GAT alerta para a situação

Mulheres continuam mais vulneráveis à infeção do VIH

No âmbito do Dia Internacional da Mulher, que se assinala hoje, dia 8 de março, o GAT (Grupo de Ativistas em Tratamentos) alerta para a situação das mulheres face ao VIH e SIDA e pede o reforço de programas de prevenção, rastreio, ligação e retenção nos cuidados de saúde que promovam a saúde das mulheres.

De acordo com a Coalition PLUS, 51% das pessoas que vivem com o VIH no mundo são mulheres. Em 2019, a SIDA continua a ser a primeira causa de mortalidade entre as mulheres de 15 a 49 anos. Nos países industrializados essa percentagem tem tendência a diminuir, ainda assim, em território nacional, as mulheres infetadas com VIH representam cerca de 30% das infeções nas zonas de maior prevalência, fazendo de Portugal um dos países europeus com maior prevalência da infeção no género feminino.

“Infelizmente, continua a existir uma grande desigualdade entre géneros, o que torna, muitas vezes, a mulher mais vulnerável à infeção do VIH. Só com a liderança, capacitação e participação plena das mulheres, conseguiremos responder cabalmente aos problemas de saúde sexual e reprodutiva. E só assim as mulheres poderão proteger-se contra o risco de infeção pelo VIH”, afirma Marta Maia, da Direção do GAT. “É fundamental reforçar os programas de prevenção que promovam a saúde das mulheres, mas também é muito importante desafiar os atuais papéis atribuídos ao homem e à mulher, e reforçar que a transmissão do VIH é sempre uma responsabilidade de ambos os parceiros”, acrescenta.

Nesse sentido, e para assinalar a data, durante a manhã do Dia Internacional da Mulher, o GAT vai estar a celebrar a em Corroios, junto à estação de comboios da Fertagus, com a LOVE Condom. Serão distribuídos balões, material de prevenção sexual e realizados testes de rastreio gratuitos e anónimos ao VIH, hepatites virais e sífilis.

No dia seguinte, dia 9 de março, o GAT prossegue com as comemorações do Dia Internacional da Mulher no bairro Santa Marta de Corroios, com enfoque na diáspora africana. A iniciativa, que inclui um almoço de convívio para cerca de 50 mulheres do bairro, preparado pela própria comunidade, tem como objetivo sensibilizar e esclarecer sobre saúde sexual feminina e hepatite B, uma doença que em Portugal atinge com especial relevância a população originária de outros países. Está ainda prevista a distribuição de material de prevenção sexual e a realização de testes de rastreio.

“Devido a fatores biológicos e socioeconómicos, as mulheres são um grupo mais vulnerável ao VIH e outras infeções sexualmente transmissíveis. No caso das mulheres da população africana, estamos a falar de um grupo prioritário que faz face a problemas de dupla discriminação, por serem mulheres e por serem migrantes. É necessário promover iniciativas junto destas populações mais vulneráveis, que muitas vezes têm menos acesso à informação e aos serviços de saúde”, explica Marta Maia.

Fonte: 
LPM Comunicação
Nota: 
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