Evento
Perto de 280 congressistas de 28 países participam, amanhã e depois (dias 28 e 29 de maio), na 5ª Conferência Bienal Europeia...

E as lições a retirar sobre o impacto deste surto epidémico são, de resto, um dos temas em discussão nesta conferência internacional com participantes dos cinco continentes.

No primeiro dia (12h15), Walter de Caro, presidente da Associação Italiana de Enfermagem, falará, via plataforma Zoom, sobre “COVID-19: Lições aprendidas e experiências partilhadas pela Itália", título da conferência que vai proferir. Isto logo após a cerimónia de abertura do evento, marcada para as 11h30, com as presenças de Aida Cruz Mendes (Presidente da ESEnfC), Lurdes Lomba (presidente do Capítulo Phi Xi) e Marie-Louise Luiking (atual coordenadora regional europeia da Sigma).

Também Jason Farley (Johns Hopkins School of Nursing) dissertará, já no dia seguinte (15h10), sobre a mesma realidade, mas vivida nos Estados Unidos da América.

"A inovação, a influência e o impacto da enfermagem na saúde global: um olhar para o passado, avançando para o futuro" é o tema da quinta edição desta conferência europeia, que se realiza desde 2012: nesse ano em Cardiff e depois em Gotemburgo (2014), Utreque (2016) e Cambridge (2018).

Organizada pelo Capítulo Phi Xi da Sigma, que foi constituído na ESEnfC em setembro de 2011, esta iniciativa visa «facilitar a partilha do conhecimento resultante de investigações mais recentes, de inovações e desenvolvimentos atuais no contexto da enfermagem e cuidados de saúde a nível local, nacional e internacional», lê-se no sítio do evento na internet, onde se explica que «as conferências [europeias da Sigma] têm evoluído e atraído enfermeiros de todo o mundo, proporcionando uma excelente oportunidade para socializar e desenvolver colaborações internacionais, tanto em investigação como em educação».

Ainda no primeiro dia do evento, intervirá, às 13h15, a professora da ESEnfC Ananda Fernandes, que falará sobre “Enfermeiros/as na Europa: recurso vital para a cobertura universal de saúde”.

No segundo dia, o programa da conferência compreende, entre outras, apresentações pelos vencedores dos Prémios da Sigma Europa de Excelência 2020 (nas categorias de Educação em Enfermagem, Prática Clínica em Enfermagem e Investigação em Enfermagem), que serão conhecidos na véspera.

Destaques, ainda, para a conferência "Inovação em Enfermagem: Necessidade ou oportunidade?" (às 13h25, pelo professor da ESEnfC, Pedro Parreira) e para uma das palestras principais da conferência, intitulada "Call to Action for Nurses during Covid-19 and the Year of the Nurse & Midwife", a apresentar pelo presidente do Conselho Internacional de Enfermeiros, Howard Catton.

Mais informações sobre a 5ª Conferência Bienal Europeia da Sigma podem ser encontradas no sítio do evento na internet, em https://sigma.esenfc.pt/.

Dia da Criança
“Super Aspie” é uma iniciativa da Associação Portuguesa de Síndrome de Asperger em parceria com a BETWEIEN – Inovação na...

“Olá! O meu nome é… Não, não quero que vocês me conheçam pelo meu nome, prefiro que vocês me conheçam por Super Aspie. Tenho 8 anos e tenho a certeza de que irei ser o maior e melhor Super-Herói de todos os tempos…” é assim que começa o livro “Super Aspie”, um projeto da APSA e da BETWEIEN que explica através de um herói as características da Síndrome de Asperger (SA). O livro vai ser apresentado no dia 1 de junho, Dia Mundial da Criança, na CASA GRANDE.

A apresentação contará com a presença do Secretário de Estado Adjunto da Educação, João Costa, e será transmitida, em direto, na página de facebook da APSA.

Piedade Líbano Monteiro, Presidente da APSA explica: «o “Super Aspie” é um livro para crianças que explica de forma, simples, objetiva, positiva e até divertida o que é a Síndrome de Asperger. É uma forma de explicarmos a SA aos mais pequenos, através de um herói, cujo nome foi inspirado no termo carinhoso usado para designar pessoas com SA – Aspie».

Acrescenta ainda: “a apresentação deste livro no Dia da Criança é também uma forma dinâmica de assinalar o dia e um sinal de esperança nas nossas gerações futuras que, queremos nós que encarem a diferença de forma natural como se quer numa sociedade inclusiva, onde a Diferença seja, a ausência dela!”

De acordo com Andreia Pereira, da BETWEIEN: «o “Super Aspie” é um livro para crianças, jovens e graúdos que nos leva, na pele do Super Aspie e de forma simples e divertida, a conhecer algumas das caraterísticas das pessoas com Síndrome de Asperger!»

O livro vai estar disponível a partir de dia 1 de junho na loja online da APSA e da BETWEIEN. O valor é de 10 euros.

Compreender a doença
A obesidade está associada a mais de 200 doenças, apresentando um elevado impacto socioeconómico.

A obesidade é a única doença que tem aumentado em todos os países do mundo, quer nos desenvolvidos, quer nos em vias de desenvolvimento. Em Portugal, o excesso de peso atinge já mais de metade da população. Uma situação que, para a endocrinologista Paula Freitas, tem de mudar o quanto antes.

“A obesidade está associada a mais de 200 outras doenças, como pré-diabetes, diabetes, dislipidemia, hipertensão arterial, síndrome de apneia obstrutiva do sono, embolismo pulmonar, síndrome metabólica, doenças cardiovasculares (enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca), doenças renais, incontinência urinária, gota, artroses e outras doenças musculoesqueléticas, infertilidade, cálculos biliares, esteatose hepática (“fígado gordo”), esteatohepatite, cirrose e mesmo cancro hepático, mais de 10 outros tipos de cancro, depressão, diminuição da qualidade de vida e do tempo médio de vida”, começa por dizer Paula Freitas, da SPEO.

Em termos económicos, a doença e o tratamento destas comorbilidades apresentam custos elevadíssimos. Tanto diretos como indiretos, “relacionados com a perda de produtividade por absentismo laboral, atribuição de pensões de invalidez e morte prematura”. Por outro lado, tal como explica a especialista, “obesidade pode ainda ter outras consequências que afetam os resultados económicos como, por exemplo, a estigmatização e discriminação social com impacto, entre outros, na procura de emprego”.

Há que por isso, entender que a obesidade não acontece apenas porque o doente come em excesso. Trata-se, antes, de uma doença crónica e complexa, condicionada por múltiplos fatores. “A obesidade vai muito para além dos fatores individuais, em que a ingestão energética é muito superior ao dispêndio energético (ou seja, má prática alimentar associada ao sedentarismo). De um ponto de vista mais global, a obesidade está associada a problemas genéticos, psicológicos, à toma de determinados fármacos, a disruptores endócrinos, sendo ainda influenciada por problemas da sociedade (disponibilidade alimentar, publicidade, meios de comunicação social, arquitetura e segurança das cidades), políticas de saúde, entre muitos outros”, explica Paula Freitas.

No entanto, embora uma pequena percentagem de casos – entre 5 a 10% - se deva a causas genéticas ou endócrinas, a sua maioria está associada, sobretudo, aos maus hábitos de vida. E é por aqui que devemos começar em matéria de prevenção.

“Temos de implementar estratégias de prevenção primária, ou seja, dirigidas a toda a população, com excesso de peso ou não, de modo a fazer uma educação para a saúde a longo prazo, com enfâse na alimentação equilibrada e na prática regular de exercício físico”, refere a presidente da SPEO. Para além disso, acrescenta, é essencial implementar programas de prevenção secundária, para aqueles já com pré-obesidade e que estão em risco de progressão para a obesidade, e outros programas para as formas mais graves de obesidade.

Paula Freitas deveria existir ainda, “acesso generalizado a consultas de prevenção da obesidade ou prevenção da progressão para obesidade naqueles com pré-obesidade, e dirigidas ao tratamento da obesidade nos cuidados primários”. Segundo a presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade, “uma das grandes barreiras que o doente com obesidade enfrenta é que, muitas vezes, os profissionais de saúde (até por limitação de tempo) tratam todas as outras doenças, inclusivamente aquelas que já são consequência da obesidade, mas não abordam o problema de raiz. E, muitas vezes, o doente também não aborda espontaneamente com o médico de família o problema da obesidade”.   

O tratamento da obesidade assenta em pilares fundamentais: modificação comportamental, terapêutica farmacológica e cirúrgica

Segundo Paula Freita, atualmente só existem 3 fármacos aprovados para o tratamento da obesidade em Portugal e na Europa. São eles, o orlistato, o liraglutido 3.0 mg e a combinação naltrexona/bupropiom, que, para além de se mostrarem seguros e eficazes no tratamento da obesidade, mostram benefícios quanto ao controlo ou reversão de comorbilidades associadas à doença, como é o caso da diabetes, dislipidemia e a apneia do sono. Apesar de, como todos os outros fármacos, apresentarem algumas contraindicações, o grande problema da terapêutica médica é a “falta de comparticipação dos fármacos aprovados para o tratamento da obesidade, o que limita a acessibilidade dos doentes, particularmente daqueles de classes socioeconómicas mais desfavorecidas, onde a prevalência da obesidade é mais elevada”.

“Nos casos mais graves, com IMC superior a 40 kg/m2 ou 35 Kg/m2 com doenças associadas, ou no caso de diabetes de difícil controlo, mesmo com IMC inferior a 35 Kg/m2 é de considerar a possibilidade do tratamento cirúrgico da obesidade, a denominada cirurgia bariátrica ou metabólica”, acrescenta a especialista.

Mitos associados condicionam o sucesso do tratamento

Para Paula Freitas, há que desmistificar o conceito de “peso ideal”. E explica: muitas vezes quer os doentes, quer os profissionais de saúde, pensam que é necessário atingir o “peso ideal” ou que são necessárias perdas de peso médias de 16 a 17% para definir sucesso na perda ponderal. Na realidade, pequenas ou modestas perdas de peso já podem ter inúmeras vantagens para a saúde. Perdas de peso da ordem dos 5 a 10% estão associadas  a redução do risco da diabetes mellitus tipo 2, melhoria do controlo da diabetes, redução das doses de medicação antidiabética oral ou unidades de insulina, ou até mesmo remissão da diabetes; redução dos fatores de risco cardiovascular, melhoria do perfil lipídico (redução do colesterol e dos triglicerídeos), da pressão arterial, da esteatose hepática e da esteatohepatite não alcoólica, síndrome de ovário poliquístico, bem como melhoria dos sintomas de refluxo gastrointestinal, asma, apneia do sono, doença renal e da qualidade de vida.

Por outro lado, refere que “as pessoas com obesidade por vezes não têm a perceção de que a obesidade é uma doença crónica e, como tal, o tratamento é para ser cumprido de forma vitalícia”. Ou seja, existe o mito ou perceção errada de que os cuidados alimentares são apenas para fazer num período limitado de tempo e que os resultados são rápidos. “Não! Os cuidados com a alimentação – dieta equilibrada, variada e ajustadas às necessidades energéticas do indivíduo – e a prática regular de atividade física são regras de ouro para toda a vida!”, alerta chamando a atenção para as regras gerais de uma dieta saudável: limitar a ingestão de sal, gorduras sólidas, gorduras trans, produtos com açúcares adicionados, grãos refinados, bebidas açucaradas, álcool, devendo-se se apostar no consumo de vegetais, frutos, leguminosas, leite e derivados magros, carnes brancas e pescado.

Para tratar a obesidade, a presidente da SPEO afirma ainda que “temos de perceber que seja qual for o tratamento da obesidade, cirúrgico ou farmacológico, a modificação do comportamento alimentar e a prática de atividade física regular são a base ou os alicerces destes tratamentos”.  E acrescenta: “qualquer que seja o tratamento instituído, só existe perda de peso se existir um défice energético negativo, ou seja, se o dispêndio energético for superior ao consumo energético”.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Remote Care
Novo sistema de vídeo consulta permite aos audiologistas programar e ajustar os equipamentos auditivos, bem como acompanhar as...

“Entre março e maio foram realizadas mais de 6000 consultas em todo país (92% delas através de teleconsulta), entre assistências técnicas, revisões de programações, acompanhamento audiológico e novas adaptações. Sabemos que a tecnologia tem um grande potencial e impacto nas nossas vidas. Face à situação em que nos encontramos, acabámos por acelerar o processo da utilização desta tecnologia pioneira. Acreditamos, assim, que poderá ser uma mais valia para as pessoas com problemas auditivos em Portugal.”, explica Rui Nunes, Diretor Geral da Widex Portugal.

E acrescenta: “A experiência com o REMOTE CARE está a ser extremamente positiva, pelo que percebemos que veio para ficar, mesmo após o fim da pandemia. Com esta nova tecnologia, podemos permitir que pessoas com mobilidade reduzida ou que residam longe de um centro auditivo possam ter um acompanhamento ao seu processo de reabilitação auditiva, de elevada qualidade, sem sair de casa.”

Este sistema de teleconsulta, disponibilizado pela Widex, não tem quaisquer limitações de interação com o software do aparelho auditivo e permite fazer o despiste de possíveis anomalias de funcionamento, o que permite garantir um nível de acompanhamento remoto que respeita o mais possível os padrões de qualidade da consulta de Reabilitação Auditiva.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima-se que cerca de 5% da população mundial, 466 milhões de pessoas, tenha deficiência auditiva incapacitante. Destes, 34 milhões são crianças. A OMS prevê que em 2050 mais de 900 milhões de pessoas – uma em cada dez – sofrerão com perda auditiva, a menos que sejam tomadas medidas para prevenir e tratar a perda auditiva.

 

 

Complicações
A COVID19 além de provocar infeção respiratória, é responsável nos casos mais graves por uma reação

Esta hiperinflamação causa danos generalizados, sendo um dos paradigmas deste fenómeno a coagulação intravascular disseminada que é caracterizada pela hiperativação das cascatas da coagulação provocada pela libertação de substâncias inflamatórias. Esta pode dar origem tanto a fenómenos de trombose como, por consumo dos fatores de coagulação, a fenómenos de hemorragia.

Esta perturbação do normal funcionamento da coagulação está presente em cerca de 20% dos casos e é responsável pela formação de microtrombos, isto é, pequenos coágulos sanguíneos, que se depositam nos pequenos vasos dos pulmões, afetando as normais trocas gasosas e absorção de oxigénio e, assim, provocando os casos de pneumonia mais grave.

Já está descrito na literatura que nos doentes graves, além da microtrombose dos pequenos vasos sanguíneos do pulmão, existem fenómenos de trombose em vasos de maior calibre e noutras localizações, como trombose venosa profunda dos membros inferiores e tromboses arteriais como por exemplo acidentes vasculares cerebrais.

Uma das complicações mais temidas é a trombose de vasos de maior calibre do pulmão (tromboembolismo pulmonar) que pode agravar a insuficiência respiratória e, em casos mais extremos, provocar morte súbita.

Sendo esta perturbação da coagulação provocada pela inflamação, esta resolve com o controlo da infeção. Outras formas de controlo ou prevenção de complicações tromboembolicas mais graves está a anticoagulação profilática que já é realizada de forma generalizada em doentes com COVID19.

Há estudos promissores que usam agentes farmacológicos que atuam e controlam esta hiperinflamação e, que habitualmente são usados no controlo de doenças autoimunes como a artrite reumatoide.

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Quebra acentuada
Apesar do Comunicado da Direção-geral da Saúde, ainda durante o estado de emergência, que apelava ao cumprimento do PNV e...

Segundo o MOVA - Movimento Doentes Pela Vacinação -, a Pneumonia mata uma média de 16 pessoas por dia, no nosso País. E, caso a população não retome rapidamente rotinas como a vacinação contra doenças graves, este número pode aumentar exponencialmente. "É imperativo que as pessoas se sintam seguras e confiantes no regresso aos cuidados de saúde. Só assim conseguiremos recuperar o tempo perdido e preparar uma eventual segunda vaga de pandemia", defende Isabel Saraiva, fundadora do MOVA. “Embora ainda não haja vacina contra a Covid-19, sabemos que existem muitas outras doenças graves que são preveníveis através de vacinação. Essas, infelizmente, não desapareceram, mas podem, e devem ser evitadas”, conclui.

O MOVA reuniu recentemente e entre membros e convidados, foram expressas ideias e preocupações, as bases das missivas a enviar, pelo movimento de cidadania ao Ministério da Saúde, ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, à Direção-geral da Saúde e ao Programa Nacional para as Doenças Respiratórias

Dada a situação, este movimento entende que deve ser reforçada a importância da prevenção de outras doenças potencialmente fatais que se podem evitar por vacinação, como é o caso da Pneumonia.

Segundo o comunicado feito chegar à comunicação social, é urgente que haja uma comunicação assertiva por parte das autoridades. Por outro lado, o movimento considera ser essencial explicar à população os riscos que este decréscimo nas taxas de vacinação representa para a saúde pública e preparar infraestruturas e serviços para receber os seus utentes de forma segura, prática e eficaz.

“Sensibilizar a população, sim, mas já com a possibilidade de concretização. Temos de recuperar o tempo perdido e preparar um futuro que ainda é incerto. No caso da Pneumonia, corremos riscos de mortes, morbilidades e sequelas graves. Para quê arriscar?”, continua a fundadora do MOVA.

Em 2018, a Pneumonia foi responsável 43.4% das mortes por doenças do aparelho respiratório, 5.1% do total de óbitos no nosso País. A maioria poderia ter sido evitada através de imunização.

A proteção dos grupos de risco através de imunização tem vindo a ser defendida pelo Movimento Doentes pela Vacinação, especialistas e associações de doentes, que apelam à gratuitidade da vacina contra a Pneumonia para as pessoas com mais de 65 anos, à semelhança do que já acontece com a vacina da Gripe.

“No caso da Gripe, os efeitos da gratuitidade são reveladores. Tomemos este bom exemplo e repliquemo-lo com a Pneumonia. Só através da vacinação antipneumocócica poderemos reduzir a média de mortes e internamentos”, conclui Isabel Saraiva.

Existe uma norma da Direção-geral da Saúde que recomenda a vacinação antipneumocócica a todos os adultos (idades superiores a 18 anos) pertencentes aos grupos de risco. A vacina é gratuita para as crianças e alguns grupos de risco, embora a eficácia esteja comprovada em todas as faixas etárias. O MOVA apela a que se estenda essa gratuitidade.

Dor crónica atinge mais as mulheres
No âmbito do Mundial da Saúde da Mulher, que se assinala amanhã, a Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED) relembra a...

Na Europa e em Portugal verifica-se que a dor crónica é mais prevalente no sexo feminino. Isto deve-se, sobretudo, ao facto de estar associada a condições ou doenças que são mais frequentes nas mulheres que advém da própria gravidez ou desencadeadas por infeções ou outras doenças.

“Neste Dia Mundial da Saúde da Mulher é fundamental compreender que existe uma necessidade urgente no acesso ao tratamento e gestão da dor das mulheres para que estas possam melhor a sua saúde e qualidade de vida”, afirma Ana Pedro, Presidente da APED.

Entre os tipos de dor que afetam o género feminino e que têm um impacto significativo na sua qualidade de vida, destaca-se a dor ginecológica, uma dor sentida na região pélvica ou sacrolombar, cuja intensidade, duração e localização é variável de pessoa para pessoa e que é um dos motivos mais frequentes das consultas ginecológicas.

Esta pode caracterizar-se por dor pélvica crónica, dismenorreia, doença inflamatória pélvica e síndrome pré-menstrual.

A dor pélvica afeta mais as mulheres do que os homens porque o organismo destas está sujeito a mais alterações, como mudanças hormonais cíclicas, alterações durante a gravidez, o stress psicossocial, outras modificações durante e depois da gravidez e os ajustes que ocorrem durante a menopausa.

A dismenorreia, por sua vez, afeta entre 16 a 91% das mulheres férteis e é uma dor pélvica mais intensa do que o mal-estar que acontece habitualmente durante a menstruação.

A doença inflamatória pélvica ocorre quando microrganismos patogénicos, habitualmente de transmissão sexual, atravessam as barreiras naturais da vagina e o colo do útero e chegam à cavidade uterina, causando endometrite (infeção do endométrio), salpingite (infeção das trompas de Falópio) e abcessos tubo-ováricos.

A síndrome pré-menstrual afeta entre 30 a 40% das mulheres em idade reprodutiva e ocorrem na segunda metade do ciclo menstrual, ou seja, 14 dias antes da menstruação.

Também na gravidez, o corpo da mulher passa por muitas alterações físicas e, consequentemente, podem ocorrer dores localizadas ou generalizadas, que aparecem e desaparecem, ou que podem persistir ao longo de toda a gestação. A maioria destas dores são fisiológicas e surgem na sequência da própria gravidez. Mas outras dores podem ser patológicas e desencadeadas por infeções ou doenças causadas, ou não, pela gravidez. As dores mais habituais são as cefaleias, dor na parte inferior do abdómen ou virilhas, dor de costas, dor e mal-estar nas pernas e nos pés, dor mamária e dor uterina.

A fibromialgia, em que 80 a 90% dos casos diagnosticados são mulheres, a lombalgia, a artrite reumatoide, a osteoartrose, a disfunção da articulação temporomandibular e as cefaleias são também muito prevalentes na população feminina.

Protesto simbólico
As farmácias vão parar hoje, por 23 minutos, para chamar a atenção para a falta de comparticipação do Estado que coloca em...

Em nota enviada à imprensa, as farmácias portuguesas afirmam que “o debate parlamentar de hoje sobre a Petição “Salvar as farmácias Cumprir o SNS” é um momento histórico para o país, para o sector de farmácias e para os doentes”. Adiantam ainda que “a Assembleia da República tem a oportunidade de garantir o futuro da rede de farmácias e aproximar o SNS dos portugueses”.

Quanto à ameaça do Infarmed em aplicar sanções sobre as farmácias que aderirem ao protesto, referem que este “mostra incompreensão pela natureza simbólica de uma paragem de 23 minutos”. “O sistema de prescrição eletrónica já esta semana esteve parado mais tempo, por problemas inerentes aos servidores dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde. No passado, já esteve parado vários dias e nunca o Infarmed manifestou qualquer preocupação com isso”, justificam acrescentando que “as farmácias sabem bem quais os seus deveres para com a população, que servem todos os dias, em todo o território”.

De acordo com o documento, esta forma de protesto não irá pôr em causa “o seu serviço aos portugueses” e ninguém irá ficar sem os seus medicamentos.

As farmácias aproveitam para convidar todos os cidadãos a assistir, às 15 horas, a um debate decisivo para a sua saúde. Sobre os serviços em risco por falta de comparticipação do Estado, podem pedir esclarecimentos ao seu farmacêutico e informar-se na linha gratuita 1400, centro de atendimento das farmácias para a encomenda de medicamentos.

 

 

 

Causas, sintomas e tratamento
A Esclerose Múltipla é uma doença crónica inflamatória em que o nosso próprio organismo, através do

Em Portugal há cerca de 8 mil doentes com Eslerose Múltipla. 

A prevalência da Esclerose múltipla em Portugal é desconhecida, contudo estima-se que atualmente existam mais 8 000 portadores desta doença. A nível mundial o número de casos de EM é, aproximadamente, 2 100 000.

A Esclerose múltipla afeta mais as mulheres.  

Por razões que ainda se desconhecem, a EM atinge mais as mulheres (cerca de 2 a 3 vezes mais do que homens). Salienta-se, ainda, que esta doença se manifesta em adultos jovens (geralmente entre os 20-40 anos), sendo uma importante causa de incapacidade por doença neurológica nesta faixa etária.

Existem vários fatores de risco que levam ao desenvolvimento da Esclerose Múltipla.

Não parece existir uma causa única para esta doença, mas antes uma combinação de vários fatores de risco que levam ao desenvolvimento da EM. Foram identificados vários fatores ambientais e genéticos que aumentam a suscetibilidade de desenvolvimento da EM. Alguns dos principais fatores ambientais associados à EM são a infeção pelo vírus Epstein-Barr, baixos níveis de vitamina D, o tabagismo, a obesidade e a flora intestinal.

Apesar de reconhecida a existência de alguma agregação familiar, nenhum gene foi identificado como estando na origem da doença.

O perfil genético tem sido um importante alvo de investigação. É reconhecida a existência de alguma agregação familiar – cerca de 20% dos portadores de EM têm um familiar afetado -, não se identificando, contudo, um padrão de transmissão. Não foi identificado até ao momento nenhum gene causal da doença.

O risco de um familiar vir a desenvolver EM é, de um modo geral, proporcional à quantidade de informação genética partilhada com o doente (grau de parentesco). Os filhos de um portador têm um risco de desenvolver a doença 15 a 40 vezes superior à população normal. Ainda assim, importa mencionar que a prevalência da EM é baixa (Portugal 0.7 a 0.8/ 1000) esse risco relativo para os descendentes é de 10 a 32/1000, o que é pouco significativo e não deve interferir no planeamento familiar.

Sintomas relacionados com a localização das lesões no sistema nervoso central.

Existem várias manifestações da doença e estas estão, na sua maioria, relacionadas com a localização das lesões no sistema nervoso central. Os sintomas mais comuns são perda da sensibilidade de um membro, falta de força ou dificuldade na coordenação dos movimentos, dificuldades na marcha, perda de visão, visão dupla, tonturas/vertigens e dificuldade no controlo da urina. Para além destes sintomas relacionados com aas lesões desmielinizantes, é muito frequente a ocorrência de fadiga, sintomas depressivos e declínio de funções cognitivas.

Existem várias formas clínicas de Esclerose Múltipla.

Existem várias formas clínicas de EM que se distinguem pelo curso da doença. A forma mais frequente, presente em cerca de 75-80% dos casos, é a forma “surto-remissão”. O surto representa o aparecimento de sintomas de novo pela ocorrência de novas lesões no sistema nervoso central; após algumas semanas estas manifestações tendem a regredir (remissão), podendo, contudo, deixar sequelas. Com a evolução da doença e a repetição de surtos tendem a acumular-se os défices neurológicos e, consequentemente, a incapacidade. Após 15-20 anos de evolução, cerca de 50% dos doentes começam a apresentar formas progressivas, em que existe um agravamento lento e progressivo dos défices (forma “secundária-progressiva”).

Num pequeno grupo de doentes, a doença tem desde o seu início um curso progressivo, com ou sem surtos – formas “primárias-progressivas”.

Não há teste específico para confirmar o seu diagnóstico.

Não existe nenhum teste específico para confirmar o diagnóstico. O diagnóstico de EM é estabelecido pela conjugação de dados clínicos e dos resultados da Ressonância magnética, tendo como base critérios que estão estabelecidos internacionalmente.

Há novos fármacos para controlo da doença. E quanto mais cedo a terapêutica for instituída melhor o prognóstico.

Nos últimos anos, o tratamento da EM alterou-se significativamente com o surgimento de novos fármacos capazes de suprimir ou modular o sistema imune, alterando o curso natural da doença. Desta forma, é possível, através da medicação, reduzir a ocorrência de surtos e a evolução para formas secundárias-progressivas. A instituição de terapêutica em fases precoces da doença associa-se a melhor prognóstico. É importante que o tratamento seja ajustado à evolução da doença e que os seus efeitos adversos sejam monitorizados cuidadosamente. Os doentes com EM devem ser seguidos em consulta especializada de Neurologia.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Os portugueses vivem a época de desconfinamento com receio. A maioria declara temer voltar a frequentar cafés, restaurantes e...

Regresso a restaurantes só daqui a um mês

Os portugueses admitem receio ao voltar a atividades normais antes da pandemia. Numa escala de 0 (pouco receio) a 10 (muito receio), os portugueses atribuem um valor de 7 à ida a bares e discotecas e 6 à ida a restaurantes e bares. Em termos temporais, a intenção da maioria dos portugueses é de regressar a restaurantes e cafés apenas daqui a um mês. Antes, metade dos portugueses almoçava ou jantava em restaurantes pelo menos uma vez por semana e cerca de 60% frequentava cafés mais de uma vez por semana. A frequência em bares e discotecas era também grande, sobretudo ao fim de semana, quando 32% dos portugueses frequentavam esses espaços.

Ginásios: inscrições canceladas e regresso com receio

Mais de 60% dos inquiridos frequentava o ginásio mais de uma vez por semana, mas, nesta fase, o receio de regressar é grande (8 em 10). Os que admitem regressar referem que vão frequentar estes espaços menos vezes do que antes, apontando o retorno para daqui a dois meses. 90% dos portugueses que utilizam ginásios garantem que vão ter maior cuidado na seleção do seu ginásio.

Transporte próprio vai ser mais utilizado

26% dos portugueses utilizavam o automóvel para as suas deslocações, número que deve estar prestes a subir, uma vez que o uso de autocarro, metro ou comboio causa receio e a intenção de um uso menor. A maioria dos inquiridos admite só voltar a usar um transporte público daqui a mais de dois meses.

83% dos portugueses iam arrendar casa de férias em 2020

Nos últimos 12 meses, 49% dos portugueses arrendaram casa de férias em Portugal uma vez e 48% entre duas e três vezes. Para 2020, a intenção de mais de 80% era de arrendar novamente casa, sendo que, daqueles que tinham formalizado essa intenção, 60% cancelaram a sua reserva.

Receio moderado no convívio com amigos

Na hora de regressar ao convívio com amigos e família, os portugueses mostram ter receio, mas moderado. De 1 a 10, o receio de estar com amigos é de 5 e um pouco mais baixo quando se trata de estar com a família. Um dado é certo: 60% dos inquiridos vai diminuir o número de pessoas reunidas em convívio.

O estudo foi realizado por via dos métodos CATI (Telefónico) E CAWI (online) a uma base de dados de utilizadores registados na plataforma da multidados.com. Foram recolhidas e validadas 1.000 respostas entre os dias 20 e 23 de maio.

Carta enviada ao Governo
A Plataforma Saúde em Diálogo, que representa várias associações de doentes de todo o país, enviou uma carta à Presidência da...

“Os últimos tempos têm trazido às associações cada vez mais testemunhos de pessoas com doença crónica, altamente vulneráveis e com pouca imunidade, que, pelas características das suas funções, não podem optar pelo teletrabalho (auxiliares de ação direta, empregados de supermercado, por exemplo) mas que poderiam beneficiar de medidas de flexibilização na prestação de trabalho, nomeadamente em termos de horários que lhes permitissem continuar na vida ativa, conciliando o trabalho com as especificidades da sua patologia”, pode ler-se na carta.

Relativamente aos cuidadores informais, as associações lembram que “permanecem sem proteção social ou reconhecimento de qualquer espécie, e, em tempo de pandemia, viram-se forçados a faltar ao trabalho para ficar em casa a cuidar dos seus familiares, muitos dos quais utentes de centros de dia ou outros equipamentos sociais encerrados”.

As associações de doentes reconhecem, no entanto, o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelas entidades governamentais e autoridades de saúde e salientam certas medidas excecionais já implementadas e que permitiram dar resposta a situações já existentes e que subsistirão depois da crise. Como exemplo referem o acesso de proximidade a medicamentos hospitalares, a possibilidade de renovação da prescrição de medicamentos para doentes crónicos, as medidas de flexibilização da prestação de trabalho ou ainda o recurso à telessaúde.

Ainda de acordo com a mesma carta enviada, será necessário ‘’assegurar o acesso, em condições de segurança e de equidade, a todos os que por ficaram para trás, vendo os seus diagnósticos adiados, as suas consultas, tratamentos, intervenções cirúrgicas canceladas ou adiadas e, inevitavelmente a sua saúde a degradar-se irreversivelmente’’. Por isso, a Plataforma considera que ‘’é premente dar corpo à “Estratégia para a Retoma da Saúde de Todos” juntando os recursos e a capacidade de todos os intervenientes do sistema: setor público, privado e social. As organizações de pessoas com doença estão na primeira linha desta tarefa’’.

Esta carta foi enviada através da Plataforma Saúde em Diálogo - Associação para a Promoção da Saúde e Protecção na Doença, uma Instituição Particular de Solidariedade Social que representa doentes crónicos, consumidores de cuidados de saúde, promotores e profissionais de saúde.

Iniciativa global
Promovida pela Comissão Europeia para financiar a investigação de tratamentos e vacina para a Covid-19, uma campanha de...

De acordo com a notícia, avançada hoje pela comunicação social, “a Comissão registou 9,5 mil milhões de euros em promessas de contribuições, face aos 7,4 mil milhões atingidos no evento de 04 de maio, e acima do objetivo inicial de 7,5 mil milhões de euros”, tendo em conta as promessas feitas desde então por Marrocos, Nova Zelândia e o Banco Europeu de Investimento (BEI).

Eric Mamer, porta-voz do executivo comunitário, apontou que “este é um importante marco, mas apenas um início para arrecadar os recursos consideráveis que serão necessários para acelerar o desenvolvimento de novas soluções e assegurar o acesso universal às mesmas”.

Segundo Mamer, a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, “anunciará os próximos passos na resposta global à covid-19 na quinta-feira à tarde, numa declaração à imprensa com parceiros externos”, momento em que também serão divulgados os dados precisos das contribuições.

A campanha global de angariação de fundos lançada pela Comissão Europeia, que se propunha recolher 7,5 mil milhões de euros para investigação de tratamentos para a covid-19, atingiu praticamente o objetivo em promessas de contribuições logo em 04 de maio, no dia do lançamento da “maratona”, que se prolongou até segunda-feira.

Numa iniciativa marcada pela ausência dos Estados Unidos, além dos contributos da generalidade dos países europeus, incluindo Portugal, que anunciou uma contribuição pública e privada de 10 milhões de euros, registam-se doações do Canadá (551 milhões de euros), Japão (762 milhões), Arábia Saudita (457 milhões) e Austrália (200 milhões), entre outros.

Entre os Estados-membros da UE, a Alemanha foi o país que mais contribuiu para esta campanha, com 525 milhões, seguida da França com 510 milhões. Fora da UE, contabilizam-se 441 milhões de euros doados pelo Reino Unido e 188 milhões pela Noruega.

A Comissão Europeia anunciou, por seu lado, uma contribuição de mil milhões de euros.

Esta ‘maratona’ mundial de angariação de fundos surgiu após a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras organizações mundiais que operam no setor da saúde terem lançado um apelo conjunto à mobilização para desenvolver um acesso rápido e equitativo a instrumentos de diagnóstico, terapias e vacinas contra o novo coronavírus que sejam seguros, de qualidade, eficazes e a preços acessíveis.

Balanço
A informação foi avançada hoje pelo Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, que indicou que “Portugal passou a...

O governante comentou ainda, durante a conferência de imprensa diária para atualização dos dados referentes à pandemia, que “o aumento de testagem continua, porém, a não se refletir num aumento proporcional de casos o que é seguramente um bom indicador”.

António Sales aproveitou o momento para destacar que, neste momento, estão “mais de 430 mil utentes inseridos na plataforma Trace Covid, dos quais 14.700 em vigilância clínica”.

Quanto à linha de aconselhamento psicológico, o governante informou que “esta tem vindo a receber em média cerca de 200 chamadas por dia”, enquanto a linha de atendimento para surdos recebeu, desde 21 de abril, “mais de 70 chamadas”.

“Continuamos empenhados em proteger os mais vulneráveis, em identificar e conter focos da doença, enquanto continuamos a preparar o SNS, não só para a resposta imediata à Covid e não Covid, como para garantir resposta em cada fase desta pandemia”, concluiu o Secretário de Estado da Saúde.

 

Financiamento aprovado
O financiamento agora aprovado pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, INFARMED, I.P., de pembrolizumab em...

Com esta aprovação os doentes dispõem agora de pembrolizumab aprovado em monoterapia para tumores com expressão de PD-L1 com TPS ≥50, e em combinação com quimioterapia para tumores com expressão de PD-L1 com TPS < 50%, incluindo não expressores de PD-L1.

A decisão teve por base os resultados do estudo de fase 3 KEYNOTE-189 em doentes com CPCNP não-escamoso, metastático, independentemente da expressão de PD-L1, o qual demonstrou um benefício significativo na sobrevivência para a combinação de pembrolizumab com quimioterapia em comparação com a quimioterapia padrão isolada – reduzindo para metade o risco de morte destes doentes (HR=0.49 [95% CI, 0.38-0.64]; p<0.00001).

Vitor Virgínia, Diretor Geral da MSD Portugal sublinhou: “Estamos profundamente orgulhosos na forma como a nossa ciência tem contribuído decisivamente para a esperança das pessoas com cancro do pulmão. Compreendemos o impacto desta terrível doença no doente e para quem o acompanha. É por isso que esta decisão de financiamento nos deixa muito satisfeitos e a sentir que a aposta que temos feito na investigação e desenvolvimento é um compromisso para a vida.”

 

 

 

Causas, sintomas e tratamento
A neuropatia diabética (ND) é a complicação tardia mais frequente da diabetes mellitus, mas o diagnó

Como se define a neuropatia diabética?

É uma lesão dos nervos periféricos e do sistema nervoso autónomo, que ocorre nas pessoas com diabetes e que é denominada de neuropatia diabética (ND). A definição rigorosa de ND é motivo de discordância entre os especialistas, provocando algumas dificuldades no que respeita à definição das causas, ao diagnóstico diferencial com outras neuropatias não relacionadas com a diabetes, à história natural, à prevalência e às medidas terapêuticas.

Para os médicos, a ND é um estado clínico de lesão nervosa, que está associado a queixas (sintomas) como a dor e parestesias (perturbação anormal da sensibilidade- formigueiro, picada, adormecimento, etc). Pode ainda manifestar-se pela diminuição da sensibilidade ao nível das extremidades (pés e mãos).

A lesão do sistema nervoso autónomo (SNA) pode coexistir, e vai apresentar sintomas ou sinais relacionados com o funcionamento de sistemas que trabalham de forma autónoma, como o sistema cardiovascular. O SNA controla o coração, a bexiga, o estomago, os intestinos, os órgãos sexuais e os olhos, pelo que uma lesão poderá provocar falta de avisos das baixas de glicose no sangue (hipoglicemias), problemas na bexiga, alterações no ajustamento da visão, entre outros.

Prevalência da neuropatia diabética

Pode variar entre 10% a 80%, dependendo da definição utilizada. Mas, segundo um estudo nos EUA - o DCCT (Diabetes Control and Complications Trial) -, a prevalência nas pessoas com diabetes tipo 1, incluídas neste estudo, ultrapassa os 50%. Por outro lado, o estudo EURODIAB, realizado na Europa, mostrou uma prevalência de ND de 35% (diagnóstico baseado em sintomas e sinais físicos anormais. Esta discrepância de resultados pode ser uma consequência relacionada com problemas de definição ou diferenças nas populações que foram estudadas.

Em Portugal, está em curso o estudo PREVANEDIA, realizado pelo Grupo de Estudos de Neuropata Diabética (GRENEDI) da SPD (Sociedade Portuguesa de Diabetologia), que conta com a colaboração de médicos de Medicina Geral Familiar.

Diagnóstico da neuropatia diabética

Durante algum tempo poderá não haver sintomas, mas, posteriormente, poderá ser causa de grande sofrimento, não só pelas dores que provoca, como pela incapacidade física e pelas suas repercussões sobre o sistema nervoso autónomo. A neuropatia diabética manifesta-se através de sintomas como: dormência ou sensação de queimadura ou entorpecimento nos membros inferiores; formigueiro; picadas; choques; agulhadas nas pernas e pés; desconforto ou dor; e perda da sensibilidade táctil, entre outras.

A neuropatia sensitivo-motora é o principal fator de risco para o desenvolvimento de úlceras no pé diabético, que, por sua vez, são responsáveis por cerca de 85% das amputações ocorridas em pacientes diabéticos. Portanto, o investimento na sua prevenção é fundamental.

Na observação, o médico começa por fazer a história clínica da doença e das suas complicações. De seguida, será feita uma inspeção e uma avaliação da força muscular, dos reflexos tendinosos e da sensibilidade ao toque e à vibração (com um aparelho chamado diapasão). Durante o exame, o medico fará ainda a palpação dos pulsos arteriais (se estiverem diminuídos na amplitude, pode ser sinónimo de insuficiência arterial periférica). O médico pode fazer ainda alguns testes como:

  • Teste do monofilamento, que tem como objetivo ver se o doente tem sensibilidade, e se sente o toque na pele, através da passagem de um filamento de nylon em determinadas áreas do pé;
  • Sensibilidade vibratória, ao nível dos membros, bem como a sensibilidade às mudanças de temperatura local (com aparelhos próprios).

Poderá ainda ser necessário fazer um exame complementar chamado eletromiografia. Por outro lado, para avaliar a lesão do SNA, é necessário fazer alguns testes complementares, para determinar se a pressão arterial e a frequência cardíaca se alteram, por exemplo, com as mudanças de posição (deitado e de pé) ou com a respiração profunda.

Causas da Neuropatia diabética

As causas exatas da ND não são conhecidas. No entanto, o controlo eficaz da hiperglicemia pode retardar a progressão da ND, em pessoas com diabetes tipo 1, sendo os efeitos mais modestos nos diabéticos tipo 2. Estas diferenças têm motivado a comunidade científica a estudar as causas da ND. Os investigadores admitem que a hiperglicemia (o aumento da glicose no sangue) vai lesar os nervos e impedir que estes enviem os sinais próprios da sua função.

São considerados fatores de risco:

  • Mau controlo da glicose no sangue;
  • Duração da diabetes – se tiver diabetes há mais tempo, maior será a probabilidade de ter ND;
  • Doença dos rins - a diabetes pode afetar os rins, que poderão reduzir as suas funções, acumulando toxinas com efeitos lesivos para os nervos;
  • Sobrecarga de peso;
  • Ser fumador - o hábito de fumar pode diminuir o diâmetro das artérias, que podem ficar mais endurecidas, reduzindo o fluxo sanguíneo nas artérias.

Tratamento da Neuropatia diabética e medidas preventivas

O tratamento da neuropatia periférica deve ter em conta três elementos importantes:

  1. Controlo glicémico – primeiro, ver como está e, se for caso disso, corrigir o controlo da glicose. Há estudos que sugerem que os sintomas podem melhorar com o controlo glicémico mais rigoroso;
  2. Cuidados a ter com os pés - os pés das pessoas com diabetes devem ser inspecionados todos os dias, para ver e tratar algumas situações como: pele seca, gretas, calosidades, sinais de infeção entre os dedos e nas unhas. O exame regular dos pés é muito importante, mas se a pessoa com diabetes for portadora de ND, o exame será mais importante ainda, para se evitar úlceras, infeções e amputações. É também essencial a utilização de sapatos adequados ao pé, e evitar o uso botijas de água quente na cama, aproximar os pés dos aquecedores, e andar descalço (mesmo na praia);
  3. Tratamento da dor - nem todos os diabéticos têm dor associada à ND. Se tiverem dor, convém confirmar se está relacionada com a ND - a história clínica e o exame físico podem ajudar no diagnóstico diferencial com outras causas de dor. Compete ao médico atender à eficácia da medicação, aos efeitos adversos e às contraindicações dos fármacos. É ainda fundamental avaliar o efeito da dor no estado psicológico do paciente. Atuar a este nível pode melhorar a resposta do doente e a sua adesão ao tratamento, porque a ND pode estar associada a depressão e ansiedade.

É também muito importante ter cuidados multifatoriais, que incluem: otimização dos fatores de risco cardiovascular, como o estilo de vida (vida sedentária, alimentação pouco saudável, hábito de fumar); atuação contra o aumento das gorduras do sangue (colesterol- (dislipidemia); tratamento da hipertensão arterial; correção da disfunção eréctil e o stress.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Inquérito
A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) realizou um inquérito a 85 diretores de serviço de Medicina Interna dos...

Até ao dia 29 de abril, responderam ao inquérito 63 dos 85 dos hospitais COVID. De acordo com a nota de imprensa enviada pela Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, foi possível apurar que os “especialistas e Internos de Formação Específica de Medicina Interna integraram todas as Unidades de Internamento COVID dos hospitais do país”.

Quanto à lotação de camas de enfermaria COVID, a SPMI faz saber que existiram um total de 1.963 cama disponíveis, tendo-se verificado uma taxa de ocupação de 48,8%. “Havia também 620 camas de Intensivos para doentes COVID, sendo a taxa de ocupação de 31,6%”, pode ler-se no documento.

Em 65% das Enfermarias COVID trabalharam em conjunto Especialistas de Medicina Interna e muitos outros Especialistas, enquanto em 35% a gestão foi integralmente assegurada por Internistas.

Foram contabilizados 327 Especialistas de Medicina Interna e 248 Internos de Medicina Interna em dedicação exclusiva ao tratamento dos doentes COVID (nas enfermarias e nas Unidades Intensivas).

Por outro lado, mostram os dados agora divulgados, “os Serviços de Medicina Interna asseguravam o tratamento em simultâneo a 3.157 doentes sem infeção COVID19”.

Para João Araújo Correia, Presidente da SPMI “estes resultados demonstram as vantagens inegáveis de ter um SNS forte, com capacidade de resposta a um acontecimento inesperado, com a magnitude desta pandemia. De facto, as taxas de ocupação das enfermarias COVID (48,8%) ou dos Cuidados Intensivos COVID (31,6%), demonstram que ficamos muito longe da rutura”.

“Estamos convencidos, que o facto de Portugal ter a Medicina Interna como a especialidade base do Sistema de Saúde no Hospital (14% do total dos especialistas hospitalares), contribuiu para termos uma resposta rápida, organizada e competente”, concluiu.

 

Doença moderada a grave
A Comissão Europeia (CE) concedeu autorização para a comercialização da formulação subcutânea (SC) de Vedolizumab, um biológico...

A colite ulcerosa e a doença de Crohn são duas das formas mais comuns de Doença Inflamatória Intestinal (DII) e afetam mais de dois milhões de pessoas na Europa. Esta decisão da CE significa que o vedolizumab está agora aprovado para uso em 27 estados membros da União Europeia e ainda Reino Unido, Noruega, Liechtenstein e Islândia.

“Estamos muito entusiasmados com a aprovação da formulação de vedolizumab pela Comissão Europeia. Esta aprovação permite aos médicos e doentes adultos escolherem a forma de administração que melhor se adequa a cada doente individualmente,” afirma Sónia Batista, Head da Unidade de Gastrenterologia, Takeda Portugal. “O compromisso da Takeda em tratar as doenças gastrointestinais significa que estamos sempre à procura de inovar para conseguirmos ir ao encontro das necessidades dos doentes que servimos.”

A aprovação pela CE foi baseada nos ensaios clínicos de fase 3 VISIBLE que avaliaram a segurança e eficácia de vedolizumab enquanto tratamento de manutenção em doentes adultos com colite ulcerosa ou doença de Crohn ativa moderada a grave que atingiram uma resposta clínica* à semana 6 após duas administrações de vedolizumab IV nas semanas 0 e 2. Os dados da análise interina do estudo de extensão sem ocultação, ainda em curso, de doentes dos ensaios VISIBLE 1 e VISIBLE 2 foram também considerados.

 

Dia da Saúde Digestiva dedicada ao tema
O microbioma intestinal, composto pelos genes de dezenas de triliões de micro-organismos que habitam no nosso intestino, foi o...

Sabe-se hoje, por exemplo, que o microbioma intestinal pode ajudar a prevenir e regular infeções em todo organismo, desde problemas respiratórios, doenças metabólicas, inflamatórias, trato urinário alergias, até a doenças do próprio intestino, de que é exemplo a síndrome do intestino irritável.

O objetivo da WGO é o de chamar a atenção para o papel que o microbioma intestinal tem na saúde humana em geral e de como desempenha uma função muito mais nobre do que apenas a de ajudar na digestão e na absorção de nutrientes. Por outro lado, pretende, com a escolha deste tema, estimular o conhecimento de uma área com um elevado potencial de investigação e aplicação clínica. Considera, por isso, que a modulação do microbioma intestinal pode constituir-se como uma ferramenta de diagnóstico e terapêutica que pode ser potenciada por várias especialidades e não apenas a de Gastroenterologia.

Cientistas do Harvard Medical School e do Joslin Diabetes Center acreditam que pode haver mais genes no microbioma humano do que estrelas observáveis no universo. No estudo que publicaram em agosto do ano passado, na revista Cell Host & Microbe, referem que a maior parte destas bactérias estão no intestino e que tem um perfil único em cada pessoa, ou seja, é a nossa impressão digital. O nosso microbioma intestinal pode ter mais de mil espécies de bactérias diferentes, mas apenas 150 a 170 predominam em cada pessoa, o que tem um impacto direto na saúde.

Prebióticos e probióticos são protetores

A composição do microbioma evolui ao longo de toda a nossa vida, desde o nascimento até a velhice e é o resultado de diferentes influências externas. Uma dieta diversificada, associada a hábitos de vida saudável, terá um impacto positivo no aparelho digestivo e no resto do organismo, favorecendo o aumento da presença de bactérias protetoras.

O consumo de prebióticos e probióticos otimiza o microbioma e corrige possíveis desequilíbrios. Os prebióticos são o alimento para os micro-organismos e estão naturalmente presentes em vegetais e frutas como alho, cebola, espargos, tomate, banana, ameixa e maçã; em grãos e cereais como farelo, nozes e amêndoas. Os probióticos são micro-organismos que conferem benefícios para a saúde, desde o conforto digestivo à regulação do sistema imunitário, compensando agressões externas como o stress, a má alimentação ou toma de antibióticos.

Muitos probióticos são provenientes de bactérias tradicionalmente usadas para fermentar alimentos. Estes micro-organismos podem ser encontrados em iogurtes e leites fermentados, ou em suplementos/medicamentos.

Pessoas com deficiência e jovens com necessidades educativas especiais
A Fundação AFID Diferença, instituída pela AFID - Associação Nacional de Famílias para a Integração da Pessoa com Deficiência -...

O “Comunica-te” é apresentado pela AFID, em parceria com a Universidade Nova de Lisboa e com o Observatório dos Direitos Humanos, e destina-se a pessoas com deficiência e jovens com necessidades educativas especiais (NEE) e respetivos cuidadores.

O objetivo é “melhorar a comunicação, adaptabilidade e resolução de problemas, criando, ainda, estratégias comunicativas focadas no reconhecimento e na distinção entre a explicação e a narração, capacitando a intervenção técnica e especializada através de instrumentos ou ferramentas facilitadoras”.

O projeto encontra-se já na segunda fase da candidatura pelo que a Fundação AFID Diferença apela à ajuda de todos os que possam, através do voto, ajudar a que seja aprovada a candidatura. As votações decorrem até ao próximo dia 9 de junho.

Sediada em Alfragide, a AFID continua a prestar serviço à comunidade e a intervir na área da deficiência através do desenvolvimento de projetos inovadores destinados aos seus clientes

Dia Mundial Sem Tabaco
A Associação RESPIRA assinala Dia Mundial Sem Tabaco com uma sessão online sob o lema “Tabagismo: um fator de afirmação nos...

“O tabagismo é um grave problema de saúde pública, já que é responsável pela diminuição da qualidade e duração de vida. Tem ainda a agravante de ser um fator de risco, não só para o fumador, mas para todos aqueles que se encontram frequentemente expostos ao fumo passivo.

Mas é cada vez mais difícil passar a mensagem junto dos jovens, devido ao pouco investimento público em campanhas de prevenção, às fortíssimas campanhas da indústria tabaqueira para a divulgação das novas formas de tabaco e ao preconceito associado ao cigarro como instrumento de sociabilização e estatuto social”, alerta a Isabel Saraiva, Presidente da RESPIRA.

No âmbito da Campanha “DIZ NÃO AO TABACO”, a RESPIRA promove um webinar, no dia 29 de maio, pelas 16h30, com transmissão exclusiva no Facebook da Associação, com o tema “Tabagismo: um fator de afirmação nos jovens? – Tabaco Tradicional VS Tabaco Aquecido e Cigarros Eletrónicos”.

Esta sessão conta com a participação de Carlos Gonçalves, Membro do GRESP, Paula Rosa, Coordenadora da Comissão de Trabalho de Tabagismo da SPP, José Alves, Presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão e Isabel Saraiva, Presidente da RESPIRA.

“Está a aumentar o consumo do tabaco entre os adolescentes, nomeadamente através das novas formas de tabaco e junto do sexo feminino. Os fumadores de hoje serão, sem dúvida, os doentes de amanhã! O tabaco é responsável por 25 a 30% da totalidade dos cancros, 80% dos casos de DPOC, 90% dos casos de cancro do pulmão e 20% da mortalidade por doença coronária”, conclui Isabel Saraiva.

 

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