Dor crónica como principal sintoma
A Espondilartrite Axial (EspAx) é uma doença reumática inflamatória crónica que se caracteriza pelo

De acordo com Pedro Carvalho, reumatologista no Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) e Hospital Particular do Algarve (HPA), trata-se de uma doença sem cura, cujos sintomas têm, habitualmente, início em idades bastantes jovens, entre os 20 e os 40 anos. À dor, “presente logo de manhã, ainda antes de existir qualquer esforço físico” e que não melhora com repouso, junta-se a rigidez matinal prolongada. “A associação com outros sinais e sintomas periféricos como artrite, entesite e dactilite é também característico. Os doentes apresentam níveis de fadiga, perda de capacidade funcional para as suas atividades de vida diária e prejuízo da sua atividade laboral bastante importantes, mesmo em fases muito precoces da doença”, refere o especialista quanto às suas manifestações clínicas. A perda de mobilidade da coluna vertebral e das articulações afetadas é frequente na doença avançada, tendo um enorme impacto na qualidade de vida do doente.

Assim, e tratando-se esta de uma doença que afeta indivíduos jovens – sendo raros os casos em os primeiros sintomas surgem após os 45 anos -, é particularmente importante que esteja atento aos sinais. “Em particular destaque estão os doentes que apresentem ainda outros fatores de risco para esta doença, nomeadamente lombalgia de ritmo inflamatório, artrite, entesite, dactilite e antecedentes pessoais ou familiares de outras doenças associadas a EspAx (doença inflamatória intestinal, psoríase e uveíte)”, acrescenta o especialista em reumatologia.

Segundo Pedro Carvalho, o diagnóstico desta patologia é sempre feito com base na identificação pelo Reumatologista de achados clínicos sugestivos de Espondilartrite Axial. “Nos doentes em que o médico considere que diagnóstico seja possível ou provável devem ser então solicitados exames complementares que permitirão estabelecer um diagnóstico definitivo. Assim, para basear um diagnóstico clínico é necessária a positividade de pelo menos um desses exames, que poderão ser laboratoriais (presença do gene HLA-B27) ou imagiológicos (radiografia ou ressonância magnética que documentem inflamação ou alterações estruturais sugestivas desta patologia)”.

No entanto, dada a prevalência da lombalgia na população portuguesa – um estudo recente estimou que 26% da população sofre de dor lombar -, onde apenas uma percentagem muito pequena (1,6%) corresponde ao diagnóstico de Espondilartrite Axial, torna possível que os clínicos, expostos a repetidas situações de dor comuns, desvalorizem os sintomas. “Apesar desta situação poder levar a uma dessensibilização do clínico para este problema, este deve permanecer atento para os sinais de alarme que os doentes possam apresentar, de forma a investir em termos diagnósticos naqueles que poderão ter uma doença reumática crónica subjacente à sua dor. Este facto aliado à falta de disponibilidade da ressonância magnética, muitas vezes indispensável para estabelecer este diagnóstico, poderá condicionar um subdiagnóstico destes doentes”, aponta o reumatologista.

Quanto ao tratamento, este deve ser individualizado e está assente em dois grandes pilares: o tratamento farmacológico e o não farmacológico.

“O primeiro consiste essencialmente no uso de fármacos anti-inflamatórios que felizmente são eficazes na maioria dos doentes. É possível inclusivamente que induzam períodos de remissão prolongados em alguns deles. Estes fármacos já demostraram inclusivamente terem efeito benéfico na diminuição da progressão da doença”, refere acrescentando que, quando “estas terapêuticas mais convencionais não proporcionam resposta satisfatória, causam efeitos secundários ou se apresentam como contraindicadas passa a ser necessário recorrer a fármacos biotecnológicos”. Segundo Pedro Carvalho, esta opção abre novos horizontes para esta população uma vez que tem a “capacidade de poder mudar significativamente a evolução da doença, melhorando sobremaneira a qualidade de vida destes doentes”.

Já o tratamento não farmacológico, diz, deve ser transversal a todos os doentes. “A recomendação para hábitos de vida saudável, nomeadamente a evicção tabágica, alimentação equilibrada e a prática regular de exercício são de extrema relevância. Deve ser dada preferência aos exercícios que reforcem a musculatura da coluna e que promovam uma maior mobilidade articular”, explica.

Entre as principais complicações associadas, Pedro Carvalho, enumera: osteoporose (13%) e a úlcera gastroduodenal (11%). “Esta população apresenta também uma prevalência importante de fatores de risco cardiovascular, nomeadamente hipertensão arterial, tabagismo e dislipidemia”, sublinha.

“Aos 14 anos tive a minha primeira grande crise”

Marciano Amaral começou a apresentar queixas muito cedo: “os primeiros sintomas da doença surgiram algures aos 8 anos de idade, com sintomatologia dolorosa no joelho esquerdo, que se prolongavam por algum tempo e reaparecia mais tarde”.

“Eventualmente por essa altura já haveria comprometimento da articulação sacroilíaca, pois recorda-me de um episódio de dor paralisante nessa região, após estar sentado num degrau muito baixo”, acrescenta revelando que foi aos 14 anos que teve a sua primeira grande crise afetando várias articulações – “pés, joelhos e dedos das mãos”.

“Considerando toda a sintomatologia da altura o diagnóstico foi de Artrite Reumatoide, o diagnóstico definitivo de Espondilite Anquilosante surgiu pelos 20 anos, quando já havia bastante anquilose a nível da coluna vertebral”, recorda admitindo que nunca tinha ouvido falar nesta doença.

“Embora fosse seguido por reumatologia desde os 16 anos, só pelos 20 anos um reumatologista que me seguia em tratamento termal, perante a evolução das limitações articulares levantou a suspeita de Espondilite Anquilosante, o que se veio a confirmar com a realização de vários exames”, acrescenta.

Nesta altura, se por um lado surgiram muitas dúvidas quanto à evolução da doença e como esta poderia condicionar a sua qualidade de vida, foi também o momento em que surgiu uma nova abordagem no tratamento “que para além da medicação anti-inflamatória, passou a incluir tratamentos esporádicos de hidroterapia, que só pecaram exatamente por serem esporádicos”.

Limitado pela sua condição socioeconómica da altura, Marciano admite que as mudanças nos hábitos de vida foram algo limitadas, sendo que as únicas mudanças que fez se deveram às limitações físicas “que se foram instalando de forma irreversível”.

Atualmente, com 63 anos de idade, e embora “faça uma vida independente, careço de algumas ajudas técnicas para o vestir e calçar”.

“As atividades físicas são muito limitadas pelas limitações articulares em diversas articulações. Tenho prótese nas duas ancas, com fraco resultado funcional, devido ao demasiado tempo de espera nas primeiras intervenções em que se instalaram atrofias musculares e tendinosas irreversíveis”, justifica.

Para evitar chegar a casos como este, Pedro Carvalho, sublinha a importância de sensibilizar médico e população para o problema. “A referenciação adequada e atempada à consulta de Reumatologia é a chave para o diagnóstico precoce e tratamento adequado destes doentes. Quanto mais célere for o processo diagnóstico, maior a probabilidade de a terapêutica contribuir significativamente para a melhoria da incapacidade destes doentes”, explica.

“Os doentes são frequentemente pessoas em idade laboral e que, de forma gradual, ficam condicionados significativamente na sua vida profissional, social e pessoal. Numa fase inicial, grande parte desse condicionamento advém da dor, rigidez matinal, fadiga e distúrbios do sono a ela associados. Com a evolução da doença surge o dano estrutural e a consecutiva perda de mobilidade, sinalizando muitas vezes a irreversibilidade das lesões já instituídas nessas fases mais avançadas. Esses estadios mais tardios em que a doença evoluiu sem tratamento adequado representam a perda de oportunidade de prevenção do dano estrutural, e condicionam níveis de incapacidade ainda mais importantes”, conclui.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Plataforma educacional
Protocolo entre a ESEP e a VirtualCare permite a disponibilização da Plataforma educacional e4Nursing às instituições de ensino...

A Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP) assinou um protocolo de colaboração com a VirtualCare para a disponibilização, em condições vantajosas, da Plataforma educacional e4Nursing às instituições de ensino superior que ministrem cursos na área de Enfermagem. Esta plataforma emergiu da investigação produzida no âmbito do CIDESI – Centro de Investigação e Desenvolvimento em Sistemas de Informação em Enfermagem - da ESEP, um dos 14 centros mundiais acreditados pelo ICN (International Council of Nurses).

A e4Nursing é uma plataforma web-based, bilíngue (Português / Inglês), orientada para o processo de conceção de cuidados de enfermagem, com uma arquitetura assente nas principais etapas do processo de tomada de decisão clínica e com uma estrutura de conteúdos alinhada com a Ontologia de Enfermagem, aprovada pela Ordem dos Enfermeiros. A aprovação pela OE, em 2020, da segunda versão da Ontologia de Enfermagem permite que todos os sistemas que a venham a usar no seu backend processem informação interoperável. A OE tem vindo a desenvolver esforços para que as empresas de desenvolvimento de software na área da saúde venham a usar a Ontologia de Enfermagem nos seus sistemas, com particular enfoque nos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS). Este facto reforça a pertinência da incorporação daquela ontologia na plataforma e4Nursing.

Assim, explica a Escola Superior de Enfermagem do Porto, “esta plataforma poderá ser um recurso muito valioso na formação graduada, pós-graduada (incluindo o âmbito da mobilidade internacional de estudantes) e ainda, na formação contínua, como a desenvolvida pelos departamentos de formação das instituições de saúde”.

“Esta nova solução tecnológica, fruto da colaboração da ESEP com a VirtualCare, fundamenta o seu potencial nos princípios da “aprendizagem baseada em problemas” e na promoção da interação entre o docente e os estudantes, centrando o processo de aprendizagem na conceção de cuidados, isto é, no desenvolvimento de competências de tomada de decisão clínica e na capacidade de explanação e sistematização dos cuidados de enfermagem”, acrescenta em comunicado.

Segundo a ESEP, “o desenvolvimento desta plataforma educacional e a sua disseminação irá permitir que os recursos técnicos e científicos que mobiliza, por intermédio de parcerias com outras instituições, sejam progressivamente adensados, contribuindo para o avanço dos processos formativos, na área da enfermagem. A disponibilização desta plataforma permite, agora, aos interessados na sua utilização, adicionar um recurso pedagógico inovador, no âmbito da sua oferta formativa, promovendo, junto dos seus públicos, uma solução de formação e educação de excelência”.

Cuidados de Saúde e monitorização
O Grupo Lusíadas Saúde é o serviço médico oficial de apoio aos atletas olímpicos, paralímpicos e surdolímpicos, fruto de um...

No âmbito desta parceria, os atletas, que representarão Portugal tanto nos Jogos Olímpicos como nos Paralímpicos de Tóquio no Japão, que se realizam entre 23 de julho e 5 de setembro, recorreram, no decurso dos programas de preparação deste ciclo olímpico, às Unidades de saúde do Grupo Lusíadas para a obtenção de cuidados de saúde, realização de tratamentos e monitorização da sua condição física.

Em total alinhamento com a atual conjuntura pandémica, esta parceria abrange também a realização de testes Covid-​19, obrigatória para todos os atletas antes da partida para Tóquio.

“Esta parceria com os Comités Olímpico e Paralímpico reforça o posicionamento do Grupo Lusíadas Saúde com o apoio ao desporto nacional de uma forma transversal. Este é o terceiro ciclo olímpico em que promovemos a saúde e o bem-estar junto dos atletas de todas as modalidades. Estamos lado a lado na preparação, na competição e na recuperação, através do acompanhamento médico próximo e qualificado em qualquer unidade Lusíadas Saúde”, afirma Vasco Antunes Pereira, CEO do Grupo Lusíadas Saúde.

“É bom vencer lado a lado”

Para assinalar esta parceria, a Lusíadas Saúde lançou uma campanha de comunicação com o mote “É bom vencer lado a lado”. O Grupo coloca atletas olímpicos e paralímpicos lado a lado, homenageando-os pelos seus percursos inspiradores e transmitindo o orgulho depositado nos seus trajetos desportivos.

Este é o terceiro ciclo Olímpico consecutivo no qual a Lusíadas Saúde atua como serviço médico oficial de apoio ao Comité Olímpico de Portugal, tendo nesta edição alargado o seu apoio às comitivas nacionais de atletas Paralímpicos e Surdolímpicos.

 

Realizados 150 mil testes rápidos de antigénio desde o início de julho
O sistema informático das farmácias está preparado, desde quarta-feira, para processar a comparticipação dos testes rápidos de...

A comparticipação a 100% dos testes rápidos de antigénio está disponível em mais de 200 farmácias, um aumento de 49% em relação à semana passada.

A estas farmácias somam-se ainda outras 232 que estão a realizar testes gratuitos no âmbito de protocolos com as autarquias de Lisboa, Oeiras, Odivelas, Lagoa e Amadora e ainda com a Região Autónoma da Madeira (RAM).

Desde o início do ano, as farmácias realizaram mais de 546 mil testes rápidos de antigénio, 47% dos quais no âmbito de parcerias com cinco autarquias e com a RAM.

Só nos primeiros 12 dias de julho, as farmácias realizaram mais de 150 mil testes rápidos de antigénio, cerca de 88% do número de testes efetuados durante todo o mês de junho.

A rede de farmácias continua focada em alargar a oferta e o alcance da sua intervenção no âmbito da estratégia nacional de testagem e de combate à COVID-19.

 

Inquérito
Os Portugueses estão mais recetivos à realização de consultas médicas online do que qualquer um dos outros países na Europa....

De acordo com a pesquisa promovida pela STADA, aproximadamente 4 em cada 5 pessoas em Portugal (79%) conseguem imaginar-se a serem tratadas por um médico através de teleconsulta, em caso de determinadas doenças menores ou secundárias; mais nenhum país se aproximou deste nível de aceitação. A média europeia foi apenas de 57%.

Cerca de metade dos inquiridos em Portugal referiram a vantagem da redução do tempo de viagem e espera, aproximando-se do dobro do valor médio do inquérito (25%). Outro terço dos Portugueses revelou-se preparado para dar uma oportunidade a esta dinâmica, dependendo da sua condição de saúde, número este um pouco acima da média (32%) dos outros países. Menos de 1 em cada 10 pessoas em Portugal rejeitaria uma consulta online, pois consideram a interação pessoal com o médico muito importante – este é um resultado muito mais baixo que o encontrado em qualquer outro país.

De facto, nas atuais desafiantes circunstâncias, os Portugueses revelam-se atentos e disponíveis às novas possibilidades tecnológicas.

Utilização das opções online para o aconselhamento médico

Mais de um quinto (21%) dos Portugueses afirma ter participado nos últimos meses em algumas consultas médicas, não pessoalmente, mas sim via telefone ou virtualmente. Esta percentagem revelou-se entre as mais altas dos 15 países participantes no STADA Health Report 2021, no qual a média foi 14%; apenas em Espanha e na Polónia se revelou mais prevalente o recurso à teleconsulta.

Simultaneamente, perto de um quarto dos Portugueses (23%) revelou ter cancelado ou adiado nos últimos meses check-ups médicos devido a restrições de contacto ou medo de infeção. A média global do report foi mais baixa apresentando um valor de 18%. Além disso, 1 em cada 10 (10%) em Portugal revelou ter faltado a consultas de rotina para controlo de doenças crónicas.

“Apesar de ser notável o facto de os Portugueses estarem predispostos a experimentar novas abordagens de serviços de saúde, como consultas online, o aconselhamento pessoal por parte de profissionais de saúde, nomeadamente médicos e farmacêuticos, prevalece como essencial para enfrentar as limitações de diagnósticos e tratamentos que se evidenciam no período pós pandemia” comentou Tiago Baleizão, o Diretor Geral da STADA em Portugal. “Através do seu vasto portfolio de produtos farmacêuticos, onde se incluem genéricos, terapias inovadoras e marcas que detêm a confiança dos utentes, a STADA está totalmente empenhada em trabalhar com os seus parceiros para elevar a capacidade de resposta às necessidades atuais e futuras dos doentes portugueses, promovendo o acesso a terapêuticas de qualidade e contribuindo para a sustentabilidade do Sistema de Saúde em Portugal”, reforça Tiago Baleizão.          

No que diz respeito ao Sistema Nacional de Saúde, a população Portuguesa assume-se moderadamente satisfeita. Cerca de três quartos dos cidadãos Portugueses (74%) declarou estar muito satisfeito ou satisfeito com o sistema de saúde do país, colocando Portugal no 10º lugar do ranking dos 15 países que fizeram parte do STADA Health Report 2021, no que se refere a esta temática.

Contudo, os Portugueses estão convictos da resiliência do Sistema Nacional de Saúde. Mais de três quartos da população Portuguesa (76%) acredita que o Sistema de Saúde estaria melhor preparado para uma pandemia semelhante à atual, no futuro. Este foi o resultado mais destacado de confiança entre os 15 países, para os quais a média foi 59%. Apenas 9% dos Portugueses não acredita que seja possível o país preparar-se para uma nova pandemia. Outros 12% dos Portugueses acredita que o Sistema Nacional de Saúde falharia face a uma nova pandemia.

Quando questionados sobre a contribuição dos diversos profissionais de saúde na luta contra a pandemia da Covid-19, 9 em cada 10 pessoas em Portugal (90%) elogiou os médicos, enfermeiros e pessoal hospitalar; esta foi a proporção mais elevada do inquérito. Numa escala de 1 a 5, três quintos da população Portuguesa (59%) atribuiu a segunda melhor pontuação à Indústria Farmacêutica, tendo apenas os cidadãos do Reino Unido com uma apreciação mais positiva. Mais de metade da população Portuguesa (52%) destacou a importância dos farmacêuticos, resultado acima da média do inquérito que foi cerca de 49%.

Em termos dos efeitos da pandemia na saúde e bem-estar da população, os Portugueses estão entre as nacionalidades que se sentiram mais afetadas.

Elevado nível de ansiedade durante a pandemia

Em Portugal, aproximadamente metade dos Portugueses (45%) confessou que a pandemia os tornou mais ansiosos do que antes, muito superior à média do inquérito que foi cerca de 29%. Este nível de ansiedade foi apenas coincidente com o da Ucrânia (também de 45%). Além disso, 21% dos adultos Portugueses inquiridos revelaram problemas de sono, resultado também superior à média do inquérito de 15%.

A pandemia causou, claramente, mais preocupações aos Portugueses do que aos outros países da Europa. Quando questionados sobre o que mais os preocupou durante a pandemia, cerca de 3 em cada 5 Portugueses (59%) referiu sentir falta de estar com os familiares e amigos. A média do inquérito para esta questão foi 52%.

Mais de metade da população Portuguesa (53%) mencionou ter medo da doença da Covid-19, bem acima da média do inquérito que foi de 42%. Apenas a Espanha (54%) revelou um valor superior. Além disso, os Portugueses estiveram entre os mais preocupados com o futuro mais concretamente no que se relaciona com o desemprego; mais de 2 em cada 5 (43%) referiu este receio, sendo esta proporção mais elevada do que em todos os outros países, à exceção de Espanha (44%).

Este medo de infeção parece estar refletido naquele que é o plano da população Portuguesa de continuar com as medidas de higienização pós-pandemia.

Mais de um quarto dos Portugueses (27%) planeiam continuar a usar máscara em locais públicos e movimentados após o fim da pandemia – um pouco acima da média do inquérito (22%), embora atrás do Reino Unido, Espanha e Itália. Perto de 2 em cada 5 Portugueses (38%) pretendem manter o distanciamento social, resultado este acima da média de 33%.  

Projeto desenhado especificamente para Pessoas com Demência
Associação pretende criar as condições para que as Pessoas com Demência expressem de viva voz as suas perspetivas e...

Este ano, a Alzheimer Portugal está empenhada num projeto desenhado especificamente para Pessoas com Demência, que inclui a criação de respostas específicas que valorizem e estimulem as suas capacidades, proporcionem a oportunidade de se expressar e promovam a qualidade de vida, autonomia e participação social.

À semelhança do que sucede com o Grupo de Trabalho da Alzheimer Europe, a Associação Alzheimer Portugal pretende agora promover a criação de um Grupo de Trabalho Português que ajudará a concretizar o lema “nothing about us without us” (nada sobre nós sem nós) e combater o desconhecimento e o estigma, “consistindo o objetivo principal do grupo contribuir para que as atividades e projetos da Associação reflitam as prioridades e pontos de vista das Pessoas com Demência, assim como, iniciativas e projetos de entidades externas desenhados para melhorar a sua qualidade de vida”.

“As pessoas que desejem fazer parte deste Grupo de Trabalho devem conhecer o seu diagnóstico, serem capazes de acompanhar as discussões, ler documentos e expressar suas ideias (com a ajuda de um familiar, parceiro de cuidados ou amigo de sua escolha, se necessário), assim como estarem motivadas para desempenhar um papel mais ativo na defesa dos Direitos das Pessoas com Demência”, escreve em comunicado.

Para tal, basta contactar a Associação através da Linha de Apoio na Demência.

Para Manuela Morais, Presidente da Direção Nacional da Alzheimer Portugal, “a constituição deste Grupo de Trabalho é um desejo que já temos há muitos anos! Acreditamos que agora estão reunidas todas as condições para dar este passo tão importante para a concretização da nossa missão!”

 

 

Centro de Referência em Transplante Hepático desde 2015
No mês em que se comemora o “Dia Nacional da Doação de Órgãos e da Transplantação”, o Centro Hospitalar e Universitário de...

De acordo com a unidade hospitalar, dos 1500 transplantes, “1220 foram realizados em recetores adultos e 280 em recetores pediátricos; e destes, 32 foram realizados com recurso a um dador vivo”. Refira-se que o CHUC é, no País, o único centro de transplantação hepática em idade pediátrica.

“A história de sucesso dos transplantes hepáticos iniciou-se no nosso hospital há 29 anos, em outubro de 1992, com o primeiro transplante hepático a ser realizado com êxito pelo Prof. A. Linhares Furtado”, pode ler-se em comunicado.

Desde então, faz saber o CHUC, “foram introduzidas com sucesso técnicas diferenciadas na área da transplantação hepática, como: transplante sequencial, transplante com dador vivo, transplante com fígado reduzido e dividido, transplante hepático auxiliar, resseção hepática ex-vivo com auto-transplante, entre outras”.

A atividade da transplantação resulta do trabalho de uma vasta equipa multidisciplinar, congregando diferentes especialidades médicas, cirúrgicas e laboratoriais, apoiada por um amplo leque de serviços clínicos e não clínicos e também por entidades externas ao CHUC.

“Esta atividade requere um investimento permanente na aquisição, aplicação e desenvolvimento de técnicas e terapêuticas, com vista a melhorar os resultados e a reduzir a taxa de complicações, indo de encontro ao melhor estado da arte e padrões de qualidade internacionais”, sublinha.

No CHUC, o doente transplantado e/ou candidato a transplante, está colocado no centro do sistema com um apoio personalizado e constante na humanização dos cuidados. “Refira-se também a importância que representa, nesta atividade, a renovação e a formação das equipas, enquanto agentes decisivos para garantir o futuro da transplantação com elevados padrões de qualidade”, acrescenta.

O CHUC é Centro de Referência em Transplante Hepático desde 2015, com acreditação pelo Departamento de Qualidade da Direção Geral da Saúde desde 2020.

Iniciativa recebe 35 candidaturas
A 8.ª edição do Prémio Healthcare Excellence, promovido pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), em...

O júri irá avaliar as 35 candidaturas de acordo com os critérios de inovação, replicabilidade noutras instituições e qualidade da apresentação final. Delfim Rodrigues, vice-presidente da APAH, Victor Herdeiro, presidente da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), Carla Nunes, presidente da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) e Dulce Salzedas, jornalista da SIC, serão os responsáveis por esta avaliação.

Destinada a equipas de profissionais de saúde e de outros profissionais nacionais cujos projetos tenham sido implementados no ano 2020 e no primeiro semestre de 2021, esta iniciativa pretende reconhecer projetos de qualidade nos serviços concedidos aos utentes e que tenham resultado numa melhoria do acesso, da eficiência e da segurança na atual conjuntura pandémica.

Todos os projetos selecionados serão apresentados pelos seus autores numa sessão a decorrer no dia 20 de outubro de 2021, no Hotel Vila Galé Coimbra, onde será anunciado o grande vencedor e a quem será atribuído o prémio no valor de 5.000 euros destinado à instituição onde o projeto foi desenvolvido e implementado.

 

Exibição itinerante está na sede da APDP até inicio de setembro
A exposição “Uma Visita à História da Diabetes no Centenário da Descoberta da Insulina” regressa novamente até à cidade de...

Esta exposição que promete transmitir uma nova perspetiva sobre a insulina, é uma viagem aos principais marcos históricos relativos ao tratamento da diabetes desde o antigo Egipto, onde em 1550 A.C. havia já referência a uma doença que se assemelhava à diabetes, até 1921, o ano da descoberta da insulina.

Nos anos 80 do século XX, a insulina passou a ser 100% comparticipada pelo Serviço Nacional de Saúde, sendo este um dos destaques da exposição. Em Portugal a figura de Ernesto Roma assume destaque, pois foi o responsável pela introdução, em Portugal, do conceito de educação terapêutica no tratamento com insulina das pessoas com diabetes e é a si que se deve a criação da primeira associação de diabetes do mundo, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP). Uma instituição que ao longo dos seus 95 anos de história tem mantido alta a bandeira de respeito pelas pessoas com diabetes e de defesa da sua autonomia e integração social.

A Comissão Executiva das Comemorações do Centenário da Descoberta da Insulina é constituída por José Luiz Medina, Luís Gardete Correia e Manuel Almeida Ruas, médicos endocrinologistas que acompanharam mais de meio século da história da insulina. As comemorações contam com o apoio da Federação Internacional da Diabetes.

A exposição irá permanecer na sede da APDP, em Lisboa até ao início de setembro. Para mais informações, consultar o link www.100anosinsulina.pt

 

 

Comunicado
O Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde anunciou que vai investigar a qualidade das vacinas Janssen...

“O Infarmed decidiu dar início a um processo de investigação da qualidade das unidades remanescentes da vacina naquele local de vacinação, assim como, suspender este lote até as devidas averiguações estarem concluídas”, informa através de comunicado citado pela página do Serviço Nacional de Saúde.

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde explica ainda que as medidas surgem “no seguimento dos casos de reações adversas, notificados com a vacina da Janssen, no centro de vacinação de Mafra”.

Segundo o Infarmed, “não foram reportados, até à presente data, suspeitas de defeito de qualidade deste lote noutros centros de vacinação em que o mesmo está a ser utilizado”.

 

Situação Epidemiológica
Desde ontem foram registados mais 3.641 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e cinco mortes em território nacional. O...

A região de Lisboa e Vale do Tejo foi a que mais mortes registou, nas últimas 24 horas, em todo o território nacional: quatro de cinco. O Algarve contabilizou uma morte desde o último balanço.

De acordo com o boletim divulgado hoje pela DGS, foram ainda diagnosticados 3.641 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 1.509 novos casos e a região norte 1.309. Desde ontem foram diagnosticados mais 296 na região Centro, 97 no Alentejo e 364 no Algarve. Quanto às regiões autónomas, no arquipélago da Madeira foram identificadas mais 26 infeções e 40 nos Açores.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 774 doentes internados, mais 40 que ontem.  As unidades de cuidados intensivos têm agora 174 pacientes, mais três doentes internados que no dia anterior.

O boletim desta quinta-feira mostra ainda que, desde ontem, 2.268 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 854.537 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 48.476 casos, mais 1.368 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância mais 999 contactos, estando agora 78.681 pessoas em vigilância.

Dados OMS e Unicef
Cerca de 23 milhões de crianças em todo o mundo não foram vacinadas em 2020 devido à pandemia coronavírus, segundo dados...

Cerca de 17 milhões de crianças provavelmente não receberam uma única vacina durante o ano. "A maioria destas crianças vive em comunidades afetadas por conflitos, em locais remotos mal servidos, ou em ambientes informais ou de favelas, onde enfrentam múltiplas privações, como o acesso limitado a serviços básicos de saúde e serviços sociais críticos", explica a ONU.

De acordo com os dados divulgados, as perturbações nos serviços de imunização foram generalizadas em 2020, com as regiões do Sudeste Asiático e do Mediterrâneo Oriental a serem as mais atingidas. À medida que o acesso aos serviços de saúde e a disseminação da imunização diminuíram, o número de crianças que não receberam sequer as primeiras vacinas aumentou em todas as regiões.

Antes da pandemia, as taxas globais de vacinação infantil contra difteria, tétano, tosse convulsa, sarampo e poliomielite estagnaram durante vários anos em cerca de 86%, bem abaixo dos 95% recomendados para proteger contra o sarampo e insuficientes para parar outras doenças evitáveis pela vacina.

Os dados oficiais indicam que, globalmente, a taxa de vacinação com as três doses contra difteria, tétano e tosse convulsa (DTP) caiu para 83% em 2020, o que significa que 22,7 milhões de crianças ficaram desprotegidas.

A primeira dose contra o sarampo foi inoculada em 86% em 2019, acima dos 84% em 2020, afetando 22,3 milhões de crianças. Para a segunda dose, a taxa foi de 71% (70% em 2019).

 

 

Avaliar e antecipar o risco de os pacientes desenvolverem nefropatia diabética
A primeira edição dos Curiosity Data Science Iberian Awards, promovida pelo SAS, líder mundial em analítica avançada e...

O projeto, proposto pela APDP no âmbito do programa Data for Change, foi liderado por Rogério Ribeiro (APDP) e Leid Zejnilovic (Nova SBE Data Science Knowledge Center) e desenvolvido por uma equipa constituída por Eduardo Hidalgo García, Miguel Matos, Carlos Gomes, Bruna Riboldi e Lénia Mestrinho. O projeto visa avaliar e antecipar o risco de os pacientes desenvolverem nefropatia diabética, uma doença renal crónica, através de uma ferramenta que usa algoritmos de Machine Learning.

Tendo como objetivo final apoiar a equipa médica da APDP na tomada de decisões informadas para introduzir intervenções que possam evitar, ou pelo menos, adiar o desenvolvimento desta complicação renal, este projeto é um exemplo do uso da Analítica Avançada para a tomada de decisões clínicas baseadas em dados.

Leid Zejnilovic, co-fundador do Data Science Knowledge Center e Professor na Nova SBE, refere que “toda a equipa, APDP e Nova SBE, reagiu de forma muito positiva à notícia do prémio. Estamos todos muitíssimo motivados a investir o nosso tempo e competências em projetos que têm o potencial de causar um impacto positivo na sociedade. Não há dúvida que este prémio reforça as nossas aspirações para continuar a aprender e agir em busca de um impacto social cada vez maior, em colaboração com organizações na Península Ibérica e no resto do mundo.”

“Hoje em dia, temos uma oportunidade única de transformar a nossa sociedade numa sociedade melhor, baseada em evidências, mais ética, justa e inclusiva. E a ciência de dados continua a contribuir para compreendermos, cada vez melhor, os mecanismos da natureza e mudarmos as nossas perceções daquilo que é possível fazer. Tem havido cada vez mais discussões importantes sobre o futuro dos empregos, ética, justiça, preconceito e equidade, sendo que a maioria destas discussões é sobre questões que há muito assolam o mundo, a diferença é que agora sabemos mais sobre essas questões e temos a oportunidade e obrigação de fazer algo a seu respeito.” conclui Leid Zejnilovic.

Com os Curiosity Data Science Iberian Awards o SAS pretende homenagear e reconhecer os cientistas de dados pela sua curiosidade e trabalho na resolução de problemas, assim como inspirar as novas gerações e promover a inovação em Portugal e Espanha.

 

 

Grupos de risco
Pessoas com dificuldades de aprendizagem têm cinco vezes mais probabilidades de serem hospitalizadas e oito vezes mais...

Um estudo publicado esta quinta-feira na revista médica The BMJ, indica que os riscos são particularmente elevados para pessoas com graves dificuldades de aprendizagem, como a síndrome de Down ou paralisia cerebral.

Os investigadores indicam que o acesso rápido aos testes e cuidados médicos, bem como a vacinação devem ser prioritários neste grupo.

As evidências emergentes mostraram que as pessoas com estes problemas têm um maior risco de morte relacionada com Covid-19 em comparação com a população geral, mas os resultados dos estudos existentes são muitas vezes complicados por fatores como as condições subjacentes (comorbilidades). Há também uma falta de clareza sobre o risco acrescido de mortes entre pessoas com deficiências de aprendizagem mais suaves.

 

Três episódios para ouvir nas plataformas digitais
O tema da Covid-19 volta a entrar em debate, e desta vez, pode ser ouvido através de um podcast. “Curiosidades com cientistas...

 

 

Este podcast é organizado pela Maratona da Saúde, com o apoio do BPI e da Fundação “la Caixa” e gravado nos estúdios da Unidade de Computação Científica da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), estando disponível em  https://soundcloud.com/maratonadasaude e https://open.spotify.com/show/3PGMTvMUWQJFlvtQmmHg67?si=9k8R_zM BT_-6SATXV4uigg&dl_branch=1.

No primeiro de 3 episódios foi convidada Inês Estácio, estudante universitária do 1º ano do curso de Economia na Nova SBE, para uma conversa sobre o Impacto das alterações climáticas e perda de biodiversidade no aparecimento de pandemias com o cientista Lounès Chikhi, coordenador do grupo de investigação Genética de Populações e da Conservação, no Instituto Gulbenkian de Ciência em Oeiras, e investigador no CNRS em Toulouse.

O segundo episódio tem como convidadas para uma conversa sobre Vacinas para a Covid-19, Helena Florindo, coordenadora do grupo de investigação BioNanoCiências no Instituto de Investigação do Medicamento e Professora na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, e Joana Camilo, diretora executiva do gabinete Creating Health, da Universidade Católica e presidente da ADERMAP- Associação Dermatite Atópica Portugal.

O terceiro e último episódio deste podcast é dedicado às Notícias Falsas sobre a Covid-19 e conta com a presença de David Marçal, bioquímico, comunicador de ciência e autor de vários livros sobre desinformação, que responde a dúvidas, questões e curiosidades da sociedade civil colocadas por Joana Loureiro, bióloga e comunicadora de ciência no Instituto Gulbenkian de Ciência.

“A atual pandemia tem tido sérias consequências para a vida dos cidadãos, tendo-se assistido a um crescente apelo da sociedade civil para o acesso a informação credível sobre avanços científicos e clínicos que permitam a tomada de decisões com base no conhecimento. Consideramos que o Podcast “Curiosidades com cientistas em tempos de pandemia” poderá contribuir para uma comunicação mais eficaz aliada à ciência e à medicina e ter um papel ativo na resolução desta pandemia”, explica a organização em comunicado.

Entrevista
Ambas afetam a forma como o doente age ou pensa, no entanto, a Esquizofrenia e o Transtorno Bipolar

Esquizofrenia e Transtorno Bipolar são duas doenças mentais que afetam a maneira como as pessoas pensam e agem. No entanto, embora apresentem características distintas, às vezes não é fácil distingui-las. Por que é que isto acontece?

O seu diagnóstico definitivo precisa de seguimento ao longo do tempo e numa observação única podemos observar uma apresentação menos típica da doença e ser levados a acreditar erradamente que se trate de outro diagnóstico. A ciência atual ainda não disponibilizou testes ou exames que nos permitam rapidamente confirmar o diagnóstico (marcadores biológicos).

Para compreendermos quer uma doença quer outra, começo por lhe perguntar o que caracteriza a Esquizofrenia?

A esquizofrenia é provavelmente a doença mais grave em Psiquiatria. Tem um grande impacto no comportamento e no funcionamento intelectual da pessoa, e impede muitas vezes a sua participação ativa na sociedade, condicionando sofrimento psicológico e até mortalidade precoce.

As suas características são o desenvolvimento de dois grupos de sintomas de forma mantida ao longo do tempo: sintomas positivos como delírios e alucinações, e sintomas negativos como ausência de iniciativa ou diminuição da expressão emocional. Principalmente o segundo grupo de sintomas têm manifestação permanente e ainda não descobrimos tratamento eficaz.

Quais as suas principais manifestações, e a partir de que idade é frequente surgirem os primeiros sintomas?

As  manifestações mais frequentes são por vezes melhor reconhecidas ou integradas pelos psiquiatras por serem pouco específicas (exemplo: isolamento social, diminuição generalizado do interesse nas coisas, ausência da expressão emocional) mas talvez as mais características e facilmente reconhecíveis sejam os delírios – a crença falsa e inabalável apesar das evidências do contrário (ex. acreditar erradamente que se está a ser perseguido); e as alucinações – uma perceção vivida como impossível de distinguir de uma perceção real que ocorre na ausência de um estímulo (ex. ouvir vozes que as outras pessoas não conseguem ouvir).

Em relação ao desenvolvimento dos primeiros sintomas, sabemos hoje que ocorrem pródromos, com alterações ligeiras e difíceis de caracterizar do comportamento, pensamento, socialização e funcionamento da pessoa que ocorrem anos a meses antes da chamada “fase activa” (que é a fase em que tipicamente as pessoas são levadas ao médico e também quando é mais fácil fazer o diagnóstico). A fae activa ocorre normalmente entre os 20 e os 30 anos e surge um pouco mais cedo nos homens do que nas mulheres.

Existem fatores de risco para a Esquizofrenia?

Os fatores de risco são: antecedentes familiares de esquizofrenia, nascimento no inverno-primavera, problemas durante a gravidez materna/nascimento: como infeções intra-uterinas, fome no primeiro trimestre de gestação, anemia, diabetes, pré-eclampsia ou idade do pai avançada. Dificuldades de aprendizagem na infância. Emigração com falta de enraizamento cultural. Características demográficas como ser solteiro, pertencer a classe social desfavorecida ou viver em ambiente citadino.

Como é feito o seu diagnóstico e quais os grandes desafios nesta área?

O seu diagnóstico é feito através da clínica, ou seja, não são necessários exames complementares de diagnóstico, uma vez que os resultados são normais ou mais tardiamente na doença estão alterados, mas não são específicos. É necessário um seguimento em Psiquiatria ao longo do tempo (meses ou anos) para confirmar o diagnóstico.

Em relação aos desafios, temos atualmente tratamentos que controlam de forma eficaz as alterações do comportamento, do pensamento e da perceção (como as alucinações), mas há ainda tratamento pouco eficaz dos chamados sintomas negativos, não sendo ainda possível parar a deterioração que a doença provoca e conseguir uma recuperação e reabilitação da pessoa. Muitas vezes a pessoa deixa de conseguir trabalhar e socializar ao nível prévio ao desenvolvimento da patologia.

Como se trata a esquizofrenia?

O tratamento deve ser feito em serviços de psiquiatria com programas dirigidos a esta patologia e envolvendo não só o doente e o Psiquiatra, mas também a família e outros técnicos. A base do tratamento farmacológico é a utilização de antipsicóticos.

No que diz respeito ao transtorno bipolar, quais as suas principais caraterísticas? Qual o comportamento típico de um doente bipolar?

A sua principal característica é ao longo da sua vida ter desenvolvido aquilo que designamos por “episódio maniforme” sem uma causa não psiquiátrica identificável. O quadro caracteriza-se por alterações do humor que pode ser eufórico ou irritável, diminuição da necessidade de dormir com aumento da energia, diminuição da atenção, sensação de grandiosidade ou aumento da autoestima, aceleração do pensamento, sentir-se mais falador do que o habitual, agitação e impulsividade. Fora destes episódios pode recuperar totalmente e estar sem alterações do humor ou apresentar sintomas de depressão.

A partir de que idade se pode manifestar? A que sinais devemos estar atentos?

A idade média é entre os 17 e os 30 anos. É particularmente difícil de fazer o diagnóstico antes deste intervalo, porque a adolescência é caracterizada por uma grande turbulência, sendo prudente fazer um seguimento maior antes de fazer o diagnóstico. Os sinais a que temos de estar atentos consistem em alterações mantidas durante alguns dias (e não apenas instabilidade) do humor, energia e expressão acompanhadas de alterações do comportamento.

Quais as causas deste transtorno?

É das perturbações psiquiátricas com maior hereditariedade familiar/genética podendo as crises serem precipitadas por acontecimentos de vida que induzam stress na pessoa.

Em que consiste o seu tratamento?

O tratamento consiste tipicamente na associação de psicoterapia com tratamento farmacológico. O tratamento farmacológico é tipicamente feito com estabilizadores de humor e antipsicóticos e tem de ser mudado frequentemente porque é diferente nos períodos de descompensação ou na fase de manutenção da doença e é escolhido conforme a polaridade predominante, presença de risco de suicídio e adesão ao tratamento.

A que outras comorbilidades se pode associar?

Mais frequentemente ao uso substâncias como álcool ou drogas, perturbações de ansiedade e antecedentes de hiperatividade e défice de atenção na infância

Uma pessoa pode sofrer de esquizofrenia e transtorno bipolar ao mesmo tempo?

Não. Por definição a esquizofrenia é uma doença mais contínua (sem intervalos livres) e apresenta sintomas psicóticos sem alterações do humor significativas enquanto a doença bipolar evolui por episódios (havendo recuperação entre episódios) e envolve por definição uma alteração de humor mesmo que na presença de sintomas psicóticos. Quando existem sintomas de humor de forma significativa e noutros períodos da vida episódios de psicose sem alteração de humor podemos estar perante uma Perturbação Esquizoafectiva.

Qual a importância do diagnóstico precoce?

Na doença bipolar quanto mais cedo se intervir melhor será o controlo da doença, menos repercussões irão ocorrer na vida do doente decorrentes das suas alterações do comportamento e em princípio mais cedo o doente irá desenvolver crítica para a doença. Pensa-se que será particularmente importante prevenir, evitar ou reduzir o desenvolvimento de episódios de mania por poder deixar sequelas cerebrais.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
A vacina Covid-19 de toma única da Johnson & Johnson demonstrou uma resposta imunitária duradoura e provocou mecanismos...

Os resultados de um sub-estudo da Fase 1/2a, publicado no New England Journal of Medicine (NEJM), demonstraram que tanto as respostas imunes humorais (anticorpos) como as celulares (célula T) geradas pela vacina Covid-19 de toma única da Johnson & Johnson foram fortes e estáveis durante oito meses após a imunização, o período de tempo avaliado até à data.

Os dados mostraram que as respostas das células T - incluindo as importantes células T CD8+ que procuram e destroem células infetadas - persistiram durante o período de oito meses em estudo. A Empresa anunciou os resultados do estudo de pré-impressão topline deste sub-estudo fase 1/2a a 1 de julho de 2021.

Os resultados indicam que uma única dose da vacina Johnson & Johnson COVID-19 provocou mecanismos duplos de proteção contra a doença COVID-19, incluindo contra doenças causadas pela variante Delta (B.1.617.2) e outras variantes sars-CoV-2 de preocupação, incluindo as variantes Alpha (B.1.1.7), Beta (B.1.351), Gama (P.1), Epsilon (B.1.429) e Kappa (B.1.617.1), bem como a estirpe original SARS-CoV-2 (WA1/2020). Estes dados sugerem uma expansão de anticorpos neutralizantes ao longo de oito meses, juntamente com as observações de respostas duradouras das células T e a sugestão de maturação das células B.

"Estes dados revistos pelos pares fornecem informações mais profundas sobre as respostas imunitárias duradouras e celulares provocadas pela vacina da Johnson & Johnson, oferecendo assim potencialmente um mecanismo duplo de proteção contra a doença Covid-19, incluindo contra a variante Delta e outras variantes de preocupação", disse Mathai Mammen, Global Head, Janssen Research & Development Johnson & Johnson.

"O estudo mostrou que os anticorpos neutralizantes específicos aumentaram ao longo dos oito meses examinados após a vacinação, o que sugere a maturação das respostas das células B. Além disso, as respostas das células T são especialmente fortes e estáveis ao longo do tempo, o que também é potencialmente importante para a atividade contra estas variantes."

Estes dados também estendem e complementam os resultados anteriormente publicados na Nature, que forneceram evidências da capacidade da vacina de produzir múltiplos componentes do sistema imunitário em indivíduos, bem como dados pré-clínicos na Nature relacionados com a eficácia contra a infeção SARS-CoV-2 devido à variante Beta em primatas não humanos. Coletivamente, estas análises indicam que a eficácia potencial das vacinas contra a COVID-19, incluindo a doença causada por variantes, deve ser considerada num contexto imunitário mais amplo no que respeita ao papel dos anticorpos não neutralizantes das células B e T.

Estudo da NOVA-IMS
Estudo da NOVA-IMS confirma que decisores políticos não percecionam o real valor da área de diagnóstico in vitro. Cerca de 70...

“Cerca de 70% dos diagnósticos são feitos com base nos resultados de diagnóstico laboratorial”, revelou Fernando de Almeida, Presidente do INSA e Coordenador da task force de testagem, no arranque da sessão organizada pela Roche Diagnósticos e a NOVA-IMS para debater o valor do diagnóstico e o seu impacto no cidadão e na saúde. No entanto, tal como acrescentou Nazli Sahafi, Diretora-Geral da Roche Diagnósticos Portugal, apenas 2% dos gastos em saúde são feitos com o diagnóstico. A este acrescentou outros números: menos 29 milhões de testes de diagnóstico feitos em 2020, o que significa uma redução de 30% face ao ano anterior; entre os quais menos 140.000 rastreios ao cancro do colo do útero e menos 125.000 pessoas que fizeram exames para deteção para o cancro colorretal. 

A importância do diagnóstico é, de resto, reconhecida por todos, como confirma o estudo realizado pela NOVA-IMS relativamente à forma como os diferentes atores percecionam o seu valor na discussão sobre a sustentabilidade dos serviços de saúde. Coube a Guilherme Victorino, Diretor da Nova Innovation & Analytics Lab e Professor Convidado da NOVA-IMS, a apresentação dos dados, que mostram não só o valor do diagnóstico para os doentes, profissionais de saúde e sistemas de saúde, assim como o seu contributo para o futuro da medicina personalizada, mas mostram ainda um consenso, partilhado até mesmo pelos decisores políticos: de que estes não percecionam o real valor do diagnóstico, havendo o apelo a mais formação sobre o tema.

Parte do estudo faz uma revisão da literatura publicada até ao momento, tendo o investigador destacado exemplos como o impacto da testagem de HPV para o rastreio do cancro do colo do útero na redução da incidência e mortalidade da doença em 30 e 70%, respetivamente, e redução de custos em 24% para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), face à citologia, o método clássico de rastreio. outro exemplo apontado é o doseamento de um biomarcador, o NT-proBNP que se colocado à disposição do médico de família poderia acelerar o diagnóstico de insuficiência cardíaca, patologia responsável pelo maior número de internamentos, e assim reduzindo os custos atuais com a gestão da doença em pelo menos meio milhão de euros.

A contribuição extraordinária sobre os fornecedores da indústria de dispositivos médicos do SNS foi também abordada no estudo, no qual alguns peritos, durante um focus group, apresentaram algumas sugestões para a sua dedução, tais como: aplicação numa base progressiva, funcionamento da taxa como forma de pagamento da dívida total de fornecimentos de dispositivos médicos para DIV, utilização da taxa para a criação de uma bolsa de investigação para aumentar a visibilidade
de Portugal nesta área.

O trabalho apresentou, ainda, outras recomendações mais gerais sobre o diagnóstico, que passam pela introdução de novos modelos de interação entre os diferentes atores; pela avaliação inclusiva e abrangente em relação ao impacto no sistema de Saúde; alinhamento da visão dos diferentes intervenientes; maior autonomia das instituições para inovar e a consolidação de uma visão baseada no valor.

A confirmação desta assunção do valor do diagnóstico prosseguiu durante o debate. João Almeida Lopes, presidente da APIFARMA, aproveitou para salientar que, quando o diagnóstico não é bem feito, “além de não ser bom para a saúde do doente, isso significa que se está a desperdiçar recursos, a alargar os tempos de tratamento e a não fazer as coisas bem. Quando queremos tratar bem um doente, temos de diagnosticar bem”. Ainda assim, a importância dos diagnósticos não é proporcional à relevância dada a nível político, o que Almeida Lopes justifica com a complexidade da saúde e um “desconhecimento” dos decisores políticos.

Tamara Milagre, presidente da EVITA (Associação de Apoio a Portadores de Alterações nos Genes relacionados com Cancro Hereditário), conhece bem a importância do diagnóstico, essencial nos casos de cancro hereditário, “que representam 10% de todos os cancros e que têm o maior potencial de prevenção ou deteção precoce. O diagnóstico é fundamental e salva a vida de famílias inteiras”, refere, salientando a importância da prevenção. “Se não investirmos na prevenção da doença, vamos ser atropelados pelos custos enormes que as doenças vão causar, ainda mais agravados pela pandemia”.

Uma posição com a qual Maria Antónia de Almeida Santos, presidente da Comissão Parlamentar para a Saúde, concordou. “Vivemos um tempo difícil, mas é o tempo da ciência e, a partir de agora, haverá uma maior consciencialização de que a ciência tem de estar presente nos orçamentos, nas nossas vidas, não só como tratamento, mas como prevenção e meio de poupança de recursos. Um diagnóstico bem feito e a tempo é um motivo para podermos pensar que se vão poupar recursos no futuro”, afirmou, salientando os passos já dados, a nível legislativo, nesta área.

Presente no debate, Luís Marques Mendes, advogado e comentador político, salientou os dados do estudo, que, segundo o próprio, elenca os benefícios do que chama “uma espécie de revolução no domínio do diagnóstico”. E destacou, ainda, a oportunidade do momento em que é apresentado, quando se prepara para ser aplicado em Portugal o Plano de Recuperação e Resiliência, entretanto aprovado pela Comissão Europeia. ”Esta é uma oportunidade para explicar aos decisores políticos que, com os princípios da ciência e inovação, vamos dar um passo à frente” no que diz respeito à área do diagnóstico. 

Diogo Serras Lopes, secretário de Estado da Saúde, encerrou o encontro, reconhecendo que “os diagnósticos precoces são vitais” e merecem, por isso mesmo, “uma atenção especial no Plano de Recuperação e Resiliência”. Porque, realçou, “apostar no diagnóstico precoce é apostar na promoção da saúde e na gestão integrada da doença”. E se dúvidas houvesse, a pandemia atestou a importância do diagnóstico: “Realizámos 14 milhões de testes até ao momento, 1,4 por pessoa, um número muito impressionante. A evolução nesta área foi brutal”.

Estudo
Um ano após a pandemia forçar várias empresas a realizar a transição para o teletrabalho, as gerações mais novas e as mais...

Embora os profissionais de todas as gerações sintam que o seu bem-estar integral, que inclui a saúde física, mental, social e financeira, diminuiu, os Baby boomers estão a viver de forma mais forte os impactos negativos do trabalho remoto. Segundo o inquérito da MetLife, os boomers afirmam que os problemas de estabelecimento de limitações (33%) e a diminuição da socialização (42%) são a razão para estarem mais descontentes atualmente com a situação laboral. Por outro lado, os trabalhadores mais jovens dizem que a possibilidade de passar tempo com a sua família (40%) e trabalhar num melhor local (30%) são os motivos para que o equilíbrio entre a vida laboral e profissional tenha melhorado. 

"Todos os profissionais estão a sentir os efeitos da pandemia, mas é evidente que o impacto varia muito entre diferentes gerações", afirma Oscar Herencia, vice-presidente do Sul da Europa e diretor-geral da MetLife na Ibéria. "As empresas devem considerar cuidadosamente estes detalhes à medida que começam a reinventar a experiência no local de trabalho nos próximos meses e a projetar o futuro". 

Fomentar uma cultura de bem-estar entre gerações 

Compreender as diferentes necessidades e valores dos trabalhadores das diferentes gerações será crucial para as organizações no momento de abordar o tema do bem-estar nas suas equipas. Por exemplo, o estudo da MetLife indica que os trabalhadores mais jovens preferem a flexibilidade no local de trabalho a um salário mais alto, enquanto os baby boomers são mais propensos a sentir saudades das interações pessoais com os seus colegas. 

O estudo também encontra uma forte conexão entre o tempo livre e a melhoria do bem-estar dos trabalhadores. Para enfrentar as suas preocupações com o bem-estar, 36% dos trabalhadores na faixa dos 20 anos de idade indicam que tiraram mais dias de baixa - principalmente por razões de saúde física ou mental – enquanto somente 8% dos baby boomers afirmaram o mesmo, e a maioria indicou as restrições de viagens e a grande carga de trabalho como principais razões para não desfrutar do tempo livre. 

“As empresas e os gestores têm um papel fundamental a desempenhar no apoio ao bem-estar dos trabalhadores” acrescenta Oscar Herencia. “Proporcionar flexibilidade, saber gerir a carga de trabalho e promover o tempo livre podem marcar uma grande diferença na saúde geral dos trabalhadores”. 

Os benefícios devem contemplar necessidades variadas e melhorar a resiliência dos trabalhadores 

Oferecer benefícios que se complementem e adaptem às etapas da vida e às necessidades pessoais dos empregados, assim como ter em conta a sua saúde física, mental, social e financeira, é fundamental. De facto, os trabalhadores que declaram que a sua empresa lhes oferece um pacote de benefícios que satisfaz as suas necessidades são 43% mais propensos a sentir resiliência, bem como de serem capazes de se adaptar e recuperar face às adversidades. Este facto é particularmente importante para as empresas, uma vez que os trabalhadores mais resilientes são mais produtivos (96%), mais comprometidos (91%) e têm maior integridade (68%), entre outras vantagens em comparação com a média deste estudo. 

O stress e os desafios do último ano tiveram um impacto diferente nos diversos escalões etários de trabalhadores, que agora dão cada vez mais prioridade aos benefícios que apoiam o seu bem-estar. Os profissionais mais jovens mostram maior preocupação em áreas diferentes das dos profissionais com mais idade. A saúde mental é a mais importante para 75% dos mais jovens (face a 34% dos baby boomers); seguida da saúde financeira, escolhida por 69% dos mais jovens em relação a 37% dos mais velhos; e da saúde física (64% dos mais jovens versus 38% dos baby boomers). 

"A pandemia proporcionou-nos novas informações sobre o que os trabalhadores precisam das suas organizações, não só agora, mas também no futuro", comenta Oscar Herencia. "À medida que o local de trabalho evolui e se torna mais personalizado, as empresas devem ter em conta os desejos e necessidades dos seus colaboradores e refletir estas aprendizagens nos benefícios e experiências de trabalho que lhes proporcionamos”. 

Investigação
Um novo estudo, desenvolvido pela Universidade de Telavive, em Israel, descobriu que os níveis de anticorpos contra a Covid-19...

Entre 8 de novembro de 2020 e 5 de março de 2021, os investigadores analisaram 26.170 amostras de sangue recolhidas entre pessoas que foram infetadas com o novo coronavírus, pessoas que foram vacinadas e pessoas não vacinadas suspeitas de contrair Covid-19, mas que eram assintomáticas.

As descobertas podem indicar a necessidade de diferentes métodos para incentivar o desenvolvimento de anticorpos em homens e mulheres, disse o investigador da Universidade de Telavive, Noam Shomron, um dos autores do estudo.

Entre as mulheres, verificou-se que os níveis de anticorpos aumentavam a partir dos 51 anos, quando comparados com níveis em homens de idade semelhante. "Este fenómeno pode estar relacionado com mudanças nos níveis da hormona do estrogénio, observadas por esta idade, que afeta o sistema imunitário", afirmou a Universidade de Telavive em comunicado.

Nos homens, os níveis mais altos de anticorpos foram detetados por volta dos 35 anos. "Isto pode estar relacionado com alterações nos níveis da testosterona e o efeito no sistema imunitário", acrescenta o comunicado.

Globalmente, os investigadores observaram que os jovens adultos sofreram maiores concentrações de anticorpos durante um período mais longo em comparação com os idosos vacinados. De acordo com o estudo, verificou-se uma diferença na casa das dezenas, em termos percentuais, na diminuição dos níveis de anticorpos entre grupos etários mais jovens e "muito velhos".

 

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