Dia Mundial do Cancro do Ovário assinala-se hoje
O teste genético, para identificar as mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, permite, entre outras estratégias, uma vigilância mais...

Não é um dos tumores mais comuns, mas é um dos que mais mata. Os dados mais recentes confirmam que, em 2018, Portugal registou 574 novos casos de cancro do ovário, ano que se contabilizaram 412 mortes associadas a este tipo de tumor. Estes tumores são maioritariamente esporádicos (não hereditários), mas ainda assim, nalguns casos, a hereditariedade pesa. De facto, sabe-se que as mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 aumentam o risco de desenvolvimento de alguns tipos de tumores: entre 24% e 40% das mulheres com mutações no gene BRCA1 vão desenvolver cancro do ovário, enquanto 11% a 18% das que apresentam mutações no gene BRCA2 vão fazer parte da estatísticas associada a este tipo de tumor que, com sintomas inespecíficos nas primeiras fases da doença, acaba por se tornar um ‘assassino silencioso’. É por isso que saber mais conta, que a informação e o conhecimento sobre a doença e as mutações genéticas que podem estar na sua origem são formas importantes de a combater.

Neste Dia Mundial do Cancro do Ovário, a mensagem é essa mesmo, dando voz ao que não se costuma ouvir. Falar sobre mutações genéticas associadas ao cancro pode ajudar a salvar vidas e é por isso que o saBeR mais ContA, uma iniciativa da Careca Power, Evita, Sociedade Portuguesa de Genética Humana, Sociedade Portuguesa de Ginecologia – Secção de ginecologia oncológica e a Sociedade Portuguesa de Oncologia, com o apoio da AstraZeneca, cresce em 2020, com página da Internet (www.sabermaisconta.pt) e de Facebook, onde se partilham informações sobre o que são as mutações genéticas BRCA, qual o risco no desenvolvimento de alguns tipos de cancro, decisões terapêuticas ou medidas profiláticas e dados sobre o teste genético.

Um teste genético pode ajudar a identificar os indivíduos em risco ou a orientar decisões em doentes oncológicos. Como? Trata-se de um recurso para pessoas saudáveis com história familiar de cancro, mediante critérios, que permite identificar aquelas que podem ter um risco acrescido de doença oncológica devido às mutações nos genes BRCA1 e BRCA2. Isto porque, apesar de todos termos estes genes, que têm como função proteger-nos do desenvolvimento de cancro, corrigindo os danos que podem ocorrer no nosso ADN durante a divisão celular, há pessoas que desenvolvem mutações, passando a existir um risco aumentado de desenvolver alguns tipos de cancro, uma vez que a capacidade das células para reparar os danos no ADN fica afetada.

O teste genético é um gesto simples, mas que permite uma vigilância e rastreio mais apertados, ou avaliar opções que reduzem o risco de aparecimento da doença através da realização de cirurgias preventivas, como a mastectomia ou a remoção cirúrgica dos ovários (ooforectomia), assim como a prevenção através de medicamentos (a quimioprevenção) nos portadores confirmados de mutação.

Já no doente oncológico, a realização do teste genético fornece mais informação à equipa médica multidisciplinar, auxiliando na escolha das opções de tratamento mais adequadas, além de permitir conhecer ainda o risco do doente em desenvolver novos cancros. É também a partir do doente oncológico que muitas vezes se chega aos familiares, dando-lhes a oportunidade de conhecerem também o seu risco. Atualmente, a realização da pesquisa de mutações BRCA1/2 é aconselhada a todos os doentes com cancro do ovário não mucinoso e a doentes com cancro da mama, pâncreas e próstata segundo critérios específicos.

Dia Mundial do Lúpus assinala-se a 10 de maio
O lúpus ainda é causa de má qualidade de vida, de alterações profundas nas estruturas familiares e n

O Dia Mundial do Lúpus, em 10 de maio, destacará como o apoio emocional ajuda as pessoas com lúpus a lidar com seus efeitos na saúde e a necessidade de voluntários para ensaios clínicos de lúpus. O Dia Mundial do Lúpus é patrocinado pela Federação Mundial do Lúpus, uma ligação global de mais de 200 grupos de doentes com lúpus, que busca aumentar a consciencialização sobre a doença e conseguir fundos mais significativos para a investigação, educação e serviços de apoio para milhões de pessoas em todo o mundo.

O lúpus é uma doença em que o sistema imunológico, por razões desconhecidas, tem como alvo o tecido saudável do corpo, como a pele, as articulações e os órgãos, na maioria das vezes os rins, coração, pulmões, cérebro, sangue e vasos sanguíneos. A causa exata não é totalmente compreendida, mas os médicos acreditam que uma combinação de fatores genéticos, hormonais e ambientais estão envolvidos. O lúpus não é contagioso e, atualmente, não há cura.

O lúpus geralmente causa importante interferência nas atividades da vida diária. O isolamento e a depressão resultantes do lúpus podem ser devastadores. O impacto emocional do lúpus pode ser tão incapacitante quanto os sintomas físicos. Pessoas com lúpus beneficiam do apoio emocional e da compreensão de amigos e familiares que muitas vezes deixam de valorizar esses sintomas e a sua incapacidade.

Apenas uma medicação desenvolvida unicamente para o lúpus recebeu aprovação regulatória em quase 60 anos. Com mais de 40 terapias potenciais atualmente em desenvolvimento, a necessidade de voluntários com a doença se inscreverem em ensaios clínicos é fundamental, para que exista um arsenal de tratamentos cada vez mais personalizado. O lúpus pode afetar qualquer sistema orgânico e um medicamento adequado para uma manifestação pode não ser adequado para outra.

Devido às suas diferentes manifestações, as pessoas com a doença precisam de atendimento médico de qualidade beneficiando de um tratamento realizado em clínicas multidisciplinares de lúpus.

Assim na comemoração de 10 de maio de 2020, salientamos a necessidade de mais doentes disponíveis para ensaios clínicos e para uma forte consciencialização social da doença. O lúpus ainda é causa de má qualidade de vida, de alterações profundas nas estruturas familiares e nas estruturas laborais. As avaliações de incapacidade são desadequadas nestes doentes, muitas vezes prejudicados “laboralmente” e a nível fiscal, vítimas de longas baixas médicas sem solução visível e de retorno laboral forçado sem o mínimo de condições. Atualmente os doentes com lúpus continuam a não ter qualquer proteção legal para exercer as suas profissões com horários e funções adaptadas, havendo muitas vezes preferência pela baixa, despedimento ou reformas antecipadas em detrimento de um enquadramento adequado.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Despacho
Os medicamentos dispensados por farmácia hospitalar em regime de ambulatório podem, excecionalmente ser dispensados, a pedido...

De acordo com o documento, apesar do fim do estado de emergência, “as autoridades de saúde continuam a reputar como absolutamente essencial apostar na contenção da transmissão do vírus para controlar a situação epidemiológica em Portugal”.

“No atual contexto pandémico o contacto social constitui uma importante fonte de contágio e representa um veículo de transmissão e de propagação da doença, importa minimizar a necessidade de deslocações dos cidadãos, sobre quem impende, aliás, o dever cívico de recolhimento domiciliário”, lê-se no diploma.

Segundo o despacho, “justifica-se, pois, que ao nível da dispensa de medicamentos por farmácias hospitalares, em regime de ambulatório, os Serviços Farmacêuticos Hospitalares continuem a assegurar um serviço de proximidade, garantindo a continuidade do fornecimento dos medicamentos, evitando as suas deslocações aos hospitais e, consequentemente, minimizando o risco da exposição dos utentes que deles necessitam”.

 

Covid-19
A Direção-Geral da Saúde anunciou ontem, durante a conferência de imprensa diária, que está a ponderar alargar os testes à...

Respondendo à questão colocada relativamente à posição da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), que defende a realização prévia e periódica de testes a todos os alunos, professores e funcionários não docentes que regressem à escola, Graça Freitas referiu que “há uma política para testar em lares, sobretudo os trabalhadores, estabelecimentos prisionais e creches. Portanto, estão a ser analisadas outras situações que requeiram o mesmo tipo de atenção”.

Sobre o aumento de novos casos na região de Lisboa e vale do Tejo nos últimos dias, mais 294 em relação a quarta-feira, a Diretora-geral da Saúde, admitiu que as autoridades de saúde estão a “procurar explicações para o facto”.

“Sabemos que em Lisboa têm-se feito rastreios maciços e pode haver aqui o efeito do rasteio, porque podem ter sido identificados casos a partir daí”, justificou Graça Freitas.

Relativamente a este facto, reconheceu ainda que a média do número de pessoas que cada doente pode infetar, na região de Lisboa e Vale do Tejo, “é ligeiramente superior ao do resto do país”, tendo em conta os últimos cálculos efetuados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.

Em relação aos casos recuperados, Graça Freitas adiantou que continuam a ser “acompanhados pelo seu médico até este considerar que o episódio de doença está encerrado, mesmo que tenham ido para o domicílio”.

Questionada sobre o aumento das mortes relacionadas com outras causas, a Diretora-Geral da Saúde disse que “desde o dia 14 de abril” que “não se nota qualquer alteração do padrão da mortalidade para todas as causas não Covid-19 e para todas as idades de acordo com o esperado para esta altura do ano. Há uma constância, estamos dentro da linha de base”.

Ainda assim, revelou que a DGS está a “codificar” as causas de morte em geral, ocorridas este ano.

 

 

Opinião
A saúde ocular está sujeita a maiores riscos com a chegada da primavera.

A reação alérgica ocular mais comum nesta época é a conjuntivite alérgica, que ocorre normalmente quando o olho entra em contacto com alergénios, como os ácaros, poeiras, pelos ou o pólen. Existe uma reação exagerada do tecido imunologicamente mais ativo, a conjuntiva (a parte branca do olho), a esses alergénios, que se espalham pela película lacrimal e originam a inflamação, ou seja, a resposta alérgica. Este tipo de conjuntivite costuma afetar os dois olhos, mas não é contagiosa, contudo estima-se que afete cerca de um terço dos portugueses.

A conjuntivite alérgica é geralmente associada a queixas de rinite. Os sintomas mais frequentes que geram a confusão entre as duas situações são habitualmente o prurido (comichão) ocular, olhos irritados ou olhos vermelhos, o lacrimejo, o edema (inchaço) e a dor ou desconforto locais (sensação de corpo estranho). Mesmo que se intensifique mais na primavera, estes sintomas podem ser bastante intensos e fazerem-se sentir durante todo o ano.

Se o doente já se encontra com os sintomas mais comuns desta doença, existem alguns cuidados específicos que se devem ter em conta para não agravar ou propagar a condição. Entre os vários conselhos, deve, principalmente, lavar regularmente as pálpebras e as mãos para se manterem livre de secreções e de novos organismos que possam agravar a situação ao esfregar os olhos. Para que a irritação e o edema diminuam, deve-se também aplicar compressas frias, não usar lentes de contacto para que o olho recupere na totalidade e trocar as fronhas das almofadas e as toalhas de rosto diariamente.

Alguns dos cuidados apresentados são aplicáveis também para a prevenção da conjuntivite alérgica e não só na sua fase ativa.  Lavar frequentemente as mãos e o rosto, bem como evitar esfregar os olhos são as recomendações mais eficazes para reduzir a probabilidade de contrair esta condição. Se em conjunto com estes cuidados, também adotar outras medidas preventivas como, deixar de lado objetos que acumulem pó e pólenes como cortinas, carpetes, tapetes ou peluches, não usar espanadores ou vassouras, preferindo os panos húmidos, a prevenção da conjuntivite alérgica é ainda mais eficaz.

Neste sentido, ao seguir estes conselhos, os olhos vão estar mais protegidos. No entanto, nunca é demais deixar o aviso que os óculos de sol, nesta época, podem também ser bons aliados. Ao usar os óculos de sol sempre que estiver ao ar livre, não só ajuda a prevenir as alergias oculares, como também protege os olhos dos raios UV, que na primavera são mais fortes.

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Covid-19
Valor angariado pela iniciativa #Nunca Desistir vai dar resposta ao aumento de pedidos de ajuda. Esta iniciativa de...

Ao longo de quase um mês muitas foram as personalidades da sociedade portuguesa que deram o rosto por esta causa. Cristiano Ronaldo juntou-se à iniciativa, tendo já participado no “never give up”, em Itália.  Nomes sonantes como Manuel Luís Goucha, Pedro Teixeira, Fátima Lopes, Marta Botelho, Cláudio Ramos, Fernanda Serrano, Miguel Oliveira, André Villas Boas, João Félix, Luís Represas, Joaquim de Almeida, Sara Sampaio, entre muitos outros, apelaram à generosidade dos Portugueses por uma causa comum.

O valor total angariado, 639 241,13 €, vai ser repartido pela Cruz Vermelha Portuguesa e pela Rede de Emergência Alimentar para compra de bens alimentares e posterior distribuição às famílias mais necessitadas.

“Se há três semanas o aumento de pedidos de apoio já era significativo e rondava os 25%, atualmente este aumento ultrapassa os 40% por parte de famílias que, afetadas pela Pandemia, se encontram numa situação de grande fragilidade. A cruz Vermelha assume o seu compromisso, para com os parceiros desta iniciativa, mas, sobretudo, para com cada pessoa que contribuiu para esta causa de, com transparência e celeridade, fazer chegar a ajuda a quem dela precisa” afirma Susana Marques, Secretária Geral da Cruz Vermelha Portuguesa.

 

Investigaçao
A Crioestaminal, laboratório de criopreservação líder em Portugal e um dos maiores da Europa, anuncia o desenvolvimento de um...

O laboratório concluiu a primeira fase de desenvolvimento de um medicamento experimental à base de células estaminais mesenquimais (sigla inglesa MSCs), constituído por doses de 100 milhões de MSCs do tecido do cordão umbilical. Nesta primeira fase, concluída no dia 1 de maio, foi produzida a primeira dose, com os necessários controlos de qualidade que permitirão a validação de todo o processo e a qualificação deste medicamento inovador como terapia experimental que poderá ser testada em doentes com COVID-19 em condição mais grave.

“Ao longo dos últimos meses, perante a urgência da situação, tal como muitos outros grupos de investigação e empresas em todo o mundo, temos dedicado todos os nossos esforços a tentar ajudar no combate a esta pandemia. Tirando partido de mais de 15 anos de experiência em projetos de investigação com células estaminais, em colaboração com hospitais e centros de I&D em Portugal, e da nossa equipa de técnicos e investigadores altamente qualificados, criamos uma equipa de trabalho que tem vindo a desenvolver este projeto com uma dedicação e esforço notáveis”, refere André Gomes diretor geral da Crioestaminal.

André Gomes acrescenta que “o desenvolvimento deste medicamento experimental em tempo record só foi possível graças ao investimento recente da empresa em instalações únicas em Portugal para a produção de terapias avançadas à base de células”.

A utilização deste tipo de células para tratar doentes com pneumonias graves associadas a COVID-19 tem vindo a ser testada na China, EUA e alguns países europeus, estando já em curso mais de 20 ensaios clínicos para estudar de forma alargada a segurança e eficácias desta terapia.

Resultados de estudos recentes, conduzidos na China e nos EUA, que investigaram se as MSCs seriam capazes de tratar a pneumonia associada a COVID-19, com base nas propriedades imunomoduladoras e reparadoras conhecidas destas células, revelaram uma reversão notável dos sintomas, mesmo em condições críticas.

A função pulmonar e os sintomas dos doentes melhoraram significativamente após a administração de MSCs, tendo-se observado um reequilíbrio nas populações de células do sistema imunitário destes doentes, bem como do perfil de moléculas pró e anti-inflamatórias. Os resultados publicados permitiram observar que a terapia com MSCs foi capaz de inibir a hiperativação do sistema imunitário e de promover a reparação celular endógena, melhorando o microambiente pulmonar permitindo a recuperação destes doentes. Apesar destes estudos terem sido conduzidos num número ainda restrito de doentes, os resultados favoráveis obtidos sugerem que as MSCs podem constituir uma nova estratégia terapêutica para o tratamento desta doença.

Covid-19
A Direção-Geral de Saúde (DGS) e UNICEF Portugal dinamizam esta quinta-feira um webinar dedicado ao tema: “Famílias em tempo de...

O objetivo é ajudar as famílias portuguesas e responder às suas questões sobre a importância de manter as relações saudáveis, saúde e bem-estar de toda a família, no contexto atual da pandemia da Covid-19.

A representar a DGS estará a enfermeira Bárbara Menezes, Coordenadora do Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil e representante da DGS na Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens. Pela UNICEF estará presente Leonor Costa, da Direção de Políticas de Infância e Juventude.

«Como fortalecer os laços entre as famílias e gerir momentos de maior tensão?» e «Como lidar com a nova dinâmica na vida das crianças, jovens, pais, mães e cuidadores/as?» serão algumas das questões a abordar no webinar da DGS e da UNICEF que pode aceder através deste link.

 

Rectificação
O Secretário de Estado da Saúde esclareceu, durante a conferencia de imprensa de ontem sobre a Covid-19, que os doentes...

“Todos os doentes diabéticos e todos hipertensos que estejam em situação de descompensação, devidamente validada pelos seus médicos, estarão sob o chapéu das doenças crónicas”, garantiu António Lacerda Sales.

Os hipertensos e diabéticos não são abrangidos pelo regime excecional de proteção laboral para imunodeprimidos e doentes crónicos, no âmbito da pandemia da Covid-19, definido no Decreto-Lei n.º20/2020, mas serão considerados por este regime em caso de descompensação da doença.  

Segundo o Secretário de Estado da Saúde, os “diabéticos e hipertensos podem ficar tranquilos e confiantes”, ressalvando que estes doentes têm fatores de risco para poderem desenvolver doenças crónicas, mas está provado que, caso estejam compensados, “não têm maiores possibilidades de virem a ser infetados por Covid-19”.

“Na sua grande maioria os diabéticos e os hipertensos são fatores de risco para doenças crónicas, mas a grande maioria dos doentes está compensada. Contudo, não significa que a qualquer momento não possam descompensar e por isso sabemos que sempre que isso aconteça estarão com certeza cobertos pelo chapéu das doenças crónicas”, referiu.

Declaração de retificação: a lista de doenças tem apenas um caráter exemplificativo

Neste momento, só doentes cardiovasculares, portadores de doença respiratória crónica, doentes oncológicos e portadores de insuficiência renal podem faltar ao trabalho com a apresentação de uma declaração médica que ateste a condição de saúde do trabalhador e que justifica a sua especial proteção no âmbito da pandemia.

Segundo Lacerda Sales, o que está provado é que os doentes com hipertensão ou com a diabetes têm fatores de risco para desenvolver outras doenças, mas “não estão associados a uma maior possibilidade de infeção por covid-19 e por isso há esta diferença entre a compensação e a descompensação”. Acrescentou ainda que a lista de doenças enumerada no Decreto-Lei n.º 20/2020, agora retificado, tem apenas “um caráter exemplificativo”.

Reagendamento nos próximos dia
As consultas e cirurgias no Serviço Nacional de Saúde (SNS) que foram adiadas devido à pandemia de Covid-19 vão ser reagendadas...

O despacho publicado hoje em Diário da República, determina que os órgãos dirigentes das entidades prestadoras de cuidados de saúde primários e hospitalares do SNS devem assegurar a identificação e reagendamento de toda a atividade assistencial programada não realizada por força da pandemia Covid-19, reportando o plano e o prazo de recuperação à respetiva Administração Regional de Saúde e à Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

No preâmbulo do diploma, assinado pela Ministra da Saúde, justifica-se esta medida “considerando a necessidade iniciar de forma gradual e monitorizada o reagendamento e realização de atividade assistencial suspensa no SNS, sem prejuízo da salvaguarda do cumprimento escrupuloso de regras de saúde pública e da manutenção da prontidão de resposta necessária a um eventual aumento da incidência da Covid-19”.

A realização da atividade suspensa e a retoma da atividade assistencial não Covid-19 nos estabelecimentos e serviços do SNS deve ser gradual, dinâmica e assegurar o cumprimento rigoroso das normas e orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS) em termos de segurança para utentes e profissionais de saúde, designadamente equipamentos de proteção individual, circuitos de doentes, testes de diagnóstico e boas práticas clínicas, nas diferentes áreas assistenciais.

 

Relatório
A Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou, no Dia Mundial da Saúde, o primeiro relatório sobre a situação da enfermagem no...

O documento, feito em parceria com o Conselho Internacional de Enfermeiros e o projeto Nursing Now, faculta “as mais recentes evidências e as opções políticas para a força de trabalho de enfermagem a nível global”, apresentando “um argumento convincente para investimentos consideráveis e exequíveis” em cada uma daquelas três áreas: educação, emprego e liderança.

Neste relatório, OMS e parceiros destacam, uma vez mais, “a centralidade dos enfermeiros” para que seja possível atingir a cobertura universal em saúde.  Os enfermeiros continuam a constituir o maior grupo ocupacional no setor de saúde, com quase 28 milhões em todo o mundo (aproximadamente 59% dos profissionais de saúde). 

De acordo com este documento, persiste, contudo, a escassez de enfermeiros à escala global (embora com uma diminuição ligeira, de 6,6 milhões em 2016 para 5,9 milhões em 2018), sendo que quase 90% desta falta de profissionais está concentrada em países de baixa e média renda (países em desenvolvimento).

O relatório admite que, até 2030, a escassez de enfermeiros poderá atingir os 5,7 milhões de profissionais de enfermagem (sobretudo em África, no sudeste da Ásia e no leste do Mediterrâneo), o que só será contrariado se todos os países aumentarem, em média, 8% no número total de enfermeiros formados anualmente, melhorando políticas de emprego e medidas de retenção.

Entre as principais áreas de preocupação referidas no relatório, destaca-se, por exemplo, o envelhecimento da força de trabalho em saúde, especialmente nas regiões americana e europeia, recomendando a OMS que, nos países com maior participação de enfermeiros com 55 anos ou mais, se aumente o número de graduados. 

A enfermagem continua a ser uma profissão exercida sobremaneira por mulheres (90% da força de trabalho de enfermagem é do sexo feminino), o que não se reflete, todavia, na liderança, adverte o relatório, que aponta para evidências de discriminação baseada no género, no ambiente de trabalho e a nível salarial.

Oportunidade para reavaliar opções políticas também em Portugal

De acordo com a diretora do Centro Colaborador da OMS para a Prática e Investigação em Enfermagem sediado na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), Ananda Fernandes, “pela primeira vez, e no Ano Internacional do Enfermeiro”, há “dados que permitem traçar o panorama global sobre a enfermagem em todo o mundo”. A professora da ESEnfC nota que “as conclusões deste relatório”, para o qual o Centro Colaborador da OMS que dirige também contribuiu, “apelam aos governos que reconheçam que investir na enfermagem é essencial para obter a cobertura universal em saúde e atingir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável até 2030”. 

E “também em Portugal a publicação deste relatório é uma oportunidade para serem reavaliadas, com base em evidências, as opções políticas de formação, emprego e exercício profissional dos enfermeiros», sublinha Ananda Fernandes. “Mais do nunca, a atual situação de pandemia torna visível a importância de ter uma força de trabalho em enfermagem qualificada, a trabalhar no patamar mais elevado do seu nível de preparação e a participar na definição das políticas de saúde”, advoga, ainda, a diretora do Centro Colaborador da OMS para a Prática e Investigação em Enfermagem sediado na Escola de Coimbra.

Ao citar o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, segundo o qual os enfermeiros são a espinha dorsal de qualquer sistema de saúde, Ananda Fernandes salienta que, “em muitos países, [eles] são os únicos agentes de saúde e fazem a diferença na vida das pessoas e nas comunidades”.  “O retorno do investimento na enfermagem para as sociedades e para as economias pode ser medido pela melhoria da saúde e bem-estar das populações, pela criação de milhões de postos de trabalho qualificado e pela redução das desigualdades de género”, explica a responsável do Centro Colaborador da OMS para a Prática e Investigação em Enfermagem acolhido na ESEnfC.

Projeto dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde
Projeto que visa melhorar a autogestão dos pacientes com diabetes é um dos primeiros nesta área no país.

Os sistemas de saúde de todo o mundo enfrentam, há alguns anos, um aumento significativo de doentes com diabetes, suportando os custos sociais e económicos associados à patologia. Estima-se que, se não forem adotadas medidas eficazes, a prevalência da diabetes registe um aumento global de 10,4% em 2040. Em parceria com o Türkiye Cumhuriyeti Sağlık Bakanlığı (Turquia), o Serviço Murciano Salud (Espanha) e o Soggetto Aggregatore della Regione Campania (Itália), os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) lançaram o projeto ProEmpower, que, recorrendo às Compras Públicas de Inovação (CPI), criou uma solução que promete reduzir as mortes relacionadas com a diabetes, como amputação, cegueira e insuficiência renal, e um alívio total de 53 milhões de euros em sete anos nos quatro países parceiros.

O projeto, que recebeu o financiamento de 3,9 M€ da UE, pressupõe que a qualidade das decisões médicas possa ser melhorada pela utilização de tecnologias de informação de suporte personalizado, que agregam as características clínicas do paciente, as suas opções em termos de tratamentos e os dados associados aos mesmos.

Para encontrar fornecedores que desenvolvessem estas ferramentas, o ProEmpower recorreu a uma Compra Pré-Comercial, um dos instrumentos de CPI. Dividido em cinco fases, o projeto, lançado em 2016, concluiu em março a última, referente ao Desenvolvimento do Sistema Piloto e Teste.

12 milhões de diabéticos e alívio de 53 M€ em sete anos

O projeto ProEmpower servirá 12 milhões de pacientes diabéticos. Do lado da procura, as vantagens estão na redução das mortes relacionadas à diabetes, como amputação, cegueira e insuficiência renal, e um alívio total de 53 milhões de euros em sete anos nos quatro países parceiros. Do lado da oferta, os fornecedores podem esperar uma faturação de 5.000 M€ ao longo de vários anos. Além disso, a iniciativa dos SPMS gerará conhecimento para o setor da saúde.

Este é um exemplo de como funcionam as CPI e de como estas podem ser um importante catalisador de desenvolvimento.

A contratação pública de Inovação tem ainda uma reduzida expressão em Portugal. Mas na Suécia, por exemplo, representou 17% do PIB em 2018, tendo sido lançados nesse ano mais de 18,5 mil procedimentos.

Um cenário que a Agência Nacional de Inovação (ANI) pretende contrariar, tendo como compromisso contribuir para impulsionar a contratação pública de inovação em setores de interesse estratégico, no âmbito da Estratégia de Inovação Tecnológica e Empresarial 2018-2030. Nesse sentido, a Agência formalizou, em 2018, um protocolo de colaboração com o IMPIC - Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção. A alicerçar o trabalho conjunto das duas entidades estão as atividades desenvolvidas no âmbito do Interreg Europe iBuy e do Procure2Innovate (Horizonte 2020), dois projetos internacionais em curso coordenados a nível nacional pela ANI, com o acompanhamento próximo do IMPIC. A contratação pública de inovação pretende centrar a procura e a oferta, mas, simultaneamente, ser um instrumento importante de indução de inovação e atividades de I&D, quer nas empresas quer nas entidades públicas compradoras de produtos e serviços.

Portugal deverá ter Centro de Competências de Compras Públicas

Atualmente, existem cinco Centros de Competências em Compras Públicas de Inovação (CPI) na Europa, um dos quais na vizinha Espanha. Tendo em conta a importância deste instrumento para, por um lado, trazer às pessoas os serviços públicos mais inovadores, e, por outro, incentivar o desenvolvimento tecnológico nos países, mais cinco membros da União Europeia receberão outros tantos centros nos próximos anos. Em fase de implementação está a estrutura portuguesa, a qual deverá estar disponível até 2021, e cujo desenvolvimento está entregue à ANI, que conta com o IMPIC no estudo e implementação deste projeto. Além de Portugal, os outros países que estão prestes a ter centros de competências em CPI são Estónia, Grécia, Irlanda e Itália

Doença rara
A Doença de Fabry é uma patologia genética rara e limitativa, que leva, em média, cerca de 14 a 16 a

A doença de Fabry

A doença de Fabry é uma doença hereditária do metabolismo do grupo das doenças lisossomais de sobrecarga. É uma doença genética, rara, crónica, e progressiva, causada pela deficiência de atividade de uma enzima, denominada alfa-galactosidase A, que desempenha um papel importante no metabolismo lipídico. As mutações no gene que controla a produção desta enzima – o gene GLA - podem levar à ausência ou à diminuição de atividade da alfa-galactosidase A, com a consequente acumulação de gorduras nos tecidos e órgãos.

Esta é uma doença de transmissão ligada ao cromossoma X, que se pode manifestar tanto no sexo masculino quanto no sexo feminino, no entanto, está associada a quadros mais graves entre os homens.  

Estima-se que afete uma em cada 20 000 mulheres e um em cada 40 000 homens.

Sintomas

Os primeiros sinais de doença podem surgir durante a infância ou já na idade adulta, e evoluir silenciosamente. De acordo com a Comissão Coordenadora do Tratamento das Doenças Lisossomais de Sobrecarga, existem, deste modo, dois fenótipos principais na sua história natural:

1. O fenótipo clássico, mais raro e de início precoce, apresenta manifestações logo na infância ou adolescência.

Formigueiros nas extremidades, dor neuropática, ausência ou diminuição da transpiração, intolerância ao frio, calor ou exercício; crises de febre inexplicadas, alterações gastrointestinais, lesões vermelhas na pele denominadas angioqueratomas, alterações da córnea dos olhos e excreção aumentada de proteínas na urina (proteinuria) estão entre os principais sintomas.

Na idade adulta, o doente pode desenvolver insuficiência renal, acidente vascular cerebral (AVC), surdez e hipertrofia cardíaca, insuficiência cardíaca, arritmias e bloqueios cardíacos.

Este fenótipo está, como descrevem os especialistas, associado a uma atividade enzimática nula ou quase nula (<1%) da enzima alfa-galactosidase A.

2. Quanto ao fenótipo tardio, este caracteriza-se pela manifestação de sintomas com início já em idade adulta. Insuficiência renal, acidente vascular cerebral (AVC), surdez e hipertrofia cardíaca, insuficiência cardíaca, arritmias e bloqueios cardíacos são as manifestações típicas deste fenótipo. A maioria dos casos diagnosticados pertencem a este grupo.

Diagnóstico

Como os sintomas desta doença podem ser comuns aos de outras patologias, é frequente que a doença de Fabry se encontre subdiagnosticada, levando meses ou anos até à confirmação do seu diagnóstico. De acordo com a literatura, estima-se que a doença leve, em média, cerca de 14 anos nos homens e 16 anos nas mulheres, a ser diagnosticada.

Para se estabelecer o diagnóstico é necessário realizarem-se:

  • testes de atividade enzimática que permitem estabelecer se o doente tem níveis baixos de atividade da enzima alfa-GAL, uma vez que estes são tipicamente muito mais baixos do que nas pessoas sem a doença.
  • Ou, testes genéticos para descobrir que defeitos no gene GLA estão a provocar a doença.

Tratamento

Apesar de não ser conhecida uma cura, existem dois tratamentos disponíveis para controlar a Doença de Fabry: a terapêutica de substituição enzimática e a terapêutica com chaperone.

Segundo a Comissão Coordenadora do Tratamento das Doenças Lisossomais de Sobrecarga, “existem duas formulações de terapêutica de substituição enzimática: agalsidase alfa e agalsidase beta”, ambas demonstrando um bom perfil de segurança clínica e eficácia clínica, nomeadamente na estabilização ou atraso da progressão das manifestações cardíacas e renais.

Mais recentemente, como refere a especialidade, a terapêutica com o chaperone migalastat revelou um bom perfil de segurança e uma eficácia clínica à terapêutica enzimática. No entanto, esta opção está apenas indicada a doentes com determinadas mutações e que demonstram responder a este fármaco.

Podendo afetar vários órgãos ou sistemas é essencial que o doente seja acompanhado por uma equipa multidisciplinar, em Centros de Referência de Doenças Hereditárias do Metabolismo e Doenças Lisossomais de Sobrecarga.

Quando não tratada, esta doença pode causar danos irreversíveis em órgão vitais, conduzindo à sua falência. Nestes casos, o prognóstico da doença é bastante pessimista, estimando-se a perda de 10 a 20 anos na esperança de vida destes doentes, quando comparados com a população geral.

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Saúde ocular
O regresso do País, ainda que com restrições, a alguma atividade económica motiva preocupação por parte da Sociedade Portuguesa...

Fernando Falcão Reis, presidente da SPO, confirma que “os médicos oftalmologistas estão disponíveis para proceder a uma consulta não presencial e, se necessário, sugerir uma observação médica prioritária”. Um apoio que, refere, “afigura-se como especialmente importante, numa altura em que os profissionais de optometria reiniciam a atividade, explorando a confusão entre médicos oftalmologistas e técnicos de optometria”.

De acordo com o especialista, “a confusão é fomentada pelo ilusório cumprimento de normas e procedimentos emanados pela Ordem dos Médicos, cujo alcance os técnicos de optometria são incapazes de compreender por falta de formação médica”.

Desta forma, a SPO informa que “o único grupo profissional que, em Portugal, pode legalmente prestar cuidados no âmbito da saúde ocular são os Médicos Oftalmologistas”.

Para a população a necessitar de cuidados médicos, os especialistas estão disponíveis através da COESO – a nova rede de Consultórios de Especialistas de Oftalmologia da Sociedade. Para aceder a consultas, apenas é necessário descarregar a App COESO na Apple Store ou no Google ou entrar em contacto através da linha de apoio 800 300 350. 

 

Plataforma online
A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença que acarreta alguns cuidados especiais e, em situação de pandemia e consequente...

“Não deixe de fazer o tratamento; consulte o seu médico; mantenha-se ativo fisicamente; tenha atividades cognitivas...”, estes são alguns dos primeiros conselhos, na voz do médico neurologista Filipe Palavra, que já podem ser consultados no primeiro vídeo já publicado neste link: https://www.youtube.com/watch?v=Bncc5hnlDnM

Ao longo das próximas nove semanas será ainda possível ouvir conselhos de outros médicos, tais como: Simone Fernandes, nutricionista, de Cristina Rodrigues, enfermeira, Ana Carina Resina, psicóloga e José Feio, farmacêutico.

A EM é uma doença crónica, autoimune, inflamatória e degenerativa, que afeta o Sistema Nervoso Central. O canal Youtube “alÉM das Histórias” é um projeto, criado pela Merck em 2018, que objetiva transmitir histórias e conteúdos informativos de qualidade para a comunidade de EM. O canal conta ainda com o apoio das três associações de doentes: ANEM, SPEM E TEM.

 

Estudo mostrava falhas
Foi divulgado um estudo da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), que aponta “graves carências de material de...

Em comunicado, a direção deste Centro Hospitalar afirma desconhecer os métodos e critérios utilizados neste estudo, que alega que “1.003 respostas validadas de médicos que trabalham em hospitais e centros de saúde da região apontam para a falta de pelo menos um tipo de material essencial para o combate à covid-19", questionando-se assim a legitimidade do mesmo.

Para contrapor estas conclusões a unidade hospitalar faz saber que “desde o primeiro momento em que se conheceu a possibilidade de propagação da COVID-19 a Portugal, o CHUCB envidou todos os esforços, financeiros e logísticos, na aquisição de dispositivos médicos e material/equipamentos de proteção individual, preparando-se desta forma para o pior dos cenários. Assim, em sintonia com a tutela, sob o parecer técnico da Comissão de Controle de Infeção do CHUCB e atendendo às especificidades próprias do trabalho dos seus diferentes grupos socioprofissionais, foram adquiridos e também recebidos a título de donativo os materiais em apreço, nunca se tendo verificado qualquer carência ou rotura de stock de EPI´s, nomeadamente máscaras cirúrgicas e/ou fatos de proteção integral”.  

Adianta ainda, o stock diário do CHUCB “em termos de EPI´s e demais materiais de proteção, ser sempre superior ao consumo diário necessário, para além de ser assegurada a reposição diária aos serviços, através de kits integrais preparados para o efeito”. Desde o início da pandemia, esclarece em comunicado, “o CHUCB regista um consumo médio mensal na ordem das 25.000 máscaras cirúrgicas e faz o reporte diário do stock de EPI´s para a ARS e para a SPMS, nunca tendo havido necessidade de recorrer à reserva nacional”.

Para além disso, destaca que desde 1 de janeiro, não existe na instituição nenhuma notificação feita por profissionais de saúde, de incidente ou evento adverso, relativo a falta de EPI´s, “cuja comunicação é remetida ao Conselho de Administração, via Equipa de Gestão de Risco, conforme procedimento interno instituído”.

 

 

Medidas de proteção
A Associação Portuguesa de Podologia (APP), seguindo as orientações das Entidades de Saúde, avança que a atividade de podologia...

“Face ao levantamento do Estado de Emergência, entendemos que a retoma da atividade de consultas programadas de podologia deve ser de forma segura e progressiva. Neste período, de retoma, devemos ser cautelosos e adotar as medidas de prevenção e contenção da transmissão da doença, que toda a população, e de forma particular os profissionais de saúde, têm em consideração para o controlo da epidemia”, justifica Manuel Portela, presidente da APP.

“Somos agentes de saúde publica no controlo da infeção, na prevenção de recidivas e de novos picos da pandemia. Entendemos que a segurança e a proteção de todos os agendes é imprescindível e por isso devemos seguir com rigor o protocolo recomendado pela APP. Nesta fase de reinício, durante a realização das consultas, os profissionais devem dar prioridade às situações e consultas anteriormente adiadas e mais urgentes e, sempre que possível, os procedimentos cirúrgicos devem ser programados em função da situação de urgência.”, acrescenta Manuel Portela.

A retoma das consultas programadas de podologia deve ser realizada tendo em consideração todas as medidas de autoproteção, proteção dos colaboradores da clínica e de uma forma muito cautelosa de proteção dos doentes.

Assim, e de acordo com as orientações das Entidades de Saúde, a APP recomenda a adoção do seguinte protocolo nas consultas de podologia:

  • Colocar cartazes na sala de espera e na casa de banho sobre o procedimento de lavagem das mãos e de etiqueta respiratória;
  • Retirar da sala de espera revistas, folhetos e outros objetos que possam ser manuseados por várias pessoas;
  • Colocação de acrílico no balcão de atendimento para evitar circulação de aerossóis entre o doente e o pessoal da receção;
  • Dar formação às auxiliares e assistentes dos consultórios sobre os procedimentos de proteção e higienização constante dos espaços, superfícies, cadeiras, equipamentos;
  • Terminais de Pagamento Automáticos;
  • Sempre que possível implementar circuitos de circulação de doentes e profissionais para evitar cruzamentos entre pessoas no interior da clínica;
  • Aferir junto do paciente se apresenta sintomas compatíveis com o COVID-19 (febre, ainda que modesta; tosse; espirros; conjuntivite; diarreia; rinite), se esteve em viagem ou em contacto com pessoas infetadas pelo COVID 19;
  • Gerir as marcações de forma a evitar ter mais que um utente em sala de espera;
  • Informar os utentes sobre as medidas de segurança, em particular manter uma distância de cerca de 2 metros, lavar as mãos antes de entrar e usar a solução alcoólica quando entrar e sair do consultório e não entrar com as peças de roupa que vão retirar;
  • Oferecer material de proteção aos doentes, nomeadamente máscaras e educar sobre o seu bom uso (uso obrigatório de máscara pelo doente e acompanhante);
  • Evitar a permanência de familiares ou acompanhantes no interior do consultório;
  • Adaptar um acrílico na cadeira de podologia para evitar a circulação de aerossóis entre o doente e o podologista;
  • Usar luvas e máscara do tipo PFF2 ou outra certificada, ou em alternativa duas máscaras cirúrgicas;
  • Usar óculos de proteção ou viseira;
  • Usar farda, touca e bata cirúrgica descartável ou usar fato impermeável de proteção;
  • Usar socos ou proteção de calçado.

Os podologistas devem também implementar medidas especificas na realização de procedimentos que comprometam a vulnerabilidade dos doentes, nomeadamente em tratamentos invasivos, mantendo vigentes as medidas de segurança recomendadas.

 

Estudo de sequenciação genómica
O Presidente do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), Fernando Almeida, anunciou hoje, na conferência de...

O Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, aproveitou a ocasião para explicar que este estudo de âmbito nacional, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e liderado pelo INSA, com a participação do Instituto Gulbenkian da Ciência e do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, pretende sequenciar mil genomas do coronavírus.

Antónia Lacerda Sales sublinhou que a sequenciação do genoma irá possibilitar “identificar cadeias de transmissão, a escala e a cronologia da transmissão, os pontos de entrada em Portugal”, o que permitirá “avaliar o impacto das medidas de contenção”, bem como “orientar as medidas a implementar em caso de um novo surto”.

De acordo com as previsões do INSA, será possível sequenciar 450 amostras do novo coronavírus em Portugal, até ao final da semana. Até ao momento, já foram encontradas 150 mutações do coronavírus.

Fernando Almeida sublinhou que agora “é o tempo de ir em busca daquilo que o coronavírus nos pode dar em termos de resposta”, explicando que a sequenciação do genoma do SARS-CoV-2 irá permitir identificar “a impressão digital deste coronavírus” e perceber se o vírus que saiu de Wuhan “é o mesmo ou se tem outras linhas ou não”.

“Este genoma permite também identificar clara e inequivocamente, num determinado doente que foi infetado com coronavírus, toda a sua linha de transmissão e de onde veio essa linha de transmissão”, salientou o responsável, realçando que esta ferramenta “é muito importante” na fase de confinamento em que o país entrou.

Com este trabalho, os investigadores vão poder também perceber se “há linhagens mais severas e mais agressivas” e que podem constituir motivo de maior atenção no tratamento, explicou.

 

Procedimento
O Centro de Responsabilidade Integrado Cardiovascular do Alentejo (CRIA) do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) realizou...

O procedimento em questão tem como objetivo identificar obstruções (estenoses) nas artérias coronárias que podem comprometer a irrigação do miocárdio, levando a uma isquemia, habitualmente associada a sintomas de angina de peito (dor, peso, pressão no peito). A oclusão das artérias coronárias pode estar na origem do enfarte agudo do miocárdio.

De acordo com a informação avançada por esta unidade hospitalar, a coronariografia não invasiva permite a realização deste exame sem necessidade de colocação de catéter dentro do coração, através da TAC (Tomografia Axial Computorizada), com injeção de contraste. Para isto, é necessário um aparelho com uma capacidade especial para conseguir detetar essas obstruções nas artérias, como é o caso do Angio TC de 124 cortes, existente no HESE.

Lino Patrício, Diretor do CRIA, realça que “a coronariografia não invasiva é atualmente o método de primeira linha no diagnóstico de doença coronária em doentes de baixo risco e risco intermédio. É fundamental para programar intervenção cardíaca estrutural, vascular e cerebrovascular. Desde hoje podemos oferecer esse serviço no SNS a todo o sul do país. Podemos prever que em tempos de pandemia, esta alternativa no SNS é ainda uma maior valia”.

Maria Filomena Mendes, Presidente do Conselho de Administração do HESE, realça que “apesar da conjuntura, é muito importante continuarmos a evoluir, a investir em inovação, e a dar resposta aos doentes com outras patologias. Esta nova tecnologia permite melhorar a qualidade dos cuidados prestados à população da região do Alentejo na área da cardiologia, cirurgia vascular e neuroradiologia e contribui para a descentralização a a proximidade dos cuidados, evitando a deslocação dos doentes para fora da região, garantindo assim uma maior equidade e uma melhor resposta a mais doentes”.

 

Segurança
A indústria portuguesa produz diariamente um milhão de máscaras. Sendo a máscara o nosso novo acessório em espaços públicos, “é...

A indústria portuguesa produz diariamente um milhão de máscaras tendo como prioridade o abastecimento do mercado interno, mas está a começar a exportar”, segundo o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira. A máscara passou a ser o nosso novo acessório em espaços públicos.

Neste contexto, o ISQ considerou fundamental disponibilizar o conhecimento existente na sua infraestrutura tecnológica, estimulando desta forma a economia nacional no desenvolvimento de novas atividades de maior valor acrescentado. É o caso de ensaios a máscaras de uso comunitário, cuja procura tem aumentado a nível nacional por parte da população em geral e que o ISQ está em condições de dar resposta, dado estar presente em várias regiões no país e no mundo.

“O ISQ está apto a disponibilizar aos fabricantes os ensaios necessários para a qualificação de máscaras de uso comunitário Nível 2 e Nível 3, em conformidade com as do documento “Máscaras destinadas à utilização no âmbito da COVID-19 - Especificações Técnicas (Cf. Informação nº 009/2020, de 13/04/2020, da Direção-Geral da Saúde, relativa a «COVID-19: FASE DE MITIGAÇÃO – Uso de Máscaras na Comunidade), apoiando também os fabricantes na elaboração do dossier técnico do produto”, afirma José Medina, diretor dos Laboratórios ISQ. O diretor do ISQ continua dizendo que têm sido procurados “pela indústria têxtil e ateliers de costura (PME)”.

Os métodos de ensaio desenvolvidos pelo ISQ para as máscaras de uso comunitário, baseados nas normas aplicáveis, têm em consideração um aspeto muito importante que é o tamanho do vírus SARS-CoV-2. A dimensão do novo coronavírus é muito inferior à das bactérias. Diversos estudos científicos realizados por entidades de referência internacionais desde o início da pandemia, permitem corroborar esta informação e aferir a gama de dimensões deste vírus. “O ISQ, para determinar a eficiência de filtração (EF) da máscara, utiliza um método baseado na EN 13274-7:2019, fazendo uso de aerossóis que permitem simular a dimensão média do vírus. Desta forma, o ISQ determina o valor real da EF face ao vírus SARS-CoV-2, garantindo também a rastreabilidade de todos os resultados”, esclarece Tânia Farinha, responsável do Laboratório de Metrologia Química do ISQ.

Desde o início da pandemia o ISQ tem respondido ao mercado oferecendo novos serviços que vão desde a avaliação de conformidade de dispositivos médicos de classe I e de EPI, ao “COVID OUT” com vista à identificação, análise, avaliação e tratamento do risco de transmissão do Coronavírus SARS-CoV-2 em superfícies e espaços. Esta nova gama de serviços inclui ainda ensaios de segurança elétrica para ventiladores pulmonares e ensaios de validação de máscaras cirúrgicas e respiradores segundo as Normas EN 14683:2019 e EN 149:2019, respetivamente. Nestas áreas, o ISQ já está a trabalhar com diversas entidades nacionais e internacionais. Estes serviços são suportados por capacidade laboratorial (16 laboratórios acreditados).

 

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