Tratamento
Trata-se de uma técnica minimamente invasiva para tratamento de hérnias dos discos, na região cervic

A dor lombar ou “dor de costas” é um dos sintomas com maior prevalência na população. Estima-se que cerca de 80% da população mundial, pelo menos uma vez na vida, apresente queixas de dores relacionadas com a coluna. Por vezes, é suficientemente intensa e incapacitante, com importante interferência na capacidade de trabalho e qualidade de vida.

As causas potenciais desta dor são diversas, tendo em consideração os elementos ósseos (as vértebras), os discos, os nervos, os ligamentos e as articulações vertebrais

Nas hérnias discais, a dor é secundária à doença dos discos (classificada na nomenclatura médica por “protrusões”, “procidências” ou “hérnias” discais), sobretudo nos segmentos lombar e cervical da coluna vertebral.

Os discos intervertebrais são estruturas flexíveis, localizados entre os corpos das vértebras que servem como “amortecedores”, permitindo movimentos da coluna, ao mesmo tempo que ajudam a absorver os impactos mecânicos e o peso do corpo.

Os discos intervertebrais podem deformar-se saindo parcialmente comprimindo e/ou provocando inflamações nas raízes nervosas e, originar para além de dor na coluna, dor nos segmentos dependentes das estruturas nervosas, traduzidos por dor, dormência ou fraqueza muscular no braço ou na perna (vulgo dor “ciática”). Nos casos mais graves, uma hérnia do disco pode comprimir os nervos que controlam a bexiga e o intestino, resultando em incontinência urinária e perda de controlo do intestino.

A mais recente inovação tecnológica

Recentemente, surgiu uma alternativa com taxas de sucesso elevadas que podem chegar aos 80% segundo estudos mais recentes: trata-se do laser eutérmico, que é aquele que mantém a temperatura do disco, sendo assim mais seguro.

O procedimento chama-se Nucleoplastia Percutânea por Laser Eutérmico, sendo uma técnica minimamente invasiva para tratamento de hérnias dos discos, na região cervical e lombar, e está a ser usado na Clínica PainCare.

Baseia-se na aplicação de uma fonte de laser de baixa temperatura através de uma fibra ótica introduzida por dentro de uma agulha, numa localização muito precisa do disco herniado, sob controlo de raio-x, sem lesão das estruturas perivertebrais e nervosas adjacentes.

Baseia-se na introdução de uma fibra ótica através de uma agulha no centro do disco intervertebral, cervical ou lombar sob controlo de um raio-x, específico para estes procedimentos, essa fibra ótica vai emitir um Laser de baixa temperatura, sem lesão das estruturas adjacentes como os músculos e outras estruturas, não havendo risco de fibrose periradicular.

O laser reduz a pressão do disco intervertebral levando a que a hérnia recue e volte a sua posição inicial, deixando de comprimir e inflamar a raiz nervosa. Também permite a regeneração do anel fibroso, reduzindo a possibilidade de recidiva, até agora não possível por nenhuma outra técnica minimamente invasiva, inclusive a cirurgia convencional.

Este tratamento é feito com uma sedação leve e com anestesia local numa sala preparada para o efeito com controlo de raio-x, em regime de ambulatório. Os resultados podem ser praticamente imediatos e o retorno à atividade profissional poder ser feita de forma rápida.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Inquérito Serológico Nacional
O Inquérito Serológico Nacional Covid-19, Promovido pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), em...

Desenvolvido pelos departamentos de Epidemiologia e de Doenças Infeciosas do INSA, o Inquérito Serológico Nacional Covid-19, constituído por 5 estudos epidemiológicos, irá permitir conhecer a prevalência de anticorpos anti-SARS-CoV-2 de modo a determinar a extensão da infeção na população residente em Portugal, assim como determinar e comparar a seroprevalência de anticorpos em grupos etários específicos. O estudo pretende ainda estimar a fração de infeções subclínicas e assintomáticas e monitorizar a evolução distribuição de anticorpos ao longo do tempo.

Para a concretização do primeiro estudo, serão selecionados 1.720 indivíduos com 10 ou mais anos de idade e 352 crianças até aos 9 anos de idade que recorram, durante as próximas três semanas, a um dos cerca de 100 laboratórios ou hospitais parceiros para a realização de análises laboratoriais de rotina. Além de autorizar a colheita adicional de uma pequena quantidade de sangue a ser analisada no INSA, a participação neste inquérito prevê ainda o preenchimento de um breve questionário para recolha de dados clínicos e epidemiológicos.

Os resultados deste primeiro estudo, que se constitui também como o estudo piloto deste inquérito serológico, vão ser conhecidos ainda durante o mês de julho.

Os estudos transversais subsequentes realizam-se cerca de cinco meses após o primeiro estudo e posteriormente de três em três meses até um ano (total de quatro estudos), podendo estes trabalhos de investigação ser ajustados de acordo com o curso da epidemia de modo a responder às necessidades de informação de cada momento.

A informação e as amostras recolhidas no âmbito do ISN Covid-19 serão codificadas no momento da recolha de modo a que os dados partilhados e divulgados não permitam a identificação individual do participante. A participação no inquérito não terá qualquer custo para os participantes, que poderão ter acesso aos seus resultados caso assim o entendam.

Todas as amostras vão ser processadas no Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios do INSA, onde são determinados os níveis de anticorpos contra o SARS-CoV-2 por análise laboratorial utilizando uma metodologia validada para este fim.

Dados DGS
Ao todo são 17549 pessoas que recuperaram da infeção provocada pelo novo coronavírus. Segundo o relatório publicado este...

Marta Temido aproveitou a conferência de imprensa que decorreu este fim-de-semana para explicar que o aumento no número de recuperados justifica-se com a contabilização de doentes curados que apenas estavam referenciados numa aplicação informática e que agora passam a ser dados como recuperados também através da plataforma Trace Covid-19.

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), a média do Rt para os dias 17 a 21 de maio foi de 1.01, o que quer dizer que cada pessoa infetada contagia, em média, uma pessoa. Registam-se, no entanto, pequenas variações regionais, sendo que no Norte o Rt foi de 0.97 e na região de Lisboa e Vale do Tejo e no Centro foi de 1.02.

Este valor, explicou Marta Temido, “deve ser calculado de acordo com o avanço da epidemia e mede a transmissão ao longo do tempo”. “Em Portugal, desde o início da pandemia de Covid-19, a nossa estimativa de Rt já variou entre 0.81 e 2.33”, concluiu a Ministra da Saúde.

 

 

 

Regresso à rotina
As creches acabam de reabrir depois de os bebés terem estado dois meses em casa.

O medo coletivo, aliado à imperativa e vigilante prevenção, irá causar um período de adaptação caracterizado por três fases principais, relacionadas com as fases de preparação e resposta das famílias, nesta etapa que se avizinha de regresso às creches pós-confinamento: uma primeira fase de alarmismo, questionamento, dúvida e inquietude, de alerta-vermelho permanente; a fase da acalmia e da habituação a rotinas do dia-a-dia, que se verificam como funcionais e eficazes; a fase do relaxamento e da deslembrança motivados pela secundarização do medo, em primazia da busca de afetos e de necessidades, sem filtros ou impedimentos.

As principais preocupações dos pais prendem-se com a insegurança quanto à execução de medidas de limpeza, higiene, segurança, descontaminação e distanciamento, por parte dos agentes escolares, que interagem diariamente com os seus filhos e que são os principais responsáveis na precaução do risco pela transmissão vírica.

Prendem-se também com o impacto psicológico que poderá causar nos filhos a presente realidade, impeditiva de grandes e demoradas manifestações de proximidade e castradora de reações infantis espontâneas, sob pena da ocorrência de reprimendas incitadoras de códigos de conduta subordinados à sobrevivência num mundo doente. Apesar de as crianças mais novas não serem consideradas um grupo de risco para a COVID-19, e de serem também a faixa etária que apresenta menos complicações face a esta doença, o grande perigo são os assintomáticos que se poderão tornar veículos silenciosos de propagação do vírus. Os pais desconfiam e duvidam: será que existe uma forma de garantir a segurança das crianças desta idade? As instalações estão realmente preparadas para a reabertura com novas medidas de proteção de alunos e funcionários? Existem recursos humanos e materiais suficientes e suficientemente bem formados? A abertura das instituições vai aumentar a propagação do vírus e o meu filho poderá vir a ser um dos futuros contaminados?

As creches são lugares de afetos, de proximidade, de descoberta do mundo com a presença do outro, com o corpo, sobretudo a boca e as mãos. Pegar ao colo, olhar nos olhos, comunicar através da expressão facial, do toque são afetos que asseguram e consolidam as interações e o vínculo entre crianças e educadores e asseguram um desenvolvimento psiconeurológico salutar. Por isso, devemos reconhecer que, devido às características destas respostas e à maior dificuldade em aderir às medidas preventivas por parte das crianças deste grupo etário, existe potencial de transmissibilidade de SARS-CoV-2 nas creches, creches familiares e amas. Todavia, os pais devem manter-se informados, entre si em grupos de partilha de informação online, junto de fontes de informação credíveis e junto da comunidade escolar, no sentido de existir conciliação de procedimentos na articulação creche-casa (e vice-versa) e entre os vários elementos que compõem o grupo escolar, para que as famílias se sintam capazes de uma tomada de decisão informada e consciente.

Tendo em conta a idade das crianças (0-3 anos), irão comportar-se dentro dos limites físicos e de regulação comportamental permitidos e implementados pelos educadores e auxiliares e à forma como estes exercem uma atitude, ou distanciada, ou conscienciosa, perante esta nova normalidade. As crianças precisam de sentir controlo e confiança na atitude dos adultos que as querem proteger, que são capazes de criar condições para que se sintam seguras e que não acontece nenhuma desgraça se, no meio da brincadeira, derem as mãos ou até um beijo ou um abraço a um amigo. Não podemos estar à espera que crianças desta idade andem de máscara, se distanciem cerca de 2 metros dos colegas, respeitem as marcas de sinalização vincadas no chão, ou lavem as mãos antes e depois de tocarem numa superfície. Perante o impedimento de uma ação que era tida como habitual para a criança, p. ex. gatinhar entre diferentes espaços ou pegar aleatoriamente nos brinquedos e objetos, poderá reagir com choro, birra ou reação agressiva. No entanto, as crianças manifestam uma elevada capacidade de adaptação, primeiramente vão estranhar as máscaras, mas depois vão abstrair-se, vão conquistar o seu espaço perante um sem-número de cuidados e ralhetes, mas irão também aprender a relativizar e integrar os novos comportamentos. As crianças apoiam-se entre elas e irão revelar capacidade de ser ajustar dentro das novas dinâmicas planeadas pelos educadores e auxiliares.

É normal que as crianças manifestem níveis mais elevados de stress, agitação, irritabilidade e instabilidade no sono e na alimentação, sobretudo depois de um longo período de confinamento, junto das principais figuras de vinculação. As crianças da creche não percebem o porquê de não se poderem abraçar e tocar ou pedir colo e mimos e nem devem ser ensinadas a proceder de forma oposta àquela que é genuína da natureza humana. Uma criança de máscara não consegue brincar livremente, porque está a assumir uma responsabilidade que não é sua.

Se vamos ter que viver com o vírus durante muito tempo, então mais do pensar em não o contrair, precisamos de pensar em não o deixar destruir a nossa saúde mental, sobretudo, a daqueles que não se sabem defender.

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Falta de comparticipação
A linha telefónica gratuita 1400 começou esta segunda-feira a informar os cidadãos quanto aos serviços farmacêuticos em risco...

Com a Pandemia COVID-19, as farmácias comunitárias estão a dispensar medicamentos a milhares de doentes com cancro, sida, esclerose múltipla e outras doenças, que antes eram forçados a deslocar-se aos hospitais. Há casos de doentes dos Açores e do Algarve que faziam deslocações regulares a Lisboa. A primeira experiência em que foi dada aos doentes a liberdade de escolher a sua farmácia abrange 150 doentes com VIH-Sida. Começou há quatro anos, mas até ao momento o Estado não investiu um único cêntimo no serviço, apesar da satisfação manifestada pelos utentes e as suas associações representativas.

 As 160 farmácias filiadas na Associação de Farmácias de Portugal (AFP) também vão suspender a sua atividade na próxima quarta-feira, entre as 15h e as 15h23, juntando-se às 2.750 da Associação Nacional das Farmácias. A plataforma de dispensa de receitas médicas eletrónicas será suspensa durante os 23 minutos reservados pela Assembleia da República para debater a petição “Salvar as Farmácias, Cumprir o SNS”.

 

Covid-19
O Health Cluster Portugal (HCP) está a dinamizar o projeto CovidVentilSupport, uma solução integrada para suporte clínico...

Esta solução digital integra uma plataforma de conteúdos técnicos online e uma linha telefónica dedicada para esclarecimento de questões relacionadas com ventiladores. Desta forma, os profissionais de saúde têm a oportunidade de obter formação e esclarecer dúvidas sobre a operação destes equipamentos de forma remota, recorrendo a uma bolsa de médicos especializados nos diferentes modelos disponíveis. No Serviço Nacional de Saúde existem ventiladores de diversos fornecedores e modelos, tornando complexa a rotatividade na sua operação.

A utilização dos equipamentos de ventilação mecânica invasiva, que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, se prevê necessária em cerca de 5% dos casos da COVID-19, requer recursos humanos adequadamente habilitados e treinados, num processo que pode ser longo e exigente. De acordo com Patrícia Patrício, Knowledge and Intelligence Manager do HCP, “este projeto surgiu como resposta a uma necessidade transversalmente identificada pelos profissionais de saúde na linha da frente do combate à COVID-19 - a da operação de ventiladores - numa altura em que se colocava a possibilidade de exaustão de recursos humanos devidamente treinados. No atual contexto a utilidade desta solução continua a ser validada pelos profissionais enquanto ferramenta instrumental de prevenção para eventuais novas vagas, por exemplo.”

Os testes de implementação do projeto estão a ser desenvolvidos pelo 2CA-Braga e envolvem profissionais de saúde que estão a colaborar com o Centro de Medicina Digital P5, responsável pelo desenvolvimento da solução integrada. O projeto foi recentemente financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian no âmbito do Fundo de Emergência COVID-19.

O HCP, no seu papel de agregador das entidades do setor da saúde, e tendo a área da saúde digital como uma das suas apostas estratégicas, foi capaz de, também neste contexto da pandemia de COVID-19, promover sinergias entre muitos dos seus associados, nos domínios das tecnologias médicas e de saúde digital para responder às necessidades identificadas no âmbito da COVID-19.

O projeto é promovido pelo HCP e desenvolvido pelo Centro de Medicina Digital P5 e 2CA-Braga, contando ainda com a participação dos parceiros, associados do HCP, Fraunhofer Portugal, Promptly, Centro Hospitalar Universitário São João, Plux, Medtronic e HealthySystems.

Estudo
O artigo sobre “Marcadores séricos de ativação de células B na gravidez durante o fim da gestação, parto e período pós-parto”,...

Este ranking agora revelado destaca a elevada qualidade do artigo e da investigação que está na sua base - um estudo inovador por ter sido o primeiro a reportar aumentos em vários marcadores de ativação de células B, como o BAFF, durante a gravidez e no período pós-parto.

De acordo com Jorge Lima, Coordenador da Unidade de Alto Risco Obstétrico do Hospital CUF Descobertas e um dos investigadores deste estudo, “é um motivo de orgulho para a nossa Unidade poder fazer investigação translacional, uma vez que a atividade de investigação é algo que deve ser indissociável da parte clínica, especialmente quando os resultados beneficiam a mesma”.

Uma gravidez bem-sucedida requer uma grande regulação do sistema imunológico materno, sem comprometer o seu papel na proteção da mãe ou do feto. As células B desempenham um papel importante na gravidez porque são essenciais para a atividade imunológica/produção de anticorpos, que também estão implicados na evolução normal da gravidez. No entanto, as células B, através da produção de autoanticorpos, podem estar envolvidas em complicações obstétricas, como a perda gestacional, a pré-eclâmpsia, a restrição do crescimento intrauterino, e o parto pré-termo.

“A descoberta mais óbvia a emergir deste estudo é que a ativação das células B é um evento imunológico na gravidez, mas que continua no período pós-parto afetando a secreção de várias classes de anticorpos, o que pode explicar o aparecimento ou agravamento de algumas doenças autoimunes no pós-parto”, revela Jorge Lima.

Este estudo fornece também informações importantes sobre o papel dos linfócitos B na imunomodulação da gravidez normal e pode explicar a suscetibilidade às infeções observada na gravidez.

Jorge Lima, relembra ainda que “outra implicação teórica deste estudo é que o papel da placenta como órgão imunológico pode ser importante para uma investigação mais aprofundada no contexto de doenças autoimunes, tais como o Lupus Eritematoso Sistémico, que além de terem um aumento de surtos na gravidez estão muitas vezes associadas a desfechos obstétricos adversos, como perda gestacional, a  restrição de crescimento fetal, a pré-eclâmpsia e o parto prematuro”.

Este artigo está entre os mais lidos no American Journal of Reproductive Immunology .

Webinar
A Associação Portuguesa de Cirurgia Ambulatória (APCA) vai promover uma sessão online gratuita, no próximo dia 4 de junho,...

“O Ministério de Saúde Espanhol para além da atividade cirúrgica programada em regime de internamento, prepara-se também para retomar a Cirurgia de Ambulatório. Com esta iniciativa online pretendemos que sejam discutidos os consensos comuns aos da APCA e apontar as diferenças que existem na estratégia implementada pelo Ministério de Saúde Espanhol”, explica Carlos Magalhães, presidente da APCA.

E acrescenta: “O documento “Recomendações Nacionais - Retorno da Atividade Cirúrgica na Era Covid-19”, que contou com o contributo de várias associações e sociedades científicas, tem como objetivo reunir regras, estratégias e metodologias a adotar em todas as etapas do processo da Cirurgia Ambulatória: pré-operatório, admissão de doentes nas unidades de cirurgia ambulatória, peri-operatório, recobro/alta e pós-operatório. Porém, verificámos que Espanha adotou algumas medidas diferentes.

O Webinar que tem como tema “A Retoma da Atividade Cirúrgica na Era COVID – Experiência de Portugal e Espanha” conta com várias Sociedades Científicas de Portugal e Espanha, nomeadamente Carlos Magalhães, Presidente da APCA, Silva Pinto, Vogal da APCA de Lisboa, Célia Castanheira, Secretária da APCA do Porto, que serão os moderadores da sessão que contará com palestras, entre outros, dos Presidentes da Sociedade Portuguesa de Cirurgia, Gil Gonçalves, e da Asociación Española de Cirujanos (AEC), Salvador Morales.

Para mais informações e inscrições, consulte: http://bit.ly/webinarapca2.

 

XIX Congresso de Nutrição e Alimentação
Nos dias 9 e 10 de setembro realiza-se o XIX Congresso de Nutrição e Alimentação, no Centro de Congressos de Lisboa, que...

Entre outros temas, vão ser debatidos o Impacto da COVID-19 na vida dos portugueses e as alterações provocadas na alimentação e no estilo de vida, bem como os desafios da alimentação para uma população em crescimento e da adoção de dietas saudáveis de baixa pegada de carbono, com o objetivo de alcançar o desenvolvimento sustentável e a estabilidade climática.

Temas abordados por especialistas das áreas da Alimentação, Saúde Pública e Sustentabilidade Alimentar. Destacam-se nomes como Maria João Gregório, Diretora do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direção-Geral da Saúde, Henrique Barros, Presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, Conceição Calhau, professora da NOVA Medical School, Vítor Hugo Teixeira, da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, entre muitos outros.

Durante dois dias serão debatidos não só os principais desafios atuais, mas sobretudo qual caminho a traçar para se implementarem medidas necessárias para construir um amanhã assente numa sociedade mais sustentável e consciente do valor da saúde do planeta e do impacto da alimentação na saúde da população.

 

 

Entrevista
Apesar de as complicações cardiovasculares serem uma das principais causas de morte entre os doentes

A doença cardiovascular é a principal causa e morbilidade e mortalidade na diabetes, nomeadamente na diabetes tipo 2. É, contudo, uma doença subavaliada e subdiagnosticada, logo subtratada. O que pode explicar a falta de diagnósticos ou o diagnóstico tardio?

Adianto dois motivos. O primeiro. O foco glucocêntrico. Estamos muito focados no controlo da glicemia, quer médicos quer as pessoas com diabetes. O médico com a HbA1c e o doente com os valores das “picadas”. Sendo a prioridade “glucocêntrica” é mais difícil a orientação de esforços para as outras faces da diabetes como a doença cardiovascular. O segundo. A dificuldade diagnóstica da DCV. Os meios mais acessíveis detetam já em estádios mais avançados, logo, para a maioria da pessoa com diabetes, a DCV está distante, apesar de provavelmente já estar a viver com ela.

Como é a doença cardiovascular nos diabéticos? Quais a principais complicações?

Numa palavra, Insidiosa. A principal complicação é como todos sabemos a morte. Lentamente a aterosclerose vai entupindo os leitos vasculares até que algum órgão nobre sofra e sucumba, e aí temos o enfarte do miocárdio, o acidente vascular cerebral, a falência renal…

Quais os fatores de risco para o desenvolvimento de doença cardiovascular em pessoas com diabetes?

A aterosclerose na diabetes é mais acelerada pois as “gorduras do sangue” de uma pessoa com diabetes acumulam-se com maior facilidade. Mas temos de nos lembrar que uma pessoa com diabetes pode ter também outros problemas, genéticos, comportamentais que aceleram o processo, tais como hipertensão, tabaco, sedentarismo… e a idade, pois quanto maior a idade, mais tempo as “gorduras” tiveram para se depositarem

Quais os sintomas associados às doenças cardiovasculares a que as pessoas com diabetes devem estar atentas?

Lembro duas que sendo frequentes são muitas vezes negligenciadas. A impotência sexual que pode significar o entupimento dos pequenos vasos sanguíneos do pénis. Há que estar atento pois pouco tempo após ocorrer impotência poderão vir entupimentos de vasos maiores como os cardíacos e ocorrer um enfarte. A “doença das montras” também é um caso interessante. Falo da doença arterial periférica em que a pessoa ao caminhar seguidamente tem dor intensa na “barriga das pernas”, mas se andar pouco de cada vez, como “quem vai ver as montras” a doença pode não se mostrar. O sedentarismo esconde esta doença! Atenção, se ocorrer dor na região dos gêmeos enquanto se caminha há que descartar a doença arterial periférica.

Estudos randomizados e observacionais mostram que a prevalência da doença coronária nos diabéticos é, no sexo masculino, cerca do dobro em relação aos não diabéticos. No sexo feminino, sobre para 4 a 5 vezes. O que explica que as mulheres diabéticas tenham maior probabilidade de desenvolver esta doença?

Estes dados fazem-nos estar alerta para o risco de doença coronária, ou seja, enfarte e doença anginosa, nas pessoas com diabetes. E pensar que as mulheres após a menopausa passam a ter risco aumentado pois perdem algum efeito protetor das hormonas.

Na mulher as manifestações são mais graves e a mortalidade maior. As causas são:

  • As queixas da mulher são menos típicas, por isso a mulher é menos estudada e a doença é identificada tardiamente.
  • Os fatores de risco cardiovascular são menos valorizados na mulher, o que leva a que não sejam devidamente tratados e corrigidos;
  • As artérias mais finas e a maior tendência para as hemorragias na mulher aumentam as complicações dos tratamentos.

Que doentes devem ser investigados e como se identificam os doentes assintomáticos?

A resposta é fácil, todos, pois todo o doente com diabetes tem alto risco para doença cardiovascular. A dificuldade é como e quando. Sem sintomas é difícil, mas quem tem diabetes há mais anos, colesterol elevado, história de tabaco, hipertensão arterial… tem mais risco e tem de estar atento a sintomas e disposto a tratar de si, cumprindo as orientações dos profissionais de saúde e fazendo as vigilâncias regulares.

Quais os principais cuidados, ou alterações ao estilo de vida, que estes doentes devem ter para prevenir o desenvolvimento da doença cardiovascular?  

Diria “Corpo são, mente sã”. Na USF João Semana temos um programa em conjunto com a Câmara Municipal de Ovar de “caminhadas orientadas” por professores de educação física, 2 vezes por semana, em que de forma descontraída, as pessoas com e sem doenças, se juntavam (até à era da COVID) para dar saúde ao corpo e à mente. Exercício na diabetes reduz a resistência à insulina, reduz a inflamação vascular e tem efeito benéfico na aterosclerose. O Homem é um “animal social” e deve socializar com atividades físicas, pois socializar à mesa é agradável, mas potencialmente fatal!

Qual o papel do médico de família nesta relação tão perigosa associada à diabetes?

A equipa de saúde dos CSP (médico e enfermeiro) são os treinadores da maratona da vida. Não vão correr com a pessoa, mas estão lá para dar as orientações, a motivação e o abraço, a repreensão e o ombro amigo, mas quem corre e correrá será sempre a pessoa com diabetes.

Quais as principais dificuldades no controlo da diabetes e prevenção de comorbilidades, no âmbito dos cuidados de saúde primários?

A diabetes trata-se com 4 coisas, alimentação, exercício, medicação e o QUERER. A doença é “chata” pois interfere com hábitos e gostos, e ainda por cima, é crónica. O “QUERER mudar” e o “QUERER manter a mudança” são os principiais problemas pois a medicina que temos hoje em Portugal: acesso, profissionais e terapêutica inovadora, conseguem fazer qualquer pessoa com diabetes correr a maratona da vida sem cair.

Que mensagem gostaria de deixar no âmbito desta temática?

Nos cuidados de saúde primários temos uma ferramenta de monitorização, BICSP, que mostra que, a nível nacional só cerca de 35% das pessoas com diabetes têm o colesterol mau (LDL) abaixo de 100mg/dL (atenção que a maioria das pessoas com diabetes deverão ter abaixo de 70). Temos de ser mais exigentes! O valor de referência nos boletins de análises não se deve aplicar neste assunto do colesterol e diabetes!!! Para reduzir a doença cardiovascular na pessoa com diabetes é obrigatório que médicos e doentes tratem as “gorduras” como tratam o “açucar”. Devem QUERER baixar o colesterol até ao alvo ideal. O primeiro passo é saber qual o alvo ideal para cada pessoa. QUEIRA saber o seu e atinga-o com precisão.

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APDP compara situação em Portugal
A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) alerta para os resultados de uma avaliação do Serviço Nacional de...

“A pandemia da COVID-19 afeta todos de forma diferente e este é mais um estudo que veio demonstrar que há evidência de um maior risco de morte e morbilidade nas pessoas com diabetes. A APDP tem estado na linha da frente para encontrar novas soluções e para conseguir manter um acompanhamento regular de todos as pessoas com diabetes. Afinal, pensa-se que o risco de pessoas com diabetes face à COVID-19 está em linha com o risco adicional analisado com outras infeções, como, por exemplo, a pneumonia. Deriva da diminuição da capacidade de resposta à infeção com a descompensação da diabetes” refere José Manuel Boavida, presidente da APDP.

O estudo realizado no Reino Unido revela que a mortalidade aumenta com a idade (a percentagem abaixo dos 40 é diminuta) e que a taxa geral de pessoas com diabetes duplicou durante o período inicial de pandemia, principalmente em comunidades mais carenciadas. E que, tanto na diabetes tipo 1 como na tipo 2, as pessoas com doença renal preexistente e insuficiência cardíaca estavam em maior risco.

José Manuel Boavida defende que este estudo não pode ser negligenciado e afirma que “estes dados comprovam a grande preocupação da APDP com as pessoas com diabetes em que, apesar de não terem maior probabilidade de contrair infeção por SARS-Cov-2, apresentam maior risco de complicações se infetadas. O NHS do Reino Unido adotou uma série de medidas como a criação de uma linha de apoio, alargou as medidas de apoio às pessoas com diabetes, e desenvolveu ferramentas digitais para ajudar as pessoas a gerirem a diabetes durante a pandemia. Medidas que a APDP já adotou desde o início do confinamento” e menciona que “a comunidade inglesa vai também receber apoio adicional para a autogestão da diabetes, através de serviços de educação online. Precisamos deste apoio, interesse e envolvimento por parte do Serviço Nacional de Saúde. Estamos disponíveis para lançar um programa de educação nos cuidados primários para todos os novos diagnosticados: o ABC Diabetes”

“Desde o início da pandemia que a APDP implementou um sistema de teleconsultas, contactos diários aos seus utentes para dar uma palavra de conforto, elaborou um manual de apoio para as pessoas com diabetes após resultado positivo de COVID-19, um manual com as mesmas indicações partilhadas atualmente pelo NHS do Reino Unido, criou a Linha de Apoio Diabetes (21 381 61 61) para prestar aconselhamento especializado, criou um serviço domiciliar de entrega de medicamentos e forneceu as ferramentas necessárias para a autogestão de cuidados”, afirma João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP.

Estudo
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) está a promover um estudo para avaliar o impacto da Covid-19 na saúde...

Os dados obtidos vão permitir definir recomendações que contribuam para a melhoria de respostas dos serviços de saúde aos problemas de saúde mental das populações.

Coordenado pelo Departamento de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças Não Transmissíveis do INSA, o projeto «Saúde Mental em Tempos de Pandemia (SM-COVID19)» pretende avaliar aspetos considerados relevantes em saúde mental, como bem-estar geral, auto-percepção do estado de saúde, stress, ansiedade, depressão, stress pós-traumático, consumos e adições, resiliência, presentismo, burnout e acesso aos serviços.

Segundo o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, a recolha de dados do projeto vai ocorrer em três momentos distintos, entre maio e julho, através do preenchimento de um questionário online, disponível no site do projeto.

Composto por 52 itens, o questionário não demora mais de 20 minutos a preencher, e é “garantida a confidencialidade e a anonimização de todas as respostas”, assegura o INSA. Ao longo do trabalho, vão ser disponibilizados dados e análises preliminares no site do projeto.

Desenvolvido em colaboração com o Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e com a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, este estudo vai também identificar fatores de proteção e/ou fragilização da saúde mental e bem-estar, através de questões sobre a situação individual face à pandemia, conciliação trabalho-família, situação face ao trabalho e rendimento, desempenho profissional e segurança laboral, atividades de lazer e estilos de vida e expectativas face ao futuro.

A pandemia de Covid-19 tem impacto na saúde mental e bem-estar, podendo conduzir a ansiedade e depressão ou eventualmente ao suicídio, assim como ao aumento de vulnerabilidade social. De entre os fatores que conduzem à fragilização da saúde mental incluem-se medo, isolamento, frustração, falta de bens essenciais, informação desadequada, perda de rendimentos ou do emprego e estigma, destaca o INSA.

Universidade de Coimbra
Com a possibilidade de se recorrer a aplicações móveis (apps) para auxiliar no combate à pandemia de COVID-19, é possível...

Apesar dos riscos inerentes à utilização destas tecnologias, se forem devidamente observadas as regras éticas já desenvolvidas e recomendadas pela União Europeia, no final, acredita, toda a sociedade ganha com a interrupção das cadeias de transmissão e a limitação da propagação do vírus.

No estudo intitulado “Questões ético-jurídicas relativas ao uso de apps geradoras de dados de mobilidade para vigilância epidemiológica da Covid-19. Uma perspetiva Europeia”, Alexandra Aragão contextualiza a Recomendação (UE) 2020/518 da Comissão Europeia relativa à utilização de tecnologias e dados para combater a COVID-19 através de aplicações móveis e da utilização de dados de mobilidade anonimizados, de 8 de abril de 2020, e apresenta os requisitos desejáveis dessas apps na União Europeia.

Face à crise pandémica, a especialista da FDUC considera que as aplicações móveis que produzem dados de mobilidade anonimizados e agregados para auxiliar as autoridades públicas competentes nos seus esforços de contenção da propagação do vírus «são muito vantajosas, ajudando a compreender a forma como o vírus se propagará, avaliar a eficácia das medidas de distanciamento social, modelizar a dinâmica espacial das epidemias (limitações de deslocamentos, encerramentos de atividades não essenciais, confinamento total, etc.) e modelizar também os efeitos económicos da crise».

Para os cidadãos, salienta, as vantagens da utilização de apps multifuncionais «são igualmente significativas. Por exemplo, as funções de autodiagnóstico e de controlo de sintomas podem ser especialmente importantes para a estabilização emocional dos utilizadores infetados ou com receio de o estarem. As funções de alerta e de rastreio através de dados de proximidade (bluetooth) podem desempenhar um papel fundamental na identificação de contactos sociais».

Portanto, acrescenta, «o “se” da aceitação das novas tecnologias de comunicação para alcançar os mais importantes desígnios sociais, como a proteção da saúde, não parece estar em discussão. Aquilo que está em causa são as condições de segurança na produção, acesso e utilização da informação produzida, processada, armazenada e transmitida».

Por isso, no que concerne aos riscos resultantes da produção de dados pessoais e de localização por aplicações móveis ligadas a redes de vigilância epidemiológica, a também docente da FDUC sublinha que «o risco mais grave é a cibercriminalidade entendida em sentido amplo».


A investigadora Instituto Jurídico da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (FDUC), Alexandra Aragão

No entanto, os riscos decorrentes do uso de aplicações móveis ligadas a redes de vigilância epidemiológica «são uma realidade comum a outras aplicações, plataformas ou serviços digitais que contenham ou possam aceder a informações pessoais, como o Tinder, o Find my friends ou o Snapchat, todas elas já existentes, instaladas no mercado e com milhões de utilizadores».

A investigadora nota que estão em causa vários direitos fundamentais, tais como a liberdade de reunião (se a app for usada para detetar antecipadamente agrupamentos de pessoas); liberdade de deslocação (para sinalizar trajetos ou destinos desaconselháveis); intimidade da vida privada (se a app for usada para identificar comportamentos indesejáveis, nomeadamente de proximidade social); dignidade humana (se o confinamento puser em causa o acesso à alimentação ou outros direitos fundamentais).

Por tudo isto, percebe-se a «preocupação da União Europeia com a segurança dos sistemas e a confiança dos utilizadores», refere Alexandra Aragão, realçando que os princípios que a Comissão Europeia apresentou no passado mês de abril relativos às aplicações móveis de alerta e prevenção da COVID-19 «pretendem assegurar que as tecnologias de geolocalização e de comunicação digital garantem um ambiente confiável no qual os cidadãos têm poder de decisão sobre os dados que fornecem online e offline».

Considerando todas as regras estabelecidas na Recomendação (UE) 2020/518, a especialista conclui que «todas as condições estão reunidas para avançar, com segurança e confiança, para o futuro, o nosso futuro digital comum».

Iniciativa
Com esta paragem simbólica de 23 minutos, as farmácias alertam a sociedade portuguesa e o poder político sobre a urgência de...

É já na próxima 4ª feira, pelas 15 horas, que as farmácias vão suspender o seu funcionamento durante os 23 minutos reservados pela Assembleia da República para debater a petição “Salvar as Farmácias, Cumprir o SNS”. A plataforma informática de dispensa das receitas eletrónicas ficará 23 minutos inativa.

Entre segunda e quarta-feira, a linha telefónica 1400 irá esclarecer os cidadãos quanto aos serviços farmacêuticos que terão de ser suspensos por falta de comparticipação do Estado. As chamadas são gratuitas e os portugueses poderão continuar a usar esta linha para fazer as suas encomendas de medicamentos.

De acordo com a nota de imprensa, na última década, “a rede de farmácias tem sido alvo de uma série de medidas de austeridade que conduziram ao colapso da sua sustentabilidade económica”.

Segundo os dados avançados pela ANF, “há 702 farmácias alvo de processos de penhora e de insolvência, o que corresponde a 24% da rede”.

O Estado tem iniciado várias experiências de serviços farmacêuticos críticos para a Saúde dos portugueses, “mas esses processos arrastam-se no tempo, sem decisão ou qualquer investimento público”.

Há ainda 250 doentes com VIH-Sida seguidos há quatro anos nas farmácias comunitárias sem que o Estado assuma qualquer responsabilidade por esse serviço, avança a ANF que com esta iniciativa pretende apelar ao Estado pela manutenção dos serviços prestados à população.

“A indecisão do Estado deixa os farmacêuticos comunitários entre a espada e a parede. Por um lado, a sua consciência profissional impede-os de deixar de servir um único doente. Por outro, a sobrevivência das farmácias proíbe-os de continuar a prestar serviços gratuitamente, sem qualquer comparticipação por parte do Estado”, declara Paulo Cleto Duarte, presidente da ANF, que reúne 2.750 farmácias.

Tudo o que precisa saber
Os primeiros implantes dentários, aplicados em humanos, foram feitos pelo Prof. Dr.

O que é afinal um implante dentário?

Os nossos dentes, são constituídos fisicamente, por 2 partes:

  • coroa dentária - a porção visível do dente, com as suas possíveis variações de tamanho, cor ou posição;
  • raiz dentária - a porção invisível do dente, coberto por osso e gengiva;

Se a coroa do dente estiver destruída, mas se a sua raiz for viável, procedemos à recuperação do dente, aplicando uma coroa cerâmica personalizada feita em laboratório que será colada à raiz do dente e que restitui a forma e a função.

Por outro lado, se destruição do dente for tão grande que não é viável aproveitar a raiz do dente teremos de proceder à sua extração. Posteriormente, a única maneira do paciente voltar a ter um dente fixo é recorrendo à aplicação de uma “raiz artificial”, denominada implante dentário. Este tem um corpo com uma forma semelhante a um parafuso de titânio que se “enrosca” dentro do osso e uma cabeça com um sistema de conexão que permite conectar a futura coroa cerâmica.

Colocar um implante dói muito?

É um MITO. Existem três fatores que contribuem para que um paciente possa dizer que colocou implantes dentários sem sentir qualquer tipo de dor.

  • Anestesia - Em primeiro lugar, o procedimento cirúrgico para a colocação de implantes dentários é sempre acompanhado de anestesia local. Dessa forma, é possível garantir que o paciente não sente absolutamente nada durante a cirurgia.
  • Técnica cirúrgica - Além do apoio da anestesia, o protocolo clínico seguido pelos médicos dentistas também é fundamental para o bem-estar do paciente. E, hoje em dia, são sempre feitas várias técnicas cirúrgicas de minimização do trauma.
  • Protocolo de medicação - Por fim, a medicação pós-operatória também é fundamental. Os pacientes que colocam implantes dentários seguem sempre um protocolo de medicação receitado pelo médico. E, se cumprirem esse protocolo, não vão sentir qualquer tipo de dor, desconforto ou mal-estar geral.

Qual é a duração de um implante?

O implante dentário tem todas as condições para ser a solução mais duradoura, no que diz respeito a substituição de dentes.

Se forem usados implantes de qualidade e se o paciente seguir estritamente os cuidados pós cirúrgicos dados pelo seu dentista, tais como a higiene oral, manutenções e restrições alimentares, o implante dentário terá uma longevidade maior do que qualquer outro tratamento dentário.

Os primeiros implantes dentários, aplicados em humanos, foram feitos pelo Prof. Dr. Per-Ingvar Brånemark em 1965. O seu paciente número 1 - Gösta Larsson - faleceu em 2006, com todos os seus implantes em boca, 41 anos após a primeira cirurgia de colocação de implantes, demonstrando a longevidade desta solução.

Mas os implantes podem rejeitar?

Em medicina não existem taxas de 100% sucesso. Certamente que quem o afirma não está a ser honesto para com a sua prática e muito menos com o seu paciente.

Contudo, o termo rejeição, não pode ser aplicado aos implantes dentários, pois o material de que é fabricado (titânio) é totalmente biocompatível. Assim, o nosso organismo reconhece-o como amigável, envolvendo-o com as suas células e incorporando-o no osso ao longo do período inicial de cicatrização. No entanto, o implante pode falhar ou não integrar no osso (não osteointegrar) devido a alguns fatores tais como infeção bacteriana, força mastigaria excessiva ou técnica cirúrgica inadequada. Caso todos os protocolos pré e pós-cirúrgicos de segurança sejam cumpridos a taxa de sucesso dos implantes dentários é superior a 98%.

É possível colocar os implantes e os dentes no mesmo dia?

Sim, é possível. No passado, após a colocação de um implante seguia-se sempre um período de cicatrização nunca inferior a 6 meses. Atualmente com o desenvolvimento das técnicas cirúrgicas e superfícies dos implantes é possível a colocação do implante e da coroa provisória fixa na mesma consulta. Logicamente este procedimento denominado carga imediata depende dos valores da estabilidade do implante no osso, da posição do dente na arcada, do tipo de paciente, etc., e por isso não é possível/recomendável para todos os pacientes.

Caso a fraca estabilidade do implante não permita que este seja carregado imediatamente, o que significa que terá de cicatrizar dentro do osso até este se “solidificar”, para após 3-6 meses poder ser colocada a coroa definitiva.

Pacientes que não têm osso podem receber implantes?

É totalmente errado dizer que o paciente não possuí osso uma vez que o osso é a base estrutural do nosso organismo e caso não

tenha sido removido cirurgicamente existirá sempre algum volume ósseo independente do osso analisado.

Nos maxilares, por vezes, a perda dos dentes leva a uma grande reabsorção óssea. Isto faz que em alguns pacientes o volume ósseo seja muito reduzido. Nestes casos, para a correta colocação de um implante apenas possuímos duas soluções. Ou o recurso a técnicas cirúrgicas avançadas que maximizam o uso do osso disponível para que nenhuma técnica regenerativa tenha de ser aplicada ou o recurso a implantes individualmente fabricados. Caso isto não seja possível deve-se então considerar uma cirurgia de enxerto ósseo pré-implante.

Nunca esquecer que cada caso é único e a avaliação clínica e radiológica extensiva é obrigatória para um bom diagnóstico e planeamento.

Quem não pode colocar implante?

Não existem restrições absolutas para a colocação de implantes dentários. Obviamente ter uma boa saúde geral é o que mais conta no momento de optar por uma reabilitação oral com implantes dentários.

Certas patologias comuns, embora não impeditivas, podem interferir com o sucesso dos implantes:

  • Pessoas diabéticas não tratadas;
  • Hipertensos não compensados;
  • Pacientes com problemas cardíacos que não seguem o tratamento
  • Pessoas que usam medicamentos que afetam a cicatrização óssea
  • Pacientes que fazem radioterapia.
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Prémio da Fundação La Caixa
O ventilador Atena foi distinguido no concurso express do programa Caixaimpulse COVID-19, da Fundação La Caixa, que selecionou...

O Atena é um ventilador médico invasivo para dar suporte ao tratamento de doentes com falência respiratória aguda provocada pela COVID-19. Foi desenvolvido e produzido em 45 dias pelo Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto (CEiiA), no âmbito da comunidade 4Life, que juntou o conhecimento médico especializado, universidades e empresas, contando com o apoio financeiro de mecenas e de milhares de portugueses.

“Quando começámos este projeto, sabíamos que era uma meta muito ambiciosa, mas também sabíamos que a nossa missão era enorme – a de salvar vidas, numa altura de emergência de saúde sem precedentes. Graças ao envolvimento dos mecenas e dos parceiros, conseguimos já produzir 100 ventiladores, com todas as caraterísticas essenciais para responder a esta pandemia, num muito curto espaço de tempo. Este prémio vem reconhecer a nossa competência, entrega e paixão.”, sublinha José Rui Felizardo, CEO do CEiiA.

O concurso da Fundação La Caixa teve como objetivo contribuir para encontrar possíveis caminhos para a cura para a COVID-19, fixando-se em três pilares-chave da atuação contra a doença: prevenção, diagnóstico e tratamento. Das 349 candidaturas, vindas de 222 centros de investigação, hospitais e universidades, 44 foram apresentadas por entidades portuguesas.

Entre os profissionais que fizeram parte do painel de seleção destacam-se reconhecidos especialistas internacionais em gestão da inovação e da investigação biomédica. Na decisão, e face à situação de emergência, os critérios de avaliação tiveram em conta a eficiência e capacidade de implementação, com celeridade, das soluções propostas, valorizando a viabilidade técnica e científica, o potencial de translação, a relevância social e o impacto do projeto.

Época gripal
A preparar-se para o pior, Portugal vai investir mais de 13,6 milhões de euros na compra de dois milhões de vacinas contra a...

A informação foi avançada hoje pelo Secretário de Estado da Saúde, António Sales, durante conferência de imprensa diária sobre a Covid-19.

Segundo o governante, o Conselho de Ministros autorizou “a despesa para aquisição de vacinas para a próxima época gripal” e “Portugal pretende adquirir dois milhões de doses de vacinas”.

“Trata-se de um aumento de 34% e de mais 500 mil doses em relação à última época gripal”, referiu, frisando que “o Governo pretende fazer este esforço significativo, muito além da previsão inicial que era de um aumento de 5,4% das doses, num investimento global de 13,6 milhões de euros, valor sem IVA”.

António Sales considera que a próxima época gripal será “crítica do ponto de vista potencial de carga de doença resultante de duas epidemias de doenças respiratórias em simultâneo”, a gripe e a Covid-19, que pode levar a uma maior procura de vacinas por parte dos grupos de risco e da população em geral”.

“Preparamo-nos para o pior e esperamos pelo melhor. Continua a ser este o nosso caminho”, concluiu.

 

Recomendações
De acordo com informação do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) espera-se, nos próximos dias, tempo quente e seco...

Face a estas previsões que apontam temperaturas muito próximas dos 40 graus, a DGS recomenda à população que adote várias medidas de proteção, principalmente as crianças, idosos, doentes crónicos, grávidas, pessoas com mobilidade reduzida, trabalhadores com atividade no exterior, praticantes de atividade física e pessoas isoladas.

Entre as recomendações, a DGS aconsela a procurar ambientes frescos e arejados ou climatizados; a aumentar a ingestão de água ou de sumos de fruta natural sem açúcar e evitar o consumo de bebidas alcoólica e a evitar a exposição direta ao sol, principalmente entre as 11 e as 17 horas;

Deve opta por utilizar roupa solta, opaca e que cubra a maior parte do corpo, chapéu de abas largas e óculos de sol com proteção ultravioleta e evitar atividades que exijam grandes esforços físicos, nomeadamente, desportivas e de lazer, no exterior. 

Se for viajar de carro, escolha as horas de menos calor e não permaneça dentro de viaturas estacionadas e expostas ao sol.

Por outro lado, o IPMA prevê para todos os distritos de Portugal continental e para os próximos dias, um risco muito elevado de exposição à radiação ultravioleta (UV), com exceção da Guarda que está com níveis extremos.

A radiação ultravioleta pode causar graves prejuízos para a saúde, se o nível exceder os limites de segurança. O índice desta radiação apresenta cinco níveis, entre o «baixo» e o «extremo», sendo o máximo o 11. Assim:

  • Quando o índice é considerado «alto», entre 6 e 7, é aconselhável utilizar óculos de sol com filtro UV, chapéu, t-shirt e protetor solar;
  • Em regiões com índice de radiação «muito alto», entre 8 e 10, recomenda-se a utilização de óculos de sol com proteção UV, chapéu, t-shirt, guarda-sol, protetor solar e evitar a exposição das crianças ao Sol;
  • Quando o índice é igual ou superior a 11, as recomendações vão no sentido de evitar o mais possível a exposição ao sol e aproveitar para descansar em casa.

Este cálculo é feito com base nos valores observados às 13 horas em cada dia relativamente à temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

Sintomas
Estima-se que a enxaqueca afete cerca de 8% a 15% da população, sendo mais frequente do que doenças

É verdade que as cefaleias estão entre as doenças mais comuns do sistema nervoso, estimando-se que metade da população sofra com bastante frequência de dores de cabeça. No entanto, poucos sabem que, entre as cefaleias, existem mais de 200 tipos diferentes.

De acordo com a MiGRA Portugal – Associação Portuguesa de Doentes com Enxaqueca e Cefaleias, tendo em conta o que está na sua origem, as cefaleias podem ser classificadas como Cefaleias Primárias ou Secundárias. As primeiras são, como explica esta associação de doentes, “doenças por si só”, enquanto as secundárias são causadas por outras condições, sejam elas patologias, traumas ou o uso excessivo de medicação, por exemplo.

As cefaleias primárias, como a enxaqueca ou a cefaleia de tensão, são as mais frequentes, estimando-se que correspondam a 90% dos casos de cefaleia relatados. E, embora o mesmo doente possa sofrer de ambas, são “efetivamente patologias diferentes”.

Na enxaqueca a dor é, geralmente, forte, pulsátil ou latejante; afetando apenas um lado da cabeça. Entre as queixas mais frequentes encontram-se ainda as náuseas e/ou vómitos e a intolerância à luz, ao ruído e aos cheiros. Outra particularidade associada a este tipo de cefaleia é o facto de poder intensificar-se com o esforço físico, pelo que se aconselha que, durante um episódio de enxaqueca, os doentes evitem a prática de exercício físico intenso adaptando-a a esta condição.

De acordo com as explicações a MiGRA- Portugal, a enxaqueca pode ser precedida de um conjunto de sintomas neurológicos transitórios – ao qual se atribui a designação de aura – e onde se podem incluir as perturbações de visão, sensação de formigueiro ou dormência na face ou nas mãos e dificuldades na fala. Este fenómeno, no entanto, ocorre numa pequena percentagem de casos – cerca de 15% -, antecede a dor e cada episódio pode durar até 30 minutos.

Embora a periodicidade da enxaqueca possa variar muito de doente para doente, estabeleceu-se que “quando o doente apresenta mais de 15 dias de enxaqueca por mês” esta corresponde a uma condição crónica.

Independentemente da sua cronicidade, “um episódio de enxaqueca pode durar algumas horas e estender-se até 72h”, não existindo queixas entre as crises.

No entanto, a MiGRA Portugal deixa um alerta a quem sofre de enxaqueca: “independentemente de ser crónica ou episódica, é aconselhável ser acompanhado por um médico caso apresente três ou mais dias de crises de enxaqueca por mês”.

Frequentemente desvalorizada, a verdade é que a enxaqueca tem um grande impacto vida social, familiar e profissional dos doentes.

Segundo o estudo My Migraine Voice, realizado em doentes com enxaqueca em mais de quatro dias por mês e que já falharam medicação preventiva, cerca de 80% dos doentes disse sentir-se muito ou extremamente limitado na realização das suas atividades diárias durante uma crise e 71% dos doentes confessou depender da ajuda de familiares ou amigos para a realização destas atividades.

Por outro lado, “o impacto da enxaqueca na vida profissional dos doentes e consequente impacto económico na sociedade é muito elevado, especialmente pelo facto desta patologia afetar maioritariamente pessoas em idade produtiva e gerar uma enorme perda de horas de trabalho e redução da produtividade, com 50% dos doentes a necessitarem de faltar ao trabalho em média 4 dias por mês”, explica a Associação Portuguesa de Doentes com Enxaqueca e Cefaleias.

 Embora não tenha cura, é possível minimizar o seu impacto, para isso é essencial que saiba antecipar uma crise e procurar perceber o que pode desencadear a enxaqueca. Não espere que a dor intensifique para tomar medicação e evite, tanto quanto possível, os fatores desencadeantes.

Para prevenir as crises, a MiGRA Portugal aconselha ainda a que pratique exercício físico regularmente (embora adequado à sua condição), que mantenha a rotina nos horários de dormir e acordar e que durma no mínimo 8 horas por noite. Evite o tabaco, não passe muitas hores sem comer e tente combater a ansiedade ou o stresse.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Efeitos da Covid-19
Cálculos divulgados pela Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil indicam que o peso da população infantil terá...

Os dados sobre os efeitos da pandemia do novo coronavírus na obesidade infantil em Portugal ainda não estão disponíveis, mas as previsões hoje divulgadas pela APCOI - Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil em véspera do Dia Nacional de Luta Contra a Obesidade (que se assinala este sábado 23 de maio de 2020) não são positivas: estima-se que o confinamento e encerramento das escolas tenha um impacto direto no peso corporal das crianças que se poderá traduzir num aumento médio de pelo menos 10%.

Mário Silva, Presidente da APCOI alerta ainda que "vários estudos científicos anteriores à pandemia já tinham demonstrado haver aumento de peso durante os períodos de férias escolares, principalmente entre as crianças que já tinham excesso de peso e obesidade”.

De acordo com os cálculos realizados pela APCOI, se cada criança por dia tiver ingerido em média cerca de 200-300 calorias extra (por exemplo, através do consumo adicional de algumas fatias de bolo ou bolachas), sem ter aumentado na mesma proporção o seu gasto energético diário através de atividade física, isso significa que nos últimos dois meses, aproximadamente terão sido acumuladas 12.000 a 18.000 kcal a mais, o que corresponde a um aumento de peso de pelo menos 2 kg.

 

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