 3.

Num ensaio clínico de Fase 3 controlado por placebo (ENGAGE - um estudo em doentes de Gaucher tipo I sem terapêutica prévia) verificaram-se melhorias, após 9 meses, nos seguintes endpoints primários: volume do baço, contagem de plaquetas, níveis de hemoglobina e volume do fígado.

O segundo ensaio clínico de Fase 3 foi desenhado com vista a avaliar a estabilidade da doença em doentes previamente tratados com terapêutica de substituição enzimática (ENCORE). Este estudo atingiu os critérios pré-especificados ao demonstrar a não-inferioridade face à terapêutica de substituição enzimática (imiglucerase), os quais eram um endpoint composto para cada um dos seguintes parâmetros: volume do baço, níveis de hemoglobina, contagem de plaquetas e volume do fígado.

Os doentes incluídos nos estudos de registo continuaram a receber Cerdelga® nos períodos de extensão dos ensaios, e a maioria encontra-se no quarto ou quinto ano de tratamento. Num ensaio clínico de Fase 2 em doentes sem tratamento prévio, Cerdelga® demonstrou um efeito positivo nos parâmetros ósseos, incluindo envolvimento da Medula Óssea (BMB) e densidade mineral óssea (DMO), os quais se mantiveram ao longo de um período de, pelo menos, 4 anos. A maioria dos doentes incluídos no período de extensão do ensaio de Fase 2, estão agora no oitavo ano de tratamento.

Em Bissau
Bainhe Chaque ri-se às gargalhadas quando lhe perguntam como está, porque vai poder voltar a ver o que o rodeia: “já não tenho...

Aos 64 anos e sem gastar um tostão, o guineense acabou de ser operado às cataratas, já em estado agravado, como quase todos os casos diagnosticados na Guiné-Bissau: acabam em cegueira, mas podem ser revertidos.

No país é muito difícil ter acesso a serviços de saúde.

São raros e quando há poucos têm dinheiro para os pagar ou informação para lá chegar - a maioria da população é analfabeta.

“Muitas pessoas ficam cegas por causa de problemas para os quais já há solução”, explica à Lusa o médico oftalmologista Dionísio Cortesão.

Ele e outros 10 médicos e enfermeiros são voluntários: pagaram as viagens de avião de Portugal para a Guiné-Bissau, bem como todas as outras despesas para ficar 11 dias a dar consultas e a realizar cirurgias no Hospital de Cumura, nos arredores de Bissau.

É a quinta Missão Visão que funciona sob a alçada da fundação católica João XXIII e que, ano após ano, angaria consumíveis e reúne médicos e enfermeiros através do “passa a palavra”.

Em oito dias de voluntariado, a equipa já tinha operado cerca de 70 pessoas e prestado quase 700 consultas - com mais dois dias pela frente.

“Cerca de quatro quintos dos doentes que operamos têm menos de 10% de visão em cada olho ou são totalmente cegos”, descreve Dionísio Cortesão.

Na Guiné-Bissau este grupo de médicos depara-se com problemas comuns, como Glaucoma, ou outros mais raros, como o Tracoma, uma inflamação crónica que podia ser evitada com um antibiótico no tempo certo.

Mas a doença que se destaca “são as cataratas, aqui num grau muito mais dramático” daquilo a que os médicos estão acostumados a observar na Europa e com um impacto muito mais grave na vida dos pacientes.

É o caso de Amadu Balde, 75 anos, que perdeu quase toda a visão.

“Mal consigo ver quem está à minha frente”, contou à Lusa depois da consulta onde foi encaminhado para cirurgia.

“Não tenho medo nenhum de ser operado. Quero é ver bem”, sublinhou.

As intervenções são feitas num bloco operatório do Hospital de Cumura, no mesmo piso térreo das consultas, duas portas ao lado, onde à equipa portuguesa se juntam médicos guineenses.

“Aprendemos a usar esta tecnologia mais avançada”, refere Seco Indjai, médico da Guiné-Bissau que não perde a oportunidade de trabalhar com os colegas portugueses.

“Temos muita cegueira evitável e acho que isso pelo menos vamos conseguir resolver” graças às indicações que recebeu, realçou.

A formação no exercício da actividade poderá fazer com que um dia se cumpra o sonho do líder da missão, o oftalmologista Luís Gonçalves.

“O meu sonho era daqui a algum tempo poder vir cá, à Guiné, e não precisar de fazer cirurgia nenhuma por estarem os colegas de cá a trabalhar. E eu venho passar umas férias”, descreveu.

Enquanto isso não acontece, outras missões repletas de trabalho diário vão seguir-se.

Esta quinta-feira à tarde é tempo de fazer o balanço e um inventário que servirá para preparar a missão do próximo ano.

Os médicos oftalmologistas prometem regressar para "transformar vidas", conclui Luís Gonçalves.

Programa de intervenção e promoção da saúde mental juvenil
O “Young Health Programme (YHP) – Like ME” é um programa de intervenção e promoção da saúde mental juvenil que tem como...

Caracterizar em matéria de saúde, de bullying, de auto-estima e de autoconceito, as populações juvenis inseridas nos diversos projectos de intervenção comunitária que integram o “YHP - Like ME” foram os objectivos do estudo realizado pelo Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde (CIIS) do Instituto de Ciências da Saúde (ICS) da Universidade Católica Portuguesa (UCP), em articulação com a Médicos do Mundo (MdM).

O “YHP” é o maior programa de responsabilidade social corporativa da AstraZeneca, a nível global, desenvolvido em parceria com a Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health e a Plan International, que decorre actualmente em 20 países em diferentes áreas da saúde. Em Portugal, com apoio local da Médicos do Mundo, o programa assume a denominação de “YHP-Like ME” e com foco na saúde mental. Lançado oficialmente em Fevereiro de 2013, é direccionado a jovens entre os 10 e os 12 anos de idade, integrados em 10 projectos Escolhas, com reduzido acesso a cuidados de saúde e em situação de vulnerabilidade, alterações no desenvolvimento ou problemas comportamentais relacionados com autoconceito, auto-estima e auto-imagem.

A importância deste projecto foi entretanto reconhecida internacionalmente no ano passado pela UNICEF/NCD Child, tendo sido seleccionado para participar no processo de consulta do novo capítulo sobre prevenção das Doenças Não Transmissíveis (DNT) do Manual “Factos para a Vida”. À semelhança das questões de saúde mental, com esta parceria, o programa também vai passar a debruçar-se sobre o tema das DNT.

A sessão de apresentação dos resultados conta com a participação do Prof. Doutor Alexandre Castro Caldas, Director do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa, do Prof. Doutor Sérgio Deodato, Coordenador da Unidade de Ensino de Enfermagem de Lisboa do ICS da UCP, da Dra. Carla Paiva, Directora Geral da MdM e do Dr. David Setboun, AstraZeneca Portugal Country President. Os resultados do estudo serão apresentados pela Prof.ª Doutora Elisabete Nunes e pelo Prof.º Doutor Manuel Luís Capelas, investigadores do CIIS e Docentes de Enfermagem da UCP. Na ocasião, também estarão presentes alguns dos jovens participantes dos diversos projectos que integram o “Like ME” e respectivos coordenadores. 

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