Recomendações alimentares
A educação alimentar é um dos pilares do plano de tratamento de todas as pessoas com diabetes, para

Não existe um padrão alimentar único para todas as pessoas com diabetes. Por isso é importante o encaminhamento para um programa terapêutico nutricional individualizado, do qual faz parte o fornecimento das “ferramentas” necessárias para que as pessoas sejam capazes de gerir ou planear as suas refeições, desde as compras à confeção e ingestão dos alimentos, para melhorarem o seu estado de saúde e atingirem os objetivos do tratamento da diabetes: o bom controlo glicémico, a redução de fatores de risco cardiovasculares (colesterol, triglicerídeos, pressão arterial), atingir um peso adequado e prevenir as complicações da diabetes.

As recomendações alimentares baseiam-se nos princípios da alimentação saudável, sendo particularmente importante a educação para a escolha de uma variedade de alimentos equilibrados e ricos em nutrientes, e adequação das doses dos alimentos em cada refeição. As orientações são adaptadas a necessidades nutricionais individuais, à situação clínica, características culturais, intolerâncias e capacidade económica, e envolvendo as pessoas no processo de elaboração do seu plano individual.

Um excelente exemplo de padrão alimentar saudável é o guia português da “Roda da Alimentação Mediterrânica”, que inclui recomendações que têm demonstrado ter benefícios no controlo da diabetes.

Os produtos hortícolas devem ser predominantes nas sopas e no prato (ocupando metade da sua área). A ingestão frequente de peixe e o uso do azeite para cozinhar, temperar e até para pingar no pão, são também alguns conselhos úteis. E é importante ter em consideração a qualidade e a quantidade de hidratos de carbono ingeridos ao longo do dia, já que de todos os nutrientes, os hidratos de carbono (HC) são os maiores determinantes da glicemia após as refeições.

Sob o ponto de vista qualitativo, os HC devem ser provenientes de alimentos simultaneamente ricos em fibras, vitaminas e sais minerais, como os cereais com grãos completos (integrais), as leguminosas, a fruta fresca (não em sumo), e lacticínios não açucarados, em vez de alimentos processados, ricos em açúcares, gorduras e sal adicionados. Desaconselham-se as bebidas açucaradas, e devido ao elevado teor de gordura, açúcar e calorias, os salgados, bolos e fast-food devem reservar-se para dias de exceção. O objetivo é garantir uma alimentação mais equilibrada, evitar o pior controlo glicémico e reduzir o risco de doença cardiovascular.

A quantidade de hidratos de carbono será diferente para cada pessoa, dependendo de fatores como a idade, género, peso, altura e nível de atividade física, entre outros. Para o controlo glicémico há que considerar ainda a quantidade de HC ingerida e o nível de insulina disponível em circulação. Por isso a contagem dos hidratos de carbono é considerada uma estratégia chave para o bom controlo glicémico.

As pessoas tratadas com antidiabéticos orais e/ou doses fixas de insulina, precisam de aprender a fazer refeições equivalentes, ou seja, a manter diariamente a quantidade de HC aconselhada em cada refeição. Já a contagem de hidratos de carbono avançada é um método recomendado para pessoas com diabetes tipo 1 com esquemas de insulinoterapia intensivos, nos quais a dose de insulina de ação rápida é ajustada de acordo com a quantidade de hidratos de carbono de cada refeição, e que requer ensino e treino realizados em contexto de consulta por um nutricionista integrado na consulta de diabetes. Deste programa faz parte o ensino dos procedimentos e da utilização dos materiais recomendados, incluindo a leitura dos rótulos. Realça-se que a utilização do método da contagem de hidratos de carbono não deve descurar os cuidados para uma alimentação saudável.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Financiamento da Brain & Behavior Research Foundation
Tiago Gil Oliveira, do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Escola de Medicina da Universidade do...

Para Tiago Gil Oliveira este financiamento “é um bom indicador de que o projeto tem interesse e vai ajudar a equipa de investigação a atingir os seus objetivos, aliados à minha experiência com modelos animais, que utilizei em projetos anteriores, e enquanto neurorradiologista, que é a minha prática clínica”.

“É importante perceber que o hipocampo é uma estrutura do lobo temporal, no cérebro, fundamental para a aprendizagem e para a memória. A ideia é que o stress crónico e a ansiedade podem produzir alterações significativas na memória e na forma como percecionamos o espaço. Desta forma, o que nos propomos a fazer neste projeto é tentar encontrar essas alterações no hipocampo por ressonância magnética, utilizando aparelhos de última geração, que permitem avaliar com detalhe alterações em modelos animais, a partir de diferentes metodologias, para que consigamos estudar as várias sub-regiões do hipocampo como mediadores das alterações associadas a estas patologias. Este passo importante será possível graças à parceria com o Instituto Neurospin, em Paris”, afirma Tiago Gil Oliveira.

“No futuro, gostaríamos de aplicar estas metodologias de identificação de diferentes sub-regiões do hipocampo como biomarcadores associados ao diagnóstico de patologias de saúde mental, como a depressão, o stress e a ansiedade, e até como resposta potencial à terapêutica, o que nos pode ajudar a fazer um diagnóstico mais preciso na prática clínica. Estas são algumas das potenciais aplicações que podem abrir novas perspetivas no futuro com estudos humanos”, conclui o investigador.

 

Boletim Epidemiológico
De acordo com o Boletim Epidemiológico divulgado hoje pela Direção Geral de Saúde, nas últimas 24 horas, foram registados mais...

Com a subida do número de mortos (21 desde ontem) Portugal contabiliza desde o início da pandemia 2.149 mortes associadas à COVID-19 e 95.902 casos de infeção. Ao todo há 56.066 casos de recuperação assinalados em território nacional.

O relatório da situação epidemiológica, com dados atualizados até às 24h00 de ontem, indica que a região Norte é a que regista o maior número de mortes relacionadas com o vírus SARS-CoV-2, com 944 óbitos (+10 do que ontem), seguida de Lisboa e Vale do Tejo (866 +9), Centro (277 +2) e Alentejo (26 =). Pelo menos 21 (=) mortes foram registadas no Algarve. Há 15 (=) mortes contabilizadas nos Açores. Na Madeira não há óbitos registados.

Em todo o território nacional, há 1.015 doentes internados, mais 22 que ontem, e 144 em unidades de cuidados intensivos, mais cinco do que na quinta-feira.

Segundo o boletim da DGS sobre a situação epidemiológica, existem 37.687 casos ativos da infeção em Portugal - mais 1.602 que ontem - e 51.784 pessoas em vigilância pelas autoridades – mais 183 indivíduos.

 

 

Vacinação
Na região Centro foram já administradas 18.100 vacinas contra a gripe sazonal nos cuidados de saúde primários (CSP) desde o...

De acordo com a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), nesta fase, os utentes com 65 e mais anos foram os mais vacinados, com 11.361 vacinas gratuitas, seguidos dos utentes com idade entre 60 e 64 anos.

Na semana entre 5 e 11 de outubro foi administrado o maior número de vacinas, 7.584, representando 42% do total de vacinas.

A região Centro apresenta uma taxa de cobertura total da vacinação contra a gripe sazonal de 10,2 por 1.000 inscritos, “o que corresponde a 5,5% do total de 328.742 vacinas adquirido pela ARSC”.

Segundo a ARSC, nesta primeira fase de vacinação foram disponibilizadas 23.793 vacinas.

A segunda fase da vacinação contra a gripe sazonal terá início na próxima segunda feira, 19 de outubro, prolongando-se até final de 2020 para outros grupos de risco, pessoas com 65 ou mais anos e pessoas com doenças crónicas.

 

Estudo
Os doentes renais em diálise foram particularmente afetados pela pandemia de COVID-19 e pelas medidas implementadas para...

No estudo - o primeiro a avaliar a experiência de doentes em diálise, no contexto da pandemia, em Portugal – foram analisados dados de doentes relativos a fevereiro de 2020 (antes da pandemia) e a abril deste mesmo ano (em pleno confinamento obrigatório imposto pelo estado de emergência).

Os resultados, publicados no jornal científico Seminars in Dialysis, mostram um impacto negativo da pandemia em marcadores de doença renal, o que poderá ser atribuído a uma diminuição ligeira do tempo de diálise, que se enquadra nos planos de contingência adotados.

Tratamentos menos eficazes

“Durante o confinamento, verificou-se uma redução da eficácia da diálise e de marcadores de controlo da doença, embora estes se mantenham dentro dos valores recomendados internacionalmente”, afirma Daniela Figueiredo, coordenadora do estudo também assinado pelos investigadores do CINTESIS e/ou da UA Helena Sousa, Óscar Ribeiro, Roberta Frontini, Fernando Ribeiro e Constança Paúl, da Universidade do Porto.

“Estes doentes não podem viver sem terapia de substituição renal, sendo que a diálise realizada em unidades especializadas continua a ser o tratamento mais comum”, sublinha Daniela Figueiredo. No entanto, aponta a investigadora, “este tratamento exige que os doentes tenham de se deslocar pelo menos três vezes por semana a unidades que, durante a pandemia, têm mais dificuldade em seguir as recomendações para pessoas de elevado risco de infeção por COVID-19, como a distância física”.

Outro problema encontrado pelo estudo foi a alteração das rotinas diárias destes doentes, que passaram a fazer menos atividade física, a ter uma alimentação menos adequada às suas necessidades e a evidenciar dificuldades acrescidas na restrição de líquidos. Estes fatores têm um papel determinante no próprio tratamento e controlo da doença renal.

“Alguns doentes consumiram mais alimentos ‘proibidos’ no seu regime alimentar, como pão e laticínios (ricos em fósforo), porque não podiam ou não queriam sair de casa para fazer compras, com medo de serem contaminados. Além disso, sintomas de ansiedade, como boca e garganta seca, tornavam os doentes propensos a beber mais água do que é recomendado”, indica a coordenadora do estudo.

Ansiedade, tristeza e solidão

Em relação aos efeitos psicológicos, o estudo registou um aumento do sofrimento emocional, associado a sentimentos de ansiedade, tristeza e solidão, ao medo de ser infetado e a uma diminuição da autonomia e da autoestima.

“Estes resultados são congruentes com os resultados de um estudo similar realizado na China, que também sugere um aumento do sofrimento emocional no período do confinamento em doentes renais a fazer tratamento em centros de diálise”, acrescenta.

Daniela Figueiredo recorda que os doentes com doença renal terminal são particularmente suscetíveis à infeção por COVID-19, numa combinação explosiva com uma série de fatores de risco, como a idade avançada, a diabetes, a hipertensão e um sistema imunitário mais vulnerável.

Em sentido oposto, a pandemia trouxe alguns impactos positivos para os doentes renais crónicos. O aumento do suporte social e familiar, do desenvolvimento pessoal e do uso das redes sociais para comunicar foram alguns dos aspetos positivos registados pelo estudo.

No estudo, a equipa de investigação faz uma série de recomendações que visam ajudar os doentes renais em diálise a lidar com os desafios que possam surgir. “A equipa de diálise pode ter um papel importante na desconstrução de alguns medos dos doentes. Outra possibilidade é a criação de grupos de apoio online, de forma a mitigar as necessidades emocionais, relacionais e educacionais”, aconselham.

Este trabalho insere-se no projeto Together We Stand – Promoting adherence in end-stage renal disease through a family-based self-management intervention, financiado pelo POCH – Portugal 2020 e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

Benefícios
São vários os estudos que referem os benefícios da vitamina C como fatores importantes no combate a

Com a pandemia Covid-19, 2020 transformou-se num ano exigente, principalmente numa perspetiva de saúde pública e também socioeconómica. Aos vários constrangimentos do dia a dia e às preocupações com a crise económica, sucede-se a ansiedade. Todos estes fatores podem ameaçar o nosso sistema imunitário, impondo-se a necessidade de uma atenção redobrada com a nossa alimentação.

Estudos recentes têm reforçado que a vitamina C é um micronutriente fundamental no que diz respeito à resposta do organismo contra as agressões de agentes externos, como os vírus. Podemos manter um bom funcionamento do nosso sistema imunitário garantindo ingestão de alimentos ricos em vitamina C como:

  • Laranja e sumos de laranja
  • Kiwi
  • Pimentos vermelhos e verdes
  • Morangos
  • Groselhas
  • Brócolos
  • Couves de Bruxelas
  • Batatas

A ingestão desta vitamina pode ser encontrada em frutas e vegetais, sendo a laranja fonte mais reconhecida, que pode ser consumida inteira e também em sumo onde a disponibilidade da vitamina pode ser facilmente confirmada na embalagem e respetivo rótulo. Em conjunto, deve ser feita uma nutrição adequada, onde não podem faltar os legumes verdes, a fruta, os frutos secos e as leguminosas, grupos tantas vezes esquecidos pelos portugueses na sua alimentação.

No contexto atual, a importância de garantir o bom funcionamento do sistema imunitário torna-se inquestionável para que possamos estar preparados para responder eficazmente aos desafios.

Para que os benefícios da vitamina C sejam relevantes, a dose recomendada diária é de 80 mg, de acordo com a EFSA.

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Mastocitoses e Patologias Mastocitárias
Dada a enorme importância dos imunoalergologistas no diagnóstico, tratamento e seguimento das doenças mastocitárias, a SPAIC...

As patologias mastocitárias pertencem a um grupo de doenças raras resulta de um excesso ou ativação excessiva dos mastócitos - células do sistema imunitário, produzidas na medula óssea, que têm várias funções muito importantes, de entre as quais se salienta o seu papel preponderante nas reações alérgicas. Quando são ativados, os mastócitos libertam mediadores inflamatórios/vasoativos, que podem originar sinais e sintomas que vão desde a simples comichão na pele, até ao choque anafilático.

“O diagnóstico deste tipo de doenças é, frequentemente, moroso e, por vezes, difícil de estabelecer. Os sinais e sintomas que mais preocupam os doentes são, na sua maioria, resultantes da ativação dos mastócitos. Estes sintomas são muito semelhantes aos que se verificam em reações alérgicas e surgem, frequentemente, quando existe exposição a determinados fatores – medicamentos, picadas por abelhas/vespas, alimentos, stress emocional, entre outros”, refere Tiago Rama, do Grupo de Interesse da SPAIC de Anafilaxia e Doenças Imunoalérgicas Fatais (GANDALF).

No que diz respeito ao tratamento destas doenças, passa, em primeiro lugar, por evitar os fatores que provocam sintomas e que são únicos para cada doente e, em segundo lugar, pela prescrição de medicamentos que estabilizam os mastócitos, ou que evitam que os mediadores que os mastócitos libertam cumpram o seu papel. O médico chama a atenção, neste contexto do tratamento, para o facto de “um dos medicamentos mais importantes no tratamento destas doenças não ser amplamente comercializado em Farmácia Comunitária no nosso país, facto que gera desigualdades importantes, no que diz respeito à acessibilidade a este tratamento, por parte dos nossos doentes. Existem, também, desigualdades no que diz respeito aos meios de diagnóstico à disposição dos diferentes Centros Hospitalares em que estes doentes são seguidos”.

Foi precisamente neste sentido – com o intuito de melhorar o diagnóstico, tratamento e seguimento de todos os doentes com mastocitoses e outras patologias mastocitárias – que a SPAIC criou um grupo de trabalho dedicado a esta temática.

Covid-19
A Direção-Geral da Saúde, o Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde e o Instituto Nacional de Saúde...

O documento, citado na página oficial do Serviço Nacional de Sáude, indica que os testes rápidos de deteção de antigénio devem ser utilizados de acordo com a situação clínica, epidemiológica e objetivo para o qual se destinam, nomeadamente para deteção de casos da Covid-19 de forma rápida.

O seu desempenho “depende muito do contexto, clínico e epidemiológico, em que são utilizados, sendo recomendada ponderação e reserva na sua utilização em casos sem critérios clínicos e epidemiológicos”, pode ler-se no documento.

É obtida “uma maior sensibilidade dos testes” quando são realizados em indivíduos sintomáticos e numa fase inicial da infeção (casos com início dos sintomas inferior a 5-7 dias), período em que a carga viral no trato respiratório superior é mais elevada.

Segundo a circular, “a nova geração de testes rápidos de deteção de antigénio com características melhoradas (com sensibilidade superior a 90%, de acordo com a informação do fabricante), coloca os testes 2/3 rápidos de deteção de antigénio como uma escolha válida para a realização do diagnóstico de casos suspeitos de Covid-19”.

A monitorização do desempenho dos testes deverá ser acompanhada através da análise de controlos internos e externos pelo INSA e a identificação de resultados “falsos positivos” ou “falsos negativos” deverá ser reportada ao Infarmed, autoridade competente para o controlo destes dispositivos de diagnóstico.

 

 

Evento online
Hoje o Dia Mundial da Alimentação é assinalado com a realização da conferência Dieta Mediterrânica à Portuguesa e a inauguração...

Como defensor da Dieta Mediterrânica, cujos princípios há muito estão integrados no desenvolvimento de soluções alimentares, o Grupo Jerónimo Martins pretende reforçar a adesão dos portugueses a esta dieta que garante uma alimentação saudável, acessível e sustentável.

A Dieta Mediterrânica, classificada como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO, é considerada como um dos padrões alimentares mais saudáveis do mundo, uma herança milenar que nos caracteriza enquanto povo, que é importante conhecer e preservar.

Com este propósito, organiza a Conferência Dieta Mediterrânica à Portuguesa, com o apoio institucional da Câmara Municipal de Lisboa (no âmbito da Lisboa Capital Verde Europeia 2020), da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP) e com o patrocínio científico da Direção-Geral da Saúde. Nesta conferência, que conta com a curadoria científica do Director da FCNAUP, Pedro Graça, e com a participação da Ministra da Agricultura, especialistas de diversas áreas do sistema alimentar, desde a produção à saúde e sustentabilidade, debatem a herança, o presente e o futuro da Dieta Mediterrânica.

O evento vai ser transmitido em streaming - a transmissão pode ser acedida a partir do site dietamediterranicaaportuguesa.pt - e, até ao momento, já tem mais de 2000 inscrições.

Paralelamente à conferência, “Juliana – uma exposição fotográfica”, da autoria do fotógrafo Luís Mileu, é uma homenagem a todas as mulheres cujas mãos e saber mantêm viva a Dieta Mediterrânica à Portuguesa.

 

 

Combate à obesidade
Com o aparecimento da COVID-19 - que obrigou ao encerramento temporário dos ginásios numa fase inici

Conhecer o seu perfil genético através de uma análise nutrigenética avançada pode revelar-se um aliado muito importante na manutenção de um corpo mais saudável, que nos faça sentir bem com o nosso interior, e na prevenção do aumento de peso e obesidade. Diversos estudos comprovaram que pessoas com obesidade obtiveram melhores resultados na perda de peso através da personalização da dieta - adaptando a sua alimentação de acordo com as necessidades nutricionais especificas do seu organismo - comparativamente com as que realizaram planos alimentares genéricos.

E a explicação para estes resultados é muito simples: a nossa genética é única e, como tal, as nossas necessidades nutricionais também. É por isso que o mesmo plano alimentar pode ter resultados excelentes numa pessoa, e não produzir qualquer efeito noutra. Um exemplo real muito comum é a tolerância ao café. Há quem consiga beber vários cafés durante o dia, e dormir bem à noite; e outras pessoas só conseguem beber um ou dois cafés até à hora de almoço, e sentem dificuldades a adormecer durante a noite se ultrapassarem essa média. Isto está relacionado com a nossa genética única, e com a forma como o nosso organismo metaboliza e processa os vários alimentos.

Para saber tudo sobre o impacto da genética na sua alimentação, basta apenas uma simples análise ao sangue ou saliva. A análise NutriHealth, por exemplo, tem-se revelado um verdadeiro guia pessoal e personalizado de nutrição, atividade física, metabolismo e estilo de vida. Este teste de nutrigenética avançado avalia fatores genéticos e ambientais muito importantes para desvendar qual o tipo de alimentação mais recomendada para cada um de nós, com base no nosso ADN. Identifica a quantidade de nutrientes e vitaminas que o seu corpo necessita para funcionar de forma saudável; a capacidade do seu metabolismo processar açucares e gorduras, álcool, cafeína e até a lactose. E revela como adaptar os seus hábitos alimentares através da sua insaciabilidade e sensação de fome, bem como pela sua perceção de sabor doce e amargo.

É, ainda, uma excelente análise para ajudar a prevenir o aumento de peso, na medida em que identifica a predisposição para o desenvolvimento de obesidade e para a dependência de nicotina e álcool, que estão diretamente associados a uma aceleração do envelhecimento. Inclui também indicação do tipo de treino mais recomendado para si, se a sua genética revela que tem uma maior predisposição para treino de força (musculação), de resistência (cardiovascular) e o seu risco de lesões.

É importante não confundir a análise nutrigenética com a intolerância alimentar. A Intolerância alimentar avalia a resposta do sistema imunitário face a determinados alimentos, indicando a necessidade de limitação do seu consumo (ou eliminação temporária da dieta) quando fica comprovada a reatividade do nosso organismo a esse alimento. Quando dizemos que um alimento nos caiu mal, estamos normalmente a falar de uma intolerância alimentar. A análise nutrigenética determina que alimentos deve incluir ou evitar no seu plano alimentar, em função do seu perfil genético. Os dois testes são complementares e permitem melhorar a saúde através da alimentação.

Acredito que, a longo prazo, a nutrigenética pode revelar-se a única maneira de otimizar a nutrição para atingir um estado de saúde ótimo, bem-estar e promover a desaceleração da deterioração associada ao processo de envelhecimento.

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Tumores
Quando o cancro atinge mulheres em idade fértil pode comprometer o sonho da maternidade.

Desde que o IVI lançou, em 2007, um programa de preservação de fertilidade para mulheres diagnosticadas com cancro, 37 bebés já nasceram e há mais 11 a caminho. Muitos outros bebés “milagre” deverão nascer, uma vez que, ao abrigo deste programa, cerca de 1400 mulheres preservaram os seus ovócitos antes iniciarem tratamentos de quimioterapia e radioterapia. Catarina Godinho, ginecologista do IVI Lisboa, especialista em medicina da reprodução não podia estar mais satisfeita com o balanço, mas partilha o sucesso com as mulheres que lutaram pela vida e pelo sonho da maternidade: “Os nossos 37 bebés nascidos depois das suas mães vencerem a batalha contra o cancro são um exemplo de esperança e coragem”, afirma a médica.

O tecido ovárico contém um número limitado de folículos, que diminui ao longo da vida. A radioterapia e a quimioterapia aceleram a diminuição natural do número de folículos e quando o cancro atinge mulheres em idade fértil pode comprometer o sonho da maternidade.

O cancro é uma das principais causas de morte no mundo. Entre eles, o cancro de mama é o tumor mais frequente na população feminina, podendo afetar uma em cada oito mulheres. No entanto, a taxa de sobrevivência aumenta a cada ano devido aos tratamentos disponíveis e aos avanços que vão surgindo. “A hipótese de sobrevivência de doentes com diagnóstico de cancro de mama são atualmente muito maiores do que há 20 anos. Diagnosticado precocemente, tem um bom prognóstico numa grande percentagem de casos, portanto, aquelas mulheres em idade fértil que enfrentam esta batalha merecem a oportunidade de preservarem o seu potencial reprodutivo e ter a esperança de serem mães no futuro”, explica Catarina Godinho.

A história de Rute Abade é um desses exemplos de esperança e inspiração. Apesar das adversidades, tem hoje um bebé de três meses no colo, graças à preservação dos seus ovócitos, feita quatro anos antes.

A mãe de Rute faleceu com cancro nos ovários e como já tinham existido outros casos na família foi aberto um estudo genético no hospital onde a mãe era seguida. Num primeiro momento os resultados foram inconclusivos. Dois anos depois, e no ano em que Angelina Jolie anunciou ao mundo que tinha uma mutação gene BRCA1, que pode provocar cancro dos ovários e da mama, Rute recebeu um telefonema do hospital a confirmar que existia na família a alteração genética BRCA1. Posto isto, começaram a acompanhar Rute e as primas.

“No primeiro ano em que fiz os exames estava tudo bem, mas um ano depois, durante uma ressonância magnética, a médica disse-me que tinha um nódulo na mama, com o tamanho de um bago de arroz. Fiz uma biópsia e deram-me indicação para dupla mastectomia e quimioterapia”, revela Rute Abade.

Quando soube que o cancro era maligno só pensou na cura. Ainda assim, marcou outra consulta para ter uma segunda opinião. O diagnóstico foi o mesmo, mas Rute foi aconselhada a preservar os seus ovócitos no IVI. “Estava tão focada na doença que não pensei em acautelar o futuro e a maternidade, que estava nos meus planos. Este alerta foi muito importante e fazia todo o sentido. No dia seguinte à operação iniciei o processo de preservação de fertilidade no IVI e só depois fiz quimioterapia”, acrescenta.

Três anos após o cancro, iniciou o tratamento de fertilidade no IVI. Um embrião foi gerado a partir dos nove ovócitos que tinha conseguido preservar quando tinha 35 anos. Esse embrião é hoje o bebé que tem nos braços. “Quando olho para trás, tenho consciência que, se não fosse a segunda consulta para ter outra opinião, não tinha sabido que era possível realizar a preservação. E se assim não fosse, hoje aos 39 anos, não seria mãe. Por isso quis partilhar a minha história, pois é importante contar a outras mulheres que há esperança”, sublinha.

Esta é apenas uma história entre muitas, de sonhos realizados após a dura batalha contra o cancro de mama. “Estas mulheres são um exemplo de perseverança e estes 37 bebés nascidos através do nosso programa oncológico vieram ao mundo para preencher de alegria a vida das suas famílias. No IVI colocamos o nosso conhecimento e experiência à disposição para que estas mulheres se possam concentrar no que realmente importa: batalhar pela vida. O futuro está mais perto do que parece”, remata Catarina Godinho.

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Nutrição
Ainda as temperaturas mais frias não se fazem sentir, e o cheirinho a castanha assada já toma conta

Mas do ponto de vista nutricional, será a castanha um alimento interessante?

A castanha é uma boa fonte de hidratos de carbono. Pode ser utilizada como substituto de farinhas. Não contém gluten, o que faz desta opção uma alternativa em doces para intolerantes a esta proteína.

É muito apreciada em pastelaria/doçaria. Cada vez mais surgem produtos alimentares criados a partir da farinha de castanha.

As caraterísticas deste fruto, sabor distinto e adocicado, textura fofa da farinha, tornam-no numa matéria prima interessante aos olhos dos pasteleiros/doceiros.

No entanto, é uma fonte alimentar de amido, fibras e com um índice glicémico significativo e que tende a provocar flatulência pela fermentação intestinal que ocorre. Não aconselhável para quem tem maior sensibilidade ou doenças inflamtórias intestinais.

Também nas dietas de emagrecimento, deve ser um alimento a consumir com moderação. Além da distensão abdominal, promovida pelos fatores acima indicados, o elevado IG e o teor de hidratos de carbono, principalmente monossacáridos, pode atrasar o processo e os resultados.

Já numa dieta para ganho de peso, poderá ser uma opção para enriquecer as refeições e atingir o excesso calórico que estes casos obrigam.

A dose de castanha ronda as 30g (sensivelmente 5 castanhas), das quais 12 gramas são hidratos de carbono, 14 g de água, 1,8 g de fibra, menos de 1 g de proteína e de lípidos. Ou seja, não apresenta interesse como fonte de proteína nem de gorduras polinsaturadas, acabando por ter significado apenas como uma fonte de hidratos de carbono.

Em comparação com a noz, do ponto de vista de sáude, fica em desvantagem. Não desvalorizando o teor em potássio e em ácido fólico. Estes minerais constam na castanha em boa quantidade, importantes no funcionamento do sistema nervoso e muscular.

A variedade alimentar continua a ser a melhor forma de manter o estado de saúde.

As quantidades dos alimentos devem ser ajustadas às suas necessidades e objetivos, mas sempre baseadas neste fundamento de diversidade.

E porque as tradições, usos e costumes não se podem perder, faça juz a esta época do ano e consuma castanha, com moderação!

Bons magustos!

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Iniciativa
A Comissão de Humanização do Centro Hospitalar de Leiria (CHL) divulga um novo e-book intitulado «Snacks saudáveis na doença...

De acordo com o CHL, esta iniciativa, que antecipa o Dia Mundial da Alimentação, comemorado em 16 de outubro, integra o projeto «Hospital Amigo do Doente Celíaco», que assenta numa filosofia de formação contínua a profissionais de saúde e comunidade, “procurando garantir que em todos os serviços de qualquer das unidades do CHL, o doente celíaco tem à disposição alimentos aptos à sua condição, e que encontra profissionais que entendem a sua patologia”.

“Este projeto tem como principal objetivo promover a sensibilização para a doença celíaca e o combate ao estigma associado à não ingestão de glúten, muitas vezes relacionado com “dietas da moda””, explica a Presidente da Comissão de Humanização do CHL, Andreia Correia.

Por sua vez, Ângela Carvalho, nutricionista do CHL e autora responsável pela compilação deste e-book, destaca que o novo livro possui “uma vertente muito prática, com conselhos para uma culinária sem glúten, com truques e dicas, e ainda uma série de receitas de snacks já testadas e gentilmente cedidas por utentes. São receitas para celíacos, mas não só!”.

A nutricionista salienta as principais dificuldades das opções alimentares. “Comer alimentos naturalmente isentos de glúten será o mais fácil. Comer alimentos processados isentos de glúten será uma escolha (economicamente mais dispendiosa e não necessariamente saudável). Os principais obstáculos associados à alimentação celíaca são a recriação de receitas que tradicionalmente contêm glúten e a necessidade de prevenir a contaminação cruzada.”

“A doença celíaca é cada vez mais reconhecida pela população, mas há que continuar a sensibilizar e discernir o que é uma doença crónica, cujo único tratamento é a retirada permanente do glúten, do que é uma dieta “de moda” adotada por muitas pessoas”, enfatiza Ângela Carvalho.

 

Covid-19
Segundo o boletim epidemiológico divulgado hoje pela Direção Geral da Saúde, nas últimas 24 horas foram registados mais 2.101...

Os dados divulgados mostram ainda que ocorreram mais 11 mortes desde ontem. Assim, a soma de casos confirmados, desde o início da pandemia, é agora de 93.294. Já se contabilizaram 2.128 óbitos.

Quanto à distribuição de casos, a região Norte voltou a ser aquela onde foram diagnosticados a maior parte dos novos casos das últimas 24 horas, com 1.146 novos infetados. Em Lisboa e Vale do Tejo há mais 733 casos, menos 69 do que ontem, no Centro mais 163, no Alentejo mais 40 e no Algarve mais 13. Quanto aos arquipélagos, os Açores somam mais um caso e na Madeira há mais cinco.

Dos 11 óbitos, sete ocorreram na região de Lisboa e Vale do Tejo, dois no Norte e os restantes dois no Centro.

Também o número de internados continua a aumentar e aproxima-se cada vez mais dos mil. Nas últimas 24 horas foram hospitalizadas mais 36 pessoas, elevando para 993 o total de camas ocupadas por doentes covid. Nas unidades de cuidados intensivos estão agora 139 infetados, mais quatro do que ontem.

Por outro lado, a aumentar está também o total de recuperados que é agora de 55.081, depois de mais 588 pessoas terem deixado de ter a infeção ativa.

Atualmente, as autoridades de Saúde mantêm 51.601 contactos em vigilância. Há 36.085 casos ativos no país.

 

Ferramenta com baixo impacto ambiental
A Tejo Atlântico, em parceria com a Universidade de Coimbra, a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de...

O projeto tem como objetivo a criação de uma plataforma inovadora baseada em nanotecnologia, para deteção do coronavírus SARS-CoV-2 em águas residuais, potenciando o conhecimento já existente nos parceiros, no domínio do pré-tratamento de águas residuais e do desenvolvimento de biossensores.

A plataforma prevê a deteção do vírus de forma expedita, in-situ e com baixo custo, algo que até à data não é possível. A ferramenta pretende também ser segura, de fácil utilização pelos diferentes intervenientes no processo e constituída maioritariamente por materiais biodegradáveis, com um impacto ambiental reduzido.

A conclusão do projeto está prevista para o primeiro trimestre de 2021 e obteve financiamento no âmbito do quadro temporário relativo a medidas de auxílio estatal em apoio da economia no atual contexto do surto de covid-19, aviso AAC 15/SI/2020 do PT2020, no valor total de 482 666,91€.

 

Estudo INEGI
Uma equipa de investigadores do INEGI – Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial avaliou...

O estudo consistiu num inquérito a mais de 300 famílias, e na análise da qualidade do ar interior em 30 casas, onde, ao todo, residiam 60 bebés com menos de um ano de idade. Entre as conclusões, destaca-se a deteção de condições de ventilação deficitárias e o aparente aumento da poluição química do ar associada a produtos como agentes de limpeza ou ambientadores, a par do uso carvão e madeira para aquecimento, da prática de fumar dentro de casa e da existência de condições para a proliferação de humidade e bolor num número relevante de habitações.

Deste estudo resultou a publicação de um Guia de Boas Práticas e Recomendações, tem como objetivo ajudar as famílias a promover a melhor qualidade do ar interior nas suas casas, salvaguardando a saúde das suas crianças.

Marta Gabriel, responsável pelo projeto no INEGI, explica que “ainda há muita falta de informação acerca dos efeitos nocivos das emissões poluentes, e muitos pais não sabem que certos materiais de construção, produtos limpeza, de higiene pessoal, ou produtos perfumados podem impactar significativamente a qualidade do ar na habitação”.

A importância de ventilar os espaços, escolher produtos e materiais rotulados com baixa emissão de formaldeído e compostos orgânicos voláteis (VOC), evitar fontes declaradas de poluição, secar roupa no interior da habitação, ou limitar a utilização de humidificadores, são algumas das recomendações.

Marta Gabriel salienta ainda que “as crianças com menos de um ano de idade são particularmente suscetíveis a fatores ambientais”. Razão pela qual a caracterização ambiental foi extensiva.

O estudo incluiu a monitorização de um vasto painel de indicadores, nomeadamente de conforto (temperatura e humidade relativa), condições de ventilação (dióxido de carbono), e níveis de poluição (ozono, dióxido de azoto, formaldeído, acetaldeído e compostos orgânicos voláteis, fungos e bactérias).

O estudo, que foi levado a cabo entre 2018 e 2019, ganha agora mais relevância face à atual pandemia. “Além de tendermos a passar mais tempo confinados em casa, a comunidade científica tem vindo a suportar a hipótese da existência de um efeito potenciador entre a exposição à poluição do ar e a letalidade por COVID-19”.

O projeto foi realizado no âmbito dos projetos HEBE – Health, Comfort and Energy in the Built Environment, cofinanciado pelo Programa Operacional Regional do Norte (NORTE2020), através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), e HEALS – Health and Environment-wide Associations based on Large Population Surveys, cofinanciado pela Comissão Europeia.

Iniciativa
O Dia Mundial da Alimentação marca o arranque da 2.ª exposição de arte solidária da galeria lisboeta Welcome to Art. Desta...

De 16 de outubro a 30 de novembro será então possível adquirem-se obras deste catálogo, desenvolvido para o efeito, sabendo que por cada compra a Welcome to Art irá doar 10% do valor da peça a esta causa. A decorrer no universo digital, estando assim acessível a um maior número de pessoas, esta exposição pretende paralelamente continuar a fazer chegar aos portugueses o melhor da arte nacional, missão orientadora da atuação da galeria. 

Num ano atípico e especialmente desafiante em questões de saúde mundial, com um impacto socioeconómico por vezes devastador junto de várias famílias, a efeméride da alimentação que outubro traz ganha particular relevância na consciencialização global de uma das necessidades básicas do ser humano: comer. Sensível à data e com vontade de poder contribuir, pela segunda vez em 2020, para uma iniciativa que pretenda minimizar e/ou apoiar os mais carenciados em período de pandemia por covid-19, a Welcome to Art elegeu assim a Rede de Emergência Alimentar como entidade a divulgar através desta ação – precisamente por ser também neste contexto que nasce. 

A exposição, a decorrer online nos canais digitais da galeria, tem como critério incontornável uma coleção 100% composta por obras de artistas nacionais. Para além do apoio financeiro direto ao combate à fome, através da Rede de Emergência Alimentar, existe também uma missão subjacente de apoio à cultura nacional através dos seus pintores, escultores e vários outros, cujo trabalho também foi fortemente impactado este ano. 

A seleção cuidadosa conta, por isso mesmo, com os tons de azul icónicos de Paulo Ossião, o abstracionismo e ficção lírica de Alfredo Luz  a pintura emotiva de Diogo Navarro, o estilo inconfundível de João Cutileiro, e a tridimensionalidade da escultura de Rogério Timóteo entre outros, “48 artistas, 48 obras, 48 formas de ajudar”, dá muito mais do que 48 razões e oportunidades ao público de contribuir, sem sequer ter de sair de casa, mesmo quando essa contribuição é tão simples quanto um apoio à iniciativa, através de comentários ou partilhas da mesma nas redes sociais.

“Numa fase de incertezas, em que vemos aumentar diariamente os casos diagnosticados, e o tempo de combate a esta pandemia ser prolongado, é extremamente importante existir uma consciência cívica e um espírito de entreajuda como nunca. A hora de ajudar não poderá ser depois, mas sim quando os primeiros golpes são sentidos e quando o auxílio que chega ainda poderá fazer a diferença. Estamos a entrar nos últimos meses do ano, com temperaturas mais frias, uma maior necessidade de aporte calórico para as combater, e uma lacuna crescente entre as necessidades alimentares reais de milhares de portugueses e a resposta às mesmas. Todos podemos fazer algo. Essa é a premissa em que acreditamos na Welcome to Art. E esse algo pode ser antecipar as compras de Natal e escolher obras de artistas nacionais para esse efeito, sabendo que com elas estaremos a contribuir. Mas pode ser também partilhar a iniciativa fazendo com que chegue ao maior número de pessoas possível e que, por isso, tenha as maiores hipóteses de êxito. Pode ser deixar um “like” ou um comentário apoiando o trabalho dos artistas que aqui participam, que também atravessam – como todo o setor da Cultura, em geral – um período desafiante.  Formas para que cada um de nós possa fazer a sua parte não faltam. Nós começámos apenas por reunir as primeiras 48!”, explica José Manoel Pereira da galeria Welcome to Art.

Pela segunda vez, o espaço da Welcome to Art na Embaixada do Príncipe Real será substituído pelo online, numa exposição que reúne os artistas Alfredo Luz, Angelina Maia, Augusto Patrão, Beatriz Uva, Bela Branquinho, Carlos Santos Marques, Cerqueira de Sousa, Clara Ferrão, Cristina Cabrita, Cristina Magalhães, Daniel Curado,  David Reis Pinto, Diogo Navarro, Fátima Madeira, Fátima Nina, Fátima Teles, Fernanda Azevedo, Gustavo Fernandes, Hazul, Helena de Medeiros, Isabel Nunes, João Cutileiro, Lígia Fernandes, Luís Rodrigues, Mafalda Mendonça, Manuel Almeida, Manuela Mendes da Silva, Margusta Loureiro, Maria João Antas. Maria José Cabral, Paulo Mendes, Paulo Ossião, Pedro César Teles, Pedro Versteeg. Raquel Martins, Rodrigo Veloso, Rogério Timóteo, Rosa Pereira, Rui Carruço, Runa, Shanna Soares, Sofia Lucas, Sofia Simões, Susana Cereja, Teresa Antunes, Vítor Moinhos, Xicofran e Zé Maria Souto Moura.

Cantor partilha a sua experiência
Em Portugal existem entre 200 a 250 mil doentes com Psoríase.

Emanuel é o “companheiro solidário” da PSOPortugal desde 2019, ano em que se juntou a uma iniciativa da mesma, criando uma música dedicada a quem vive com Psoríase “Tens direito a ser feliz”, música a partir da qual se desenvolveu e seguiu a série online, PSOCast, de 2020. O músico reforça que é importante passar esperança a quem vive e lida com a doença, pois com a ajuda de todos e da PSOPortugal, “conseguiremos levar o barco a bom porto”.

Questionado sobre a dificuldade em criar uma música de esperança para doentes, o próprio refere que “sentiu na pele” o que escreveu, pois expôs o que sentiu pela sua experiência familiar com a doença, tendo dois familiares próximos com a mesma. O cantor afirma que a música pode efetivamente ajudar quem lida com a doença, e explica “inclusive no Encontro em Tomar, todos os presentes choraram e isso, é a força da música com a junção da palavra”, refere. A música pode “ajudar a relaxar e a acalmar”, acrescenta.

A Psoríase entrou na sua vida porque tem dois familiares que “chegaram a um estado grave. O primeiro foi identificado há uns anos, é um irmão meu que conseguiu encontrar tratamento para a Psoríase”, afirma. Neste caso, só quando estava o tratamento em curso é que a família se apercebeu da patologia. “Mas quando percebeu, fez de conta que não percebeu”: todos encararam os sinais da psoríase com a normalidade possível, focando-se no apoio ao familiar afetado. Chegar ao diagnóstico e tratamento, “foi difícil, porque é um processo longo”, indica Emanuel. Questionado sobre se começou a ver aqueles que lhe são próximos de forma diferente, o músico recusa, “porque são pessoas que amo, e quando se ama, não é relevante. Nós só temos de estar ali para os apoiar”. Para quem vive a doença na primeira pessoa é mais difícil, “mas o meu familiar que ainda não tem a pele limpa já convive melhor, já percebe que pode expor a sua pele que não nos faz diferença nenhuma”, refere o músico.

Enquanto familiar e amigo de doentes com Psoríase, “devemos dar o sinal de que sabemos que não é contagioso, que estamos do lado deles para que não sintam qualquer vergonha e não se sintam inferiores, porque não há necessidade”, afirma Emanuel. Um exemplo disto, foi o ano passado num concerto - “fui abordado no fim de um espetáculo por uma senhora que tinha Psoríase nas mãos. E eu fiz questão de ao

falar com ela lhe tocar nas mãos, e ela ficou muito surpreendida, porque habitualmente ninguém lhe toca nas mãos quando tem aquela manifestação externa. Eu senti uma satisfação interior naquele ser humano, que não vou esquecer. E é isto que os pacientes com psoríase precisam: que os compreendam, que os amem”, indica Emanuel.

O conselho de Emanuel para os familiares e amigos de doentes psoriáticos é fazerem o mesmo que ele faz “levarem isto com naturalidade, porque quando se ama, apoia-se. Não falar sobre o assunto, falar sobre o tratamento se necessário, para que eles se sintam normais, porque o são”, acrescenta.

Por último, o conselho para os doentes: “seja solidário consigo próprio. Teve a doença, outros têm outras, é normal. O assumir é extremamente importante, porque se não assumir, revolta-se e a revolta causa stress, mau estar, e por consequência, piora. Existe tratamento para se sentir melhor e tentar limpar a sua pele, pois pele limpa não é quase limpa, como indica a canção. Não se preocupe com os outros, quem quiser compreender muito bem, quem lhe quiser tocar toca, quem não quer não é um problema seu, é deles”. Principalmente, “Não se sinta inferior, você é igual aos outros”, termina.

Para saber mais, assista aos episódios da série “Tens Direito a Ser Feliz: PSOCast”, no canal do youtube da PSOPortugal.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Webinar
No dia 29 de outubro, a partir das 18h00, decorre o webinar Immunotherapy for Renal Cell Carcinoma – How is the clinical...

Por ser um carcinoma com prognóstico muito reservado, principalmente nos casos em que os doentes se apresentam com doença metastática no momento do diagnóstico, a abordagem ao Carcinoma de Células Renais tem exigido, por parte da comunidade científica, uma constante investigação e inovação, o que permitiu uma mudança radical no tratamento ao longo dos últimos 20 anos.

Neste sentido, para fazer a apresentação dos últimos ensaios clínicos que apresentam uma nova abordagem terapêutica em combinação com a imunoterapia para o tratamento de 1.ª linha, este webinar conta com a participação especial da Professora Cristina Suarez, médica oncologista no Hospital Vall d’Hebron, em Barcelona. De forma a enriquecer este momento de atualização científica, vão estar também presentes o Professor Arnaldo Figueiredo, médico urologista no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, e a Professora Isabel Fernandes, médica oncologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte.

Com duração estimada de 01h30, a sessão contará também com um momento final de Q&A, onde os participantes vão ter a oportunidade de colocar as suas questões e interagir com os oradores. Todos os profissionais das áreas de oncologia e urologia podem consultar mais informação e inscrever-se a partir da plataforma da MSD

 

Ensaio Clínico
Foram recentemente publicados, na revista científica Signal Transduction and Targeted Therapy, os resultados de um ensaio...

Neste ensaio clínico participaram 18 doentes hospitalizados com COVID-19 moderada e severa, tendo nove doentes sido incluídos no grupo de tratamento, ao qual foram administradas três infusões de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical, e os restantes nove foram alocados ao grupo controlo, que não recebeu células. Ambos os grupos apresentavam uma distribuição homogénea em termos de género, idade e características clínicas e todos os participantes receberam tratamento standard para a COVID-19.

Não foram registadas reações adversas graves decorrentes da infusão de células estaminais do cordão umbilical e todos os participantes do estudo recuperaram da infeção e tiveram alta durante o período de seguimento, não se tendo observado diferenças na duração da hospitalização entre os doentes dos dois grupos. No grupo controlo, cinco doentes sentiram falta de ar e quatro necessitaram de ventilação mecânica, enquanto que no grupo de tratamento, apenas um doente apresentou este sintoma e necessitou deste tipo de apoio respiratório.

O estudo incluiu, ainda, a monitorização dos níveis de interleucina-6 (IL-6) no sangue, uma molécula pró-inflamatória associada à progressão da COVID-19 para estados graves. Em quatro doentes do grupo de tratamento com valores de IL-6 inicialmente elevados, verificou-se uma diminuição neste parâmetro, três dias após o tratamento, que se manteve estável nos quatro dias seguintes. O doente com valor de IL-6 inicial mais elevado foi também o que registou a diminuição mais acentuada, sugerindo que esta possa ser a população de doentes com maior potencial para beneficiar desta terapia.

Segundo Bruna Moreira, Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, “é urgente encontrar soluções eficazes para controlar a atividade do sistema imunitário em doentes que apresentem sobreativação do sistema imunitário, chamada tempestade de citocinas, devido à COVID-19”. Relativamente ao ensaio clínico, a investigadora acrescenta ainda que “embora o número de participantes não permita retirar conclusões relativamente à eficácia, foi demonstrada a segurança da administração de células estaminais do tecido do cordão umbilical e esta terapêutica esteve associada a uma menor incidência de complicações respiratórias nestes doentes”.

Os resultados favoráveis obtidos neste ensaio de fase 1 motivaram o início de um ensaio clínico de fase 2/3, envolvendo 90 doentes e múltiplos centros de tratamento. Outros ensaios clínicos encontram-se atualmente em curso para avaliar a eficácia da utilização de células estaminais mesenquimais no tratamento de COVID-19 grave e o seu uso compassivo foi já aprovado pela agência reguladora americana FDA.

Nove meses após os primeiros casos de COVID-19, foram já registados mais de 37 milhões de casos e mais de um milhão de mortes. Apesar de um número significativo de infetados permanecer assintomático ou apresentar sintomas ligeiros, muitos desenvolvem doença grave, que se manifesta através de insuficiência respiratória e cardíaca, frequentemente acompanhada de uma sobreativação do sistema imunitário, com elevação dos níveis de moléculas pró-inflamatórias.

Referências:
Meng F, et al. Human umbilical cord-derived mesenchymal stem cell therapy in patients with COVID-19: a phase 1 clinical trial. Signal Transduct Target Ther. 2020. 5(1):172.
https://covid19.who.int/, acedido a 14 de outubro de 2020.
https://gisanddata.maps.arcgis.com/apps/opsdashboard/index.html#/bda7594740fd40299423467b48e9ecf6 , acedido a 14 de outubro de 2020.

 

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