Na região Centro
A Administração Regional de Saúde do Centro anunciou que vai aumentar em 38 camas a capacidade de oferta dos cuidados...

Em comunicado, a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) esclarece que o aumento terá como base a criação da nova unidade de cuidados paliativos de Estarreja e o alargamento da oferta em unidades já em funcionamento.

"A abertura das novas camas (38) assentará na celebração de contratos-programa que, em 2015, ultrapassarão um milhão de euros", é referido na nota de imprensa.

A mesma nota esclarece que o Hospital Arcebispo João Crisóstomo, em Cantanhede, ficará com 18 camas de cuidados paliativos, que o Hospital do Fundão passará às 20, e que a nova unidade do Hospital Visconde Salreu, em Estarreja, ficará dotada com 14 camas.

A ARSC refere igualmente que, "na área dos cuidados paliativos, a região Centro conta, há meio ano, com um projeto inédito" no âmbito dos cuidados domiciliários e que é desenvolvido pela Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos do Hospital de Cantanhede".

"Disponível 24 horas por dia, esta equipa especializada prestou cuidados domiciliários a mais de duas dezenas de doentes da área de influência do hospital e apoio às suas famílias, tendo realizado mais de 200 visitas domiciliárias", especifica.

A mesma fonte lembra que os cuidados paliativos se definem como "uma resposta activa aos problemas decorrentes da doença prolongada, incurável e progressiva, na tentativa de prevenir o sofrimento que ela gera e de proporcionar a máxima qualidade de vida possível a estes doentes e suas famílias. São cuidados de saúde ativos, rigorosos, que combinam ciência e humanismo".

Ordem dos Médicos Dentistas
Catorze casos de cancro foram identificados através do Projecto de Intervenção Precoce do Cancro Oral, mas o bastonário da...

Entre Março e Dezembro do ano passado, 2.412 pessoas receberam um cheque de diagnóstico ao abrigo do Projecto de Intervenção Precoce do Cancro Oral (PIPCO), segundo dados da Ordem dos Médicos Dentistas.

Na sequência destas consultas de diagnóstico foram emitidos 320 cheques biópsia, havendo 14 casos positivos.

Em declarações, o bastonário Orlando Monteiro da Silva enalteceu estes resultados, lamentando que os problemas no sistema informático tivessem impedido que estes valores fossem melhores.

“Não há mais cheques emitidos porque há dificuldades no registo informático”, disse, sublinhando que o resultado destas complicações é uma menor identificação de casos positivos para cancro oral.

O bastonário adiantou que o ministro da Saúde já tem conhecimento destes constrangimentos e espera que os mesmos sejam resolvidos, para que sejam atingidos os 5.000 cheques de diagnóstico em 2015.

Em causa está a plataforma informática do cheque dentista, à qual foi acrescentado um módulo para o cancro oral, que não estará a funcionar com a celeridade necessária.

“Além da perda de tempos desnecessários por parte de todos os que contactam com o programa, ficamos com a sensação de que podíamos ter feito mais e neste momento existirem mais casos de cancro oral detectados”, adiantou.

Sobre os resultados do programa em 2014, Orlando Monteiro da Silva disse que o número de biópsias positivas chegou aos cinco por cento, o que “está em linha com as estimativas para a prevalência do cancro oral na população portuguesa”.

O cancro oral é dos carcinomas com maior taxa de mortalidade em Portugal, essencialmente devido à sua detecção tardia.

DGS justifica
A subdirectora-geral da Saúde justificou a elevada mortalidade por gripe e doenças relacionadas com o frio este ano, o segundo...

De acordo com o último boletim de Vigilância Epidemiológico do Instituto Ricardo Jorge (INSA), entre Dezembro de 2014 e 22 de Fevereiro deste ano, registaram-se mais 4.625 mortes do que era esperado, o maior registo desde a época gripal 1998/1999, na qual se verificaram 8.514 óbitos.

Em declarações, a subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas, admitiu que os problemas que se têm registado nos hospitais, nomeadamente de falta de pessoal, têm influência na oferta e na procura, mas realçou que a realidade de há 20 anos era bem diferente da que existe hoje.

“Obviamente que quando há problemas nos serviços, há sempre duas vertentes: uma que é a procura e outra que é a oferta. Mas, o que é preciso realçar é que em 1998, já lá vão quase 20 anos, a realidade era outra. Hoje temos uma população muitíssimo mais idosa, a viver isolada, com múltiplas patologias e múltipla medicação”, salientou.

De acordo com Graça Freitas, atualmente verifica-se que muitas das patologias destes idosos estão descompensadas e o seu sistema fisiológico já não funciona como quando eram mais novas.

“Ou seja, há aqui factores, nas pessoas que vão às urgências, que fazem com que elas tenham situações mais graves do que acontecia anteriormente”, sublinhou.

Por isso, disse Graça Freitas, “mesmo que os números de afluência às urgências e centros de saúde não sejam extraordinariamente grandes, o tipo de patologias e de cuidados que estas pessoas precisam é muito mais intenso”.

A actividade gripal em Portugal manteve-se moderada durante a semana passada, refere o Boletim de Vigilância Epidemiológica, apontando que desde o início do ano houve 848 casos e que a mortalidade continua acima do esperado.

Os dados constam do Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe, referente à semana entre 16 a 22 de Fevereiro, que mostra que nesse período a taxa de incidência foi de 44 casos por cada 100 mil habitantes, “encontrando-se acima da zona de actividade basal, com tendência decrescente”.

Segundo o relatório, publicado à quinta-feira pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, desde o dia 1 de Janeiro houve registo de 848 casos de síndroma gripal, 16 dos quais na semana entre 16 e 22 de Fevereiro. Dentro destes 16, dois deram positivo para o vírus da gripe.

Em declarações, a subdirectora-geral da Saúde disse que o pico da gripe já terá passado, adiantando que vão ser mantidos os horários alargados nos centros de saúde.

“Neste momento, todas as indicações que temos é que o pico terá ocorrido na semana cinco, e agora estamos na semana oito. Tudo indica que dentro de duas a três semanas deve baixar. Vamos acompanhar o evoluir da situação”, disse.

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge sublinha, no entanto, que este aumento no número de óbitos “não pode ser atribuído a nenhuma causa específica, podendo estar associado ao frio extremo, ao aumento da incidência das infecções respiratórias agudas e à actividade gripal”.

Segundo os dados do Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO), disponível no ‘site’ da Direcção-geral da Saúde, no decorrer da semana entre 16 e 22 de Fevereiro, houve 2.741 óbitos, menos 265 do que na semana anterior.

Cerca de 40%
O presidente do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro salientou a existência de técnicas que permitem a...

Os riscos de infertilidade em mulheres com cancro variam "das drogas empregues" e da sua idade, sendo a quimioterapia o tratamento "mais agressivo para a fertilidade", afirmou o presidente do núcleo da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), Carlos Oliveira, referindo que os riscos "são grandes" para as mulheres em idade fértil.

Face a esses riscos, o Núcleo Regional do Centro vai promover uma sessão sobre oncofertilidade no sábado de manhã, no auditório da reitoria da Universidade de Coimbra, na qual pretende mostrar a importância e as possibilidades disponíveis da preservação da fertilidade para doentes oncológicos.

Na região Centro, foi criado em 2010 o Centro de Preservação da Fertilidade no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), tendo, até ao final de Dezembro, preservado a fertilidade a 275 doentes oncológicos, 188 homens e 87 mulheres.

Esta "é uma nova forma de abordar a fertilidade" em doentes oncológicos, sendo necessário divulgar esta possibilidade junto dos doentes, mas também junto dos profissionais de saúde, sublinhou Carlos Oliveira.

A técnica da criopreservação de ovócitos, aplicada no centro do CHUC, apresenta "uma taxa de êxito global" que ronda os 40%, sendo também utilizada a criopreservação do tecido ovárico, que "ainda é uma técnica experimental", não havendo ainda em Portugal nenhum bebé nascido a partir dessa técnica, que implica uma intervenção cirúrgica, informou.

"Os médicos estão a ser intensivamente informados daquilo que devem fazer para encaminhar os doentes para a preservação da fertilidade", frisou Carlos Oliveira, considerando que esta é uma abordagem não apenas da doença "mas do doente na globalidade".

A sessão vai contar com a participação de Ana Teresa Almeida Santos, directora do Centro de Preservação da Fertilidade, e de Cristina Silva e Cláudia Melo, também daquele mesmo centro do CHUC, abordando-se questões como o risco da infertilidade ou o apoio à tomada de decisão.

Investigação conclui
Uma molécula derivada de uma erva asiática revelou-se eficaz contra a infecção de ratos com o vírus do Ébola, abrindo portas a...

Cientistas do Instituto de Investigação Biomédica do Texas descobriram que a tetrandrina, uma molécula de origem vegetal, protege, em pequenas doses, ratos da infecção, sem efeitos secundários particulares.

"Quando testámos esta molécula em ratos, ela impediu a reprodução do vírus e permitiu salvar a maior parte deles do Ébola", explicou um dos autores do estudo, Rovert Davey.

O próximo passo dos investigadores será testar a inocuidade e a eficácia da molécula contra o Ébola nos macacos.

Os autores do estudo agora publicado já tinham determinado que o mecanismo que permite às células transmitirem cargas eléctricas, no qual os detectores de cálcio desempenham um papel-chave, era importante na infecção do Ébola.

Os investigadores descobriram que dois detectores de cálcio eram particularmente importantes para que o vírus penetrasse nas células para se multiplicar e testaram diversas moléculas, incluindo a tetrandrina, para determinar qual é que seria mais eficaz para neutralizar os detetores.

De acordo com o mais recente balanço da Organização Mundial de Saúde, o novo surto de Ébola fez 9.177 mortos, desde o início de 2014, a maior parte na Libéria, na Serra Leoa e na Guiné-Conacri.

Santiago do Cacém
Os médicos que "têm assumido" a chefia de equipa da Urgência do Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém,...

Numa carta dirigida ao director clínico do hospital, os médicos apontam "a degradação contínua das condições de trabalho no Serviço de Urgência, quer em termos de falta de material, quer em termos de falta de pessoal".

"Desconformidades sistemáticas da escala de urgência, nomeadamente do Atendimento Geral e do Atendimento Pediátrico", são também anomalias indicadas pelos clínicos, que consideram que "a degradação põe em risco a segurança dos doentes que recorrem ao Serviço de Urgência".

"Apesar de ter havido orientações da tutela para o reforço das equipas de urgência para o cumprimento do Plano de Inverno 2015, e de ter havido reuniões internas ao abrigo desse mesmo plano, não só não se verificou o reforço das equipas, como continuam a ser sistemáticas as desconformidades da escala de urgência, sendo frequente existir um só elemento escalado para o Atendimento Geral durante o dia e durante a noite", acusam.

Segundo os responsáveis, com a passagem da Unidade de Cuidados Paliativos para a Rede Nacional de Cuidados Continuados, vai reduzir-se a capacidade de internamento do Urgência do Hospital do Litoral Alentejano (HLA), que está integrado na Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA), agravando a "capacidade de escoamento do Serviço de Urgência".

"O conselho de administração, no âmbito das suas competências, tomou decisões sobre a contratação externa de médicos para o Serviço de Urgência, sem ouvir ou levar em consideração a opinião dos responsáveis intermédios", afirmam.

Os clínicos defendem que tais decisões levaram às "desconformidades" nas escalas de urgência e acusam o conselho de administração da ULSLA de não se ter mostrado "realmente interessado em discutir a problemática".

Indicam ainda acções que levaram a cabo para chamar a atenção para o problema, como a elaboração de um documento no qual "definiram as condições mínimas de pessoal que consideravam necessárias para garantir a segurança e qualidade no atendimento aos doentes", que entregaram à administração no final de novembro do ano passado.

Os clínicos referem que "têm assumido" a chefia de equipa, "porque muitos deles nunca foram nomeados", "delegando" agora essa responsabilidade no director clínico, Mário Moreira, ao qual compete a responsabilidade da escala do atendimento da Urgência, uma vez que não existe um director neste serviço.

Boletim de Vigilância Epidemiológica
A actividade gripal em Portugal manteve-se moderada durante a semana passada, segundo o Boletim de Vigilância Epidemiológica,...

Os dados constam do Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe, referente à semana entre 16 a 22 de Fevereiro, que mostra que nesse período a taxa de incidência foi de 44 casos por cada 100 mil habitantes, “encontrando-se acima da zona de actividade basal, com tendência decrescente”.

Segundo o relatório, publicado à quinta-feira pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, desde o dia 1 de Janeiro houve registo de 848 casos de síndroma gripal, 16 dos quais na semana entre 16 e 22 de Fevereiro. Dentro destes 16, dois deram positivo para o vírus da gripe.

Por outro lado, foram admitidos sete novos casos de gripe em unidades de cuidados intensivos, o que representa um aumento de 3,7% em relação à taxa estimada na semana anterior, sendo que em 85,7% dos casos as pessoas apresentavam ”doença crónica subjacente” e 20% estava vacina contra a gripe sazonal.

A mortalidade “por todas as causas” continua “acima do esperado”, mantendo-se a tendência de diminuição que começou na semana de 19 a 25 de Janeiro, “aproximando-se dos valores esperados”.

“Este excesso de óbitos foi observado apenas na população com 75 ou mais anos de idade, na região Norte”, lê-se no boletim.

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge sublinha, no entanto, que este aumento no número de óbitos “não pode ser atribuído a nenhuma causa específica, podendo estar associado ao frio extremo, ao aumento da incidência das infecções respiratórias agudas e à atividade gripal”.

Segundo os dados do Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO), disponível no site da Direcção-geral da Saúde, no decorrer da semana entre 16 e 22 de Fevereiro, houve 2.741 óbitos, menos 265 do que na semana anterior.

APFN
A Associação Portuguesa de Famílias Numerosas congratulou-se hoje com o alargamento da isenção do pagamento de taxas...

O Conselho de Ministros aprovou o alargamento da isenção de taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde a crianças a partir dos 12 anos, e até aos 18 anos.

Até agora, apenas estavam isentos do pagamento das taxas, nos centros de saúde e hospitais da rede pública, menores com menos de 12 anos.

Num curto comunicado, a Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN)  frisa que a medida aprovada, foi "uma reivindicação constante" da associação junto do Governo e do provedor de Justiça, "por atingir com especial impacto as famílias mais numerosas".

Em declarações, o presidente da APFN, Luís Cabral, disse que se trata de "uma medida justa, numa altura em que as famílias passam por dificuldades", acrescentando que "não fazia sentido" que crianças a partir dos 12 anos pagassem taxas moderadoras quando "a saúde pediátrica é grátis".

O Governo justificou o alargamento da isenção com a necessidade de "garantir a eliminação de quaisquer constrangimentos financeiros no acesso dos menores aos serviços de saúde assegurados pelo Serviço Nacional de Saúde".

A medida aprovada abrange 400 mil crianças.

Ordem dos Médicos diz
O presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos hoje que os problemas no hospital Garcia de Orta se mantêm e que...

"Resolvemos visitar o hospital Garcia de Orta para ver se depois da crise que houve, com as gripes, em que o ministro declarou que em cinco dias resolvia a situação, se tal tinha acontecido, mas nada foi resolvido", disse Jaime Mendes.

Jaime Mendes realizou uma visita ao hospital Garcia de Orta, em Almada, acompanhado pelo presidente da Câmara de Almada, Joaquim Judas (PCP), e por elementos da comissão de utentes, tendo reunido com a administração do hospital.

"Esta situação não é culpa dos profissionais nem da administração do hospital, a responsabilidade é do ministério e da ARS-LVT, porque são eles que decidem. Apenas aumentaram mais 16 camas, o que é muito pouco, o resto está tudo na mesma", salientou.

O presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos referiu que é preciso contratar médicos, sem recorrer às empresas de prestação de serviço, algo que o hospital não está autorizado a fazer.

"A radiologia continua a não funcionar depois das 20 horas, o que é grave para os doentes. Existe também falta de anestesistas, pois nas urgências estão assegurados, mas existe falta a nível geral que leva a adiar cirurgias", salientou.

Jaime Mendes afirmou ainda que no primeiro andar da urgência, que nesse dia estava com um tempo médio de espera de seis horas, estavam mais de 50 macas ocupadas à espera de um destino para os doentes.

"O serviço de urgência continua a dar uma imagem terceiro-mundista de macas que ali vão ficar 24 horas à espera, alguns de alta para casa outros para internamento nos serviços. Estavam mais de 50 macas à espera de destino no primeiro piso da urgência, quando deviam estar cerca de 28, mas é preciso dar rapidamente um destino a esses doentes", explicou, referindo que também existiam macas nos corredores.

Sobre os responsáveis dos serviços demissionários no hospital, Jaime Mendes referiu que a informação que tem é que estes estão a trabalhar mas continuam demissionários.

"Agora vamos escrever ao ministro sobre a situação que encontrámos aqui", concluiu.

Associações querem
A Aliança Portuguesa das Associações das Doenças Raras defende a criação de um registo nacional que permita um acompanhamento...

A ideia é apresentada Marta Jacinto, presidente da aliança, a propósito da Conferência Nacional EUROPLAN, que decorre na Assembleia da República, nos próximos dias 27 e 28 de Fevereiro, para assinalar o Dia Mundial das Doenças Raras.

Com esta iniciativa as associações querem promover a estratégia nacional para as doenças raras e pressionar o Governo a traçar um plano de directivas, adequado à realidade portuguesa, explica.

“Um registo nacional é algo que seria muito útil para os doentes mas também para os decisores, permitindo dimensionar correctamente os serviços por exemplo, assegurando acompanhamento adequado dos doentes, mas infelizmente ainda não existe,” considera.

Segundo a responsável, estão actualmente descritas mais de 6.000 doenças raras, um número “muito grande”, que dificulta o seu conhecimento pela generalidade dos profissionais de saúde.

“Podem deparar-se com casos únicos de doenças das quais, na melhor das hipóteses, ouviram algo remoto durante a sua formação académica”, acrescentou, considerando que “não é razoável esperar que todos os profissionais conheçam a fundo todas as doenças raras”.

Para Marta Jacinto, o que é “imprescindível” é que sejam criados centros de referência para as doenças raras, através dos quais os profissionais de saúde especializados possam acompanhar os doentes ou formar profissionais que actuem em proximidade com os doentes.

A propósito dos medicamentos para as doenças raras, a presidente da aliança sublinha que são poucas as doenças para as quais há tratamento.

Existem os chamados medicamentos órfãos que não curam, mas permitem que a doença não progrida do mesmo modo.

“Estes medicamentos servem poucos doentes e, apesar de incentivos específicos à indústria farmacêutica, têm um maior custo de investigação, acabando geralmente por ter um custo muito elevado e longos atrasos até serem disponibilizados no SNS”, frisou.

No entanto, mais do que tratamentos ou terapias avulsas, as associações consideram que estas doenças requerem cuidados integrados, que não existem em Portugal para a grande maioria.

A Conferência Nacional EUROPLAN é uma iniciativa promovida pela Aliança, no âmbito do projecto EUROPLAN II, a par de outras 24 conferências em países distintos, e pretende debater a situação actual e apresentar propostas concretas de melhoria da vida das pessoas com doença rara.

Uma doença rara é aquela que afecta no máximo uma pessoa em cada 2000. Estima-se que as doenças raras afectem, ao todo, entre 6 a 8% da população, o que representa entre 24 e 36 milhões de pessoas na Comunidade Europeia (equivalente à população conjunta da Holanda, Bélgica e Luxemburgo).

DGS
Uma em cada três crianças em Portugal estão expostas ao fumo do tabaco, segundo dados divulgados pela Direcção-Geral da Saúde,...

As mensagens-chaves da campanha revelam que mais de 80% do fumo ambiental do tabaco é invisível, que os químicos tóxicos do fumo permanecem no interior da casa ou do carro e que não há um limiar seguro de exposição ao fumo.

“Quando alguém fuma, todos fumam à sua volta”, é um dos slogans da campanha, que custou cerca de 70 mil euros.

Para o secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, Leal da Costa, esta verba é pequena quando comparada com os mais de 500 milhões de euros gastos por ano com os fumadores no âmbito do Serviço Nacional de Saúde.

Com o grande objectivo de reduzir a exposição das crianças ao fumo ambiental do tabaco, a campanha vem alertar que fumar em casa, mesmo que não seja na presença dos menores, é igualmente prejudicial.

A directora do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo lembrou que o fumo do tabaco fica impregnado nas roupas, no pó, nos objectos e nas superfícies da casa ou do carro.

Assim, mesmo quem fuma numa divisão sem crianças, e ainda que com janelas abertas, não deixa de contribuir para que os menores sejam expostos ao fumo ambiental do cigarro.

Aliás, um estudo internacional demonstrou que “a contaminação pelo fumo do tabaco em casas de fumadores que tentam proteger as crianças, não fumando no seu quarto ou na sua presença, foi cinco a sete vezes superior à observada nas casas de não fumadores”.

Fumar nas viagens de carro é outro dos alvos da campanha, havendo evidência científica que demonstra que o carro fica igualmente poluído mesmo depois de o cigarro ter sido apagado ou quando é fumado com as janelas abertas.

Segundo um estudo realizado há cerca de três anos com crianças portuguesas a frequentar o 4º ano, 28% dos menores eram expostas ao fumo do tabaco no carro familiar.

Durante a apresentação da campanha, que passará pelas rádios, imprensa e televisão, o secretário de Estado disse esperar que a nova lei do tabaco chegue ao parlamento, onde tem de ser aprovada, ainda durante esta legislatura.

A ideia central da nova lei é impedir os novos restaurantes e cafés de terem espaços para fumadores.

Os novos restaurantes ou cafés já deverão estar assim proibidos de criar espaços para fumadores enquanto os que já existem terão um de adaptação para eliminar as zonas de fumadores.

Este período de adaptação é justificado por Leal da Costa com o investimento que alguns estabelecimentos fizeram em equipamentos para cumprir a lei e poder ter zonas de fumadores.

Sobre a possibilidade de comparticipar os medicamentos para ajudar a deixar de fumar, o governante garantiu que a ideia não foi abandonada, mas frisou que esses fármacos são importantes no âmbito da adesão a um programa de desabituação tabágica.

Outra ideia ainda em análise é atribuir a um ex-fumador uma “recompensa tardia” por ter deixado de fumar, devolvendo posteriormente (o todo ou em parte) o que tiver a ser gasto nos medicamentos para deixar de fumar.

Ministério está a estudar
O Ministério da Saúde está a estudar a passagem de alguns medicamentos que actualmente só se vendem com receita médica para a...

“Estão a ser estudados medicamentos de receita médica que podem passar a ser vendidos sem receita exclusivamente nas farmácias”, disse o Infarmed.

Isto significa que os medicamentos actualmente sujeitos a receita médica que mudem de categoria entram na chamada terceira lista, a dos Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica de dispensa exclusiva em farmácia (MNSRM-EF).

“É uma subcategoria dos Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM). São medicamentos que, embora possam ser dispensados sem prescrição médica, a respectiva dispensa é condicionada à intervenção do farmacêutico e aplicação de protocolos de dispensa”, esclarece o Infarmed.

A autoridade do medicamento sublinha ainda que estes medicamentos “não poderão passar para os locais de venda de MNSRM (vulgarmente denominados parafarmácias)”.

No entanto, lembra que o regulamento dos MNSRM-EF prevê que três anos após a entrada de medicamentos nesta lista, haverá lugar a uma nova avaliação que poderá determinar a sua passagem para venda em parafarmácias.

“O Infarmed irá reavaliar a atribuição/reclassificação do medicamento como MNSRM-EF, decorridos 3 anos após a sua atribuição/reclassificação. Desta reavaliação poderá decorrer a manutenção do estatuto quanto à dispensa (MNSRM-EF), ou a sua reclassificação como MNSRM, traduzindo-se assim no aumento do número de MNSRM disponíveis” noutros espaços comerciais.

O primeiro presidente do Infarmed, também ex-bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, José Aranda da Silva, defendeu na quarta-feira o alargamento da lista de medicamentos não sujeitos a receita médica, para aumentar o acesso dos doentes às terapêuticas e poupar dinheiro ao Serviço Nacional de Saúde.

José Aranda da Silva lembrou que houve um alargamento da lista de medicamentos não sujeitos a receita médica com o ministro Correia de Campos, em 2005, “mas que ficou assim”, sendo que actualmente há muitos medicamentos que já só em Portugal é que são vendidos mediante receita médica.

“Há mais espaço para mais medicamentos não sujeitos a receita medica. Há alguns medicamentos com tantos anos e que já estão tão estudados que não se justifica manterem-se assim”, afirmou.

O que está em causa são medicamentos “com um perfil de segurança tão bem estabelecido que não se justifica serem sujeitos a receita”, disse, sublinhando que muitos deles não são sequer comparticipados.

Para o ex-bastonário, o fundamental é que haja “rigor” na escolha de medicamentos com “perfil de segurança muito grande” e “garantir que a segurança seja garantida”.

Para Aranda da Silva esta medida permitiria resolver situações menores de doenças sem esperar por consulta e facilitar a terapêutica de doenças crónicas.

Entre os medicamentos que actualmente são sujeitos a receita médica em Portugal, mas que são de venda livre noutros países, contam-se os anticonceptivos, as estatinas (para o colesterol) e algumas vacinas.

Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde quer garantir que as grávidas passam a ter prioridade na atribuição do médico de família, uma medida que...

O secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, Leal da Costa, afirmou aos jornalistas que o objectivo é “assegurar que toda a grávida tenha médico de família”.

Actualmente, as grávidas têm prioridade nos atendimentos nas unidades de saúde, mas não há nenhum mecanismo que garanta que lhes é atribuído médico de família primeiro do que aos restantes utentes.

O anúncio de que a medida será apresentada no âmbito do pacote de iniciativas de apoio à natalidade foi feito pelo secretário de Estado durante a apresentação de uma campanha sobre os malefícios do tabaco.

A directora do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo, Emília Nunes, considerou que o grupo das grávidas necessita de uma atenção especial no que respeita ao abandono do tabaco.

Por isso, anunciou que está a ser concluído um manual específico de apoio à cessação tabágica na gravidez.

Pelos centros de saúde
As crianças portuguesas com as vacinas contra o sarampo em atraso e que vivam em zonas onde a cobertura vacinal não é óptima...

De acordo com a subdirectora-geral da Saúde Graça Freitas, a medida vai avançar brevemente e visa impedir que Portugal deixe de ter a actual cobertura vacinal, que é superior a 95%.

A decisão da autoridade de saúde portuguesa surgiu numa altura em que a secção europeia da Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um apelo aos políticos, profissionais de saúde e utentes para que potenciem a vacinação contra o sarampo nos grupos de risco.

Desde 2014, sete países europeus registaram 22.149 casos de sarampo, segundo a ONU. Nos Estados Unidos estão doentes cerca de 120 pessoas, em 14 estados.

No passado dia 18, uma criança de 18 meses morreu com sarampo na Alemanha, país que enfrenta o pior surto nos últimos anos desta doença altamente contagiosa.

Segundo Graça Freitas, Portugal tem taxas de cobertura nacional muito elevadas, o que não quer dizer que em determinadas populações não existam bolsas de risco.

É precisamente para reforçar estas populações de risco que a Direcção Geral da Saúde vai iniciar uma campanha a nível local.

Caberá aos centros de saúde em zonas que não são consideradas óptimas em termos de vacinação contra o sarampo, identificar as crianças com as vacinas em atraso e chamá-las para receberem as tomas em falta.

O Plano Nacional de Vacinação (PNV), através do qual o Serviço Nacional de Saúde (SNS) administra gratuitamente a vacina contra o sarampo, prevê a primeira dose aos 12 meses e a segunda entre os cinco e os seis anos.

No caso dos pais que não aceitem o convite dos centros de saúde para vacinarem os seus filhos, estes deverão assinar um termo de responsabilidade. Se não o fizerem, esta decisão será registada pelos serviços de saúde.

Graça Freitas acredita, contudo, que as tomas de vacina em falta se devem-se mais ao esquecimento dos pais portugueses do que propriamente a uma oposição a esta medida profilática.

De acordo com a OMS, o sarampo provocou 145.700 óbitos em 2013, comparativamente aos 122 mil registados em 2012.

Em Portugal, desde 2004 que não existem casos de sarampo, sendo os registados importados.

Desde que não vendam tabaco
O Infarmed é favorável ao alargamento da venda de medicamentos não sujeitos a receita médica a outros espaços comerciais para...

“Desde que cumpridos os critérios legalmente definidos, independentemente do espaço onde se pretende a instalação do local de venda de MNSRM [medicamentos não sujeitos a receita médica], será autorizada a comercialização de MNSRM, independentemente da actividade comercial a que se dedique”, esclarece o Infarmed..

A autoridade do medicamento sublinha, contudo, que a legislação aplicável à venda destes medicamentos estabelece “que é proibida a venda de produtos do tabaco nos locais onde se dispensem medicamentos não sujeitos a receita médica”.

A Associação Nacional de Farmácias (ANF) defendeu na terça-feira a comercialização de medicamentos de venda livre em quiosques, bombas de gasolina e cafés, para aumentar o acesso da população aqueles produtos e a concorrência.

Esta ideia foi contestada pela Associação de Farmácias de Portugal (AFP), que alertou para os riscos associados à “banalização” da venda de medicamentos, lembrando que são um produto com características especiais.

A associação considera que tal medida traria “perigos de saúde pública” e questiona a capacidade das autoridades de saúde para garantir as condições de segurança exigidas no acondicionamento e disponibilização dos medicamentos aos cidadãos nestes locais.

O Infarmed clarifica que esses medicamentos estariam sujeitos às mesmas garantias de qualidade que todos os outros que são vendidos em farmácias e parafarmácias, afastando um cenário de risco para a saúde pública.

“Os MNSRM fornecidos fora das farmácias estão sujeitos ao mesmo regime de garantia e fiscalização da qualidade e segurança dos medicamentos que são fornecidos em farmácia” e os locais destinados à venda destes medicamentos estão sujeitos a um registo prévio no INFARMED, bem como o seu titular e responsável técnico estão sujeitos à fiscalização das entidades competentes, explica o Infarmed.

A autoridade do medicamento adianta ainda que só será permitida a comercialização de MNSRM depois de assegurada a sua efectiva segregação e facturação autónoma.

O Infarmed lembra ainda que estes medicamentos têm que estar disponíveis num local especificamente delimitado e apenas afecto à venda destes e de outros produtos de saúde.

Até que seja necessário
Os centros de saúde vão continuar com horários alargados até que o número de doentes que aparecem durante a noite seja residual...

As Administrações Regionais de Saúde (ARS), nomeadamente na Região de Lisboa e Vale do Tejo, tinham decidido alargar os horários de atendimento até ao dia 27 de Fevereiro, devido à época gripal e para evitar o congestionamento dos hospitais.

“As indicações que matemos para os centros de saúde são de manter o alargamento de horário durante este período. Os dados epidemiológicos é que vão determinar o termo desse alargamento. A época gripal está a diminuir, mas manda a boa cautela que só depois de demonstrada a não necessidade da abertura é que ela eventualmente será reduzida”, declarou o secretário de Estado Fernando Leal da Costa aos jornalistas à margem de um encontro para apresentar uma campanha sobre os malefícios do tabaco.

Segundo o governante, houve centros de saúde que chegaram a ter picos de 200 doentes urgentes por semana e atualmente já há afluências tão baixas como 10 doentes por semana.

A decisão final de manter o alargamento dos horários caberá sempre a cada unidade e às ARS.

A Direcção-geral da Saúde tem apelado aos portugueses que apresentem situações clínicas menos graves para recorrerem aos centros de saúde ou utilizarem a Linha Saúde 24 a “fim de evitar o congestionamento” dos serviços de urgência hospitalares.

Governo decide
O Governo decidiu estender a isenção de taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde a todos os menores de 18 anos e...

Em conferência de imprensa, no final do Conselho de Ministros, o ministro da Presidência referiu que, até agora, estavam isentos de taxas moderadoras apenas as crianças até doze anos. Com a alteração hoje aprovada, que estende essa isenção a todos os menores de idade, "seis milhões de portugueses estão isentos de taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde (SNS)", acrescentou Luís Marques Guedes.

No comunicado do Conselho de Ministros, o executivo PSD/CDS-PP justifica esta alteração ao regime de isenção de taxas moderadoras com o objetivo de "garantir a eliminação de quaisquer constrangimentos financeiros no acesso dos menores aos serviços de saúde assegurados pelo SNS".

Em declarações aos jornalistas durante a apresentação de uma campanha sobre o tabaco, em Lisboa, o secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, Leal da Costa, disse que este alargamento das isenções abrange um universo superior a 400 mil menores.

Também, o Governo "prorrogou, por três anos, o prazo de vigência do regime excepcional de contratação de médicos aposentados pelos serviços e estabelecimentos do SNS". Segundo o comunicado do Conselho de Ministros, "procura-se, assim, dar resposta à carência de médicos e, deste modo, assegurar a manutenção dos cuidados de saúde a todos os cidadãos".

DGS
A Direcção-Geral da Saúde registou em Janeiro 33 notificações de violência contra profissionais de saúde no local de trabalho,...

Em Janeiro deste ano, foram registados pelo Observatório Nacional da Violência Contra os Profissionais de Saúde no Local de Trabalho 33 casos de violência contra profissionais de saúde, sendo que no ano de 2014 houve um total de 531 notificações, dando uma média de 44,3 episódios por mês e 1,45 por dia.

O número de casos em 2014 mais que duplicou face ao registo de 2013, que se situou nos 202 casos, sendo que o número de notificações tem vindo a aumentar desde 2007, ano em que se registaram 35 casos.

Em 2013, as notificações, realizadas no “site” da Direcção-Geral da Saúde (DGS), de forma voluntária e anónima, foram feitas na sua maioria por profissionais de saúde do sexo feminino.

A Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) apresentou o maior número de notificações em 2013, 87, seguida da ARS de Lisboa e Vale do Tejo, com 69 notificações.

Das 202 notificações, o espaço físico mais referido, segundo a DGS, foi "a consulta externa" e os "serviços médicos", com 59 e 19 episódios respectivamente.

45% dos agressores em 2013 eram doentes, 34% profissionais de saúde e 16% familiares dos doentes, informou a DGS.

Mais de metade dos agressores são do sexo feminino e o grupo "etário predominante é de 40 a 49 anos, seguido do grupo etário de 50 a 59 anos".

Oitenta e um profissionais de saúde alvo de violência no local de trabalho referiram ainda estarem muito insatisfeitos quanto "à gestão do episódio de violência por parte da instituição".

Para além de os profissionais acabarem por "reportar mais" estas situações, o aumento poderá estar relacionado com um motivo "mais indirecto, que é a situação global que as pessoas estão a viver", disse Lusa Carlos Cortes, presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM).

"As pessoas estão insatisfeitas no seu dia-a-dia e expressam com violência as suas emoções no hospital e nos centros de saúde", explanou, sublinhando que os utentes também se mostram "insatisfeitos com aquilo que lhes está a ser dado", em termos de cuidados de saúde, havendo "dificuldades nos transportes, na aquisição de medicamentos e pagamento das taxas moderadoras", apontou.

A própria Ordem tem-se apercebido de um aumento de situações de "violência física e psicológica", estando a constituir um grupo multidisciplinar dentro da secção para responder a estes casos.

Carlos Cortes salientou ainda que as próprias instituições têm de "dar apoio ao profissional", sendo reportado à Ordem que, muitas vezes, as vítimas deste tipo de violência "se sentem desprotegidas".

No próximo dia 12 de Março
Em Portugal, estima-se que cerca de 800 mil pessoas deverão sofrer de doença renal crónica. A progressão da doença é muitas...

Portugal é um dos países da Europa que regista uma maior taxa de incidência de doentes com Insuficiência Renal Crónica (IRC) em terapêutica de substituição da função renal. Segundo dados da Sociedade Portuguesa de Nefrologia, todos os anos surgem cerca de dois mil novos casos na fase terminal da doença existindo, actualmente, cerca de 18.3500 portugueses a realizar uma das técnicas de substituição da função renal. Os principais fatores de risco da IRC são a Diabetes e a Hipertensão Arterial, dois problemas em crescente na nossa sociedade.

Neste sentido, atendendo a que os dois principais factores de risco da IRC, continuam a ser a Diabetes e a Hipertensão Arterial, a Associação Portuguesa de Insuficientes Renais (APIR), ciente deste flagelo para toda a população, volta a realizar este ano os habituais rastreios gratuitos em Lisboa, Setúbal, Santarém, Évora, Coimbra e Funchal, contribuindo assim para que esta questão da prevenção da Doença Renal Crónica, seja efectivamente alvo de uma maior atenção por parte das Autoridades Nacionais de Saúde.

Em Portugal
A nutrição é um factor-chave para os doentes com cancro, podendo ajudá-los a tolerar os tratamentos e a aumentar o potencial...

A professora e investigadora Paula Ravasco explicou que a nutrição em oncologia é uma área “deficitária em termos de formação específica”, ao contrário de outros países que já apostam fortemente nesta área de formação específica avançada há anos.

Paula Ravasco, que coordena o curso de formação avançada em Nutrição em Oncologia que se inicia esta semana na Universidade Católica Portuguesa, considera, por outro lado, que há muita informação disponível para a população em geral sobre as questões da nutrição em oncologia.

Trata-se muitas vezes de informação não suportada por evidência científica e que, inevitavelmente, acaba por influenciar as escolhas alimentares dos doentes.

Estudos recentes têm demonstrado que a nutrição adequada pode ser um factor terapêutico adjuvante durante o tratamento da doença oncológica.

Contudo, a intervenção nutricional deve ser feita de forma individualizada, tendo em consideração os hábitos e preferências dos doentes com alimentos escolhidos em função de cada doente, do tipo de tumor e do tipo de tratamento a que o doente vai ser submetido, afirmou Paula Ravasco, sendo desaconselhado que os doentes iniciem a toma de suplementos, independentemente da sua composição, sem supervisão médica.

Muitas substâncias que podem ser tomadas sem supervisão ou prescrição médica, além de poderem não ter qualquer efeito na doença, poderão mesmo ser prejudiciais à saúde da pessoa, fazendo assim também mal à doença.

A intervenção nutricional deve assim ser feita envolvendo todos os profissionais que tratam o doente, desde médicos, a enfermeiros e nutricionistas.

Paula Ravasco frisou que a nutrição individualizada é um factor-chave para um melhor prognóstico, uma vez que pode “modular o efeito dos tratamentos antineoplásicos”, tornando-os mais eficazes, “aumentando o potencial para um prognóstico mais favorável”.

Outra das componentes da formação avançada que começa esta semana em Lisboa é a nutrição como factor de risco ou fator protector na doença oncológica.

Dados científicos internacionais mostram que uma nutrição adequada em conjunto com estilos de vida saudáveis são capazes de prevenir cerca de 40% a 50% dos cancros a nível mundial.

O que conta é a alimentação como um todo, a que consiga veicular os nutrientes essenciais nas proporções certas para cada pessoa – e não um único alimento: “De facto o mais relevante na prevenção e terapêutica da doença é o conjunto equilibrado entre alimentação e estilos de vida”.

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