Síndrome de dor crónica
Embora a sociedade e a classe médica estejam cada vez mais despertas para a problemática da fibromia

Reconhecida pela Organização Mundial de Saúde desde o final da década de 1970, a Fibromialgia é uma síndrome crónica caracterizada por queixas neuromusculares dolorosas e difusas ao longo de todo o corpo e que se acompanha de fadiga intensa, com alteração da qualidade do sono e deterioração cognitiva.

De acordo com o reumatologista, António Vilar, esta síndrome pode fazer-se acompanhar ainda “de quadros tipo colon irritável, queixas urinárias, dores de cabeça e manifestações neuropsiquiátricas com irritabilidade fácil, problemas de memória e atenção em doentes perfeccionistas e com baixa autoestima". Outros sintomas como formigueiro ou rigidez articular são comuns.

O diagnóstico nem sempre é fácil. Não só não existem exames laboratoriais ou de imagem específicos para sua confirmação, como ainda há muitos especialistas que desvalorizam os sintomas.

Segundo António Vilar, é necessário valorizar as queixas e fazer uma “pesquisa exaustiva dos pontos dolorosos”.

“Ninguém foi capaz de dar uma resposta concreta para as minhas queixas. Diziam que eram dores de crescimento, ou preguiça para ir à escola”

Joana Vicente tinha 16 anos quando os sintomas clássicos da doença – dor, fadiga e insónia - se manifestaram e, embora, na altura, se pensasse tratar de algo passageiro, a verdade é que, em pouco tempo, o quadro dominava por completo o seu dia a dia.

O diagnóstico chegou dois anos depois, e após várias consultas em várias especialidades. “Fui descredibilizada devido à minha idade”, recorda. “Procurei diversas especialidades, desde endocrinologia, ortopedia, medicina interna, (…) e fiz vários exames, mas ninguém foi capaz de dar uma resposta concreta para as minhas queixas. Diziam que eram dores de crescimento, ou preguiça para ir à escola, pois os exames vinham normais, o que é característico na Fibromialgia. Só através de um neurologista obtive o diagnóstico”, conta.

Durante este processo, diz, “o mais difícil foi ver o impacto que os sintomas estavam a ter na minha vida diária, principalmente a nível académico”, para além de que “grande parte da família não compreendeu ou valorizou o problema, o que muitas vezes gerou comentários desagradáveis”.

Ir ao médico também a deixava frustrada porque nenhum ligava às suas queixas. “Lembro-me particularmente de uma consulta onde o médico quis “testar” os meus níveis de dor ao rasgar a pele das minhas pernas de cima a baixo com uma agulha, vezes seguidas. Apesar de estar a sangrar, a chorar ainda com mais dor e a pedir por favor para parar, o senhor ainda se riu na minha cara e ainda disse que era invenção da minha cabeça”, recorda.

Por isso, admite que foi um alívio quando finalmente encontrou uma resposta para o que estava a sentir. “A minha mãe também tem o diagnóstico e foi o médico dela que acabou por me acompanhar”.

Depois de saber que tinha a doença, teve de adaptar o seu dia-a-dia à nova condição e, diz que, essencialmente, teve de parar para ouvir o seu próprio corpo. “E aceitar que às vezes é melhor parar do que forçar”, afirma.

Para além da adesão à terapêutica, que pode incluir vários tipos de fármacos como analgésicos, relaxantes musculares e antidepressivos, há que fazer algumas mudanças no estilo de vida. “Para um bom prognóstico, quanto mais rápido o diagnóstico for feito melhor, aliado ao exercício físico, alimentação e terapêutica adaptada ao doente pode ser vantajoso”, revela a presidente da  APJOF - Associação Portuguesa de Fibromialgia.

“Uma alimentação equilibrada evitando alimentos inflamatórios (carne vermelha por exemplo), açúcar, gorduras, alimentos processados, pode ajudar a criar estabilidade, prevenindo crises, tal com o aumento de peso, algumas vezes gerado por medicamentos”, explica acrescentando que “o exercício físico, principalmente aeróbico, é fundamental pois ajuda a reduzir a intensidade da dor e da fadiga, diminui a tensão muscular, o stress, a ansiedade e ajuda a regular o sono”.

Discriminação e falta de apoios sociais

De acordo com Joana Vicente, embora nos últimos anos se tenha assistido a uma evolução, ainda são muitos aqueles que olham com desconfiança para uma doença “invisível”. “A grande maioria da população ainda vê com preconceito esta síndrome e os doentes. Muitos médicos também, isso gera diagnósticos e adesão à terapêutica tardios, as suas consequências inerentes, além do impacto negativo a nível psicológico que traz para os doentes. Ninguém gosta de ser discriminado numa situação de vulnerabilidade, como quando estamos numa consulta”, revela.

Por outro lado, “apesar de terem saído resoluções no Diário da República, as mesmas ainda não estão a ser implementadas, ou seja, não existe qualquer tipo de apoio para estes doentes a vários níveis”.

Segundo a representante da APJOF é essencial a criação de legislação que apoie estes doentes “a nível laboral e até escolar”, que seja “possível avaliar a incapacidade e funcionalidade, para assim atribuir uma percentagem, para puderem usufruírem de apoios existentes”, ou que tenham acesso a reforma antecipada.

Para Joana Vicente é, ainda, “necessária literacia de profissionais de saúde para que os doentes tenham um diagnóstico precoce, tratamento adequado e um médico que o acompanhe dignamente”.

Mais especialistas de reumatologia

Anabela Pelica, também membro da APJOF, reclama a falta de médicos especialistas para acompanharem devidamente estes doentes.

Apesar de, no seu caso, o diagnóstico da doença ter chegado em pouco mais de seis meses, explica que as dificuldades a nível social foram muitas, tendo deixado de trabalhar, vítima de discriminação.  

“Os primeiros sintomas surgiram por volta dos trinta anos. As queixas eram, principalmente, dores na coluna.  Mais tarde nas pernas e nos braços”, recorda.

“Fui imediatamente ao especialista de coluna que me operou por duas vezes, porque me foi detetado problemas ao nível de vértebras”, explica acrescentado que foi o facto de se manter com dores que fez soar o alerta ao especialista que a acompanhava. “O médico da coluna enviou uma carta a um colega reumatologista porque estava ciente que eu podia sofrer de fibromialgia”, recorda.

Para chegar ao diagnóstico final diz ter feito “vários exames de despiste de outras possíveis doenças reumáticas”. Só assim conseguiu respirar de alívio, podendo dar “um nome” às suas queixas.

No entanto, lamenta que também ela se tenha sentido mal compreendida pela família, amigos e entidade patronal. “Ninguém entendia as minhas queixas. As dores não são “visíveis”, o sono não é reparador e explicar isso a familiares, amigos e empregadores é uma tarefa difícil”, revela. Tanto que, garante, foi vítima de discriminação no trabalho, o que a levou a abandonar a sua atividade profissional.

Por tudo isto, considera essencial sensibilizar a população para uma síndrome sem cura e bastante limitadora.

Apesar de ainda haver um longo caminho a percorrer, Anabela Pelica, pede a todos os doentes que “lutem pelos vossos direitos.  Dêem a conhecer a doença, não se escondam”.

“Existindo mais apoio e compreensão, acredito que muitas portas se podem abrir para ajudar estes doentes”, conclui Joana Vicente, presidente da APJOF - Associação Portuguesa de Fibromialgia.

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Retorno à atividade
A Associação Portuguesa de Cirurgia Ambulatória (APCA) finalizou, na segunda-feira, o documento “Recomendações Nacionais -...

“As UCA reúnem as melhores condições possíveis para o reinício da atividade cirúrgica programada. Com as Recomendações Nacionais, a APCA pretende manter os elevados índices de qualidade e os ótimos resultados da cirurgia ambulatória, assim como a segurança de todos em tempo de pandemia”, afirma Carlos Magalhães, presidente da APCA, acrescentando que o documento está disponível para todas as entidades oficiais.

E observa: “A Cirurgia Ambulatória criou uma imagem de sucesso e de segurança junto da população e dos profissionais de saúde, que queremos manter com este regresso, sendo, para tal, necessário ultrapassar dificuldades e novos desafios. As profissionais e experientes equipas de Cirurgia Ambulatória estão preparadas para garantir o pressuposto de segurança máxima para todos os utentes, cuidadores e profissionais, ultrapassando os receios, as dúvidas e a desinformação, existentes nesta fase.”

Segundo Carlos Magalhães, a retoma da atividade cirúrgica vai ser assumida seguindo as orientações do Ministério da Saúde, da Direção-Geral da Saúde e dos Conselhos de Administração dos Hospitais, realizando-se em fases bem organizadas, definidas e ajustadas à realidade e recursos de cada UCA e de cada hospital. “É essencial manter os pressupostos da Cirurgia Ambulatória: segurança e qualidade no atendimento anestésico e cirúrgico dos nossos doentes”, refere.

O documento é constituído por regras, estratégias e metodologias a adotar em todas as etapas do processo da Cirurgia Ambulatória: pré-operatório, admissão de doentes nas unidades de cirurgia ambulatória, peri-operatório, recobro/alta e pós-operatório.

 

Covid-19
A Associação Portuguesa de Nutrição Entérica e Parentérica (APNEP), promove, no próximo dia 18 de maio, um webinar sobre o tema...

Com início às 17h, a sessão conta com a participação de Aníbal Marinho, médico intensivista do Centro Hospitalar Universitário do Porto, que abordará a importância de escolher um suporte nutricional adequado no doente crítico, e de Sílvia Castro, médica intensivista do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, que apresentará os aspetos nutricionais na reabilitação do doente crítico COVID-19, havendo ainda espaço para perguntas e respostas.

O webinar conta com a moderação de Isabel Miranda, médica intensivista do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central.

As inscrições são gratuitas, mas obrigatórias, e devem ser efetuadas em https://nutricaoclinicatalks.rxf.vsmeeting.pt/. Após a inscrição, os participantes receberão a confirmação de registo com os dados de acesso à página live do evento.

Opinião
Hoje, dia 12 maio, dia Mundial do Enfermeiro foi-me lançado o desafio de escrever sobre o que é ser

Historicamente, assim como na atualidade, os enfermeiros estão na primeira linha de combate a epidemias e pandemias que ameaçam a saúde em todo o mundo, atuando na prevenção, tratamento e contenção das mesmas. Atualmente eles são elos fundamentais da qualidade e segurança dos cuidados de saúde, da prevenção de infeção associada aos cuidados e elementos ativos na promoção e garantia de boas práticas dos cuidados. Hoje com a realidade da COVID-19, em que a higiene das mãos, a desinfeção das superfícies e o distanciamento físico são determinantes para a contenção, o seu papel é crucial. Prestamos cuidados globais de excelência e o desafio que a pandemia COVID-19 lançou ao mundo é também o nosso desafio: REINVENTARMO-NOS diariamente a todos os níveis de atuação.

Na prestação de cuidados, a COVID-19 e o equipamento de proteção individual acrescentaram barreiras muito maiores que a barreira da nossa proteção. Acrescentou a distância, o ficarmos irreconhecíveis, a alteração da sensibilidade no tocar e na realização de procedimentos e alterou a forma como abordamos, vemos e ouvimos os pacientes. Foi preciso parar, para repensar e reinventar, treinar como colocar e retirar equipamentos de proteção individual e ajustar a nossa prática na realização de procedimentos junto dos pacientes. Mas sobretudo, foi necessário reajustar o olhar e o ouvir, para continuar a ver e a escutar, para além dos óculos e viseiras embaciadas, cogulas, máscaras e fatos e manter o foco no paciente de forma eficiente, ao mesmo tempo que nos ajustamos aos novos procedimentos, circuitos e dinâmicas.

Foi e é preciso um enorme e constante esforço de reajuste, flexibilidade e capacidade adaptação. Exigiu e exige diariamente planear, planear e voltar a planear, mantendo o foco na segurança dos pacientes e famílias, na nossa e de todos os profissionais que connosco partilham o espaço de cuidados de saúde. A atualização e a gestão da informação, que muda a cada momento, são também prioridades diárias.

Muitos processos foram melhorados e inevitavelmente treinados e otimizados para dar resposta às novas necessidades. Estou certa de que muitos se irão manter e acrescentar valor à nossa prática futura. A gestão do equipamento de proteção individual foi e continuará a ser uma realidade diária, a sua racionalização e adequada utilização exige todos os dias uma energia extra que só pode compensar. Pela nossa segurança vale a pena manter mais esta pequena “grande” luta dentro da luta global.

Para terminar, reiterar o meu orgulho por continuarmos, enquanto enfermeiros a promover o acesso aos cuidados de saúde, assegurar promoção da saúde e prevenção da doença, constituindo mais uma vez um dos pilares basilares dos cuidados de saúde globais em todo o mundo.

Orgulho por muitos dos enfermeiros que saíram das suas zonas de conforto de prestação e passaram a prestar cuidados noutras áreas, mantendo o rigor e profissionalismo e contagiando colegas pelo seu espirito de equipa e colaborativo. Orgulho pelo profissionalismo com que vejo diariamente os enfermeiros trabalharem no meu hospital, na comunidade e outros hospitais do país e do mundo. E orgulho pelo espírito de colaboração global que tem unido não só os enfermeiros como todos os profissionais que trabalham na prestação de cuidados de saúde em todo o mundo, numa luta global.

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Vídeo
Na impossibilidade de realizar um evento público com um número elevado de pessoas, e respeitando todas as recomendações de...

Para assinalar esta data, uma das mais importantes para a Enfermagem em todo o mundo, a SRCentro lançou um vídeo inspirador que evidencia o papel dos Enfermeiros. A mensagem que se pretende transmitir é a de que o Enfermeiro cuida, desde sempre, todos os dias, de cada um de nós, e não apenas neste momento crítico, marcado pelo surto de Covid-19.

Graças ao profissionalismo do realizador Guilherme Cabral, este clip de vídeo não heroiciza os Enfermeiros. Demonstra antes o seu compromisso para com o país, para com a vida, para com as pessoas, reiterando o lema da Ordem dos Enfermeiros: “Ninguém Está Sozinho”. “Não tenho dúvidas de que este vídeo irá unir (ainda mais) os cidadãos dos Enfermeiros. A sociedade, mas também a nossa classe, ficarão mais conscientes do valor e importância da Enfermagem.  É um marco que testemunha a entrega de cada Enfermeiro pela garantia de cuidados de saúde seguros e de qualidade, não só em Portugal, como em todos os países do mundo, sobretudo numa fase tão delicada como a que todos nós estamos a viver”, afirma Ricardo Correia de Matos.

“A celebração deste dia é ainda mais simbólica porque neste ano assinala-se também o Ano Internacional do Enfermeiro. Passam200 anos do nascimento da mãe da Enfermagem, Florence Nightingale. E, além disso, é o ano em que, face à pandemia, nunca esteve tão presente a necessidade urgente de investir na Enfermagem. Na educação de novos enfermeiros, na criação de mais postos de trabalho em enfermagem e na liderança destes profissionais”, conclui o Presidente do Conselho Diretivo da SRCentro.

Health Cluster Portugal
O Health Cluster Portugal está a desenvolver uma campanha sob o mote: “Histórias de Superação – Health Portugal no seu melhor”....

Dar conhecer estas histórias é uma forma de reconhecer os esforços de todo o setor e promover novas ideias que deem respostas às questões que ainda irão surgir.

A campanha materializa-se em testemunhos em formato vídeo, nos quais associados do HCP, que têm estado envolvidos de uma forma mais visível ou discreta na luta contra a Covid-19, contam na primeira pessoa o que tem sido feito e os resultados alcançados. São assim apresentadas as ideias e como têm sido desenvolvidas com sucesso.

Entre os protagonistas estão elementos das diferentes áreas do setor da saúde - ciência, prestação de cuidados, indústria e serviços -, exemplos do que se faz, e faz bem, em Portugal, que mostram como estão a contribuir para superar estes tempos difíceis.

Salvador de Mello, presidente do HCP, considera que “a Saúde foi e é, indiscutivelmente, o setor mais desafiado nos tempos de exceção que estamos a viver. Desde logo na prestação de cuidados, e em particular na linha da frente, mas igualmente em quase todos os pontos da cadeia de valor que se mobilizou para dar resposta”.

O presidente do HCP reforça as mais-valias deste projeto que dá a conhecer “histórias inspiradoras de superação que nos falam da nossa resposta coletiva aos desafios do presente, mas que, e este aspeto merece ser salientado, projetam em simultâneo um olhar muito empenhado no futuro.”

Os vídeos estão a ser divulgados diariamente nos canais de comunicação do HCP, página de Linkedin, no canal Youtube, na conta Twitter e no seu sítio de internet. 

 

 

Desconfinamento
A Direção-Geral da Saúde (DGS) publicou uma orientação sobre o regresso ao regime presencial dos 11.º e 12.º anos de...

O documento da Direção-Geral da Saúde dita ainda que os alunos devem ser organizados em grupos e manter esta organização ao longo do período que permanecem na escola. Na medida do possível, o grupo deve ter os horários de aulas, intervalos e refeições organizados de forma a evitar o contacto com outros grupos.

Quanto às salas de aula, cada sala deve ser, “sempre que possível, utilizada pelo mesmo grupo de alunos, de acordo com a dimensão e características da escola”. Por outro lado, tanto o pessoal docente e não docente como os alunos devem respeitar as regras de segurança e distanciamento físico de dois metros, mesmo durante os intervalos. Para tal, “as mesas devem ser dispostas o mais possível junto das paredes e janelas, de acordo com a estrutura física das salas de aula”

Para que não haja aglomeração de pessoas à entrada e saída do recinto, devem ser estabelecidos horários desfasados entre turmas, sempre que possível, e os espaços não necessários à atividade letiva, como os bufetes/bares, as salas de apoio, as salas de convívio de alunos e outros, devem ser encerrados.

O documento apresenta também os procedimentos a adotar perante a identificação de um caso suspeito numa escola, nomeadamente o seu encaminhamento para o isolamento e o contacto com a linha SNS 24 ou outros serviços criados para o efeito.

A limpeza e desinfeção do espaço escolar deve obedecer igualmente ao que está preconizado pela DGS, sendo que cada escola deve ter estabelecido um plano de higienização.

Por último, a orientação estabelece as medidas a adotar nos refeitórios escolares, que também têm de acautelar o respeito pelas regras de distanciamento físico, evitando grandes concentrações de alunos.

Saúde da visão
Um artigo sobre o presente, o futuro e os desafios para a recuperação da normalidade da prestação dos cuidados para a saúde da...

De acordo com a publicação, os problemas que conduziram à insuficiência na prestação dos cuidados para a saúde da visão em Portugal antes da pandemia estão totalmente identificados pela Organização Mundial de Saúde e para os quais há um plano de ação global, que o Ministério da Saúde optou por não implementar mantendo um modelo de cuidados do século XIX e recorrendo a sistemas de gestão de inscritos para consulta e cirurgia dispendiosos, seletivos e ineficazes.

Para Raúl de Sousa, Presidente da APLO “a inexistência de cuidados primários para a saúde da visão no Serviço Nacional de Saúde conduziu às cronicamente extensas listas de espera para consulta hospitalar de especialidade de oftalmologia, que emergem desta pandemia amplificadas numa escala nunca vista. Qualquer solução para este cenário só é possível com alterações de paradigma e aplicação de novos modelos de cuidados”.

A publicação realça ainda que, se os modelos de previsão e projeção futura das condições visuais e das suas limitações eram já preocupantes, a pandemia e a suspensão dos cuidados vieram inflacionar os números e criar um cenário assustador para a saúde da visão nacional.

A criação de plataformas de cuidados primários para a saúde da visão, de facto, e como preconizadas na Estratégia Nacional para a Saúde da Visão em 2018, devidamente integradas na atual rede de cuidados primários, aproveitando a logística e recursos físicos já existentes e recorrendo aos recursos humanos altamente qualificados produzidos nacionalmente pelas universidades portuguesas – os optometristas – apresenta-se como a solução mais indicada para a resolução de um problema crónico do SNS e que o cenário pandémico veio acentuar, esclarece em comunicado. 

O artigo refere ainda que a evidência científica, as recomendações de organizações e entidades de relevo e as boas práticas, bem como a análise do impacto socioeconómico, são claros e apontam a mesma solução: um SNS deve estar assente numa sólida base de cuidados primários, diferenciados, multissectoriais e multidisciplinares, e no que diz respeito aos cuidados primários para a saúde da visão, devem ser prestados, por definição, pelo optometrista. Mais importante do que a reforma do SNS, que se mostrou à altura de assombroso desafio, este período obriga à reforma do pensamento e ao desligar de práticas obsoletas e ineficazes.

"No que aos cuidados para a saúde da visão diz respeito, e antevendo o catastrófico cenário pós-pandémico, apenas é aceitável uma solução que aproveite os recursos humanos e materiais já existentes no país e que não se submeta aos interesses económicos e corporativos que procuram manter o status quo. Os portugueses merecem mais e melhor", diz o presidente da APLO. 

 

Plataforma composta por 22 países
O Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde contribui para a plataforma «Em rede contra a Covid-19», na...

De acordo com o Infarmed, a plataforma digital foi criada no âmbito da Rede de Autoridades em Medicamentos da Ibero-América (EAMI), em colaboração com a Secretária-Geral Ibero-Americana.

A plataforma «Em rede contra a Covid-19» contém / disponibiliza o que tem sido a evolução da Covid-19 nos diferentes países, as atividades desenvolvidas pelas autoridades de saúde, nomeadamente as agências do medicamento, “bem como informação útil para combater o crescente número de notícias falsas sobre o coronavírus” revela o Infarmed.

O Infarmed contribuiu com conteúdos que já se encontram refletidos na referida plataforma. Além de informação relativa à sua área de atividade, disponibilizou, também, informação pública relevante emitida pela Direção-Geral da Saúde.

A Autoridade do Medicamento informa que o compromisso de todas as agências da rede é o de remeter informação, quando relevante e atualizada, “o que o Infarmed irá fazer sempre que for o caso” assegura.

 

Covid-19
Reabriu hoje, no Porto, a última das 13 farmácias que foram forçadas a períodos de encerramento devido a casos de infeção nas...

Nuno Flora, secretário-geral da Associação Nacional das Farmácias, aproveitou a ocasião para "agradecer aos portugueses o civismo com que se têm comportado no espaço farmácia, o que nos permitiu ser uma das redes menos afetadas da Europa por esta pandemia” e relembrar que a rede de farmácias vai continuar a entregar medicamentos ao domicílio, em qualquer ponto do território, através da linha telefónica gratuita 1400. 

“A população idosa e outros grupos de risco devem continuar a usar este serviço para evitar saídas de casa desnecessárias”, recomenda Nuno Flora.

No início de março, as farmácias montaram um plano de contingência em tempo record, com atendimentos ao postigo, instalação de acrílicos e instruções claras de segurança para os utentes e as próprias equipas. A Federação Internacional Farmacêutica (FIP) adotou o fluxograma português de aconselhamento farmacêutico contra o coronavírus, que foi traduzido em dezenas de línguas e replicado em centenas de países.

 

Alimentação saudável, exercício físico e boa higiene de sono
A fibromialgia é uma das principais condições causadoras de dor, e a alteração do sono afeta mais de

Ana Pedro, Presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), afirma que “a fibromialgia, caracterizada pela dor crónica que provoca, afeta a qualidade de vida do doente e das famílias, não apenas devido à dificuldade e incapacidade física, funcional e motora, mas também ao ter um grande impacto a nível pessoal e emocional, sendo fundamental que os doentes procurem formas de atenuar os sintomas”.

Para dormir melhor, a Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), recomenda a adoção de medidas simples de “higiene de sono”: dormir num ambiente adequado,

  • manter uma rotina de horários, 
  • evitar o consumo de cafeína e álcool,
  • praticar técnicas de relaxamento
  • usar colchões e almofadas de densidade adequada.

Também a alimentação é um grande aliado no tratamento da fibromialgia. A variedade e equilíbrio alimentar são fundamentais, sendo importante a ingestão de alimentos ricos em ácido ascórbico (vitamina C) e potássio, como frutas cítricas, manga, papaia, kiwi, morango, brócolos, banana, farelo de aveia, nozes.

Também são importantes os alimentos ricos em cálcio e em magnésio, pois melhoram a contração muscular e a transmissão dos impulsos nervosos, como couves, agrião, lacticínios, feijão, lentilhas, espinafres, etc.

A par disto, as fontes de triptofano aumentam a produção de serotonina, um neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar. São exemplos destas fontes: carnes magras, peixe, iogurte desnatado, leguminosas, damasco e açaí.

O exercício físico regular, de acordo com as capacidades do doente, é primordial no controlo da dor, pelas endorfinas que liberta e sensação de bem-estar a que se associa. O exercício é uma das principais estratégias não farmacológicas no controlo da dor associada à fibromialgia.

A fibromialgia é mais comum em mulheres, com idades geralmente entre os 35 e os 50 anos, e representa grande impacto no bem-estar, na qualidade de vida e no seu desempenho profissional. A fibromialgia não tem cura, mas o acompanhamento dos doentes por um médico especialista é essencial, já que permite o controlo da doença e possibilita uma melhoria significativa dos sintomas através de uma terapêutica adequada.

Fonte: 
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Projetos de Responsabilidade Social
Consciente dos desafios que a pandemia da COVID-19 trouxe para o país e para a vida dos portugueses e dos esforços redobrados...

Todas as pessoas, individuais ou coletivas, que queiram ver reconhecido o seu trabalho no âmbito da responsabilidade social, em Portugal, poderão candidatar-se, até ao dia 15 de julho, através do site oficial do prémio.

Com o objetivo de reconhecer projetos inovadores de cariz social e de ajudar as instituições a dar continuidade ao seu trabalho junto das comunidades, o Prémio Maria José Nogueira Pinto confere, anualmente, o valor monetário de 10.000€ ao grande vencedor e atribui um prémio de 1.000€ a cada uma das menções honrosas.

O Júri do Prémio é presidido por Maria de Belém Roseira e constituído por mais seis elementos de reconhecido mérito, idoneidade e reputação: Anacoreta Correia, Clara Carneiro, Isabel Saraiva, Monsenhor Vítor Feytor Pinto, Jaime Nogueira Pinto e Pedro Marques, em representação da MSD Portugal. 

Para consultar o regulamento do Prémio e a ficha de candidatura, visite o site.

 

 

Balanço
Desde o início do surto, já se realizaram, em Portugal, mais de 530 mil testes de diagnóstico à Covid-19. De acordo com a...

“Desde o dia 01 de março, em Portugal, foram realizados mais de 532 mil testes de diagnóstico de Covid-19 e, deste total, cerca de 15% dos testes foram realizados em março, 65% em abril e 20% já nos primeiros dias de maio”, afirmou a Ministra na última conferência de imprensa diária de informação sobre a Covid,  sublinhando que “desde o dia 1 de abril e até ao dia 30, foi feita uma média de cerca de 11.500 por dia”, número este que subiu para 13 mil diagnósticos diários entre 1 e 8 de maio.

Marta Temido referiu que “o dia em que foram realizados mais testes continua a ser 30 de abril, com 16.345 testes, mas houve já um conjunto de dias em que foram feitos mais de 15 mil testes”, nomeadamente nos dias 5, 6 e 7 de maio.

A Ministra lembrou que o apuramento de dados relativamente aos laboratórios privados tem algum desfasamento temporal, pelo que estes dados podem não estar completos e que os números podem vir a subir.

 

Doença Autoimune
Embora seja raro, o Lúpus na criança e no adolescente apresenta as mesmas características do lúpus d

O Lúpus é uma doença inflamatória autoimune, que pode afetar múltiplos órgãos e tecidos, como pele, articulações, rins e cérebro. Quando não tratada, pode pôr em risco a vida doente.

Embora seja mais raro na infância, estima-se que 1 em cada 200 000 crianças desenvolva a doença antes dos 16 anos.  Segundo a reumatologista Susana Rilhas Fernandes, o Lúpus surge em média aos 12 anos. Mais raramente, esta patologia pode surgir durante o primeiro ano de vida.  

"Aproximadamente 80% dos doentes são do género feminino", esclarece a especialista.

Causas

As causas exatas do lúpus permanecem desconhecidas. Sabe-se que existem genes de predisposição genética mas o desenvolvimento da doença depende da combinação de vários factores genéticos e ambientais. "A presença de um familiar com doença reumática aumenta o risco de desenvolver a doença mas não há uma transmissão de pais para filho", acrescenta a reumatologista 

Sintomas

No geral, as manifestações podem ser semelhantes na idade juvenil e adulta. No entanto, Susana Rilhas Fernandes adverte que "o Lúpus Juvenil tende a ser mais ativo e severo no momento do diagnóstico e pode afetar de modo significativo órgãos major como o rim, sistema nervoso central e sistema cardiovascular". De acordo com esta médica, "a forma juvenil também tende a ter mais alterações nas análises como anemia ou diminuição de leucócitos/plaquetas (envolvimento hematológico) e maior prevalência de anticorpos específicos da doença (envolvimento imunológico)".

Entre as principais manifestações, a especialista destaca:  

  • Constitucionais: febre, fadiga, anorexia, perda de peso, alopécia (perda de cabelo/ peladas) e linfadenopatias (aumento de gânglios linfáticos).
  • Muco-cutâneas: rash malar ou “em borboleta”, lesões na pele em outras localizações, úlceras orais ou nasais.
  • Músculo-esqueléticas: artralgias (dor) ou artrite (tumefação, dor e/ou limitação do movimento) de grandes e pequenas articulações como punhos, mãos ou joelhos.
  • Renais: pode ser uma manifestação grave e ocorre em 50 a 75% das formas juvenis, ocorrendo nos dois primeiros anos de doença. As manifestações podem variar da presença de proteínas ou sangue microscópico na urina a hipertensão arterial, edemas periféricos e insuficiência renal com necessidade de hemodiálise ou transplante renal.
  • Neurológico: pode ser uma manifestação grave e ocorre em 65% das formas juvenis, ocorrendo também nos dois primeiros anos de doença. Pode traduzir-se em dor de cabeça, alterações de humor, disfunções cognitivas, psicose ou convulsões.
  • Hematológico: anemia (diminuição de glóbulos vermelhos), leucopénia com linfopenia (diminuição de glóbulos brancos e linfócitos) ou diminuição de plaquetas.
  • Cardio-pulmonar: 30% dos doentes podem apresentar serosite, ou seja, acumulação de líquido à volta do pulmão (pleurite e derrame pleural) e coração (pericardite ou derrame pericárdico). Os sintomas incluem falta de ar, dor no tórax e aumento dos batimentos cardíacos.
  • Laboratoriais/ imunológicos: na presença das manifestações clínicas sugestivas da doença, os achados laboratoriais ajudam a confirmar a doença. O Lúpus é caracterizado pela produção de múltiplos anticorpos. Os mais comuns são os anticorpos antinucleares (ANA) que estão presentes em 95% dos doentes. Apesar disto, cerca de 10% de crianças saudáveis têm ANA, pelo que os anticorpos só deverão ser requisitados quando as manifestações são suspeitas. Os anticorpos dsDNA são mais específicos.

Diagnóstico

Os critérios de classificação utilizados são os SLICC (Sistemic Lupus International Collaborating Clinics) elaborados em 2012 e deve ter em conta as manifestações clínicas e laboratoriais características da doneça.  "Devem estar presentes 4 critérios (pelo menos 1 clínico e 1 laboratorial)", explica a médica. 

Tratamento

Segundo Susana Rilhas Fernandes, os cuidados a ter com uma criança ou adolescente com Lúpus envolvem "uma abordagem multidisciplinar que idealmente envolve o reumatologista, pediatra, nefrologista (nos casos de lúpus renal), psicologia e medicina física e reabilitação".

O tratamento farmacológico depende do tipo de envolvimento. "Em doentes com envolvimento cutâneo e articular, a base do tratamento são os anti-inflamatórios, hidroxicloroquina e metorexato", adiante. 

"Os casos de envolvimentos renal, neurológico e cardio-vascular habitualmente necessitam de tratamento com corticoesteroides orais ou endovenosos e agentes imunossupressores como azatioprina, micofenolato de mofetil, ciclofosfamida ou rituximab", explica acrescentando que "o Lúpus é uma doença crónica que tem tratamento mas não tem cura".

A sua evolução é caracterizada por remissões (fases em que a doença está estável ou “adormecida”) e agudizações.

Como a doença impacta a vida do doente

O doente com Lúpus está, enquanto adolescente, num período de transição típico ao qual acresce a mudança por ter uma doença reumática. O doente experimenta frequentemente mudança de escola, aquisição de novos amigos e colegas, alterações na aparência física. Existem pressões psicológicas novas associadas a este período, incluindo o tabagismo, álcool, drogas, namoro ou relação sexual, que terão de ser geridas com as pressões do diagnóstico de uma doença nova que será crónica.

Para além disso, manifestações da doença como rash malar, perda de cabelo, dor articular que impossibilitam por exemplo a escrita, tornam a adaptação à escola e as relações com os colegas e familiares mais difíceis.

Os efeitos adversos das medicações como os corticoesteroides em alta dose podem originar ganho ponderal, face arredondada, estrias ou acne, alterações da aparência física difíceis de gerir numa adolescente. Por isto, os adolescentes com Lúpus têm de bem orientados por equipas médicas e de enfermagem para que sejam cumpridores com a medicação e que sejam regulares nas consultas e aulas, para a boa evolução médica e escolar.

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Investigação
A Aliança do Plasma CoVIg-19, uma colaboração da indústria do plasma sem precedentes, estabeleceu recentemente uma colaboração...

Adicionalmente às empresas fundadoras - Biotest, BPL, CSL Behring, LFB, Octapharma e Takeda – a Aliança dá as boas-vindas a novos membros ADMA Biologics, BioPharma Plasma, GC Pharma, e Sanquin. Juntas, estas organizações vão contribuir para aconselhamento estratégico, técnico ou de materiais com o objectivo de acelerar o desenvolvimento e distribuição de uma opção potencial de tratamento para a COVID-19.

Em paralelo, a Aliança confirmou que vai trabalhar com o Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID), nos EUA, para testar a segurança, tolerabilidade e eficácia da terapêutica hiperimune em adultos doentes com COVID-19. Este estudo global irá iniciar no Verão e será a fundação para a potencial aprovação da terapêutica hiperimune.

“A terapêutica com imunoglobulina hiperimune tem o potencial para ser uma das primeiras opções de tratamento para a COVID-19, e esperamos trabalhar com o NIAID e as autoridades de saúde para trazer esta terapêutica o mais cedo possível aos doentes” afirmou Bill Mezzanotte, Presidente Executivo, Head de I&D, CSL Behring e Co-líder da Aliança do Plasma CoVIg-19. “Um dos objectivos da Aliança é ser um parceiro efectivo para instituições importantes como o NIAID e também ajudar a desenvolver uma estratégia de regulação coerente que possa dar confiança às autoridades globais de saúde para acelerar o processo de aprovações da terapêutica com imunoglobulina hiperimune para a COVID-19.” 

 Algo chave para este desenvolvimento é a colheita de plasma "convalescente". Para amplificar o conhecimento, a Aliança obteve o apoio de grandes companhias fora da indústria do plasma. Exemplos destes recursos incluem a Microsoft e a Uber Health. A Microsoft providencia apoio tecnológico, incluindo o site Alliance website e o Plasmabot para recrutar dadores. O Plasmabot simplifica o processo para o potencial dador rapidamente ganhar informação sobre o seu centro de colheita mais próximo da rede de membros. Em paralelo, a Uber Health concordou em doar 25,000 viagens para transportar os dadores elegíveis para e do centro de colheita de plasma. Estas viagens serão coordenadas através do centro de colheita de plasma directamente para as pessoas com marcações confirmadas.

“Parceria e colaboração são críticas para o sucesso do programa CoVIg-19,” disse Julie Kim, Presidente da Unidade de Negócio Terapias Derivadas de Plasma, Takeda, e co-líder da Aliança de Plasma CoVIg-19. “Temos agora plasma suficiente para começar a produção clínica, mas muito mais é necessário para assegurar a rapidez e escalabilidade. O envolvimento active e crescent de companhias líderes que não da indústria de plasma, que apoiam esta Aliança e as iniciativas de plasma “convalescente” – demonstra o potencial do plasma para combater esta crise de saúde pública. Juntos, todos partilhamos o mesmo objective – salvar vidas ao usarmos o plasma “convalescente” de diferentes formas.”

O sucesso do programa CoVig-19 depende em grande parte do apoio das pessoas em todo o mundo em doarem plasma “convalescente”. Encorajamos todos os que recuperaram da COVID-19 e que estão interessados em contribuir para o desenvolvimento do programa – ou outro – doando o seu plasma, a visitar o site website para mais informação.

Doença rara
A Associação Portuguesa para as Doenças Congénitas da Glicosilação e outras Doenças Metabólicas Raras (APCDG) acaba de lançar a...

De forma a celebrar o Dia Mundial da Consciencialização CDG (Doenças Congénitas da Glicosilação), que se assinala no próximo dia 16 de maio, a APCDG apresenta também a plataforma mundial CDG, que  pode ser conhecida através do site https://worldcdg.org e das respetivas redes sociais.

"O tema da campanha deste ano está fortemente relacionado com a recente situação da COVID-19 que todos nós enfrentámos. Mais do que nunca, a unidade, a generosidade, a solidariedade e a colaboração são cruciais para nos apoiarmos uns aos outros. #StandUnited4CDG veicula estes valores e objetivos.”, explica Rosália Félix, Fundadora da APCDG e mãe de uma paciente do CDG.

Estima-se que a forma mais comum das CDG (PMM2-CDG) tenha uma incidência de 1 em cada 20 mil pessoas, contando com um grupo de 140 doenças hereditárias que afetam a glicosilação, um processo pelo qual todas as células humanas acumulam açúcares de cadeia longa que estão ligados a proteínas ou lípidos (gorduras), essenciais para muitas funções biológicas. Estas doenças são altamente incapacitantes, com uma elevada taxa de mortalidade pediátrica e com um impacto negativo na qualidade de vida dos pacientes e das famílias, uma vez que a grande maioria destas doenças ainda não tem uma terapia.

“Tendo em conta o tempo em que vivemos, em que o distanciamento físico é uma estratégia essencial de combate a esta pandemia, não queremos que isso se traduza num distanciamento social ou num afastamento da comunidade. Queremos estar mais próximos do que nunca”, explica Rita Francisco, investigadora da rede CDG & Allies - Professionals and Patient Associations International Network.

Até 16 de Maio, a comunidade CDG incentiva as famílias, amigos, investigadores, clínicos e empresas desta comunidade a participar numa variedade de atividades que acabarão por acelerar os tratamentos e melhorar os cuidados prestados às crianças e aos adultos portadores de CDG. 

 

Diminuir riscos de transmissão
A Direção Geral da Saúde acaba de publicar orientações para os estabelecimentos de restauração e bebidas assegurando que “que...

De acordo com o documento, entre os procedimentos a adotar para a diminuição da transmissão por Covid-19, por parte das empresas, destaca-se a redução da capacidade máxima do estabelecimento (interior, incluindo balcão, esplanada), por forma a assegurar o distanciamento físico recomendado (2 metros) entre as pessoas, privilegiando a utilização de áreas exteriores, como as esplanadas (sempre que possível) e o serviço take-away.

A orientação estabelece ainda a necessidade de higienização das mãos com solução à base de álcool ou com água e sabão à entrada e à saída do estabelecimento por parte dos clientes, que devem respeitar a distância entre pessoas de, pelo menos, 2 metros e cumprir as medidas de etiqueta respiratória.

A DGS recomenda também que, sempre que possível e aplicável, seja promovido e incentivado o agendamento prévio para reserva de lugares.

A publicação refere também os procedimentos a adotar pelos colaboradores dos estabelecimentos de restauração e bebidas, nomeadamente a utilização de máscara durante o período de trabalho com múltiplas pessoas.   

 

Epidemia ainda não acabou
Foi durante a conferência de imprensa diária de atualização de hoje que António Lacerda Sales alertou que epidemia “não acabou”...

O Secretário de Estado da Saúde, aproveitou a ocasião para lembrar que o “regresso aos fluxos das nossas vidas não pode e não deve pôr em causa o caminho que foi feito até aqui com grande sacrífico pessoal de todos os portugueses”.

António Sales disse ainda que “nunca é de mais relembrar” que o sucesso “depende de todos e de cada um” e da “capacidade de respeitar o outro e as regras que se aplicam a todos”.

Em jeito de balanço, o governante informou que foram realizados mais de meio milhão de testes de diagnóstico de Covid-19 em Portugal, tendo sido feitos, em abril, uma média de cerca de 11.500 por dia.

De 1 a 6 de maio “a média foi de mais 12.400 testes por dia, pelo que se mantém a tendência do aumento de testagem”, adiantou.

Covid-19
Qual a importância do exercício físico para os doentes oncológicos? Quais os exercícios a praticar em casa? Quais os desafios?...

A iniciativa, destinada a doentes, familiares, cuidadores e profissionais de saúde, resulta da parceria entre a Associação de Investigação e Cuidados de Suporte em Oncologia (AICSO) no âmbito do programa ONCOMOVE®, NRN-LPCC, Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO) e Merck.

Com espaço aberto a questões do público, o objetivo deste webinar é a partilha de ideias, conceitos e informações, na voz de Ana Joaquim, Oncologista no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho e Presidente da AICSO, de Sofia Viamonte, Fisiatra e Diretora  do Centro de Reabilitação do Norte, de Eloísa Fernandes, Psicóloga Clínica do NRN-LPCC e de Alberto Alves, Fisiologista do exercício e Professor Auxiliar no Instituto Universitário da Maia. A moderação estará a cargo da jornalista Patrícia Matos.

Aceda ao webinar nas páginas do ONCOMOVE ou do Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro

 

 

Tumores
O cancro do ovário é uma neoplasia pouco frequente, mas que tem, de entre as neoplasias malignas esp

O Cancro do Ovário

Responsável por 4% dos cancros nos países industrializados, o cancro do ovário consiste no crescimento anormal de células de localização ovárica. De acordo com a oncologista Noémia Afonso, a maioria destes tumores (cerca de 85%) têm origem nas células de revestimento do epitélio dos ovários, sendo conhecidos como carcinomas epiteliais. “Estes podem ser de diferentes tipos, destacando-se: seroso, mucinoso, endometrioide, de células claras”.

Há ainda outros tipos de cancro, menos frequentes, com origem em células germinativas - tumores de células germinativas (disgerminoma, teratoma, coriocarcinoma, carcinoma embrionário) – ou em células do estroma (tumores da granulosa, tumores de Sertoli-Leydig).

Fatores de risco

Sabe-se que a incidência do cancro do ovário aumenta com a idade, ocorrendo a maioria dos casos após a menopausa e o maior fator de risco para cancro do ovário é a história familiar, onde se inclui ainda o cancro de mama. No entanto há outros fatores de risco que importa conhecer:

  • Endometriose
  • Menarca precoce e/ou menopausa tardia
  • Nuliparidade ou 1ª gravidez após os 30 anos
  • História de infertilidade
  • Obesidade
  • Uso de terapêutica hormonal de substituição

Segundo a oncologista, “nos fatores de risco hereditários, destaca-se a presença de mutações germinativas BRCA 1 ou BRCA 2, responsáveis por cerca de 10-15% dos cancros do ovário, e o Síndrome de Lynch”.

Sintomas

A maior parte dos casos de cancro nos ovários são detetados no decurso de um exame pélvico de rotina ou durante a avaliação de um vago desconforto abdominal, o que significa que, numa fase inicial, os sintomas podem ser pouco específicos e/ou pouco valorizados o que contribui para o diagnóstico tardio.

No entanto, entre as principais manifestações da doença destacam-se:

  • dor pélvica persistente
  • alterações do ciclo menstrual ou hemorragia vaginal anormal
  • distensão pélvica /abdominal,
  • queixas urinárias ou alterações do trânsito intestinal.

Em fases mais avançadas pode ocorrer:

  • aumento do volume abdominal
  • alterações do estado geral como cansaço
  • náuseas e/ou vómitos
  • diminuição do apetite
  • emagrecimento involuntário.

Diagnóstico

Como já se referiu, nos estadios iniciais o seu diagnóstico acontece, quase sempre, “acidentalmente” durante a realização de um exame ginecológico de rotina ou na investigação clínica e/ou radiológica de uma dor pélvica. Por isso é importante que esteja atento aos sintomas.

De acordo com a Liga Portuguesa Contra o Cancro, para realizar o diagnóstico o especialista poderá recorrer a:

Exame físico:  onde se avalia o estado geral do doente, pressionando o abdómen para verificar a existência de um tumor ou uma acumulação anormal de líquido (ascite). Pode ser retirada uma amostra de líquido para a identificação de possíveis células cancerígenas do ovário.

Exame pélvico:  o médico palpa os ovários e órgãos adjacentes para verificar a presença de “caroços” ou outras alterações de formato ou tamanho. O teste de Papanicolau faz parte do exame pélvico normal, mas não é utilizado para recolher células do ovário – Este “pode permitir a deteção do cancro do colo do útero não sendo, no entanto, utilizado no diagnóstico do cancro do ovário”.

Análises ao sangue:  o médico pode querer avaliar os níveis de várias substâncias, como o CA-125. De acordo com a LPCC, “o CA-125 é uma substância que se encontra na superfície das células cancerígenas do ovário e de alguns tecidos normais. Se a sua concentração for elevada, pode ser um sinal de cancro ou de outras perturbações. A análise do CA-125 não é utilizada no diagnóstico do cancro do ovário, mas este teste pode monitorizar a resposta ao tratamento do cancro do ovário e para detetar recidivas após o tratamento”.

Ecografia:  Para melhor visualização dos ovários, pode ser solicitada uma ecografia transvaginal.

Biópsia:  Com base nos resultados das análises ao sangue e da ecografia, o médico poderá sugerir a realização de uma cirurgia (laparotomia) para remover tecido e líquido da pélvis e do abdómen. Geralmente, é necessária uma cirurgia para diagnosticar o cancro do ovário.

Apesar da maioria das mulheres ser submetida a laparotomia para efeitos de diagnóstico, algumas são submetidas a um procedimento conhecido por laparoscopia em que é inserido um tubo fino e iluminado (laparoscópio), através de uma pequena incisão no abdómen. A laparoscopia pode destinar-se a remover um quisto pequeno e benigno, ou um cancro do ovário em fase precoce. Pode também ser utilizada para determinar se o cancro se disseminou.

Tratamento

Segundo Noémia Afonso, oncologista do IPO do Porto, a primeira opção de tratamento a considerar é a cirurgia. “No cancro do ovário a cirurgia consiste numa abordagem de citorredução máxima, ou seja, na remoção completa de todos os locais de tumor com o objetivo de, no final da intervenção, não ser identificada “doença residual”.  

A quimioterapia surge após a cirurgia para completar este tratamento, ou previamente se a cirurgia não for exequível, ou em casos de doença avançada.

Atualmente na prática clínica está também preconizada a manutenção com fármacos designados por inibidores da PARP, de administração oral, e particularmente eficazes na presença de mutação BRCA.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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