Estudo
O consumo de canábis em doses diárias e muito fortes aumenta cinco vezes o risco de psicose, revela um estudo realizado no...

O estudo, conduzido pelo Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociências do King's College de Londres, concluiu, ainda, que um em cada quatro novos casos de psicose se deve à ingestão diária de canábis de "alta potência".

"A canábis é uma droga, é uma substância que tem um efeito pernicioso. A mensagem de que faz mal tem de passar", afirmou à Lusa Tiago Reis Marques, coautor da investigação, assinalando que "o que está a chegar à rua é uma planta muito mais forte".

A equipa, liderada pelo psiquiatra escocês Robin Murray, analisou uma amostra de mais de 400 doentes de várias idades, do sul de Londres, que acorreram entre 2005 e 2012, pela primeira vez, ao instituto com sintomas de psicose e com historial de consumos de canábis.

Os resultados obtidos foram comparados com um grupo de controlo de 370 pessoas saudáveis.

Segundo Tiago Reis Marques, o estudo revelou que o risco de psicose aumenta nos doentes psicóticos proporcionalmente à frequência do consumo e à potência da droga ingerida, chegando a ser cinco vezes superior num dos grupos de pacientes, de 103 elementos - que fumavam diariamente canábis muito forte, com alto teor de tetrahidrocanabinol.

O psiquiatra enfatizou que, apesar de a investigação se centrar na população de Londres, as suas conclusões "seriam as mesmas" se fosse feita noutra cidade, ou noutro país.

O estudo foi publicado esta semana na revista The Lancet Psychiatry.

Depois deste trabalho, Tiago Reis Marques pretende analisar os efeitos da canábis no cérebro de pessoas saudáveis.

Ministério da Saúde apresenta aos hospitais
O Ministério da Saúde apresenta hoje aos hospitais a nova estratégia de tratamento da hepatite C, que inclui os medicamentos...

Também a partir de hoje os hospitais que tratam doentes com hepatite C podem iniciar o plano de tratamento com os medicamentos do laboratório Gilead, tendo sido já assinada a portaria que determina a comparticipação dos fármacos na totalidade.

Segundo a mesma fonte oficial, na terça-feira foi assinado o contrato entre a Autoridade do Medicamento (Infarmed) e a Gilead que formaliza o acordo feito com o Ministério da Saúde e que estabelece um plano para tratamento dos doentes com hepatite C, determinando que a farmacêutica é paga quando o doente fica tratado.

O objectivo da reunião de hoje, segundo fonte do Ministério, é "dar a conhecer o novo circuito de tratamento, o modelo de financiamento e desencadear o dispositivo nacional para o tratamento imediato da doença".

Depois será ainda publicado o despacho com as regras do circuito do tratamento, diploma que vai definir os organismos que irão tutelar a aplicação da nova estratégia de tratamento da hepatite C.

Quanto ao modelo de financiamento, a mesma fonte refere que deverá ser assegurado através de "uma linha vertical gerida pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS)".

Este despacho com as regras do circuito do tratamento visa também, segundo o Ministério, assegurar que todos os doentes recebem o tratamento dentro do tempo adequado.

Prevê-se que as Comissões de Farmácia e Terapêutica de cada hospital devam pronunciar-se com rapidez (até cinco dias), de forma a assegurar respostas mais curtas aos pedidos de tratamento.

O Ministério da Saúde vinca que esta estratégia para a hepatite C permite trazer para o país o melhor tratamento disponível a nível mundial para todos os doentes e não apenas para os estadios mais avançados da doença.

Até ao momento encontram-se em tratamento em Portugal 605 doentes com hepatite C em tratamento hospitalar, submetidos a diferentes terapêuticas.

Ao abrigo do programa que permite o acesso aos medicamentos inovadores de forma gratuita encontram-se autorizados 161 tratamentos.

ARS Lisboa reconhece
O presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo admitiu dificuldades nos serviços clínicos e de...

“Nós não escamoteamos a verdade. É só graças a um enorme esforço dos profissionais, sejam médicos, enfermeiros ou técnicos, que se consegue dar resposta a uma situação a que nós não estávamos habituados. É que o número de doentes que vai aos serviços de urgência não aumentou, mas temos doentes mais graves, doentes mais idosos, mais doentes internados e mais doentes que ficam mais tempo no hospital”, disse aos jornalistas Cunha Ribeiro.

Para o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS), “se ficam mais tempo no internamento, é mais difícil pegar nos doentes que estão na urgência e interná-los, porque não têm lugar”.

Os esclarecimentos da ARS de Lisboa e Vale do Tejo foram feitas em conferência de imprensa por Cunha Ribeiro no dia em que foi conhecida uma carta de demissão de 28 dos 33 directores de serviço do Hospital Amadora-Sintra.

A ausência de estratégia para evitar a “contínua degradação das condições de trabalho” no Hospital Amadora-Sintra é um dos motivos apontados pelos 28 directores de serviço para a sua demissão, numa carta enviada à administração e ao Governo.

Cunha Ribeiro disse que no caso das urgências este hospital tem contornado as dificuldades no internamento de doentes que chegam através delas “funcionando em rede”, ou seja, encaminhando para outras unidades hospitalares com capacidade para os receber.

Quanto aos restantes serviços clínicos, o presidente da ARS Lisboa admitiu que há falta de médicos, ainda que já este ano tenha sido autorizada a contratação de 12 novos médicos e que em 2014 o Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra) tenha contratado 120 novos profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros e técnicos.

De 2013 para 2014 houve, segundo o responsável, uma diminuição de apenas quatro médicos num universo de 400: “Será que quatro médicos, 1% do total, é significativo? Não nos parece. Isso não quer dizer que, face à complexidade e ao tipo de doentes que recorrem à urgência, não se esteja a pedir um esforço acrescido aos colegas, que agradecemos, e esperamos que a curto prazo se inverta esta tendência”.

No entanto, Cunha Ribeiro reconheceu: “São necessários mais médicos? São, mas aqui não há milagres. Nós não temos médicos que cheguem no país em algumas especialidades.”

O responsável recusa, no entanto, qualquer degradação da qualidade do serviço para além da que resulta dos internamentos prolongados.

“A ARS desconhece qualquer situação que aponte para uma degradação dos cuidados com exceção do número elevado de doentes graves que estão mais tempo internados; mas isto por si só cria um problema grave, não vou negar”, disse.

O presidente da ARS Lisboa reconheceu ainda que é urgente aumentar a capacidade das urgências do Amadora-Sintra, referindo que "o hospital está neste momento a fazer um plano de alteração do serviço de urgência" que permita dar resposta ao aumento da procura.

O Hospital Amadora-Sintra vai ter um novo director clínico após a demissão de 28 dos 33 diretores de serviço que, entre outros motivos, dizem discordar da actual direção, disse fonte oficial.

Fonte da unidade referiu que o director clínico, o médico gastroenterologista Nuno Alves, apresentou a demissão do cargo, estando previsto para quarta-feira o anúncio da nova direcção clínica da unidade hospitalar.

Governo dos Açores
O Governo dos Açores autorizou a contratação até 20 médicos aposentados durante este ano para o Serviço Regional de Saúde de...

“Em 2015 podem ser contratados até 20 médicos aposentados pelos serviços integrados no Serviço Regional de Saúde, observados os procedimentos constantes do Decreto-Lei n.º 89/2010, de 21 de Julho”, adianta o despacho da vice-presidência do Governo, Emprego e Competitividade Empresarial e secretaria regional da Saúde, publicado em Jornal Oficial.

Segundo o executivo açoriano, esta contratação visa “dar resposta à carência de médicos que se verifica em Portugal, e em particular, na Região Autónoma dos Açores, e para, assim, assegurar a manutenção dos cuidados de saúde a todos os cidadãos".

Para tal, o decreto-lei n.º 89/2010, de 21 de Julho, veio "estabelecer um regime transitório de exercício de funções públicas por médicos aposentados, a vigorar até 31 de Julho de 2015, na sequência da prorrogação operada pelo Decreto-Lei n.º 94/2013, de 18 de Julho".

Assim, prevê que, "mediante proposta da instituição onde as funções devam ser exercidas ou o trabalho deva ser prestado, e após autorização do membro do Governo responsável pela área da saúde, os médicos aposentados possam continuar a exercer funções".

Degradação de condições de trabalho
A ausência de estratégia para evitar a “contínua degradação das condições de trabalho” no Hospital Amadora-Sintra é um dos...

Na carta - conhecida no dia em que o Hospital Fernando Fonseca (HFF) informou que o director clínico, Nuno Alves, apresentou a demissão do cargo - os 28 dos 33 directores de serviço explicam as razões que os levaram a tomar esta decisão.

Os médicos referem que desde há dois anos se assiste a uma “progressiva degradação da capacidade de resposta às adversidades e uma diminuição preocupante da qualidade assistencial”.

Para o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, que também recebeu a carta com os motivos da demissão, "há muito tempo que deveria ter havido substituição da administração e da direcção clinica" do hospital.

Este hospital tem “graves problemas de gestão” e o Ministério da Saúde sabia disso “há muito tempo”, disse José Manuel Silva, em declarações, lamentando que não se tenha tomado “nenhuma atitude profilática no sentido de substituir a direcção clínica e o conselho de administração".

Para o bastonário, esta atitude do ministério "significa que avaliza todas as decisões do conselho de administração”.

Para os clínicos, a actual situação do hospital “é fruto de um conjunto de circunstâncias”, algumas externas, mas muitas outras devem-se ao facto de a administração e a direcção clínica "não terem conseguido defender os interesses da instituição e das populações que esta serve”.

Apontam como exemplo a “saída preocupante” de recursos humanos qualificados que não foram substituídos, a incapacidade notória de contratar profissionais, problemas do serviço de urgência e a “ausência de resposta em especialidades fundamentais”, como imagiologia/neurorradiologia, anatomia patológica, anestesiologia.

“Muitos destes problemas foram previstos, ideias e medidas sugeridas atempadamente”, mas “não tiveram eco na gestão do hospital”, lê-se na carta, datada de 11 de Fevereiro e assinada pelos 28 directores de serviço.

Para os médicos, a direcção clínica revelou uma “total incapacidade” em assumir o papel de interlocutor entre a administração e o corpo clínico, tendo o director clínico tentando implementar uma “série de ideias avulsas, sem qualquer sentido ou estratégia”.

Para o bastonário "foi em defesa do hospital, em defesa dos doentes que os directores de serviço tomaram esta atitude frontal e corajosa de dizer basta”, como já o tinham feito, no final do ano passado, os chefes de urgência geral do HFF.

A carta está publicada no site do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), que manifesta “a sua solidariedade para com os responsáveis que não desistem de lutar pela melhoria da prestação de cuidados aos seus doentes e pelas condições de trabalho dos seus colegas”.

Segundo fonte oficial do HFF, está previsto para quarta-feira o anúncio da nova direcção clínica da unidade hospitalar, segundo fonte oficial do HFF.

Em Espanha
Um total de 1.868.173 pessoas era afectada por depressão em 2013 em Espanha, doença que tem aumentado a prevalência, devido à...

Os especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) referem que entre oito e 15% da população sofreram (ou vão sofrer) de depressão ao longo da vida, uma "altíssima" prevalência que constitui "um desafio de saúde pública", devido às "graves repercussões" a médio e longo prazo, tanto individuais como sociais, familiares e laborais.

O retrato da depressão foi realizado por especialistas num encontro em Madrid, sendo a doença definida como "uma tristeza patológica" pelo presidente da Sociedade Espanhola de Psiquiatria, Miguel Gutiérrez.

Incapacidade, isolamento social, perda de produtividade laboral e de qualidade de vida, morbilidade, mortalidade e custos económicos são as principais consequências desta doença.

"É um fenómeno epidémico e alguns dados apontam para que esteja a registar-se um crescimento exponencial e que, nas próximas décadas, vai ser a primeira causa de incapacidade", salientou o presidente da Sociedade Espanhola de Psiquiatria Biológica, Miquel Bernardo.

O aumento da esperança média de vida, o maior nível de stresse das sociedades ocidentais e o consumo de substâncias tóxicas são alguns dos fatores que explicam aquele aumento.

Mas, a crise económica e financeira também tem responsabilidade e um estudo realizado entre 2007 e 2011 pela Fundação Espanhola de Psiquiatria e Saúde Mental em pacientes detectou um aumento de 10% em transtornos de ansiedade ou depressivos, que estavam relacionados com problemas de hipotecas ou desemprego.

A depressão é, por outro lado, "a grande porta de entrada de condutas suicidas", explicou o presidente da Fundação, Miquel Roca.

A doença aparece entre os 30 e 40 anos, mais entre mulheres que entre homens e um em cada 10 trabalhadores já esteve de baixa médica por apresentar um quadro depressivo, mas somente metade daqueles que foram ao centro de saúde com este problema receberam tratamento.

Miquel Roca realçou as dificuldades dos médicos de família para detetar a doença no pouco tempo que dispõem para as consultas, apesar do "extraordinário esforço" que estão a fazer.

Investigadores da Universidade de Coimbra desenvolvem
Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra está a desenvolver um 'kit' de diagnóstico rápido de fungos...

Neste momento, anunciou a Universidade de Coimbra (UC), está em fase de protótipo um "Kit" descartável para a rápida identificação e distinção das três espécies de leveduras do "grupo parapsilosis, que são responsáveis por uma elevada percentagem de infecções fúngicas em ambiente hospitalar".

Consideradas leveduras patogénicas oportunistas, são responsáveis "por cerca de 25% das infecções fúngicas generalizadas em doentes imunodeprimidos, com uma elevada taxa de mortalidade associada", referem os investigadores em comunicado.

Segundo a investigadora Teresa Gonçalves, citada no documento, o desenvolvimento do 'kit' é essencial para o diagnóstico clínico e para o controlo das infecções hospitalares, porque "a rápida e correcta identificação de espécies envolvidas na infecção fúngica são muito importantes para auxiliar o médico na prescrição do tratamento mais eficaz".

A investigação liderada por esta docente da Faculdade Medicina e do Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC nos últimos dois anos permite identificar com "rapidez e rigor" a espécie de levedura infectante.

De acordo com a UC, o 'kit' Psilochrome será de "custo muito reduzido, se a indústria revelar interesse", e estará disponível para entrar no circuito comercial dentro de seis meses.

O projecto foi financiado pelo ProtoTransfer, no âmbito do programa transfronteiriço INESPO II, dirigido a professores, estudantes, doutorandos, docentes e bolseiros de investigação em actividades de transferência de conhecimento.

DGS
A Direcção-Geral da Saúde apelou aos portugueses que apresentem situações clínicas menos graves para recorrerem aos centros de...

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) refere, em comunicado, que “a actividade gripal é agora moderada”, mas adverte que as temperaturas baixam que se têm verificado são, muitas vezes, responsáveis pela descompensação de doenças crónicas, nomeadamente cardiovasculares, respiratórias e diabetes, em particular nas pessoas idosas e isoladas.

“Em consequência, assiste-se ao aumento da procura de cuidados em serviços de urgência hospitalar, frequentemente devido a situações clínicas graves que necessitam de internamento”, sublinha o comunicado, assinado pelo director-geral da Saúde, Francisco George.

Para evitar o congestionamento destes serviços de urgência, “os doentes menos graves devem recorrer aos seus centros de saúde”, apela a DGS.

Para tal, as Administrações Regionais de Saúde, nomeadamente na Região de Lisboa e Vale do Tejo, alargaram os horários de atendimento até ao dia 27 de Fevereiro.

A DGS recomenda ainda a utilização prévia da Linha Saúde 24 (808 24 24 24), que está “habilitada a prestar informações sobre os centros de saúde abertos e horários de funcionamento, em todo o país”.

Segundo o boletim de vigilância epidemiológica do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), até 8 de Fevereiro foram registados 79 casos por cada 100.000 habitantes.

Até esta data, foram analisados 747 casos de síndroma gripal.

Prevenção e intervenção nas doenças crónicas
Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal é co-líder em projecto europeu que reúne mais de 60 parceiros na prevenção,...

As doenças crónicas e o envelhecimento saudável estão no centro de uma acção conjunta que reúne especialistas da União Europeia e representantes dos Ministérios da Saúde num encontro em Bruxelas no próximo dia 19 de Fevereiro. O projecto Joint Action on Chronic Diseases and Promoting Healthy Ageing (JA-CHRODIS) nasceu da vontade de mais de 60 parceiros europeus de desenvolver estratégias comuns para a prevenção, controlo e acompanhamento das doenças crónicas. A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) é uma das parceiras portuguesas da JA-CHRODIS.

As boas práticas na prevenção e cuidados às doenças crónicas, por um futuro mais saudável, lançam o mote da reunião que tem como objectivo promover a discussão, fazer o balanço de um ano de trabalho e partilhar boas experiências nacionais.

Co-líder na avaliação do projecto e participante no estudo de caso relacionado com a diabetes tipo 2, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal é uma das parceiras portuguesas da JA-CHRODIS, a que se juntam outros parceiros nacionais como a Direcção-Geral da Saúde (DGS), o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) e a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. “Este projecto é indispensável para diminuir o peso humano e financeiro das doenças crónicas preveníveis e o seu contínuo crescimento, partilhando as melhores práticas de toda a Europa”, defende Rogério Ribeiro, investigador e representante da APDP no encontro em Bruxelas.

Para José Manuel Boavida, director do Programa Nacional para a Diabetes da DGS e representante de Portugal na reunião, “esta iniciativa é um passo fundamental para recentrar as prioridades de saúde nas doenças crónicas e inverter as políticas de saúde. Passar de uma visão centrada nos cuidados hospitalares para uma disponibilização de cuidados diferenciados à população numa visão de proximidade. Uma visão que integre os cidadãos em equipas dedicadas à prevenção, acompanhamento e reabilitação. As pessoas com doenças crónicas devem manter-se activas socialmente.”

A Comissão Europeia e Governos associados investiram mais de 10 milhões de euros num projecto que procura conhecer e partilhar as melhores abordagens na luta contra o impacto das doenças crónicas na União Europeia. O objectivo é promover a saúde, alertando para os factores de risco e identificando os melhores programas de cuidados à pessoa com diabetes, sempre na perspectiva da capacitação e da gestão da própria doença.

O facto de a JA-CHRODIS ser a maior acção conjunta financiada pelo Programa de Saúde Pública da União Europeia 2014-2020 demonstra a importância que este tema tem para os países participantes: Alemanha, Bélgica, Bulgária, Eslovénia, Estónia, Espanha, Finlândia, Grécia, Holanda, Islândia, Irlanda, Itália, Lituânia, Noruega e Portugal.

Directora de faculdade defende
A directora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Maria Amélia Ferreira, defendeu a obrigatoriedade de os...

“Não há a necessidade de introduzir a simulação como disciplina, mas há a necessidade de introduzir este instrumento em todas as unidades curriculares, ou quase todas, para que haja uma aprendizagem de competências, quer técnicas como de comportamento”, afirmou Maria Amélia Ferreira, a propósito do III Congresso da Sociedade Portuguesa de Simulação Aplicada às Ciências da saúde, que decorrerá esta semana no Porto.

Para a responsável, com a simulação, os estudantes são colocados perante situações práticas, tendo a possibilidade de treinar a aquisição de determinada competência.

“Esta possibilidade faz com que seja possível admitir o erro e corrigi-lo, e ao mesmo tempo não causar incómodo nem riscos para os doentes, nem para os próprios estudantes”, sustentou.

Maria Amélia Ferreira afirmou que “os profissionais de saúde não se podem confrontar pela primeira vez com situações que possam ser exercitadas ou treinadas antes em cenários”.

“Temos de algum modo, alguma vez, que lhes dar a possibilidade de se poderem confrontar com situações que terão que ser resolvidas, mesmo sendo raras e mesmo sendo feitas às vezes em contextos adversos”, disse, acrescentando que “esta obrigatoriedade é tanto mais importante quanto é obrigatório ao piloto de avião fazer o seu treino de simulação”.

Maria Amélia entende que há competências que devem ser ensinadas, aprendidas e avaliadas em meio controlado e seguro, através da simulação, por exemplo o saber dar uma má notícia da morte de um familiar ou o saber reanimar um recém-nascido.

“Eu não posso esperar que haja necessidade de fazer uma reanimação neonatal a 350 recém-nascidos para os meus 350 alunos poderem treinar, mas eles têm de saber fazer isto”, sustentou.

A responsável apontou a simulação como sendo também importantíssima para o “treino de equipas multidisciplinares”.

“A simulação tem hoje um âmbito muito ético, científico e muito aplicado às ciências de saúde”, disse, “e o preço que custa um centro de simulação biomédica é pago muito rapidamente pelo benefício e pela segurança que a população virá a ter das competências dadas aos profissionais” naquele espaço.

A directora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) referiu que “ainda há uma percentagem significativa de profissionais de saúde que continuam a achar que os centros de simulação biomédica são locais em que há uns bonecos e onde se treinam algumas técnicas”, contudo, estes espaços são “muito mais do que isso”.

Na sua opinião, a simulação deve ser obrigatória na formação pré-graduada dos profissionais de saúde, mas também “nos colégios de especialidade”.

A simulação existe na ginecologia/obstetrícia e na anestesiologia, por exemplo, mas “deveria ser alargada, porque certificava os profissionais que estão a ser formados, na medida em que já teriam tido contacto com situações que terão que resolver, mesmo não as tendo vivenciado do ponto de vista prático”.

O "Impacto da simulação na melhoria dos cuidados de saúde" é um dos temas a abordar na sexta-feira no âmbito do Congresso, que terá lugar no auditório do Centro de Investigação Médica da FMUP.

Dia Internacional assinala-se a 18 de Fevereiro
Assinala-se hoje o Dia Internacional da Síndrome de Asperger, uma síndrome que se manifesta por alte
Asperger

Dificuldades em comunicar, de aceitação das regras sociais e interesses limitados são algumas das características dos doentes com o Síndrome de Asperger (SA). Esta Síndrome é uma disfunção neuro comportamental, de base genética incluída nas perturbações do espectro do autismo. Assim, esta disfunção manifesta-se por alterações na interacção social, na comunicação e no comportamento. A dificuldade de comunicação pode originar muitas vezes situações de stress, já que as pessoas com SA ao perceberem que não estão a ser entendidos comportando-se de forma desajustada. Muitos acabam por se isolar e evitar qualquer tipo de convívio.

No dia 18 de Fevereiro assinala-se o Dia Internacional da Síndrome de Asperger com o objectivo de contribuir para um maior conhecimento desta problemática e uma maior sensibilização para o acolhimento e integração das pessoas com a Síndrome, que em Portugal se calcula serem cerca de 40 mil, na maioria rapazes (1:5).

Apesar de não haver tratamento específico para a Síndrome “é possível acompanhar as pessoas através de uma intervenção personalizada e adaptada a cada um, tendo como objectivo a sua total integração na sociedade”, explica Piedade Líbano Monteiro, presidente da direcção da Associação Portuguesa de Síndrome de Asperger (APSA), sublinhando que, “pode acontecer existirem outras doenças associadas à Síndrome, como por exemplo a hiperactividade, e aí sim muitas vezes recorre-se à medicação”.

O facto de esta ser uma Síndrome de base genética, não é possível preveni-la ou evitá-la. Por isso, é importante uma intervenção precoce nesta área e, conforme alerta a presidente, “estar atentos aos sinais de alerta à sua reacção com o meio ambiente, família, casa, escola, infantário e iniciar tão rápido quanto possível um programa de intervenção”.

Em termos económicos as famílias que têm pela frente este desafio de educar na diferença, têm um peso orçamental maior, começando pelo simples facto de ser uma perturbação que se baseia essencialmente no treino das competências sociais e de autonomia funcional que deve ser feita por técnicos especializados nestas matérias. “Estamos a falar de custos que na maioria das vezes não são contemplados pela Segurança Social e pelos apoios escolares, e também há que ter em conta a disponibilidade que estas famílias têm de ter para poder acompanhar os filhos nas intervenções”, refere Piedade Líbano Monteiro.

Diagnóstico e principais sinais
Embora seja uma disfunção com origem num funcionamento cerebral particular, não existe ainda, um marcador biológico, pelo que o diagnóstico se baseia num conjunto de critérios comportamentais.

Dificuldades de empatia, de aceitação das regras sociais, interesses limitados, hipersensibilidade aos estímulos sensoriais, descoordenação motora são algumas das características da Síndrome. Porém os sinais mais frequentes são:

  • Atraso significativo na linguagem;
  • Linguagem verbal e não verbal, pobres;
  • Interpretação literal dos enunciados;
  • Dificuldade no relacionamento social, na interacção com os pares, nas regras sociais;
  • Comportamentos social e emocional desajustados;
  • Número limitado mas muitas vezes obsessivo de temas e interesses;
  • Comportamentos repetitivos ou rotineiros;
  • Resistência à mudança;
  • Atitudes consideradas bizarras e excêntricas;
  • Hipersensibilidade sensorial a ruídos, cheiros, texturas, luzes;
  • Baixo nível de tolerância à frustração.

Tabus associados à doença
Na opinião de Piedade Líbano Monteiro, “existe falta de informação e sensibilização sobre esta disfunção, o que faz com que a sociedade, em geral, tenha alguma dificuldade em ‘aceitar naturalmente’ as pessoas com SA” e defende que se deve continuar a insistir na sensibilização, explicação e divulgação da Síndrome de Asperger nos diversos contextos da sociedade, no meio Empresarial, na Educação, na Saúde, no Emprego e segurança social.

Por muito que a mudança de mentalidades se faça sentir, ainda existem tabus em relação à diferença, tanto mais que a SA não é visível. Por essa razão a APSA tem por lema que “A SA não está na Cara mas Existe!”. “De facto à primeira vista os nossos filhos nada têm de visível que preveja que aquele rapaz/rapariga bem parecidos possam ter comportamentos tão out of the book em situações para nós absolutamente banais e normais”, refere Piedade Líbano Monteiro, acrescentando que a descriminação nota-se de forma mais acentuada na adolescência e na fase mais adulta, que devido ao seu comportamento desajustado na procura de emprego, este comportamento vai hipotecar todas as suas capacidades cognitivas. Na verdade estas pessoas são dotadas de uma inteligência acima da média nas suas áreas de interesse, com formação académica em ramos diversos das ciências, investigação, informática, tecnologia, música, artes…

“Por tudo isto é importantíssimo o treino dos comportamentos, porque acreditamos que há futuro para quem sofre com a Síndrome de Asperger. Damos uma resposta inovadora, adequada a cada jovem, queremos estar junto das empresas para que também elas se sintam integradas nesta nossa missão de promover as capacidades e a produtividade dos nossos filhos, facilitando a sua integração no mundo do trabalho como qualquer cidadão. Temos de mudar mentalidades, pontos de vista, formas de estar na vida, uma tarefa árdua que leva o seu tempo, que não se vê. Somos corredores de fundo que acreditamos nestes jovens. Vamos caminhando sempre!”

Síndrome também afecta os famosos
Susan Boyle, a mulher que se tornou famosa no programa Britain’s Got Talent, vive diariamente com a Síndrome de Asperger. Antes do diagnóstico todos (incluindo a própria Boyle) atribuíam o seu comportamento excêntrico e imprevisível ao facto de ter tido problemas de oxigenação no cérebro durante o nascimento.

Numa simples ida ao restaurante pode-se testemunhar os ataques de fúria, as ‘birras’ feitas por Boyle por pequenas coisas, como a falta de cebola no prato. Muitos podem pensar que se trata de uma atitude de diva, mas é de facto uma consequência da síndrome. Em palco a cantora diz nunca ficar irritada, mas quando sai acontece muitas vezes. “Eu estou a conseguir lidar com isto porque já sei o que é. Se sinto que vou ter uma mudança de humor repentina, levanto-me e saio de onde estou”, explicou Susan Boyle ao Daily Mail. A cantora sabe que está prestes a ter uma mudança de humor quando sente “uma sensação de pânico, de não querer estar ali. Fico deprimida. E depois saio. Sozinha”, descreve Boyle.

Dia Internacional da Síndrome de Asperger
Assinalar este dia ajuda na medida em que é uma oportunidade de falar e de dar a conhecer, até mesmo pela curiosidade, o que é a Síndrome de Asperger, mas também, diz Piedade Líbano Monteiro, “dar a conhecer qual o trabalho que tem sido desenvolvido pela APSA durante estes 11 anos de existência”.

“É uma oportunidade de podermos explicar que para além das dificuldades que os nossos filhos têm, aliás como qualquer um de nós, eles têm capacidades que nos superam em muitas áreas. Também para reforçarmos a ideia da equidade e igualdade de oportunidades REAL em relação ao direitos e deveres das pessoas com SA no pleno desempenho do seu direito de cidadania”.

A APSA assinala este dia através da ‘Semana Aberta’ da Casa Grande com actividades diversas, visitas à Casa Grande, actividades no exterior, participação em conferências que se prologaram pelo mês de Fevereiro.

Associação Portuguesa de Síndrome de Asperger
A APSA tem por missão promover o apoio e a integração social e profissional das pessoas com Síndrome de Asperger, favorecendo as condições e capacitando para uma vida autónoma e mais digna.

“Para a concretização da nossa missão a APSA tem em funcionamento, em Lisboa, o projecto Casa Grande através do qual proporciona aos jovens/adultos treinarem competências sociais, a sua autonomia funcional e comunitária, bem como experiências em contexto social e comunitário, mediadas por técnicos especializados”, explica a presidente.

A APSA Norte, abriu recentemente um Centro de Actividades Ocupacionais - CAO em Penafiel, mais precisamente em Valpedre onde dinamiza diversas iniciativas para responder aos jovens com SA naquela zona do País.

Para além deste objectivo, a APSA organiza sessões de sensibilização pelas escolas de Portugal, a que foi dado o nome de «Projecto Gaivota», a tradução e publicação de livros sobre este tema, organização de seminários e ciclos de encontros e o apoio e encaminhamento das famílias e dos filhos com Síndrome de Asperger.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Em 2014
A maternidade do Centro Hospitalar do Médio Tejo registou 800 partos em 2014, mais 15 nascimentos do que em 2013, resultado ‘em...

"É um aumento ligeiro, uma ténue inversão de tendência que queremos consolidar e gostaríamos de ver aumentar nos próximos anos, sabendo nós que o valor mínimo para repor gerações, por casal, é de 2,4 filhos", disse o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), Carlos Andrade.

Nesse sentido, apontou, o CHMT vai "desenvolver e reforçar o trabalho de articulação" com os médicos de família, com médicos obstetras e com os centros de saúde da zona, para que, "pela relação de proximidade e acompanhamento do processo de gravidez, desde o seu início, as parturientes possam optar, de forma natural, pela maternidade” daquele centro.

O gestor lembrou ainda que, para além da anestesia epidural, a actividade cirúrgica da especialidade de ginecologia do CHMT passou este mês a ser assegurada pelos meios clínicos existentes na maternidade da Unidade Hospitalar de Abrantes.

A concentração da actividade cirúrgica de uma mesma especialidade, apontou, vai contribuir para "um melhor serviço às cidadãs, acrescentando eficiência na prestação de cuidados" de ginecologia/obstetrícia.

"A medida traz ganhos evidentes, não só em termos de eficiência, como também de segurança para as utentes", frisou.

Concentrada na unidade hospitalar de Abrantes desde 2001, a maternidade registou 1.079 bebés em 2009, mais 11 do que em 2008.

A partir daí, e até ao ano de 2014, houve decréscimos consecutivos, com 1.046 partos em 2010, 985 em 2011, 908 em 2012 e 784 (número mais baixo de sempre) em 2013.

O ligeiro aumento do número de partos em 2014 está ‘em linha’ com o pequeno aumento de nascimentos registados no ano passado a nível nacional.

Segundo as estimativas da Direcção-Geral da Saúde (DGS), em 2014 registaram-se em Portugal 83.511 nascimentos, o que representa um aumento de 724 partos em relação ao ano anterior, em que se registaram 82.787 partos.

Constituído pelas unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas, separadas geograficamente entre si por cerca de 30 quilómetros, o CHMT funciona em regime de complementaridade de valências, abrangendo uma população na ordem dos 255 mil habitantes de 12 concelhos do Médio Tejo, no distrito de Santarém, e ainda dos municípios de Gavião e Ponte de Sor, ambos de Portalegre.

Em 2015
Ana Galvão e Nuno Markl abraçaram a causa da Operação Nariz Vermelho e serão embaixadores da Instituição durante o presente ano...

Na primeira acção enquanto embaixadores da Operação Nariz Vermelho (ONV), o casal visitou esta quinta-feira, 12 de Fevereiro, o IPO de Lisboa e acompanhou o trabalho dos Doutores Palhaços com as crianças internadas.

“Acho notável a entrega e talento destes profissionais do amor e da diversão. Sou mãe e aperta-me o coração ver outras mães e pais a ter que ultrapassar uma etapa como esta. Só por isso tenho que sempre apoiar e divulgar quem se dedica, de alma e coração, a trazer distração e alegria a todas estas pessoas,” explica Ana Galvão

O Doutor Félix Férias e a Super Doutora Ginjação guiaram Ana Galvão e Nuno Markl numa visita que ficou marcada por sorrisos rasgados e francas gargalhadas – tanto de crianças como de adultos.

“Os doutores palhaços têm um dom quase sobrenatural para arrancar gargalhadas onde elas são mais difíceis e mais precisas de acontecer. Isto é comédia a sério. O que me motivou a aceitar o convite foi toda a ajuda e divulgação que poder ser feita à obra destes doutores, os palhaços e não palhaços”, refere Nuno Markl.

A locutora da Antena 3 acrescentou que chorou de tanto rir durante a visita e que foi “deveras emotivo ver que no meio desta luta pela cura os olhos dos pequenos iluminam-se com os narizes vermelhos. Aceitei o desafio porque acho notável a entrega e talento destes profissionais do amor”.

Inovação nas Farmácias Portuguesas
A Mylan, uma das empresas líder da indústria farmacêutica, é o patrocinador exclusivo do inovador projecto da Receita...

“Com esta parceria, a Mylan mostra o seu compromisso com a inovação entre as empresas que comercializam medicamentos genéricos em Portugal. Com este apoio facilitamos a implementação de uma plataforma electrónica de dispensa de receita médica, que permite aumentar o acesso a medicamentos de elevada qualidade. Tendo as farmácias como um parceiro estratégico em Portugal, seria impensável não olhar para esta iniciativa estratégica da Associação Nacional de Farmácias (ANF) e do Ministério da Saúde como um meio de promover a nossa diferenciação e reforçar a imagem de qualidade global dos produtos e serviços Mylan”, afirma o director geral da Mylan Portugal, João Madeira.

O projecto da Receita Electrónica é uma iniciativa estratégica do ministério da Saúde que permite a simplificação de processos na dispensa diária de medicamentos sujeitos a prescrição médica. Em Portugal são dispensadas mais de 300.000 receitas por dia. Além de mais seguro, mais amigo do utente este é um sistema mais eficiente para as farmácias. Mais informações em www.receitaeletronica.pt

A Mylan está em Portugal há mais de oito anos e é hoje reconhecida como líder global com enfoque nas necessidades locais e conta com mais de 50 profissionais no País.

A Mylan disponibiliza em Portugal medicamentos para as seguintes áreas terapêuticas: alergologia, antibioterapia, anti-inflamatória, cardiologia, dermatologia, diabetes / metabolismo, gastroenterologia, oftalmologia, osteoporose, psiquiatria/neurologia, urologia, disfunção eréctil e anticoncepcional.

Aproximadamente 10 milhões de euros
Um financiamento da Comissão Europeia vai ser atribuído a quatro instituições portuguesas com o objectivo de potenciar a...

O Instituto de Medicina Molecular, o InBIO - Rede de Investigação em Biodiversidade e Biologia Evolutiva, a Universidade de Coimbra e a Universidade do Minho - Grupo de Investigação 3B’s, vão receber cerca dois milhões e meio de euros cada, do European Research Area - Chairs. Trata-se de um financiamento da Comissão Europeia inserido no programa Horizonte 2020. Foram submetidas 88 propostas das quais 13 foram aprovadas, quatro destas, portuguesas.

Este financiamento internacional tem como propósito potenciar a investigação científica de excelência, bem como aumentar a capacidade de captação de verbas destas entidades. Estes projectos terão a duração de cinco anos e permitem atrair investigadores de topo, para que as instituições possam competir com os centros de excelência pertencentes ao Espaço Europeu de Investigação.

Os investigadores, para cada uma das instituições serão seleccionados com base em critérios de qualidade e inovação científica, assente nos projectos que desenvolvem com as suas equipas, bem como a sua rede de colaborações internacionais.

Os investigadores para cada uma das instituições, irão ser seleccionados em critérios baseados na excelência e inovação científica dos projectos das equipas de investigação bem como a sua rede de colaborações internacionais.

No caso do Instituto de Medicina Molecular (IMM), o projecto EXCELLtoINNOV irá dotar o IMM dos meios necessários para atingir um patamar de excelência científica, através do recrutamento de um ERA Chair em investigação biomédica translacional na área de imunidade e infecção.

O objectivo será posicionar o IMM na primeira linha da investigação, desenvolvimento e inovação nesta área, estabelecendo um eixo de investigação biomédica translacional, que irá permitir: expandir o potencial nacional além-fronteiras; actuar como interface da Europa, América e África; potenciando avanços científicos em imunidade e infecção, através de esforços colaborativos a nível mundial.

O sucesso desta estratégia baseia-se na implementação de actividades específicas tais como: o desenvolvimento de uma nova frente de investigação em estudos pré-clínicos moleculares e de imagiologia no IMM pelo European Research Area - Chairs (ERA-Chairs), que irá beneficiar de uma forma transversal todas as áreas de investigação do instituto.

Através das diferentes actividades propostas, o IMM irá não só melhorar a sua capacidade para assegurar financiamento competitivo a nível internacional como também contribuir para os objectivos da estratégia de especialização inteligente, através do aumento da atractividade, competitividade e do potencial de inovação do IMM, da região de Lisboa e de Portugal. Henrique Veiga-Fernandes, Investigador Principal e Director de Estratégia Institucional refere que “o fortalecimento da área de imunologia e infecção permitirá alavancar a excelência científica em todas as áreas de investigação e desenvolvimento (I&D) do IMM”.

EnvMetaGen, é o nome da proposta apresentada pelo Laboratório Associado InBIO - Rede de Investigação em Biodiversidade e Biologia Evolutiva que será também financiada. Este projecto tem como objectivo ampliar a Capacidade de Investigação e Inovação do InBIO através da metaGenónica Ambiental e pretende fortalecer o potencial de investigação, dos recursos humanos, laboratórios e equipamento de nova geração de sequenciação de genomas do InBIO, apoiando uma linha de investigação na área emergente de metaGenómica Ambiental. Os resultados poderão ser aplicados na conservação da biodiversidade, controlo de espécies invasoras, avaliação de serviços dos ecossistemas e (bio) monitorização da qualidade ambiental.

“A EnvMetaGen irá permitir o lançamento de um concurso internacional para a contratação de um investigador de alto nível, bem como a respetiva equipa, de modo promover a massa crítica adequada na área da metaGenómica Ambiental”, comenta Pedro Beja, detentor da Cátedra Convidada EDP-Biodiversidade no InBIO e acrescenta “esperamos que esta área de investigação tenha um impacto tanto a nível regional como nacional e europeu, criando abordagens e metodologias inovadoras e de baixo custo para o estudo da biodiversidade, ecologia e qualidade ambiental”.

O projecto do grupo de Investigação 3B’s da Universidade do Minho intitulado FoReCast tem como principal objectivo científico o desenvolvimento, por metodologias de engenharia de tecidos, de modelos in vitro tridimensionais (3D) de tecidos tumorais. Estes modelos 3D devem ser capazes de reproduzir a complexidade da matriz extracelular (ECM). Espera-se que estes modelos reduzam a necessidade de alguns ensaios animais e venham a ter um papel fundamental na avaliação do potencial farmacológico de novas moléculas e, consequentemente, no desenvolvimento de tratamentos mais eficientes e personalizados para esta doença complexa e devastadora.

Neste projecto pretende-se conjugar de forma estratégica o conhecimento adquirido ao longo dos últimos 20 anos nas áreas dos Biomateriais e de Engenharia de Tecidos com a implementação de cinco novas áreas de investigação, nomeadamente: Glicoengenharia para imagiologia tumoral (RL1); Bioinformática (RL2); Engenharia celular (RL3); Nanotecnologias (RL4); e Sinalização celular (RL5).

Primeiro-ministro britânico
Os desempregados britânicos com problemas de obesidade que não cumpram o tratamento médico para emagrecer podem deixar de...

O chefe do Governo britânico enviou a sua proposta ao Ministério da Saúde para que seja avaliada a possibilidade de os obesos, alcoólicos e toxicodependentes "com condições de serem tratados" que não se submetam a terapia virem a perder os subsídios do Estado.

"Alguns têm problemas de álcool ou de drogas, mas recusam tratar-se. Em outros casos, há pessoas que têm problemas de peso que podiam resolver-se mas, em vez disso, preferem uma vida sustentada por ajudas e não trabalhar", referiu David Cameron.

Para o primeiro-ministro, "não é justo pedir aos contribuintes, que trabalham, para pagar os subsídios das pessoas que recusam a ajuda e o tratamento que poderia levá-los de novo à vida laboral".

Quando faltam três meses para as eleições gerais no Reino Unido, o líder conservador disse que o seu Governo "está decidido a proporcionar às pessoas as maiores ajudas possíveis" para que regressem a uma vida plena.

Para a conselheira do Ministério da Saúde Carol Black, que vai avaliar a proposta, "estas pessoas, além de terem problemas que se arrastaram durante muito tempo e complicações com o seu estilo de vida, sofrem a grande desvantagem de não estarem integrados no mundo do trabalho, algo tão básico na sociedade".

No Reino Unido, a legislação actual não exige a quem pede prestações sociais que se submeta a tratamento.

Neste país, cerca de 60% das 2,5 milhões de pessoas que recebem subsídios por doença têm esta ajuda por períodos superiores a cinco anos.

Nos Açores
O haxixe foi a droga mais apreendida nos Açores pela Polícia Judiciária em 2014, mas a PJ manifesta grande preocupação em...

“No ano de 2013, este departamento da PJ a nível nacional, e entre todas as polícias, foi aquele que apreendeu maior quantidade de heroína", afirmou o coordenador da Polícia Judiciária (PJ) nos Açores, João Oliveira, em declarações, acrescentando que aquele foi "um ano atípico em termos de apreensão".

Em 2013, a PJ "apreendeu cerca de 16 quilos de heroína" nos Açores, segundo João Oliveira, que sublinhou que, porém, o consumo desta droga, aquela "que tem maior danosidade social", não é só preocupante no arquipélago.

Em 2014, a Judiciária apreendeu nos Açores cerca de 35 quilos de haxixe, cerca de um quilo de cocaína e seis quilos de heroína e deteve 11 pessoas em casos relacionados com drogas.

"No que diz respeito ao haxixe, há aqui um aspecto que merece algum relevo, porque aumentou consideravelmente o volume de apreensão de haxixe, relativamente ao ano de 2013 (...), e para isto contribuiu uma apreensão feita em maio de mais de 20 quilos de pólen de haxixe" na ilha de São Miguel, indicou João Oliveira.

Além disso, foi efectuada “uma apreensão de grande magnitude” de “mais de seis mil unidades de produtos anabolizantes” com aparência semelhante a medicamentos. Houve ainda uma apreensão de produto de corte (substâncias muito mais baratas que são adicionadas à droga, nomeadamente, comprimidos), o que, neste último caso, "indicia que a preparação vai ser feita no arquipélago".

Uma parte "muito significativa" da droga apreendida entrou no arquipélago por via aérea e a outra por via marítima, de acordo com o coordenador da PJ nos Açores, que acrescentou que a percepção é que a cocaína "não é uma droga muito implantada, em termos de consumo, no arquipélago", quando feita uma comparação com a heroína e o haxixe.

Embora tenha diminuído, em 2014, o total de apreensões de heroína, para o coordenador da PJ nos Açores, foram, ainda assim, "um número considerável", tendo em conta o número de habitantes das ilhas.

“Isto tem que nos preocupar e muito, por ser a heroína uma droga com elevado grau de danosidade social e tendo os Açores as características geográficas que têm, e tendo a população que tem”, afirmou João Oliveira.

O responsável alertou também para um fenómeno ligado a esta problemática, em concreto, o pequeno tráfego de medicamentos utilizados no combate a determinado tipo de doenças e que os toxicodependentes usam como droga de substituição, por exemplo, da heroína, "em razão da sua composição química e dos efeitos que produz no organismo".

Além disso, "o consumo de heroína tem efeitos altamente perniciosos na saúde do indivíduo, no seu comportamentos social e nas ligações que tem com outras áreas da criminalidade, estando intimamente associado à pequena criminalidade", referiu o coordenador da PJ nos Açores, para quem, "do ponto de vista social, em termos de impacto na comunidade", este é um fenómeno "que tem" de preocupar e, sobretudo, as "entidades com um papel activo" no seu combate.

João Oliveira referiu ainda que devido à sua "localização geográfica", os Açores estão na rota do tráfego internacional de cocaína, por via marítima, mas a droga que algumas embarcações de recreio trazem até às ilhas "não se destinará ao mercado açoriano, mas sim a outros mercados".

Por questões emocionais
Muitos pais resistem a que sejam prestados cuidados paliativos pediátricos aos filhos por considerarem que estão a desistir de...

“O que sentimos é que nem sempre é fácil para um pai ou para uma mãe encarar a possibilidade do seu filho entrar numa fase de cuidados paliativos”, contou a directora da Acreditar - Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro.

Para muitos pais, esta decisão significa que desistiram de “lutar pelo seu filho ou pela sua filha”, o que “é tremendo”, disse Margarida Cruz, que falava a propósito do Dia Internacional da Criança com Cancro, que se assinala no domingo.

Para Margarida Cruz, é urgente que pais, profissionais de saúde, hospitais e o Estado debatam esta questão para que seja dado “um enquadramento melhor às crianças e jovens que precisam deste tipo de apoio”.

Para o coordenador nacional do Programa das Doenças Oncológicas, Nuno Miranda, esta questão emocional dos pais é “um problema muito complicado”.

“É muito difícil para os pais aceitar de alguma maneira uma desistência de medidas curativas para assumir outras prioridades", como as medidas paliativas ou de conforto, disse Nuno Miranda.

Para a pediatra Ana Lacerda, responsável pela unidade de cuidados paliativos pediátricos do IPO de Lisboa, é preciso desmistificar a ideia de que os cuidados paliativos pediátricos são para crianças em fim de vida, porque não são.

É “preciso despertar a sociedade” e até os profissionais de saúde para esta questão, explicando-lhes que estes cuidados devem ser prestados às crianças e às famílias “desde o diagnóstico de uma situação limitante ou ameaçadora da vida”, quando “ainda há muito para fazer”.

“Não podemos já curar, mas podemos cuidar e podemos cuidar muito melhor se realmente aceitarmos essas necessidades da criança e da família”, disse Ana Lacerda.

Os cuidados paliativos pediátricos ainda são escassos em Portugal, localizando-se nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, mas Ana Lacerda acredita que “2015 venha a ser um ano de viragem”, para estabelecer serviços e acabar com as desigualdades.

“O balanço do último ano é muito positivo, porque felizmente os decisores políticos acordaram para esta situação que é de grande impacto sobre as famílias”, frisou.

Para a directora da Acreditar, “estas respostas têm que ser criadas de forma adequada”.

“É sabido que em Portugal não há praticamente respostas a este nível, como existem noutros países europeus, e obviamente que estas respostas têm que ser criadas de forma adequada”, sustentou Margarida Cruz.

Com base em estudos de prevalência realizados noutros países, estima-se que existam em Portugal cerca de 6.000 menores com necessidades paliativas.

“Não podemos esquecer que não curamos todos e não podemos iludir esse facto, embora em oncologia pediátrica cada vez tenhamos maiores taxas de sucesso e de cura e sobrevivências mais longas”, disse Nuno Miranda.

Mas esses doentes para os quais não há cura “merecem a mesma dignidade e o mesmo rigor de tratamento quer sejam crianças, quer sejam adultos”.

“Há uma mensagem muito importante nisto é que a própria sociedade está a mudar a sua posição”, disse Nuno Miranda, explicando que o trabalho das organizações como a ‘Make-a-wish’”, que cumpre desejos destas crianças, “são estímulos” para os profissionais trabalharem melhor e partilharem com os pais e com a sociedade esta realidade para a qual é preciso “arranjar soluções”, frisou Nuno Miranda.

 

Segundo dados da Direcção-Geral da Saúde, nos últimos cincos anos, foram contabilizados cerca de 3.000 casos de cancro pediátrico por ano, sendo os mais frequentes a leucemia, os tumores do sistema nervoso central e os linfomas.

Por ano
Todos os anos cerca de 32 mil profissionais de saúde sofrem acidentes inadvertidos com objectos corto-perfurantes nos blocos...

A propósito do Dia Europeu do Enfermeiro Perioperatório, que se assinalou ontem, a Associação dos Enfermeiros de Sala de Operações Portugueses (AESOP) alertou para estes acidentes que expõem os profissionais de saúde “a um maior risco de transmissão de doenças pela projecção de fluídos contaminados, picada ou contacto com pele não-integra”.

Segundo a presidente da AESOP, Mercedes Bilbao, estima-se que com procedimentos cirúrgicos (área de maior risco), 6,4% dos incidentes sejam com objectos corto-perfurantes, sendo que em Portugal se realizam à volta de 500 mil cirurgias por ano.

Também um estudo envolvendo sete mil profissionais de saúde indicou que 41% dos enfermeiros relataram ter tido na sua vida lesões por corto-perfurantes, acrescentou, sublinhando que estes dados são inferiores à realidade porque estes acidentes estão sub-relatados.

Na Europa calcula-se que 1 milhão de profissionais de saúde sofre anualmente um acidente inadvertido com corto-perfurantes, refere a responsável, sublinhando que a maioria destes incidentes pode ser evitada com as medidas reguladas por uma diretiva comunitária de 2012, transposta para a legislação portuguesa em 2013, “que não está a ser cumprida”.

Esta regulamentação estabelece políticas de avaliação de risco, formação e treino, práticas seguras no ambiente de trabalho e tecnologia de segurança incorporada nos dispositivos médicos, continua Mercedes Bilbao.

“Continua a ser urgente consciencializar os profissionais do bloco operatório, que o seu melhor aliado na prevenção de acidentes é o seu comportamento diário, através de um melhoria sistemática da prática na manipulação de dispositivos corto-perfurantes”, afirma.

Mercedes Bilbao estabelece o “objectivo zero” para estes incidentes, que “não deviam acontecer”, e salienta que não basta dar formação aos profissionais, é preciso um conjunto de medidas que têm que ser interiorizadas.

“Avaliação do risco de todos os locais de trabalho, possuir materiais de protecção individual de qualidade e introduzir nos dispositivos corto-perfurantes engenharias de segurança”, são algumas das medidas apontadas.

Na opinião de Mercedes Bilbao todos os intervenientes têm responsabilidades, não só os profissionais de saúde têm que ter boas práticas, como as organizações têm que instituir uma política de segurança e dar suporte aos profissionais, os hospitais que têm que fornecer matérias e as tutelas que têm que estar sintonizadas.

“Estas medidas deviam ser dinamizadas, como a campanha de lavagem de mãos, que foi lançada durante a gripe A, ou da utilização do cinto de segurança pelos condutores, que conseguiram que todos interiorizassem as mensagens e as praticassem”, defendeu.

Com o objectivo de divulgar o seu trabalho na sociedade e consciente de que a infância seria um dos alvos para mostrar o trabalho perioperatório, a AESOP foi este ano a 35 escolas apresentar o ambiente do bloco operatório, ensinar qual o papel do enfermeiro, o que uma criança pode encontrar naquelas unidades e quais os maiores riscos que envolvem a cirurgia, tudo num “ambiente de brincadeira”.

Mais de 1.800 alunos do primeiro ciclo participaram na iniciativa, que incluiu um concurso de desenho infantil subordinado ao tema “A representação que as crianças têm do Enfermeiro de Bloco Operatório”, e cujos três melhores receberão prémios no domingo.

Dia Internacional da Criança com Cancro
“Queremos nesta data mostrar ao mundo que o cancro infantil existe, que os impactos na vida de cada

É todos os anos no dia 15 de Fevereiro que se assinala o Dia Internacional da Criança com Cancro. De uma forma geral o objectivo da efeméride é chamar a atenção da população que o cancro infantil existe e o impacto socioeconómico é muito elevado. Por outro lado é um momento adequado para as várias associações lançarem campanhas de solidariedade com o intuito de angariar fundos para suportar as muitas actividades/acções de ajuda a estes doentes. O Atlas da Saúde falou com Margarida Cruz da Associação Acreditar e quisemos saber mais sobre esta realidade e porque a solidariedade faz a diferença.

 

Impacto do diagnóstico

“Na verdade o impacto é muito grande e em diversos campos”, comenta Margarida Cruz. Segundo a responsável, todas as rotinas do doente e da sua família são radicalmente alterados e, na maioria dos casos, por um tempo que é bastante longo.

Em particular, a rotina escolar da criança altera-se substancialmente ao ponto de muitas vezes não poder frequentar a escola, para poder fazer todos os tratamentos que a doença obriga. Muitas vezes em regime de internamento. “Por vezes provoca a uma separação temporária dentro da família que é sempre muito difícil de gerir e dolorosa para todos”, lamenta Margarida Cruz, sublinhando que, “são muitos os incómodos e consequências dos mesmos com os quais, não só o doente, mas a família tem de lidar com todas as incertezas e preocupações que vivenciam”.

O impacto negativo também se faz sentir ao nível económico. Uma doença como esta pode levar a situações complexas em que o pai ou a mãe não conseguem continuar a trabalhar, o que reduz significativamente o orçamento familiar numa época em que este precisaria de ser reforçado, para fazer face a despesas acrescidas.

 

O cancro mais prevalente

O cancro pediátrico com maior prevalência até aos 14 anos de idade é a leucemia. Dos 14 aos 18 são os linfomas, segundo os dados que estão disponíveis sobretudo ao nível da Europa e da América (EUA e Canadá).

As taxas de sobrevivência a cinco anos têm crescido bastante e aproximam-se dos 80% (79,1% em 2007 segundo dados da European Society for Paediatric Oncology - SIOPE).

A idade é um factor importante na forma como o doente encara a notícia de que tem “uma doença má”. “Uma criança a partir dos três anos apercebe-se que tem algo que é suficientemente grave para preocupar os seus pais e, por isso, a sua reacção vai depender muito da forma como os próprios pais reagem”, explica a responsável da Acreditar.

Já a partir dos 10-11 anos há uma compreensão bastante real sobre a doença, mas “por vezes a percepção da gravidade ocorre apenas quando começam a existir sinais exteriores, como a queda do cabelo a qual é, pelo menos numa primeira fase, bastante traumática” refere.

 

A solidariedade faz a diferença

A solidariedade faz com que todos os intervenientes se sintam mais acompanhados, mais compreendidos e que consigam através dela ver ultrapassados alguns dos problemas com os quais se vêm confrontados.

Por outro lado, é primordial fazer entender que as crianças com cancro não podem ser vítimas indefesas. São crianças e jovens iguais a todos os outros, com os mesmos sonhos, as mesmas oportunidades e as mesmas exigências, e todos temos o nosso papel a cumprir para garantir que assim seja. É através da solidariedade que podemos fazer a diferença.

Também a possibilidade de existirem pessoas, voluntários, que brincam, jogam, ouvem, riem ou simplesmente estão com os doentes e com a família, é fundamental. Para além disso, a solidariedade permite apoiar as organizações que no terreno procuram todo o tipo de respostas para ajudar.

Para citar um exemplo, diz Margarida Cruz, “de entre as várias respostas da Acreditar, é com a solidariedade que esta consegue manter as suas Casas de Acolhimento onde as crianças e jovens deslocadas para tratamento e acompanhadas de familiar, conseguem locais para gratuitamente poderem estar junto aos hospitais e usufruírem de algo que se aproxima das suas casas e onde podem viver com qualidade e estar sempre acompanhados e apoiados”.

 

Dia Internacional da Criança com Cancro

Para Margarida Cruz é muito importante que haja um dia dedicado a esta questão para que a sociedade civil perceba que o cancro pediátrico é uma realidade com um enorme impacto na vida das pessoas, mas que devem poder viver esse período com acompanhamento digno e eficaz.

“Queremos nesta data mostrar ao mundo que o cancro infantil existe, que os impactos na vida de cada família são inúmeros mas, sabemos, a solidariedade faz, de facto, a diferença!”. Esta é a principal mensagem que a Acreditar quer fazer passar, mas a Associação procura sempre assinalar este dia, ou com acções de sensibilização, ou com lançamento de alguma nova forma de apoio. Este ano será assinalado com o lançamento da 1ª pedra da futura Casa de Acolhimento no Porto, que virá a acolher até 16 famílias em simultâneo.

“Desta forma a partir do final de 2016, data prevista para a conclusão da obra, as crianças e jovens que se deslocam ao Porto para tratamentos oncológicos passam a dispor do mesmo tipo de resposta que já existe em Lisboa e em Coimbra e que tem feito a diferença para as famílias que acolhe”, congratula-se Margarida Cruz.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.

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