Observatório Europeu da Droga e Toxicodependência
O presidente do Observatório Europeu da Droga e Toxicodependência considerou que “ainda não é hora” de discutir a...

João Goulão, que falava na sequência das declarações da ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, sobre a despenalização de uso de drogas leves, salientou que este assunto “não é uma prioridade”.

“Penso que, neste momento, temos tantas e tão graves situações na política interna, nas condições de vida dos nossos cidadãos, que esta, de facto, não me parece uma prioridade política. Por outro lado, em Portugal os indicadores de consumos têm evoluído de forma positiva”, recordou o presidente do Observatório Europeu da Droga e Toxicodependência (OEDT).

No entender de João Goulão, a discussão sobre este assunto só se justificava se tivesse havido um retrocesso nos indicadores.

A ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, afirmou no sábado, em declarações à rádio TSF, que concorda com a despenalização do uso de drogas leves, para que "não haja criminalidade altamente organizada e branqueamento de capitais".

“Lembro que o primeiro-ministro já veio dizer que as declarações da ministra foram proferidas a título individual, e isto corresponde à posição oficial do Governo português, ou seja, que não vai ser avançada nenhuma posição relativa a esta questão da legalização ou regulação de vendas de drogas, nomeadamente a canábis”, sublinhou.

Na opinião de João Goulão, existem duas questões que têm sido abordadas de forma “mais ou menos” misturada.

“Por um lado, temos a questão do uso terapêutico de canábis, que terá as suas indicações médicas e vantagens em algumas situações clínicas muito particulares. Esta é uma questão que merece ser discutida, mas é um assunto para as agências do medicamento, é uma questão clínica e pode conduzir à possibilidade de prescrição de canábis e a sua aquisição nas farmácias”, disse.

Por outro lado, indicou João Goulão, existe a questão do uso recreativo de drogas, que deve ser discutida, mas “noutro contexto e com outros contornos”.

“Em Portugal, fomos pioneiros ao discriminarmos o uso de todas as substâncias em 2000 e isso teve impactos positivos na evolução dos indicadores. Há um conjunto de políticas que estão a ser seguidas desde então”, disse, lembrando no entanto que consumir drogas é proibido.

“Deixou de ser crime, mas é penalizado à luz do direito administrativo. Fomos tão longe quanto possível num paradigma penalizador proibicionista de drogas”, frisou.

João Goulão salientou ainda que estão a decorrer algumas experiências nos Estados Unidos e no Uruguai.

“Na minha opinião, agora é tempo de acompanhar as experiências noutros países e ver o impacto que têm ao nível dos consumos e na saúde individual e colectiva e, por outro lado, em 2016, as Nações Unidas vão organizar uma conferência para debater estas questões”, concluiu.

Em Tomar
O tornado que atingiu um jardim escola em Tomar, há cinco anos, deixou cicatrizes físicas e emocionais em dezenas de crianças,...

Uma criança que “voou” com o telhado da escola, outras soterradas em armários ou cobertas de vidros são algumas das imagens que, durante muito tempo, alunos e professores do Jardim Escola João de Deus, em Tomar, não conseguiram apagar após o tornado que atingiu aquela escola, a 7 de Dezembro de 2010.

O fenómeno meteorológico deixou cicatrizes físicas, mas também psicológicas nas crianças, cujos pais começaram a identificar sinais como medo do vento e da chuva, enurese nocturna e pedidos para dormir com a mãe ou o pai.

Na escola, os tempos seguintes também foram de medo, principalmente em dias de vento, de tal forma que a direcção pediu ajuda ao hospital local, sem capacidade para realizar uma intervenção a 136 crianças, familiares e professores.

Para contornar a situação, a Protecção Civil de Tomar pediu ajuda à pedopsiquiatria do Hospital Dona Estefânia, do Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC), que atende a zona sul do país.

Mas os custos para deslocar 136 crianças, familiares e educadoras semanalmente, durante seis meses, e o impacto no absentismo laboral dos pais e no funcionamento do jardim-escola ameaçavam tornar a intervenção inviável, pelo que uma equipa coordenada pelo enfermeiro António Nabais apresentou uma alternativa: levar a intervenção ao contexto escolar.

A iniciativa, inédita em Portugal, decorreu em 2011, ano em que quatro enfermeiros (dois especialistas em saúde mental e dois de cuidados gerais) da Área de Pedopsiquiatria do CHLC trabalharam uma vez por semana com estas crianças, mas também com pais e professores.

António Nabais disse que, na avaliação realizada através de inquéritos e pela interpretação dos desenhos das crianças – com idades entre os três e os dez anos – foi possível averiguar que quase metade (41,7%) apresentava possível perturbação mental.

Destas, a grande maioria já apresentava perturbação mental – nomeadamente ao nível do comportamento - antes do tornado, tendo com este aumentado em dez vezes a possibilidade do seu problema se agravar e evoluir para doença mental.

As crianças que ficaram marcadas após o tornado manifestavam perturbações emocionais, tendo sido estas as que mais facilmente melhoraram.

Os profissionais organizaram grupos terapêuticos, consoante a idade das crianças, com as quais dramatizaram histórias com o objectivo de verbalizar a situação vivida e ultrapassar o seu impacto.

Para os mais pequenos, entre os quatro e os seis anos, foi escolhida a história de “Os três porquinhos”, envolvendo “a construção, a destruição e reconstrução de uma casa, numa alusão à escola que foi destruída pelo tornado e depois reconstruída”, explicou António Nabais.

Aos que frequentavam o segundo, terceiro e quarto ciclo do ensino básico foi proposta a construção de uma história e a definição de personagens, que no final do ano foi apresentada como peça de teatro.

Segundo António Nabais, a intervenção permitiu que a maioria das crianças melhorasse o seu estado, sendo que as que não melhoraram ou até pioraram foram encaminhados para consultas de pedopsiquiatria.

Este projecto venceu, em 2014, o Prémio de Boas Práticas em Saúde.

Em Portugal
Em Portugal existem 626 dadores de espermatozoides e dadoras de ovócitos registados desde Janeiro de 2013, cuja identidade não...

Este registo entrou em funcionamento em Janeiro de 2013 e, desde então, reúne os dadores de gâmetas masculinos e femininos que realizaram as doações em Portugal, segundo disse o presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA).

De acordo com Eurico Reis, a informação que consta desta base de dados é confidencial e a ela só poderão ter acesso o presidente e o vice-presidente do CNPMA, em simultâneo.

Os dadores em questão realizam as suas dádivas, algumas das quais já foram utilizadas e deram origem a gravidez e a crianças nascidas, embora estes dados não constem do registo. Não constam desta base de dados as dádivas importadas.

Em 2014 entrou ainda em funcionamento o registo da actividade de Procriação Medicamente Assistida (PMA) em Portugal, com dados sobre as crianças nascidas através destas técnicas, que em 2016 cumprem 30 anos em Portugal.

O CNPMA tem, até hoje, compilados os dados referentes à actividade dos centros de PMA em 2012, tendo em conta a necessidade de aguardar o tempo da gestação. Em 31 de Janeiro deste ano, começaram a ser tratados os dados de 2013.

Em 2012 nasceram 2.134 crianças com recurso a técnicas de PMA, representando 2,4 por cento dos nascimentos nesse ano.

32 doados em 2013
Perto de 20 mil embriões estavam, no final de 2013, congelados e a aguardar um destino, 32 foram nesse ano doados a outros...

O maior número de embriões excedentários (8.893) resultou de tratamentos com microinjecção intracitoplasmática (ICSI) intraconjugais, seguindo-se os oriundos de ciclos de Fertilização In Vitro (FIV), que totalizaram 5.845.

No mesmo período foram criopreservados 3.239 embriões, resultantes de tratamentos de ICSI com ovócitos de dadora e 660 no âmbito de ciclos de FIV com ovócitos de dadora.

Os embriões criopreservados no âmbito de ciclos de FIV com espermatozoides de dador ascenderam a 496 e 273 resultaram de ciclos de ICSI com espermatozoides de dador.

No total, encontram-se crioconservados 19.406 embriões, contabilizados entre 2009 e 2013.

Segundo o Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA), em 2013 foram doados 32 embriões a outros casais (135 entre 2009 e 2013) e 398 foram descongelados e eliminados (1.491 entre 2009 e 2013).

Em 2012, último ano com os dados compilados pelo CNPMA, nasceram 2.134 crianças com recurso a técnicas de Procriação Medicamente Assistida.

Em Nova Iorque
Centenas de bactérias e outros organismos, quase metade com ADN desconhecido, podem ser encontrados no sistema de metro de Nova...

No entanto, especialistas e autoridades sanitárias citados pelo jornal The New York Times indicam que os utilizadores do metro não devem temer pela sua saúde.

O estudo, elaborado por investigadores do Weill Cornell Medical College, tinha como objectivo criar um mapa do ADN encontrado no metro de Nova Iorque, que transporta cerca de 5,5 milhões de pessoas por dia.

Durante 17 meses, foram recolhidas amostras em bancos, corrimões, assentos, portas e outros elementos da rede de metro, nas quais foram detectados milhares de tipos diferentes de organismos, metade dos quais foram considerados desconhecidos.

Entre os milhares de organismos foram detectadas centenas de bactérias, a maioria destas inofensivas para os seres humanos, mas também algumas que podem causar problemas digestivos, infecções por estafilococos e meningite.

Também foram encontrados alguns vestígios sem vida do que poderia ser a peste bubónica e bacilos de carbúnculo, embora os autores do estudo deixem claro que, dada a ausência de casos registados em Nova Iorque, estes agentes patogénicos provavelmente representam apenas um micróbio habitual em ambientes urbanos.

No caso da ‘peste negra’, a cidade não regista nenhum caso há mais de um século, ainda que em 2002 dois doentes do Novo México tenham visitado Nova Iorque.

“Ninguém deve preocupar-se”, afirmou o responsável pela investigação, Christopher E. Mason, em declarações ao The New York Times.

O investigador explicou que as amostras também poderiam pertencer a outra bactéria muito semelhante e anunciou que a sua equipa vai tentar perceber se o suposto ADN da peste está presente nas ratazanas que vivem nos túneis do metro.

“Tal como o estudo indica claramente, os micróbios foram encontrados em níveis que não significam qualquer perigo”, disse aos meios de comunicação social locais o porta-voz da empresa municipal de transportes, Kevin Ortiz.

O estudo revela ainda que os organismos encontrados numa estação de metro que ficou alagada na altura da passagem do furacão Sandy, em 2012, por Nova Iorque, são similares aos de um “ecossistema marinho”.

Da China, Nigéria e Índia
O ministro da Saúde angolano disse, em Luanda, que os medicamentos contrafeitos que chegam ao país têm origem na sua maioria na...

Devido à situação actual, José Van-Dúnem referiu que as autoridades estão a reforçar as medidas para acabar com a situação, a melhoria da inspecção e de controlo da entrada de medicamentos nas fronteiras.

"É evidente que um país com a fronteira como a nossa tem sempre possibilidades de ter muitos medicamentos que passam nas bolsas, nos carros, mas não é aquela contrafacção maciça que vem através dos portos, dos aeroportos", explicou o ministro.

José Van-Dúnem destacou também que "há um grande esforço nacional para criar as condições para diminuir a possibilidade de contrafacção".

A abertura em Luanda de um novo centro de distribuição de medicamentos vai, segundo o ministro, ajudar a melhorar a compra de medicamentos, bem como a sua gestão.

"Por exemplo, há situações em que não temos medicamento em Catabola, mas temos no Chinguar, cujos prazos estão quase a caducar porque não foram usados", apontou, acrescentando que uma informação centralizada ajuda a uma melhor gestão.

O governante angolano acrescentou que a "gestão global dos medicamentos que já fazia sentido que se realizasse, mas que neste momento, em que há menos recursos, faz ainda mais sentido e torna oportuna a inauguração daquela estrutura".

Por sua vez, Sílvio Samuel, Presidente do Conselho de Administração do grupo SILISA, proprietário do centro, disse que até ao momento todos os medicamentos são importados de Portugal.

"Temos como única proveniência Portugal, de princípio, não pensamos mandar vir de outra origem, porque achamos que Portugal é o local com medicamentos mais seguros. Temos acordos com vários laboratórios. Neste momento, o nosso objectivo é comprar melhor para conseguir vender melhor cá", concluiu o ministro.

Investimento privado angolano
Um novo centro de distribuição de medicamentos importados de Portugal foi inaugurado em Luanda, decorrente de um investimento...

A infraestrutura, localizada em Benfica, nos arredores de Luanda, ocupa uma área de 900 metros quadrados e conta com uma capacidade de armazenamento de mais de dois mil metros cúbicos.

O Presidente do Conselho de Administração do grupo SILISA, que há mais de dez anos actua no mercado local em áreas como construção civil, farmácia e hotelaria, disse que o centro permitirá ajudar a colmatar a necessidade de armazenamento em boas condições.

"Temos capacidade para poder dar resposta à demanda e à carência existente no mercado, de forma que os medicamentos aqui estão armazenados com condições apropriadas", disse Sílvio Samuel, acrescentando que o armazém possui 36 metros cúbicos de área de frio.

Acrescentou que actualmente o depósito, que já distribui medicamentos para farmácias, centros de saúde e hospitais, tem um stock de medicamentos importados de Portugal de cerca de um milhão de dólares (883 mil euros).

Entretanto, a dificuldade financeira que Angola atravessa actualmente com a quebra da receita petrolífera e por consequência na entrada de divisas, está a dificultar a importação de mercadorias, lamentou o responsável.

"Estamos com uma certa dificuldade de importação, nas aquisições de divisas, mas esperamos que isso seja ultrapassado e vamos conseguir cumprir os nossos objectivos", referiu.

Hospital de Vila Real
Um surto de sarna (escabiose) afectou seis enfermeiros e uma assistente do serviço de medicina interna do Hospital de Vila Real...

Fonte do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) disse que os casos verificados de escabiose no Hospital de Vila Real aconteceram pelo contacto directo com uma doente que esteve internada no serviço de medicina.

A sarna é uma doença de pele que é contagiosa e provoca uma grande comichão.

De acordo com o CHTMAD, a escabiose afectou seis enfermeiros e uma assistente operacional, os quais se encontram de baixa e estão ser tratados segundo o protocolo médico instituído. Ou seja, estão em tratamento dermatológico.

Todos os restantes profissionais do serviço de medicina estão em tratamento profilático adequado à situação.

Pela monitorização efectuada, a administração da unidade saúde diz que não verificou “a existência de mais nenhum doente contaminado e, assim sendo, não está previsto o encerramento do serviço em questão”.

O CHTMAD referiu ainda que, após ter sido detectada a situação, foi accionada de imediato a Autoridade de Saúde Pública Local, o Serviço de Saúde Ocupacional e Grupo de Coordenação Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infecções e de Resistência aos Antimicrobianos (GCL-PPCIRA) do centro hospitalar para monitorização e acompanhamento, nomeadamente no lar residente onde esta doente se encontra.

Jorge Cadete, presidente do conselho directivo da Secção Regional do Norte (SRN) da Ordem dos Enfermeiros (OE), afirmou que “à partida estas situações não são muito comuns”.

O responsável explicou que, segundo informações recolhidas no CHTMAD, a doente, proveniente de um lar, esteve internada no Hospital de Vila Real em Janeiro e que foi já no final do internamento que foi detectada a doença, a qual possui um período de incubação.

Entretanto, segundo disse, foram accionados todos os mecanismos de defesa, como uma desinfestação de roupa e do próprio serviço, acrescentando que a “situação será minimizada rapidamente”.

Quanto à baixa dos seis enfermeiros, Jorge Cadete referiu “não é uma situação de alarme”.

Reconheceu, no entanto, que poderá haver algum reflexo no funcionamento do serviço, levando a uma sobrecarga dos enfermeiros a nível de mais doentes e mais horas de trabalho.

“O que não quer dizer que internamente a direcção de enfermagem não procure que estas horas necessárias de enfermeiros não sejam cobertas por outros enfermeiros em mobilidade interna. Penso que internamente será sempre encontrada uma solução”, frisou.

Nos hospitais da região
A União de Sindicatos de Setúbal criticou a situação dos serviços de urgência dos hospitais da região, considerando que os...

"Nos Serviços de Urgência da península, os tempos de espera para atendimento previstos na triagem de Manchester são largamente ultrapassadas, enquanto os utentes agravam o seu estado de saúde, evoluindo para situações de risco de vida que não são presenciadas pelos profissionais", referiu a União de Sindicatos em comunicado.

O documento acrescenta que os profissionais de saúde vivem "em desespero, exaustos pelas muitas horas de trabalho acumuladas e pelo sofrimento que presenciam diariamente".

"São obrigados a prestar cuidados em serviços que passam em 300% a sua lotação prevista", salienta.

A União de Sindicatos referiu ainda que quando são internados, os utentes continuam em condições "pouco dignas".

"Os utentes têm ainda que esperar a existência de macas disponíveis e são depois transferidos para corredores, onde se amontoam em condições pouco dignas, sem privacidade, empilhados sem espaço mínimo de segurança para controlo de infecção, ou para a circulação dos profissionais e utentes", salienta.

A União de Sindicatos de Setúbal acusa o ministério da Saúde, liderado por Paulo Macedo, de ser o responsável pela situação actual.

"A reestruturação levou ao encerramento e diminuição do horário de atendimento de muitos centros de saúde e de SAP dificultando o acesso dos cidadãos à saúde preventiva. Aumentaram as taxas moderadoras e a implementação da portaria 82/2014 retirou várias valências aos hospitais da região e promoveu a diminuição do número de camas hospitalares", concluiu.

12 e 13 de Fevereiro
Os técnicos de diagnóstico e terapêutica anunciaram a realização de dois dias de greve nacional, a 12 e 13 deste mês, para...

Análises clínicas e outros exames de diagnóstico e terapêutica poderão ser afectados pela greve, que pode ainda ter impacto em cirurgias programadas.

Em comunicado, o Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica considera que o Governo “agravou a discriminação e a violência institucional que vem exercendo sobre” estes profissionais.

Em Novembro do ano passado, os técnicos de diagnóstico já tinham realizado dois dias de greve nacional, exigindo a revisão da carreira, contestando a interrupção de negociações por parte do Ministério da Saúde e reclamando da sobrecarga de trabalho, devido à falta de substituição de funcionários que se foram aposentando.

Segundo o Sindicato, a necessidade de revisão das carreiras dos profissionais de diagnóstico e terapêutica tem sido reconhecida pelos governos nos últimos 14 anos, sem que ainda se concretizasse a alteração pretendida.

Relativamente ao diálogo negocial, os sindicalistas acusam o actual Ministério da Saúde de bloquear as negociações sem qualquer explicação.

Além destes motivos, os sindicalistas consideram que o Governo veio agravar a “discriminação institucional” destes profissionais.

“Aplicação da requalificação (despedimentos colectivos) dos técnicos colocados nos serviços da Segurança Social”, “inexistência de políticas de emprego dos técnicos de diagnóstico”, falta de reconhecimento das novas licenciaturas ou transferência dos técnicos do ensino especial para a dependência das autarquias são algumas das questões contestadas pelo sindicato.

“Depois de tudo ter feito para gerar entendimentos com o Ministério da Saúde, só restou o recurso à greve, decretada já para os dias 12 e 13 de Fevereiro, bem como uma manifestação a realização frente ao Ministério no primeiro dia de greve”, explica a nota hoje divulgada.

Projectos na área da saúde
Cinco cientistas portugueses receberam dez milhões de euros do Conselho Europeu de Investigação, para desenvolver os seus...

Cristina Pereira Silva, do Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB), Luís Moita, do Instituto Gulbenkian de Ciência, Bruno Silva-Santos, Henrique Veiga-Fernandes e João Barata, os três do Instituto de Medicina Molecular (IMM), da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, foram premiados com bolsas Consolidator, anunciaram as instituições.

Cada um recebe cerca de dois milhões de euros, por cinco anos, para desenvolver os seus projectos de investigação em diferentes áreas de ciências da vida.

Cristina Silva Pereira, investigadora principal do ITQB, pretende desenvolver novas estratégicas antifúngicas de prevenção e tratamento.

O grupo da cientista desenvolveu um método que preserva a estrutura e as propriedades antimicrobianas da barreira poliéster das plantas e agora o objectivo é compreender a funcionalidade deste material, para o desenvolvimento de aplicações clínicas.

O investigador principal do IGC Luís Moita pretende utilizar os dois milhões de euros do prémio para identificar e caracterizar novos mecanismos de protecção das células que possam conferir tolerância a doenças como a sepsis.

"A sepsis grave continua a ser uma condição inflamatória sistémica que não compreendemos bem, apresentando altas taxas de mortalidade, com opções terapêuticas limitadas e, com base em dados recentes que obtivemos em ratinhos, propomos que as estratégias que visam a protecção de ‘órgãos-alvo’ tem um potencial extraordinário para o tratamento [desta doença] e, possivelmente, para outras condições inflamatórias", explica Luís Moita.

Bruno Silva-Santos, investigador principal do IMM, vai usar o financiamento para identificar mecanismos baseados em microRNAs, "moléculas que controlam a expressão dos genes, especificamente na produção de substâncias (citocinas) altamente inflamatórias".

O seu objectivo é perceber como a produção destas citocinas é regulada pelos microRNAs poderá abrir novos horizontes em estratégias de vacinação e em tratamentos de doenças autoimunes.

Henrique Veiga-Fernandes, investigador principal do IMM, refere que o prémio de 2,3 milhões de euros vai ser usado para estudar a regulação da inflamação no intestino.

"O nosso trabalho revelará novos processos e alvos terapêuticos em doenças inflamatórias, infecciosas e tumorais no intestino e que têm grande relevância para a Saúde Pública", salienta Henrique Veiga-Fernandes.

Para o investigador principal do IMM João Barata, os dois milhões de euros vão permitir estudar o impacto da molécula IL-7, que circula no sangue e está presente na medula óssea, timo e outros órgãos, e do seu receptor, que está à superfície de vários tipos de células, em especial do sistema imune.

"Queremos entender os mecanismos através dos quais a IL-7 e o seu receptor podem transformar células normais e fazer com que se tornem malignas e o papel que têm no desenvolvimento de leucemia e outros cancros", explica João Barata.

Já são nove os investigadores a trabalhar em Portugal que receberam bolsas deste programa.

Em 2014
O Núcleo Distrital de Apoio à Vítima de Castelo Branco registou 120 novos casos de violência doméstica em 2014 naquele distrito...

"Durante o ano de 2014, o Núcleo Distrital de Apoio à Vítima de Castelo Branco (NAV) registou 120 novos casos de violência doméstica e houve mil atendimentos. Desde o início deste ano [2015] já estão contabilizados mais 20 novos casos", referiu Arnaldo Brás.

O presidente da Associação Amato Lusitano, entidade responsável pela gestão do NAV desde 2010, explicou ainda que há mais pessoas a recorrer ao núcleo por iniciativa própria, além daquelas que são encaminhadas por outras instituições.

"Verifica-se um aumento de novos casos de violência doméstica e, da parte das vítimas, há mais disponibilidade para a denúncia. Esta violência não se confina às mulheres, mas também a homens, idosos e entre jovens", referiu.

O responsável pelo NAV adiantou que, apesar de no ano passado não se terem registado casos de homicídio na região, os números de violência doméstica não param de aumentar.

Além do apoio directo às vítimas, o NAV desenvolve campanhas de sensibilização junto da comunidade e outras acções de prevenção de violência, em especial dirigidas a públicos mais jovens, em idade escolar.

Arnaldo Brás sublinhou ainda que mais recentemente "o NAV desenvolveu diversas acções de sensibilização para reforçar a necessidade de apoio a esta população específica", dado o número crescente de crianças e jovens sinalizados ao gabinete de apoio, vítimas directas e indirectas de situações de violência doméstica.

O presidente da Associação Amato Lusitano referiu também que a conjuntura económica actual, por si só, não pode ser um factor explicativo para o aumento ou decréscimo do número de casos de violência doméstica.

A Amato Lusitano tem protocolos estabelecidos com a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, Instituto da Segurança Social, GNR, PSP, Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, Centro Hospitalar da Cova da Beira, Secretariado Distrital de Castelo Branco da União da Misericórdias Portuguesas, Ordem dos Advogados do Fundão, Castelo Branco e Covilhã.

Matosinhos, Porto e Gaia
As autarquias de Matosinhos, do Porto e de Gaia querem “contagiar os cidadãos para a mobilidade activa”, apostando em...

Estes três municípios, que compõem a Associação Frente Atlântica, anunciaram, em conferência de imprensa, a “Carta para a Saúde”, que visa definir políticas que melhorem os índices de qualidade de vida dos cidadãos.

A ideia é “declarar o território saudável, onde os cidadãos são mobilizados para combater a sedentarização”, disse o presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto.

Segundo Guilherme Pinto, no âmbito desta estratégia que visa “encontrar o que as pessoas gostam de fazer mas que as arranque do sofá”, as câmaras pretendem “generalizar a todos” os programas desportivos já existentes nos municípios.

Está também previsto dinamizar rastreios de doenças cujo tratamento se torna muito mais fácil com detecção precoce, como a diabetes, e combater a obesidade, sobretudo através da criação de condições para que a população tenha hábitos alimentares saudáveis.

O autarca de Matosinhos frisou que, com esta estratégia, os três municípios conseguirão “poupar muitos milhões de euros ao Estado”.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, destacou que esta estratégia vai “complementar algumas acções” já desenvolvidas pelo município, quer realizadas pela empresa municipal PortoLazer quer por juntas de freguesia como a do Centro Histórico e a de Paranhos, pró exemplo.

Já o autarca de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, afirmou ser de “particular importância” esta estratégia, adiantando que a Frente Atlântica “vai rapidamente evoluir” de forma a criar uma “carta de bons hábitos que possa ter efeito de réplica”.

“Nós percebemos o que temos pela frente em relação a ameaças de comportamentos de risco”, concluiu Guilherme Pinto.

Entre as actividades já desenhadas pelos autarcas estão, entre outras, a criação de uma rede de espaços de prática desportiva informal e de acesso livre, a promoção de uma Carta da Mobilidade Activa, definindo uma rede de locomoção pedestre e velocipédica que ligue as margens dos três concelhos, e a promoção de uma rede de restaurantes com ementas saudáveis.

As autarquias pretendem agora ver "quais as instituições no terreno que querem participar neste programa" e "estabelecer protocolos com entidades que realizam rastreios junto da população".

Sem registo de doentes
A Unidade Local de Saúde do Nordeste divulgou que foi detectada a presença de Legionella na água do hospital de Bragança e que...

Em comunicado, o gabinete de imprensa da entidade responsável pelas unidades de saúde do distrito de Bragança esclarece que “na sequência da monitorização periódica efectuada regularmente à qualidade química e biológica da água, foi identificada na última avaliação, a 5 de Fevereiro, na Unidade Hospitalar de Bragança, a presença de Legionella Pneumófila Serotipo 1”.

Face ao resultado da análise efectuada, acrescenta, “foram tomadas de imediato todas as medidas necessárias – e em conformidade com as orientações emanadas pela Direcção Geral da Saúde – no sentido da erradicação daquele agente”.

As medidas, segundo ainda o esclarecimento visaram “a garantia da qualidade química e biológica da água e da segurança de todos os doentes internados naquela Unidade Hospitalar”.

A Unidade Local de Saúde (ULS) Nordeste realça que “a par da rápida identificação e pronta actuação, a situação tem sido acompanhada pela Autoridade de Saúde Pública, em conjunto com técnicos especializados nesta matéria”.

“Não foram registados casos de doença”, sublinha ainda, no comunicado, acrescentando que “a situação encontra-se, de momento, regularizada, e salvaguardadas as garantias referidas”.

Em 2011, três doentes foram infetados e dois acabaram por morrer vítimas da bactéria detectada numa ala do quarto piso do edifício hospitalar.

Naquela ocasião também foi detectada a presença de Legionella Pneumophila na água do hospital de Bragança, que procedeu à desinfecção através da injecção de água a alto impacto nas canalizações e com cloro e lixívia.

Doentes iniciam tratamento este mês
Na próxima semana o novo medicamento para tratar a Hepatite C já vai estar disponível em “quantidades substanciais” e durante o...

A garantia foi deixada por Paulo Macedo durante uma conferência de imprensa destinada a explicar o acordo alcançado com a indústria farmacêutica para fazer chegar os medicamentos inovadores para a hepatite C aos doentes portugueses.

Para já, o universo de doentes a ser abrangido é de 13 mil pessoas, um número que poderá ter oscilações, não só porque haverá um conjunto que não precisará do medicamento, como outros doentes novos a registarem-se.

O ministro adiantou ainda que “o acordo é para dois anos, porque quer a Gilead [o laboratório] quer outras empresas estão a introduzir novas inovações no mercado”, pelo que não faria sentido um horizonte temporal mais alargado.

“Para a semana o contrato é assinado”, disse o ministro, acrescentando que depois disso “o medicamento estará disponível em quantidades substanciais” e que “há condições para que este mês todos os doentes emergentes estejam em tratamento”.

O ministro da Saúde explicou que o acordo que o Estado alcançou para o fornecimento de dois medicamentos inovadores para a hepatite C (o Sofosbuvir e uma combinação de Sofosbuvir com Ledipasvir) prevê o pagamento por doente tratado.

O acordo prevê a comparticipação do Estado português dos dois medicamentos a 100%.

Para Paulo Macedo, esta modalidade de pagar por doente tratado e não por tratamento de três, 12 ou 24 semanas, é garantia de uma “clara equidade de acesso aos doentes”.

Trata-se de acordar pagar por um mecanismo que leva a que o custo que o Estado suporta seja relativo à cura do doente.

Segundo o responsável, cada vez que um doente não ficar curado com o tratamento – e isto representa uma probabilidade de 5% - o laboratório dá outro tratamento.

“É a primeira vez em Portugal que se faz um acordo assim”, destacou o ministro, sublinhando também que o laboratório (Gilead) lhe transmitiu que este é o melhor acordo da Europa.

Quanto a valores, Paulo Macedo explicou que a confidencialidade do preço é uma regra para disponibilização do medicamento pela farmacêutica.

No entanto referiu que o desconto correspondia ao dobro do que seria efectuado face ao preço inicial e, em resposta à questão sobre se o valor era semelhante ao praticado em Espanha, de cerca de 25 mil euros), o ministro limitou-se a afirmar que a Gilead disse que este era o melhor acordo da Europa.

Paulo Macedo especificou ainda que se conseguiu “gastar menos dinheiro por doente curado”, mas que vão ser curados “mais doentes do que o previsto”, pelo que o Estado vai gastar mais.

Para fazer face a este acordo, há um reforço de verbas acordado com o Ministério das Finanças, de dezenas de milhões de euros por ano.

Os hospitais terão que ter uma dotação, mas o programa não será só dependente dos hospitais, terá “uma componente central”, que será da responsabilidade da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

Quanto ao tempo demorado na negociação, o responsável explicou que a tutela esteve a falar com outras entidades durante o processo e que esteve em causa não só o tratamento dos doentes, mas as respostas das várias empresas.

Ébola
Cerca de 16.600 crianças da Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa perderam um ou ambos os pais ou a pessoa responsável pela sua...

De acordo com os dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância, 9.234 crianças perderam um dos pais, 3.584 ficaram sem o pai e sem a mãe e 3.782 perderam a pessoa que se ocupava deles.

Mais de 22.000 pessoas ficam infectadas no último ano com o vírus do Ébola, que causou cerca de 9.000 mortos essencialmente nos três países referidos da África Ocidental.

A maioria dos órfãos devido ao Ébola encontra-se na Serra Leoa, onde 5.692 crianças perderam um dos progenitores e 2.276 os dois.

Na Libéria, 1.717 perderam um dos pais e 535 os dois, enquanto na Guiné-Conacri os números são de 1.825 e 773, respectivamente.

Calcula-se que menos de 3% dos órfãos, cerca de 500, tenha ficado fora do círculo familiar ou numa instituição.

A circunstância agrava uma situação que já era difícil nos três países, onde antes da epidemia existiam 1,3 milhões de órfãos e 3,2 milhões viviam com pessoas que não pertenciam à sua família biológica.

Infarmed autoriza
Além da Gilead Sciences, o Infarmed autorizou que mais dois outros laboratórios farmacêuticos cedam, nos próximos dias,...

Segundo apurou o SOL, são dois medicamentos totalmente novos, que ainda nem sequer terão autorização de introdução no mercado (AIM), mas que, tal como o produto da Gilead, também prometem a cura para certas variações da doença.

Um dos laboratórios irá oferecer 60 tratamentos e outro 15. O Infarmed, que recusa especificar o nome das empresas assim como a substância activa em causa, adianta apenas que neste momento foram aprovados estes três programas para um total de 165 doentes com hepatite C.

Tanto o Infarmed como a Gilead garantem ao SOL que os medicamentos vão começar agora a chegar aos hospitais.

Os estabelecimentos hospitalares só agora podem ter acesso a estes medicamentos sem custos porque até então o Infarmed exigia que, no Serviço Nacional de Saúde, na aquisição destes produtos fosse sempre definido um preço. Apenas dia 31 Dezembro aquele organismo decidiu publicar novas regras (um regulamento para o acesso precoce a medicamentos) que permitem aos laboratórios oferecer às unidades de saúde dois tipos de produtos: os que não têm ainda AIM ou os que já a têm mas aguardam que seja definido se podem ser usados nos hospitais públicos e o valor da comparticipação.  

É nesta última situação que se encontra o Harvoni, o medicamento de toma única da Gilead que está aprovado desde Novembro e que o Hospital Egas Moniz chegou a pedir ao laboratório para o ter sem custos para a doente que veio a morrer dia 31 Janeiro. Mas naquela data, justificou, entretanto, a empresa farmacêutica, o Infarmed ainda não tinha em vigor as normas que podiam ter salvado a vida a Maria Manuela Ferreira de 51 anos.

"Esta é a minha casa"
Um enfermeiro da Guarda especialista em Saúde Mental e Psiquiatria realizou um documentário que aborda a realidade de doentes...

O documentário "Esta é a minha casa" foi realizado e produzido, em 2014, por Pedro Renca, enfermeiro especialista em Saúde Mental e Psiquiatria do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda, que acompanhou as visitas domiciliárias a quatro doentes mentais, três homens e uma mulher, dos concelhos de Fornos de Algodres e de Trancoso, no distrito da Guarda.

Segundo o autor, o filme visa "suscitar uma reflexão sobre alguns aspectos sociais e culturais que envolvem as histórias, emoções e dificuldades vividas por pessoas com problemas de saúde mental, residentes no próprio domicílio".

"Reabilitar e reintegrar o doente mental são os objectivos dos cuidados prestados [pela Equipa de Enfermagem do Serviço Comunitário do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental da ULS da Guarda], demonstrando, assim, a importância das visitas domiciliárias para o equilíbrio social e emocional do doente, elemento de uma família e de uma comunidade", referiu Pedro Renca.

Os doentes mentais, pelo facto de viverem em meios recônditos e rurais, têm "os mesmos apoios" que aqueles que vivem em grandes meios urbanos, referiu o enfermeiro.

O documentário de 45 minutos vem provar que os doentes, "tendo uma doença que está medicada e tratada, não têm necessidade de estar internados em instituições", acrescenta.

O trabalho, que foi realizado junto de sujeitos com idades entre 50 e 60 anos, prova ainda que "o apoio domiciliário é uma alternativa à institucionalização" e é "mais benéfico para o doente".

O documentário de Pedro Renca vai permitir fazer "cair por terra" a ideia de que o doente mental "é perigoso, é um atrasado e um sem-abrigo", vaticina a enfermeira Susana Garcia, da Equipa do Serviço Comunitário do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental da ULS da Guarda, que apoia cerca de 300 casos em todo o distrito.

"A ideia que queremos transmitir é que essas pessoas, que têm esses problemas de saúde mental, são pessoas capazes, que podem ser integradas socialmente no meio e que existem casos de sucesso nesse sentido de reintegração na comunidade", disse.

A temática da saúde mental vai estar em destaque na terça-feira, pelas 21:30, no pequeno auditório do Teatro Municipal da Guarda (TMG), onde será exibido o documentário "Esta casa é minha", seguido de debate.

A obra, com realização e produção de Pedro Renca, locução de Joaquim Martins e música de Miguel Cordeiro, já foi exibida em Coimbra e em Portalegre.

A atividade física regular oferece muitos benefícios
O maior risco de ser lesado está no sofá e resulta tanto da inactividade física quanto da mental e s

A actividade física, a saúde de cada um e a qualidade de vida individual e familiar estão completamente associadas. O sedentarismo é um dos factores de risco mais prevalente em todo o mundo para o desenvolvimento de muitas e diferentes doenças crónicas, como é o caso de doenças cardiovasculares e metabólicas que estão entre as principais causas de morbilidade e mortalidade no mundo ocidental. Também o é para a obesidade cuja prevalência fez com que a OMS a considere como epidemia. A atividade física regular oferece muitos benefícios para a saúde, sociais e psicológicos. Assim, a integração da atividade física no quotidiano das pessoas é uma prioridade e até uma responsabilidade de todos e de cada um.

Sabemos que as lesões são uma preocupação e têm impacto socioeconómico significativo. Podemos classifica-las em agudas/traumáticas (ex.: entorses do tornozelo, cãibras, fracturas de stress) e crónicas/sobrecarga (ex.: tendinose rotuliana – Jumper’s Knee, aquiliana, Síndrome da banda ílio-tibial – Runner’s knee). As de sobrecarga são as mais frequentes. Não obstante, na maioria dos desportos coletivos a entorse do tornozelo tende a ser a mais prevalente.

A pergunta que se coloca é o que fazer para beneficiar das inúmeras vantagens do exercício físico reduzindo ao mínimo o risco de lesões. Neste sentido, somos de opinião que um exame médico-desportivo e a realização de exercício preventivo são muito importantes. O exame médico-desportivo pode ser mais ou menos completo e incidirá sobre, e tendo sempre em conta as características e história clínica individuais, a avaliação da função cardiorrespiratória, análises clínicas, avaliação do equilíbrio muscular (avaliação isocinética) e consulta de Medicina Desportiva. As recomendações serão abrangentes e completas passando pela quantidade e intensidade de exercício mais adequadas, aquecimento, exercícios de prevenção, hidratação e nutrição e outras.

Hoje conhecemos estratégias de prevenção muito eficazes e seguras para as lesões que podem resultar da prática de exercício físico. Os programas de prevenção, onde um exemplo é o FIFA 11+, são muito eficazes na prevenção de lesões, sendo fáceis e divertidos de fazer e consistem num conjunto de exercícios que duram cerca de 20 minutos. Se realizados pelo menos 2 vezes por semana podem reduzir as lesões em mais de 50%.

Justamente com vista a disseminar conhecimentos e promover o que de melhor se faz na prevenção, diagnóstico e reabilitação de lesões realiza-se a 3ª edição das Jornadas Saúde Atlântica na Clínica do Dragão - Porto, no dia 7 de Fevereiro, tendo por tema – As lesões e os problemas mais frequentes do futebol. O que todos devem saber - www.jornadassaudeatlantica.com. Vai-se discutir a avaliação Médico-Desportiva e divulgar os programas Safe Football, Footbal for Health e o FIFA 11+. Para isto levaremos um grupo de crianças para o Estádio do Dragão e mostraremos como se faz. É possível praticar futebol em segurança e evitar muitas lesões, beneficiando os 32% de crianças portuguesas com excesso de peso e a maioria dos jovens que não atingem os níveis recomendados de atividade física que, segundo o Observatório Nacional para a Actividade Física e Desporto, IPDJ, I.P., nos jovens, só os rapazes com 10-11 anos são suficientemente ativos. Nas Jornadas teremos também, pela primeira vez em Portugal, a passadeira anti-gravítica - Alter G® - com tecnologia da NASA. Vamos oferecer a alguns dos mais de 700 inscritos a oportunidade de caminhar e correr com a gravidade reduzida, o que permite a prática de exercício seguro e sem dor em pessoas com patologias ósseas, articulares ou outras, excesso de peso e a aceleração da reabilitação funcional. Assim, através desta aposta inovadora e efectiva, a Clínica do Dragão, primeira certificada pela FIFA na Península, reafirma e faz mais forte a sua missão na melhoria da saúde e da qualidade de vida das pessoas, alinhando com as orientações da União Europeia para a Actividade Física aprovadas pelos 27 países da UE em Novembro de 2008 e, mais recentemente, pelas que o Observatório Nacional da Actividade Física vem concretizando a bem da Saúde e aptidão física dos cidadãos.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Plataforma de Dados da Saúde
A Plataforma de Dados da Saúde registava, até à semana passada, 43 mulheres vítimas de mutilação genital feminina a viverem em...

A propósito do Dia da Tolerância Zero para a Mutilação Genital Feminina, que se assinala hoje, a secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade referiu que a plataforma que faz a referenciação dos casos de mutilação genital feminina (MGF) em Portugal registou 40 mulheres em 2014 e outras três já neste ano.

Sublinhando que não se trata de casos de mutilações recentes, nem praticados em território nacional, Teresa Morais explicou que 74% daquelas 43 mulheres são oriundas da Guiné-Bissau e da Guiné-Conacri.

Na maioria, aquelas mulheres têm uma idade média de 29 anos e foram sujeitas à MGF por volta dos seis anos, acrescentou.

A governante adiantou que as situações foram detectadas em situação de internamento (40%), acompanhamento de gravidez (3%) e consulta externa (2%).

Estima-se que 140 milhões de mulheres tenham sido submetidas à MGF em todo o mundo e que três milhões de meninas estejam em risco anualmente. A prática, que causa lesões físicas e psíquicas graves e permanentes, é mantida em cerca de 30 países africanos, entre os quais a lusófona Guiné-Bissau.

Segundo as estimativas, na Europa vivem 500 mil mulheres mutiladas e 180 mil meninas estão em risco de serem submetidas à prática anualmente.

O registo de dados na Plataforma de Dados da Saúde é “um avanço muito significativo no conhecimento concreto da realidade da mutilação genital feminina em Portugal”, considerou Teresa Morais. “Até 2013, toda a gente especulava e calculava que existissem casos, ninguém sabia quantos. Agora começa-se a saber”, realçou.

Actualmente, está em curso um estudo de prevalência da MGF em Portugal, coordenado pelo Centro de Estudos de Sociologia e pelo Observatório Nacional de Violência e Género da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

O estudo só estará concluído no final de Fevereiro, mas já é possível antecipar algumas conclusões, ainda que preliminares e apenas quantitativas.

Teresa Morais adiantou que essas primeiras conclusões apontam para uma estimativa de mais de cinco mil mulheres mutiladas a viverem em Portugal.

“Trata-se de um valor estimado, com base no número de mulheres residentes de cada um dos países [com prática de MGF] e nas taxas de prevalência dos países de origem”, especificou.

Do número total estimado de 5.246 mulheres mutiladas a viverem em Portugal, mais de 90% serão oriundas da Guiné-Bissau, o único país lusófono listado pelas organizações internacionais como praticante de MGF.

A Guiné-Bissau lidera a taxa de prevalência “sem surpresas”, seguindo-se, “a uma distância muito grande”, Guiné-Conacri, Senegal, Nigéria e Egito, enumerou Teresa Morais, sublinhando tratar-se de “uma metodologia de extrapolação”.

O estudo de prevalência está em curso há quase um ano e apenas nove Estados-membros da União Europeia têm pesquisas semelhantes.

O Governo português assinala hoje o Dia da Tolerância Zero para a Mutilação Genital Feminina com uma iniciativa no Hospital de S. Francisco Xavier, em Lisboa, que fará “um ponto de situação" do III Programa de Acção para a Prevenção e a Eliminação da MGF e contará com intervenções de profissionais de saúde, referiu Teresa Morais.

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