Segundo um especialista
As pessoas com arritmia cardíaca denominada fibrilhação auricular têm cinco vezes mais probabilidade de sofrer um Acidente...

Victor Gil, professor da Faculdade e Medicina de Lisboa e coordenador da unidade cardiovascular do hospital dos Lusíadas, disse que estes novos medicamentos “abrem uma nova esperança” no tratamento dos doentes com fibrilhação auricular, doença na origem de 20% do total de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC), uma das principais causas de morte em Portugal.

No dia em que arranca no Algarve o 9.º Congresso Português de Hipertensão e Risco Cardiovascular Global, Victor Gil explicou que todos os “doentes hipertensos têm que manter a sua pressão arterial controlada ao longo da vida”, mas alertou que há “2,5% da população portuguesa” com fibrilhação auricular e que essa arritmia afecta “mais de 10% da população com mais de 80 anos”.

“Muitos dos AVC têm que ver com antecedentes de tensão arterial, mas há também um grupo muito importante de AVC associado ao aparecimento de uma arritmia, que é a fibrilhação auricular. Cerca de 20% ou mais dos AVC devem-se a essa arritmia e são geralmente evitáveis pelo uso adequado de medicamentos que dificultam a coagulação do sangue”, afirmou.

Estas pessoas, disse, “têm um risco de AVC cinco vezes superior ao da população normal”, mas “a maior parte deles são possíveis de evitar” com a administração dos “chamados anticoagulantes”.

“Essa terapêutica anticoagulante, até há uns anos atrás, era extremamente difícil de fazer, porque os medicamentos que existiam eram influenciados por muitos outros medicamentos, até por alimentos, e o controlo era inadequado na maior parte dos doentes”, contrapôs o especialista.

Victor Gil sublinhou que já “surgiram medicamentos mais modernos”, mais fáceis de utilizar e que permitem no universo desses doentes “evitar 70% dos AVC”, que são, advertiu, “uma das principais causas de morte em Portugal e fazem 200 vítimas fatais por 100 mil habitantes por ano”.

“Nesses doentes com a fibrilhação auricular, as consequências do AVC ainda são piores, porque geralmente os AVC nestes doentes têm origem num coágulo de sangue que se forma dentro do coração, coágulo que é grande e que vai ocluir uma extensa zona do cérebro. Têm o dobro da mortalidade e um grau de incapacidade também muito maior que os outros”, acrescentou.

Victor Gil recordou ainda que “o AVC é uma das principais causas de morte em Portugal, com cerca de 200 mortes por 100 mil habitantes por ano e cerca de 25 mil doentes internados por ano” devido às suas consequências graves, que provocam “incapacidade de alto grau em mais de 50% dos casos”.

Nesta época
Mais de 1,5 milhões de portugueses com mais de 60 anos foram vacinados contra a gripe nesta época, segundo os resultados finais...

De acordo com o relatório final do Vacinómetro para a presente época gripal foram vacinados 1.311.031 portugueses com mais de 65 anos (64,5% desta população) e 228.420 com idades entre os 60 e os 64 anos (35,3%).

Os doentes crónicos vacinados atingiram os 55,3%, enquanto 51,7% dos profissionais de risco optaram por esta medida profilática.

O Vacinómetro – que monitoriza a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários e recomendados – indica ainda que do total dos grupos inquiridos, 91,9% já tinha recebido a vacina contra a gripe em outras épocas, enquanto os restantes (8,1%) tomaram esta vacina pela primeira vez.

Em relação à época gripal anterior (2013/2014) registou-se um aumento da percentagem de pessoas vacinadas, passando de 62,2% para os 64,5%, no caso das pessoas com mais de 65 anos, e de 34,3% para 35,3% dos indivíduos com idades entre os 60 e os 64 anos.

Lançado em 2009, o Vacinómetro é uma iniciativa conjunta da Sociedade Portuguesa de Pneumologia e da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, com o apoio de uma farmacêutica.

Estudo
As pessoas diagnosticadas com Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção têm duas vezes mais probabilidade de...

Segundo o estudo divulgado, o risco é superior nas mulheres, devido a acidentes, sobretudo se a doença for diagnosticada na idade adulta.

As conclusões partem de uma investigação realizada desde 2013 junto de dois milhões de dinamarqueses, incluindo 32 mil pessoas que sofrem de Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção (ADHD) desde o nascimento.

Um total de 107 pessoas afetadas com ADHD morreu durante o período de investigação.

“As pessoas diagnosticadas com ADHD tem o dobro das probabilidades de morte prematura do que as pessoas sem a doença”, refere o estudo coordenado por Soeren Dalsgaard, da Universidade de Aarhus, Dinamarca.

O ADHD é uma condição de falta de atenção, hiperactividade e comportamento impulsivo que perturbam a socialização e o processo de educação dos indivíduos.

Estudo revela
A maioria da população está informada sobre os malefícios do consumo excessivo de sal, um dos principais factores de risco para...

No estudo sobre a “Percepção da População sobre Hipertensão”, da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH), a ser apresentado na quinta-feira, no 9º Congresso Português de Hipertensão e Risco Cardiovascular Global, 56% da população considera estar mais informada sobre a hipertensão enquanto um problema de saúde pública, sendo que 47% acredita estar mais informada do que há cinco anos atrás.

Em declarações, o presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH), Fernando Pinto, considerou este um dos resultados mais importantes do estudo, pois demonstra uma “melhoria significativa da consciência que as pessoas têm sobre o que é a hipertensão, o que a provoca e sobre os seus riscos, nomeadamente em termos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e enfarte.

Segundo Fernando Pinto, as doenças cérebro-cardiovasculares matam um em cada três portugueses e retiram em média 12 anos de vida útil.

Como “menos positivo” o responsável aponta o facto de, apesar de a maioria ter consciência de que o sal é mau para a saúde e é proporcionador de hipertensão, mas também das doenças que provoca, apenas um quarto mudou na prática os seus hábitos em relação à ingestão do sal.

De acordo com o estudo, 70% aponta o consumo excessivo de sal como a principal causa de hipertensão, seguido da má alimentação (56%) e do stress (40%).

O estudo indica ainda que 78% dos portugueses estão mais informados sobre os malefícios que uma dieta com alto teor de sódio pode provocar, mas mais de metade (54%) ainda desconhece o consumo diário de sal recomendado pela Organização Mundial de Saúde e apenas um quarto mudou os seus hábitos de consumo.

Recuando cinco anos atrás, verifica-se que esta percentagem se manteve inalterada, o que revela pouca preocupação na redução do consumo de sal, diz o estudo, sublinhando que 62% dos portugueses não verificam qual a quantidade de sal presente nos alimentos embalados e os que fazem não a identificam facilmente.

“Temos que continuar a alertar as pessoas para o risco do sal porque está a ter impacto. As pessoas estão mais conscientes. O outro passo menos fácil é fazer com que consigam habituar-se à redução do sal”, disse Fernando Pinto, comparando com os fumadores, que, apesar de conscientes do risco, têm dificuldade em deixar de fumar.

O responsável afirma que “o sal também é uma droga de adição” e que é preciso “tentar reduções progressivas”.

Para ajudar os portugueses a interpretar os rótulos dos alimentos, a SPH propôs a rotulagem dos alimentos com as cores do semáforo: vermelho para os alimentos com muito sal, amarelo com sal moderado e verde com pouco sal.

“Isto permitiria de forma rápida, no dia-a-dia fazer a escolha e levaria as empresas a reduzir o sal dos alimentos”, afirma, acrescentando que esta medida consta de uma directiva europeia que nunca foi transposta para Portugal, um dos países maiores consumidores de sal.

O estudo revela ainda que 85% da população considera que ter hipertensão é ter tensão alta e 61% percebe que é um problema grave de saúde, mas apenas 36% considera ser um problema muito grave e 28% desconhece os valores a partir dos quais se tem hipertensão.

Em termos dos principais riscos associados, 74% destaca o AVC e 61% o enfarte.

De acordo com Fernando Pinto, a hipertensão é o maior problema de saúde pública, com uma prevalência que atinge quase metade da população portuguesa (42%).

O presidente da SPH salienta ainda que se estima que haja um “aumento importante” de hipertensão nos jovens e adolescentes, fruto do consumo excessivo de sal, do sedentarismo e da obesidade.

STAL
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local, Francisco Braz, afirmou em Coimbra que a delegação de...

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) considerou que a entrega de serviços nestas áreas às autarquias pode "liquidar o direito à saúde e à educação" e atribuiu ao Governo uma "visão retrógrada e passadista".

"A educação tem de ser a mesma em Trás-os-Montes ou no Algarve", apontou, exemplificando que, no caso da saúde, poderá depois haver "um município que decide ter um centro de saúde e outro não".

A descentralização, para além de não garantir "os meios financeiros" adequados, é uma forma de transformar as autarquias "numa extensão do Governo", protestou.

Francisco Braz falava aos jornalistas à margem de uma concentração de cerca de 50 sindicalistas e trabalhadores da região Centro junto à sede da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), onde entregaram dois documentos, um relativo à municipalização dos serviços e outro sobre a aplicação das 35 horas semanais de trabalho.

Num dos documentos entregues, o STAL afirmava que o processo de descentralização contribui "para a desagregação e destruição do Serviço Nacional de Saúde" e constitui um ataque "à escola pública".

O dirigente do STAL recordou ainda a luta de mais de "590 dias" pelas 35 horas semanais nos funcionários da administração local, frisando que o Governo "tenta, por todos os meios", impor a sua posição, estando neste momento "mais de 500 acordos assinados pelas autarquias" bloqueados.

"O Governo entende que tem que negociar pelas autarquias", criticou, defendendo que o poder central tem de "respeitar a autonomia" das autarquias.

O Governo aumentou o horário de trabalho dos funcionários públicos de 35 para 40 horas semanais, a partir de Outubro de 2013, mas a lei, que mereceu protestos dos partidos da oposição e de sindicatos da administração pública, acabou por ser analisada pelo Tribunal Constitucional (TC).

O TC não declarou a medida inconstitucional, mas deixou em aberto a possibilidade de as câmaras decidirem, cada uma por si, manter os horários de 35 horas para os trabalhadores da administração pública local, através de negociação de acordos coletivos de trabalho com os sindicatos.

Contudo, para que os acordos entrassem efectivamente em vigor deveriam ser promulgados para publicação pelo secretário de Estado da Administração Pública, que até hoje não assinou nenhum.

Francisco Braz mostrou ainda o seu "desagrado" para com a ANMP, por ter decidido não se reunir com o STAL.

"Valorizamos a última tomada de posição da ANMP relativamente às 35 horas de trabalho", mas a decisão de não se reunir com o sindicato "não é demonstrativo do diálogo que se quer ter", observou.

Fonte da ANMP disse que estava agendada para uma reunião com o STAL, "mas, ao ter conhecimento por uma entidade policial de que havia uma manifestação à mesma hora, a ANMP informou do cancelamento da reunião porque não se deixa manipular e entende que, em democracia, há regras que têm de ser respeitadas".

Estudo
De acordo com os dados publicados recentemente pela Agência Nacional de Estatísticas do Canadá, quatro em cada cinco pessoas...

“A lombalgia limita não apenas os tempos e posicionamentos dos actos sexuais como é apontada em diversos estudos como causadora da diminuição da líbido e da satisfação sexual”, esclarece o especialista Luís Teixeira.

As repercussões sexuais da lombalgia são muitas vezes subestimadas devido às barreiras e a preconceitos existentes entre o doente e o seu médico assistente na abordagem deste tema. A preparação dos clínicos, o tempo e a privacidade são algumas das causas apontadas para a pouca abordagem ao assunto, mas os preconceitos dos próprios doentes relativamente ao tema, continuam a ser o principal motivo indicado para a falta de esclarecimento com as consequências que daí advêm, conforme explica o cirurgião ortopédico que destaca “a hiperpressão aplicada às estruturas articulares e musculoligamentares da coluna vertebral aquando do acto sexual.”

Mas o caminho pode ser outro, conforme revela o especialista que admite que algumas posições sexuais e uma flexão menor de alguns membros podem ajudar numa redução significativa do desconforto sentido. “É um facto que a coluna vertebral se move durante o sexo e um dos conselhos que costumo dar passa por sugerir que a pessoa controle o movimento e que utilize menos a coluna e mais os joelhos ou o quadril, mantendo a sua coluna o mais neutra e com a menor tensão possível.”

Mas não podemos esquecer-nos que cada caso é um caso, conforme esclarece o cirurgião ortopédico: “As posições sexuais que são adequadas para um tipo de dor nas costas podem não ser as melhores para evitar algumas lesões na coluna”. Independentemente de cada posição e da postura certa, o importante, de acordo com o médico fundador do Centro de Cirurgia da Coluna, é que as pessoas recorram a um especialista para avaliar o seu caso para que “a dor nas costas não seja limitadora e não afecte a vida do doente física e psicologicamente. E que percebam que há alternativas para lidar com a dor.” Remata. 

Transplante inédito no mundo
Um adolescente italiano que sofre de cancro ósseo teve metade do seu pélvis substituído por uma prótese de titânio, no que é o...

O jovem de 18 anos estava submeter-se há um ano a um tratamento de quimioterapia contra um osteossarcoma pélvico, um tumor, mas os cirurgiões decidiram que um tratamento mais radical era necessário para assegurar a sua recuperação.

O hospital anunciou que numa operação de 11 horas e 30 minutos realizada na terça-feira, os cirurgiões removeram metade do osso da bacia do paciente e uma parte da anca afectados pelo cancro, substituindo-os por uma prótese, de titânio coberta por tântalo - um metal imune à corrosão usado principalmente em componentes electrónicos -, feita nos Estados Unidos.

A operação teve “um resultado excelente” e o paciente está agora numa terapia intensiva para o ajudar a adaptar-se à prótese, refere um comunicado do hospital.

Acção de apoio à Associação Portuguesa Contra a Leucemia
A Associação Portuguesa Contra a Leucemia realiza no próximo dia 3 de Março, das 9h00 às 19h00, no Hall Central do Centro...

Para apoiar esta acção, a cantora Maria Ana Bobone, “madrinha” da Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) que compôs o tema “My Wings” como hino da associação, estará também no local pelas 18h00 para contribuir pessoalmente para esta recolha e sensibilizar os visitantes do centro para a importância que cada um deles poderá ter como dador de sangue e de medula óssea.

Para ser potencial dador de medula óssea é preciso ter entre 18 e 45 anos, ter pelo menos 50 kg e ser saudável. Para ser dador de sangue é preciso ter pelo menos 50 Kg, ter idade superior a 18 anos e ser saudável.

Reitor da UPorto destaca
O reitor da Universidade do Porto, Sebastião Feyo de Azevedo, avaliou os tempos actuais como "muito difíceis" e de ...

O reitor falava na sessão comemorativa dos 190 anos da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) depois de tanto a directora desta instituição, Maria Amélia Ferreira, como representantes dos funcionários e dos estudantes terem aludido a constrangimentos financeiros.

"É verdade que vivemos tempos muito difíceis de limitações económicas. Tempo em que mais que mais do que nunca temos de adoptar políticas de governação inclusiva, de partilha e de combate ao desperdício", disse Sebastião Feyo de Azevedo.

O reitor da UP referiu que o programa horizonte 2020 prevê um bolo financeiro de cerca de 80 mil milhões de euros, 10% dos quais associados aos problemas societais da área da saúde, considerando que esta é "a maior verba de sempre para promover a ciência na Europa".

"Estão criadas condições para que a FMUP possa dinamizar ainda mais as suas actividades de investigação. Faz todo o sentido que a FMUP procure aproveitar as oportunidades de financiamento que esta estratégia europeia encerra", defendeu.

O alargamento dos cuidados médicos à população, o reforço da sustentabilidade dos sistemas de saúde, a proteção dos cidadãos europeus contra ameaças sanitárias de regiões transfronteiriças, bem como a promoção do envelhecimento ativo e saudável foram algumas das áreas que o reitor da Universidade do Porto (UP) enumerou como "apostas dos 28 Estados membros da União Europeia".

Sobre a FMUP, Feyo de Azevedo referiu que a formação académica ministrada nesta faculdade apresenta uma "qualidade" que a "iguala" às principais congéneres europeias.

Dados avançados pelo reitor dão conta de que o Mestrado Integrado de Medicina da FMUP registou consecutivamente em sete anos a classificação mais elevada de entrada nos concursos de acesso ao ensino superior.

Ao que se soma o facto de nos últimos 14 anos a FMUP ter liderado por 13 vezes o ranking das faculdades com notas que oscilaram entre os 181,0 e os 187,5 valores.

"O Porto tem condições excepcionais para se constituir como um grande centro internacional de formação e investigação na área da saúde", apontou o reitor.

Por fim, Sebastião Feyo de Azevedo aproveitou a presença de representantes da autarquia do Porto para falar de um projecto na área museológica. No seu discurso, referiu que a UP quer "abrir ao público já em 2016 colecções permanentes e temporárias no edifício da reitoria e na Casa Andresen", tendo como meta "com o envolvimento da comunidade, constituir "um valioso contributo museológico que seja uma referência nacional".

Já à margem da cerimónia, Sebastião Feyo de Azevedo explicou que este projecto - ao qual chamou "Museu da Universidade do Porto" - se traduz numa "espécie de rede ou plataforma entre todas as faculdades".

"Há muito trabalho já feito mas está um bocadinho disperso. Queremos disponibilizar os espólios de forma organizada à sociedade", explicou dando como exemplo colecções das faculdades de Ciências, Medicina ou Belas Artes.

O reitor avançou, ainda, que a UP tem como objectivo criar um futuro Museu da Saúde, ideia que por ter, assegurou, "dimensão nacional" obrigaria a captar apoios externos. "Se o projecto for de qualidade, vamos conseguir", concluiu.

Até 2017
A Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados vai receber mais 121 milhões de euros, para os anos 2015/17, através de...

Através de despacho publicado terça-feira, em Diário da República, o Governo autoriza o Instituto de Segurança Social e as Administrações Regionais de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, do Centro, do Norte, Alentejo e Algarve a assumir os respectivos compromissos para os anos de 2015, 2016 e 2017, com as entidades que estão integradas ou passam a integrar a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI).

No total são 121.441.276,56 euros que, através dos Ministérios das Finanças, Saúde e Solidariedade, Emprego e Segurança Social, vão ser distribuídos por 33 Unidades de Longa Duração e Manutenção (ULDM), 29 Unidades de Média Duração e Reabilitação (UMDR) e duas Unidades de Cuidados Paliativos (UCP).

No total das 64 unidades, aquela que recebe a parcela maior é a Associação de Socorros da Freguesia da Encarnação, em Lisboa, que, no total dos três anos, vai ter direito a cerca de 13,3 milhões de euros, entre 8,2 milhões de euros para a UMDR e mais 5 milhões de euros para a ULDM.

A zona Norte vai receber 22.306.896,96 euros, entre 14.508.462,4 euros provenientes da Administração Regional de Saúde (ARS) e outros 7.798.434,56 do Instituto de Segurança Social (ISS).

A instituição que recebe a parcela maior é a UMDR da Santa Casa da Misericórdia de Arcos de Valdevez, Viana do Castelo, que terá direito a 3.267.176 euros.

No Centro, a verba ascende a 47.158.633,2 euros, dos quais, 30.406.043,04 euros são entregues pela ARS, e 16.752.590,16 chegam às instituições via ISS, sendo que a maior parte da parcela sai da ARS para as UMDR, que recebem, no total dos três anos, 20.716.866 euros.

Na zona de Lisboa e Vale do Tejo há seis instituições que vão assinar contrato-programa, recebendo um total de 28.320.398,88 euros, 18.330.073,92 dos quais provenientes da ARS.

No Alentejo, estão previstos nove contratos-programa e uma verba total de 14.909.874,4 euros para cinco ULDM e quarto UMDR.

O Algarve é a zona do país com menos contratos-programa, recebendo 5.745.473,12 euros, distribuídos por três ULDM e uma UMDR.

No total, o ISS dá luz verde a 42.285.641,84 euros, enquanto as Administrações Regionais de Saúde distribuem 79.033.511,52 euros.

Nesta última parcela estão incluídos os 1.144.114,4 euros da ARS Norte para a Unidade Cuidados Paliativos (UCP) da Domus Fraternitas, em Braga, e os 1.733.762,4 euros da ARS de Lisboa e Vale do Tejo, para a UCP da Santa Casa da Misericórdia de Alhos Vedros, concelho da Moita.

IRS 2014
A Cruz Vermelha Portuguesa é uma das entidades beneficiárias de consignação de imposto. Assim, pode decidir doar à Cruz...

 

Este é um simples gesto que não acarreta qualquer tipo de custos para o contribuinte uma vez que 0,5% são retirados do imposto total que o Estado liquida, e não do que será devolvido, caso o contribuinte tenha direito à restituição do imposto cobrado.

 

Segundo Luis Barbosa, presidente da Cruz Vermelha Portuguesa “a contribuição através da declaração de rendimentos é um acto de responsabilidade social que visa apoiar as pessoas mais vulneráveis da sociedade. O empenho de todos nesta acção será muito significativo para ajudar a Instituição a cumprir a sua missão humanitária.”

Através de um simples gesto é dada aos contribuintes a possibilidade de decidir o destino de parte dos seus impostos, de ter uma cidadania activa e de contribuir para a continuidade dos projectos da Cruz Vermelha Portuguesa, que celebra este ano o seu 150.º aniversário.

Exemplo 1

  • imposto apurado = imposto liquidado = 6.000Eur
  • retenções e pagamentos por conta = 6.500Eur
  • valor apurado = reembolso = 500Eur
  • consignação de 0,5% sobre o imposto liquidado = 30Eur (6.000Eur x 0,5% = 30Eur)
  • Neste caso, o contribuinte receberá o devido reembolso de 500Eur e a Cruz Vermelha Portuguesa receberá 30Eur do imposto total que o Estado liquida.

Exemplo 2

  • imposto apurado = imposto liquidado = 6.000Eur
  • retenções e pagamentos por conta = 5.000Eur
  • valor apurado = a pagar = 1.000Eur
  • consignação de 0,5% sobre o imposto liquidado = 30Eur (6.000Eur x 0,5% = 30Eur)
  • Neste caso, o contribuinte deverá pagar 1.000Eur ao Estado e a Cruz Vermelha Portuguesa receberá 30Eur do imposto total que o Estado liquida.
3º Congresso Internacional sobre Esclerose Múltipla
Especialistas nacionais e internacionais reúnem-se na próxima sexta e sábado para debater o Estado da Arte sobre a esclerose...

Nos próximos dias 27 e 28 de Fevereiro tem lugar o 3º Congresso Internacional de Esclerose Múltipla, organizado pela consulta de Doenças Desmielinizantes do Centro Hospitalar de São João, cujo programa científico dará particular ênfase à esclerose múltipla em idade pediátrica, às doenças auto-imunes e às novas terapêuticas.

O Atlas da Saúde falou com a neurologista Maria José de Sá, que teve oportunidade de esclarecer que esta tem sido uma área com mais e melhor desenvolvimento, quer na descoberta de novas terapêuticas quer no conhecimento da doença.

“A doença, pelos factores de risco que incluem as alterações genéticas, começa muitas vezes em idades precoces mas só é detectada mais tarde. Portanto, é importante alertar os colegas da pediatria que devem pensar neste diagnóstico”, comenta a presidente do evento, acrescentando que, “há uns anos atrás estes diagnósticos estavam relacionados com a idade adulta, mas o aparecimento de mais casos em crianças com idades entre os 10 e os 18 anos faz-nos repensar a situação”.

A exacta causa da esclerose múltipla não é ainda conhecida, no entanto sabe-se que existem vários factores de risco. Seja para a criança seja para o adulto. “O aparecimento da doença resulta de uma interacção desses factores de risco fundamentalmente de dois grupos: os genéticos e os ambientais”, esclarece Maria José de Sá, sublinhando que há estudos internacionais de larga escala que apontam para factores víricos, baixa exposição solar relacionada com défice de vitamina D ou o tabagismo. Da interacção genética e ambiental resulta uma alteração do sistema imunitário que faz com que o organismo reaja contra a sua própria mielina. Daí surge a doença que se caracteriza como sendo uma doença inflamatória e desmielinizante crónica do sistema nervoso central.

“Os novos conhecimentos desses factores de risco têm permitido desenvolver novos medicamentos. Aliás as doenças auto-imunes em geral e a esclerose múltipla em particular têm tido uma investigação imensa”, congratula-se a neurologista, salientando que os muitos projetos de investigação em curso já permitiram saber mais sobre os genes relacionados, sobre o processo que existe no tecido nervoso, alterações inflamatórias e também a nível do córtex. “Muitas destas situações só se conseguem identificar com ressonâncias magnéticas mais sofisticadas, onde aliás também tem havido muita investigação” diz a responsável.

Até porque existem várias doenças que mimetizam a esclerose múltipla e podem complicar o diagnóstico diferencial. As principais são as doenças vasculares, mas também há doenças genéticas e metabólicas. “Existe depois um outro grande grupo de doenças auto-imunes sistémicas – por exemplo o lúpus – que em muitos doentes podem ter uma expressão neurológica e dificultar o diagnóstico”, refere.

Graças a estes desenvolvimentos, os doentes podem ter melhor qualidade de vida com custos relativos. “Hoje em dia os doentes com esclerose múltipla podem viver com muita qualidade de vida. Posso dizer que a maioria dos doentes do Hospital de São João não anda em cadeira de rodas. Há já muitos anos. São pessoas com autonomia”, garante a neurologista.

O tratamento da esclerose múltipla é assegurado na íntegra pelo Serviço Nacional de Saúde e não é - comparativamente com outras doenças como se tem falado nos últimos tempos da hepatite C – uma terapêutica dispendiosa. De qualquer forma, assegura Maria José de Sá “faremos no congresso uma revisão dos vários estudos sobre os custos a nível da Europa de onde Portugal sempre ficou de fora. Neste momento estou a fazer a ‘ponte’ entre a Plataforma Europeia e as sociedades portuguesas de esclerose múltipla para se poder perceber o que se passa em Portugal e incluir no estudo europeu”.

Todos estes e outros temas estarão em debate no 3º Congresso Internacional de Esclerose Múltipla que pretende o debate entre pares sobre os actuais conhecimentos e desenvolvimentos da doença. O evento decorre nas instalações da Ordem dos Médicos, no Porto.

Conselhos úteis
Os tratamentos de quimioterapia afectam tanto as células normais como as cancerígenas, e os efeitos
Quimioterapia efeitos secundários

 

Apesar de destrutivo, a realidade é que o tratamento de quimioterapia é benéfico e pode curar muitas pessoas. Os efeitos secundários podem acontecer, mas também podem ser minimizados.

 

 

Consulte este folheto, esclareça as suas dúvidas e saiba como minimizar os efeitos secundários induzidos pela quimioterapia:

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Associação de farmácias quer
A Associação Nacional de Farmácias defendeu a comercialização de medicamentos de venda livre em quiosques, bombas de gasolina e...

“Não há razão, de natureza técnica ou científica, que justifique impedimentos à comercialização de medicamentos de venda livre em quiosques, gasolineiras, postos de correio, cafés, restaurantes e outros pontos de venda por natureza próximos das populações, alargando substancialmente o acesso e a concorrência”, refere a Associação Nacional de Farmácias (ANF), em comunicado.

Na nota, as farmácias portuguesas lembram que em 2005 foi permitida a venda de medicamentos sem receita médica fora das farmácias e que a medida prometia “beneficiar o consumidor com maior acessibilidade e preço mais baixo” devido à concorrência.

“Uma década volvida, os resultados alcançados estão longe dos objectivos esperados”, sublinha a ANF no documento, sustentado no relatório mensal de análise de mercado do Infarmed.

Aquele relatório, segundo a ANF, refere que o aumento da acessibilidade não se concretizou, o preço daqueles medicamentos aumentou e que o mercado está concentrado em apenas "três entidades".

“As farmácias portuguesas sempre sustentaram que o nosso país deveria manter um modelo de acesso a medicamentos baseado na farmácia e no farmacêutico. Contudo, perante a opção política tomada há dez anos, de disponibilizar medicamentos fora de farmácias, então mais vale maximizar as potencialidades de acesso e concorrência que existem nos países com este modelo”, sublinha.

Antigo bastonário dos farmacêuticos propõe
O ex-bastonário da Ordem dos Farmacêuticos José Aranda da Silva vai propor o alargamento da lista de medicamentos não sujeitos...

Num seminário que decorre na quarta-feira subordinado ao tema “Liberdade de Escolha no Acesso ao Medicamento”, o primeiro presidente do Infarmed vai defender a importância de passar alguns medicamentos actualmente sujeitos a receita médica para venda livre, já que a última revisão desta lista foi feita há dez anos.

Segundo José Aranda da Silva, houve um alargamento da lista de medicamentos não sujeitos a receita médica com o ministro Correia de Campos, em 2005, “mas ficou assim”, sendo que actualmente há muitos medicamentos que já só são vendidos mediante receita médica em Portugal.

“Há mais espaço para mais medicamentos não sujeitos a receita medica. Há alguns medicamentos com tantos anos e que já estão tão estudados que não se justifica manterem-se assim”, afirmou.

O que está em causa são medicamentos “com um perfil de segurança tão bem estabelecido que não se justifica serem sujeitos a receita”, disse, sublinhando que muitos deles não são sequer comparticipados.

As vantagens são principalmente a acessibilidade aos fármacos por parte dos doentes, mas também a poupança, não só do utente, que escusa de gastar dinheiro numa consulta apenas para pedir uma receita, como do próprio Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Hoje em dia, em certas doenças crónicas devia haver maior acessibilidade do doente ao medicamento e não a obrigatoriedade de ir ao médico, que tem custos para o SNS e para o doente”, defendeu.

José Aranda da Silva lembrou que em alguns casos paga-se mais por uma consulta do que pelo medicamento receitado.

Para o ex-bastonário, o fundamental é que haja “rigor” na escolha de medicamentos com “perfil de segurança muito grande” e “garantir que a segurança seja garantida”.

Para Aranda da Silva esta medida permitiria resolver situações menores de doenças sem esperar por consulta e facilitar a terapêutica de doenças crónicas.

Entre os medicamentos que actualmente são sujeitos a receita médica em Portugal, mas que são de venda livre noutros países, contam-se os anticoncetivos, as estatinas (para o colesterol) e algumas vacinas.

Durante o seminário será também discutido o alargamento da lista de medicamentos não sujeitos a receita médica vendidos fora das farmácias.

Actualmente a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição detém 433 espaços de saúde, representando 44% do universo de parafarmácias.

De acordo com o relatório do INFARMED, que analisou o período entre Janeiro e Junho de 2014, em número de embalagens, a APED representa 80% do mercado de medicamentos não sujeitos a receita médica vendidos nas parafarmácias e 15% do total destes medicamentos vendidos em Portugal (farmácias e parafarmácias).

Segundo a presidente da APED, Ana Isabel Morais, esta é uma “oportunidade de colocar à discussão pública a venda de medicamentos não sujeitos a receita médica fora das farmácias”.

“Há 10 anos começou em Portugal [a venda destes medicamentos em parafarmácias]. É altura de fazer um balanço, colocar as partes a fazer discussão, há muito espaço para haver ainda mais medicamentos sem receita medica fora das farmácias”, considerou.

A responsável refere que noutros países este alargamento já foi feito com medicamentos para terapias simples, casos não graves de saúde, como antipiréticos, anti-inflamatórios ou anti-histamínicos.

Ana Isabel Morais considera importante que os consumidores possam automedicar-se e sublinha que “em dez anos não houve qualquer caso de eventos por consumo inadequado”.

DGS
A Direcção-Geral da Saúde registou, até Outubro de 2014, 477 casos de violência contra profissionais de saúde, superando desde...

Entre Janeiro e Outubro de 2014, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) registou 477 notificações de violência contra os profissionais de saúde no local de trabalho. Este número tem vindo a aumentar desde 2007, ano em que se somaram 35 casos.

Em 2013, as notificações, realizadas no site da DGS, de forma voluntária e anónima, foram feitas na sua maioria por profissionais de saúde do sexo feminino.

A Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) apresentou o maior número de notificações, em 2013 (87), seguida da ARS de Lisboa e Vale do Tejo, com 69 notificações.

Das 202 notificações de 2013, o espaço físico mais referido, segundo a DGS, foi "a consulta externa" e os "serviços médicos", com 59 e 19 episódios respectivamente.

Em 2013, 45% dos agressores eram doentes, 34%, profissionais de saúde e, 16%, familiares dos doentes, informou a DGS, num relatório.

Mais de metade dos agressores são do sexo feminino e o grupo "etário predominante é de 40 a 49 anos, seguido do grupo etário de 50 a 59 anos".

De acordo com a DGS, 81 profissionais de saúde alvo de violência no local de trabalho declararam-se muito insatisfeitos quanto "à gestão do episódio de violência por parte da instituição" onde os actos se verificaram.

Além de os profissionais acabarem por "reportar mais" estas situações, o aumento poderá estar relacionado com um motivo "mais indirecto, que é a situação global que as pessoas estão a viver", disse Carlos Cortes, presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), que organiza hoje, às 21:00, em Coimbra, um debate sobre a violência contra os profissionais de saúde.

"As pessoas estão insatisfeitas no seu dia-a-dia e expressam com violência as suas emoções no hospital e nos centros de saúde", explanou, sublinhando que os utentes também se mostram "insatisfeitos com aquilo que lhes está a ser dado", em termos de cuidados de saúde, havendo "dificuldades nos transportes, na aquisição de medicamentos e pagamento das taxas moderadoras", apontou.

A própria Ordem dos Médicos tem-se apercebido de um aumento de situações de "violência física e psicológica", estando a constituir um grupo multidisciplinar, dentro da secção, para responder a estes casos.

Carlos Cortes salientou ainda que as próprias instituições têm de "dar apoio ao profissional", sendo reportado à Ordem que, muitas vezes, as vítimas deste tipo de violência "se sentem desprotegidas".

Luta contra as doenças neuro-degenerativas
As fundações Rainha Sofia, de Espanha, e Champalimaud, de Portugal, lançaram hoje, em Lisboa, as bases de uma cooperação mais...

A visita, à Fundação Champalimaud, da Rainha Sofia de Espanha, marcou o reforço da cooperação entre as duas instituições científicas, que têm já uma parceria na investigação da doença de Parkinson.

A Rainha Sofia, que visitou detalhadamente as instalações com a presidente da Fundação Champalimaud, Leonor Beleza, fez-se acompanhar, na deslocação a Lisboa, de um grupo de cientistas.

Os investigadores irão reunir-se com cientistas da Fundação Champalimaud para desenvolverem programas de investigação conjuntos e simpósios científicos internacionais, a realizar em Lisboa e Madrid.

No final da visita, em declarações aos jornalistas, Leonor Beleza destacou o papel da Fundação Rainha Sofia na investigação das doenças neuro-degenerativas, sublinhando o papel da instituição, criada em 1977, na luta contra o Alzheimer.

Leonor Beleza adiantou que a fundação Rainha Sofia trata e acolhe doentes de Alzheimer e faz também investigação para detectar os sinais precoces da doença.

"Eles têm projectos pioneiros nessas áreas e interesse em colaborar, eles com aspectos mais clínicos e com maior experiencia com doentes, nós com mais investigação básica na área das doenças neuro-degenerativas, que é relevante para saber como é que essas doenças aparecem e se desenvolvem", disse Leonor Beleza.

O reforço da cooperação entre as duas instituições - que têm já a funcionar um projecto de investigação conjunta na investigação da doença de Parkinson - poderá incluir o intercâmbio de cientistas entre os dois centros, bem como a realização de encontros regulares.

"Esta visita significa para os cientistas uma possibilidade de se encontrarem e estabelecerem projectos comuns de interesse", adiantou Leonor Beleza, considerando que as duas instituições têm tudo a ganhar em trabalharem juntas.

"Instituições que têm recursos humanos e técnicos relativamente raros e difíceis de juntar podem produzir muito mais trabalhando em conjunto", disse.

A Rainha Sofia, que chegou segunda-feira a Lisboa, iniciou a visita com um encontro com Leonor Beleza, tendo visitado de seguida o centro clínico e o laboratório de neurociência da Fundação Champalimaud.

Ao final da manhã manteve um breve encontro com cientistas e médicos espanhóis que trabalham na fundação portuguesa.

Durante a tarde, cientistas das duas fundações realizam um encontro científico para estabelecer um programa de acção conjunto.

Estudo revela
O consumo controlado de amendoins nos primeiros 11 meses de vida de uma criança pode reduzir em 80% o risco de desenvolvimento...

Na investigação, desenvolvida por especialistas da instituição King's College London, propõe-se a revisão das actuais directrizes de saúde pública, que desaconselham o consumo de amendoins de forma a prevenir o surgimento de alergias.

Esta nova abordagem defende que o consumo controlado de amendoins entre os quatro e os 11 meses de vida pode reduzir em mais de 80% o risco de desenvolvimento de alergia aos cinco anos de idade, em crianças com perfil de alto risco que já apresentam eczema infantil (normalmente associado ao leite e aos ovos).

Os cientistas, liderados por Gideon Lack (director do Departamento de alergias pediátricas do King's College London), sugerem que esta premissa – travar o desenvolvimento de alergias com a exposição controlada ao produto -, poderá aplicar-se a outros alimentos além dos amendoins, mas advertem para a necessidade de novos estudos.

Para a realização deste estudo, os peritos acompanharam 640 crianças com idades entre os quatro e os 11 meses seguidas num hospital pediátrico londrino. As crianças em questão estavam em risco de desenvolver uma alergia ao amendoim, uma vez que sofriam de eczema infantil.

Metade das crianças consumiram alimentos que continham amendoim três vezes por semana, enquanto a outra metade devia evitar o consumo de amendoim até aos cinco anos.

Nunca foi dado um amendoim inteiro às crianças, uma vez que existe o risco de sufocamento.

Menos de 1% das crianças que consumiram amendoim desenvolveram a alergia aos cinco anos, contra os 17,3% que estavam no grupo que evitou o contacto com o fruto, o que significou que a exposição ao alimento reduziu o risco de alergia em mais de 80%, segundo o estudo.

Apenas 13 crianças do primeiro grupo não conseguiram comer os produtos com amendoins, uma vez que manifestaram uma reacção alérgica forte.

No estudo, os peritos assinalaram que as alergias aos alimentos aumentaram de forma destacada na última década, tanto no Reino Unido e nos Estados Unidos como em países africanos e asiáticos.

Actualmente, a alergia ao amendoim afecta uma em cada 50 crianças com idade escolar no Reino Unido e entre 1% a 3% das crianças na Europa Ocidental, Estados Unidos e Austrália.

Gideon Lack sublinhou que este novo estudo “é um importante passo” que “contraria as actuais orientações”.

Apesar de propor novas recomendações aos pais de crianças em risco de desenvolver a alergia, o perito aconselhou que o processo deve sempre contar com aconselhamento especializado.

Com 10 hospitais
A Fundação Calouste Gulbenkian vai assinar a 31 de Março com dez hospitais um ‘programa' de luta contra a infecção...

"Vamos passar do diagnóstico à prática", afirmou Isabel Mota, administradora da Gulbenkian, em declarações à saída de uma audiência com Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, no Palácio de Belém.

Assim, anunciou, no dia 31 de Março, a Gulbenkian vai assinar com dez hospitais "que foram escolhidos através de concurso toda uma metodologia e toda uma prática inspirada nos melhores sucessos europeus e, em alguns casos, também americanos, para debelar esse terrível flagelo".

A redução das infecções hospitalares foi uma das medidas referidas pelos peritos que elaboraram, a pedido da Fundação Calouste Gulbenkian, o relatório "Um futuro para a saúde", apresentado em Setembro.

Segundo disse na altura da apresentação do relatório Nigel Crisp, antigo responsável pelo serviço de saúde inglês e que presidiu ao grupo de especialistas que elaborou o dossier, as infecções hospitalares representam uma despesa de 280 milhões de euros por ano, segundo dados oficiais.

De acordo com informações divulgadas ainda em Setembro, a Fundação Calouste Gulbenkian propõe reduzir a incidência das infecções hospitalares, baixando as taxas actuais para metade, em três anos, em dez hospitais.

Além deste tema, na audiência com o Presidente da República Isabel Mota endereçou ainda um convite ao chefe de Estado para que conceda o seu alto patrocínio ao programa das comemorações do cinquentenário da delegação da instituição em Paris.

Entre as iniciativas previstas para a comemoração do 50.º aniversário da delegação da Gulbenkian em Paris, que se assinala em Maio, estão a realização de uma exposição de Amadeu de Souza Cardoso no Grand Palais, além de uma mostra dos grandes arquitectos portugueses intitulada "Os Universalistas".

Em Portugal
Três novos medicamentos para tratar a esclerose múltipla estão a aguardar comparticipação no Infarmed e deverão ser...

“Temos muitos medicamentos novos a chegar, este ano esperamos ter três cá em Portugal, já estão aprovados pela Agência Europeia do Medicamento, mas estamos a aguardar a comparticipação do Infarmed”, disse a neurologista Maria José de Sá, presidente do Congresso Internacional de Esclerose Múltipla, que se realiza sexta-feira e sábado, no Porto.

Segundo Maria José de Sá, coordenadora da Consulta de Doenças Desmielinizantes do Centro Hospitalar de S. João, os doentes contam agora com “dois medicamentos orais, em formulação de comprimidos” para substituir os autoinjectáveis, por via subcutânea ou por via intramuscular.

“É muito mais fácil os doentes aderirem a uma terapêutica oral e aceitarem a doença, sobretudo numa fase de diagnóstico, em que ficam muitos baralhados e muito preocupados. O facto de a medicação ser autoinjectável é um factor acrescido de preocupação”, sublinhou.

O terceiro medicamento que, de acordo com a especialista, “está no Infarmed a aguardar comparticipação, é um anticorpo monoclonal, pertence aos biológicos que são dados no hospital de dia, tem um custo maior, mas é um medicamento para casos muito graves”.

Esta terapêutica destina-se “a casos seleccionados e serão poucos doentes. Ainda não há indicação do preço, mas mesmo que seja um pouco superior o impacto que traz aos hospitais será pequeno, porque são poucos doentes”, considerou.

Com os novos tratamentos, “os efeitos colaterais são menores e há um ligeiro aumento da eficácia em termos de redução dos surtos e de impacto no atraso da doença, que é o que se pretende com estas terapêuticas, que não são curativas, só atrasam a progressão”, acrescentou.

Em alguns casos, “conseguimos travar a doença, há mesmo doentes em que ela [esclerose múltipla] não tem qualquer evolução”, salientou, referindo que “a maior parte dos doentes, 80%, tem uma vida normal”.

Os tratamentos inovadores é um dos assuntos em destaque no 3.º Congresso Internacional de Esclerose Múltipla, cujo programa científico abordará também, entre outros temas, a esclerose múltipla pediátrica e os custos da doença na Europa.

A esclerose múltipla é uma doença inflamatória e desmielinizante crónica do sistema nervoso central, de etiologia desconhecida, que se inicia geralmente entre os 20 e os 40 anos e é mais frequente no sexo feminino.

Páginas