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É possível superar a Psoríase

Atualizado: 
14/09/2020 - 12:41
A Psoríase é uma doença autoimune, crónica, “que ainda não tem cura, mas tem tratamento”, afirma Paulo Ferreira, dermatologista que responde a todas as dúvidas de doentes, no “Tens Direito a Ser Feliz: PSOCast”, uma série da PSOPortugal. Sendo uma patologia com manifestação sobretudo na pele, tem, no entanto, várias morbilidades associadas, como é o caso da artrite psoriásica. Contudo, “há tratamentos muito eficientes para todas as formas da Psoríase”, o fundamental é diagnosticar de forma precoce e dar ao doente o tratamento adequado ao seu caso.

“A psoríase de placas, nomeadamente na zona dos cotovelos, é a mais comum explica Paulo Ferreira.” Daí a imagem vulgar de placas, uma lesão com relevo, vermelha e com escamas brancas, como se fosse cera”, descreve o médico. É muitas vezes essa apresentação que leva ao diagnóstico da doença e é também a mais fácil de tratar”. Se for confinada aos cotovelos até pode ser tratada com terapêuticas tópicas”, indica o médico.

Isto, porque a terapêutica para a psoríase varia de acordo com a localização e extensão das lesões. “Os tratamentos podem variar tendo em conta a zona do corpo. Se a Psoríase estiver nas mãos, podem-se usar pomadas ou cremes, mas se for no couro cabeludo, por exemplo, deve-se usar uma loção” refere o dermatologista. A forma de apresentação dos princípios ativos do medicamento é fundamental, para definir os melhores tratamentos tópicos para as formas ligeiras da doença. Nas formas mais graves, utilizam-se tratamentos sistémicos “que atuam no organismo como um todo”, através injetáveis ou fototerapia, conclui.

Quando as lesões são disseminadas ou são feitas terapias desadequadas, a Psoríase pode mesmo atingir a zona dos olhos e pálpebras. Nesses casos, “há produtos tópicos muito eficientes, mas implicam uma escolha criteriosa pelo dermatologista”, refere o médico. Apesar de não serem as formas mais comuns, implicam uma consulta urgente para tratar precocemente. 

Associada à psoríase, surge muitas vezes a artrite psoriásica, que deve ser detetada e tratada o mais cedo possível, porque “a longo prazo pode ser particularmente incapacitante”, refere o médico. Doentes que apresentem sinais iniciais de rigidez e dor nas articulações, devem ser tratados preferencialmente pela reumatologia, em consulta multidisciplinar com a dermatologia, ou seja, “devem ser guiados por profissionais que se complementam no tratamento da doença, daí ser importante informar sobre a mesma e sobre todas estas questões junto da sociedade em geral”, acrescenta Jaime Melancia, Presidente da PSOPortugal.

Tanto o dermatologista como o presidente da PSOPortugal assinalam a importância de detetar, diagnosticar e tratar precocemente e adequadamente a psoríase e todas as suas co morbilidades. E da importância de o tratamento ser prescrito e seguido pelo médico. Isto, porque qualquer medicamento, quer seja tópico ou sistémico pode ter efeitos secundários. “Há que pesar os prós e os contras, adaptando o tratamento à saúde de base do doente e seus comportamentos”, afirma Paulo Ferreira.

É necessário estudar o doente, fazer a história clínica, ver se há uma carga hereditária vincada: “se o doente tem outros casos de Psoríase na família, ou mesmo tiroide, artrite, diabetes, fígado gordo, outras doenças autoimunes…” e analisar o estado da doença, se está muito espalhada ou não.

A viragem no tratamento

Um momento de viragem no tratamento da psoríase foi o lançamento dos medicamentos biotecnológicos. “São a revolução total, nomeadamente no tratamento das formas ligeiras a moderadas da Psoríase. São anticorpos, pequenas proteínas, que vão neutralizar ou bloquear mediadores da inflamação que estão muito descontrolados na Psoríase”, indica Paulo Ferreira, adiantando que as opções disponíveis demonstraram eficácia e segurança.

O médico ressalva, no entanto, que por vezes o contexto clínico do doente obriga a interromper o tratamento com o medicamento biotecnológico, como aconteceu com alguns doentes na altura expressiva da pandemia de covid-19, por precaução. Importante que “essa decisão deve ser refletida e orientada pelo médico. O doente não deve por si só, interromper sem falar ou ser aconselhado pelo seu médico. Pois existem casos em que pode haver uma perda brusca da eficácia e ser difícil depois recuperar os níveis de eficácia que se tinham conseguido num estado inicial”.

Para saber mais, assista aos episódios da série “Tens Direito a Ser Feliz: PSOCast”, da PSOPortugal aqui:

 

 

 

Autor: 
PSOPortugal
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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