Vacinação começa na próxima semana
Este ano, o Ministério da Saúde reforçou a aquisição de mais doses de vacinas contra a gripe sazonal, antecipando, assim, a...

“Estamos empenhados em garantir a maior cobertura vacinal de sempre em Portugal de forma a minimizar a coexistência de gripe sazonal e Covid-19 e, naturalmente, proteger os mais vulneráveis”, frisou António Lacerda Sales, na conferência de imprensa de atualização dos dados da Covid-19.

O governante recordou ainda que a próxima fase de vacinação começa na próxima semana, acrescentando que este ano, uma parcela das vacinas do Serviço Nacional de Saúde (SNS), cerca de 150 mil doses, destinada à população com mais de 65 anos será administrada nas farmácias.

 

 

Inciativa da Sociedade Portuguesa da Hipertensão
A Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH) associa-se à World Hypertension League (WHL), para comemorar o Dia Mundial da...

De 17 a 23 de outubro, nesta segunda semana dedicada à hipertensão, a novidade é o testemunho dos doentes em primeira mão. Haverá ainda sessões de show cooking, uma sessão médico-doente, quizzes e sessões clínicas sobre hipertensão. Mais uma vez a iniciativa tem a colaboração de Nilton, o conhecido humorista e escritor português que se associa pela segunda vez à Semana da Hipertensão EM CASA. 

Os Webinares temáticos e as atividades online decorrem no Facebook, Instagram, Youtube e Site da SPH (www.sphta.org.pt).  

O tema central do DMH, promovido pela WHL, nos últimos cinco anos incide sobre Know Your Numbers (conheça os seus números/valores) com o objetivo de aumentar a consciencialização sobre a hipertensão arterial (HTA) em toda a população no mundo. Este ano a tónica é ‘Meça sua pressão arterial, controle-a, viva mais’.  

A SPH relembra a importância de medir a pressão arterial (PA) frequentemente, cujos valores devem ser inferiores a 14/9. Praticar exercício físico regular, adotar uma alimentação saudável com baixo teor de sal e cumprir a toma da medicação prescrita fazem também parte das mensagens que a SPH quer transmitir através das iniciativas que vai desenvolver. 

Embora a prevalência da hipertensão arterial se mantenha relativamente estável nos últimos 15 anos, atingindo mais de 40% da população adulta, a mortalidade cardiovascular de que a hipertensão é o principal fator de risco, tem vindo sistematicamente a diminuir e veio para baixo dos 30%, o que é um marco histórico.  

 

 

Congresso Virtual decorre nos dias 23 e 24 de outubro
Vão ser conhecidos os casos clínicos selecionados no âmbito da 2.ª Edição do HPV Clinical Cases. A apresentação e discussão dos...

Depois de uma primeira fase de candidaturas concluída com sucesso, que contou com a submissão de 79 casos clínicos, seguiu-se uma avaliação independente dos casos submetidos por um comité científico de excelência constituído pelos seguintes elementos: Daniel Pereira da Silva, José Moutinho, Teresa Fraga,  Luís VarandasPedro Montalvão, Carmen Lisboa e Sandra Pires.

A 2ª Edição do HPV Clinical Cases, que tem como objetivo aumentar o conhecimento e a discussão interpares do vasto leque de apresentações clínicas resultantes da infeção pelo HPV, com vista à melhoria dos cuidados de saúde a prestar aos doentes, culmina agora com este Congresso Virtual, onde vão ser conhecidos os trabalhos selecionados pelo Comité Científico, segundo os seguintes critérios: pertinência do caso clínico, originalidade, rigor científico, impacto que o mesmo terá no conhecimento da comunidade médica e nos cuidados a prestar aos doentes e raciocínio clínico.

Dadas as atuais circunstâncias epidemiológicas, o formato do evento desta edição reinventou-se, com as sessões orais  transmitidas virtualmente e em diferido, e uma área digital de pósteres, garantindo a qualidade científica de sempre. Os profissionais de saúde devem fazer o registo de participação no evento através da plataforma digital.

Esta iniciativa conta com o patrocínio científico das seguintes sociedades médicas: Associação Portuguesa Urologia (APU), Federação das Sociedades Portuguesas de Obstetrícia e Ginecologia (FSPOG), Sociedade Portuguesa de Andrologia, Medicina Sexual e Reprodução (SPA), Sociedade Portuguesa de Coloproctologia (SPCP), Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (SPDV), Sociedade Portuguesa de Doenças Infeciosas e Microbiologia Clínica (SPDIMC), Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG), Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG) e Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia da Cabeça e Pescoço (SPORL-CCC).

 

 

Saúde mental
Este sábado, 10 de outubro, celebrou-se o Dia Mundial da Saúde Mental. Reconhecendo a importância de cuidar de nós mesmos acima...

A fotografia pode ser um fator de stress e até causar ansiedade. Para os fotojornalistas e fotógrafos de publicidade, casamentos ou desporto, é elevada a pressão para entregar imagens marcantes dentro do prazo previsto; e pode ser esgotante passar muitos dias ou meses em viagem, muitas vezes sozinhos, e talvez a fazer a cobertura de histórias angustiantes. Se a isto somarmos a precariedade económica do trabalho freelancer, algo que se acentuou ainda com a COVID-19, é evidente a razão por que muitos fotógrafos independentes estão esgotados.

«Se não cuidar da minha saúde mental, não posso realizar o meu trabalho em condições», explica Anastasia Taylor-Lind, fotojornalista residente em Londres e membro da TED, que cobriu diversos conflitos em todo o mundo para meios de comunicação e ONG internacionais. «Sem autoconsciência e um certo nível de estabilidade emocional e mental, não somos capazes de processar e contar as histórias de outras pessoas.»

«Penso que os nossos organismos estão intrinsecamente ligados ao nosso estado emocional», acrescenta Tasneem Alsultan, fotógrafa documental saudita que se dedica a causas sociais e à defesa dos direitos humanos e colabora com o The New York Times e a National Geographic. A profissional relata que passou momentos difíceis devido à falta de trabalho causada pela pandemia. «Apeguei-me tanto à minha câmara que sinto que algo me falta se não a tenho na mão. Por isso comecei a ler sobre meditação, a aprender a acalmar-me e a ter mais consciência do que me rodeia, e a ligar-me mais à minha família.»

A experiência de Anastasia foi similar: «Quando a pandemia começou, todos os trabalhos que tinha foram cancelados ou adiados. Tive que responder a uma questão muito difícil, que foi: se não sou fotógrafa, quem sou eu?»

Ambas concordam que partilhar com outrem as suas preocupações e experiências, e estabelecer uma rotina de exercício físico são ações que podem ajudar a mente a conseguir o equilíbrio necessário para sobreviver.

«Compreendam que não estão sozinhos,» afirma Tasneem. «É bom falar e partilhar a vulnerabilidade que sentem, porque tantas outras pessoas vão identificar-se e partilhar o mesmo convosco. Não temos que fazer o mesmo que fizeram os outros antes de nós, nem sempre é o bom e o correto. Podemos corrigi-lo. Especialmente neste momento, acho que é mesmo importante que nos mantenhamos humildes.»

«Façam exercício. Utilizem o corpo para curar, acalmar e ajudar a vossa mente,» acrescenta Anastasia. «Para algumas pessoas é importante correr ou fazer longas caminhadas, simplesmente algo que vos entretenha fisicamente e liberte o intelecto – porque uma grande parte de ser fotógrafo está na nossa cabeça e em pensar nas coisas, ao mesmo tempo que as vemos.»

Esta importante conversa com Anastasia e Tasneem pode ser encontrada na sua totalidade no blog da Canon: https://www.canon.pt/pro/stories/photographers-and-wellbeing/

Iniciativa
A Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral (SPPCV) está a promover um vídeo de consciencialização para as más...

Segundo Miguel Casimiro, neurocirurgião e presidente da SPPCV, “este vídeo surgiu com o foco de alertar a população para os fatores que podem contribuir para aumentar o risco de desenvolver lombalgia, ou dor nas costas, tais como as más posturas no trabalho.”

E acrescenta: “com este vídeo pretendemos também, além de alertar, ensinar as pessoas a adotar medidas preventivas ou que possam minimizar os riscos de vir a sofrer de dores nas costas. No local de trabalho recomendamos, por exemplo, que opte por utilizar auscultadores ou auriculares, se tiver de falar ao telefone com frequência; ou quando está sentado deve manter a coluna encostada às costas da cadeira e os pés assentes no chão”.

“Além das más posturas, também existem outros fatores de risco associados a uma maior probabilidade de desenvolver a dor, como o sedentarismo, a obesidade, o tabagismo, o esforço físico excessivo (sobretudo na carga de objetos pesados) e o stress. A depressão e doenças associadas ao processo de envelhecimento, como a osteoporose, também acarretam maior risco de lombalgia”, conclui Miguel Casimiro.

 A lombalgia, ou dor nas costas, carateriza-se por uma dor, tensão ou desconforto na região lombar, com ou sem irradiação para os membros inferiores.

O Dia Mundial da Coluna assinala-se todos os anos a 16 de outubro, com a missão de consciencializar a população para a importância da saúde da coluna vertebral.

DGS
A Direção-Geral da Saúde (DGS) publicou uma atualização da orientação 018/2020 sobre gravidez e parto, em que reforça o direito...

Esta atualização, publicada no dia 9 de outubro, apresenta uma clarificação sobre a presença de acompanhante no parto, que já estava prevista no documento anterior.

Segundo o documento, “as unidades hospitalares devem assegurar as condições necessárias para garantir a presença de um acompanhante durante o parto”.

Lembrando que a presença de acompanhante no parto é “um direito legalmente reconhecido nos serviços de saúde”, a orientação refere que, “no caso das mulheres grávidas com Covid-19 pode ser considerada a restrição da presença de acompanhante, sempre que as condições existentes não assegurem a diminuição da propagação da infeção por SARS-CoV-2 a pessoas que possam vir a estar envolvidas nos cuidados ao recém-nascido no seio familiar”.

 

Entrevista: O impacto da pandemia na saúde mental
A Pandemia Covid-19 não veio apenas mudar a forma como vivemos, veio alterar padrões de comportament

AdS - Se é verdade que o isolamento é importante para proteger a nossa saúde física, impedindo o contágio pelo vírus, também é verdade que quanto mais tempo estivermos isolados maiores serão os riscos de sofrermos doenças psiquiátricas. Sabe-se aliás que a quarentena pode originar uma constelação de sintomas psicopatológicos, designadamente, humor deprimido, irritabilidade, ansiedade, medo, raiva, insónia, entre outros. Tendo em conta a sua experiência, que dados dispõe quanto ao impacto que a pandemia está a ter na saúde mental dos portugueses?

Antes de mais, em nome da RECOVERY, uma IPSS sem fins lucrativos, gostaria de agradecer o convite para esta entrevista, assim como, a atenção para com a nobre causa que defendemos diariamente – a Saúde Mental.

A pergunta é muito pertinente porque vai ao encontro da observação direta que temos tido no trabalho diário que desenvolvemos no âmbito das unidades de saúde que dispomos – uma unidade para adultos com perturbações de saúde mental grave e aquelas que se constituíram nas primeiras duas unidades de cuidados continuados integrados de saúde mental para a infância e adolescência da história do nosso país (uma de tipologia de internamento e outra de regime de ambulatório).

Já havíamos constatado e alertado para o facto das consequências da pandemia COVID-19 terem uma relação causal muito significativa com o aumento de situações preocupantes em matéria de saúde mental. Um inquérito divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a propósito do Dia Mundial de Saúde Mental, que se assinalou há dias (10 de outubro), vem confirmar precisamente esta difícil realidade. A pandemia COVID-19 interrompeu ou suspendeu serviços essenciais de saúde mental em 93% dos países do mundo, numa altura em que a procura de assistência aumentou e está a aumentar. Segundo o Diretor do Programa Nacional para a Saúde Mental, Professor Miguel Xavier, personalidade na qual nos revemos inteiramente e cujo plano nacional para a saúde mental defendemos acerrimamente, refere que no nosso país nós ainda fomos dando resposta porque o número de consultas em psiquiatria e em psiquiatria da infância e adolescência não baixou, subiu. Existiu um cuidado em manter e não interromper os cuidados prestados às pessoas que eram seguidas nestes serviços. No caso das nossas unidades, contratualizadas com os organismos competentes do Ministério da Saúde e do Ministério da Segurança Social, sucedeu o mesmo. Mantivemos o nosso apoio especializado e continuamos a responder às situações dramáticas das pessoas e suas famílias, desde março – início da pandemia – até ao momento. 

No entanto, esta pandemia veio colocar em foco algo que há muito as evidências científicas já vinham alertando – os contextos económicos, sociais e culturais têm um impacto enorme na saúde mental das pessoas. Assim como, a falta de investimento na saúde mental tem consequências muito graves nas pessoas e, de igual modo, nas próprias economias e sociedades ditas modernas.

A incerteza profissional, o desemprego, problemas acrescidos na prestação de cuidados básicos (como por exemplo, na alimentação, educação, habitação/rendas, etc…), os problemas conjugais e familiares acrescidos, o ambiente familiar tenso e pouco equilibrado, a dificuldade no acesso a muitos serviços da sociedade, a incerteza relativamente à solução para esta situação pandémica de saúde, está relacionada com o aumento e o exacerbamento de problemas de saúde mental, situações de stress tóxico e sofrimento psicológico agudo e crónico.

Atualmente é possível comparar o impacto e a carga social em termos de custos diretos e indiretos que várias especialidades da saúde têm nas sociedades e o que constatamos é que a doença mental surge sempre ou em primeiro ou em segundo lugar com uma carga global de cerca de 10 a 15%. Ora, apesar de reconhecer o esforço que tem sido feito nesta área por parte dos organismos competentes na área da Saúde, não é difícil perceber que o financiamento e o investimento da Saúde deveria ser muito maior na Saúde Mental do nosso país (cerca de 4% atualmente).

AdS - Não foram só aqueles que já apresentavam algum tipo de distúrbio a sentir este impacto…

Sim, não querendo de todo generalizar, pode-se inferir que em pessoas que não apresentavam sintomas antes da pandemia COVID-19, se verifica um surgimento de quadros clínicos significativos na área da depressão, da ansiedade e, na infância e adolescência, alterações com consequências preocupantes na área do desenvolvimento. Por outro lado, em pessoas que já apresentavam um quadro clínico grave, assistimos ao agravamento da sua sintomatologia com situações de sofrimento psicológico significativo, quer para a pessoa, quer para os seus familiares/cuidadores informais.

AdS - Quais as principais queixas apresentadas pela população? Houve agravamento de patologias pré-existentes? Que tipo de distúrbio se desenvolveu durante este período excecional?

É sempre necessário ter presente que vivemos tempos completamente excecionais na humanidade e, em particular, no nosso país. A verdade é que uma situação de pandemia como a que vivemos – assim como numa situação de crise, catástrofe ou situação de emergência - algumas necessidades básicas, como por exemplo a segurança individual e coletiva, estão em causa de forma transitória. Neste caso, do COVID-19, acresce o facto de se juntar um princípio de incerteza maior porque sabemos que esta situação só se irá resolver “completamente” até surgir uma vacina e/ou tratamento eficaz e isto acarreta consequências difíceis e exigentes ao nosso quotidiano.

Podemos dizer que todos, de forma muito generalizada, vivemos aquilo que a teoria do ecobiodesenvolvimento designaria de “stress tóxico”. Algo que se desenvolve precisamente em ambientes caóticos e é um tipo de stress forte, frequente e com ativação prolongada no organismo sem mecanismos de proteção que possam reduzir os impactos dos efeitos ou consequências das situações stressoras. Por exemplo, situações consideradas adversas desencadeiam uma reposta fisiológica de elevação de hormonas de stress na infância (ex: cortisol e adrenalina), gerando uma sobrecarga no sistema cardiovascular e riscos ao desenvolvimento saudável do cérebro. Ao experienciarmos situações de stress tóxico, há consequências que podem já ser observadas a curto prazo, como: irritabilidade, medos, transtorno do sono, diminuição das defesas do sistema imunitário; e a médio e longo prazo: transtornos de ansiedade, atraso no desenvolvimento e depressão.

No caso daqueles que já apresentavam um quadro clínico grave, podemos constatar, por exemplo, um agravamento de sofrimento significativo em pessoas com perturbações obsessivo-compulsivas, com depressões major, e até uma probabilidade exponencial de descompensações psicóticas em alguns quadros clínicos de personalidade e esquizofrenia.

AdS - Em termos económicos e sociais, o que isto representa ou poderá vir a representar?

O estudo da OMS e os dados que possuímos atualmente e que falei há pouco são bastante claros. Em termos de custos diretos e indiretos que as várias áreas da saúde têm nas sociedades o que se verifica é que a doença mental surge sempre em primeiro ou em segundo lugar com uma carga global de 10 a 15%. Se o investimento no nosso país na saúde mental continuar a ser apenas de 4 a 5%, pode-se concluir que estes problemas que abordamos vão piorar e ter consequências sociais, de saúde pública e económicas intangíveis e imprevisíveis. Reforço que em matéria da Saúde Mental temos traçado um caminho correto no nosso país, precisamos, no entanto, que exista um reforço significativo no investimento e financiamento das políticas e respostas previstas no plano nacional para a saúde mental que temos e que é sobejamente reconhecido por todos os organismos competentes nacionais e internacionais.

AdS - Há alguns estudos que mostram que o impacto da pandemia se pode fazer sentir até três anos após o seu início. Este dado preocupa-o? O que pode ser feito no sentido de acompanhar estes doentes, o que pode melhorar tendo em conta a importância que atualmente é dada à saúde mental?

É verdade. Aliás, o impacto da pandemia pode, inclusive, em alguns casos, ter repercussões para toda a vida de um jovem ou adulto e seus familiares. Considero que é importante tomar algumas medidas que são muito urgentes no nosso país. Entre muitas outras previstas no plano nacional para a saúde mental, considero urgente e necessária a criação de equipas comunitárias de saúde mental em todas as regiões, o reforço do investimento nos cuidados de saúde primários e unidades locais de saúde mental, assim como, o reforço no apoio e reabilitação destas pessoas e seus familiares. É necessário continuar com o processo de criação de respostas na comunidade como as unidades de cuidados continuados integrados de saúde mental com tipologias na área da infância e adolescência, adultos e senescentes. Estas unidades fazem a ponte com a comunidade na esfera da reabilitação clínica, pessoal, familiar, profissional, educacional e habitacional. Previnem situações futuras e atuam remediativamente em situações complexas presentes. É necessário e urgente que medicamentos como os antipsióticos possam ser disponibilizados como eram até 2010, gratuitamente. Sabemos, especialmente em situações de crise pandémica com consequências económicas como a que vivemos, que as pessoas e famílias tendem a cortar em gastos como a medicação. Esta situação é alarmante. Estes medicamentos devem, como são em outras especialidades na área da saúde, ser disponibilizados gratuitamente a todos sem exceção.

AdS - Não sendo só a vida dos adultos a ser impactada pela pandemia, de que forma esta veio afetar a saúde mental das crianças e jovens?

Esta pergunta é muito pertinente. Aliás, não podemos esquecer que as crianças e jovens são o futuro de qualquer sociedade. São eles que vão liderar e comandar os destinos de qualquer país. Nesse sentido, se tivermos crianças e jovens a crescer em ambientes tóxicos e doentes, aumenta a probabilidade de podermos vir a ter um problema ainda mais sério nas próximas décadas.

É obvio que a situação que vivemos não é saudável para qualquer pessoa, seja ela uma criança seja ela um adulto. No entanto, alerto para o facto de quadros de ansiedade generalizada, depressão e de desenvolvimento se estarem a formar como consequência do contexto sanitário que vivemos atualmente.

As crianças são como esponjas, absorvem toda a água que os rodeia. Neste sentido, não foram feitas para viver numa espécie de “bolha” 24h sob 24h. E isso traz as suas consequências. Se aos sintomas que falamos há pouco, acrescentarmos ambientes familiares tensos e adversos, sejam por causa da incerteza profissional e económica dos pais, sejam por problemas conjugais dos mesmos, então o processo de desenvolvimento daquela criança e jovem vai ser ainda mais desafiante e potencialmente adverso.

AdS - Que repercussões podem existir no futuro?

A curto prazo, podemos assistir a problemas de irritabilidade, labilidade de humor e de emoções, problemas de sono, alimentação, concentração e atenção, entre muitos outros. A médio e longo prazo podemos assistir a problemas de transtornos de ansiedade, depressão e desenvolvimento significativos.

AdS - Na sua opinião, o que assusta mais as crianças e jovens: este regresso à “normalidade” com escola presencial ou a possibilidade de voltarem a ter de ficar em casa com telescola?

Por vezes temos que ter cuidado com as palavras que escolhemos para não sermos mal-interpretados. Ambos os cenários têm efeitos adversos nas crianças porque vivemos uma situação excecional de crise pandémica, de saúde pública.

Conforme mencionei há pouco, o ser humano não foi feito para viver 24h sob 24h dentro de quatro paredes. Assim como, também não está preparado para viver sempre com um “principio da incerteza” relativamente à sua saúde e à saúde dos que os rodeiam.

Porém, sou daqueles que considera que o distanciamento social é diferente do distanciamento físico. E que, é genericamente mais adaptativo para o desenvolvimento de uma criança ou jovem viver e conviver socialmente seguindo, claro, as medidas recomendadas de proteção individual, do que estar confinado em casa de forma continuada.  O ser humano, aqui em especial as crianças e jovens que tem ainda uma série de questões físicas e psicológicas em desenvolvimento, precisa de alguma estrutura nas suas vidas. Estrutura dá sentido ao que fazemos. Ter um sentido na vida é essencial para enfrentarmos os desafios do presente e do futuro.

Neste sentido, para uma criança e jovem, se a família é o primeiro microssistema mais importante para o seu desenvolvimento, a escola será o segundo mais importante. Defendo o ensino à distância, sempre que a segurança ou a integridade física individual ou coletiva se justificar. No entanto, em matéria de saúde mental, e tendo por base o contexto excecional e desafiante que vivemos, considero um mal menor que as crianças e jovens mantenham um contacto com a escola e se mantenham, sempre que possível, em contacto com esta estrutura basilar para desenvolvimento humano de cada um de nós. Isto mantendo, claro, um sentido de responsabilidade individual possível (dependendo das idades/faixas etárias), que deve ser reforçado por todos em casa e sociedade.

AdS - Quais os principais receios das crianças nesta altura?

Os principais receios podem ser vários e de vária índole e dependem muito da faixa etária e do contexto em que se encontrem.

No entanto, de forma genérica, os principais medos estarão relacionados com os problemas que falamos anteriormente nomeadamente naqueles que os rodeiam e representam as suas redes de suporte básico e principal, assim como, com a sua própria saúde e anseios relacionados com as relações interpessoais, socialização e objetivos de vida imediatos.  

AdS- De que forma, podem os pais aliviar as preocupações das crianças?

Uma comunicação próxima e aberta com as crianças é essencial para identificar quaisquer problemas físicos ou psicológicos e para confortar as crianças numa situação de stress prolongado como a que vivemos atualmente. É importante motivar as crianças a manter um estilo de vida saudável em casa e na escola, a aumentar as atividades físicas, a manter uma dieta equilibrada, bons hábitos de sono e uma boa higiene pessoal.

Não devemos esquecer que os adultos são exemplos importantes de modelação de comportamentos saudáveis para as crianças e para as ajudar a desenvolver a sua autorregulação. Além de monitorizar o estado de saúde e de bem-estar das crianças, é fundamental respeitar a sua identidade e as suas necessidades. Manter uma rede de apoio psicossocial, com vizinhos, amigos ou familiares, pode ser particularmente importante em momentos como este. Também é muito importante reforçar as recomendações das autoridades sanitárias competentes no que concerne às medidas de proteção e de responsabilidade individual que devemos ter no exterior, nomeadamente, no local onde passam mais tempo – a escola.

Por fim, e não mesmo importante, é expectável que conflitos domésticos e a tensão entre os adultos aumentem, assim como, a ansiedade e o medo de serem infetados. Temos de ter um especial cuidado relativamente a estas situações, evitando ao máximo proporcionar um ambiente tóxico adicional a nível micro ao que já existe a nível sanitário social a nível macro.

Se os adultos se demonstrarem excessivamente preocupados, a ansiedade das crianças tende a aumentar. Para ajudar as crianças a lidar com a ansiedade, é importante fornecer informações apropriadas à idade sobre a gravidade e o potencial risco de doença e instruções concretas sobre como evitar infeções - como ensinar a importância de lavar as mãos, de evitar esfregar os olhos, usar máscara, entre outros. Desenvolver esses hábitos e conversar com as crianças sobre os seus medos pode aumentar a sensação de controlo sobre o risco de infeção e pode ajudar a reduzir a ansiedade.

AdS - Sabendo que muitas famílias viram os seus rendimentos afetados pela pandemia, e que nem todas podem recorrer a serviços privados para receber apoio psicológico, que alternativa dispõem se precisarem de ajuda?

Devem recorrer aos serviços públicos sempre e, em casos de dificuldade no acesso, como por exemplo os que são conhecidos no acesso aos cuidados de saúde primários, devem contactar as linhas de apoio psicológico do SNS disponíveis pela Saúde24, assim como, procurar as organizações e instituições existentes na sociedade, região ou área de residência. Instituições como a nossa, por exemplo, existem para apoiar e ajudar nestas e outras situações angustiantes. Não podendo apoiar, ajudam sempre na procura e descoberta de soluções! O importante aqui é não deixar de procurar ajuda profissional especializada e, na situação de crise sanitária que vivemos, é determinante que as pessoas não se sintam “sozinhas” ou desamparadas. 

AdS - No âmbito deste tema, que conselhos pode deixar, não só para adultos mas como para crianças mais fragilizadas pela pandemia?

Reforçando o que já mencionei anteriormente relativamente às medidas que podemos tomar a nível governamental, estrutural e familiar/individual, deixo um final apontamento para reflexão: “Nenhum homem é uma ilha, completo em si próprio; cada ser humano é uma parte do continente, uma parte de um todo”. Traduzindo esta máxima para a realidade atual que vivemos, pretendo dizer que existem problemas que nos afetam a todos e que será com a responsabilidade de todos que iremos sair dos mesmos. Devemos continuar focados em seguir com as nossas vidas, mantendo sempre a responsabilidade individual que se nos é exigida até que uma vacina e/ou tratamento eficaz surja a nível coletivo. Se tiverem problemas de saúde mental, sintam que não estão sozinhos. Procurem ajuda especializada, continuamos todos cá para ultrapassarmos estes desafios em conjunto.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Rastreio é voluntário
A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) arranca hoje com uma política pró-ativa de testar, regularmente, o...

A associação destaca que as pessoas com diabetes têm um risco de mortalidade por covid-19 superior, associado ainda a um maior risco de internamento.  Desta forma, defende que é fundamental não interromper os cuidados de saúde que devem, obviamente, ser prestados num ambiente o mais seguro possível.

“É importante encontrarmos estratégias que nos permitam adequar a nossa atividade habitual às novas condições em que vivemos. Os testes rápidos são a solução para ações mais imediatas que evitem a propagação do vírus SARS-CoV2. Para mantermos as nossas instalações abertas e assegurar o acompanhamento às pessoas com diabetes, precisamos de garantir a segurança no trabalho e identificar precocemente qualquer entrada do vírus na associação”, explica João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP.

José Manuel Boavida, presidente da APDP, defende que “de uma política passiva de diagnósticos passamos para uma política de procura ativa de pessoas assintomáticas. Só desta forma conseguiremos identificar as cadeias de transmissão que estão a levar à atual situação nacional e internacional. Esperamos que esta experiência de reforçar a proteção da saúde dos trabalhadores, prevenir e evitar a propagação da COVID-19 na APDP, possa servir como exemplo a ser reproduzido noutros locais, para conseguirmos fazer frente à pandemia.”

A estratégia do processo de rastreio diário na APDP pressupõe que todos os dias, 10% dos colaboradores serão testados, o que significa que, no espaço de 3 semanas terão todos participado no processo de rastreio diário que utiliza um teste rápido de deteção do SARS-CoV2. A participação no rastreio é voluntária e repete-se de 3 em 3 semanas.

Covid-19
Uma equipa da Universidade de Coimbra (UC) está a desenvolver um estudo para avaliar o real impacto do isolamento social...

Por outras palavras, a equipa liderada por Sandra Freitas, do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC) da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC), está a investigar as possíveis alterações na sintomatologia depressiva, capacidade funcional, queixas de memória, estado cognitivo e qualidade de vida da população portuguesa, causadas pelo confinamento decorrente da pandemia de COVID-19.

Para se poder comparar o funcionamento cognitivo e psicológico da pessoa antes e após o confinamento social obrigatório, foram recrutados 250 adultos (a partir dos 50 anos) e idosos de todo o país que já tinham participado em estudos anteriores, uma vez que o grupo de Sandra Freitas se dedica à investigação de alterações neuropsicológicas, patológicas ou não, resultantes do envelhecimento. Deste modo, “é possível uma avaliação mais rigorosa do impacto do isolamento social na saúde mental, dado que tínhamos dados prévios à pandemia”, explica a coordenadora do estudo.

Tendo em vista uma análise detalhada do impacto do isolamento social face à pandemia COVID-19 na saúde mental desta franja da população portuguesa, os participantes foram sujeitos, através de videochamada, a baterias de avaliação (neuro)psicológica específicas para estes fins, examinando-se alterações na sintomatologia depressiva, de ansiedade e stress, da qualidade e satisfação de vida, da capacidade funcional, das queixas de memória e do estado cognitivo.

Foram ainda observadas possíveis relações com características sociodemográficas e perfis de risco, bem como a “literacia existente entre os participantes para temas relacionados com a COVID-19, isolamento social e saúde mental”, refere a investigadora do CINEICC.

Numa primeira análise aos dados obtidos até ao momento, Sandra Freitas adianta que “o período de confinamento obrigatório favoreceu significativamente o desenvolvimento de maiores níveis de sintomatologia depressiva e, consequentemente, pior qualidade de vida nos portugueses”.

Na ótica da investigadora, os resultados finais do estudo em curso serão fundamentais “para compreender o modo como a saúde mental de cada franja sociodemográfica sai afetada com esta crise pandémica, tecer recomendações baseadas na realidade portuguesa, planear intervenções futuras para a prevenção da saúde mental em situações similares, entre muitos outros aspetos”.

Sandra Freitas afirma ainda que as conclusões desta investigação se destinam a todos os “cuidados de saúde primários (clínica geral e familiar) e especializados (psiquiatria, neurologia, psicologia e todos os profissionais da saúde mental), bem como à população em geral, alertando e sensibilizando para as problemáticas e franjas populacionais de maior risco”.

No âmbito deste projeto, também foi desenvolvida uma página web, CuidaIdosaMente, com o objetivo de aumentar a literacia para a saúde mental e fornecer estratégias preventivas a toda a população, ou seja, clarifica Sandra Freitas, “pretendemos dar a conhecer os fatores de risco para a saúde mental durante o isolamento social e partilhar conhecimentos e estratégias que promovam a sua prevenção”.

Esta investigação é financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), através da 1ª edição Research4COVID-19, e conta com a colaboração de uma investigadora do Centro de Investigação GeoBioTec da Universidade de Aveiro.

Opinião
No dia 12 de outubro celebra-se o dia mundial das doenças reumáticas, uma antiga denominação nosológ

As doenças reumáticas constituem um grupo enorme de patologias, das puramente funcionais às claramente estruturais (como a artrose), das imensamente mais comuns não inflamatórias às mais raras inflamatórias com caráter sistémico, mas com maior morbimortalidade.

São vários os fatores com importância no desencadear das doenças reumáticas não inflamatórias, desde fatores genéticos, mecânicos, individuais e/ou decorrentes da profissão, até fatores psicológicos, com grandes implicações na vida das pessoas e na sua atividade laboral. O papel do médico de família é essencial para diagnosticar o problema e tranquilizar o doente ao afastar hipóteses mais problemáticas, assim como na orientação do tratamento – aspetos em que a ajuda do reumatologista e ortopedista podem ser muito contributórios. O médico fisiatra é muito importante para ajudar o doente a compreender as medidas corretivas necessárias no seu dia-a-dia. Importância podem ter também as chamadas medicinas alternativas, como massagens, shiatsu, acupuntura, entre outras, como medidas complementares ao tratamento global. Uma palavra de caução sobre os ditos medicamentos não convencionais sem estudos de eficácia e segurança comprovados. É certo que a natureza está cheia de plantas e árvores que os antigos utilizavam regularmente e de onde sabemos se poderem extrair produtos químicos para a farmacopeia, mas devemos ter cuidado em saber onde é produzido aquilo que compramos e se é produto certificado na UE. Devemos lembrar que as interações entre os medicamentos é um problema sério hoje em dia e até chás como o de hipericão podem influenciar o efeito de alguns medicamentos.

Quanto às doenças reumáticas inflamatórias é um conjunto bastante heterogéneo envolvendo as doenças autoimunes, muitas incluídas nas doenças raras (menos de 5 casos por 10.000 habitantes). Entre as mais raras temos várias das doenças do grupo das vasculites, enquanto das mais frequentes se destacam a artrite psoriática e a artrite reumatoide (cerca de 1 % da população). O lúpus eritematoso sistémico por vezes é incluída nas doenças raras, outras vezes não, dependendo dos estudos. Estas doenças têm essencialmente um carater sistémico com manifestações em outros órgãos para além das articulações. O papel do médico de família é o de reconhecer estes quadros clínicos e orientar para as consultas dedicadas a esta área: medicina interna – doenças autoimunes, reumatologia e, de acordo com os achados clínicos, nefrologia, neurologia, dermatologia, entre outras. O tratamento global destes doentes obriga a uma atuação interdisciplinar entre especialidades médicas e também com muitas outra profissões da área da saúde, enfermagem, psicólogos, fisioterapeutas, etc. A evolução do armamentário terapêutico nesta área tem sido extraordinária com eficácia demonstrada, mas com custos elevados e necessidade de vigilância do perfil de segurança. Por todas estas razões, estes doentes devem ser acompanhados em centros dedicados e com competência para estas doenças – evidentemente nunca deixando o seu médico de família.

E não nos podemos esquecer, tal como cantava Variações “quando a cabeça não está bem (...não tem juízo...) o corpo é que paga”. E é bem verdade a dor “dói mais” se a nossa mente não está tranquila, se não está bem elucidada sobre o que passa no nosso corpo. Claro que também “dói mais” se as preocupações sociais, económicas e familiares nos preenchem a mente e não sabemos como as resolver. Percebemos assim que as doenças reumáticas têm uma dimensão individual, familiar e a nível da sociedade. Um plano orientador para diminuir a importância deste grande problema deve indubitavelmente ser abrangente.


Professor Carlos Vasconcelos - Unidade de Imunologia Clínica, CHUP.
Consulta de doenças autoimunes, CHTS.
UMIB, ICBAS, UP

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
O efeito de ertugliflozina a nível cardiovascular e renal
A MSD Portugal vai promover dois webinars para apresentar os resultados do ensaio clínico VERTIS CV, nos dias 14 e 27 de...

O controlo da glicémia tem vindo a ser priorizado, ao longo dos anos, no tratamento da Diabetes mellitus tipo 2 face a outros fatores metabólicos e fisiopatológicos, como o principal método pelo qual a morbimortalidade desta patologia pode ser reduzida. No entanto, assistimos agora a uma alteração do paradigma com a introdução das novas classes terapêuticas.

No primeiro webinar, sob o mote VERTIS CV - Primary Results: Adding to the Understanding of the Role of SGLT2i in the Clinical Treatment of Patients, vai ser conhecida a relevância clínica desta nova opção de tratamento e vão ser discutidos os resultados primários do ensaio. Esta sessão conta com a participação da Prof.ª Doutora Paula Freitas, Presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade, e do Prof. Doutor Davide Carvalho, Diretor do Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar de São João e Presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo.

Clinical learnings from VERTIS CV for patients with Diabetes and Cardiovascular Disease: A Cross-Speciality Discussion é o tema do segundo webinar. O foco da discussão será perceber de que forma esta nova classe pode aumentar a abordagem multidisciplinar no tratamento destes doentes, que conta com os contributos do Prof. Ricardo Carvalho, Cardiologista no Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia, e do Prof. Joaquim Calado, Nefrologista no Centro Hospitalar Lisboa Central. Esta sessão tem a moderação da Dr.ª Joana Louro, Especialista em Medicina Interna no Centro Hospitalar do Oeste.

Com a duração de uma hora, as sessões contam ainda com um momento final de Q&A, em que os participantes poderão colocar as suas questões. Os profissionais de saúde interessados podem inscrever-se através dos seguintes links: Webinar 1 (14 de outubro) e Webinar 2 (27 de outubro).

 

Encontro Nacional
A PSOPortugal irá realizar o seu Encontro Anual, em formato digital, no próximo dia 24 de outubro. A sessão, focada na gestão...

De forma a potenciar as oportunidades do digital, a sessão é este ano aberta a todos os públicos interessados, e não apenas aos sócios, através do Facebook da PSOPortugal, onde o directo terá lugar pelas 15h30 de sábado, dia 24 de outubro.

No Encontro vão ser abordadas questões relacionadas com isenções e direitos dos doentes com Psoríase, que serão respondidas por António Areal da Silva, advogado. Estas questões foram colocadas pelos sócios PSOPortugal no âmbito da iniciativa “Tens Direito a Ser Feliz PSOCast”, série online que pode visualizar no YouTube da PSOPortugal e site.

A sessão conta ainda com um painel de discussão sobre a gestão eficaz da Psoríase integrando as várias áreas de saúde envolvidas, com a participação do dermatologista Paulo Ferreira, da reumatologista Patrícia Nero e da psicóloga Filipa Silva.

Contamos consigo neste Encontro, para passarmos a palavra sobre a gestão integrada e eficaz da doença. Porque a Psoríase ainda não tem cura, mas tem tratamento.

 

Balanço
A atividade do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) no âmbito da resposta à Covid-19, aumentou na primeira semana de...

No mesmo período, foram efetuadas 236 recolhas de amostras biológicas para detetar infeção por SARS-CoV-2.

De acordo com o INEM, os meios afetos à Delegação Regional do Norte transportaram 924 utentes e na Delegação Regional do Sul, 858. Na região centro transportaram 407 casos suspeitos e no Algarve 107 utentes.

O INEM revela que os seus meios já transportaram, desde o dia 1 de março «mais de 50 mil casos suspeitos (51.297) às diversas unidades de saúde».

Informa, ainda, que atividade das quatro equipas de recolha de amostras, uma por cada Delegação Regional, que entraram em atividade em 10 de março, já efetuaram 24.708 colheitas de material biológico para análise.

O INEM recorda que a definição de caso suspeito de Covid-19 é, entre outros e de acordo com as normas em vigor¸ qualquer situação de falta de ar (dispneia) triada pelos Centros de Orientação de Doentes Urgentes.

 

Alunos com dislexia são 10% da população escolar
No âmbito do Dia Mundial da Dislexia, que se assinala a 10 de outubro, a DISLEX - Associação Portuguesa de Dislexia apela ao...

Para Helena Serra, presidente da DISLEX – Associação Portuguesa de Dislexia, “as escolas, no caso de alunos com dislexia, mobilizam em geral apenas medidas universais (adaptações em sala de aula), uma situação que deixa os alunos desprotegidos e que faz com que as aprendizagens empobreçam e que as notas negativas se multipliquem. Apenas num número muito reduzido de casos, a Equipa Multidisciplinar de Apoio à Educação Inclusiva decide pela implementação de medidas seletivas para além das medidas universais. As medidas seletivas são fundamentais, uma vez que a maioria destes alunos podem precisar de apoio psicopedagógico, de adaptações curriculares e de reforço das aprendizagens”.

“Apesar da desvalorização a que assistimos no que refere ao investimento em medidas específicas, os números falam pela necessidade de mudança. Os alunos com dislexia representam 10% da comunidade escolar e, infelizmente, continuamos a assistir a um cenário em que a maioria das escolas do país não aplica medidas específicas para melhorar o acompanhamento a estes alunos. Tudo isto implica maior investimento em educação inclusiva de qualidade, o que significa, por exemplo, a contratação de profissionais especializados para as escolas em número suficiente para efetuar a avaliação diagnóstica e a intervenção específica junto dos alunos com dislexia”, conclui.

A dislexia é uma disfunção neurológica, que se manifesta ao nível da dificuldade de aprendizagem da leitura, em pessoas com inteligência normal ou acima da média. Quem sofre de dislexia tem de fazer um esforço acrescido para distinguir letras, formar palavras e compreender o seu significado. Os alunos que têm estas dificuldades não são preguiçosos, pouco inteligentes ou imaturos, nem têm necessariamente problemas visuais ou de postura. Requerem um tratamento terapêutico atempado e apoios específicos no processo de ensino-aprendizagem, para conseguir ter sucesso. Ainda que esteja relacionada com a aprendizagem da leitura, a dislexia pode ter consequências noutras áreas académicas e a nível emocional e comportamental. É frequente a comorbidade com outras perturbações: perturbação específica da linguagem, discalculia, disortografia, descoordenação motora, défice de atenção com ou sem hiperatividade, alterações do comportamento, perturbação do humor, perturbação de oposição e desvalorização da autoestima.

A dislexia afeta 600 milhões em todo o mundo e é mais comum do que se julga, afetando caras mundialmente conhecidas que se destacaram na comunidade e que evidenciam o lado positivo da patologia, nomeadamente Einstein, Picasso, Da Vinci, Agatha Christie, Van Gogh, Churchill e Spielberg.

Área Metropolitana de Lisboa
As equipas multidisciplinares criadas no âmbito do combate à Covid-19 na Área Metropolitana de Lisboa contactaram, entre 30 de...

Profissionais da Saúde, Segurança Social, Proteção Civil/Municípios e forças de segurança têm ido ao terreno sensibilizar a população para as medidas de prevenção da doença, bem como verificar e encontrar soluções para quem necessita de apoio alimentar e realojamento, o que tem tido um impacto positivo no combate à doença. 

Assim, entre 30 de junho e 6 de outubro, os elementos das equipas constituídas nos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) da Amadora, Lisboa Central, Lisboa Norte, Lisboa Ocidental e Oeiras, Loures-Odivelas, Sintra, Almada-Seixal, Arco Ribeiro e Arrábida realizaram ações de rua e visitas a agregados familiares. No total, 15.029 pessoas foram alvo desta intervenção.

 

Dia Mundial Combate à Obesidade | 11 outubro
A obesidade é uma doença crónica, associada ao excesso de massa gorda, que determina um maior risco

As pessoas obesas quando consultam o seu médico, geralmente, queixam-se de dores nas articulações, falta de ar, cansaço ou, então, têm já outras situações clínicas também decorrentes da sua obesidade como, diabetes, hipertensão arterial, doença cardíaca, dislipidemia ou apneia do sono, por exemplo. Na maioria dos casos, o doente não tem consciência de que o problema principal é, afinal, a sua obesidade.

A prevalência mundial da obesidade quase triplicou entre 1975 e 2016. Em Portugal, a pré-obesidade é de 34,8% e a obesidade de 22,3%, o que representa mais de 50% da população. Portugal está no quarto lugar da lista de países da OCDE com população mais obesa.

A causa principal de obesidade é um estilo de vida desadequado, com desequilíbrio no balanço energético, aumento da ingestão de alimentos de alta densidade energética e atividade física reduzida. Assim, a melhor forma de prevenir é, desde a infância, estimular e educar para os estilos de vida saudáveis.

A DGS tem tido um papel muito importante na implementação de programas principalmente dirigidos às crianças, estimulando o conhecimento dos conceitos de alimentação saudável e exercício.

O diagnóstico de obesidade e excesso de peso, numa primeira abordagem, é feito avaliando o Índice de Massa Corporal (IMC = peso/altura2) que permite caracterizar a gravidade da doença. A OMS considera obesidade para um IMC superior ou igual (≥) a 30 Kg/m2 e excesso de peso se ≥25. Posteriormente, é fundamental conhecer a composição corporal do indivíduo, nomeadamente, a quantidade de gordura corporal e a sua distribuição que é fundamental para avaliar o grau de risco de complicações vasculares. A distribuição mais central da gordura corporal é indicadora de um maior risco.

Há necessidade urgente de reduzir a prevalência da obesidade pois isso vai reduzir a morbilidade e a mortalidade em geral e os custos, quer sociais e familiares, quer económicos, com a saúde.

Claro que é preciso não cometer exageros pois a informação disponível nem sempre é a correta. A consulta e aconselhamento por profissionais de saúde devidamente esclarecidos é o caminho para práticas saudáveis sem impor regras que conduzam a sacrifícios excessivos. O importante é que a prática de exercício e a alimentação, sejam um meio para o indivíduo ser mais feliz e participativo na sociedade. 

Retomar o “velho” padrão da dieta mediterrânica, não só para a alimentação, mas, também, para o convívio à mesa e em família que esse estilo de vida implica, é a melhor opção.

Para o tratamento, nos casos mais graves, há meios farmacológicos e cirúrgicos que podem ajudar, desde que, da parte do doente exista a devida disciplina para encarar o tratamento da obesidade como de uma doença crónica que pode ter consequências muito graves para a saúde.

Em tempo de pandemia é incontornável falar da COVID-19.  Um estudo recente da Universidade da Carolina do Norte, revela que a obesidade aumenta o risco de morte por COVID-19 em quase 50% e que pode tornar as vacinas contra a doença menos eficazes. Nos obesos infetados, o risco de internamento aumenta 113% e o de necessidade de cuidados intensivos, 74%. O risco de um desfecho fatal é de 48%. Realmente, tal era previsível, uma vez que nas doenças agudas, os obesos têm, habitualmente, mais complicações e pior prognóstico.

Os benefícios na saúde das pessoas obesas, conseguidos através da perda de peso, à custa de gordura corporal, principalmente se mantida a longo prazo, manifestam-se na saúde em geral, na qualidade de vida, na redução da mortalidade e na melhoria das doenças crónicas associadas.

O combate à obesidade é uma causa muito importante!

Lèlita Santos – Vice-Presidente da SPMI
Chefe de Serviço de Medicina Interna do CHUC
Professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Petição “Quantos somos com diabetes tipo 1?”
A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), juntamente com outras entidades da área da diabetes, conseguiu reunir...

A APDP apela aos partidos políticos para que desenvolvam propostas legislativas que promovam a criação deste registo, um instrumento que fornecerá dados exatos sobre a diabetes tipo 1 em todas as idades e que facilitará a construção de uma estratégia com real impacto.

“A responsabilidade está, agora, nas mãos dos grupos parlamentares e a APDP irá reunir com todos, para que não se perca a oportunidade de desenvolver uma proposta de lei que concretize esta intenção”, explica José Manuel Boavida, presidente da APDP.

“A incidência e a prevalência da diabetes tipo 1 está a aumentar e, sendo ainda uma doença pouco conhecida pela população em geral e pelos decisores de políticas de saúde, é crucial que existam dados concretos e atualizados como ponto de partida. Em causa estão entre 30 e 75 mil pessoas de todas as idades que morrem se não injetarem insulina.”, frisa João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP

Esta petição tem o apoio da Associação Mellitus Criança, do Grupo DiabéT1cos, da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, da Secção de Endocrinologia e Diabetologia Pediátrica da Sociedade Portuguesa de Pediatria e do Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna.

 

Sessão conta com Marta Temido
O Ministério da Saúde assinala o Dia Mundial da Saúde Mental com o webinar subordinado ao tema «Saúde mental para Todos. Maior...

Na da sessão, a decorrer hoje, dia 9 de outubro, com início previsto para as 15h30, vão ser debatidos os seguintes temas:

  • Desafios da Saúde Mental em Portugal
  • Sinergias em Saúde Mental
  • Saúde Mental | Respostas do Serviço Nacional de Saúde (SNS) à Covid-19

Entre os intervenientes neste encontro destaca-se a participação do Diretor do Programa Nacional para a Saúde Mental da Direção-Geral da Saúde, Miguel Xavier, e do Presidente do Conselho Nacional de Saúde Mental, António Leuschner.

A Ministra da Saúde, Marta Temido, encerra esta sessão. 

O Dia Mundial da Saúde Mental é comemorado no dia 10 de outubro desde 1992. Todos os anos, a Federação Mundial de Saúde Mental escolhe um tema. A comemoração visa colocar temas da saúde mental nas agendas dos governos, para além de centrar a atenção pública na Saúde Mental global, como uma causa comum a todos os povos, para além de limites nacionais, culturais, políticos ou socioeconómicos.

A sessão pode ser acompanhada, em direto, no Portal SNS.

 

Avaliações gratuitas
A CUF Oncologia assinala o mês de prevenção do cancro da mama com o mote: “Avalie o seu risco de Cancro da Mama”,...

As avaliações vão decorrer na Clínica CUF Almada e nos Hospitais CUF Cascais, CUF Coimbra, CUF Porto, CUF Santarém, CUF Sintra, CUF Tejo, CUF Torres Vedras, e CUF Viseu.  

São, essencialmente, dirigidas a mulheres a partir dos 35 anos que ainda não têm sintomas ou alterações. Estas avaliações permitem ajudar a mulher a perceber o seu risco de desenvolver cancro da mama e as medidas de prevenção a adotar para o prevenir. No caso de ser homem, as avaliações gratuitas também estão disponíveis desde que tenha suspeita de alguma alteração mamária significativa.

As taxas de sobrevivência ao cancro da mama são bastante elevadas, mas continua a registar-se uma elevada taxa de mortalidade quando diagnosticado tardiamente. Luís Mestre, coordenador da Unidade da Mama no Hospital CUF Tejo, recomenda: “A mulher deve estar atenta ao seu corpo e a alterações na mama. O aparecimento de algum nódulo, um mamilo retraído ou um corrimento mamilar com sangue, entre outros sinais. Deve perceber, também, o seu risco de vir a desenvolver cancro da mama, nomeadamente os seus hábitos de vida ou a sua história familiar. Uma consulta com um especialista em patologia mamária pode ajudar a mulher a perceber o seu risco e que estratégias adotar para tentar minimizar esse risco, além da possibilidade de um diagnóstico precoce". 

Não adiar o diagnóstico é fundamental para o sucesso do tratamento, quem o diz é Noémia Afonso, coordenadora da Unidade da Mama do Hospital CUF Porto relembrando que “a deteção e tratamento atempado e adequado, permitem ultrapassar a doença e retomar a sua vida normal. Por isso, é fundamental reconhecer os sinais e não adiar a procura de um profissional”.

Esta ação é gratuita, de inscrição obrigatória e limitada às vagas disponíveis: os interessados podem inscrever-se através do número 800 100 077 e podem consultar todas as informações sobre a campanha, através do link:  https://www.cuf.pt/eventos/acao-de-diagnostico-precoce-do-cancro-da-mama

 

Doar sangue
A Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue (FEPODABES) acaba de lançar um vídeo de sensibilização que apela os mais...

A FEPODABES alerta que são necessárias mil unidades de sangue todos os dias e que a cada dois segundos alguém está a precisar de sangue. O movimento #VamosSerHeróis procura incentivar os jovens adultos a partilharem o seu contributo nas redes sociais, com a utilização do hashtag, ao tornarem-se dadores de sangue.

O presidente da FEPODABES, Alberto Mota, diz “Os jovens são a nossa prioridade! Os atuais dadores de sangue pertencem essencialmente ao grupo de população mais envelhecida, por isso é urgente sensibilizá-los para a urgência de doarem sangue mesmo em tempos de pandemia. Apesar do nosso esforço e de todos os portugueses que participaram nas nossas colheitas, entre julho e agosto, continua a ser necessário reforçarmos os depósitos de sangue tendo em vista o período do inverno que se aproxima”.

O vídeo de sensibilização que pretende desmitificar o processo de recolha de sangue, quem está elegível para o fazer e como continua a ser um procedimento seguro, está disponível no Youtube com o mote “Vamos Ser Heróis! Dê Sangue”.

O processo de recolha de sangue é um procedimento rápido que não demora mais de 30 minutos e pode ajudar a salvar várias vidas. Uma unidade de sangue pode servir para ajudar até três vidas. Esta iniciativa vai também envolver o convite a influenciadores digitais, para divulgarem o vídeo, que se identifiquem com esta causa e queiram tornar-se também futuros dadores de sangue.

Estão elegíveis para dar sangue e transformarem-se em heróis os jovens adultos com mais 18 anos, que tenham mais de 50kg e sejam saudáveis.

Toda a informação sobre os locais oficias de recolha de sangue, está disponível no site da Federação em www.fepodabes.pt e www.dador.pt

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