Programa de investimento
O Banco Europeu de Investimento (BEI) e a Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD) uniram esforços para financiar um...

O banco da UE concederá um empréstimo de 200 milhões de euros à IFD. Estes fundos serão disponibilizados a instituições financeiras em Portugal que os canalizarão para as entidades que promovam a construção, renovação e modernização das infraestruturas em questão. Os intermediários financeiros, que serão selecionados através de um concurso realizado pela IFD, terão de igualar o montante do empréstimo do BEI, o que significa que, no total, estarão disponíveis até 400 milhões para este programa de investimento. Esta é a terceira operação conjunta do BEI e da IFD.

Este projeto aumentará a capacidade e qualidade dos serviços de apoio a idosos e pessoas com deficiência em todo o território português e terá um impacto positivo direto não só na qualidade de vida da população que carece destes cuidados, como também na respetiva rede de apoio, que inclui familiares e a comunidade médica.

Portugal é o país europeu com uma das maiores taxas de idosos (com mais de 65 anos) não saudáveis e com o mais elevado índice de envelhecimento, que atingiu 153,2 % em 2017. Esta operação permitirá a entidades do terceiro setor, tais como as Misericórdias e Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), desenvolver um programa de investimento essencial, em coordenação com intervenientes do setor e com a República Portuguesa. O objetivo passa por alargar a capacidade existente, uma vez que as atuais instalações obsoletas são, em muitos casos, incapazes de satisfazer as necessidades atuais, obrigando a manter nos hospitais os doentes que necessitam de cuidados continuados, sobrecarregando assim o serviço nacional de saúde, ou obrigando as famílias a contratar ou a assumir o papel de cuidadores informais, sem a formação adequada.

O programa de investimento centrar-se-á, principalmente, em projetos de investimento de pequena e média dimensão, com um custo inferior a 50 milhões de euros cada, cujos beneficiários finais serão entidades que desenvolvem a sua atividade no setor social e já prestam serviços de cuidados continuados e de apoio a idosos. Os beneficiários finais serão selecionados em consulta com as autoridades portuguesas e os principais intervenientes do setor, tendo em conta as necessidade e carências identificadas, devendo a IFD criar um sistema de validação em duas fases para garantir a elegibilidade dos projetos propostos.

O Vice-Presidente do BEI, Ricardo Mourinho Félix, responsável pelas operações do Banco em Portugal, afirmou: “Estou muito contente que o meu primeiro anúncio oficial como Vice-Presidente do BEI responsável pelas operações do banco em Portugal seja esta parceria com o IFD, que visa melhorar as infraestruturas de atendimento aos cidadãos portugueses mais frágeis, como a população idosa e os portadores de deficiência. Este projeto vai melhorar o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas que precisam de cuidados, juntamente com seus familiares e cuidadores. O BEI está pronto para apoiar todos os esforços que respondam às necessidades mais urgentes dos cidadãos europeus.”

Henrique Cruz, Presidente da Comissão Executiva da IFD, sublinhou: "Esta iniciativa, que se constitui como mais um resultado da estreita relação entre a IFD e o Grupo BEI, será desenvolvida em parceria com entidades do terceiro setor e é decisiva para colmatar a insuficiência de mercado que resulta da maturidade muito longa deste tipo de projetos e da sua forte dependência do apoio e do investimento públicos. Esta lacuna no mercado, que se agudizou especialmente em tempos de COVID-19, sublinha a necessidade de alargar e reforçar a capacidade e a qualidade dos serviços de apoio aos idosos em Portugal. Até ao momento, a IFD recebeu, da parte dos intermediários financeiros, grandes manifestações de interesse em intermediar estes fundos.

Sintomas pouco específicos atrasam diagnóstico
“Vamos falar de Sii” é o mote da campanha que a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia apresenta hoje. Pretende-se alertar a...

Apesar de afetar cerca 10% da população portuguesa, a Síndrome do Intestino Irritável (SII), não é compreendida e valorizada. Muitas pessoas não procuram ajuda médica por um lado, pela falta de informação e, por outro, pela facilidade de atribuição dos sintomas a outras doenças. A SII é a principal causa de consultas de Gastrenterologia (doenças do Aparelho Digestivo).

A campanha “Vamos falar de Sii” da SPG, com o apoio da farmacêutica Norgine, pretende sensibilizar os portugueses para esta doença incapacitante, que tem grande impacto na qualidade de vida das pessoas. Com esta iniciativa, a SPG pretende dar continuidade à sua missão de utilidade pública, de informação e formação aos cidadãos.

“Queremos informar para melhor diagnosticar e tratar, contribuindo para o conhecimento de um problema de saúde que afeta a qualidade de vida de muitos portugueses. Vamos dar a conhecer mais sobre esta situação crónica alertando para seus os sintomas para que todos a possam identificá-la e tratá-la. Queremos contribuir de forma positiva para auxiliar quem sofre”, afirma Rui Tato Marinho, presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia.

A SII é considerada a patologia mais frequente do tubo digestivo dita funcional. Os seus sintomas principais são pouco específicos. Na maioria dos casos: dor abdominal, diarreia, obstipação. Torna-se assim complexo, à partida, relacionar diretamente estes sintomas com esta síndrome. Por vezes, pode esconder e confundir-se com outras doenças mais graves.

“O impacto na vida dos doentes com SII é muito elevado. Ter, por exemplo, diarreia e cólicas abdominais no local de trabalho, ou antes de uma situação stressante como um exame ou uma prova desportiva é muito desconfortante. É, pois, importante aumentar o conhecimento existente, para que as pessoas procurem ajuda no seu médico gastrenterologista”, esclarece o presidente da SPG. Ele tem a capacidade de diagnosticar, pedir outros exames, aconselhar e tratar.

É essencial salientar que a SII é uma doença que, por se tratar de um problema intestinal, tem um certo estigma associado. Esta iniciativa tem também essa função, desmistificar, desconstruir e informar, aumentando a literacia da população sobre a Síndrome do Intestino Irritável.

Para esta campanha a SPG criou um website e uma página de Facebook, onde poderá esclarecer as suas dúvidas e encontrar informação fidedigna sobre a SII. Ao longo dos próximos meses, vão ser desenvolvidas outras iniciativas de sensibilização.

 

Proteína com papel preponderante no potencial reprodutor masculino
Um estudo da Universidade de Aveiro (UA) e do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS-UP)...

O estudo premiado, intitulado “GPR30 mRNA abundance in human spermatozoa and its association with outcomes of assisted reproduction”, sugere que a presença em espermatozoides do RNA mensageiro (mRNA) que codifica o recetor membranar acoplado a uma proteína G (GPR30) está associado a melhores resultados nos tratamentos de reprodução medicamente assistida. Aquela proteína medeia os efeitos do estradiol (E2), um dos estrogénios essenciais para a fertilidade humana e que tem um papel preponderante no estabelecimento do potencial reprodutor masculino.

A presença do RNA mensageiro (mRNA) que codifica para esse recetor foi já descrita em espermatozoides humanos, de acordo com estudos anteriores, embora sua relevância para a função espermática e para o desenvolvimento embrionário permaneça desconhecida, refere o investigador Pedro Fontes Oliveira, do Departamento de Química da UA, um dos coordenadores do estudo.

Os resultados obtidos neste estudo, coordenado por Pedro Fontes Oliveira, do Departamento de Química da UA, e Marco Alves, da Unidade Multidisciplinar de Investigação em Biomedicina (UMIB) do ICBAS, sugerem que o conteúdo desse mRNA em espermatozoides humanos poderá desempenhar um papel importante durante o estabelecimento da gravidez.

Realizado com a participação de cerca de 80 casais que se encontravam a realizar tratamentos de infertilidade, o estudo concluiu que níveis mais elevados de abundância de mRNA de GPR30 em espermatozoides estão correlacionados com taxas mais altas de obtenção de gravidez. Fica assim patente o papel que a carga de mRNA do esperma desempenha no desenvolvimento embrionário, sugerindo que o conteúdo de mRNA dos espermatozoides pode ser encarado como um “presente nupcial” e influenciar o sucesso da reprodução medicamente assistida, afirmam os investigadores.

O estudo agora premiado e outros anteriores, já publicados pela mesma equipa, têm decorrido com participação da Clínica de Genética da Reprodução Alberto Barros.

A infertilidade e a subfertilidade afetam um número significativa de casais em todo o mundo. A infertilidade associada ao fator masculino representa uma fatia de grandes dimensões, contribuindo para dois terços desses casos. Para além disso, a larga maioria de todos os casos de infertilidade masculina têm um fator causal desconhecido (infertilidade idiopática), com pacientes apresentando anomalias inexplicáveis nos parâmetros reprodutivos. A desregulação dos níveis séricos de estrogénios foi observada em vários homens inférteis e os níveis alterados de estradiol (E2) foram associados a uma produção e qualidade espermática diminuídas.

Estenose aórtica afeta 32 mil portugueses
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) alerta a população para importância de as pessoas com estenose...

“Devido à idade e ao historial médico, as pessoas com doenças cardíacas estruturais, tais como estenose aórtica grave, e com um histórico de acidentes cerebrovasculares, são uma população de alto risco. Os laboratórios de hemodinâmica são seguros e livres de COVID, pelo que não é preciso haver receios nesse sentido. É necessário retomar e manter as intervenções, para que seja possível prevenir que os doentes venham a desenvolver estados clínicos complicados e irreversíveis”, explica Lino Patrício, coordenador da Campanha Corações de Amanhã.

De acordo com os resultados de um estudo conduzido pelo Structural Heart Program of Mount Sinai Hospital, publicado a 30 de setembro de 2020, é necessário manter a vigilância dos doentes com estenose aórtica grave, bem como daqueles que estão à espera de uma intervenção estrutural aórtica, durante a COVID-19.

Neste estudo foram acompanhados doentes com estenose aórtica grave, submetidos a uma avaliação para substituição da válvula aórtica transcateter, desde março até junho de 2020.

Em março e abril de 2020, 10 por cento dos doentes tiveram problemas cardíacos, seis dos quais foram submetidos a intervenções estruturais aórticas com urgência, devido a sintomas acelerados de dispneia, angina em repouso, insuficiência cardíaca, ou síncope; e dois morreram de estenose aórtica grave.

De 6 a 23 de junho de 2020, 35 por cento dos doentes tiveram um ataque cardíaco, tendo sido necessário recorrer a intervenção estrutural aórtica. Durante este período, os que não foram submetidos a nenhuma intervenção médica, tiveram uma maior probabilidade de ter um ataque cardíaco.

Nos três meses anteriores a março de 2020, nenhum doente morreu de estenose aórtica, enquanto aguardava a realização da intervenção estrutural aórtica.

A estenose aórtica é uma doença que afeta cerca de 32 mil portugueses, maioritariamente pessoas acima dos 70 anos, limitando as suas capacidades e qualidade de vida. A aorta é a principal artéria do nosso corpo que transporta sangue para fora do coração. Quando o sangue sai do coração flui da válvula aórtica para a artéria aorta. A válvula aórtica tem como função evitar que o sangue bombeado pelo coração volte para trás. Na presença de estenose, a válvula aórtica não abre completamente, vai ficando cada vez mais estreita e isso impede o fluxo sanguíneo para fora do coração. Se não for detetada atempadamente esta doença pode ter um desfecho letal.

Doença hemato-oncológica
A abordagem integral do doente com Mieloma Múltiplo (MM), as alterações renais e a imunoterapia como aposta no tratamento desta...

“O MM é uma doença hemato-oncológica rara pelo que a promoção de educação sobre esta doença é fundamental. Este webinar tem como objetivo proporcionar aos doentes, cuidadores e profissionais de saúde um aprofundamento dos seus conhecimentos acerca desta patologia”, afirma Manuel Abecasis, Presidente da APCL.

Este webinar será coordenado pelo jornalista Paulo Farinha e os conteúdos estarão sob a responsabilidade de Fernando Leal da Costa, sócio fundador da APCL e assistente graduado sénior de Hematologia no Instituto Português de Oncologia de Lisboa, onde é responsável pela Clínica do Mieloma. Leal da Costa irá abordar o tema “Abordagem integral do doente com Mieloma Múltiplo”.

Esta iniciativa contará ainda com as participações de Maria do Mar Menezes, nefrologista no Hospital Curry Cabral, que falará sobre as alterações renais em doentes com MM, e de Cristina João, hematologista na Fundação Champalimaud, que irá falar sobre o papel da imunoterapia nestes doentes.

“Ao promover este webinar a APCL cumpre um dos objetivos da sua missão, que consiste em promover o conhecimento sobre doenças hemato-oncológicas, neste caso sobre o mieloma múltiplo cujo prognóstico se alterou radicalmente nos últimos 10 anos graças à introdução de novos fármacos como os inibidores do proteosoma, os IMIDs e mais recentemente os anticorpos monoclonais. De referir ainda os primeiros estudos com CAR T cells contra o mieloma cujos resultados parecem ser promissores” reforça o presidente da APCL.

A participação no evento, que conta com o apoio das farmacêuticas Sanofi Genzyme e Takeda, será gratuita e as inscrições poderão ser feitas aqui.

Dados Infarmed
Segundo dados do Infarmed, a dispensa de antibióticos caiu 22% em relação ao último ano. A redução das infeções devido às...

Entre janeiro e agosto deste ano, foram consumidas menos 1,1 milhões de embalagens de antibióticos em relação ao período homólogo de 2019, avança hoje o jornal Público.

Esta redução de 22% é visível nos dados disponibilizados pelo Infarmed, que demonstram uma baixa de 5,3 milhões de embalagens em 2019 para 4,1 milhões este ano, entre janeiro e agosto. Apesar de estes valores seguirem a tendência de queda da dispensa de antibióticos dos últimos cinco anos, em 2020 assistiu-se a uma quebra súbita até agora inédita.

De acordo com o responsável pelo Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA), José Artur Paiva, há vários motivos que podem justificar esta redução. Se por um lado, desde 2013 que o PPCIRA vem a fazer um trabalho de sensibilização e de formação dos médicos para as consequências de um elevado consumo de antibióticos, por outro a própria pandemia da Covid-19 contribuiu para a descida.

Segundo José Artur Paiva, citado pelo jornal Público, o confinamento imposto durante a pandemia, o distanciamento social e o uso de máscara fizeram baixar o risco de exposição a infeções bacterianas transmissíveis por via aérea através da boca e do nariz. Para além disso, a atual situação levou menos pessoas aos hospitais e aos centros de Saúde, o que diminuiu as prescrições.

Por outro lado, refere, houve uma grande redução da atividade programada, nomeadamente as cirurgias e as transplantações, pelo que este tipo de medicamentos também foi menos requerido.

O Público avança ainda que a queda dos antibióticos acompanhou também uma queda generalizada da dispensa de medicamentos nas farmácias comunitárias, tendo-se contabilizado, nos primeiros oito meses do ano, uma quebra de 2,5 milhões euros.

O que fazer
A febre na infância é um dos sintomas mais comuns em pediatria e uma das queixas mais frequentes nos

A febre é, nada mais nada menos, que uma resposta fisiológica e imprescindível do organismo a um determinado agente agressor, como vírus, bactérias ou fungos. Trata-se, deste modo, de um mecanismo de defesa que, como alguns estudos sugerem, aumenta a taxa de sobrevivência e diminui a duração do episódio de doença, estimulando não só o sistema imunitário, como dificultando a reprodução microbiana.

De acordo com a especialista em neonatologia, Alexandra Couto, autora do livro “Urgências em Pediatria”, “a febre é a elevação da temperatura do corpo humano, devido à libertação de pirogénios endógenos, desencadeada por uma resposta inflamatória”, podendo ser considerado estado febril  “uma temperatura retal igual ou superior a 38°C ou oral/axilar superior a 37,5°C”.

A verdade é que a temperatura corportal sofre pequenas variações ao longo do dia, podendo variar entre  os 35,5° e os 36,6°, subindo cerca de 0,5° no período da tarde.

Fatores como o exercício físico, o vestuário, o banho quente ou temperaturas atmosféricas elevadas podem conduzir a um aumento superior a 1°C na temperatura corporal.

Quer isto que dizer que, facilmente, podemos atingir temperaturas de 37°C sem que isso seja um indicador de doença.

As causas da febre são muitas e podem ser divididas entre infecciosas e não infecciosas.

“De realçar que as temperaturas corporais muito elevadas (41°C) estão habitualmente associadas a causas não infecciosas, por exemplo, distúrbios do sistema nervoso central”, explica ainda a especialista.

Por outro lado, temperaturas muito baixas, “abaixo dos 36°C”, podem ter diversas causas. O uso indiscriminado de antipiréticos à exposição ao frio, alterações endócrinas ou infeções graves são indicadas como algumas das responsáveis pelas temperaturas mais baixas.

“Em idade pediátrica, a febre é devida a infeções virais, na maioria dos casos. Nestas situações, a febre não excede os três dias completos e não necessitam de antibiótico”, refere chamando a atenção de que “os dentes não são responsáveis por temperaturas superiores a 38,4°”.

A convulsão febril é uma das grandes preocupações dos pais, mas felizmente estes casos são raros, atingindo menos de 4% das crianças entre os seis meses e os cinco anos.  “Existe, nestes casos, geralmente, uma história familiar de convulsões febris”, refere Alexandra Couto.

As convulsões são, habitualmente, de curta duração e cessam sem necessidade de terapêutica.

Quando é necessária a administração de antibióticos, o agente infeccioso é eliminado rapidamente, no entanto, a resposta inflamatória induzida por este no organismo pode ainda manter-se durante algum tempo, levando à manutenção da febre. De acordo com a especialista, “a manutenção da febre, neste caso em particular, não se deve ao insucesso terapêutico”.

O que fazer em caso de febre

  • Evitar roupas quentes
  • Manter a criança hidratada
  • Sempre que ocorra elevação da temperatura devem ser administrados antipiréticos, que têm como principal função aliviar o desconforto provocado pela febre
  • Em caso de febre muito alta, recomendam-se banhos de água tépida, ou compressas húmidas e mornas em crianças mais crescidas

A criança deve ser observada pelo médico se:

  • Tem menos de seis meses de idade
  • Tem mais de 40,6°C, retal
  • Choro de difícil consolo
  • Gemido a dormir ou quando manipulado
  • Sensação de doença grave mesmo com febre baixa
  • Ocorrer a primeira convulsão febril
  • Convulsão na ausência de febre
  • Alterações de consciência (sonolência excessiva)
  • Rigidez na nuca
  • Traumatismo cranio-encefálico recente
  • Cefaleias e prostração
  • Vómitos e/ou dor abdominal intermitente ou persistente
  • Diarreia e prostração com mais de 12 horas de evolução
  • Disúria
  • Discrasia hemorrágica (perda de sangue pelos orifícios naturais, petéquias ou sufusões hemorrágicas)
  • Cianose ou dificuldade respiratória após a desobstrução nasal
  • Sialorreia
  • Suspeita de intoxicação medicamentosa
  • Desidratação (diminuição da frequência e quantidade das micções, ausência de lágrimas, irritabilidade ou sonolência excessivas, diminuição do peso, aumento da frequência respiratória e cardíaca)
  • Hipotermia (<36°) após período de febre
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
"HIV Care 2020: Creating Possible"
A decorrer entre 4 e 5 de novembro, o “HIV Care 2020: Creating Possible”, um evento virtual dirigido a Profissionais de Saúde ...

Constituído por vários momentos de apresentação e debate, o “HIV Care 2020: Creating Possible” permitirá, através da discussão de casos clínicos, a partilha de experiências com BIC/FTC/TAF em 6 centros nacionais e num centro internacional espanhol, assim como a contextualização de várias temáticas do VIH por parte de oradores internacionais e especialistas nacionais.

“Biktarvy®: um ano depois o que dizem os especialistas?” é o tema da tarde de 4 de novembro que irá trazer à mesa a partilha de experiências com a utilização de Biktarvy e o enquadramento deste regime na prática clínica, através também da discussão de casos clínicos. Este painel, moderado por Rosário Serrão e por  Maria José Manata, contará com a participação de 6 especialistas nacionais (Bárbara Flor de Lima, do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca; Luís Malheiro, do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia; Mafalda Guimarães, do Hospital Dr. José de Almeida, Cascais; Miguel Abreu, do Centro Hospitalar Universitário do Porto; Paula Brito, do Hospital Garcia de Orta, Almada e Ricardo Correia de Abreu, do Hospital Pedro Hispano, Matosinhos) e de Julian Olalla, do Hospital Costa del Sol, Marbelha, que partilhará também a experiência com Biktarvy em Espanha.

Na tarde de 5 de novembro haverá espaço para a discussão “Hot Topics in HIV” com a abordagem de 3 tópicos: alterações de peso nas pessoas que vivem com VIH, os desafios na qualidade de vida dos doentes VIH e o modelo de forgiveness associado à adesão terapêutica. A apresentação destes três tópicos estará a cargo dos palestrantes internacionais: Hal Martin, Joel Gallant e Kirsten White que farão a contextualização destes temas, seguindo-se os comentários de especialistas nacionais: Ana Rita Silva, Cristina Valente e Fábio Cota Medeiros, moderados respetivamente por Josefina Mendez, Inês Vaz Pinto e Ana Cláudia Miranda.

Os profissionais de saúde poderão inscrever-se no “HIV Care: Creating Possible” através do link www.hivcare2020.pt . Para além da partilha de experiências, espera-se também que este seja um fórum de discussão, no qual, todos os participantes podem também intervir através de live Q&A

 

Webinar “Integração da Covid-19 no Trabalho das Equipas Multidisciplinares”
O Núcleo de Estudos de Urgência e do Doente Agudo (NeUrgMI), da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), vai realizar...

Este webinar é organizado em homenagem a todos os que diariamente se dedicam aos doentes, substituindo a 6ª edição do Congresso Nacional de Urgência, que se iria realizar entre os dias 30 de outubro e 1 de novembro, no Pavilhão de Feiras e Exposições de Penafiel, com o tema “Imagem e Urgência”. A realização do congresso foi adiada para 2021 devido à pandemia de COVID-19.

“O nosso objetivo foi não deixar passar em branco a data em que se iria realizar a 6ª edição do Congresso Nacional de Urgência, criando um espaço de formação e discussão sobre a urgência nas suas mais variadas vertentes, com especial foco na integração da COVID-19 no trabalho das equipas multidisciplinares”, declara Zélia Lopes, Secretária Geral do 6º Congresso Nacional de Urgência.

“Uma vez que não seria possível comunicar todas as temáticas que estavam programadas para o Congresso, decidimos resgatar uma mesa-redonda, na íntegra, sobre a presença dos Internistas na urgência e nesta luta que todos enfrentamos diariamente. Tendo em conta este desafio, é necessário refletir de que maneira as equipas multidisciplinares conseguem continuar a exercer as suas funções para que nada falte aos pacientes”, afirma Zélia Lopes.

Os destaques deste webinar são as três palestras que irão possibilitar a todos os interessados aprofundar conhecimentos em diversas áreas de Medicina. São elas “A Medicina Interna”, de Mari Mesquita, Diretora Serviço Medicina Interna; “Os Cuidados Intensivos”, de Glória Campelo, Diretora Serviço Medicina Intensiva; e “A Medicina Geral e Familiar”, de Almiro Mateus, Diretor Clínico ACES.

As inscrições para o webinar são gratuitas e estão abertas em: https://www.spmi.pt/webinar-neurgmi-ntegracao-da-covid-19-no-trabalho-das-equipas-multidisciplinares/

 

Capacidade de resposta
Os dados revelados na passada sexta feira, pela Ministra da Saúde, mostram que a capacidade máxima de resposta dos hospitais do...

Na sessão de atualização de dados sobre a pandemia, a Ministra da Saúde recordou que as unidades hospitalares do SNS dispõem de uma capacidade total de cerca de 21 mil camas, mas que nem todas podem ser enquadradas num contexto de resposta potencial, pelo facto de estarem incluídas nesse número hospitais especializados, como unidades psiquiátricas.

Para efeitos de resposta potencial, estas são 19700 camas em hospitais gerais: 34% no Norte, 21% no Centro, 36% em Lisboa e Vale do Tejo, 4% no Alentejo e 5% no Algarve. Das cerca de 19700 camas, algumas não podem ser consideradas para resposta a picos de afluência, com camas afetas a acidentes vasculares cerebrais, problemas coronários ou neonatologia. “Por regra, para a nossa contabilização são contabilizadas apenas camas médico-cirúrgicas, ou seja, 17700. Esta é a capacidade máxima”, justificou.

Segundo a governante, citada pela página oficial do Serviço Nacional de Saúde, os hospitais do SNS dispõem, ainda, de 1021 camas de cuidados intensivos e 566 de cuidados intermédios, embora uma parte tenha de ser reservada para doentes com outras patologias, como doentes coronários ou “casos específicos” graves.

Marta Temido acrescentou ainda que houve um reforço da capacidade hospitalar em termos de ventiladores. Portugal tinha no início da pandemia 1142 ventiladores. “Desde março, foram distribuídos mais 749 equipamentos de ventilação assistida, elevando o total atual para 1891”, concluiu.

 

Trabalho suplementar
Os médicos de saúde pública vão receber o pagamento das horas extraordinárias que fizeram desde março ou vierem a fazer no...

Segundo a página oficial do Serviço Nacional de Saúde, Marta Temido revelou, durante a conferência de imprensa de atualização dos dados da pandemia, na passada sexta feira, que já homologou “um parecer da Procuradoria Geral da República”, que dá luz verde ao pagamento de todo o trabalho suplementar que foi ou venha a ser realizado por estes médicos, para além das 200 horas de trabalho efetuadas fora do seu normal horário de trabalho”.

“Diferentes entidades do SNS vinham mantendo diferente entendimento e atuações quanto ao pagamento em simultâneo do referido suplemento e do trabalho suplementar”, explicou na ocasião Ministra.

A governante acrescentou, ainda, que “este pagamento deve ser feito desde março do corrente ano, ou seja, desde o momento – e isto é importante, porque é este o enquadramento específico – em que foram suspensos por determinação do Governo os limites legalmente previstos para a realização de trabalho extraordinário”.

“O meu despacho de homologação do parecer foi já comunicado à Procuradoria-Geral da República e será publicado em Diário da República”, assegurou Marta Temido, que explicou que o mesmo parecer foi comunicado às entidades do SNS para aplicação.

Destinado a psicólogos
Especialmente dirigido a psicólogos com atuação direta em Unidades de Cuidados de Saúde Primários do Serviço Nacional de Saúde ...

A Direção-Geral da Saúde (DGS) através de especialistas do seu Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física (PNPAF) desenharam o Curso de “Promoção do Aconselhamento Breve para a Atividade Física no Serviço Nacional de Saúde” e a sua implementação, gratuita, através da plataforma E-learning, em parceria com a Ordem dos Psicólogos Portugueses. 

A primeira edição iniciou-se a 19 de outubro de 2020, sendo que vão decorrer novas edições nos meses de novembro e dezembro.

De acordo com a DGS, “este é mais um passo fundamental para a qualidade dos serviços prestados. A evidência científica mais atual na área da promoção da atividade física identifica o aconselhamento breve em contexto de consulta de rotina como uma das intervenções mais custo-efetivas. Neste âmbito, esta e outras iniciativas têm vindo a ser implementadas pela DGS, através do PNPAF, visando a capacitação crescente dos profissionais de saúde”. 

 

Ensaios em ratinhos
Investigadores do Instituto Francis Crick, em Londres, conceberam uma vacina para tratar e prevenir cancro do pulmão, intestino...

A apresentação formal dos resultados está prevista para domingo, no 32º Simpósio EORTC-NCI-AACR sobre terapêutica do cancro, a realizar em Barcelona e que devido à pandemia de covid-19 irá decorrer de forma virtual durante o fim de semana.

A vacina foi criada para apontar a um gene denominado KRAS, que está relacionado com o desenvolvimento de muitos tipos de cancro, incluindo os do pulmão, intestino e pâncreas.

O estudo da vacina foi realizado por Rachel Ambler, uma investigadora de pós-doutoramento, e outros investigadores no Instituto Francis Crick.

“Sabemos que se o gene KRAS falha impede as células de se multiplicarem e converterem em cancerígenas. Mais recentemente, aprendemos que, com a ajuda adequada, o sistema imunitário pode ser capaz de atrasar esse processo”, avançou Ambler num comunicado divulgado pela organização do congresso.

“Queríamos ver se podíamos usar este conhecimento para criar uma vacina contra o cancro que pudesse ser usada não apenas para o tratar, mas também para proporcionar proteção duradoura contra a doença e com efeitos secundários mínimos”, acrescentou a especialista.

Os investigadores criaram um conjunto de vacinas que conseguem suscitar uma resposta imune contra a maioria das mutações KRAS mais comuns.

As vacinas são compostas por dois elementos unidos, um fragmento da proteína produzida pelas células do cancro que têm o gene KRAS mutado e um anticorpo que ajuda a que a vacina chegue a um tipo de célula do sistema imunitário denominada dendrítica, que ajuda o sistema a destruir células cancerígenas, uma capacidade que as vacinas podem reforçar.

Os investigadores testaram a vacina em ratinhos que tinham tumores do pulmão e em outros aos quais foi induzido o crescimento de tumores.

Estudaram os ratinhos para verem se os seus sistemas imunitários respondiam à vacina e também observaram se os tumores se reduziam ou não chegavam sequer a formar-se.

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Nos animais com tumores, cerca de 65% dos tratados com a vacina continuaram vivos 75 dias depois, em comparação com 15% dos que não a tinham recebido.

Nos ratos tratados para induzir tumores, cerca de 40% dos vacinados continuavam livres de tumores 150 dias depois, em comparação com apenas 5% dos não vacinados.

Ao vacinar os ratinhos, os investigadores descobriram que o surgimento de tumores se retardava, em média, 40 dias.

“Quando usamos a vacina como tratamento, vimos que retardava o crescimento de tumores em ratinhos. E quando a usamos como uma medida de prevenção, vimos que não apareciam tumores durante bastante tempo e que, em muitos casos, não chegavam a aparecer nunca”, resumiu Ambler.

Alguns ensaios anteriores de vacinas contra o cancro falharam, segundo a investigadora, porque não foram capazes de criar uma resposta suficientemente forte do sistema imunitário que conseguisse alcançar e destruir células cancerígenas.

“Esta investigação tem muito caminho a percorrer antes de poder ajudar a prevenir e tratar o cancro em pessoas, mas os nossos resultados sugerem que o desenvolvimento da vacina criou uma resposta forte nos ratinhos, com muito poucos efeitos secundários”, concluiu.

Como nos restantes países europeus
“É na Urgência que os doentes mais reconhecem o trabalho abnegado e competente da Medicina Interna”, afirmam especialistas

A Ordem dos Médicos (OM) tem patrocinado reuniões entre vários Colégios de Especialidade que visam promover um debate interno para avaliar a necessidade da criação de uma Especialidade de Medicina de Urgência e Emergência em Portugal. O grande argumento elencado para esta premência, é o facto de na maior parte dos países europeus existir a Especialidade de Medicina de Urgência.

“O nascimento de uma nova especialidade médica, não deve fazer-se de ânimo leve, por imitação ou interesses corporativos. Deve ter em conta as especificidades do país, e só se justifica quando promove vantagens na aquisição de conhecimentos, torna a organização mais eficiente e acrescenta qualidade na resposta dada aos doentes”, afirma João Araújo Correia, Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI).

A opinião generalizada dos órgãos da Medicina Interna em Portugal, é que a criação da Especialidade de Urgência não é uma necessidade premente. Não vai trazer quaisquer vantagens para as respostas que os doentes precisam, na nossa realidade. No entanto, a SPMI vai apresentar um projeto em que, no final da Formação Específica em Medicina Interna, será possível obter uma dupla titulação com a Medicina de Urgência.

“Nada é mais errado em Portugal do que confundir a Urgência com a Emergência. É errado passar a ideia de que uma nova especialidade resolverá os problemas da Urgência no país. Outro aspeto muito relevante a ter em conta, é o facto de mais de 90% dos internamentos médicos terem origem no Serviço de Urgência (SU), pelo que a presença dos Internistas no SU, é uma garantia de segurança dos doentes, ao evitarem altas indevidas, com consequentes atrasos nos diagnósticos” defende João Araújo Correia.

A Medicina Interna é a especialidade hospitalar mais numerosa (14% do total de especialistas hospitalares), que se assume como a “trave mestra” do Sistema Nacional de Saúde, no hospital.

Segundo os dados de 2018 divulgados pelo Ministério da Saúde, ocorreram 6,36 milhões de episódios de urgência, dos quais cerca de 40% dos atendimentos (2,2 milhões), foram classificados como pouco ou nada urgentes (pulseira verde ou azul) e a 42,7% (2,6 milhões) foi atribuída a cor amarela, que é onde reside a maior incerteza acerca da real gravidade clinica.

Atualmente, em Portugal, as equipas de urgência dos hospitais têm a participação de especialistas de várias áreas. São consideradas especialidades base do serviço de urgência a Medicina Interna e a Cirurgia Geral.

Boletim Epidemiológico
De acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS), registaram-se 2899 novos diagnósticos positivos de Covid-19, nas últimas 24 horas...

O mais recente boletim epidemiológico dá ainda conta de mais 31 vítimas mortais, elevando o número de óbitos associados a esta infeção para 2276.

O Norte é, neste momento, a região mais preocupante, contabilizando 1516 novos casos e 14 mortes. Lisboa e Vale do Tejo surge logo depois com 918 pessoas infetadas desde ontem e 9 óbitos. O relatório desta sexta-feira aponta também para mais 365 casos no Centro, onde se registam 5 mortes.

Há mais 53 casos e 2 vítimas mortais no Alentejo, ao passo que o Algarve apresenta mais 38 pessoas infetadas e 1 morte. Quanto às regiões autónomas, não se verificam óbitos, mas os Açores contam com mais 2 pessoas infetadas e a Madeira com mais 8.

 

Prevenção nas escolas
O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, anunciou um investimento adicional de cerca de sete milhões de euros para...

Para o primeiro período, o Governo já tinha feito um investimento semelhante, assegurando na altura que para os períodos seguintes seriam dadas dotações adicionais, mas sem avançar valores.

“Já seguiu para as escolas a informação para haver um reforço do orçamento das escolas em cerca de sete milhões de euros para assegurar as aquisições para o segundo período de tudo aquilo que as escolas precisam verdadeiramente, nomeadamente as máscaras, o álcool gel e todos os outros materiais de que necessitam atempadamente”, revelou Tiago Brandão Rodrigues.

 

Implicações na saúde infantil
Segundo a Ordem dos Nutricionistas e a Confederação de Treinadores de Portugal, a pandemia e as regras sanitárias estão a...

José Pereira, da Confederação de Treinadores de Portugal​​​​​​, explica em entrevista à TSF que, sem equipas a treinar e sem campeonatos a decorrer, os jovens acabam por ter a prática de desporto dificultada.

"As equipas distritais e nacionais juvenis, neste momento, não têm competição organizada, de uma forma geral, portanto, os jovens não têm desporto", afirma José Pereira.

"Neste momento, eles têm um movimento, que é conhecido pelo exercício dos polegares, que é mandar mensagens dos telemóveis. O músculo que eles mais exercitam é os polegares", ironiza.

José Pereira nota que "não se prevê que, a curto prazo", esta situação "venha a modificar-se" e frisa que a mesma "tem sido extremamente prejudicial para os nossos jovens".

Por seu lado, a Ordem dos Nutricionistas alerta que se, à falta de desporto, estiver aliada a uma alimentação menos cuidada, as consequências para os mais novos podem ser severas.

Alexandra Bento, revela aliás que esta é "uma mistura verdadeiramente explosiva”. Citando um estudo da Direção-Geral de Saúde, a bastonária da Ordem dos Nutricionistas revela que, durante o período de confinamento, "quase metade da populaça alterou os hábitos alimentares", sendo que "42% alterou para pior".

"Claramente, nesse período, comeu-se pior", afirma a bastonária, temendo que a quebra dos rendimentos das famílias, devido à crise pandémica, possa estar a ter consequência na alimentação dos mais novos.

"Se os agregados familiares diminuíram o seu rendimento, se estão a viver momentos de mais stress, se têm novos modelos de compra - porque as famílias têm novos horários e vivem novas realidades em termos laborais - então poderemos estar a ter muitas famílias portuguesas com dificuldade em alimentar-se de forma correta", afirma na entrevista.

Mas não é só em casa que se passou a comer pior. Alexandra Bento recorda que também a forma de comer nas escolas mudou devido à pandemia.

"O acesso aos alimentos nas escolas está mais dificultado, porque há uma série de alterações que tiveram de ser operacionalizadas, quer nas cantinas, quer nos bares das escolas, quer nas máquinas de venda automática", conclui.

Reivindicação
A Plataforma Saúde em Diálogo escreveu ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, solicitando a participação nas...

A Plataforma lembra que as decisões tomadas no que respeita à Covid-19 têm especial impacto na vida de doentes crónicos, a grande maioria dos beneficiários das 55 associações que representa. Por este motivo, reivindica uma participação mais ativa, além do envio de propostas de medidas ao Ministério da Saúde, ao Ministério do Trabalho e da Segurança Social e à comunicação social.

Como a Presidente da Direção da Plataforma afirma na carta, "a nossa participação será certamente muito mais rica e produtiva se participarmos efetivamente nos processos de decisão, sendo connosco partilhada a informação em que se baseiam as vossas decisões, ouvindo os vossos argumentos e a vossa razão de ciência». É convicção de Maria do Rosário Zincke que o saber e experiência da Plataforma «são o que permitirá decisões mais adequadas aos seus destinatários".

A insistência da Plataforma Saúde em Diálogo surge depois de não ter sido convidada a participar nas audiências do Presidente da República aos vários agentes de Saúde Pública, nos termos da Lei nº 108/2019, de 9 de setembro, que consagra a Carta para a Participação Pública em Saúde, de que a Plataforma é signatária.

Sobre a Plataforma Saúde em Diálogo

Fundada em 1998, a Plataforma Saúde em Diálogo - Associação para a Promoção da Saúde e Proteção da Doença, é uma Instituição Particular de Solidariedade Social que tem por missão fazer ouvir a voz dos doentes e utentes de saúde, contribuindo para a evolução de um sistema de saúde cada vez mais centrado nas pessoas. Conta atualmente com 55 associadas, entre as quais associações de doentes, promotores de saúde, profissionais de saúde e consumidores. 

 

Doenças raras
A baixa estatura é a característica física mais evidente de um grupo de doenças designado de Displas

De origem genética, podendo “ser herdadas de forma autossómica recessiva, autossómica dominante, recessiva ligada ao X, dominante ligada ao cromossoma X, e ligada ao cromossoma Y”, as Displasias Ósseas correspondem a um conjunto muito heterogéneo de doenças raras que afetam, maioritariamente, o desenvolvimento, a estrutura e constituição dos ossos, da cartilagem e da dentina, refletindo-se em baixa estatura e, em alguns casos, incapacidade motora.

Segundo Inês Alves, “estão atualmente identificadas 461 displasias ósseas, não letais e letais, divididas em 42 grupos de acordo com 4 critérios: fenotípicos ou aspeto físico, radiológicos, bioquímicos e genéticos. E, embora, sejam individualmente raras, têm uma prevalência global de 1 caso a cada 5000 nascimentos”.

A maioria das displasias ósseas, explica a presidente da ANDO Portugal – Associação Nacional de Displasias Ósseas, “ocorre devido a mutações no DNA, que podem surgir de forma espontânea, conhecidas por “mutação de novo”, ou herdadas de pais para filhos”.

Embora o seu diagnóstico possa ocorrer ainda no segundo trimestre de gravidez, “em muitos casos, só é reconhecido em período pós-natal”. Não raras as vezes, a identificação exata destas doenças pode levar anos a acontecer.

“Este atraso pode ter vários motivos entre os quais o reduzido conhecimento e reconhecimento de displasias ósseas por muitos profissionais de saúde, a muito limitada referenciação de casos com suspeita de displasia óssea, as características diversas de cada displasia e a perda parcial de seguimento clínico da criança/adulto com displasia óssea”, explica Inês.

Para o seu reconhecimento, para além da realização de um exame físico completo “para observação de características distintivas ou dismórficas”, apoiado em testes laboratoriais e radiográfico, deve ser tida em conta a história familiar. “A genética médica é a especialidade por excelência para o diagnóstico de displasias, havendo contributos da pediatria, endocrinologia, ortopedia e fisiatria/reumatologia, principalmente”, esclarece a representante da Ando.

Como já foi referido, embora a baixa estatura seja o traço mais frequente nestas patologias, existem outras, nomeadamente de origem hormonal ou metabólica, que podem apresentar o mesmo tipo de manifestação. Nas displasias ósseas, as complicações associadas podem ainda ser muito distintas e afetar diferentes sistemas orgânicos, como “o esqueleto, as articulações, o sistema neurológico e o respiratório”.

Embora não exista tratamento farmacológico para todas as 461 displasias ósseas conhecidas – apenas 1% destas patologias podem recorrer a terapêutica farmacológica -, “estão atualmente em investigação ou ensaio clínicos tratamento farmacológico para outras 7 displasias”. Inês Alves, ressalva, no entanto, que estes tratamentos não curam a doença, limitando-se a melhorar a qualidade de vida da pessoa com displasia.

Tendo em conta todos estes aspetos, e sendo que podem surgir múltiplas complicações associadas à doença, ao longo da vida, estes doentes devem ser acompanhados por uma equipa multidisciplinar, “idealmente com seguimento num centro hospitalar de referência, e acompanhamento de proximidade com uma equipa de profissionais de saúde na área de residência”.

As displasias não letais mais frequentemente observadas são a acondroplasia, a discondrosteose de Léri-Weill, as colagenopatias tipo II como a displasia espondiloepifisária congénita e a osteogénese imperfeita.

«Há uma elevada complexidade multifatorial relacionada com o impacto da displasia em cada pessoa»

Dada a sua complexidade, a Displasia Óssea atinge cada doente de forma única, sendo o seu impacto dependente de diversos fatores, no entanto, Inês Alves chama atenção para o impacto que a baixa estatura tem na vida destes doentes. “As questões relacionadas com as acessibilidades de forma a assegurar independência, são muito relevantes. Por outro lado, a gestão dos cuidados médicos ao longo da vida consome muitos recursos como a energia pessoal, financeiros e de tempo e lidar com os desafios sociais face à diferença física pode ser muito impactante para as pessoas com displasia óssea e para as famílias, podendo ter uma carga existencial enorme”, revela.

“É necessário que a sociedade entenda que a diferença física é comum, seja ou porque se tem baixa estatura, ou uma cabeça desproporcionadamente grande, ou excesso de peso, ou magreza, ou cabelo ruivo, ou um membro amputado, etc e que a sociedade assuma a diferença com naturalidade. Também é muito importante que as pessoas sejam conscientes que são parte integrantes da sociedade e que cada uma se identifica individualmente pelo seu nome próprio. E este é um dos grandes trabalhos a ser feito: que as pessoas com displasia sejam conhecidas e chamadas pelo seu nome próprio e não por termos depreciativos”, acrescenta, relembrando que “é frequente as crianças começarem a questionar como são, e porque são assim, entre os 4 e os 6 anos”. Neste sentido, o papel dos pais na aceitação da doença é essencial, embora, nem sempre fácil. “Quando os pais têm conhecimento que o filho/a tem uma displasia óssea, é um período emocionalmente muito complexo, que pode demorar meses ou vários anos a superar, e que pode também estar relacionado com o tempo do diagnóstico. Aceitar que o filho/a tem uma displasia e recuperar emocionalmente é um passo muito importante para puder ajudá-lo/a”, reforça a presidente da ANDO Portugal, esclarecendo que a Associação presta aconselhamento e apoio às famílias. “A ANDO Portugal - Associação Nacional de Displasias Ósseas tem, desde 2015, apoiado pessoas com displasia ósseas e famílias, na superação de múltiplas questões, na obtenção de informação sobre a sua displasia, na ajuda a nível psicossocial, educativo, profissional assim como na orientação para acompanhamento clínico e terapêutico diferenciado”, afirma.

No entanto, admite que há ainda todo um “caminho pela frente para o diagnóstico precoce de muitas das displasias ósseas menos frequentes, na normalização da diferença física na sociedade, no acesso medicamentos inovadores e  terapias, na produção de mais investigação científica centrada na pessoa, na melhoria da qualidade de vida, na integração na sociedade e em alargar o conhecimento sobre as displasias ósseas entre profissionais de saúde, famílias e sociedade em geral”.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Orientações
O Núcleo de Estudos de Geriatria (NEGERMI), O Núcleo de Nutrição Clínica (NENC) e o Núcleo de Estudos de Medicina Paliativa ...

“A demência é uma síndrome neurológica de agravamento progressivo, sem cura, cuja prevalência tem vindo a aumentar devido ao envelhecimento da população. Existe um grande desconhecimento entre profissionais de saúde e cuidadores relativamente à melhor abordagem da alimentação nos doentes com demência avançada.” explica Ana Pessoa, Internista no Centro Hospitalar do Médio Ave.

Continua: “Na demência avançada, condição terminal em que deve ser privilegiado o conforto do doente, este está habitualmente acamado, necessita de ajuda para a higiene e para a alimentação, e muitas vezes não é capaz de falar. É nesta altura que surgem as maiores dificuldades com a alimentação. Desta forma, alimentar um doente com demência avançada é um desafio para o cuidador. O doente pode perder o apetite, recusar-se a comer ou mesmo engasgar-se com os alimentos. A alimentação por sonda parece ser uma opção óbvia, mas acarreta vários riscos. Como alternativa, recomenda-se a alimentação por via oral de acordo com a tolerância e vontade do doente, denominada por alimentação de conforto. A alimentação de conforto, não sendo a opção ideal, é a menos agressiva e que mais respeita a vontade do doente.

Existem várias estratégias que se podem utilizar para otimizar a alimentação via oral nestes doentes. Do ponto de vista ético e legal é legitimo não alimentar por sonda na fase terminal da demência, caso este procedimento seja contrário aos valores da pessoa e não se objetivem benefícios. Esta decisão deve ser tomada após discussão multidisciplinar incluindo o doente (se possível), representante legal, cuidadores, família e equipa de profissionais de saúde envolvidos, elaborando um plano individual de cuidados que permita a tomada de decisões no melhor interesse do doente. “Assim, o conhecimento acerca desta patologia e das opções de alimentação disponíveis é fundamental para podermos melhorar os cuidados prestados a esta cada vez maior e mais vulnerável população de doente”, conclui a internista.

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