Nutrição

Castanha – A iguaria da época

Atualizado: 
16/10/2020 - 09:33
Ainda as temperaturas mais frias não se fazem sentir, e o cheirinho a castanha assada já toma conta das nossas ruas. Traz-nos o aconchego dos serões à lareira em noites frias, lembranças de infância, do lar, dos animados magustos. É, sem dúvida, um alimento cultural, que não deve ser dispensado. Manter as tradições é manter a identidade de um povo.

Mas do ponto de vista nutricional, será a castanha um alimento interessante?

A castanha é uma boa fonte de hidratos de carbono. Pode ser utilizada como substituto de farinhas. Não contém gluten, o que faz desta opção uma alternativa em doces para intolerantes a esta proteína.

É muito apreciada em pastelaria/doçaria. Cada vez mais surgem produtos alimentares criados a partir da farinha de castanha.

As caraterísticas deste fruto, sabor distinto e adocicado, textura fofa da farinha, tornam-no numa matéria prima interessante aos olhos dos pasteleiros/doceiros.

No entanto, é uma fonte alimentar de amido, fibras e com um índice glicémico significativo e que tende a provocar flatulência pela fermentação intestinal que ocorre. Não aconselhável para quem tem maior sensibilidade ou doenças inflamtórias intestinais.

Também nas dietas de emagrecimento, deve ser um alimento a consumir com moderação. Além da distensão abdominal, promovida pelos fatores acima indicados, o elevado IG e o teor de hidratos de carbono, principalmente monossacáridos, pode atrasar o processo e os resultados.

Já numa dieta para ganho de peso, poderá ser uma opção para enriquecer as refeições e atingir o excesso calórico que estes casos obrigam.

A dose de castanha ronda as 30g (sensivelmente 5 castanhas), das quais 12 gramas são hidratos de carbono, 14 g de água, 1,8 g de fibra, menos de 1 g de proteína e de lípidos. Ou seja, não apresenta interesse como fonte de proteína nem de gorduras polinsaturadas, acabando por ter significado apenas como uma fonte de hidratos de carbono.

Em comparação com a noz, do ponto de vista de sáude, fica em desvantagem. Não desvalorizando o teor em potássio e em ácido fólico. Estes minerais constam na castanha em boa quantidade, importantes no funcionamento do sistema nervoso e muscular.

A variedade alimentar continua a ser a melhor forma de manter o estado de saúde.

As quantidades dos alimentos devem ser ajustadas às suas necessidades e objetivos, mas sempre baseadas neste fundamento de diversidade.

E porque as tradições, usos e costumes não se podem perder, faça juz a esta época do ano e consuma castanha, com moderação!

Bons magustos!

Autor: 
Lídia Marrão – Nutricionista - CP 2022N
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
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