Dia do Euromelanoma
«A Saudade sente-se na pele» é o tema da campanha lançada pelo Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil (IPO...

Saudades dos abraços? Saudades dos beijos? Saudades do «Dá cá mais cinco»? Saudades do «Riqueza da avó»? São as emoções atuais e empáticas que pretendem alertar a população para os perigos do sol e para a prevenção do cancro cutâneo.

Na impossibilidade de receber a população para o habitual rastreio nesta data, o IPO Porto direciona a sua atuação para uma ação de sensibilização condizente com esta altura de confinamento, devido à pandemia. As frases usadas visam influenciar a população a não descurar os cuidados primários de saúde, e, em particular, os cuidados a ter com a pele.

“O tempo de pandemia é tempo de distanciamento. Entendemos que nada como demonstrar a importância da pele nas nossas relações sociais, ou na falta delas, para sensibilizar a população nesta fase para a importância dos cuidados a ter com a pele”, explica a Coordenadora da Clínica da Pele do IPO do Porto, Matilde Ribeiro, reforçando que “estar em casa pode atenuar os riscos, mas não os faz desaparecer. Se detetar algum sinal de alarme, de forma segura, procure o seu médico assistente para fazer o rastreio adequado”.

De acordo com a Clínica da Pele do IPO do Porto, para prevenir o cancro de pele deve evitar a exposição solar entre as 11 e as 17 horas, aplicar sempre protetor solar e usar vestuário e proteção, em especial chapéu e óculos de sol. Além disse, recomenda que faça o autoexame na sua pele regularmente e que, caso apresente uma lesão nova ou identifique uma ferida que não cicatriza há 2 meses ou um sinal que se tenha modificado, procure o médico.

“A pele memoriza as agressões do sol ao longo da vida. O excesso de exposição solar e sobretudo os escaldões aumentam o risco de aparecimento de cancro cutâneo. O diagnóstico precoce e a prevenção com início em idade jovem são fundamentais para a cura neste tipo de cancro”, alerta o IPO Porto, segundo o qual, anualmente,  mais de 8 mil doentes são assistidos na instituição.

Assista ao vídeo desta campanha:

Webinar
A Glintt - Global Intelligent Technologies, multinacional líder em serviços tecnológicos na área da Saúde, juntamente com a...

No seguimento de um ciclo de webinars desenvolvidos pela APAH em conjunto com algumas entidades do setor da Saúde, chega-nos agora, fruto de uma parceria de longa data, um webinar que apresenta uma inovação e conceito original – Sistema Dual e a necessidade e pertinência de termos uma rede capaz de dar resposta à COVID-19 e que, ao mesmo tempo, possibilite uma eficaz alocação de recursos do ponto de vista nacional.

Sob o mote o futuro da informação hospitalar, esta iniciativa da Glintt e da APAH, disponível a quem queira marcar a sua presença, decorrerá no próximo dia 26 de maio, pelas 16h00 e irá debater o futuro da utilização dos dados no processo de planeamento fazendo uma retrospetiva do impacto da Covid-19 e de que forma as unidades de saúde poderão integrar a tecnologia para as ajudar a retomar a normalidade.

Alexandre Lourenço, Presidente da APAH, adianta que “APAH tem vindo a desenvolver um conjunto de webinars com várias entidades do setor da saúde com o objetivo de promover e disseminar o conhecimento, destacando as oportunidades decorrentes da transformação digital na saúde. Neste sentido, fruto de uma parceria de longa data entre a Glintt e a APAH, no qual têm sido desenvolvidos vários projetos em conjunto, nomeadamente a recente solução – ADAPTT – desenvolvida por ambas as organizações, em estreita colaboração com a OMS, consideramos que faz todo o sentido este convite à Glintt para que possa partilhar o seu vasto know-how na criação de soluções inovadoras para o setor da saúde”.

De acordo com Filipa Fixe, Executive Board Member da Glintt, “esta iniciativa é uma nova realidade de evento em Portugal, tendo em conta a situação atual, trata-se de uma forma inovadora de promover e divulgar aquelas que são as melhores práticas de gestão hospitalar, apresentando exemplos de novas ferramentas que poderão e deverão ser utilizadas, como é o caso da ADAPTT ou de novos conceitos como o Sistema Dual”.

O Webinar ADAPTT será composto por um conjunto de três apresentações temáticas focadas na gestão hospitalar, no qual se destacam os seguintes temas:

A ferramenta ADAPTT e o papel que desempenhou e desempenha na OMS, por Alexandre Lourenço, Presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, que irá responder às seguintes questões:

  • O que faz a ferramenta, onde está a ser usada, qual a perspetiva de utilização / evolução da mesma no sentido de apoiar sistemas de saúde duais;
  • Introdução do conceito de sistema dual e a necessidade e pertinência de termos uma rede para resposta à COVID-19, que possibilite uma eficaz alocação de recursos do ponto de vista macro / nacional.

O potencial dos dados para apoio à decisão seja a nível macro, como a definição de uma rede, seja na melhoria da capacidade de planeamento e maior eficiência da capacidade instalada de cada instituição, será o tema da apresentação de Ricardo Gil Santos, Head of Healthcare Business Consulting, da Glintt.

Inês Castro, Vogal do Conselho de Administração do IPO do Porto irá falar sobre o modelo que permitiu ao IPO-P conseguir manter-se um Hospital COVID free.

Criado pela Glintt e pela APAH, a iniciativa procura continuar a dar resposta ao trabalho desenvolvido pela Glintt ao longo dos anos, na procura pelas soluções mais adequadas para o sistema de saúde, assim como de que forma a tecnologia poderá ajudar na criação de um sistema mais coeso.

Pode aceder ao evento aqui: https://apah.zoom.us/webinar/register/WN_ukQLAXxoTeOxAleZpzIUjQ

Nova Plataforma
Lançado no âmbito do Dia Nacional de Luta contra a Obesidade, o site “A Verdade sobre o peso”, que resulta da parceria entre a...

Esta é uma plataforma com informação cientificamente validada sobre os vários fatores que podem influenciar o excesso de peso: genética, hormonas, ambiente, aspetos biológicos e psicológicos de cada indivíduo, sono e stress. Em www.averdadesobreopeso.com é possível encontrar testemunhos reais de pessoas que vivem com excesso de peso e obesidade, bem como ferramentas e conselhos para ajudar à perda de peso.  Há ainda uma secção dedicada à pandemia, uma vez que a obesidade é uma doença que representa um fator de risco para desenvolvimento de complicações no contexto de infeção por COVID-19.

Anja Salehar, diretora geral da Novo Nordisk afirma que “a companhia tem-se dedicado a fazer da obesidade uma prioridade dos serviços de saúde em Portugal e no mundo e este novo site nasce precisamente desta nossa missão de mudar a obesidade. Esperamos que seja útil para todas as pessoas em Portugal que procuram tratar a obesidade, ter mais saúde e mais qualidade de vida.”

Paula Freitas, endocrinologista e presidente da SPEO sublinha a importância da disponibilização de informação cientificamente validada sobre peso e explica que “se há área cheia de mitos e ideias contraditórias é a do excesso de peso e obesidade. Esta nova plataforma vem esclarecer a população com uma linguagem acessível mas correta do ponto de vista médico e científico. E vem também lembrar que a obesidade é uma doença crónica que é preciso tratar como tal”.

A mesma ideia é partilhada por Carlos Oliveira, presidente da ADEXO, que considera “fundamental termos ferramentas que nos ajudem a esclarecer as pessoas que nos procuram com inúmeras dúvidas e muitas vezes com ideias erradas. O site “A Verdade sobre o Peso” é uma plataforma que recomendamos a todas as pessoas que procuram tratar a obesidade e o excesso de peso e viver de forma mais saudável.”

A obesidade é uma doença complexa e multifatorial e um dos principais problemas do século XXI, tendo já atingido proporções epidémicas: segundo um estudo do Instituto Ricardo Jorge divulgado no início do ano, mais de metade (62%) dos portugueses são obesos ou pré-obesos.

Além do risco de complicações em caso de infeção por COVID-19, a obesidade tem um enorme impacto na saúde, estando associada a mais de 200 outras doenças, como diabetes, dislipidemia, hipertensão arterial, apneia do sono, síndrome metabólica, doenças cardiovasculares, incontinência urinária, e cerca de 13 tipos de cancro, sendo ainda responsável por alterações musculoesqueléticas, infertilidade, depressão, diminuição da qualidade de vida e mortalidade aumentada, o que faz com que represente também um grande “fardo” do ponto de vista económico, pelos seus custos diretos e indiretos.

Lesão pré-cancerígena
Também conhecida por queratose solar, a Queratose Actínica é uma doença cutânea causada pela exposiç

Surgindo, sobretudo, em áreas da pele sujeitas a exposição solar prolongada e repetida como o couro cabeludo (nos calvos), face, pescoço, decote e dorso das mãos ou antebraços, a queratose actínica atinge sobretudo os mais idosos. No entanto, nos últimos anos, face ao comportamento da população no que diz respeito à exposição solar, têm surgido cada vez mais casos em adultos com menos de 40 anos.

Como se caracteriza a Queratose Actínica?

A queratose actínica caracteriza-se, tipicamente, por uma discreta área de pele avermelhada, esporadicamente esbranquiçada, que, ao toque, tem a textura de papel de areia. A zona da pele afetada pode apresentar-se áspera ou alguma dor ou prurido.

Estas alterações que a caracterizam são, habitualmente, mais perceptíveis ao tato uma vez que nem sempre são visíveis. Em muitos casos, a queratose actínica pode apresentar remissão espontânea, mas o risco de malignização aumenta com o passar do tempo.

Quem está em risco?

No principal grupo de risco estão as pessoas de pele, olhos e cabelos claros, que têm antecedentes de cancro de pele. Geralmente, este grupo apresenta um fototipo de pele sensível, que facilmente se queima.

Como este tipo de lesão surge na sequência de uma exposição cumulativa ao sol, pressupõe-se que estão em risco todo aqueles que estiveram expostos à radiação UV durante muitos anos, seja em solários ou atividades ao ar livre.

Como se trata?

Os principais tipos de tratamento para esta patologia incluem as terapêuticas tópicas, o nitrogénio líquido/crioterapia e o tratamento fotodinâmico. Por vezes são utilizadas combinações destes tratamentos.

A abordagem terapêutica pode variar consoante a localização, o tipo e a extensão das lesões, a experiência com tratamentos prévios, presença de lesões subclínicas, preferência do doente e alteração nas lesões que podem indicar malignidade.

É importante reforçar que os especialistas recomendam que estas lesões sejam tratadas, sempre que detetadas, uma vez que qualquer lesão poderá evoluir para cancro da pele não melanoma.

Como se pode prevenir a Queratose Actínica?

A melhor forma de evitar o aparecimento da queratose actínica é através da prevenção. Deve por isso, evitar a exposição solar sobretudo por volta do meio dia. Por outro lado, sempre que tiver de se expor ao sol, deve proteger a cabeça, rostos e orelhas e aplicar protetor solar com elevado fator de proteção.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo financiado pelo LabEx DRIIHM
Um estudo que pretende perceber o impacto dos contaminantes industriais na infertilidade feminina, de modo a que, no futuro,...

É já o segundo financiamento consecutivo – no total de 30 mil euros – atribuído por esta instituição francesa, que agrega 13 observatórios dedicados ao estudo da interação Homem-Ambiente a nível mundial, à equipa do CNC para o estudo da infertilidade.

Sabendo-se que o aumento do risco da exposição a contaminantes industriais tem um impacto severo na fertilidade das populações suscetíveis aos mesmos, este estudo, com a duração de dois anos, vai centrar-se na avaliação do potencial reprodutivo das mulheres que vivem e/ou trabalham em Estarreja, cidade do distrito de Aveiro que possui o segundo maior complexo químico português, e onde já anteriormente foram descritos incidentes de contaminação por metais pesados.

“Considerando o aumento do risco de exposição devido ao crescimento industrial a que assistimos nas últimas décadas, tornou-se preponderante avaliar o potencial reprodutivo dos habitantes/trabalhadores de áreas fortemente industrializadas, principalmente se existe história local de contaminação, como no caso de Estarreja”, fundamenta a investigadora Renata Tavares.

“Com a informação obtida neste projeto não só pretendemos perceber se o potencial reprodutivo feminino nesta área será afetado, como ajudará a entender se será necessário monitorizar outros locais semelhantes em Portugal. Este projeto poderá ainda salientar a necessidade da implementação de medidas mais urgentes para o decréscimo de contaminação/poluição em Portugal, bem como a nível mundial”, clarifica.

A investigadora do CNC refere ainda que este projeto vai também contribuir para “a descoberta de novos mecanismos de ação destes contaminantes e com isto o desenvolvimento a longo prazo de estratégias para atenuar/tratar a infertilidade feminina”.

Além de Renata Tavares, participam no projeto Ana Paula Sousa, Maria Inês Alfaiate e Maria Soares, também investigadoras do CNC, e ainda João Ramalho-Santos, docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e Teresa Almeida-Santos, docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC).

Ensaio ARAMIS
De acordo com o Estudo ARAMIS, a darolutamida melhora significativamente a sobrevivência global (SG) e atrasa...

Resultados publicados anteriormente do estudo ARAMIS demonstraram uma melhoria significativa no endpoint primário de eficácia da sobrevivência livre de metástases (SLM), com uma mediana de 40,4 meses para darolutamida mais terapêutica de privação androgénica (TPA) em comparação com 18,4 meses para placebo mais TPA (p <0,001); no entanto, os dados de SG ainda não estavam consolidados no momento da análise da SLM.

“Os homens com CPRCnm normalmente não apresentam sintomatologia. Ao selecionar um tratamento para estes doentes, o meu objetivo como clínico é melhorar a sua sobrevivência global, limitando os efeitos secundários e as interações medicamentosas”, afirmou Karim Fizazi, MD, Ph.D., professor de medicina do Institut Gustave Roussy, Villejuif, França. “Estes dados aumentam a evidência crescente da darolutamida como uma opção de tratamento eficaz, com um perfil de segurança favorável que prolonga a vida dos doentes e atrasa os sintomas e morbilidades do cancro, sem interromper as suas atividades diárias.”

Análise final da SG apresentada no Programa Científico Virtual da ASCO

Os homens que receberam darolutamida mais TPA demonstraram uma melhoria significativa na SG em comparação com placebo mais TPA, com uma redução de 31% no risco de morte (HR = 0,69, IC 95% 0,53-0,88; p = 0,003).

A darolutamida tem uma estrutura química distinta e inibe o crescimento das células do cancro da próstata, limitando o peso dos efeitos secundários na vida quotidiana dos doentes. Com seguimento num período de tempo maior, o perfil de segurança da darolutamida permanece favorável, permitindo que os homens com CPRCnm continuem a sua vida diária sem interrupções. Consistente com os resultados da análise primária notificados anteriormente, a darolutamida mais TPA demonstraram uma tolerabilidade favorável confirmada por uma análise de segurança a longo prazo em comparação com TPA isoladamente, sem aumentos clinicamente relevantes nas taxas de hipertensão, quedas ou efeitos no sistema nervoso central (SNC). Na análise de seguimento dos endpoints secundários, todos os endpoints secundários foram estatisticamente significativos. O tratamento com darolutamida mais TPA atrasou significativamente o tempo até à progressão da dor, o tempo até ao início da primeira quimioterapia citotóxica e o tempo até ao primeiro evento esquelético sintomático (SSE) versus placebo mais TPA.

A darolutamida já se encontra indicada para o tratamento de homens com CPRCnm, com alto risco de desenvolver doença metastática. As aprovações desta sustância ativa na União Europeia (UE), EUA, Austrália, Brasil, Canadá e Japão foram baseadas nos dados do principal estudo, ARAMIS que avalia a eficácia e a segurança da darolutamida mais TPA em comparação com placebo mais TPA.

Campanha Maio, Mês do coração
No mês dedicado à sensibilização para as doenças do coração, a Fundação Portuguesa de Cardiologia está a promover uma campanha...

Na imagem da campanha pode ver-se um telemóvel à frente da boca das pessoas, como se de uma máscara se tratasse, lembrando o quão importante é a adoção de comportamentos de segurança. Por outro lado, a Fundação Portuguesa de Cardiologia quer passar uma mensagem de incentivo para que as pessoas não se isolem no que se refere às suas saudades e demonstrem os seus afetos “digitalmente”, protegendo o coração da Covid-19.

“Esta campanha pretende passar uma mensagem a todos os doentes cardiovasculares, que fazem parte do grupo de risco, mas também a toda a população no geral. Todas as pessoas devem seguir escrupulosamente as orientações das autoridades de saúde, nomeadamente o distanciamento social, mas acreditamos que os afetos são muito importantes nesta fase. Quem tem problemas cardiovasculares não deve facilitar, mas pode e deve reforçar a proximidade digital para matar saudades das pessoas que mais gosta”, sublinha Manuel Carrageta, presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia.

Luís Negrão, assessor médico da Fundação Portuguesa de Cardiologia, relembra que “os doentes não devem descurar as medidas de segurança. Devem utilizar a máscara, respeitar o confinamento e o distanciamento social, mas também nada impede a manifestação de afetos, ternura e carinho através de um computador, tablet ou telemóvel. Os afetos também são amigos do coração”.

Opinião
As Doenças Inflamatórias do Intestino (DII) são doenças crónicas que afetam sobretudo os adultos jov

As duas principais DII são: a Doença de Crohn e a Colite Ulcerosa. A primeira, pode afetar qualquer segmento do tubo digestivo, enquanto que a colite ulcerosa, afeta somente o intestino grosso. Estima-se que existam cerca de 15000 doentes com DII em Portugal e, sobretudo para a doença de Crohn, a sua incidência tem vindo a aumentar, de forma marcada, nas últimas 2 décadas. Estas doenças podem ser muito incapacitantes pelas queixas associadas diarreias cronicas, perda de peso, e grande cansaço associado a atividade da doença.

Felizmente surgiram, durante as últimas 2 décadas, tratamentos inovadores que revolucionaram, por completo, a história natural da doença. São os tratamentos imunossupressores e biológicos, que tornaram possível que doentes jovens com doenças agressivas e crónicas, medicados com corticoides e submetidos a cirurgias frequentes com remoção do intestino, possam hoje ser medicados com estes novos fármacos que, na maioria das vezes, controlam a atividade da doença, reduzindo de forma marcada a necessidade de cirurgia.

Assim, a maioria destes doentes pode hoje levar uma vida quase normal. E dizemos quase normal pois, embora tenham as suas principais queixas controladas, como seja a diarreia e o emagrecimento, nas análises não apareça anemia e os exames endoscópicos realizados mostrem uma cicatrização da mucosa intestinal, existem aspetos escondidos da vida destes doentes que em muito afetam a sua qualidade vida e que, infelizmente não são, muitas vezes, valorizados pelos médicos.

Uma destas áreas escondidas pode ser o acesso ao mundo do trabalho e a sua performance, a sua progressão profissional, tão importante para esta população jovem em início de carreira.

Assim, diversos estudos demonstraram que estes doentes têm maior absentismo que a população em geral, bem como presentismo, termo que se refere a indivíduos que estão no seu local de trabalho, mas com menos produtividade. Tudo isto são custos indiretos para a economia, raramente valorizados, ao contrário dos custos diretos em relação sobretudo com os custos da medicação. Para além desta menor produtividade se refletir em custos indiretos, também vai ter, seguramente, impacto em dois aspetos fundamentais: um relacionado com os empregadores, que vão tender a estigmatizar estes doentes e a dar-lhes menos oportunidades e, o segundo, prende-se com a menor qualidade de vida do doente. Ambos os aspetos necessitam de ser reconhecidos e trabalhados pelos médicos assistentes dos doentes. Os clínicos tendem a focar-se sobre aspetos objetivos da doença, mas outros aspetos, tão ou mais relevantes, para a qualidade de vida do doente, são muitas vezes, pouco valorizados pelos médicos.

O cansaço é uma das queixas que mais se relaciona com o absentismo e presentismo, muito frequentemente referida pelos doentes e, infelizmente muitas vezes desvalorizada pelo clínico, pelo seu carater subjetivo.

Por outro lado, se a atividade e manifestações da doença são os fatores principais, relacionados com a menor produtividade no trabalho, também existem outros fatores cujo controlo é mais fácil e pode facilitar, em muito, a vida do empregado e do empregador. São aspetos relacionados com a frequência das consultas, as horas das mesmas, as horas dos tratamentos que, por vezes podem ser postos no início ou no final do dia não causando assim tanto prejuízo a nível laboral. A hipótese das teleconsultas e das receitas eletróncias tão utilizada agora, em termos de pandemia, já devia ter entrado há muito no seguimento destes doentes.

Vamos, pois, aproveitar este dia mundial da DII para pensarmos nestes aspetos, muitas vezes relegados para segundo plano, e que podem fazer toda a diferença na qualidade de vida destes doentes. Os médicos em particular e a sociedade civil em geral têm de estar atentos a estes aspetos.

Façamos as adaptações necessárias para estes doentes crónicos melhorem o seu desempenho laboral na sociedade. É importante para eles doentes e para a sociedade. A Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia está e estará empenhada nisso!

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Testes gratuitos e anónimos
A Liga Portuguesa Contra a Sida (LPCS) associa-se a vários países europeus e outras organizações para participar na Semana...

A Semana Europeia do Teste da Primavera tem como objetivo relembrar toda a comunidade que as infeções por VIH, hepatites virais, sífilis e outras infeções sexualmente transmissíveis (IST), requerem a continuidade de respostas adequadas por parte dos serviços em tempos de pandemia COVID-19. Este ano, a campanha reafirma a importância da partilha de experiências adquiridas na área do VIH, hepatites virais e infeções sexualmente transmissíveis, para que se possa trabalhar em conjunto numa resposta à covid-19.

Maria Eugénia Saraiva, Presidente da LPCS, salienta que “é importante garantir o acesso aos rastreios do VIH, hepatites virais e outras IST, mas também dos tratamentos e serviços com especial atenção às populações mais vulneráveis. Relembro que - Prevenir, Testar e Tratar - são respostas essenciais e que as pessoas vulneráveis devem ser apoiados principalmente em tempos de pandemia. Por isso, é fundamental que se faça o teste. A LPCS está consciente que este retomar à nova normalidade, requer condições especiais de proteção aos utentes que nos procuram e por isso privilegia a marcação dos rastreios por telefone (através do número 911500071) de forma a podermos informar previamente dos procedimentos adequados.

A Unidade Móvel de Rastreio “Saúde + Perto” estará nos dias 15 e 18 de maio em Lisboa, na Praça de Entrecampos e no Bairro de Santos. De 19 a 20 de maio ficará por Odivelas e nos restantes dias, 21 e 22 de maio, em Loures. Os Centros de Atendimento e Apoio Integrado em Lisboa e Odivelas estarão igualmente disponíveis para realizar os rastreios, informar e orientar sobre a melhor forma de nos protegermos, distribuindo materiais preventivos (preservativos masculinos e femininos) e informação a todos.

 

 

Cirurgia
O Instituto Português de Oncologia de Coimbra Francisco Gentil (IPO de Coimbra) retomou esta segunda-feira a capacidade das...

O IPO de Coimbra prevê que seja feito, de forma gradual, o reagendamento de toda a atividade assistencial e o alargamento do período de funcionamento do ambulatório, nomeadamente de consultas e exames.

No início do mês, retomou a realização de rastreios e vai manter a opção por consultas não presenciais, sempre que considerado clinicamente adequado, de modo a evitar deslocações desnecessárias dos doentes.

Segundo fez ainda saber, a realização de tratamentos oncológicos (quimioterapia e radioterapia) esteve sempre assegurada em pleno durante este período da pandemia da Covid-19.

O IPO anuncia ainda que vai efetuar o agendamento da atividade com hora marcada e promover a formação com recurso a videoconferências e outras soluções informáticas.

Nas instalações, foram adotadas medidas técnicas e organizacionais que garantam o distanciamento físico e a proteção dos profissionais e doentes, com a reestruturação das equipas e o desfasamento dos horários de trabalho, no sentido de otimizar a gestão do espaço físico e dos recursos humanos.

A somar a estas medidas, vai existir um reforço da higienização dos espaços físicos e equipamentos.

“O IPO de Coimbra continuará, como sempre, a trabalhar no sentido de proporcionar a todos os profissionais e doentes as melhores condições possíveis, para que, em conjunto, ultrapassemos com orgulho o momento difícil que o país e o mundo atravessam”, garante a instituição.

 

Centro de Estágio europeu
O Serviço de Medicina Física do Centro Hospitalar Universitário São João (CHUSJ) recebeu a valência de centro de estágio...

De acordo com o Diretor do Serviço de Medicina Física e Reabilitação do CHUSJ “trata-se do primeiro serviço da especialidade em Portugal a obter este reconhecimento europeu da qualidade global de uma unidade da saúde”.

“A partir de agora, o serviço acolherá médicos nacionais e internacionais para receberem formação reconhecida pela União Europeia (EU). De momento, existem no serviço quatro médicos especialistas reconhecidos pelo European Board of Physical and Rehabilitation Medicine e um com o título de formador”, explica o responsável.

O European Board of Physical and Rehabilitation Medicine é um órgão da secção de médicos especialistas em Medicina Física e Reabilitação da UE que tem por função validar certificações de médicos especialistas, médicos formadores, bem como centros de formação de médicos especialistas.

 

Orientações DGS
A Direção-Geral da Saúde (DGS) emitiu uma orientação sobre os cuidados a prestar ao recém-nascido na maternidade em contexto de...

O documento determina ainda que quando a mãe é um caso confirmado ou suspeito de SARS-CoV-2, o parto deve ocorrer num bloco de partos dedicado a casos suspeitos ou confirmados de Covid-19, onde só podem estar presentes os elementos estritamente necessários.

A orientação estabelece ainda os procedimentos a adotar caso o recém-nascido tenha um teste positivo ou negativo. Se estiver clinicamente estável e assintomático, o bebé pode ter alta acompanhando a mãe ou ficar a cargo de outro cuidador, que deverá estar saudável.

Segundo a orientação, a opção do contacto pele-a-pele e alojamento após o parto (separação temporária ou alojamento conjunto) “deve ser feita caso a caso, numa decisão partilhada entre a mãe e a equipa dos profissionais de saúde, a qual deve ponderar: a condição clínica da mãe e do recém-nascido, o desejo de amamentar, os recursos existentes para separar o recém-nascido e as condições existentes para um alojamento conjunto em segurança”.

Algumas mães positivas podem não querer assumir o risco potencial de transmissão horizontal de SARS-CoV-2 com o contacto pele a pele após o nascimento, pelo que essa decisão deve ser respeitada. “Se a mãe, devidamente esclarecida, pretender contacto pele-a-pele, deve cumprir higiene rigorosa das mãos, mamas e tronco e utilizar máscara cirúrgica”, lê-se no documento.

Cardiologistas de Intervenção preocupados
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) anuncia que, de acordo com as recomendações do Ministério da Saúde...

“Uma percentagem significativa de doentes de cardiologia, que começamos a chamar a semana passada, pedem para adiar o seu regresso ao hospital, para a realização de procedimentos programados referindo que têm medo de contrair o vírus COVID-19. É preciso, por isso, esclarecer, que todos os laboratórios de hemodinâmica estão preparados para receber o doente, em segurança. Além disso, todos os doentes que estão a ser chamados necessitam, efetivamente, da realização do procedimento, pelo que é vital que aceitem regressar”, alerta João Brum Silveira, presidente da APIC.

E reforça: “A retoma da atividade foi adaptada à nova realidade de forma a garantir a segurança tanto dos doentes como dos profissionais. Apesar da situação de saúde pública em que nos encontramos, existem percursos protegidos e adequados no hospital para as pessoas que sofrem de problemas cardiovasculares. No regresso da atividade assistencial e até à sua normalização, continuamos a recomendar a realização de testes COVID-19 a todos os doentes, e o acompanhamento do estado clínico de todos os doentes em lista de espera. Os primeiros doentes a serem chamados, no decorrer dos próximos meses, são os que consideramos prioritários clinicamente”, conclui João Brum Silveira.

 Em abril, a APIC emitiu um documento com as orientações para a atividade da sub-especialidade, durante a pandemia COVID-19, dirigido a profissionais de saúde. As recomendações completas podem ser consultadas em https://bit.ly/3b0ergI

“O documento, que congrega um conjunto de considerações obtidas por consenso interno, pretende de uma forma objetiva orientar a atividade da Cardiologia de Intervenção durante este difícil desafio, de responder à pandemia COVID-19, ao mesmo tempo que mantemos a assistência necessária na prevenção, diagnóstico e tratamento das restantes doenças.”, conclui João Brum Silveira, presidente da APIC.

Doentes diabéticos
A 21 de maio, às 18h00, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) realiza o Webinar “Já não me bastava a...

“Durante a pandemia da COVID-19 e o tempo de confinamento, muitas pessoas entraram em contacto com a APDP para esclarecerem as dúvidas que tinham face a este novo desafio de saúde pública. A diabetes é e continuará a ser a doença com maior prevalência no mundo e, Portugal não é exceção. Com mais de 1 milhão de pessoas diagnosticadas com diabetes, direta, ou indiretamente, todos os portugueses têm ou acabam por ter algum contacto com esta doença ao longo da sua vida. O webinar é uma ferramenta muito importante para podermos levar informação útil de norte a sul do país, às pessoas com diabetes e a todos os interessados”, refere o diretor clínico, João Filipe Raposo.

Esta iniciativa conta com a participação e moderação de João Filipe Raposo, Diretor Clínico da APDP, que abordará os direitos das pessoas com diabetes. Complementarmente, Carolina Neves, médica especialista em endocrinologia e nutrição da associação, falará sobre o controlo da diabetes e precauções para o desconfinamento. Rui Oliveira, enfermeiro especialista, vai dedicar-se a esclarecer as principais dúvidas que têm chegado através da Linha de Apoio da APDP e Ana Lúcia Covinhas, psicóloga clínica, apresentará algumas dicas ligadas à saúde mental e medos relacionados com o confinamento/desconfinamento social.

A inscrição para o webinar deverá ser feita através do seguinte http://www.floathealthlessons.pt/?key=float-20200423

 

 

Ensaio Clínico
Um homem de 63 anos de idade com histórico de enfarte do miocárdio foi recentemente tratado com sucesso utilizando um novo...

O doente tinha sofrido o enfarte na zona inferior do miocárdio em 2004 e em março de 2019 a sua situação agravou-se, tendo os exames revelado doença coronária com indicação para revascularização do miocárdio através de bypass coronário. Durante a cirurgia, adicionalmente ao procedimento convencional de revascularização, foi aplicado PeriCord na zona de enfarte já cicatrizada.

No período de recuperação pós-cirúrgico não se observaram efeitos adversos relacionados com a aplicação do produto experimental e, nos três meses seguintes, o doente continuava sem necessidade de qualquer hospitalização. Para além destes resultados, que sugerem que o procedimento é seguro, o estudo por ressonância magnética, três meses após o procedimento, revelou uma diminuição de aproximadamente 9% no tamanho da cicatriz no miocárdio, relativamente ao tamanho inicial, o que sugere uma ação favorável do produto aplicado.

Segundo Bruna Moreira, Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, “apesar de promissores, estes resultados são, ainda, preliminares. É necessário aguardar pela conclusão deste estudo e de ensaios clínicos adicionais num maior número de doentes para se poder concluir acerca da segurança e eficácia desta abordagem”.

O PeriCord está a ser testado no âmbito do ensaio clínico PERISCOPE, que se encontra, atualmente, a decorrer em Espanha, e tem como objetivo avaliar a segurança do tratamento de doentes que sofreram enfarte do miocárdio utilizando este produto de terapia celular. Este contém, como ingrediente ativo, células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical, colocadas numa matriz de pericárdio (membrana exterior do coração), à qual foram previamente removidas todas as células, e que funciona como material de suporte para implantação cirúrgica.

Este ensaio clínico de fase I pretende recrutar 12 doentes com cicatrizes cardíacas não revascularizáveis, que sejam candidatos para revascularização cirúrgica de outras zonas do miocárdio. Adicionalmente ao procedimento convencional de bypass coronário para revascularização miocárdica, será também aplicado PeriCord na zona não-revascularizável. O principal objetivo é avaliar a segurança do tratamento, no entanto, será também efetuada uma avaliação preliminar da eficácia, nomeadamente através do estudo da evolução da zona tratada por ressonância magnética nuclear.

Estudos anteriores tinham já demonstrado a segurança e eficácia deste produto de terapia celular em modelo animal. Neste contexto, quando aplicado na zona lesada do miocárdio, o PeriCord tornou-se vascularizado e enervado e promoveu a revascularização, a redução do tamanho da zona de enfarte e a melhoria da função cardíaca.

Segundo dados divulgados pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia, mais de 10 mil portugueses morrem de enfarte do miocárdio anualmente. Os que sobrevivem, podem enfrentar sequelas irreversíveis, como perda de músculo cardíaco, que é substituído por tecido não contrátil semelhante ao de uma cicatriz, bem como alterações estruturais que levam progressivamente a insuficiência cardíaca. Embora várias terapias celulares tenham sido testadas ao longo das últimas décadas, não há ainda nenhuma comprovadamente eficaz na regeneração cardíaca.

Campanha
A Associação RESPIRA assinala Dia Mundial Sem Tabaco com o movimento #SóQueNão. A campanha digital “Diz não ao Tabaco” tem como...

“Eu só fumo socialmente” ou “Eu consigo parar quando quiser”, são algumas das desculpas que os adolescentes habitualmente usam quando questionados sobre o que os motiva a fumar e que dão o mote ao movimento #SóQueNão.

Estudos recentes (2018) apontam que há cada vez mais jovens a fumar aos 15 anos, que aos 18 anos mais de 60% já experimentou tabaco e que dois terços destes se tornam fumadores.

“O tabagismo é um grave problema de saúde pública, já que é responsável pela diminuição da qualidade e duração de vida. Tem ainda a agravante de ser um fator de risco, não só para o fumador, mas para todos aqueles que se encontram frequentemente expostos ao fumo passivo.

Mas é cada vez mais difícil passar a mensagem junto dos jovens, devido ao pouco investimento público em campanhas de prevenção, às fortíssimas campanhas da indústria tabaqueira para a divulgação das novas formas de tabaco e ao preconceito associado ao cigarro como instrumento de sociabilização e estatuto social”, alerta Isabel Saraiva, Presidente da RESPIRA.

Esta Campanha surge em resposta a este fenómeno, assumindo o desafio de construir uma geração livre de tabaco.

“Está a aumentar o consumo do tabaco entre os adolescentes, nomeadamente através das novas formas de tabaco e junto do sexo feminino. Os fumadores de hoje serão, sem dúvida, os doentes de amanhã! O tabaco é responsável por 25 a 30% da totalidade dos cancros, 80% dos casos de DPOC, 90% dos casos de cancro do pulmão e 20% da mortalidade por doença coronária”, conclui Isabel Saraiva.

A Associação RESPIRA, durante o mês de maio, promove a publicação de vários conteúdos no Facebook, que desafiam os jovens a refletir sobre o consumo de tabaco, e ainda uma sessão de esclarecimento online com o tema “Tabagismo: Um fator de afirmação nos jovens?”.

Este webinar terá transmissão exclusiva na página de Facebook da Associação, no dia 29 de maio, pelas 16h30, e conta com a participação de Carlos Gonçalves, Membro do GRESP, de Paula Rosa, Coordenadora da Comissão de Trabalho de Tabagismo da SPP, José Alves, Presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão e Isabel Saraiva, Presidente da RESPIRA.

 

Medicamentos a crédito
O crédito concedido pelas farmácias aos portugueses atingiu um valor record de 76 milhões de euros, em resultado da pandemia...

Em março, as farmácias reforçaram em 7,8 milhões de euros as dispensas de medicamentos a crédito em relação ao mês anterior. "Durante a pandemia, as farmácias assumiram o objetivo de garantir o acesso a medicamentos e produtos de saúde a todos os portugueses, em condições de igualdade em qualquer ponto do território", declara Paulo Cleto Duarte, presidente da Associação Nacional das Farmácias. "A nossa rede atravessa uma crise, com 26% das farmácias a enfrentarem processos de insolvência e penhora, mas continua a confiar nos portugueses e a merecer a sua confiança", considera este farmacêutico.

Cada farmácia, em média, acumula 26.323 euros de créditos à comunidade que serve. "Felizmente, o Estado já não acumula dívidas como há dez anos, o que permite concentrar o nosso esforço de liquidez nos portugueses com necessidades reais, que as farmácias conhecem bem", declara Paulo Cleto Duarte.

No mês de março, cada farmácia assumiu o risco de adiantar 1.027 euros de comparticipações a doentes sem receita médica. "As farmácias assumiram este risco para evitar a interrupção do tratamento dos doentes crónicos. Isso só foi possível graças ao bom entendimento das Ordens dos Médicos e dos Farmacêuticos, que chegaram a um consenso para a renovação da dispensa na farmácia, por dois meses, com respeito pela última prescrição médica e com a devida comparticipação".

 

Risco nutricional
De acordo com Associação Portuguesa de Nutrição Entérica e Parentérica (APNEP) houve um aumento drástico do número de doentes...

A dimensão de doentes malnutridos que se encontram no ambulatório/domicílio sem qualquer tipo de acesso à nutrição clínica aumentou de forma drástica durante esta pandemia”, alerta o presidente da APNEP, Aníbal Marinho. “Se antes da covid-19, a realidade destes doentes já era preocupante, agora é ainda mais, sobretudo no domicílio/ambulatório onde não há qualquer tipo de acompanhamento”, acrescenta.

O Grupo de Estudos de Medicina Interna da APNEP publicou, no início deste ano, um estudo que refere que 73% doentes internados em Medicina Interna estão malnutridos, sendo que desses 56% apresentam malnutrição moderada e 17% malnutrição grave. Aníbal Marinho acredita que neste momento a dimensão de casos seja muito superior e revela que “a APNEP, em colaboração com a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, está a realizar um novo estudo que permitirá retratar a situação destes doentes durante a covid-19”.

O Presidente da APNEP acusa as entidades de saúde de se terem esquecido destes doentes no combate à pandemia, “muitos destes doentes agravam o seu estado nutricional ainda durante o internamento e quando têm alta saem sem qualquer apoio do Estado para manter a nutrição clínica em casa”, acrescenta.

“É urgente criar linhas de apoio para estes doentes, de forma a evitar que voltem para os hospitais em pior estado clínico do que estavam e acabem por lá falecer. A verdade é que ninguém pensou ou planeou o acompanhamento destes doentes numa altura tão crítica como esta que vivemos”, remata.

Aníbal Marinho adverte ainda para a falta de nutricionistas a trabalhar nos hospitais e nos centros de saúde, para a escassa informação sobre nutrição nos serviços de saúde e para a falta de formação dos profissionais de saúde. Tudo isto leva a que os processos de referenciação destes doentes sejam ainda mais complexos.

Portugal regista anualmente mais de 115 mil casos de doentes no domicílio/ambulatório (1% da população) em risco nutricional que precisam de apoio nutricional com recurso a nutrição clínica (entérica e parentérica). Além disso, estima-se que em Portugal 2 em cada 4 doentes internados estejam em risco nutricional, valores que representam o dobro da média europeia (1 em cada 4). Esta condição clínica está fortemente associada ao aumento da mortalidade e morbilidade, ao declínio funcional, e à permanência hospitalar prolongada, levando a um aumento dos custos em saúde para o estado.

O que sabemos sobre a Covid-19?
Conhecer, Organizar, Vencer, Investigar e Diagnosticar é o lema que tem como objetivo inspirar o ciclo de Web.Seminars...

A iniciativa surge de uma parceria entre o Instituto de Higiene e Medicina Tropical, da Universidade Nova de Lisboa (IHMT-NOVA) e a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), com o apoio da Centro de Ciência LP e da Comunidade Médica de Língua Portuguesa (CMLP).

A primeira série intitulada “O que sabemos sobre a COVID-19” vai prosseguir no dia 22 de maio, às 15h00, com a sessão “Aparecimento e desenvolvimento da pandemia na Ásia e Europa”.

O encontro online conta com a presença de Alexandre Abrantes, SubDiretor da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP-NOVA), José Manuel Esteves, Presidente da Associação dos Médicos de Língua Portuguesa de Macau e de Luzia Gonçalves, Professora de Bioestatística do IHMT-NOVA, com moderação de Carla Nunes, Diretora da ENSP-NOVA e Miguel Viveiros, SubDiretor do IHMT-NOVA.

Para participar e colocar as suas questões no webinar #3 “Aparecimento e desenvolvimento da pandemia na Ásia e Europa” deve proceder à sua INSCRIÇÃO ou assistir LIVE no Facebook da APAH ou do IHMT-NOVA.

Os restantes webinars já têm data e hora marcada:

29 de maio [15:00] – Aparecimento e Desenvolvimento da Pandemia * África Lusófona

5 de junho [15:00] – Testes Diagnósticos e Serologia

12 de junho [15:00] – Que opções terapêuticas?

Covid-19
O movimento “Todos Por Quem Cuida”, que nasceu para entregar material determinante para a segurança e qualidade dos cuidados...

Sendo que “a segurança dos profissionais de saúde e dos doentes tem sido uma prioridade para o CHUCB, nos tempos difíceis em que vivemos, e que obrigaram a uma grande capacidade de adaptação a esta nova realidade, estes equipamentos vão fazer a diferença, muito em particular nesta fase em que nos estamos a preparar para, gradualmente, recuperar a nossa capacidade de resposta também aos doentes não COVID-19”.

Nesse sentido, mais uma vez, “o apoio da sociedade civil deixa-nos sensibilizados”, afirma o presidente do Conselho de Administração do CHUCB.

As "caixas de entubação" são um equipamento de proteção para os profissionais de saúde que se encontram nos blocos operatórios, nos serviços de urgência e nas UCI, e que precisam de realizar procedimentos em que existe um elevado risco de produção de aerossóis, como a entubação e/ou extubação de doentes.

Estas caixas funcionam assim como uma barreira física entre o doente e os profissionais nestes momentos, mantendo a visibilidade do procedimento durante a sua execução. Estes são inclusivé, dos procedimentos que acarretam maior risco de infeção pelo novo coronavírus, dada a elevada aerossolização associada. Com estes equipamentos, diminui-se significativamente o risco, com a vantagem de serem equipamentos reutilizáveis. De ressalvar, contudo, que a utilização destas caixas não exclui a utilização dos restantes equipamentos de proteção individual e as medidas de higienização já conhecidas.

Com esta oferta, o fundo Todos Por Quem Cuida – criado pela Ordem dos Médicos e a Ordem dos Farmacêuticos, com o apoio da APIFARMA e da sociedade civil – pretende dar o seu contributo a todos os hospitais do país, dotando-os de um equipamento validado por técnicos, que pode ajudar na minimização do risco a que os profissionais de saúde estão expostos. 

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