Estudo de investigadores da Escola de Medicina da UMinho
Segundo uma equipa de investigadores do ICVS da Escola de Medicina da Universidade do Minho liderada por Nuno Osório, o estudo...

A investigação da equipa de Nuno Osório e Sílvia Portugal (investigadora portuguesa do Instituto Max Planck) revelou uma assinatura de transcrição, ou seja, um perfil transversal a vários estudos que identifica uma hipótese nova: o tempo de circulação do parasita está associado ao seu potencial de crescimento e virulência, influenciando o resultado da doença. Com a ajuda da bioinformática foi possível demonstrar a importância de estarmos atentos ao estado de desenvolvimento dos parasitas nos nossos glóbulos vermelhos infetados.

O investigador Nuno Osório explica: “A maior carga de parasitas resulta da capacidade que terão em promover uma ligação forte dos glóbulos vermelhos infetados às células endoteliais [parte da parede interna dos nossos vasos sanguíneos], retirando-os da circulação sanguínea e permitindo fugir à eliminação que numa situação normal aconteceria no baço. Isto contribuirá para um aumento mais rápido da quantidade de parasitas no corpo da pessoa infetada, resultando em apresentações clínicas piores”.

“Ao destacarmos a dinâmica de adesão celular dos glóbulos vermelhos infetados como uma das grandes forças impulsionadoras da severidade clínica da malária reforçamos também futuros alvos terapêuticos que poderão ser utilizados em novas formas de combater a malária”, remata o investigador da Universidade do Minho.

O trabalho desenvolvido contou, em todas as etapas, com apoio de bioinformática. “Nos últimos anos, a bioinformática permitiu evoluir da investigação científica centrada num conjunto limitado de genes ou proteínas para uma perspetiva mais ampla, mais geral e completa”, contextualiza Nuno Osório, responsável da equipa do ICVS que coordenou o trabalho em bioinformática.

Além do papel essencial na identificação de assinaturas, como teve neste trabalho específico, a utilização desta área na investigação biomédica permite a utilização de dados em larga escala, ajudando a responder a questões biológicas mais avançadas. “Estes avanços poderão ser traduzidos em métodos de diagnósticos mais avançados, ou terapias mais eficazes para diversas doenças”, conclui.

A malária é a maior causa de morte em África, com aproximadamente 400 mil mortes em 2019, a maioria de menores de cinco anos.

Iniciativa pretende reduzir a mortalidade por enfarte agudo do miocárdio
João Brum Silveira é o novo Coordenador Nacional da iniciativa Stent Save a Life (SSL) em Portugal, promovida pela Associação...

“É com grande orgulho e sentido de responsabilidade que assumo este novo desafio. Portugal tem sido referido como um exemplo europeu na implementação desta iniciativa e assim desejamos continuar. Fruto de um trabalho em equipa, esperamos com a iniciativa Stent Save a Life melhorar a prestação de cuidados médicos ao doente com enfarte e o seu acesso ao tratamento mais adequado”, refere João Brum Silveira.

E acrescenta: “Este ano, os nossos esforços vão concentrar-se na sensibilização do doente para a valorização dos sintomas do enfarte agudo do miocárdio, e no alerta para que na presença desses, liguem de imediato para o número de emergência médica – 112 – para que seja encaminhado para um hospital com capacidades para realizar o tratamento mais adequado, a angioplastia primária dentro do tempo recomendado.”

O enfarte agudo do miocárdio, ou ataque cardíaco, resulta da obstrução de uma das artérias do coração, que faz com que uma parte do músculo cardíaco fique em sofrimento por falta de oxigénio e nutrientes. Esta obstrução é habitualmente causada pela formação de um coágulo devido à rotura de uma placa de colesterol. Os sintomas mais comuns, para os quais as pessoas devem estar despertas, são a dor no peito, por vezes com irradiação ao braço esquerdo, costas e pescoço, acompanhada de suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade. Normalmente, os sintomas duram mais de 20 minutos, mas também podem ser intermitentes. Podem ocorrer de forma repentina ou gradualmente, ao longo de vários minutos.

“Não se esqueça, no enfarte agudo do miocárdio cada segundo conta. É importante a precocidade no diagnóstico (valorização dos sintomas) - o que implica um tratamento mais rápido com redução significativa da quantidade de músculo cardíaco "perdido", o que leva a que os doentes tenham um melhor prognóstico, isto é, que voltem a ter uma vida ‘normal’”, conclui João Brum Silveira.

 

Dia Mundial do Canhoto
Para assinalar o Dia Mundial do Canhoto, Mariana Capela, pediatra do Hospital Lusíadas do Porto, aju

1. O que determina que uma pessoa seja canhota?

A maioria das pessoas são canhotas por influência genética. Os fatores que determinam ser canhoto não estão totalmente esclarecidos e não são tão simples como por exemplo a cor dos olhos, mas sabe-se que são na sua maioria fatores genéticos e que por isso estão presentes já desde antes do nascimento.

2. Ser canhoto é uma doença?

Houve épocas em que ser canhoto teve uma conotação negativa e outras em que era visto como uma deficiência. Ser canhoto é uma condição. As pessoas podem ter olhos castanhos azuis, verdes. Embora funcione de forma diferente, também podem ser destras, canhotas ou ambidestras no caso de usarem de igual modo os dois lados do corpo. Estima-se que cerca de 10% da população seja canhota, o que significa que é uma condição minoritária, mas não uma doença ou uma deficiência.

3. Quando é que os pais percebem que uma criança é canhota?

O uso das mãos é essencial no desenvolvimento dos bebés. Inicialmente os bebés vão usar ambas as mãos e também a boca para explorar o mundo ao seu redor. Levar as mãos à boca, pegar em objetos, atirá-los para o chão, transferir de uma mão para outra, puxar cabelos, são tarefas que não exigem uma especial coordenação e por isso não notamos habitualmente o uso preferencial de uma das mãos. Mas com o crescimento as crianças vão sendo capazes de desempenhar tarefas mais complexas e que exigem uma maior destreza no uso das mãos, como desenhar ou pegar na colher.

É por volta dos 2-3 anos que os pais costumam perceber uma preferência ou tendência para usar mais o lado esquerdo do que o direito, embora possa acontecer mais cedo, por volta dos 18 meses. No entanto, só mais tarde, já na idade escolar, fica completamente definido se uma criança é de facto canhota.

Se os pais notarem que a criança é canhota ou usa o lado esquerdo muito antes dos 18 meses, então devem esclarecer este assunto no pediatra. Porque antes desta idade, apesar da criança já ser canhota, uma vez que está nos genes, poderá não ser normal que se note tanto e têm que se excluir se não há nenhuma lesão que esteja a impedir de usar o lado direito.

Também é engraçado perguntar a uma criança quando notou que era canhota. O meu irmão Manel diz que se apercebeu aos 3-4 anos porque não conseguia chutar bem com o pé direito quando jogava futebol, sempre lhe foi mais intuitivo chutar com o pé esquerdo. Outras pessoas com quem falei lembram-se mais do momento em que foram para a escola e perceberam que tinham mais facilidade em escrever com a esquerda.

4. Deve-se contrariar?

Nunca! Uma criança não deve ser forçada a usar o lado direito se tem preferência pelo esquerdo, nem vice-versa. Atualmente penso que não há tanto este problema, porque não há propriamente um estigma em ser canhoto. Talvez possa acontecer que os pais não estejam muito convencidos que a criança é mesmo canhota, até porque se nenhum dos pais for, não esta acostumado a esta situação, e por isso possam ter tendência em por a prova se a criança é mesmo canhota e incentivar a que pegue com a mão direita no lápis ou na colher. Mas se de facto verificam que tem mais facilidade com a esquerda, deve ser dada total liberdade para usar o lado preferencial e os pais devem aprender a ensinar como executar as tarefas com esse lado.

Isto é fácil de dizer, mas às vezes não é fácil de executar! A minha mãe por exemplo é professora primária e diz que tem dificuldade em ensinar as crianças canhotas a fazer uma boa caligrafia, porque o normal é colocar a mão por cima e ajudar no movimento da mão. Com um canhoto isto é mais difícil e os pais podem sentir estas dificuldades com os filhos.

5. Os canhotos fazem tudo com o lado esquerdo?

Não necessariamente. Voltando ao meu irmão, faz quase tudo com o lado esquerdo e nota inclusivamente mais força desse lado. Mas ténis e paddle joga do lado direito porque aprendeu assim. Isto pode acontecer. Escrever com um lado e praticar desporto com o outro, ou escrever com um lado e comer com o outro. Normalmente chamamos canhoto a uma criança que escreve com a esquerda, mesmo que tudo o resto faça com a direita.

Também é verdade que os canhotos têm mais facilidade em utilizar os dois lados. Isto é porque provavelmente se aprenderam a desenvencilhar num “mundo de destros”. A maioria dos canhotos usa melhor a mão direita, do que nós os destros usamos a esquerda. Somos mesmo uns zeros à esquerda, como se costuma dizer!

6. Ser canhoto tem desvantagens? Quais?

A maioria das desvantagens que os canhotos referem são as mesmas: alguns aspetos do dia-a-dia que não estão adaptados para a sua condição como por exemplo: escrever sem borrar o que se escreve, porque como escrevemos da esquerda para a direita, a mão passa sempre por cima e borrata com facilidade; o ideal é não usar canetas de gel, que têm mais tendência a borratar; dificuldades na caligrafia pelo modo de pegar no lápis que é ensinado; partilhar a secretária na escola, se ficam do lado direito estão sempre a bater no cotovelo do colega quando escrevem; a dificuldade típica das tesouras, embora haja já tesouras adaptadas para canhotos – isto na sala de aula, mas por exemplo o meu irmão na cozinha desespera; abrir a porta do frigorifico pode ser um desafio, e portas em geral, porque o puxador ao ser à esquerda, abre mais facilmente com a mão direita que faz força para puxar...

São habitualmente pequenas coisas do dia-a-dia, mas penso que na escola surgem as maiores dificuldades e é preciso saber ajudar as crianças que escrevem com a mão esquerda, para que não se sintam frustradas numa etapa essencial da aprendizagem que é aprender a escrever.

7. E vantagens? Quais?

Em alguns desportos os canhotos têm vantagens. Nas modalidades em que o adversário é enfrentado diretamente, como acontece no ténis ou no boxe, os canhotos têm vantagem. A razão é simples: os esquerdinos estão mais habituados a disputar provas com destros (existem em maior número) do que os destros com canhotos.

Também há vários estudos científicos que demonstram que os canhotos são melhores em matemática, sobretudo na resolução de problemas complexos. O que explica esta teoria é a matemática estar relacionada com o lado direito do cérebro, que os canhotos terão mais desenvolvida.

8. Conhece muitos canhotos? O que gostava de lhes transmitir?

Pelos vistos conheço, mais do que esperava! Quando comecei a preparar este tema só me lembrei do meu irmão. Mas depois perguntei em alguns grupos de amigas no WhatsApp quem era canhoto e fiquei surpreendida. Convivemos com as pessoas no dia-a-dia e não nos damos conta. E ainda bem, porque significa que de facto não é nada de extraordinário!.

Também há vários famosos canhotos, como o Messi (claro que foi o meu irmão que me falou deste), o Justin Bieber, a Angelina Jolie ou o Bill Gates.

O que gostava de lhes transmitir? Que sejam criativos! Já se inventaram muitas coisas para facilitar a vida aos canhotos neste mundo destro, mas a imaginação pode inventar sempre mais. Ao mesmo tempo acho importante a partilha de experiências, porque isso ajuda a encontrar soluções. Aprendemos muito com aqueles que passaram pelas mesmas dificuldades. Seria um projeto giro um grupo de adolescentes canhotos falar a crianças que sejam canhotas, por exemplo. Pode-se fazer muito bem apenas com estas ideias simples.

9. E aos pais?

Aos pais gostava de transmitir tranquilidade. Não há problema nenhum em ter um filho canhoto! Pode surgir o receio de que tenha mais dificuldades na escrita, mas a verdade é que os miúdos acabam por se adaptar bem! Não são crianças com mais dificuldades escolares do que as outras. Por isso os pais devem ficar tranquilos, ter um filho canhoto não é nenhum problema.

10. Como se pode ajudar um canhoto?

Há várias páginas na internet com dicas para ajudar os canhotos na escrita. Os canhotos têm tendência a colocar a mão em gancho para verem o que estão a escrever. Pegando no lápis um pouco mais a cima, cerca de 3 cm acima do bico, terão mais facilidade em ver o que escrevem sem ter que dobrar a mão. Outra coisa que pode ajudar é usarem canetas e lápis mais grossos; há inclusive canetas e lápis próprios para canhotos, que facilitam o uso destes instrumentos. Também a folha em que escrevem, se a desviarem um pouco para a direita, será mias fácil para escrever. Na escola, no caso de partilharem a secretária com os colegas, os canhotos devem ficar do lado esquerdo. Por fim, penso que é importante que os pais adquiram material para canhotos, como é o caso das tesouras, logo desde a idade pré-escolar, para que as crianças aprendem desde cedo a desempenhar estas tarefas. Não adiar a compra de material parece-me uma dica importante.

Estas são só algumas sugestões, mas há várias! Para terminar, diria que é importante ouvirmos as sugestões ou às vezes as queixas das crianças e adolescentes, em vez de desvalorizar, de modo a poder ajudar a que se adaptem o melhor possível neste mundo tão destro.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
SRCentro
Secção Regional do Centro (SRCentro) da Ordem dos Enfermeiros (OE) remete ofício à Administração Regional de Sáude do Centro ...
No seguimento de um abaixo-assinado remetido à SRCentro da OE a pedir a reabertura urgente da extensão de saúde de Aguda, da Unidade de Saúde Familiar (USF) de Figueiró dos Vinhos, a SRCentro enviou ofício à Administração Regional de Saúde do Centro (ARS Centro) a solicitar a resolução célere da situação.
 
Realizado de forma espontânea, e assinado por cerca de 400 pessoas, o documento apela à reabertura imediata deste posto de saúde, que se encontra encerrado desde Março de 2020. 
 
Atendendo que o acesso à saúde é um direito consagrado constitucionalmente e que o intento fundamental da OE passa pela promoção e defesa “da qualidade dos cuidados de enfermagem prestados à população, bem como o desenvolvimento, a regulamentação e o controlo do exercício da profissão de enfermeiro, assegurando a observância das regras de ética e deontologia profissional” (n.º 1, artigo 3º do Estatuto da Ordem dos Enfermeiros), a SRCentro pediu à Dr.ª Rosa Maria dos Reis Marques, Presidente da ARS Centro, a averiguação do ocorrido e a rápida resolução do problema.
 
Numa freguesia onde a população é maioritariamente idosa, com dificuldades de deslocação acrescidas pelos poucos transportes disponibilizados, o acesso a cuidados de saúde primários tem sido adiado pelos utentes.
 
Com a actual fase de desconfinamento da pandemia COVID-19, não é aceitável que a prestação de outros cuidados e tratamentos de saúde seja posta em causa, deixando ainda mais fragilizados os moradores da freguesia da Aguda que aguardam, há mais de 16 meses, pela reabertura e o normal funcionamento da sua extensão de saúde.
 
“Acredito que, a partir deste pedido de colaboração, a ARS Centro irá encetar as diligências necessárias para reabrir rapidamente a extensão de saúde da Aguda”, declarou Ricardo Correia de Matos, Presidente do Conselho Directivo da SRCentro.
Crianças
O jogo educativo móvel que está a ser desenvolvido pela ONTOP em conjunto com a APCOI - Associação Portuguesa Contra a...

A APCOI anunciou hoje que a ideia deste novo projeto nasceu nos primeiros meses da pandemia da covid-19 em consequência do aumento de peso das crianças e jovens, principalmente durante os períodos de confinamento obrigatório.

Mário Silva, presidente da APCOI, revela que “a app desenhada à medida por especialistas combina várias técnicas de gamificação como realidade aumentada, geocaching e colecionismo para levar as famílias portuguesas a descobrir superalimentos escondidos e a acumular dicas nutricionais para ganhar prémios, criando oportunidades de aprendizagem e diversão dentro e fora de casa.”

Nuno Folhadela, CEO da ONTOP, recorda as brincadeiras de criança do tempo dos pais “colecionar cromos, jogar ao pião ou com tazos” e descreve que a experiência desta app se trata de “adaptar essas sensações e diversão aos dias de hoje e, acima de tudo, às crianças de hoje. Estamos a desenvolver uma verdadeira caça ao tesouro por Portugal numa mistura tecnológica e criativa em realidade aumentada com a missão de promover um estilo de vida saudável e uma infância feliz.”

Helena Novais, Diretora de Public Affairs da Novo Nordisk Portugal refere que “colocar o digital ao serviço da saúde é uma estratégia crítica nos dias de hoje. Acreditamos que aliar o potencial das novas tecnologias com modelos de intervenção com resultados tão positivos como o projeto  “Heróis da Fruta” será um contributo muito importante na prevenção do excesso de peso e obesidade infantil em Portugal, sendo um caminho que apoiamos com muito entusiasmo.”

A app é inspirada no programa escolar Heróis da Fruta que a APCOI promove nas escolas desde 2011 e cujo 10º aniversário se assinala já em outubro.

Estudo
Um produto de terapia celular constituído por células do sangue do cordão umbilical multiplicadas em laboratório – designado...

“A implementação desta técnica na prática clínica permitirá, quando necessário, a obtenção de um maior número de células estaminais previamente à sua aplicação, o que representa um importante avanço no campo da transplantação com sangue do cordão umbilical”, segundo a Dr.ª Bruna Moreira, investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal. “No sentido de otimizar os resultados destes transplantes, têm vindo a ser desenvolvidas várias técnicas de multiplicação das células do sangue do cordão umbilical, tendo esta sido a primeira a completar ensaios clínicos de fase 3”, explica.

Para demonstrar a eficácia do omidubicel comparativamente a um transplante de sangue do cordão umbilical convencional, participaram, neste ensaio de fase 3, doentes com idades entre os 13 e os 65 anos, elegíveis para transplante hematopoiético com sangue do cordão umbilical, devido a doenças hemato-oncológicas, maioritariamente leucemias.

No âmbito do estudo, 59 participantes foram transplantados com omidubicel e 58 com sangue do cordão umbilical convencional (grupo controlo), após quimioterapia e/ou radioterapia. Para avaliar a segurança e eficácia, foi analisada a recuperação hematológica em ambos os grupos, representada pela recuperação das contagens de neutrófilos (glóbulos brancos que combatem infeções) e de plaquetas no sangue, após o transplante.

Globalmente, a utilização de omidubicel permitiu reduzir, em cerca de 10 dias, a recuperação de neutrófilos e, em cerca de 13 dias, a recuperação de plaquetas após transplante. Assim, no grupo transplantado com omidubicel, verificou-se uma recuperação hematológica mais rápida, que se traduziu numa diminuição da incidência de infeções e do tempo de hospitalização nos primeiros 100 dias após transplante, comparativamente ao grupo controlo.

A incidência de efeitos adversos decorrentes do tratamento foi semelhante nos dois grupos, o que confirma que o tratamento com omidubicel é tão seguro como um transplante de sangue do cordão umbilical convencional, como já tinha sido demonstrado em estudos anteriores.

Este estudo, que envolveu 33 centros de transplantação na América, Europa e Ásia, permitiu confirmar ainda a exequibilidade da distribuição de forma segura deste produto de terapia celular personalizado para vários pontos do globo.

Curso sobre Consultas de Fragilidade Óssea
A Associação Portuguesa de Profissionais de Saúde em Reumatologia (APPSreuma) criou o Projeto C2F, um curso sobre Consultas de...

A formação iniciou-se a 2 de junho de 2021 e vai avançar para uma fase de desenvolvimento e implementação futura de uma proposta de criação de consulta de fraturas de fragilidade para contribuir para a melhoria de cuidados no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O curso conta com a parceria do Colégio Especialidade de Enfermagem de Reabilitação da Ordem dos Enfermeiros, a Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR), a Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas (LPCDR), e a Associação de Enfermeiros Portugueses de Ortopedia e Traumatologia (AEPOT), e tem o apoio da Amgen Biofarmacêutica.

“As fraturas osteoporóticas constituem um importante problema de saúde pública a que importa dar resposta” explica a Enfª Andréa Marques, presidente da APPSreuma, referindo ainda que “os custos médios de uma fratura da anca em Portugal, no primeiro ano, são de 13.434€1. Neste sentido, este é mais um passo dado para que estes profissionais de saúde possam melhorar a qualidade de vida dos doentes de fraturas de fragilidade, enquanto ao mesmo tempo diminuem os encargos económicos que uma fratura destas pode ter para o utente e também para o Sistema Nacional de Saúde.”.

O curso, composto por dez módulos, incluiu temas sobre as fraturas de fragilidade e a sua problemática, sobre a osteoporose e o seu impacto, sobre a importância da manutenção dos doentes em consultas de seguimento e sobre o processo de implementação de uma consulta de fraturas de fragilidade. Com 46 participantes, identificados pelos diretores de 29 hospitais a nível nacional, foi possível promover um espaço de discussão e aprendizagem para identificar os principais obstáculos que poderão surgir e perceber como será possível ultrapassá-los”.

“O curso sobre Consultas de Fraturas de Fragilidade Óssea prepara os Profissionais de Saúde para a implementação de uma consulta no seu local de trabalho, contribuindo para a resolução do problema de saúde pública das fraturas osteoporóticas e ajudando na crescente necessidade de instituir mais consultas ao longo do país. O que se espera, nas próximas fases, é uma consultoria mais individualizada com cada colega de cada hospital, para um efetivo acompanhamento do desenvolvimento das suas propostas”, reforça a Enfª Andréa Marques.

O próximo passo, para Outubro, é que os vários serviços proponham a implementação da sua Consulta de Fraturas de Fragilidade. 

Para o próximo triénio
Na Reunião da Sociedade Portuguesa de Cefaleias (SPC), que se realizou de 9 a 10 de julho, decorreram as eleições para eleger a...

Elsa Parreira, também neurologista e agora ex-presidente da sociedade, destaca que “nos últimos anos a Sociedade Portuguesa de Cefaleias tem trabalhado de forma árdua para conseguir juntar à nossa sociedade cada vez mais médicos jovens que trabalhem nesta área, mas também dando apoio e incentivo à investigação na área das cefaleias especialmente na enxaqueca, uma área em crescimento e que registou bastantes inovações nestes últimos anos”.

Assumindo a presidência desde 2018, Elsa Parreira optou por continuar a oferecer aos internos de Neurologia o Curso Avançado em Cefaleias, com o objetivo de preparar e despertar o interesse dos jovens médicos por uma área que regista falta de especialistas. A reunião anual da sociedade foi mantida, sendo um fórum cada vez mais importante de discussão, aprendizagem e partilha de ideias e tendo registado um número crescente de trabalhos e participantes nos últimos anos.

Raquel Gil Gouveia, nova presidente da SPC, afirma que “é uma honra poder estar no próximo triénio à frente desta sociedade e poder dar continuidade ao trabalho já realizado até aqui, que tive a oportunidade de acompanhar de perto. Para o próximo triénio queremos continuar a estimular a investigação na área das cefaleias e contribuir para o aumento do interesse nestas patologias e respetivas áreas terapêuticas”.

A nova presidência vai tomar posse no dia 9 de Agosto de 2021. 

Até 18 de agosto
Depois do sucesso da primeira edição do concurso FERTILID’ART, a Associação Portuguesa de Fertilidade (APFertilidade) abre de...

O concurso FERTILID’ART pretende sensibilizar para o tema da fertilidade por via da expressão artística. Nesta edição, todas as pessoas que tenham interesse em fotografia ou vídeo são desafiadas a criar algo único, tendo como tema a fertilidade. O trabalho poderá focar-se na conceção, fertilização, os desafios da infertilidade, processo de gravidez, gestação e até mesmo estados emocionais associados a todo o processo, não colocando quaisquer limites à criatividade dos autores. 

Cláudia Vieira, Presidente da APFertilidade, reforça o sentimento de orgulho em ver o lançamento de mais uma edição do concurso FERTILID’ART. “Uma segunda edição deste projeto representa voltar a acreditar que é possível sensibilizar a sociedade, de uma forma inovadora e criativa, para as questões e dificuldades que envolvem as pessoas que querem ter filhos mas que precisam de ajuda médica para o conseguir. Para esta edição decidimos desafiar não só os alunos de fotografia e de vídeo, como também todos aqueles que demonstrem interesse pelas áreas acima mencionadas”, afirma.

As inscrições do concurso, a realizar num site criado para a iniciativa, começaram no dia 03 de maio, podendo ser feitas por qualquer pessoa até 18 de agosto. A avaliação e a seleção das fotografias e vídeos vencedores serão anunciadas em setembro de 2021. 

Serão premiados seis vencedores, três para fotografia e três para vídeo, sendo que o valor do primeiro prémio é de 1.000€, do segundo de 500€ e do terceiro de 250€. Os valores são iguais para as duas categorias. 

Como júri foi escolhido um grupo isento constituído por um representante da APFertilidade, das instituições de ensino e formação retratadas neste projeto e da Merck. 

Pedro Moura, Managing Director da Merck Portugal, demonstra que “apoiar este projeto vai ajudar a sensibilizar toda a população portuguesa sobre o tema da Fertilidade, ao mesmo tempo que se estimula a criatividade em diferentes áreas artísticas". “O nosso compromisso é continuar a ajudar a criar vidas, contribuindo para a inovação no tratamento da infertilidade. Só com o nosso apoio já nasceram mais de 4 milhões de bebés em todo o mundo, um número que nos orgulha imenso. Estamos aqui, sempre, para apoiar estes temas.”

Desenvolvida em Coimbra
Uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) desenvolveu uma nova...

Esta técnica, que acaba de ser publicada na prestigiada revista científica Nature Communications, foi desenvolvida no âmbito do projeto de investigação WoW do Programa Carnegie Mellon Portugal (CMU Portugal), uma parceria internacional da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) com a Carnegie Mellon University nos Estados Unidos. 

Na última década, um dos maiores desafios no campo da eletrónica flexível tem sido conseguir produzir circuitos flexíveis de forma eficiente e económica. Com vasta experiência no desenvolvimento destes circuitos, a equipa de investigação do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) da Universidade de Coimbra, liderada por Mahmoud Tavakoli, desenvolveu uma técnica que apresenta uma alternativa para a integração de microchips, que se encontram em estado sólido, em materiais flexíveis e circuitos à base de polímeros elásticos.

De acordo com Mahmoud Tavakoli, «esta solução de auto-soldagem que encontrámos é um passo gigante para produzirmos estes circuitos a baixo custo e avançarmos para a sua comercialização. Graças a esta descoberta poderemos incorporar de forma eficiente microchips em circuitos flexíveis e utilizá-los na produção de vários tipos de circuitos elásticos ultrafinos, ou têxteis eletrónicos. O problema que resolvemos é central para a produção em larga escala e a comercialização de várias tipologias de produtos. É uma nova alternativa à soldagem tradicional de microchips e pode criar uma revolução na montagem de circuitos impressos».

O investigador acrescenta ainda que «graças a esta descoberta muitas utilizações sugeridas por diferentes grupos de investigação que usam circuitos flexíveis podem dar o salto para fora do laboratório e começar a apostar na sua comercialização. Isto inclui, por exemplo, a aplicação em sensores de biomonitorização e adesivos com diferentes aplicações médicas, capazes de registar dados de saúde de doentes como atividade muscular, respiração, temperatura corporal, batimentos cardíacos, atividade cerebral, ou até emoções». 

A indústria têxtil é outro dos setores que pode beneficiar com esta descoberta ao integrá-la na próxima geração de roupas inteligentes, quer seja para monitorizar o desempenho de atletas, mapear os movimentos de uma atriz, ou até revolucionar a próxima geração de moda moderna, em que o tecido poderá ser usado como uma ferramenta de comunicação.

A tecnologia apresentada já se encontra patenteada pela Universidade de Coimbra e a Carnegie Mellon University. Atualmente, a equipa procura, com o apoio do Gabinete de Transferência de Tecnologia da Universidade de Coimbra, UC Business, encontrar parceiros empresariais que apoiem a comercialização desta solução em diferentes áreas de atividade.

Esta investigação está a ser parcialmente financiada pelo projeto WoW do Programa Carnegie Mellon Portugal (CMU Portugal), num consórcio liderado pela empresa GLINTT em colaboração com o ISR da Universidade de Coimbra, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e o Departamento de Engenharia Mecânica da Carnegie Mellon University.

O artigo científico está disponível: aqui.

Clínica Espregueira
A equipa médica da Clínica Espregueira - FIFA Medical Centre of Excellence realizou uma intervenção cirúrgica pioneira na área...

Numa iniciativa inédita na Península Ibérica, a Clínica Espregueira - FIFA Medical Centre of Excellence realizou esta semana, no dia 2 de agosto, no Hospital de Santa Maria, no Porto, um mini-implante feito à medida para tratar lesões da cartilagem do joelho. A intervenção cirúrgica foi liderada pelo especialista em ortopedia, João Espregueira-Mendes, e teve a colaboração de Leif Ryd, inventor da técnica.

As lesões da cartilagem são uma das mais frequentes e incapacitantes lesões articulares e condicionam com dores e limitações funcionais, podendo ocorrer em todas as idades. Em alguns casos, a solução requer a utilização de uma prótese total.

“Entrámos numa nova era de implantes feitos à medida. Hoje, já é possível a realização de uma cirurgia com um mini-implante, feito à medida da lesão de cada doente, mediante uma ressonância magnética prévia. Com esta abordagem, em muitos casos, podemos evitar cirurgias mais agressivas como a colocação de próteses totais ou uni-compartimentais”, explica João Espregueira-Mendes, diretor do Grupo Clínicas Espregueira - FIFA Medical Centre of Excellence. 

8 de agosto | Dia Internacional do Gato
No Dia Internacional do Gato, destaca-se a importância de visitar o médico veterinário com frequência para prevenir e detetar...

Há cada vez mais amantes de gatos em Portugal, de tal forma que quase 7 em 10 tutores de gatos os consideram um elemento fundamental da sua família1. No entanto, ainda existem algumas barreiras para cuidar destes felinos: apenas 40% dos gatos fazem um acompanhamento regular com o seu médico veterinário, em comparação com 60% dos cães2. No âmbito do Dia Internacional do Gato, reforça-se a importância de levar os animais de estimação com regularidade ao médico veterinário, contribuindo assim para a prevenção e deteção precoce de qualquer problema de saúde do animal de estimação.

O aconselhamento do médico veterinário é fundamental nos momentos-chave da vida dos animais de estimação, desde pequenos até à sua idade avançada. Este é um aspeto bastante relevante no caso dos gatos, uma vez que estes animais são considerados os “mestres do disfarce”, não mostrando sinais clínicos de uma possível doença até a patologia estar já muito avançada. 51% dos inquiridos respondeu que consulta o médico veterinário1, em detrimento de outras fontes como a internet, os amigos ou familiares na hora de esclarecer dúvidas sobre a educação, saúde e alimentação do animal.

“Os check-ups regulares são a única forma de garantir a saúde e o bem-estar dos nossos gatos. Por meio da prevenção e deteção precoce, conseguimos diminuir o impacto de uma possível doença”, afirma Thierry Correia, médico veterinário. Contudo, dados mostram que 50% dos tutores não levam seus gatos ao médico veterinário2.

Esta mensagem ganha uma maior importância tendo em consideração que 74% dos tutores portugueses de gatos consideram não precisar de nenhum tipo de preparação antes de acolher um gato em casa, de acordo com o estudo “Os Primeiros Momentos com um animal de estimação”, realizado em abril deste ano em Portugal e cujos dados foram conhecidos em julho1.

Apesar de a maioria dos tutores de gatos (55%) considerarem não ter cometido nenhum erro quando o gato chegou a sua casa, 13% dos inquiridos admitiram ter falhado no que toca à educação, 10% pensam ter cometido algum erro em relação à saúde do animal1.

Neste sentido, a recomendação dos especialistas é clara: deve ser feito uma consulta de rotina pelo menos uma vez por ano, passando a duas vezes ao ano quando o felino atinge a meia-idade. É crucial que o profissional de saúde oriente o tutor em tudo o que se refere à alimentação, cuidado ou educação do animal de estimação, além da importância de ter acompanhamento ao longo da sua vida.

Apesar de 55% dos tutores de gatos considerarem o médico veterinário um aliado fundamental para garantir o bem-estar do seu animal1, 66% dos tutores de gatos afirmam que iriam ao médico veterinário com mais frequência se este processo fosse mais fácil2. Sendo que o principal motivo pelo qual decidem não levar o seu gato ao médico veterinário é por acreditarem o problema do gato vai acabar por se resolver (38%)2. Além disso, 22% indicou também que a visita ao médico veterinário transtorna bastante o seu animal de estimação.

É neste contexto, que especialistas reuniram um conjunto de conselhos chave para facilitar esta tarefa de levar o gato ao médico veterinário:

  • Iniciar as visitas periódicas desde pequeno: além de ser essencial para assegurar o seu bom desenvolvimento e garantir as necessidades nos primeiros meses de vida, ajudará o gato a habituar-se, a eliminar o desconforto e ansiedade e a normalizar as idas ao médico veterinário.
  • Selecionar o formato ideal para o transporte: por razões de segurança, gato deve viajar numa transportadora especialmente concebida para felinos. É importante optar por uma boa transportadora, com uma estrutura sólida, que seja segura e estável. Simultaneamente, é melhor se tiver várias portas, na zona superior e nas zonas laterais, ou que possa abrir-se pelo centro.
  • Habituar o animal à transportadora: deve ajudar-se o gato desde pequeno a sentir-se confortável na transportadora. O ideal é que seja um objeto familiar para o gatinho. É aconselhado deixar a mesma aberta numa divisão da casa para onde o gato goste de ir e brinque nela. Além disso, também ajuda colocar no seu interior uma manta ou um brinquedo que lhe seja familiar ou utilizar feromonas (disponível em clínicas veterinárias) que podem ser pulverizadas sobre o cobertor pelo menos 30 minutos antes da saída de casa.
  • Compreender o comportamento do felino: a consulta não é um ambiente familiar para os gatos. Existem muitos impactos na forma de perceção visual, odores e sons que contribuirão para o seu estado de alerta e ansiedade. Para evitar tal, é recomendável cobrir a transportadora com uma manta ou algo similar, bloqueando a entrada de estímulos.
  • Escolha uma clínica o mais adaptada possível: Há algum tempo que os médicos veterinários que estão particularmente conscientes das necessidades especiais dos gatos adotaram uma abordagem "amiga do gato”. Por esse motivo, contam por exemplo com zonas específicas para gatos, de forma a evitar o contacto direto com cães ou outros animais, ou com espaços com menor ruído e luminosidade. 
  • Estar atento aos detalhes na sala de espera: colocar a transportadora numa zona alta (e não no chão), evitar fazer movimentos repentinos e transportar o gato com cuidado quando for colocar na marquesa, falar com tranquilidade e em voz baixa, evitar o contacto com outros animais de forma direta são alguns aspetos úteis a ter em consideração enquanto se aguarda pela respetiva consulta.
  • Tranquilidade no regresso a casa: os gatos ficam encantados por estar de volta ao ambiente familiar. Ajuda a que este processo seja tranquilo, abrindo-lhe a transportadora com calma e permitindo-lhe inspecionar as diferentes partes da casa. Muitas vezes, inspecionam os lugares favoritos e depositam o seu odor esfregando a testa ou afiando as garras.

 

1 Estudo Royal Canin “Os Primeiros Momentos com um animal de estimação” – realizado pelo More Than Research, a uma amostra de 2.000 pessoas a nível nacional, tutores de gato ou cão, utilizando o sistema C.A.W.I. (entre o período 26 a 29 de abril 2021), com um nível de confiança de 95%.

2 Estudo efetuado a 4.437 tutores primários de gatos em todo o mundo, sobre a relação entre tutores de gatos e os seus veterinários (agência SKY, 2018).

Sensibilizar a população
Lombalgia é o tipo de dor da coluna vertebral mais frequente e afeta 150 mil portugueses.

A dor nas costas é um dos motivos mais comuns para as pessoas consultarem um médico ou perderem dias no trabalho (1), podendo até afetar crianças em idade escolar. Em tempo de pandemia, a campanha “Olhe pelas Suas Costas” assinala o Ano Global Sobre a Dor na Coluna, uma efeméride que pretende sensibilizar os doentes e a sociedade em geral. Estima-se que cerca de 150 mil portugueses sofram deste tipo de dor, sendo as mulheres a partir dos 60 anos as mais atingidas.

“Cerca de 80% da população terá pelo menos um episódio ou crise de dor nas costas ao longo da sua vida e  as doenças da coluna vertebral são já a principal causa de incapacidade em todo o Mundo. Infelizmente, o período de confinamento e a adaptação ao teletrabalho não veio melhorar a situação. A ergonomia ficou esquecida e o sedentarismo e o descuido na alimentação propiciaram-se. É fundamental alertar para a prática regular de exercício físico e, nas situações de dor mais prolongada, torna-se imperativo procurar aconselhamento médico”, explica Bruno Santiago, neurocirurgião e coordenador da campanha nacional “Olhe pelas Suas Costas”.

Para sensibilizar a população para as dores relacionadas com a coluna, a Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) definiu 2021 como o Ano Global Sobre a Dor nas Costas (“Global Year About Back Pain”).

“Mais do que nunca, as dores nas costas ganham especial relevância, uma vez que fatores como o teletrabalho e a falta de exercício físico representam riscos para a saúde da coluna. Como tal, o tema deste ano centra-se em ajudar profissionais de saúde, cientistas, pessoas que vivem com dor crónica e o público em geral a compreender a natureza da dor na coluna, a utilidade dos tratamentos atualmente disponíveis, bem como formas de a prevenir", explica Ana Pedro, Presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), responsável pela iniciativa em Portugal.

Para isto, o IASP definiu cinco grandes pontos prioritários para 2021 (2):

  • Identificar barreiras e propor soluções para melhorar a prevenção, investigação e o tratamento de dores nas costas;
  • Resumir as modalidades mais eficazes e económicas para o sucesso da gestão da dor nas costas, particularmente em comunidades com poucos recursos;
  • Integrar o uso de ferramentas para estratificar indivíduos com dores nas costas, de forma a gerir a prestação de cuidados centrados no doente;
  • Facilitar a pesquisa, gestão, educação e mecanismos de defesa necessários para reduzir o fardo global da dor nas costas.

A coluna vertebral é formada por uma série de vértebras, que se articulam entre si através de articulações e dos discos intervertebrais. As dores nas costas podem afetar qualquer um dos segmentos da coluna, variando em intensidade, frequência ou características(3).

A lombalgia é a mais comum dos três tipos de dores das costas (cervicalgia, dorsalgia e lombalgia) e é caracterizada como uma dor que ocorre na região lombar inferior ou sacroilíaca. Pode ser ainda acompanhada de dor que irradia para uma ou ambas as nádegas, ou ao longo dos membros inferiores, na distribuição do nervo ciático.

No entanto, este é um sintoma e não uma doença, podendo ter múltiplas causas. A mais comum está relacionada com contracturas e lesão dos ligamentos por algum movimento incorreto, como carregar peso em excesso ou de forma errada. Além disto, a lombalgia pode ainda estar relacionada com a existência de um desgaste precoce dos discos ou hérnias discais que, quando sintomáticas, causam dor ao longo do braço ou da perna e, em alguns casos, muita incapacidade.

“Apesar de raras, as causas da dor podem ainda ser a presença de fraturas, tumores ou até mesmo uma infeção na coluna. É muito importante procurar uma avaliação médica em situações de dor persistente e incapacitante ou quando se manifestam outros sintomas como perda de peso, falta de força (paralisia), febre”, acrescenta Bruno Santiago.

Os casos de lombalgia aguda são, normalmente, quadros benignos e autolimitados, ou seja, a dor cede  em poucas semanas, sendo apenas necessária medicação analgésica e, por vezes, fisioterapia. Quando a dor lombar persiste acima dos 3 meses é definida como lombalgia crónica, sendo o seu tratamento mais desafiante. Nestes casos, é essencial procurar um diagnóstico o mais preciso possível, realizado através de uma equipa multidisciplinar, para garantir os tratamentos e a educação para a saúde mais adequados.

Referências:

1. National Institute of Neurological Disorders and Stroke. Low Back Pain Fact Sheet. Disponível em: https://www.ninds.nih.gov/Disorders/Patient-Caregiver-Education/Fact-Sheets/Low-Back-Pain-Fact-Sheet. Consultado em abril de 2021.

2. 2021 Global Year About Back Pain. Disponível em: http://s3.amazonaws.com/rdcms-iasp/files/production/public/2021%20Global%20Year%20Aims%20and%20Objectives%20for%20web.pdf. Consultado em abril de 2021.

3. Ramdas J, Jella V. Prevalence and risk factors of low back pain. Int J Adv Med 2018;5:1120-1124. Disponível em: https://www.ijmedicine.com/index.php/ijam/article/view/1275. Consultado em abril de 2021.

Poderá permitir níveis sem precedentes de análises das lesões de AVC
A melhoria da qualidade da informação extraída através da imagem por ressonância magnética (IRM) não

Com a sirene a soar, uma ambulância chega às urgências de um hospital, transportando uma mulher de 65 anos numa maca. Ela está consciente, mas tem a boca a descair para o lado, está confusa e diz coisas sem sentido. Estes sintomas característicos já permitiram um diagnóstico preliminar a caminho do hospital: acidente vascular cerebral (AVC) isquémico agudo. Um coágulo de sangue está a bloquear a circulação sanguínea no seu cérebro.

A rapidez de acção é essencial para prevenir as consequências neurológicas devastadoras que a poderiam deixar incapaz de falar, de se mexer ou de tratar de si própria - ou, no pior dos casos, resultar na sua morte. Isto porque o tratamento com

anticoagulantes – ou uma cirurgia para remover o coágulo, se necessário – deixará de ser uma opção passadas umas seis horas desde do início dos sintomas. A mulher é, portanto, imediatamente preparada para ser submetida a IRM de urgência (imagem por ressonância magnética) de forma a que os médicos confirmem o diagnóstico e ajam em conformidade para minimizar os danos.

Este tipo particular de IRM, tipicamente utilizado para o diagnóstico e a avaliação das lesões cerebrais causadas pelos AVC isquémicos agudos, dá pelo nome de “IRM de difusão” (ou IRMd). Durante mais de três décadas a IRMd tem tido imenso sucesso na gestão dos doentes com AVC agudo.

O que a IRMd faz é medir a deslocação das moléculas de água nos tecidos cerebrais sob o efeito dos processos físicos naturais de difusão. A quantificação destas taxas de difusão gera contrastes nas IRMd que permitem visualizar as diferenças entre as lesões cerebrais e os tecidos cerebrais normais. E como o processo de difusão acontece ao nível microscópico, a IRMd é capaz de revelar pormenores microscópicos da arquitectura cerebral que se tornou anómala devido ao AVC. E não só: pode fornecer aos médicos uma estimativa do tempo decorrido desde o início do AVC, guiando assim as suas escolhas terapêuticas.

“Em relação ao AVC isquémico, que representa cerca de 80% do total de AVC (os restantes 20% sendo hemorrágicos), a IMRd foi o primeiro método capaz de determinar quando o AVC teve início”, diz Noam Shemesh, investigador principal do laboratório de IRM Pré-clínica na Champalimaud Research e Director do Centro Champalimaud de IRM Pré-clínica, em Lisboa. Mas a IRMd tem uma limitação: os contrastes visíveis nas imagens não contêm informação suficiente para explicar o que está exactamente a acontecer dentro das lesões cerebrais sofridas pelo doente. “O AVC envolve cascatas complexas de eventos biológicos, com muitos e diferentes desfechos potenciais à escala microscópica nas lesões, mas elas têm todas o mesmo aspecto nos contrastes gerados pela IRMd convencional”, diz Noam Shemesh. E dado que a natureza subjacente das lesões pode variar substancialmente de um doente para outro, isso pode influenciar o tratamento e o resultado final. Por outras palavras, a IRMd fornece pouca informação no sentido de orientar o tratamento personalizado e tem muito pouco poder de previsão sobre o que irá acontecer, em última instância, a esta mulher muito doente e a outros que, como ela, se encontrem nesta difícil situação clínica.

Contudo, tem havido avanços: uma metodologia desenvolvida em 2005, chamada “imagem por curtose de difusão” (ICD ou DKI na sigla em inglês), “é mais sensível quando se trata de localizar os danos isquémicos, e dá-nos informações potencialmente úteis sobre o tecido que é possível preservar”, diz Noam Shemesh. “Mas continua a não ser suficientemente sensível para prever o desfecho final.”

A boa notícia é que a equipa de Noam Shemesh, que reúne os seus colegas Rafael Henriques (do seu laboratório) e Sune Jespersen, da Universidade Aarhus na Dinamarca, desenvolveu agora uma nova metodologia, que estes cientistas baptizaram de “Imagem por Tensor de Correlação” (ITC), que poderá representar um enorme passo em frente.

Segundo Noam Shemesh, a ITC poderá constituir uma maneira muito melhor de caracterizar as lesões de AVC a partir das imagens de ressonância magnética de difusão e de prever o desfecho final individualizado nos doentes com AVC isquémico agudo. Os seus resultados acabam de ser publicados na revista científica Magnetic Resonance in Medicine.

O problema com os modelos de difusão da água

Na realidade, as limitações da IRMd “de base” residem nos pressupostos assumidos sobre a difusão da água nos tecidos cerebrais (e no quadro matemático utilizado para os descrever), bem como nas medições efectivamente feitas durante a realização da ressonância magnética de difusão. A IRM em si é uma modalidade muito poderosa e versátil; o problema está, antes, na forma como a informação sobre o tecido examinado é codificada nas imagens pela máquina de ressonância magnética.

Por isso, não admira que tenha sempre havido uma necessidade premente de desenvolver novas metodologias e ferramentas matemáticas para modelizar melhor o que está de facto a acontecer no cérebro. Não só com vista a gerir de forma mais eficaz doenças como os AVC, mas também para conseguir perceber melhor o funcionamento do cérebro saudável. É por isso que há tantos esforços em curso nesse sentido, em particular desde os anos 1990, quando se tornou possível fazer medições de IRMd graças a grandes avanços no domínio do hardware.

Em particular, os modelos estatísticos utilizados para representar a difusão da água nos tecidos neurais são cruciais para este esforço. No início, a abordagem de IRMd mais simples pressupunha que a difusão da água no cérebro podia ser descrita de forma essencialmente idêntica à sua difusão num estado líquido puro – ou seja, representada por um único número, a taxa de difusão. No entanto, isso pressupõe implicitamente que a difusão é igual em todas as direcções. Mas os tecidos cerebrais são muito mais complexos e heterogéneos, fazendo com que os ambientes em que a difusão ocorre sejam muito mais interessantes do que os líquidos puros. Em particular, no cérebro, as moléculas de água interagem com membranas celulares e outros componentes biológicos e não se movem necessariamente da mesma forma em todas as direcções. O que significa que, entre outras coisas, é preciso ter em conta a direccionalidade para modelizar a difusão no cérebro.

A abordagem dita de “imagem por tensor de difusão” (ITD, ou DTI na sigla em inglês) foi desenvolvida, em 1994, para incluir este efeito de direccionalidade. Revelou-se muito útil para construir imagens hoje conhecidas como conectomas estruturais – aquelas visualizações coloridas das fibras nervosas e das suas trajectórias, à escala do cérebro, que se têm tornado omnipresentes na divulgação das neurociências.

Todavia, a ITD não dá conta, de forma suficientemente realista, da dinâmica da difusão das moléculas de água à escala local no cérebro – que é sem dúvida o aspecto mais relevante a ter em conta quando se utiliza a IRMd para avaliar os estragos provocados pelos AVC agudos, por exemplo. Ao nível local, as moléculas de água encontram barreiras, deslocam-se entre compartimentos diferentes e podem até participar em intercâmbios químicos, o que configura uma situação ainda mais complexa do que quando elas se deslocam no confinamento das fibras nervosas.

Foi com isto em mente que a metodologia já acima referida, dita de “imagem por curtose de difusão” (ICD), foi desenvolvida em 2005. “A ICD pode ser vista como uma extensão da ITD (imagem por tensor de difusão) que toma em conta quão diferente o processo de difusão [no tecido neural] é do processo num líquido puro” diz Sune Jespersen, segundo autor do novo estudo e colaborador de longa data do Shemesh lab. “Num copo de água, a curtose é zero; no cérebro, surge devido à complexidade do sistema. Para estimar a curtose, a ICD exige que sejam efectuadas mais medições durante a sessão de ressonância magnética de difusão – em comparação com a ITD – e a modelização e análise matemáticas também são mais complexas.” Mas, como era de esperar, a ICD mostrou-se mais sensível do que a ITD na visualização das lesões provocadas pelos AVC agudos.

Ir mais longe

Só que, para Noam Shemesh e a sua equipa, esta abordagem ainda não era satisfatória. “A ICD é mais sensível na caracterização da área onde vemos lesões devidas a um AVC isquémico agudo, mas ainda não nos diz o que está exactamente a acontecer dentro da lesão, o que representa um impedimento decisivo à previsão do desfecho final para os doentes e ao desenvolvimento de tratamentos adequados”, diz Noam Shemesh. “E dado que as fontes de curtose são múltiplas, cada uma representando um cenário diferente [tal como edema ou outros eventos], mas todas elas produzindo contrastes semelhantes por ITD e ICD convencionais, quisemos dar mais um passo e desemaranhar as diversas fontes de curtose.”

Em particular, os cientistas pretendiam estimar o valor real da chamada “curtose da difusão microscópica”, uma propriedade intrínseca “que reflete os microambientes confinados através dos quais as moléculas de água se difundem no cérebro”, explica Noam Shemesh. Todas as abordagens anteriores consideram que a curtose de difusão microscópica é irrelevante na curtose total nos tecidos neurais – ou seja, essencialmente nula em todo o cérebro. Porém a equipa decidiu tentar e mapear esta propriedade directamente, o que significava estender ainda mais a teoria e desenvolver novas maneiras de “captar” a curtose de difusão microscópica.

“Nos últimos quatro anos, tínhamos desenvolvido essa metodologia totalmente nova chamada Imagem por Tensor de Correlação, que nos fornecia uma maneira de medir directamente a curtose de difusão microscópica”, diz Noam Shemesh. “A matemática envolvida era muito mais sofisticada e avançada do que as metodologias de IRM anteriores”, diz Rafael Henriques, primeiro autor do novo estudo. “E ainda por cima, o número de medições necessárias requeria um tipo de exame de ressonância magnética de difusão completamente novo, adaptado à medição das propriedades necessárias para desemaranhar as fontes de curtose”, acrescenta. Após todo esse esforço, tinha chegado a altura de utilizar a nova metodologia.

Os cientistas puseram-na então à prova para determinar se a curtose microscópica era ou não um factor importante na IRMd. Era lógico colocar a pergunta e até poderiam vir a aprender algo novo acerca do que está efectivamente a acontecer no cérebro, ao nível microscópico. Para isso aplicaram a Imagem por Tensor de Correlação, in vivo, a ratos. E os resultados, diz um exultante Noam Shemesh, foram completamente inesperados – e vieram acompanhados de uma mais-valia imediata para os doentes com AVC.

Resultados totalmente inesperados

Ao contrário do que esperavam, os cientistas descobriram que esse componente intrínseco, a curtose de difusão microscópica, não era, na realidade, nada negligenciável. Bem pelo contrário, tem um efeito importante na interpretação dos resultados de ressonância magnética.

“Isso significa que grande parte da informação inferida no passado sobre a microestrutura do tecido cerebral está enviesada e nalguns casos, até pode estar completamente errada”, enfatiza Noam Shemesh. Além disso, “a curtose microscópica revelou ser uma fonte dominante de contrastes relevantes (nas imagens), especialmente nos tecidos de matéria cinzenta”.

Estes resultados conduziram logo a passar para a etapa que se seguia logicamente: “aproveitar a nossa metodologia para realçar a curtose de difusão microscópica no AVC”, salienta Noam Shemesh. Para o fazer, ao trio inicial juntaram-se Rita Alves (também do laboratório de Noam Shemesh e estudante do International Neuroscience and Physiology Doctoral Programme), que liderou esta parte da investigação, bem como outros colegas da Fundação Champalimaud e do University College London. Este segundo estudo foi feito em ratinhos com AVC.

Mais uma vez, os resultados, que já foram submetidos para publicação, foram muito surpreendentes – e muito promissores em termos da caracterização das lesões de AVC. “Por incrível que pareça”, diz Noam Shemesh, “a curtose de difusão microscópica representa o contraste mais forte (nos exames de ressonância magnética) para o AVC no cérebro. De todas as nossas medições, foi a melhor. E a seguir descobrimos que as medições da curtose de difusão microscópica reflectem provavelmente a quantidade de grânulos microscópicos que se formam nas dendritas e nos axónios dos neurónios (em inglês “neurite beading”), e de edema no tecido cerebral”. Estes dois acontecimentos são específicos do AVC isquémico agudo, e a sua quantificação poderia ajudar a determinar o verdadeiro estado do tecido, sendo portanto relevante para prever o desfecho do AVC, segundo o investigador. “Portanto, o nosso trabalho é o primeiro a mostrar que conseguimos obter uma boa ‘assinatura’ para eventos específicos no AVC.”

“Esperamos ter encontrado uma melhor forma de caracterizar os AVC in vivo no ser humano”, acrescenta. Para o demonstrar, os cientistas precisam agora de confirmar a qualidade deste novo contraste nas imagens de ressonância magnética de doentes humanos. O trabalho, que envolve implementar a metodologia de Imagem por Tensor de Correlação em máquinas de ressonância magnética de uso clínico, já está em curso em colaboração com um laboratório em Itália. E segundo Noam Shemesh, “os resultados também têm sido impressionantes”.

No que respeita aos dois estudos em animais, Noam Shemesh conclui: “Os nossos resultados são extremamente entusiasmantes. E nem sequer tínhamos previsto este desfecho; foi realmente um achado fortuito, que vem reforçar a ideia segundo a qual quando exploramos novos caminhos, alcançamos resultados excitantes.”

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Iniciativa "TAKE ACTION”
A Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia (APEF) mobilizou-se para uma campanha nacional de recolha de resíduos. A...

No dia 24 de julho, mais de meia centena de estudantes de todo o país aderiram à iniciativa “TAKE ACTION” da APEF, que decorreu em simultâneo nas cidades de Lisboa, Porto, Coimbra e Covilhã. A missão: proteger o Ambiente em prol da Saúde Pública. Os participantes foram divididos em grupos que realizaram diferentes percursos em cada uma das cidades, recolheram resíduos e contabilizaram as máscaras inadequadamente descartadas. Em simultâneo, a Associação Cura+ integrou a iniciativa, promovendo a literacia em saúde da população.

“A APEF procura promover os valores de integração cívica e ação social” avança a Presidente da APEF, Carolina Simão, adiantando que “os mais recentes estudos relativos à sustentabilidade e ação climática têm revelado o impacto das transformações ambientais ao nível da saúde da população e dos ecossistemas. Tem-se registado um aumento do número de mortes relacionadas com as vagas de calor, e são já evidentes as alterações na distribuição de doenças e dos seus vetores. Estas mudanças, cada vez mais visíveis, afetarão igualmente as gerações vindouras, colocando-as severamente em risco”.

Num curto espaço de tempo, mais de uma centena de sacos do lixo foram recolhidos. Entre os vários tipos de resíduos encontrados, mais de 300 máscaras foram contabilizadas pelos participantes. Torna-se claro que o cenário pandémico traz consigo novos desafios ecológicos, sendo crucial sensibilizar a população para a adoção de medidas que salvaguardem o futuro do planeta e da humanidade.

Carolina Simão acrescenta que “as estatísticas são deveras assustadoras. Um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta para que 250 mil pessoas venham a morrer por ano devido às alterações climáticas”, e deixa o apelo: “Evitar uma crise ecológica deve ser uma preocupação de todos e é possível com pequenos gestos”.

APDP reforça
Jovens com mais de 12 anos deverão ser vacinados sem necessidade de prescrição médica.

A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) vem reforçar  a importância da vacinação contra a covid-19 para todos os jovens que se encontram numa faixa etária entre os 12 e os 15 anos.

A APDP reconhece que a vacinação dos jovens com diabetes é um fator importante e prioritário mas refere que o processo deverá ser alargado a todos os jovens e sem necessidade de prescrição médica.

“Congratulamo-nos por estarem aprovados para serem vacinados os jovens com diabetes, contudo salientamos que não nos revemos nesta discriminação positiva que atualmente se perspetiva. Outras crianças e respetivos tutores, que façam parte de um círculo mais próximo, tal como irmãos ou colegas de escola deverão poder escolher, se querem ou não ser vacinados. Se elas são boas para quem tem comorbilidade, também o serão para quem as não tem. Esta escolha, deverá ser uma opção familiar, ouvido o ou a jovem, não havendo por isso necessidade de ser apresentada uma prescrição médica. E se essa opção for de vacinação deve ter todo o nosso apoio. Não colaboraremos na criação de dúvidas ou descredibilização das vacinas”, afirma José Manuel Boavida, Presidente da APDP. Adianta ainda “ uma boa convivência escolar e a aprendizagem e integração social dos jovens, principalmente dos mais vulneráveis, pode estar em jogo”.

João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP afirma que “a vacinação generalizada é uma ferramenta crítica para ajudar no controlo da pandemia. O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças e a Agência Europeia de Medicamentos concluíram que os benefícios da vacina em jovens entre os 12 e os 15 anos ultrapassam largamente os eventuais riscos associados. Neste grupo etário, a eficácia e os efeitos secundários das vacinas parecem ser similares aos do grupo de maiores de 16 anos”.

A Direção-Geral da Saúde confirmou na passada semana que a vacinação de adolescentes a partir dos 12 anos apenas poderá ser realizada mediante a apresentação de prescrição médica. Esta confirmação surge depois de já existirem vacinas autorizadas pela Agência Europeia de Medicamentos para esta faixa etária.

Neste momento, a estratégia de vacinação em Portugal pressupõe que na fase 2 sejam vacinadas as pessoas com 16 ou mais anos de idade e que tenham pelo menos uma patologia associada, como é o caso da diabetes abaixo dos 60 anos.

Printed Memories Corporate Social Responsibility
Numa parceria com o Instituto Português de Fotografia (IPF), “Uma Memória para Nunca mais Esquecer… o Passado foi Memorável, o...

Uma Memória para Nunca Mais Esquecer… o passado foi memorável, o futuro é digital” é o tema do concurso lançado pela Ricoh, em parceria com o Instituto Português de Fotografia (IPF), no dia 22 de julho e terminará um mês depois (22 de agosto). O objetivo é desafiar a comunidade a partilhar imagens de momentos, que não querem mesmo esquecer, no sentido de sensibilizar a população sobre a doença de Alzheimer. As fotografias a concurso serão selecionadas e posteriormente avaliadas por um júri, que escolherá as 25 finalistas, sendo que serão apurados três vencedores.

“Com o projeto Printed Memories Corporate Social Responsibility da Ricoh, lançado em 2017 e a nível europeu, procuramos apoiar a causa da doença de Alzheimer. Esta ação enquadra-se nos nossos valores fundamentais e no nosso compromisso com os ODS, contribuindo para a sensibilização da problemática da doença. Por isso, queremos continuar a contribuir para a informação e sensibilização da comunidade, sobretudo daqueles que sofrem com esta doença, como já temos feito através da contribuição da nossa tecnologia inovadora e experiência ao serviço das terapias da memória e da psicoestimulação com várias instituições”, explica Ramon Martin, Ceo da Ricoh Espanha e Portugal. “Sendo o Alzheimer uma doença que nos provoca o esquecimento, decidimos que o melhor mote para sensibilizar a população seria captar aquilo que realmente queremos que perdure na nossa memória, e é esse desafio que agora lançamos”, acrescentou.

“O Instituto Português de Fotografia congratula-se por participar nesta iniciativa da Ricoh, como membro do júri e com a oferta do Curso Inicial de Fotografia ao segundo classificado. Para além da parte lúdica deste concurso, o mais importante é o que lhe está subjacente: a sensibilização para uma doença que progride silenciosa – a doença de Alzheimer. A fotografia tem, entre outras, a função de nos fazer lembrar e não nos deixar esquecer. Fazer lembrar é como trazer de trás para a frente, vir à memória. Não nos deixar esquecer, é não deixar sair da memória. O Instituto Português de Fotografia, nos seus mais de 50 anos de existência, já participou em inúmeras iniciativas de responsabilidade social, mas raras vezes a causa e a fotografia se aliam de forma tão virtuosa como neste desafio proposto pela Ricoh”, afirma José Sarmento, Diretor do IPF.

Os vencedores serão premiados com: uma máquina fotográfica Ricoh Theta que capta imagens a 360º (1º prémio); um curso de fotografia no IFP (2ª prémio); um tablet (3º prémio). As fotografias devem ser enviadas para o email [email protected] e a foto deve ser acompanhada de um título e uma pequena descrição de 1500 caracteres com espaços sobre a história que essa imagem representa, juntamente com a ficha de participação.

Posteriormente, haverá uma exposição itinerante das fotografias finalistas, que percorrerá vários pontos do País e há ainda o objetivo de ser lançado um livro com as 25 fotografias e histórias finalistas, que será apresentado no dia 21 de setembro, data em que se comemora o Dia Mundial do Alzheimer. As vendas do livro reverterão a favor da Alzheimer Research, instituição de solidariedade e investigação líder a nível mundial na procura de uma cura para a demência e que é parceira da Ricoh no programa Printed Memories. Este programa, que teve início em 2017, visa sensibilizar as comunidades de todo o mundo para a problemática da doença de Alzheimer, que é uma das principais causas de morte na Europa, através de ações de voluntariado e de angariação de fundos. 

Pode consultar o regulamento do concurso aqui

Cirurgia estética
A falta de desenvolvimento dos músculos das nádegas, os glúteos, (“rabo”, “Bunda”) pode ter uma caus

É diferente dos “rabos” descaídos ou flácidos, em que não é a falta de volume que é o problema, mas sim a flacidez que se instala progressivamente e com mais intensidade, se não se faz exercicio físico, com o decorrer da idade, entre outras causas.

Os tratamentos são diferentes para cada caso.

A flacidez e o descaído não são para tratar cirurgicamente, na maioria dos casos. Resolve-se ou melhora-se com exercício físico, feitos com regularidade e de preferência sob orientação, e com tratamentos que existem no mercado com vários nomes comerciais, como carboxiterapia, ultra-sons, radiofrequência, laser, endermologia, entre outras técnicas.

Todas com resultados subjetivos e variáveis de pessoa para pessoa.

Para aumentar e levantar, o método mais eficaz, objectivo e com resultados seguros e duradouros (para sempre), é através duma cirurgia – a gluteoplastia.

Trata-se de uma cirurgia, realizada sob anestesia local com sedação (não há anestesia geral nem internamento), com uma pequena cicatriz que fica escondida no sulco entre as nádegas, com colocação próteses de gel coesivo de silicone, com o objectivo de os aumentar e melhorar a sua forma e projeção. São próteses especificas e de duração vitalícia. Tem indicações próprias, a decidir durante uma consulta prévia, onde também se define e escolhe o tamanho. Está indicado para as mulheres que não gostam do seu «rabo» por ser pequeno, ou achatado e sem forma ou para as que querem ter o rabo maior. Das cirurgias estéticas esta é das que tem um pós-operatório mais limitativo, incomodativo, algo doloroso, mas tudo isto passageiro e que melhora com a medicação e as indicações prescritas. Pode-se andar, tomar duche, a partir do dia seguinte. Dormir semi sentada durante 2 semanas não apoiando no “rabo”. Conduzir 7 a 10 dias depois. Actividades físicas violentas com os glúteos devem-se evitar por 6 semanas. Sente-se alguma dor ou incómodo em certos movimentos ou posições, o que vai ter de se contornar através da adaptação a esta fase transitória, com a ajuda dos analgésicos. Um cuidado importante que tem que ter é que se precisar de levar injecções intra-musculares terão que ser escolhidas outras regiões e nunca nas nádegas. Nunca mais se pode levar injecções nas nádegas.

É uma cirurgia que também pode ser realizada em homens que desejem aumentar e/ou reafirmar os glúteos.

As alternativas que vão aparecendo neste mundo da estética com a injeção de produtos estranhos ao organismo, tem que se ter muito cuidado, pois se houver problemas, a sua retirada é complicada, além de não haver ainda muito tempo passado para se avaliar se tem ou não complicações a longo prazo, sobretudo se se tratar de produtos não absorvíveis. Se for absorvível, além dos eventuais problemas dos outros permanentes tem o facto de passado algum tempo ter sido absorvido pelo organismo (1-2 anos?).

Por isso, o melhor será optar pelas técnicas mais objectivas ficando com uns glúteos de fazer inveja a muita gente.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sociedade Portuguesa de Pneumologia
65% dos inquiridos não está satisfeito com o sono durante o período de trabalho, no entanto, durante o período das férias, 72%...

Concretizado com o intuito de avaliar o impacto que o período de férias tem no sono dos portugueses, o questionário obteve 2560 respostas, das quais 95% correspondem a idades compreendidas entre os 19 e os 65 anos, com 82% a fazerem parte da população ativa.

Quanto às horas de sono diárias recomendadas - entre 7 a 9 horas -, durante o período de férias, a maior parte dos inquiridos (82%) consegue cumpri-las, sendo que, durante o período de trabalho, esta percentagem desce para os 54%. Foi também possível aferir com este inquérito que, durante o período de trabalho, é maior a percentagem de indivíduos que tem dificuldade em adormecer (47%) do que a dos que refere ter esta dificuldade durante o período de férias (27%). Os inquiridos foram ainda questionados sobre o hábito de dormir a sesta, sendo uma percentagem mínima (4%) os que referiram fazê-lo durante o período de trabalho e aumentando para 41% durante o período de férias.

“Estes dados apontam para uma tendência de sono insuficiente durante o período de trabalho com maior probabilidade de insónia inicial, menor número de horas de sono e menor satisfação com o sono em período laboral: ou seja, estamos a perder sono em quantidade e qualidade”, referem Susana Sousa e Sílvia Correia, da SPP.  As pneumologistas destacam ainda ser “fundamental refletirmos sobre o sono e sobre a sua importância. Tem de ser uma prioridade na nossa agenda, não apenas durante as férias, mas durante todo o ano. A compensação do sono durante as férias não é a melhor estratégia: o objetivo é dormir o tempo que cada indivíduo necessita todos os dias do ano”. 

Para que possa gozar umas férias descansadas, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia relembra algumas recomendações para uma boa noite de sono:

  • Manter os horários regulares próximo da rotina.
  • Evitar os jantares pesados tardios, com álcool.
  • Evitar a cafeína próximo da hora de dormir.
  • Se for fumador, aproveitar o período de férias para deixar de fumar e iniciar novas rotinas saudáveis
  • Preparar o quarto e adequar a temperatura (temperaturas muitos quentes prejudicam o sono).
  • Exercício físico regular – sobretudo ao ar livre – aproveitar o bom tempo para uma atividade física que junta o exercício e a exposição a luz solar será o ideal.
  • Exposição a luz no início da manhã pode ajudar a regular o ciclo de sono-vigília.
  • Evitar a exposição a luz azul a noite (tal como o uso do telemóvel ou videojogos durante o período da noite por crianças e jovens).
  • Dormir o número de horas suficiente para sentir que o sono foi reparador e para que consiga usufruir das férias da melhor forma possível.
  • Evitar dormir com telemóveis ou outros dispositivos móveis na mesa-de-cabeceira.
Medicina e Engenharia Computacional
A Juliana Couras é das raríssimas estudantes universitárias a ter feito dois mestrados integrados ao mesmo tempo. É, para já, a...

Foi difícil conciliar o grau de exigência dos dois cursos ao mesmo tempo? De certeza que sim! Ainda por cima em duas cidades diferentes: Medicina no Porto, Engenharia Computacional em Aveiro. As notas com que acabou as formações, 16 e 19, garantem que a Juliana é mesmo um caso raro de excecionalidade.

Entrou em 2014 para o Mestrado Integrado em Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Em 2020 terminou-o com 16 valores não sem antes, em 2016, ter recebido o Prémio Incentivo da Universidade do Porto por ter sido uma das melhores alunas do 1.º ano do curso.

“Durante o 2.º ano de Medicina descobri o campo da Neurociência Teórica. Tentei ler alguns artigos e não percebi absolutamente nada, pois os meus conhecimentos de matemática estavam no nível do secundário. Então aí percebi que ia ter de aprender mais matemática, mais programação e mais física”, lembra Juliana Couras.

Na altura, não lhe passou pela cabeça tirar outro curso universitário que a pudesse ajudar a descodificar o mundo da Neurociência Teórica. Começou por procurar cursos online para aprender mais. A ideia de tirar outro curso foi nascendo à medida que se apercebeu do tempo crescente que gastava nestas explorações online.

Quando em 2016 a Universidade de Aveiro estreou o Mestrado Integrado em Engenharia Computacional decidiu analisá-lo e comparou-o com o de Matemática. Não teve dúvidas: “A verdade é que Engenharia Computacional é a Engenharia da UA com mais unidades curriculares de matemática e eram as que mais me interessavam”.

Já estava no 2º ano de Medicina quando concorreu e entrou no curso. Por ter uma média superior a 17,5 e ter escolhido a UA na primeira opção do Concurso de Acesso ao Ensino Superior, recebeu uma bolsa igual ao valor da propina. Aliás, a Juliana, por ter mantido a média ao longo do Mestrado Integrado acima dos 17,5, conquistou todos os anos na UA uma bolsa de mérito académico, ou seja, de valor igual ao valor da propina. Há um mês atrás terminou o curso com 19 valores.

Como é que se fazem dois cursos ao mesmo tempo?

Juliana deixa bem vincado de que não é possível planear com confiança a logística para frequentar dois cursos exigentes, um no Porto, outro em Aveiro. É difícil estimar as cargas horárias de diferences unidades curriculares (UCs)e não é possível prever completamente o calendário de exames, havendo sempre a possibilidade de ter exames marcados para o mesmo dia. Assim, Juliana foi pragmática e definiu metas progressivas: “No 1.º semestre que fiz em dois cursos defini como objetivo fazer, obviamente, todas as unidades curriculares de Medicina desse semestre e fazer mais 3 unidades curriculares de Engenharia. Acabei por fazer todas as UCs dos dois cursos. Então para o 2.º semestre comecei a pensar que se fizesse outra vez todas as UCs dos dois cursos ficava licenciada em Ciências Básicas da Saúde, pois concluía o 3.º ano de Medicina”, conta.

“E aí talvez fizesse uma pausa em Medicina para me dedicar só a Engenharia. Mas depois fiz o 2.º semestre todo outra vez com sucesso e pensei que mais valia continuar com os dois cursos a ver até aonde é que dava para ir. Mas a partir daqui comecei a ser um pouco mais ambiciosa nos objetivos”, revela. De objetivo em objetivo, cada vez mais exigente, acabou por estabelecer como meta terminar Medicina com média de 16 e Engenharia com média de 18. “Acabei por superar ligeiramente estes objetivos”, congratula-se.

Astros alinhados para o sucesso

Juliana Couras reconhece que esforço individual que fez não pode ser desentrelaçado da sua situação social e económica. “Eu sei que o meu esforço, no meu contexto social e económico, foi suficiente para ter sucesso. Mas a verdade é que não sei se, noutros contextos, seria possível sequer concretizar este feito de fazer os dois mestrados integrados em simultâneo”, refere Juliana. Assim, destaca algumas condições externas que lhe permitiram este feito: a existência de universidades públicas e de lá ter ganho prémios de mérito, as ótimas condições para estudar em casa, o apoio dos amigos e da família até os almoços que a avó lhe levava à estação de comboios, poupando-lhe tempo de comutação entre Aveiro e Porto.

“Foram as minhas condições socioeconómicas, o ensino superior público e as minhas relações familiares e de amizade que forneceram as bases para suportar o esforço pessoal de fazer dois cursos. Sem essas bases, não havia esforço que valesse. E, por isso, estou muito grata à família, aos amigos e ao sistema de ensino público”, reconhece.

Em relação ao futuro, a curto prazo não planeia tirar nenhuma especialidade médica. O plano da Juliana é seguir para doutoramento na área da Neurociência, possivelmente algo relacionado com Engenharia Neuromórfica. Obviamente, “pelo alto conhecimento matemático e técnico que esta área implica, não me seria possível seguir esta via apenas com o curso de Medicina”, refere.

Um dia, “gostava de seguir um projeto desde a ideia até à sua aplicação clínica. Isto é, gostava de estar envolvida na conceptualização de um modelo neuronal, simular o modelo, implementar o modelo num dispositivo neuromórfico implantável no cérebro e, no fim, usar esse dispositivo em ensaios clínicos. Seria a maneira perfeita de combinar engenharia com medicina”, desvenda. “Começar com uma ideia apenas, um modelo matemático, e ver como ele se traduz num sistema físico e depois usá-lo, como médica, para tratar patologias neurológicas. Mas isto é um projeto de vida, algo que se tenta construir durante anos”.

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