Sensibilizar a população
Lombalgia é o tipo de dor da coluna vertebral mais frequente e afeta 150 mil portugueses.

A dor nas costas é um dos motivos mais comuns para as pessoas consultarem um médico ou perderem dias no trabalho (1), podendo até afetar crianças em idade escolar. Em tempo de pandemia, a campanha “Olhe pelas Suas Costas” assinala o Ano Global Sobre a Dor na Coluna, uma efeméride que pretende sensibilizar os doentes e a sociedade em geral. Estima-se que cerca de 150 mil portugueses sofram deste tipo de dor, sendo as mulheres a partir dos 60 anos as mais atingidas.

“Cerca de 80% da população terá pelo menos um episódio ou crise de dor nas costas ao longo da sua vida e  as doenças da coluna vertebral são já a principal causa de incapacidade em todo o Mundo. Infelizmente, o período de confinamento e a adaptação ao teletrabalho não veio melhorar a situação. A ergonomia ficou esquecida e o sedentarismo e o descuido na alimentação propiciaram-se. É fundamental alertar para a prática regular de exercício físico e, nas situações de dor mais prolongada, torna-se imperativo procurar aconselhamento médico”, explica Bruno Santiago, neurocirurgião e coordenador da campanha nacional “Olhe pelas Suas Costas”.

Para sensibilizar a população para as dores relacionadas com a coluna, a Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) definiu 2021 como o Ano Global Sobre a Dor nas Costas (“Global Year About Back Pain”).

“Mais do que nunca, as dores nas costas ganham especial relevância, uma vez que fatores como o teletrabalho e a falta de exercício físico representam riscos para a saúde da coluna. Como tal, o tema deste ano centra-se em ajudar profissionais de saúde, cientistas, pessoas que vivem com dor crónica e o público em geral a compreender a natureza da dor na coluna, a utilidade dos tratamentos atualmente disponíveis, bem como formas de a prevenir", explica Ana Pedro, Presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), responsável pela iniciativa em Portugal.

Para isto, o IASP definiu cinco grandes pontos prioritários para 2021 (2):

  • Identificar barreiras e propor soluções para melhorar a prevenção, investigação e o tratamento de dores nas costas;
  • Resumir as modalidades mais eficazes e económicas para o sucesso da gestão da dor nas costas, particularmente em comunidades com poucos recursos;
  • Integrar o uso de ferramentas para estratificar indivíduos com dores nas costas, de forma a gerir a prestação de cuidados centrados no doente;
  • Facilitar a pesquisa, gestão, educação e mecanismos de defesa necessários para reduzir o fardo global da dor nas costas.

A coluna vertebral é formada por uma série de vértebras, que se articulam entre si através de articulações e dos discos intervertebrais. As dores nas costas podem afetar qualquer um dos segmentos da coluna, variando em intensidade, frequência ou características(3).

A lombalgia é a mais comum dos três tipos de dores das costas (cervicalgia, dorsalgia e lombalgia) e é caracterizada como uma dor que ocorre na região lombar inferior ou sacroilíaca. Pode ser ainda acompanhada de dor que irradia para uma ou ambas as nádegas, ou ao longo dos membros inferiores, na distribuição do nervo ciático.

No entanto, este é um sintoma e não uma doença, podendo ter múltiplas causas. A mais comum está relacionada com contracturas e lesão dos ligamentos por algum movimento incorreto, como carregar peso em excesso ou de forma errada. Além disto, a lombalgia pode ainda estar relacionada com a existência de um desgaste precoce dos discos ou hérnias discais que, quando sintomáticas, causam dor ao longo do braço ou da perna e, em alguns casos, muita incapacidade.

“Apesar de raras, as causas da dor podem ainda ser a presença de fraturas, tumores ou até mesmo uma infeção na coluna. É muito importante procurar uma avaliação médica em situações de dor persistente e incapacitante ou quando se manifestam outros sintomas como perda de peso, falta de força (paralisia), febre”, acrescenta Bruno Santiago.

Os casos de lombalgia aguda são, normalmente, quadros benignos e autolimitados, ou seja, a dor cede  em poucas semanas, sendo apenas necessária medicação analgésica e, por vezes, fisioterapia. Quando a dor lombar persiste acima dos 3 meses é definida como lombalgia crónica, sendo o seu tratamento mais desafiante. Nestes casos, é essencial procurar um diagnóstico o mais preciso possível, realizado através de uma equipa multidisciplinar, para garantir os tratamentos e a educação para a saúde mais adequados.

Referências:

1. National Institute of Neurological Disorders and Stroke. Low Back Pain Fact Sheet. Disponível em: https://www.ninds.nih.gov/Disorders/Patient-Caregiver-Education/Fact-Sheets/Low-Back-Pain-Fact-Sheet. Consultado em abril de 2021.

2. 2021 Global Year About Back Pain. Disponível em: http://s3.amazonaws.com/rdcms-iasp/files/production/public/2021%20Global%20Year%20Aims%20and%20Objectives%20for%20web.pdf. Consultado em abril de 2021.

3. Ramdas J, Jella V. Prevalence and risk factors of low back pain. Int J Adv Med 2018;5:1120-1124. Disponível em: https://www.ijmedicine.com/index.php/ijam/article/view/1275. Consultado em abril de 2021.

Poderá permitir níveis sem precedentes de análises das lesões de AVC
A melhoria da qualidade da informação extraída através da imagem por ressonância magnética (IRM) não

Com a sirene a soar, uma ambulância chega às urgências de um hospital, transportando uma mulher de 65 anos numa maca. Ela está consciente, mas tem a boca a descair para o lado, está confusa e diz coisas sem sentido. Estes sintomas característicos já permitiram um diagnóstico preliminar a caminho do hospital: acidente vascular cerebral (AVC) isquémico agudo. Um coágulo de sangue está a bloquear a circulação sanguínea no seu cérebro.

A rapidez de acção é essencial para prevenir as consequências neurológicas devastadoras que a poderiam deixar incapaz de falar, de se mexer ou de tratar de si própria - ou, no pior dos casos, resultar na sua morte. Isto porque o tratamento com

anticoagulantes – ou uma cirurgia para remover o coágulo, se necessário – deixará de ser uma opção passadas umas seis horas desde do início dos sintomas. A mulher é, portanto, imediatamente preparada para ser submetida a IRM de urgência (imagem por ressonância magnética) de forma a que os médicos confirmem o diagnóstico e ajam em conformidade para minimizar os danos.

Este tipo particular de IRM, tipicamente utilizado para o diagnóstico e a avaliação das lesões cerebrais causadas pelos AVC isquémicos agudos, dá pelo nome de “IRM de difusão” (ou IRMd). Durante mais de três décadas a IRMd tem tido imenso sucesso na gestão dos doentes com AVC agudo.

O que a IRMd faz é medir a deslocação das moléculas de água nos tecidos cerebrais sob o efeito dos processos físicos naturais de difusão. A quantificação destas taxas de difusão gera contrastes nas IRMd que permitem visualizar as diferenças entre as lesões cerebrais e os tecidos cerebrais normais. E como o processo de difusão acontece ao nível microscópico, a IRMd é capaz de revelar pormenores microscópicos da arquitectura cerebral que se tornou anómala devido ao AVC. E não só: pode fornecer aos médicos uma estimativa do tempo decorrido desde o início do AVC, guiando assim as suas escolhas terapêuticas.

“Em relação ao AVC isquémico, que representa cerca de 80% do total de AVC (os restantes 20% sendo hemorrágicos), a IMRd foi o primeiro método capaz de determinar quando o AVC teve início”, diz Noam Shemesh, investigador principal do laboratório de IRM Pré-clínica na Champalimaud Research e Director do Centro Champalimaud de IRM Pré-clínica, em Lisboa. Mas a IRMd tem uma limitação: os contrastes visíveis nas imagens não contêm informação suficiente para explicar o que está exactamente a acontecer dentro das lesões cerebrais sofridas pelo doente. “O AVC envolve cascatas complexas de eventos biológicos, com muitos e diferentes desfechos potenciais à escala microscópica nas lesões, mas elas têm todas o mesmo aspecto nos contrastes gerados pela IRMd convencional”, diz Noam Shemesh. E dado que a natureza subjacente das lesões pode variar substancialmente de um doente para outro, isso pode influenciar o tratamento e o resultado final. Por outras palavras, a IRMd fornece pouca informação no sentido de orientar o tratamento personalizado e tem muito pouco poder de previsão sobre o que irá acontecer, em última instância, a esta mulher muito doente e a outros que, como ela, se encontrem nesta difícil situação clínica.

Contudo, tem havido avanços: uma metodologia desenvolvida em 2005, chamada “imagem por curtose de difusão” (ICD ou DKI na sigla em inglês), “é mais sensível quando se trata de localizar os danos isquémicos, e dá-nos informações potencialmente úteis sobre o tecido que é possível preservar”, diz Noam Shemesh. “Mas continua a não ser suficientemente sensível para prever o desfecho final.”

A boa notícia é que a equipa de Noam Shemesh, que reúne os seus colegas Rafael Henriques (do seu laboratório) e Sune Jespersen, da Universidade Aarhus na Dinamarca, desenvolveu agora uma nova metodologia, que estes cientistas baptizaram de “Imagem por Tensor de Correlação” (ITC), que poderá representar um enorme passo em frente.

Segundo Noam Shemesh, a ITC poderá constituir uma maneira muito melhor de caracterizar as lesões de AVC a partir das imagens de ressonância magnética de difusão e de prever o desfecho final individualizado nos doentes com AVC isquémico agudo. Os seus resultados acabam de ser publicados na revista científica Magnetic Resonance in Medicine.

O problema com os modelos de difusão da água

Na realidade, as limitações da IRMd “de base” residem nos pressupostos assumidos sobre a difusão da água nos tecidos cerebrais (e no quadro matemático utilizado para os descrever), bem como nas medições efectivamente feitas durante a realização da ressonância magnética de difusão. A IRM em si é uma modalidade muito poderosa e versátil; o problema está, antes, na forma como a informação sobre o tecido examinado é codificada nas imagens pela máquina de ressonância magnética.

Por isso, não admira que tenha sempre havido uma necessidade premente de desenvolver novas metodologias e ferramentas matemáticas para modelizar melhor o que está de facto a acontecer no cérebro. Não só com vista a gerir de forma mais eficaz doenças como os AVC, mas também para conseguir perceber melhor o funcionamento do cérebro saudável. É por isso que há tantos esforços em curso nesse sentido, em particular desde os anos 1990, quando se tornou possível fazer medições de IRMd graças a grandes avanços no domínio do hardware.

Em particular, os modelos estatísticos utilizados para representar a difusão da água nos tecidos neurais são cruciais para este esforço. No início, a abordagem de IRMd mais simples pressupunha que a difusão da água no cérebro podia ser descrita de forma essencialmente idêntica à sua difusão num estado líquido puro – ou seja, representada por um único número, a taxa de difusão. No entanto, isso pressupõe implicitamente que a difusão é igual em todas as direcções. Mas os tecidos cerebrais são muito mais complexos e heterogéneos, fazendo com que os ambientes em que a difusão ocorre sejam muito mais interessantes do que os líquidos puros. Em particular, no cérebro, as moléculas de água interagem com membranas celulares e outros componentes biológicos e não se movem necessariamente da mesma forma em todas as direcções. O que significa que, entre outras coisas, é preciso ter em conta a direccionalidade para modelizar a difusão no cérebro.

A abordagem dita de “imagem por tensor de difusão” (ITD, ou DTI na sigla em inglês) foi desenvolvida, em 1994, para incluir este efeito de direccionalidade. Revelou-se muito útil para construir imagens hoje conhecidas como conectomas estruturais – aquelas visualizações coloridas das fibras nervosas e das suas trajectórias, à escala do cérebro, que se têm tornado omnipresentes na divulgação das neurociências.

Todavia, a ITD não dá conta, de forma suficientemente realista, da dinâmica da difusão das moléculas de água à escala local no cérebro – que é sem dúvida o aspecto mais relevante a ter em conta quando se utiliza a IRMd para avaliar os estragos provocados pelos AVC agudos, por exemplo. Ao nível local, as moléculas de água encontram barreiras, deslocam-se entre compartimentos diferentes e podem até participar em intercâmbios químicos, o que configura uma situação ainda mais complexa do que quando elas se deslocam no confinamento das fibras nervosas.

Foi com isto em mente que a metodologia já acima referida, dita de “imagem por curtose de difusão” (ICD), foi desenvolvida em 2005. “A ICD pode ser vista como uma extensão da ITD (imagem por tensor de difusão) que toma em conta quão diferente o processo de difusão [no tecido neural] é do processo num líquido puro” diz Sune Jespersen, segundo autor do novo estudo e colaborador de longa data do Shemesh lab. “Num copo de água, a curtose é zero; no cérebro, surge devido à complexidade do sistema. Para estimar a curtose, a ICD exige que sejam efectuadas mais medições durante a sessão de ressonância magnética de difusão – em comparação com a ITD – e a modelização e análise matemáticas também são mais complexas.” Mas, como era de esperar, a ICD mostrou-se mais sensível do que a ITD na visualização das lesões provocadas pelos AVC agudos.

Ir mais longe

Só que, para Noam Shemesh e a sua equipa, esta abordagem ainda não era satisfatória. “A ICD é mais sensível na caracterização da área onde vemos lesões devidas a um AVC isquémico agudo, mas ainda não nos diz o que está exactamente a acontecer dentro da lesão, o que representa um impedimento decisivo à previsão do desfecho final para os doentes e ao desenvolvimento de tratamentos adequados”, diz Noam Shemesh. “E dado que as fontes de curtose são múltiplas, cada uma representando um cenário diferente [tal como edema ou outros eventos], mas todas elas produzindo contrastes semelhantes por ITD e ICD convencionais, quisemos dar mais um passo e desemaranhar as diversas fontes de curtose.”

Em particular, os cientistas pretendiam estimar o valor real da chamada “curtose da difusão microscópica”, uma propriedade intrínseca “que reflete os microambientes confinados através dos quais as moléculas de água se difundem no cérebro”, explica Noam Shemesh. Todas as abordagens anteriores consideram que a curtose de difusão microscópica é irrelevante na curtose total nos tecidos neurais – ou seja, essencialmente nula em todo o cérebro. Porém a equipa decidiu tentar e mapear esta propriedade directamente, o que significava estender ainda mais a teoria e desenvolver novas maneiras de “captar” a curtose de difusão microscópica.

“Nos últimos quatro anos, tínhamos desenvolvido essa metodologia totalmente nova chamada Imagem por Tensor de Correlação, que nos fornecia uma maneira de medir directamente a curtose de difusão microscópica”, diz Noam Shemesh. “A matemática envolvida era muito mais sofisticada e avançada do que as metodologias de IRM anteriores”, diz Rafael Henriques, primeiro autor do novo estudo. “E ainda por cima, o número de medições necessárias requeria um tipo de exame de ressonância magnética de difusão completamente novo, adaptado à medição das propriedades necessárias para desemaranhar as fontes de curtose”, acrescenta. Após todo esse esforço, tinha chegado a altura de utilizar a nova metodologia.

Os cientistas puseram-na então à prova para determinar se a curtose microscópica era ou não um factor importante na IRMd. Era lógico colocar a pergunta e até poderiam vir a aprender algo novo acerca do que está efectivamente a acontecer no cérebro, ao nível microscópico. Para isso aplicaram a Imagem por Tensor de Correlação, in vivo, a ratos. E os resultados, diz um exultante Noam Shemesh, foram completamente inesperados – e vieram acompanhados de uma mais-valia imediata para os doentes com AVC.

Resultados totalmente inesperados

Ao contrário do que esperavam, os cientistas descobriram que esse componente intrínseco, a curtose de difusão microscópica, não era, na realidade, nada negligenciável. Bem pelo contrário, tem um efeito importante na interpretação dos resultados de ressonância magnética.

“Isso significa que grande parte da informação inferida no passado sobre a microestrutura do tecido cerebral está enviesada e nalguns casos, até pode estar completamente errada”, enfatiza Noam Shemesh. Além disso, “a curtose microscópica revelou ser uma fonte dominante de contrastes relevantes (nas imagens), especialmente nos tecidos de matéria cinzenta”.

Estes resultados conduziram logo a passar para a etapa que se seguia logicamente: “aproveitar a nossa metodologia para realçar a curtose de difusão microscópica no AVC”, salienta Noam Shemesh. Para o fazer, ao trio inicial juntaram-se Rita Alves (também do laboratório de Noam Shemesh e estudante do International Neuroscience and Physiology Doctoral Programme), que liderou esta parte da investigação, bem como outros colegas da Fundação Champalimaud e do University College London. Este segundo estudo foi feito em ratinhos com AVC.

Mais uma vez, os resultados, que já foram submetidos para publicação, foram muito surpreendentes – e muito promissores em termos da caracterização das lesões de AVC. “Por incrível que pareça”, diz Noam Shemesh, “a curtose de difusão microscópica representa o contraste mais forte (nos exames de ressonância magnética) para o AVC no cérebro. De todas as nossas medições, foi a melhor. E a seguir descobrimos que as medições da curtose de difusão microscópica reflectem provavelmente a quantidade de grânulos microscópicos que se formam nas dendritas e nos axónios dos neurónios (em inglês “neurite beading”), e de edema no tecido cerebral”. Estes dois acontecimentos são específicos do AVC isquémico agudo, e a sua quantificação poderia ajudar a determinar o verdadeiro estado do tecido, sendo portanto relevante para prever o desfecho do AVC, segundo o investigador. “Portanto, o nosso trabalho é o primeiro a mostrar que conseguimos obter uma boa ‘assinatura’ para eventos específicos no AVC.”

“Esperamos ter encontrado uma melhor forma de caracterizar os AVC in vivo no ser humano”, acrescenta. Para o demonstrar, os cientistas precisam agora de confirmar a qualidade deste novo contraste nas imagens de ressonância magnética de doentes humanos. O trabalho, que envolve implementar a metodologia de Imagem por Tensor de Correlação em máquinas de ressonância magnética de uso clínico, já está em curso em colaboração com um laboratório em Itália. E segundo Noam Shemesh, “os resultados também têm sido impressionantes”.

No que respeita aos dois estudos em animais, Noam Shemesh conclui: “Os nossos resultados são extremamente entusiasmantes. E nem sequer tínhamos previsto este desfecho; foi realmente um achado fortuito, que vem reforçar a ideia segundo a qual quando exploramos novos caminhos, alcançamos resultados excitantes.”

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Iniciativa "TAKE ACTION”
A Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia (APEF) mobilizou-se para uma campanha nacional de recolha de resíduos. A...

No dia 24 de julho, mais de meia centena de estudantes de todo o país aderiram à iniciativa “TAKE ACTION” da APEF, que decorreu em simultâneo nas cidades de Lisboa, Porto, Coimbra e Covilhã. A missão: proteger o Ambiente em prol da Saúde Pública. Os participantes foram divididos em grupos que realizaram diferentes percursos em cada uma das cidades, recolheram resíduos e contabilizaram as máscaras inadequadamente descartadas. Em simultâneo, a Associação Cura+ integrou a iniciativa, promovendo a literacia em saúde da população.

“A APEF procura promover os valores de integração cívica e ação social” avança a Presidente da APEF, Carolina Simão, adiantando que “os mais recentes estudos relativos à sustentabilidade e ação climática têm revelado o impacto das transformações ambientais ao nível da saúde da população e dos ecossistemas. Tem-se registado um aumento do número de mortes relacionadas com as vagas de calor, e são já evidentes as alterações na distribuição de doenças e dos seus vetores. Estas mudanças, cada vez mais visíveis, afetarão igualmente as gerações vindouras, colocando-as severamente em risco”.

Num curto espaço de tempo, mais de uma centena de sacos do lixo foram recolhidos. Entre os vários tipos de resíduos encontrados, mais de 300 máscaras foram contabilizadas pelos participantes. Torna-se claro que o cenário pandémico traz consigo novos desafios ecológicos, sendo crucial sensibilizar a população para a adoção de medidas que salvaguardem o futuro do planeta e da humanidade.

Carolina Simão acrescenta que “as estatísticas são deveras assustadoras. Um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta para que 250 mil pessoas venham a morrer por ano devido às alterações climáticas”, e deixa o apelo: “Evitar uma crise ecológica deve ser uma preocupação de todos e é possível com pequenos gestos”.

APDP reforça
Jovens com mais de 12 anos deverão ser vacinados sem necessidade de prescrição médica.

A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) vem reforçar  a importância da vacinação contra a covid-19 para todos os jovens que se encontram numa faixa etária entre os 12 e os 15 anos.

A APDP reconhece que a vacinação dos jovens com diabetes é um fator importante e prioritário mas refere que o processo deverá ser alargado a todos os jovens e sem necessidade de prescrição médica.

“Congratulamo-nos por estarem aprovados para serem vacinados os jovens com diabetes, contudo salientamos que não nos revemos nesta discriminação positiva que atualmente se perspetiva. Outras crianças e respetivos tutores, que façam parte de um círculo mais próximo, tal como irmãos ou colegas de escola deverão poder escolher, se querem ou não ser vacinados. Se elas são boas para quem tem comorbilidade, também o serão para quem as não tem. Esta escolha, deverá ser uma opção familiar, ouvido o ou a jovem, não havendo por isso necessidade de ser apresentada uma prescrição médica. E se essa opção for de vacinação deve ter todo o nosso apoio. Não colaboraremos na criação de dúvidas ou descredibilização das vacinas”, afirma José Manuel Boavida, Presidente da APDP. Adianta ainda “ uma boa convivência escolar e a aprendizagem e integração social dos jovens, principalmente dos mais vulneráveis, pode estar em jogo”.

João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP afirma que “a vacinação generalizada é uma ferramenta crítica para ajudar no controlo da pandemia. O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças e a Agência Europeia de Medicamentos concluíram que os benefícios da vacina em jovens entre os 12 e os 15 anos ultrapassam largamente os eventuais riscos associados. Neste grupo etário, a eficácia e os efeitos secundários das vacinas parecem ser similares aos do grupo de maiores de 16 anos”.

A Direção-Geral da Saúde confirmou na passada semana que a vacinação de adolescentes a partir dos 12 anos apenas poderá ser realizada mediante a apresentação de prescrição médica. Esta confirmação surge depois de já existirem vacinas autorizadas pela Agência Europeia de Medicamentos para esta faixa etária.

Neste momento, a estratégia de vacinação em Portugal pressupõe que na fase 2 sejam vacinadas as pessoas com 16 ou mais anos de idade e que tenham pelo menos uma patologia associada, como é o caso da diabetes abaixo dos 60 anos.

Printed Memories Corporate Social Responsibility
Numa parceria com o Instituto Português de Fotografia (IPF), “Uma Memória para Nunca mais Esquecer… o Passado foi Memorável, o...

Uma Memória para Nunca Mais Esquecer… o passado foi memorável, o futuro é digital” é o tema do concurso lançado pela Ricoh, em parceria com o Instituto Português de Fotografia (IPF), no dia 22 de julho e terminará um mês depois (22 de agosto). O objetivo é desafiar a comunidade a partilhar imagens de momentos, que não querem mesmo esquecer, no sentido de sensibilizar a população sobre a doença de Alzheimer. As fotografias a concurso serão selecionadas e posteriormente avaliadas por um júri, que escolherá as 25 finalistas, sendo que serão apurados três vencedores.

“Com o projeto Printed Memories Corporate Social Responsibility da Ricoh, lançado em 2017 e a nível europeu, procuramos apoiar a causa da doença de Alzheimer. Esta ação enquadra-se nos nossos valores fundamentais e no nosso compromisso com os ODS, contribuindo para a sensibilização da problemática da doença. Por isso, queremos continuar a contribuir para a informação e sensibilização da comunidade, sobretudo daqueles que sofrem com esta doença, como já temos feito através da contribuição da nossa tecnologia inovadora e experiência ao serviço das terapias da memória e da psicoestimulação com várias instituições”, explica Ramon Martin, Ceo da Ricoh Espanha e Portugal. “Sendo o Alzheimer uma doença que nos provoca o esquecimento, decidimos que o melhor mote para sensibilizar a população seria captar aquilo que realmente queremos que perdure na nossa memória, e é esse desafio que agora lançamos”, acrescentou.

“O Instituto Português de Fotografia congratula-se por participar nesta iniciativa da Ricoh, como membro do júri e com a oferta do Curso Inicial de Fotografia ao segundo classificado. Para além da parte lúdica deste concurso, o mais importante é o que lhe está subjacente: a sensibilização para uma doença que progride silenciosa – a doença de Alzheimer. A fotografia tem, entre outras, a função de nos fazer lembrar e não nos deixar esquecer. Fazer lembrar é como trazer de trás para a frente, vir à memória. Não nos deixar esquecer, é não deixar sair da memória. O Instituto Português de Fotografia, nos seus mais de 50 anos de existência, já participou em inúmeras iniciativas de responsabilidade social, mas raras vezes a causa e a fotografia se aliam de forma tão virtuosa como neste desafio proposto pela Ricoh”, afirma José Sarmento, Diretor do IPF.

Os vencedores serão premiados com: uma máquina fotográfica Ricoh Theta que capta imagens a 360º (1º prémio); um curso de fotografia no IFP (2ª prémio); um tablet (3º prémio). As fotografias devem ser enviadas para o email [email protected] e a foto deve ser acompanhada de um título e uma pequena descrição de 1500 caracteres com espaços sobre a história que essa imagem representa, juntamente com a ficha de participação.

Posteriormente, haverá uma exposição itinerante das fotografias finalistas, que percorrerá vários pontos do País e há ainda o objetivo de ser lançado um livro com as 25 fotografias e histórias finalistas, que será apresentado no dia 21 de setembro, data em que se comemora o Dia Mundial do Alzheimer. As vendas do livro reverterão a favor da Alzheimer Research, instituição de solidariedade e investigação líder a nível mundial na procura de uma cura para a demência e que é parceira da Ricoh no programa Printed Memories. Este programa, que teve início em 2017, visa sensibilizar as comunidades de todo o mundo para a problemática da doença de Alzheimer, que é uma das principais causas de morte na Europa, através de ações de voluntariado e de angariação de fundos. 

Pode consultar o regulamento do concurso aqui

Cirurgia estética
A falta de desenvolvimento dos músculos das nádegas, os glúteos, (“rabo”, “Bunda”) pode ter uma caus

É diferente dos “rabos” descaídos ou flácidos, em que não é a falta de volume que é o problema, mas sim a flacidez que se instala progressivamente e com mais intensidade, se não se faz exercicio físico, com o decorrer da idade, entre outras causas.

Os tratamentos são diferentes para cada caso.

A flacidez e o descaído não são para tratar cirurgicamente, na maioria dos casos. Resolve-se ou melhora-se com exercício físico, feitos com regularidade e de preferência sob orientação, e com tratamentos que existem no mercado com vários nomes comerciais, como carboxiterapia, ultra-sons, radiofrequência, laser, endermologia, entre outras técnicas.

Todas com resultados subjetivos e variáveis de pessoa para pessoa.

Para aumentar e levantar, o método mais eficaz, objectivo e com resultados seguros e duradouros (para sempre), é através duma cirurgia – a gluteoplastia.

Trata-se de uma cirurgia, realizada sob anestesia local com sedação (não há anestesia geral nem internamento), com uma pequena cicatriz que fica escondida no sulco entre as nádegas, com colocação próteses de gel coesivo de silicone, com o objectivo de os aumentar e melhorar a sua forma e projeção. São próteses especificas e de duração vitalícia. Tem indicações próprias, a decidir durante uma consulta prévia, onde também se define e escolhe o tamanho. Está indicado para as mulheres que não gostam do seu «rabo» por ser pequeno, ou achatado e sem forma ou para as que querem ter o rabo maior. Das cirurgias estéticas esta é das que tem um pós-operatório mais limitativo, incomodativo, algo doloroso, mas tudo isto passageiro e que melhora com a medicação e as indicações prescritas. Pode-se andar, tomar duche, a partir do dia seguinte. Dormir semi sentada durante 2 semanas não apoiando no “rabo”. Conduzir 7 a 10 dias depois. Actividades físicas violentas com os glúteos devem-se evitar por 6 semanas. Sente-se alguma dor ou incómodo em certos movimentos ou posições, o que vai ter de se contornar através da adaptação a esta fase transitória, com a ajuda dos analgésicos. Um cuidado importante que tem que ter é que se precisar de levar injecções intra-musculares terão que ser escolhidas outras regiões e nunca nas nádegas. Nunca mais se pode levar injecções nas nádegas.

É uma cirurgia que também pode ser realizada em homens que desejem aumentar e/ou reafirmar os glúteos.

As alternativas que vão aparecendo neste mundo da estética com a injeção de produtos estranhos ao organismo, tem que se ter muito cuidado, pois se houver problemas, a sua retirada é complicada, além de não haver ainda muito tempo passado para se avaliar se tem ou não complicações a longo prazo, sobretudo se se tratar de produtos não absorvíveis. Se for absorvível, além dos eventuais problemas dos outros permanentes tem o facto de passado algum tempo ter sido absorvido pelo organismo (1-2 anos?).

Por isso, o melhor será optar pelas técnicas mais objectivas ficando com uns glúteos de fazer inveja a muita gente.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sociedade Portuguesa de Pneumologia
65% dos inquiridos não está satisfeito com o sono durante o período de trabalho, no entanto, durante o período das férias, 72%...

Concretizado com o intuito de avaliar o impacto que o período de férias tem no sono dos portugueses, o questionário obteve 2560 respostas, das quais 95% correspondem a idades compreendidas entre os 19 e os 65 anos, com 82% a fazerem parte da população ativa.

Quanto às horas de sono diárias recomendadas - entre 7 a 9 horas -, durante o período de férias, a maior parte dos inquiridos (82%) consegue cumpri-las, sendo que, durante o período de trabalho, esta percentagem desce para os 54%. Foi também possível aferir com este inquérito que, durante o período de trabalho, é maior a percentagem de indivíduos que tem dificuldade em adormecer (47%) do que a dos que refere ter esta dificuldade durante o período de férias (27%). Os inquiridos foram ainda questionados sobre o hábito de dormir a sesta, sendo uma percentagem mínima (4%) os que referiram fazê-lo durante o período de trabalho e aumentando para 41% durante o período de férias.

“Estes dados apontam para uma tendência de sono insuficiente durante o período de trabalho com maior probabilidade de insónia inicial, menor número de horas de sono e menor satisfação com o sono em período laboral: ou seja, estamos a perder sono em quantidade e qualidade”, referem Susana Sousa e Sílvia Correia, da SPP.  As pneumologistas destacam ainda ser “fundamental refletirmos sobre o sono e sobre a sua importância. Tem de ser uma prioridade na nossa agenda, não apenas durante as férias, mas durante todo o ano. A compensação do sono durante as férias não é a melhor estratégia: o objetivo é dormir o tempo que cada indivíduo necessita todos os dias do ano”. 

Para que possa gozar umas férias descansadas, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia relembra algumas recomendações para uma boa noite de sono:

  • Manter os horários regulares próximo da rotina.
  • Evitar os jantares pesados tardios, com álcool.
  • Evitar a cafeína próximo da hora de dormir.
  • Se for fumador, aproveitar o período de férias para deixar de fumar e iniciar novas rotinas saudáveis
  • Preparar o quarto e adequar a temperatura (temperaturas muitos quentes prejudicam o sono).
  • Exercício físico regular – sobretudo ao ar livre – aproveitar o bom tempo para uma atividade física que junta o exercício e a exposição a luz solar será o ideal.
  • Exposição a luz no início da manhã pode ajudar a regular o ciclo de sono-vigília.
  • Evitar a exposição a luz azul a noite (tal como o uso do telemóvel ou videojogos durante o período da noite por crianças e jovens).
  • Dormir o número de horas suficiente para sentir que o sono foi reparador e para que consiga usufruir das férias da melhor forma possível.
  • Evitar dormir com telemóveis ou outros dispositivos móveis na mesa-de-cabeceira.
Medicina e Engenharia Computacional
A Juliana Couras é das raríssimas estudantes universitárias a ter feito dois mestrados integrados ao mesmo tempo. É, para já, a...

Foi difícil conciliar o grau de exigência dos dois cursos ao mesmo tempo? De certeza que sim! Ainda por cima em duas cidades diferentes: Medicina no Porto, Engenharia Computacional em Aveiro. As notas com que acabou as formações, 16 e 19, garantem que a Juliana é mesmo um caso raro de excecionalidade.

Entrou em 2014 para o Mestrado Integrado em Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Em 2020 terminou-o com 16 valores não sem antes, em 2016, ter recebido o Prémio Incentivo da Universidade do Porto por ter sido uma das melhores alunas do 1.º ano do curso.

“Durante o 2.º ano de Medicina descobri o campo da Neurociência Teórica. Tentei ler alguns artigos e não percebi absolutamente nada, pois os meus conhecimentos de matemática estavam no nível do secundário. Então aí percebi que ia ter de aprender mais matemática, mais programação e mais física”, lembra Juliana Couras.

Na altura, não lhe passou pela cabeça tirar outro curso universitário que a pudesse ajudar a descodificar o mundo da Neurociência Teórica. Começou por procurar cursos online para aprender mais. A ideia de tirar outro curso foi nascendo à medida que se apercebeu do tempo crescente que gastava nestas explorações online.

Quando em 2016 a Universidade de Aveiro estreou o Mestrado Integrado em Engenharia Computacional decidiu analisá-lo e comparou-o com o de Matemática. Não teve dúvidas: “A verdade é que Engenharia Computacional é a Engenharia da UA com mais unidades curriculares de matemática e eram as que mais me interessavam”.

Já estava no 2º ano de Medicina quando concorreu e entrou no curso. Por ter uma média superior a 17,5 e ter escolhido a UA na primeira opção do Concurso de Acesso ao Ensino Superior, recebeu uma bolsa igual ao valor da propina. Aliás, a Juliana, por ter mantido a média ao longo do Mestrado Integrado acima dos 17,5, conquistou todos os anos na UA uma bolsa de mérito académico, ou seja, de valor igual ao valor da propina. Há um mês atrás terminou o curso com 19 valores.

Como é que se fazem dois cursos ao mesmo tempo?

Juliana deixa bem vincado de que não é possível planear com confiança a logística para frequentar dois cursos exigentes, um no Porto, outro em Aveiro. É difícil estimar as cargas horárias de diferences unidades curriculares (UCs)e não é possível prever completamente o calendário de exames, havendo sempre a possibilidade de ter exames marcados para o mesmo dia. Assim, Juliana foi pragmática e definiu metas progressivas: “No 1.º semestre que fiz em dois cursos defini como objetivo fazer, obviamente, todas as unidades curriculares de Medicina desse semestre e fazer mais 3 unidades curriculares de Engenharia. Acabei por fazer todas as UCs dos dois cursos. Então para o 2.º semestre comecei a pensar que se fizesse outra vez todas as UCs dos dois cursos ficava licenciada em Ciências Básicas da Saúde, pois concluía o 3.º ano de Medicina”, conta.

“E aí talvez fizesse uma pausa em Medicina para me dedicar só a Engenharia. Mas depois fiz o 2.º semestre todo outra vez com sucesso e pensei que mais valia continuar com os dois cursos a ver até aonde é que dava para ir. Mas a partir daqui comecei a ser um pouco mais ambiciosa nos objetivos”, revela. De objetivo em objetivo, cada vez mais exigente, acabou por estabelecer como meta terminar Medicina com média de 16 e Engenharia com média de 18. “Acabei por superar ligeiramente estes objetivos”, congratula-se.

Astros alinhados para o sucesso

Juliana Couras reconhece que esforço individual que fez não pode ser desentrelaçado da sua situação social e económica. “Eu sei que o meu esforço, no meu contexto social e económico, foi suficiente para ter sucesso. Mas a verdade é que não sei se, noutros contextos, seria possível sequer concretizar este feito de fazer os dois mestrados integrados em simultâneo”, refere Juliana. Assim, destaca algumas condições externas que lhe permitiram este feito: a existência de universidades públicas e de lá ter ganho prémios de mérito, as ótimas condições para estudar em casa, o apoio dos amigos e da família até os almoços que a avó lhe levava à estação de comboios, poupando-lhe tempo de comutação entre Aveiro e Porto.

“Foram as minhas condições socioeconómicas, o ensino superior público e as minhas relações familiares e de amizade que forneceram as bases para suportar o esforço pessoal de fazer dois cursos. Sem essas bases, não havia esforço que valesse. E, por isso, estou muito grata à família, aos amigos e ao sistema de ensino público”, reconhece.

Em relação ao futuro, a curto prazo não planeia tirar nenhuma especialidade médica. O plano da Juliana é seguir para doutoramento na área da Neurociência, possivelmente algo relacionado com Engenharia Neuromórfica. Obviamente, “pelo alto conhecimento matemático e técnico que esta área implica, não me seria possível seguir esta via apenas com o curso de Medicina”, refere.

Um dia, “gostava de seguir um projeto desde a ideia até à sua aplicação clínica. Isto é, gostava de estar envolvida na conceptualização de um modelo neuronal, simular o modelo, implementar o modelo num dispositivo neuromórfico implantável no cérebro e, no fim, usar esse dispositivo em ensaios clínicos. Seria a maneira perfeita de combinar engenharia com medicina”, desvenda. “Começar com uma ideia apenas, um modelo matemático, e ver como ele se traduz num sistema físico e depois usá-lo, como médica, para tratar patologias neurológicas. Mas isto é um projeto de vida, algo que se tenta construir durante anos”.

Estudo
As lesões neurológicas de uma criança de 6 anos causadas por uma doença genética denominada adrenoleucodistrofia, que conduz a...

Esta doença genética rara é provocada pela mutação de um gene localizado no cromossoma X, que causa alterações no sistema nervoso e nas glândulas suprarrenais. Afeta cerca de 1 em cada 14.700 bebés, geralmente do sexo masculino, e manifesta-se habitualmente entre os 5 e os 12 anos. Os primeiros sinais de alerta podem apresentar-se sob a forma de défice cognitivo moderado, seguido de alterações na visão, audição e função motora.

Quanto ao tratamento, e de acordo com a Dr.ª Bruna Moreira, investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, “o transplante de células estaminais hematopoiéticas, como as que se encontram no sangue do cordão umbilical e na medula óssea, é a única intervenção capaz de travar a progressão da doença”. Para impedir o avanço da lesão neurológica e o agravamento de sintomas, o transplante deve ser realizado numa fase inicial, explica.

No caso desta criança, o crescimento decorreu de forma normal até aos 18 meses, altura em que os pais detetaram um padrão de comportamento repetitivo e uma redução no contacto visual, que conduziu ao diagnóstico de perturbação do espectro do autismo. Mais tarde, aos 6 anos, o menino apresentou-se para observação no hospital devido a um quadro de estrabismo no olho esquerdo e fala arrastada.

Apesar de o exame oftalmológico não ter revelado alterações na retina ou no nervo ótico, os exames físico e neurológico detetaram alterações na coordenação motora. Por fim, foram reveladas lesões neurológicas, através da ressonância magnética ao crânio, que juntamente com a indicação da presença de uma mutação genética herdada da mãe confirmaram o diagnóstico de adrenoleucodistrofia ligada ao cromossoma X.

O menino foi imediatamente referenciado para transplante hematopoiético. Após ter sido sujeito a quimio e radioterapia (esta última com o cuidado de não irradiar o crânio, para não agravar a lesão neurológica), a criança foi transplantada com sangue do cordão umbilical de um dador compatível. Após 65 dias, teve alta hospitalar e, passados mais de dois anos, encontra-se estável, sem agravamento dos sintomas. Os resultados da ressonância magnética revelam a estabilização das lesões neurológicas, sem progressão da doença ao longo deste período.

Os autores referem que este foi um caso bem-sucedido e sublinham a importância do sangue do cordão umbilical como fonte de células estaminais para o tratamento de adrenoleucodistrofia cerebral, em que o transplante deve ser realizado o mais rapidamente possível após o diagnóstico, para evitar a deterioração do estado dos doentes.

Para aceder aos mais recentes estudos científicos sobre os resultados promissores da aplicação de células estaminais, visite o Blogue de Células Estaminais.

Campanha de sensibilização
Conheça a campanha de sensibilização para a Dermatite Atópica moderada a grave agora lançada com o apoio da ADERMAP.

Falar sobre Dermatite Atópica sem saber pelo que passam as pessoas que vivem diariamente com esta doença ou colocarmo-nos na "pele dos outros" é uma tarefa difícil. Mas, e se conseguíssemos? E se todos tivéssemos sido postos à prova num conjunto de situações que nos fazem conseguir estabelecer um paralelo entre viver com D.A. e o que vivemos com esta pandemia?

Para que as pessoas com Dermatite Atópica possam ser mais bem compreendidas, a Sanofi com o apoio da ADERMAP - Associação Dermatite Atópica Portugal, pretende alertar para os sintomas e o impacto desta patologia:

- Estima-se que a dermatite atópica afete 4,4% dos adultos na União Europeia1 e cerca de 10% a 20% da população pediátrica a nível mundial2.

- A Dermatite Atópica é uma doença inflamatória crónica da pele que, particularmente na sua forma moderada a grave, é responsável por lesões físicas, mas também emocionais e socioeconómicas.3

Para Joana Camilo, presidente da ADERMAP, “Estas campanhas são essenciais para sensibilizar a população para a dermatite atópica e as suas consequências físicas e emocionais. Além disso, poderá contribuir para que os próprios doentes sejam agentes ativos na procura por mais informação, correto diagnóstico e tratamento adequado”.

“Com esta iniciativa esperamos sensibilizar cuidadores, famílias, amigos e a sociedade em geral sobre o que é a Dermatite Atópica moderada a grave. Ao conhecermos melhor esta realidade escondida, mas vivida por milhares de pessoas, mais facilmente podemos compreender o seu dia a dia e dar o nosso apoio. Acreditamos que um bom conhecimento da doença a par do diagnóstico precoce e do tratamento adequado podem contribuir para uma melhoria considerável da qualidade de vida e trazer uma nova esperança para quem vive com dermatite atópica.”, Francisco del Val, General Manager da Sanofi Genzyme.

Quer saber mais? Conheça esta iniciativa em primeira mão no website da Adermap ou no site www.dagarraatuavida.pt .

1-  Barbarot S, Auziere S, Gadkari A,et al. Epidemiology of atopic dermatitis in adults: Results from an international survey. Allergy. 2018;73:1284-1293 https://doi.org/10.1111/all.13401

2- Silverberg JI, Barbarot S, Gadkari A, et al. Atopic dermatitis in the pediatric population: A cross-sectional, international epidemiologic study. Published online January 6, 2021. Ann Allergy Asthma Immunol. doi:10.1016/j.anai.2020.12.020

3 - Estudo do impacto social e económico da Dermatite Atópica em Portugal realizado pela NOVA IMS, em parceria com a Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (SPDV) e a Associação Dermatite Atópica Portugal (ADERMAP), com apoio da Sanofi. O Universo (ou população alvo) deste estudo é constituído pelos doentes diagnosticados com Dermatite Atópica, residentes em Portugal, entre junho 2019 e janeiro 2020, e contou com 204 respostas.

Semana Mundial do Aleitamento Materno – 1 a 7 agosto 2021
A amamentação é a melhor forma de alimentar os bebés, com benefícios para todos.

Os benefícios para o bebé, vão desde a nutrição e hidratação adequadas a cada fase de cada bebé, transmissão de imunidade, regulação térmica e conforto, estimulando o ideal desenvolvimento da boca, dentes e linguagem e ajudando a estabelecer a ligação com a mãe. Diminui o risco de morte-súbita. É especialmente importante em recém-nascidos e bebés prematuros. A longo prazo, diminui o risco de obesidade, diabetes e alguns tipos de cancro.

Os benefícios para a mãe começam no pós-parto imediato, diminuindo o risco de hemorragias graves, fortalecendo a ligação com o bebé, providenciando um momento de pausa nas outras atividades e ajudando na perda de peso. Diminui o risco de obesidade, diabetes, osteoporose e vários cancros (especialmente da mama), a longo prazo. Em Portugal as mães que amamentam podem solicitar ajuste e redução de horário à entidade patronal.

Toda a família beneficia com a amamentação, pelo seu menor custo e ótima segurança e conveniência. A amamentação reduz parcial e temporariamente a fertilidade materna, contribuindo para o espaçamento das gravidezes.

Os benefícios para a sociedade vão desde o menor custo com a alimentação dos bebés, e o tratamento das doenças evitadas (do bebé e da mãe), à diminuição do absentismo da mãe. Globalmente, beneficia também o ambiente, já que a amamentação é a opção mais ecológica.

Estes benefícios são ainda mais evidentes onde ou quando as alternativas escasseiam (catástrofes, saneamento inadequado, pobreza extrema). As mães infetadas com COVID devem ser apoiadas a amamentar, mesmo se sintomáticas, pois os benefícios da amamentação superam o risco de infeção dos bebés. A vacinação anti-COVID é recomendada quer a grávidas quer a mães a amamentar, apesar do pouco tempo de estudos das vacinas, esperando-se efeito protetor na mãe e eventualmente (direta ou indiretamente) também no bebé.

As desvantagens – são raras as situações em que é recomendado não amamentar – geralmente por infeções ou fármacos (da mãe) que passem para o bebé e cujo risco supere os benefícios acima listados (devendo ser avaliados caso a caso por profissional de saúde qualificado e atualizado). O médico, dentro da sua especialidade, perante uma mulher que amamenta, tem a responsabilidade acrescida de avaliar o risco-benefício das suas prescrições. A amamentação está associada à diminuição da líbido e da fertilidade, podendo interferir na vida sexual do casal. A mãe pode optar por não amamentar para partilhar ou ceder a tarefa de alimentar o bebé, por preferência pessoal; outras desistem por dificuldades no processo de amamentação (feridas, mastites), pressão laboral, da sociedade ou família.

Há alternativas – quando a mãe não pode ou não quer amamentar: a OMS recomenda o leite humano (bancos de leite) como primeira alternativa para recém-nascidos; as amas-de-leite como segunda alternativa, e depois as fórmulas de “leite adaptado”. O leite de vaca “normal” (não adaptado a bebés), leite de outros animais e as bebidas vegetais não são recomendadas nos primeiros 12 meses de vida.

As Mães precisam de ser bem informadas e depois apoiadas nas suas decisões. Amamentar e vacinar são das melhores escolhas que fazemos. Enquanto parte da sociedade, todos ganhamos com o que todas as Mães querem, o melhor para os Bebés.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Nomeação
A Direção-Geral da Saúde (DGS) designou novos diretores para o Programa prioritário para a área das Infeções Sexualmente...

Margarida Tavares, a nova diretora do Programa Nacional para a Infeção VIH e Sida, é médica e coordenadora do Internamento e da Unidade de Doenças Infeciosas Emergentes do Serviço de Doenças Infeciosas do Centro Hospitalar Universitário São João, no Porto.

A nova diretora irá prosseguir com a estratégia do Programa de promoção do acesso universal a prevenção, rastreio, diagnóstico precoce e tratamento adequados, combatendo o estigma e a discriminação, promovendo a participação ativa da sociedade civil das pessoas que vivem com a infeção pelo VIH e das comunidades mais vulneráveis.

Já o Programa Nacional para as Hepatites Virais passou a ser dirigido por Rui Tato Marinho, que é atualmente o Diretor do Serviço de Gastrenterologia e Hepatologia do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte e professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

 

Programa de aceleração
Este ano irá realizar-se a segunda edição do Patient Innovation Bootcamp, uma colaboração entre o Patient Innovation, EIT...

Desta forma, o Bootcamp consistirá em duas semanas presenciais, a primeira em Lisboa e a terceira em Copenhaga, intercaladas com uma semana de sessões online a partir de Barcelona.

Em ambos os formatos serão disponibilizados materiais de e-learning projetados para ajudar as equipas a desenvolver e lançar seus dispositivos, ferramentas de diagnóstico ou inovações digitais em saúde. Na semana em Lisboa as equipas iram focar-se no desenvolvimento e validação das soluções, de seguida vão desenvolver um plano de negócios durante a semana de Barcelona, e por fim vão aprender a consolidar, implementar e difundir as suas soluções na última semana em Copenhaga.

Nesta segunda edição do Bootcamp vão participar 11 equipas de 9 países diferentes que apresentam uma grande variedade de soluções entre aplicações e dispositivos, que durante as 3 semanas do Bootcamp irão desenvolver as suas soluções e aprender mais com os inúmeros mentores, experts e speakers convidados, os quais vão estar em estreita relação com as equipas, de forma a fomentar o desenvolvimento sólido de cada uma das ideias ou soluções. Adicionalmente, todas as equipas irão participar no EIT Health Bootcamp Tour no final de 2021, que consiste num evento no qual todos os participantes de EIT Health Bootcamps participam em diferentes workshops e momentos de networking.

A Patient Innovation é uma plataforma internacional, multilíngue e sem fins lucrativos, desenvolvida em 2014 com o objetivo de compartilhar soluções criadas por doentes e ajudar a melhorar vidas. Trata-se de uma plataforma online onde doentes e cuidadores de todo o mundo se ligam para partilhar soluções que os próprios desenvolveram, ou que criaram com a ajuda de um colaborador, para ultrapassar um desafio imposto por um problema de saúde.

Em 2016, a Patient Innovation foi reconhecida pelo Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, como um dos cinco projetos selecionados como exemplo de "Compromissos com Ação Coletiva" numa conferência em Nova Iorque. Recentemente, o Patient Innovation foi nomeado pelas Nações Unidas como um exemplo de Boas Práticas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (Sustainable Development Goals - SDG). Esta nomeação de Boas Práticas de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável deve-se à contribuição para dois dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: # 3 (Boa saúde e bem-estar) e # 9 (Indústria, Inovação e Infraestrutura).

Para mais infromações, consulte: https://patient-innovation.com/

Situação Epidemiológica
Desde ontem foram registados mais de 2.500 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e 14 mortes em território nacional. O...

A região Norte foi aquela que registou maior número de mortes, desde o último balanço: cinco de 14. Segue-se a Lisboa e Vale do Tejo com quatro óbitos registados. Alentejo e Algarve têm ambas duas mortes assinalar e região Centro uma.

De acordo com o boletim divulgado hoje pela DGS, foram ainda diagnosticados 2.595 novos casos. A região Norte registou a maioria dos casos, nas últimas 24 horas: 950. Segue-se a região de Lisboa e Vale do Tejo com 913 novas infeções. Desde ontem foram diagnosticados mais 289 casos na região Centro, 130 no Alentejo e 234 no Algarve. Quanto às regiões autónomas, no arquipélago da Madeira foram identificadas mais 23 infeções e 56 nos Açores.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 924 doentes internados, menos 30 que ontem.  As unidades de cuidados intensivos também menos nove doentes internados, relativamente ao último balanço: 199.

O boletim desta sexta-feira mostra ainda que, desde ontem, 3.331 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 897.886 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 50.811 casos, menos 750 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância menos 410 contactos, estando agora 78.737 pessoas em vigilância.

Campanha “O seu fígado não está de férias”
A Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF) vai promover uma campanha de consciencialização para a prevenção da...

“Mesmo em tempo de férias, é preciso manter os hábitos de vida saudáveis, de forma a evitar ou agravar as doenças do fígado, que podem ter consequências graves para a sua saúde. Pratique exercício físico; faça uma alimentação equilibrada; evite beber álcool e consumir drogas; use preservativo; não partilhe seringas nem objetos de higiene pessoal; lave as mãos com frequência, sobretudo antes das refeições e depois de ir à casa de banho”, aconselha José Presa, presidente da APEF.

O médico explica que o fígado é um importante órgão do sistema digestivo e que, no caso de inflamação ou lesão, pode comprometer as suas funções e originar diversas complicações a curto ou a longo prazo. “Estamos a falar de patologias, que são, na sua grande maioria, evitáveis, embora tratáveis e, até, curáveis, como é o caso da hepatite C. Neste verão lembre-se de cuidar da saúde do seu fígado. Tenha umas boas férias, mas tenha atenção aos estilos de vida e aos comportamentos de risco”, afirma José Presa.

E conclui: “No caso de ter alguma doença do fígado já diagnosticada e em tratamento, não se esqueça de levar consigo os medicamentos e de os tomar consoante indicado”.

Iniciativa online gratuita
No dia 13 de agosto, entre as 18h e as 20h, a Academia Mamãs sem Dúvidas realiza uma nova edição do “Especial Grávida”,...

Com a aproximação do período de férias de verão por excelência dos portugueses, e com o objetivo de continuar a dar apoio às mulheres que esperam a chegada do seu bebé, o próximo “Especial Grávida” vai contar com a participação de vários especialistas ligados ao universo da maternidade para abordar diferentes temas.

A sessão “Cuidados a ter com os bebés nas férias”, contará com a intervenção de Sónia Patrício, enfermeira especialista em saúde materna e obstetrícia, que vai partilhar com as gestantes recomendações a ter em conta na hora de ir de férias.

“Dicas de Segurança Rodoviária para umas férias tranquilas” em que Cátia Neves, consultora de puericultura, vai explicar os aspetos a ter em atenção quando se viaja com o bebé

“O Presente e o Futuro das Células Estaminais” com o contributo de Maria Costa, formadora do Laboratório BebéVida, que vai falar sobre as mais-valias de guardar os tecidos e células do cordão umbilical do bebé no momento do nascimento.

A participação é gratuita sendo apenas necessário fazer previamente a inscrição. Ao inscreverem-se as participantes ficam habilitadas a receber um cabaz de produtos no valor de 450€, que inclui: um mala de maternidade Bioderma; um tapete de atividades TinyLove; um intercomunicador Alecto; uma bomba tira-leite Nuvita; uma Pegada Baby Art; uma almofada Pekaboo; uma ecografia 4D ECOmybaby da BebéVida. A vencedora deste cabaz será anunciada no dia 16 de agosto no Instagram da Mamãs sem Dúvidas.

Para mais informações sobre a Academia Mamãs sem Dúvidas, conteúdos informativos ou próximos eventos pode consultar o website mamassemduvidas.pt .

Dia do Orgasmo assinala-se dia 31 de julho
Longe vai o tempo em que o orgasmo feminino era tido como condição necessária para engravidar ou que

Efetivamente, é um objeto de estudo extremamente difícil, com grande variabilidade de mulher para mulher, e até numa mesma mulher. Ultrapassa as alterações corporais, as sensações físicas, tendo um componente psicológico, emocional e social que vão influenciar toda a vivência de cada orgasmo. A autoestima, autoconfiança, relacionamento, motivações sexuais, crenças, pressões sociais modulam a forma o orgasmo é experienciado. Assim, a descrição do orgasmo de cada mulher é carregada de subjetividade, sendo que geralmente assenta num ponto em comum: é o momento de prazer máximo durante o envolvimento sexual.

Numa perspetiva mais biológica, durante a estimulação sexual, com o aumento progressivo da excitação, ocorre libertação de adrenalina, com aumento dos batimentos cardíacos, respiração acelerada, aumento da vascularização pélvica, ereção dos mamilos, aumento da tensão e contração muscular. Depois, o orgasmo – o clímax - seguindo-se os espasmos dos músculos pélvicos, libertação de endorfinas e ocitocina, responsáveis, entre outros, pela sensação de prazer, pelo reforço da vinculação e confiança. No final, relaxamento e sensação de bem-estar, melhoria do humor e da intimidade.

Ainda que cada vez se fale mais e mais abertamente de sexo, sexualidade e prazer, o orgasmo feminino permanece alvo de vários mitos e tabus! Orgasmo com a penetração vaginal, orgasmos múltiplos, orgasmos simultâneos, orgasmo em todas as relações sexuais, orgasmo como sinónimo de prazer, são os mitos mais frequentes, e que mais frequentemente atrapalham a satisfação sexual e uma sexualidade saudável!

A maioria das mulheres não atinge o orgasmo exclusivamente com a penetração vaginal. Embora tenha sido famoso o conceito freudiano de que as mulheres maduras teriam orgasmo vaginal, enquanto as imaturas o teriam com a estimulação clitoridiana, atualmente é claramente reconhecido que o clitóris é o principal órgão do prazer feminino, sendo a sua estimulação (direta ou indireta) responsável pelo orgasmo em grande parte das mulheres!

Por outro lado, a mulher não tem obrigatoriamente de ser capaz de ter orgasmos sequenciais – é uma característica individual de cada mulher. A busca do casal pelo orgasmo simultâneo pode ter um efeito negativo no envolvimento sexual e na procura do prazer – homem e mulher podem ter tempos de estimulação diferentes, sem que isso seja anormal.

Apesar da pressão social e da expectativa do parceiro (e até da própria mulher!) fazerem com que pareça obrigatório a mulher ter um orgasmo de cada vez que tem relações sexuais, uma vida sexual feliz e satisfatória não implica necessariamente a presença constante do orgasmo. Assim, nem todas as mulheres têm sempre orgasmo, sem que isso signifique que não têm prazer nessa experiência sexual. Por outro lado, este foco no orgasmo pode até condicionar stress e ansiedade em relação ao ato sexual, promovendo a construção de sentimentos e cognições negativas em relação à sexualidade.

O orgasmo fora da atividade sexual com o parceiro, ou seja, na masturbação, ainda é vista por muitos como uma coisa errada, uma forma de traição, havendo inclusivamente a convicção, errada, de que pode atrapalhar o desempenho com o parceiro.

Subjetividade, mitos e tabus à parte, o orgasmo, embora não sendo essencial para todas as mulheres, representa o culminar do prazer durante a atividade sexual, estando associado ao bem-estar físico, psicológico e emocional da mulher.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Relatório CDC
O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA descreveu a variante Delta do Coronavírus como tão contagiosa quanto...

De acordo com o relatório, cujo conteúdo foi hoje divulgado pelo The New York Times, esta variante é também mais suscetível de quebrar as proteções oferecidas pelas vacinas. No entanto, os dados do CDC mostram que as vacinas são altamente eficazes na prevenção de doenças graves, hospitalizações e mortes em pessoas vacinadas.

Por outro lado, salienta que a infeção com a variante Delta produz quantidades de vírus no trato respiratório dez vezes superiores que as que são observadas em pessoas infetadas com a variante Alfa, que também é altamente contagiosa, refere o documento, citado pelo El Mundo.

Quando comparada com a estirpe original, a quantidade de vírus numa pessoa infetada com Delta é “mil vezes superior”, sublinha o documento.

Este relatório baseia-se em dados de vários estudos, incluindo uma análise de um surto recente em Provincetown, Massachusetts, que começou após as festividades de 4 de julho. Na quinta-feira, aquele grupo tinha subido para 882 casos. Cerca de 74% foram vacinados, segundo as autoridades de saúde locais.

Uma análise detalhada da propagação dos casos mostrou que as pessoas infetadas com o Delta transportam enormes quantidades de vírus no nariz e na garganta, independentemente do estado de vacinação, de acordo com o documento do CDC.

Por outro lado, estudos realizados no Canadá e na Escócia descobriram que as pessoas infetadas com a variante são mais propensas a serem hospitalizadas, enquanto pesquisas em Singapura indicaram que são mais propensos a precisar de oxigénio, o que leva o CDC a alertar para a associação com doença grave.

 

De 09 a 12 de setembro
A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) vai realizar a 12ª edição da Escola de Verão de Medicina Interna (EVERMI), um...

“A edição deste ano será subordinada ao tema “Medicina Interna a 360º” e pretendemos uma formação mais virada para o doente em ambiente de consulta, ambulatório e hospitalização domiciliária”, afirma Nuno Bernardino Vieira, responsável pela direção da EVERMI 2021.

Esta edição, à semelhança do que aconteceu em 2020, ficará marcada por algumas particularidades em consequência das contingências provocadas pela pandemia COVID-19 que implicou alterações à estrutura da escola de forma a garantir a segurança para todos os envolvidos.

“Desde a sua criação que a EVERMI procura responder a objetivos específicos como a atualização científica dos participantes em áreas diversas no âmbito da Medicina Interna, o desenvolvimento do raciocínio clínico do Internista, o desenvolvimento de competências em técnicas de comunicação e em trabalho em equipa, o fomentar de um “espírito de grupo” na Medicina Interna nacional e a reflexão sobre a formação nesta especialidade médica” conclui Nuno Bernardino Vieira.

João Araújo Correia, Presidente da SPMI, será responsável pela conferência de encerramento subordinada ao “Raciocínio e Registo Clínico na Consulta”.

A EVERMI é já um marco na formação de medicina interna em Portugal tendo desde a sua criação contado com mais de 500 participantes.

Consulte aqui o programa: https://www.spmi.pt/wp-content/uploads/2021/07/Programa-Final-EVERMI-2021.pdf

Estudo
Uma nova pesquisa relatada na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer® (AAIC®) 2021, realizada virtualmente,...

Além dos sintomas respiratórios e gastrointestinais que acompanham a infeção por SARS-CoV-2, muitas pessoas experimentam sintomas neuropsiquiátricos de curta e/ou longa duração, incluindo perda de olfato e sabor e défices cognitivos e de atenção. Para alguns, estes sintomas neurológicos persistem.

Os líderes científicos, incluindo a Associação de Alzheimer e representantes de quase 40 países - com orientação técnica da Organização Mundial de Saúde (OMS) – fazem parte de um consórcio internacional multidisciplinar para recolher e avaliar as consequências a longo prazo da Covid-19 no sistema nervoso central, bem como as diferenças entre os países. As primeiras conclusões deste consórcio, apresentados na AAIC 2021, sugerem que os idosos sofrem frequentemente de uma deficiência cognitiva persistente, incluindo a persistente falta de olfato, após a recuperação da infeção SARS-CoV-2.

Por outro lado, foi possível concluir que aqueles que sofrem de declínio cognitivo pós-infeção Covid-19 são mais propensos a ter níveis mais baixos de oxigénio no sangue após breve esforço físico, bem como uma má condição física geral.

Além disso foram detetados marcadores biológicos de lesões cerebrais, neuroinflamação e Alzheimer que se correlacionam fortemente com a presença de sintomas neurológicos em doentes Covid-19.

Segundo a vice-presidente da Associação Alzheimer, dos Estados Unidos, Heather M. Snyder, "estes novos dados mostram a infeção por SARS-CoV-2 conduz a uma deficiência cognitiva duradoura e até mesmo sintomas de Alzheimer". "Com mais de 190 milhões de casos e quase 4 milhões de mortes em todo o mundo, a Covid-19 devastou o mundo inteiro. É imperativo que continuemos a estudar o que este vírus está a fazer aos nossos corpos e cérebros. A Associação alzheimer e os seus parceiros estão a liderar, mas é preciso mais investigação."

Deficiência cognitiva correlaciona-se com perda persistente de olfato em pacientes recuperados

Gabriel de Erausquin, do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas na San Antonio Long School of Medicine, juntamente com colegas do consórcio global SARS-CoV-2, liderado pela Associação de Alzheimer, estudaram os sentidos cognitivos e olfativos numa coorte de quase 300 idosos infetados com o vírus na Argentina

Os participantes foram estudados entre três a seis meses após a infeção. Mais de metade mostrou problemas persistentes, nomeadamente esquecimento, e aproximadamente um em cada quatro tinha problemas adicionais com a cognição, incluindo a linguagem e a disfunção executiva. Estas dificuldades foram associadas a problemas persistentes na função do olfato, mas não com a gravidade da doença Covid-19 original.

"Estamos a começar a ver ligações claras entre a Covid-19 e problemas cognitivos meses após a infeção", disse Erausquin. "É imperativo continuarmos a estudar esta população, e outras em todo o mundo, por um longo período de tempo para compreender melhor os impactos neurológicos a longo prazo desta infeção."

Aumento dos Biomarcadores de Alzheimer no Sangue

Certos marcadores biológicos no sangue — incluindo t-tau, NfL, GFAP, UCH-L1 e espécies de beta amiloide (Aβ40, Aβ42) e pTau-181 - são indicadores de lesões no cérebro, neuroinflamação e doença de Alzheimer.

Para estudar a presença destes biomarcadores sanguíneos, neurodegeneração e neuroinflamação em pacientes mais velhos que foram hospitalizados com Covid-19, Thomas Wisniewski, professor de neurologia na New York University Grossman School of Medicine, e colegas recolheram amostras de plasma de 310 pacientes que foram internados na New York University Langone Health com Covid-19. Dos pacientes, 158 foram positivos para SARS-CoV-2 com sintomas neurológicos e 152 foram positivos para SARS-CoV-2 sem sintomas neurológicos. O sintoma neurológico mais comum foi a confusão devido à encefalopatia metabólica tóxica (TME).

Em pacientes que inicialmente eram cognitivamente normais com e sem TME relacionados com a infeção Covid-19, os investigadores encontraram níveis mais elevados de t-tau, NfL, GFAP, pTau 181, e UCH-L1 em pacientes COVID-19 com TME em comparação com pacientes Covid-19 sem TME. Não houve diferenças significativas com a Aβ1-40, mas o rácio pTau/Aβ42 mostrou diferenças significativas nos doentes com TME. Adicionalmente, t-tau, NfL1, UCHL1 e GFAP foram significativamente correlacionados com marcadores de inflamação como peptídeo C-reactivo, o que pode sugerir perturbação da barreira sanguínea-cerebral relacionada com a inflamação que acompanha a lesão neuronal/glial.

"Estas descobertas sugerem que os pacientes que tiveram Covid-19 podem ter uma aceleração dos sintomas e patologia relacionados com Alzheimer", disse Wisniewski. "No entanto, é necessária uma investigação mais longitudinal para estudar como estes biomarcadores impactam a cognição em indivíduos que tiveram a doença a longo prazo."

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