É um dever ético “alertar para o risco de vacinar indiscriminadamente crianças e jovens"
A Direção Geral da Saúde ainda não se pronunciou, mas o Governo já veio anunciar que o país está pronto para começar a vacinar...

Numa posição conjunta, recentemente divulgada, um conjunto de médicos refere não ser eticamente aceitável que, “alegando o objetivo de proteger os mais idosos, se tome a decisão da vacinação para a COVID-19 em idade pediátrica, que não tem benefícios neste grupo etário”.

Segundo os mesmos, “o conceito de imunidade de grupo na atual situação não tem pressupostos científicos sólidos e nem sequer faz sentido, uma vez que os idosos e toda a população de risco em Portugal, já teve acesso à vacinação”. Assim alegam que “a proteção das crianças e adolescentes é um dever médico, em consonância com os princípios bioéticos da não maleficência (o dever de não causar mal) e o princípio da precaução (na ausência de certeza científica formal, a existência de risco de um dano sério ou irreversível requer a implementação de medidas que possam prever este dano)”.

Recusando que esta medida tenha em conta “o interesse superior da criança”, relembram que as vacinas de mRNA para a Covid-19 “podem causar miocardites e pericardites, muito particularmente abaixo dos 30 anos de idade, como foi recentemente alertado pelos Centro de Controle de Doenças americano (CDC), Agência Europeia do Medicamento (EMA) e pelo INFARMED em Portugal”.

A ocorrência destes casos de doença inflamatória do coração que necessitaram de tratamento hospitalar, e cujas sequelas a longo prazo não se conhecem, embora raros, foi “um primeiro sinal de alerta e é razão de enorme preocupação porquanto as crianças e adolescentes, a serem vacinados, serão expostas ao risco de reações adversas graves”.

A verdade é que estas vacinas ainda não estão aprovadas, detêm apenas uma autorização de uso condicional, enquanto se desenvolvem e completam os estudos necessários para verificar a sua segurança e eficácia, a curto, médio e longo prazo.

De acordo com Jacinto Gonçalves, Cardiologista e Vice-presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia, sendo “o desenvolvimento das vacinas uma das maiores conquistas da medicina moderna (…) “não é de estranhar que elas tenham ocupado um lugar central na estratégia adotada para combater a atual pandemia”, no entanto, sublinha que o facto de terem sido desenvolvidas num tempo muito reduzido, “fruto da grave situação de emergência que se vivia”, não permitiram a realização completa de estudos de segurança. “Por essa razão, estas vacinas receberam uma autorização condicional de utilização, em vez de uma aprovação”, afirma.

“Nos indivíduos com fatores de risco elevado a vacina reduziu de modo consistente a mortalidade e a gravidade da expressão da doença em caso de infeção. Não consegue, porém, cortar completamente a cadeia de transmissão porque indivíduos vacinados com as duas doses podem ser infetados. Se em grupos de alto risco, como por exemplo - idade avançada, obesidade, hipertensão arterial, diabetes ou imunodeficiência – uma vacina ainda em fase “condicionada” se justifica, para reduzir a mortalidade e a gravidade da doença, a vacinação em grupos de muito baixo risco deve ser adiada até haver bases científicas sólidas que fundamentem uma decisão. É o caso das crianças e adolescentes nos quais a doença é ligeira e frequentemente assintomática, mas em que a vacinação se associou à ocorrência de miocardites e pericardites”, acrescenta ainda.

Embora se tratem de ocorrências raras, desconhecem-se as suas consequências a médio e longo prazo.

Para o Vice-presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia, é um dever ético “alertar as autoridades, a população em geral e em particular os pais e avós para o risco de vacinar, indiscriminadamente, crianças e jovens contra a Covid-19. Nas situações em que coexistam outras doenças que aumentem o risco de expressão grave da infeção, a decisão de vacinar a criança deve ser ponderada pelo pediatra”.

“As crianças e jovens já fizeram tudo o que podiam para ajudar no controlo duma pandemia que não os afeta diretamente, com prejuízos imensos da sua saúde mental, educação e bem-estar. A vacinação seria mais um sacrifício, perigoso e sem benefício, que não deve ser imposto socialmente por medidas de limitação de liberdades constitucionalmente garantidas aos cidadãos em Portugal”, salienta o comunicado.

 

Situação Epidemiológica
Desde ontem foram registados mais de 2300 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e seis mortes em território nacional. O...

A região de Lisboa e Vale do Tejo voltou a ser aquela que mais mortes registou, nas últimas 24 horas, em todo o território nacional: quatro de seis. Seguem-se as regiões Norte e Centro com uma morte cada, a assinalar, desde o último balanço.

De acordo com o boletim divulgado hoje pela DGS, foram ainda diagnosticados 2.316 novos casos. A região Norte voltou a contabilizar a maioria dos casos, nas últimas 24 horas: 920. A região de Lisboa e Vale do Tejo 835 novas infeções. Desde ontem foram diagnosticados mais 283 casos na região Centro, 66 no Alentejo e 147 no Algarve. Quanto às regiões autónomas, no arquipélago da Madeira foram identificadas mais 31 infeções e 34 nos Açores.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 928 doentes internados, mais nove que ontem.  As unidades de cuidados intensivos têm agora 200 doentes, mais dois desde o último balanço.

O boletim desta terça-feira mostra ainda que, desde ontem, 5.051 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 888.423 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 51.255 casos, menos 2.741 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância menos 457 contactos, estando agora 80.227 pessoas em vigilância.

 

Como tratar a transpiração dos pés
A hiperhidrose é uma doença em que ocorre sudorese excessiva.

Muitas pessoas com hiperhidrose suam excessivamente de uma ou duas áreas do corpo. O mais frequente é isto ocorrer nas palmas, plantas, axilas ou face, enquanto o resto do corpo permanece seco.

Como é que os dermatologistas tratam a hiperhidrose?

O tratamento depende do tipo de hiperhidrose e do local onde a sudorese excessiva ocorre. O dermatologista também decide de acordo com o estado de saúde geral e outros fatores.

Os tratamentos que os dermatologistas usam para ajudar os pacientes a controlar a hiperhidrose incluem:

Anti-perspirante

Podem ser a primeira opção de tratamento. Atuam causando um preenchimento das glândulas sudoríparas que dá um sinal ao organismo para deixar de produzir tanto suor.

É possível causarem sensação de queimadura e pele irritada.

Iontoforese

Este método permite fazer o tratamento em casa mediante a compra de um aparelho de eletroforese.

A corrente elétrica permite encerrara as glândulas sudoríparas temporariamente. Implica fazer 2 a 3 tratamentos por semana com 20 a 40 minutos de duração por tratamento. Habitualmente os resultados surgem ao fim de 6 a 10 tratamentos. Depois são necessários tratamentos de manutenção.

Pode ocorrer desconforto, pele irritada e seca. Só é eficaz nas formas mais ligeiras.

Injeções de toxina botulínica

Os dermatologistas utilizam uma forma diluída de toxina botulínica para tratar a hiperhidrose.

No caso da hiperhidrose axilar, são aplicadas múltiplas injeções superficiais nas axilas bilateralmente. Quando realizadas adequadamente o paciente não sente dor nem tem efeitos secundários

Também pode ser utilizada para tratar a hiperhidrose das mãos e pés, embora seja necessária anestesia troncular prévia.

As injeções bloqueiam de forma temporária um químico que estimula as glândulas sudoríparas. Os resultados notam-se ao final de 4 dias e duram 4 a 6 meses. Quando a sudorese volta a aumentar pode-se repetir o tratamento.

Medicamento anticolinérgico

Alguns doentes podem ser tratados com um medicamento que temporariamente inibe a sudorese.

Tem, no entanto, efeitos sistémicostais com boca seca, olhos secos, alteração da visão e alterações do ritmo cardíaco. Os efeitos secundários aumentam com doses maiores.

Cirurgia

Se os tratamentos prévios falharem, pode-se equacionar a cirurgia. Esta é permanente e acarreta riscos.

Existem duas cirurgias possíveis:

  1. Remoção cirúrgica das glândulas sudoríparas – para tratamento da hiperhidrose axilar

  2. Simpaticectomia (secionar a inervação das glândulas sudoríparas) – sobretudo para tratamento da hiperhidrose palmar

As cirurgias podem ter complicações, sendo que uma complicação frequente da simpaticectomia (30%) é a hipersudorese compensadora, ou seja, ficar a suar excessivamente de outras áreas do corpo.

Tratamento com máquina de energia eletromagnética

Esta energia eletromagnética permite destruir as glândulas sudorípara em 1 ou 2 tratamentos. Apenas serve para tratar as axilas.

É um tratamento recente. Não se sabe ainda ao certo quanto tempo dura

Conclusão

Se procurara uma consulta de dermatologia a maioria das pessoas encontra um tratamento que consegue controlar eficazmente a sudorese excessiva. Isto acarreta uma grande melhoria na qualidade de vida.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Entrega de candidaturas decorre até ao dia 15 de dezembro de 2021
A Associação “Portugal AVC – União de Sobreviventes, Familiares e Amigos”, está a lançar o prémio de jornalismo para trabalhos...

Trata-se de um total de 4500 euros a distribuir pelas diferentes categorias de rádio, televisão e imprensa (papel ou digital), que tem como objetivo incentivar e reconhecer o interesse e qualidade dos trabalhos jornalísticos na área da saúde, em Portugal, particularmente debruçando-se sobre a realidade de quem sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Os trabalhos a concurso devem ser entregues à Portugal AVC em formato eletrónico, para o email [email protected], até ao dia 15 de dezembro de 2021.

O Prémio destina-se a todos os jornalistas residentes em Portugal Continental e nas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores cuja peça jornalística tenha sido exibida/disseminada na Imprensa (papel e/ou digital), em Rádio ou em Televisão, entre os dias 20 de abril de 2020 e 30 de novembro de 2021 (abrangendo também o Dia Nacional do Doente com AVC – 31 de março e o Dia Mundial do AVC – 29 de outubro).

O AVC é a 1ª causa de morte em Portugal e, sobretudo, de incapacidade em Portugal, deixando sequelas no doente que importa destacar.

É importante destacar o tema da reabilitação após o AVC, considerando que deve iniciar-se logo após o AVC, sem sofrer interrupções porque dessa reabilitação pode depender a melhor recuperação de sequelas sofridas, com reflexos na qualidade de vida dos sobreviventes e suas famílias, e mesmo nos custos sociais e económicos (inclusive para o SNS e para a Segurança Social).

Essa reabilitação deve poder ser coordenada e multidisciplinar, assim como o acesso aos cuidados de reabilitação devem ser equitativos por todo o país, verificando-se hoje em dia discrepâncias no acesso conforme o local do país.

 

 

Medical Cannabis Europe
A Stepwise Pharma & Engineering e o Laboratório de Estudos Farmacêuticos (LEF), vão promover nos dias 16 e 17 de setembro,...

Dirigido a profissionais e investidores da indústria da canábis medicinal, a farmacêuticos, outros profissionais da industria farmacêutica e da saúde e a todos os que possam ter interesse nesta temática, este evento vai contar com a presença de, Eduardo Nogueira Pinto, Sócio e Responsável do Departamento de Saúde,  Ciências da Vida e Práticas Farmacêuticas da PLMJ, Pedro Lomba, Sócio e Responsável do Departamento de Tecnologia, Mobilidade e Comunicações da PLMJ , Lukas Röth, Co-Fundador da CSCLife, Tobias Viegener, Co-Fundador da CSCLife, Sérgio Bagulho, Responsável de Segurança da TAP e ANF, Amit Edri, Co-Fundador e CEO de Portocanna, Carlos Lacava, Vice-presidente da Federação Internacional de Farmacêuticos (FIP), Graça Flores, Responsável de  Compliance na Cleaver Leaves, Pauric Duffy, Fundador da Holigen, Vera Broder, CEO Portugal da MediCane Health Incorporated, Aldo Vidinha, CEO da Stepwise Pharma & Engineering, Nuno Santos, Responsável do Departamento da qualidade na Stepwise Pharma & Engineering, Fátima Godinho Carvalho, Diretora Técnica e Diretora Executiva do LEF e Ana Brízio, Responsável do Departamento de Controlo de Qualidade e Diretora Técnica do LEF. Também confirmou presença no evento a empresa canadiana, GrowerIQ.

Durante os dois dias da conferência serão debatidos vários temas relacionados com as preparações e substâncias à base da planta da canábis para fins medicinais, nomeadamente, Legislação da Canábis Medicinal; Visão geral do mercado Europeu; Submissão e Pedidos de Licenças; Rastreabilidade dos Produtos; Boas Práticas de Cultivo, Fabrico e Distribuição; Medidas de Segurança associadas à Canábis Medicinal; e Sistema de Qualidade.

Esta conferência, em formato presencial, tem como principal objetivo promover o networking entre as principais empresas do setor pelo que o programa da conferência foi concebido para promover estes períodos, durante os momentos de coffee break, períodos alargados de almoço, momento de Wine & Cheese de duas horas no final do primeiro dia da conferência e por último um painel especial de partilha de experiências em auditorias e inspeções, no segundo dia de conferência, onde os oradores irão debater os principais desafios encontrados.

Nesta conferência haverá também espaço para que as empresas patrocinadoras do evento possam ter contacto com os participantes, permitindo a investidores, especialistas da área e interessados na temática interajam com empresas de serviços de engenharia especializada na área do canábis medicinal, de equipamentos e tecnologias de cultivo, produção e laboratório, serviços de pesquisa e desenvolvimento de novos processos, entre outras.

Medida preventiva mais eficaz passa por eliminar o consumo de tabaco
Os dados da World Health Organization (WHO) estimam cerca de 5,415 mil novos casos de cancro do pulmão em 2020, representando a...

“Para além de constituir o cancro mais frequente no mundo, a incidência do cancro do pulmão aumenta a um ritmo de 0.5% por ano, o que significa que é preciso reforçar a sensibilização para este tipo de cancro, travando esta projeção”, esclarece Teresa Almodôvar, presidente do GECP.

A maioria dos doentes são diagnosticados em estado avançado, uma vez que o tumor pode desenvolver-se durante bastante tempo sem dar sintomas. Apesar dos tratamentos inovadores que têm surgido nos últimos anos permitirem aumentar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida destes doentes, “a aposta na prevenção deve ser prioritária”.

“A incidência é três vezes superior nos homens que nas mulheres, mas com tendência para aumentar nas mulheres e estabilizar nos homens, refletindo os hábitos tabágicos da nossa sociedade”, explica a especialista.

Sabe-se que o tabaco é o principal fator de risco para o cancro do pulmão, já que 85 dos novos casos são detetados em pessoas que fumam ou fumaram. Assim, “somente com a eliminação do tabagismo é que os casos de cancro do pulmão podem ser reduzidos. Para apostar na prevenção do cancro do pulmão temos de começar pela cessação tabágica”, adianta a médica pneumologista. “Mesmo após o diagnóstico de cancro do pulmão, deixar de fumar faz toda a diferença”, acrescenta, “pois vai diminuir as queixas de tosse, falta de ar e cansaço, vai melhorar o estado nutricional da pessoa com cancro pulmão, vai permitir melhor tolerância aos tratamentos e ainda evitar o aparecimento de outras doenças e outros cancros”.

A especialista explica ainda que, para além do tabaco, “a contaminação ambiental, alterações moleculares também podem ser fatores de risco para cancro do pulmão,”. Sem esquecer o envelhecimento que representa, como em todos os cancros, um fator de risco. A este propósito, Teresa Almodôvar comenta que “embora a mediana de idade dos doentes com cancro do pulmão seja cerca 70 anos, em adultos jovens a patologia está a aumentar”.

É este o desafio lançado pelo GECP a todos os fumadores: “procurar ajuda especializada para eliminar totalmente a dependência do tabaco”, prevenindo o cancro do pulmão, mas não só, “melhorando todos os parâmetros de saúde e prevenindo o aparecimento de múltiplas doenças crónicas e agudas”.

Investigação
Um estudo levado cabo por várias instituições espanholas, nomeadamente a Universidade de Barcelona, identificou duas novas...

O estudo, publicado em Frontiers in Imunology, analisou a presença de variantes mais graves em 14 jovens entre os 30 e os 45 anos sem historial médico, que necessitaram de suporte respiratório artificial no decurso da doença Covid-19.

Dois dos pacientes que participaram no estudo possuíam duas novas variantes, até agora desconhecidas, do gene TLR7. Alterações que foram também encontradas nos irmãos do sexo masculino destes doentes e que também haviam sofrido de formas graves de Covid-19.  

"Diagnosticar deficiências no TLR7 pode, não só, ajudar-nos a escolher o melhor tratamento para o paciente, como também nos pode ajudar a identificar os doentes pré-assintomáticos em risco e a realizar pesquisas terapêuticas prematuras", disse o responsável pelo grupo hereditário do Cancro Dadó e da ICO, Conxi Lázaro.

Em julho de 2020, a relação entre mutações do gene TLR7 e Covid-19 grave em dois pares de irmãos foi descrita pela primeira vez, resultados que foram replicados num estudo italiano em que se observou que 2,1% dos homens com menos de 60 anos com casos graves eram portadores de variantes patológicas do TLR7.

O gene que codifica o TLR7 está localizado no cromossoma X, do qual as mulheres têm duas cópias e os homens apenas um, pelo que para a função do recetor ser afetado nas mulheres é necessário que as duas cópias sejam alteradas, enquanto nos homens a mutação na única cópia já produzem alterações funcionais.

"Estas descobertas reforçam o papel fundamental do TLR7 no reconhecimento de Sars-CoV-2 e no início de uma resposta imunitária antiviral precoce", explicou o investigador principal da Idibell, Xavier Solanich, citado pelo jornal El Mundo.

 

Conselhos
Dia após dia, os pés suportam o peso do nosso corpo e, por serem o nosso ponto de contacto com o sol

Se várias são as profissões que implicam que os colaboradores estejam sentados à secretária durante as várias horas do dia, podendo o sedentarismo traduzir-se em impactos significativos na mobilidade da pessoa e na saúde dos seus pés, várias são as atividades profissionais que envolvem ficar em pé ou caminhar em superfícies duras por longos períodos. O que está, por exemplo, associado a um maior risco de fasceíte plantar, uma condição dolorosa que se deve à inflamação da fáscia plantar, uma banda de tecido fibroso que liga o calcanhar aos dedos. Por vezes, o trabalho poderá ainda exigir o uso de sapatos de salto alto, que conduzem a um aumento da pressão na parte da frente do pé, ou o uso de calçado apertado ou bicudo que, além das dores, pode potenciar o aparecimento de bolhas, calosidades, unhas encravadas, joanetes e deformações nos dedos.

Contudo, apesar das férias significarem possivelmente dias de descanso, o verão não significa que esteja imune ao surgimento de problemas podológicos. Pelo contrário, com uma maior exposição dos pés, o aumento das temperaturas e a alteração das nossas rotinas, os riscos aumentam e os cuidados a ter com os nossos pés também.

Sendo esta a época do ano mais propícia ao surgimento de micoses, face ao risco de concentração de transpiração no calçado e à tendência de passarmos os dias nas praias e piscinas, sítios que facilitam a proliferação de fungos, é crucial evitar o seu contágio através do contacto direto com a pele infetada ou com superfícies ou objetos contaminados, tendo o cuidado de utilizar chinelos nas zonas de banho e de não partilhar objetos de higiene ou de cuidado pessoal, como toalhas, corta-unhas, meias e calçado. Por outro lado, é preciso contrariar o desenvolvimento de condições favoráveis à sua proliferação, privilegiando um calçado arejado e que permita a ventilação do pé, como sandálias, de preferência, em pele.

Manter uma higiene cuidada, que inclui lavar os pés diariamente com água morna e um sabão de pH neutro, bem como secá-los com uma toalha macia, sem esquecer os espaços entre os dedos, trocar de meias, sempre que estas estiverem húmidas, para prevenir a concentração de humidade e o desenvolvimento de fungos e bactérias, recorrer a antitranspirantes e antissépticos e ainda colocar o calçado a arejar, num local ventilado, são medidas essenciais.

Na sequência de uma barreira lipídica comprometida, que não é capaz de reter água suficiente, a pele seca manifesta-se como áspera, irritada e sem flexibilidade. Os pés estão entre as partes do corpo mais frequentemente afetadas, existindo fatores instigadores, tais como mudanças sazonais, ar seco e contacto prolongado com a água, na sequência de banhos prolongados no mar, rio e piscina, que removem os óleos naturais que compõem a barreira da pele. Adicionalmente, a vulnerabilidade da pele seca pode representar riscos para a saúde, uma vez que esta torna-se frágil e perde elasticidade, podendo levar ao aparecimento de fissuras, especialmente em torno do calcanhar, que, em casos mais graves, podem causar dor e inflamação e que funcionam como uma porta de entrada para agentes patogénicos. Neste sentido, prevenir as queimaduras solares, tomar um duche com água doce, depois de um mergulho, e aplicar diariamente um creme ou loção hidratante é fundamental.

Os pés são também sensíveis à excessiva exposição solar, muito pelo facto de estarem “escondidos” a maior parte do ano pelo uso de calçado fechado. Assim, para evitar queimaduras solares, é necessário evitar a exposição ao sol nas horas de maior calor e aplicar protetor solar, com fator elevado de proteção, nos pés.

Alguns hábitos de verão podem também ser prejudiciais, tais como: a utilização regular/diária de chinelos de dedo, que pode potenciar a inflamação da fáscia plantar e o surgimento de problemas nos joelhos, ancas ou costas; utilizar verniz nas unhas dos pés por mais de 15 dias; e o uso de sapatos sem meias, dado que estas protegem os pés das bolhas e da fricção do pé contra o sapato e contribuem para o controlo da humidade.

Não comprometa as suas férias! Siga estes cuidados e vigie diariamente os seus pés e unhas. Além do aparecimento de manchas, vermelhidão, prurido (comichão) e mau odor, que podem ser sinais de micoses no pé, deve ficar atento ao surgimento de bolhas, descamação, calosidades, fissuras e feridas, bem como observar regularmente a coloração, formato e textura das suas unhas. Lembre-se de que a deteção atempada de alterações, permite um diagnóstico precoce e um acompanhamento adequado, por parte do seu Podologista.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Para farmacêuticos
A pandemia Covid-19 veio expor as fragilidades dos sistemas de saúde em todo o mundo, colocando em causa a capacidade de...

Em nota de imprensa as duas entidades esclarecem que o cancro do pulmão "é um dos tumores mais prevalentes em Portugal, com mais de 5.000 novos casos por ano, e com a maior taxa de mortalidade". "Embora a sobrevivência dos doentes com cancro do pulmão tenha aumentado e, inclusivamente, hoje se possa observar que, ao final de cinco anos, a sobrevivência dos doentes pode ser muito superior, a pandemia voltou a colocar obstáculos a estes avanços. O adiamento de consultas e da realização de exames, bem como o receio de procurar aconselhamento médico conduziram a diagnósticos bastante tardios deste carcinoma, reduzindo as opções de tratamento", escrevem. 

Valorizando o papel do farmacêutico, que muitas vezes representa o primeiro contacto do doente com um profissional de saúde, a MSD Portugal, em parceria com a Escola de Pós-graduação em Saúde e Gestão da ANF, levou a cabo uma sessão de formação online, sob o tema “Cancro do Pulmão: como pode o farmacêutico mudar a vida do doente”, que contou com mais de 300 participantes. 

Nesta sessão, Fernando Barata, diretor do Departamento de Oncologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, teve a oportunidade de explicar a importância da deteção precoce dos sinais e sintomas do cancro do pulmão, mas também de dotar a assistência de mais conhecimento sobre a prevalência, os fatores de risco e os tratamentos desta condição oncológica.

"Reconhecer os sinais e sintomas do cancro do pulmão é o primeiro passo para chegar ao diagnóstico clínico. Muitas vezes, decorre um longo período entre o surgimento destes sinais e a consulta com o médico de família ou de especialidade. É nesta fase inicial que os farmacêuticos podem desempenhar um papel absolutamente diferenciador, referenciando os doentes para os cuidados médicos", sublinha-se em comunicado. 

 

Estudo
Segundo uma análise multi-hospitalar a segunda dose da vacina Covid-19 baseada na tecnologia de mRNA foi bem tolerada entre...

As estimativas mostram que as reações alérgicas, após a administração de uma vacina com um produto de mRNA contra a Covid-19, atingem 2% das pessoas vacinadas, e a anafilaxia até 2,5 em cada 10.000 pessoas.

Para examinar se é seguro administrar uma segunda dose deste tipo de vacina após uma reação à primeira dose, uma equipa de investigadores do MGH, Vanderbilt University Medical Center, Texas Southwestern University Medical Center e Yale School of Medicine combinou dados de pacientes que procuraram cuidados de alergologia nos seus hospitais.

Segundo o coautor deste estudo, Matthew S. Krantz do Vanderbilt University Medical Center, "estas reações incluíam sintomas como comichão, urticária ou vermelhidão. Todos os pacientes incluídos foram aconselhados por especialistas em alergologia após a sua reação à primeira dose".

Entre os 189 vacinados estudados, 32 (17%) experimentaram anafilaxia após a primeira dose de vacina. Um total de 159 doentes (84%) recebeu a segunda dose. Todos os 159 doentes, incluindo 19 indivíduos que tinham sido submetidos a anafilaxia com a primeira, toleraram bem a segunda dose. Trinta e dois doentes (20%) relataram sintomas imediatos e sintomas alérgicos associados à segunda dose, embora fossem leves e autolimitados, ou resolvidos com anti-histamínicos.

"Um aspeto importante deste estudo é que estas reações à vacina de mRNA de início imediato podem não ser mecanicamente causadas por alergia clássica, chamada hipersensibilidade imediata mediada por igE ou hipersensibilidade. Para a alergia clássica, a reposição ao alergénio causa os mesmos ou ainda piores sintomas", diz a coautora Kimberly G. Blumenthal, codiretora do Programa de Epidemiologia Clínica no âmbito da Divisão de Reumatologia, Alergia e Imunologia da MGH.

As conclusões do estudo sugerem que é seguro para a maioria das pessoas receber uma segunda dose da vacina de mRNA, diz outra coautora do estudo, Aleena Banerji, que é diretora clínica da Unidade de Alergia e Imunologia Clínica do MGH. "Após reações à primeira dose, os especialistas em alergologia podem ser úteis para ajudar a orientar as avaliações de risco/benefício e completar uma vacinação com segurança."

Reino Unido
Resultados de um novo estudo – PITCH - divulgados na passada sexta-feira, sugerem que o alargamento do intervalo entre as doses...

Estudos fundamentais da Comirnaty utilizaram um calendário de dosagem de quatro semanas, mas o Comité para a Vacinação e Imunização do Reino Unido (JCVI) recomendou mais tarde o alargamento desse intervalo até 12 semanas num esforço para aumentar o abastecimento. Na altura, pesquisas preliminares também sugeriram que o alargamento do tempo entre doses aumentava a resposta imunitária. A orientação foi alterada recentemente para oito semanas, uma vez que os casos associados à variante Delta continuaram a aumentar no Reino Unido.

Na mais recente análise, os investigadores analisaram 503 profissionais de saúde no Reino Unido e compararam os intervalos de dosagem para o Comirnaty. Os resultados mostraram que em pessoas que tinham uma mediana de 10 semanas entre doses, os anticorpos caíram ao longo das 10 semanas após a primeira dose, mas os níveis de células T foram bem conservados.

No entanto, o intervalo de dosagem mais longo resultou em anticorpos neutralizantes duas vezes mais elevados contra todas as variantes Covid-19 testadas, incluindo a Delta, em comparação com o intervalo mais curto em que as doses receberam uma média de 3,4 semanas de intervalo. Os cientistas notaram que, embora os números absolutos de células T para a proteína do pico fossem mais baixos após o intervalo longo em comparação com o curto, a resposta da célula T tinha mais características de uma resposta auxiliar promovendo a memória a longo prazo e a produção de anticorpos.

"É claro pelas nossas descobertas que, para maximizar a sua proteção individual, é muito importante obter duas doses da vacina quando oferecida", comentou Dunachie.

 

 

 

Exercitar a inteligência
Neurocientista Fabiano de Abreu Rodrigues, especialista em estudos de inteligência e membro da Mensa, garante que a...

A inteligência humana é uma fonte inesgotável de pesquisas científicas; é o que nos diferencia dos outros animais e, descobrir mais sobre a inteligência revela conhecimentos genéticos evolutivos e contribui para a cura e tratamento de doenças neurológicas que causam retardos e/ou demências mentais.

Técnicas como neuroimagens, estudos genéticos de GWAS, neurociência celular em tecido cerebral humano ressecado, entre outras, já revelaram dados curiosos sobre a inteligência humana. Um dos principais estudiosos com diversos estudos publicados e uma inteligência descoberta, a DWRI, o neurocientista, neuropsicólogo e biólogo Fabiano de Abreu, explica que: “Há sim múltiplas inteligências, mas a inteligência lógica maestra toda a condição. Ela é a administradora das demais regiões e propõe o aprimoramento das inteligências. Houve um avanço nos estudos sobre inteligência, principalmente através dos estudos de associação genómica ampla (GWAS). Estudos com gémeos, por exemplo, comprovaram que a hereditariedade da inteligência é extraordinariamente grande, na faixa de 50% a 80%, chegando a 86% para QI verbal.”

Essa condição permanente ao longo de toda a vida é confirmada cientificamente, reforça Fabiano: “Mesmo em uma idade mais avançada, a inteligência permanece estável: testes de inteligência realizados aos 11 anos de idade, em Inglaterra, se mantiveram equiparados com os resultados do teste aos 90 anos de idade.”  Mas como a ciência explica isso? Abreu explica que, “ao longo do desenvolvimento, as árvores dendríticas, que atuam na receção de estímulos nervosos, na região do lobo temporal no cérebro, região também envolvida com a inteligência, continuam a crescer durante a maturidade até a velhice. As árvores dendríticas de pessoas com 80 anos são mais extensas do que aos 50 anos de idade, com a maior parte da diferença resultante de aumentos no número e comprimento médio dos segmentos terminais da árvore dendrítica”.

Um detalhe importantíssimo, revela Fabiano, é que até o tamanho deste componente do neurónio está relacionado à inteligência da pessoa: “A ligação entre o tamanho do dendrito e a cognição é comprovada na demência senil, onde as árvores dendríticas são menos extensas, em grande parte porque seus segmentos terminais são cada vez menores.” Além disso, ele observa que o tamanho dos dendritos estão relacionados com a potência e rapidez sináptica que tem relação com a inteligência. Pessoas que procuram fazer a plasticidade cerebral ao longo da vida, aumentam as chances de manter essas regiões do cérebro com melhor funcionamento”, completa.

Para quem deseja exercitar a inteligência ao longo da vida, Fabiano de Abreu dá uma dica fácil e simples de ser executada: “Pode-se fazer a neuroplasticidade através de ginásticas cerebrais como leitura, aprender novos idiomas, jogos de lógica, quebra-cabeça, jogo de xadrez, mudança de rotina”, finaliza.

 

 

Banco Europeu de Investimento e Comissão Europeia apoiam a iniciativa
Apoiada pela iniciativa eradicateMalaria, a empresa alemã de biotecnologia BioNTech SE ("BioNTech") anunciou hoje um...

Os progressos científicos e empresariais realizados durante a pandemia suscitam a esperança de que uma vacina altamente eficaz possa em breve ajudar a erradicar a malária. Este objetivo estava fora de alcance até agora, apesar dos enormes esforços financeiros e de saúde pública da comunidade global.

A BioNTech é o primeiro grande desenvolvedor de vacinas em mais de 30 anos a comprometer-se a trabalhar para erradicar a malária, seguindo uma abordagem em duas vertentes: desenvolver uma vacina de primeira geração de mRNA, utilizando um antigénio conhecido, a proteína CSP -  ensaio clínico para este candidato à vacina de primeira geração deverá começar no final de 2022 -, e  executar um processo dedicado de descoberta de antigénios para potencialmente identificar novos antigénios, que podem abrir caminho para uma vacina de segunda geração com maior eficácia.

Além disso, a empresa comprometeu-se a fabricar a potencial vacina em instalações no continente africano – quer com parceiros de produção licenciados, quer por conta própria.

A BioNTech planeia utilizar as receitas da vacina COVID-19 para desenvolver os seus candidatos à vacina contra a malária e levá-los à primeira fase dos ensaios clínicos. Para isso, o Banco Europeu de Investimento (BEI) e a Comissão Europeia já se comprometeram a apoiar as empresas que visam erradicar a malária através do Mecanismo Comum de Financiamento de Doenças Infeciosas InnovFin, apoiado pelo Horizonte 2020. O investimento do BEI abrangerá projetos que entrem em fase avançada no desenvolvimento clínico, que visam principalmente demonstrar a eficácia, a segurança e a eficácia dos custos de um produto médico.

"A malária é uma doença complicada de vacinar – é por isso que é preciso muita coragem e dedicação para embarcar no esforço que a BioNTech acabou de comprometer", disse Werner Hoyer, presidente do BEI. "Encontrar uma vacina eficiente é a única forma de erradicar uma das maiores causas de morte em crianças em países menos desenvolvidos. A tecnologia mRNA demonstrou ser uma mudança de jogo para acabar com a pandemia, e o BEI confirmou o seu apoio a esta abordagem inovadora com dois empréstimos à BioNTech, um em 2019 para o desenvolvimento de tratamentos contra o cancro e outro em 2020 para investigação sobre a vacina COVID-19. Se o MRNA também puder revolucionar o desenvolvimento da vacina contra a malária, o banco da UE ficaria orgulhoso de apoiar esta missão."

Segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, "estamos a assistir ao início de uma revolução na ciência médica - a revolução da tecnologia de RNA mensageiro, pioneira pela BioNTech e outros”

“Graças a isso, estão a ser produzidas milhares de milhões de doses de uma vacina COVID-19 para a Europa e para o mundo. E a tecnologia mRNA pode ser uma mudança de jogo na luta contra outras doenças também – incluindo a malária”, acrescentou.

“Erradicar a malária é um objetivo realista e agora sabemos que pode ser alcançado já nesta geração. A Comissão Europeia está a apoiar o esforço global para desenvolver vacinas contra a malária. Esta iniciativa faz também parte do envolvimento mais amplo da UE em termos de saúde em África e no Mundo em desenvolvimento. Se formos bem-sucedidos, não só estaremos mais bem equipados para a próxima pandemia. Vamos também investir num continente africano que está finalmente livre da malária”, afirmou

Uğur Şahin, CEO e cofundador da BioNTech, afiança que a empresa está empenhada “em reduzir o sofrimento das pessoas em todo o mundo, por isso sentimos que temos o dever de usar a nossa tecnologia para desenvolver e fabricar uma vacina baseada em mRNA que aborda esta doença que corre risco de vida”

“Queremos desenvolver soluções sustentáveis para e em conjunto com o povo africano. A criação de infraestruturas poderia ajudar a resolver várias doenças utilizando esta tecnologia disruptiva. Com base na nossa tecnologia de mRNA e na experiência adquirida durante a pandemia, os nossos esforços incluirão investimentos substanciais no desenvolvimento de vacinas, bem como a transferência de conhecimentos de fabrico para locais no continente africano”, sublinhou.

Paralelamente ao desenvolvimento de uma vacina contra a malária, a BioNTech avaliará como estabelecer capacidades sustentáveis de produção de mRNA no continente africano. A empresa planeia co-localizar as suas potenciais instalações africanas com os centros de transferência de tecnologia em desenvolvimento pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Os centros reforçarão a capacidade dos países de baixo e médio rendimento de fabricarem vacinas COVID-19 e aumentarão a produção global de vacinas.

O compromisso da BioNTech com a produção de vacinas no continente africano apoia a iniciativa Team Europe's Sustainable Healthcare Industry for Resilience in Africa (SHIRA), uma vez que as instalações de fabrico de vacinas mRNA projetadas da empresa também poderiam produzir a vacina existente contra a COVID-19 ou uma vacina de tuberculose prevista – enquanto se aguarda o desenvolvimento bem-sucedido de candidatos e aprovação regulamentar.

Saúde Cardiovascular
Conhecida como a doença dos avós, por atingir a população mais idosa, a estenose aórtica é o problem

“A estenose, como o seu nome indica, quer dizer obstrução da válvula aórtica”, começa por explicar Lino Patrício. Esta obstrução, segundo o especialista, leva a que, a cada batimento cardíaco a quantidade de sangue que sai do coração seja menor do que o esperado. Quando isto acontece, há “uma menor irrigação dos tecidos, levando ao aparecimento de cansaço, de sincope por menor débito cerebral ou dor no peito anginosa por redução do débito nas artérias que irrigam o coração”.

Embora seja uma condição que pode surgir em idades mais jovens, “entre a quinta e a sexta década de vida”, explica o especialista que esta é mais frequente entre os mais idosos. “A estenose aórtica do idoso é maioritariamente por uso e, portanto, degenerativa”, adianta, sem, contudo, deixar de salientar que esta é uma patologia genética e hereditária.

Quanto aos sintomas, Lino Patrício esclarece que se tratando de uma “aorta bicúspide, que é hereditária”, estes são mais precoces. “Na estenose aórtica degenerativa, os sintomas aparecem por volta da sétima ou oitava década, mas temos tratado doentes com mais de 90 anos. Nestes doentes mais idosos os sintomas estão muitas vezes relacionados com a idade e não com a doença”, pelo que muitas vezes não são valorizados.

Entre as principais complicações, o especialista destaca a tão temida morte súbita e que atinge cerca de metade dos casos sintomáticos há pelo menos dois anos. A insuficiência cardíaca, a angina de peito e a síncope são frequentes.

“O diagnóstico passa pela auscultação de um sopro cardíaco, mas a avaliação do grau de estenose é feita por Ecocardiograma Doppler”, explica Lino Patrício.

Já no que diz respeito ao tratamento, só há um caminho: “a substituição da válvula, quer por cirurgia, quer por técnica minimamente invasiva, percutânea, a que chamamos de TAVI”.

Segundo o cardiologista de intervenção “o tratamento percutâneo consiste em “levar” ao coração um cateter, introduzido por uma artéria da virilha. Ou seja, uma válvula, que é colocada sobre a válvula existente, que está obstruída. Apesar de a TAVI exigir uma intervenção, a recuperação é mais rápida, pois não exige abrir o esterno do paciente, como na cirurgia”, explica quanto os benefícios. No entanto, adianta que “os dados referentes a complicações dos procedimentos, como mortalidade, AVC ou reinternamentos, são muito semelhantes nas duas técnicas”.

Introduzido inicialmente para tratar doentes inoperáveis, a verdade é que esta técnica tem vindo a ser indicada para pacientes de menor risco. “Os doentes preferem esta técnica, porque apesar de serem de baixo risco são idosos e querem ter um tempo de recuperação rápido. Penso que hoje esta técnica deve ser vista não em função do risco cirúrgico, mas em função da idade. Em muitos países, doentes com mais de 80 anos são todos orientados para a técnica percutânea”, afirma.

Após o tratamento, garante que o doente apenas tem de “voltar ao médico, fazer consulta de avaliação e um Ecocardiograma anual”.

Segundo o especialista, a longevidade está a aumentar. “Atualmente, temos idosos e muito idosos que estão muito bem física e cognitivamente. Por isso, é impensável, no nosso mundo, negar um tratamento médico, mesmo que seja caro, por causa da idade”, salienta sublinhando a necessidade de intervenção seja em que idade for.

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Situação Epidemiológica
Desde ontem foram registados mais de 1.610 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e nove mortes em território nacional. O...

A região Norte foi a que mais mortes registou, nas últimas 24 horas, em todo o território nacional: cinco de nove. Segue-se a região de Lisboa e Vale do Tejo com três óbitos, e a região, Autónoma dos Açores com uma morte a assinalar desde o último balanço.

De acordo com o boletim divulgado hoje pela DGS, foram ainda diagnosticados 1.610 novos casos. Ao contrário do que tem vindo a ser habitual, nas últimas 24 horas, região Norte voltou a contabilizar a maioria dos casos: 688 novos. A região de Lisboa e Vale do Tejo 519. Desde ontem foram diagnosticados mais 74 caso na região Centro, 51 no Alentejo e 177 no Algarve. Quanto às regiões autónomas, no arquipélago da Madeira foram identificadas mais 43 infeções e 58 nos Açores.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 919 doentes internados, mais 40 que ontem.  As unidades de cuidados intensivos têm agora 198 doentes, mais cindo desde o último balanço.

O boletim desta segunda-feira mostra ainda que, desde ontem, 1.802 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 883.372 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 53.996 casos, menos 201 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância mais 537 contactos, estando agora 80.694 pessoas em vigilância.

Uma iniciativa de Saúde Pública da Gilead Sciences
Com o apoio da Gilead, vai surgir em Portugal a primeira Comunidade de Prática para a promoção do rastreio do VIH e das...

As organizações que integram o Programa FOCUS da Gilead reunem-se no próximo día 28 de julho, Dia Mundial de Combate às Hepatites, para dar início à primeira Comunidade de Prática portuguesa dedicada ao rastreio e ligação aos cuidados de saúde de pessoas que vivem com VIH e hepatites virais.

Esta inovadora Comunidade de peritos reunir-se-á trimestralmente e trabalhará para reforçar a saúde pública, à medida que as organizações parceiras aprendem, partilham experiências e colaboram na resolução de problemas comuns para travar o VIH e os vírus das hepatites B e C nas suas comunidades.

O objetivo primeiro do programa FOCUS passa por sistematizar o rastreio destas infeções, integrando-o no circuito clínico de saúde juntamente com outras análises sanguíneas.

Esta primeira reunião da Comunidade de Prática contará com a participação de todos os membros que integram o programa FOCUS em Portugal — Hospital de Cascais, Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM) e Grupo de Ativistas em Tratamento (GAT) —, bem como de outras entidades que poderão vir a aderir ao programa no futuro.

O Hospital de Cascais foi o primeiro a implementar o programa FOCUS na União Europeia, em setembro de 2018. “Ao testarmos os utentes do serviço de urgência de forma automatizada, estamos a conseguir identificar mais pessoas infetadas e estamos a fazê-lo mais cedo no decurso da sua infeção, porque as testamos em fase assintomática, em que ainda não manifestam qualquer sinal ou sintoma de doença avançada”, refere Inês Vaz Pinto, coordenadora da unidade de VIH do Hospital de Cascais.

Com a nova estratégia de rastreio, o hospital conseguiu reduzir a percentagem de doentes diagnosticados em fase tardia de 90% para 40% dos casos, melhorando significativamente as suas oportunidades de viver uma vida mais longa e saudável.

 “Diagnosticar os doentes mais precocemente é muito importante para a saúde individual de cada um, mas é igualmente importante para a saúde pública, pois conseguimos quebrar a cadeia de transmissão do vírus”, conclui.

O programa demonstrou também ser capaz de grande resiliência durante a pandemia de COVID-19, mantendo o rastreio mesmo durante os períodos mais difíceis de confinamento, em que os serviços estavam reduzidos a cuidados essenciais.

Já na Região Autónoma da Madeira, e nas palavras de Vítor Magno Pereira, Médico Especialista em Gastrenterologia do Centro Hospitalar do Funchal, “este programa, que teve o importante apoio da Secretaria Regional da Saúde, em parceria com a Gilead Sciences, permitiu criar um rastreio alargado a toda a população utilizadora do sistema público de saúde, quer seja nas enfermarias e nas urgências nos cuidados hospitalares, quer nos cuidados de saúde primários”.

O especialista avança também que a prevalência encontrada no arquipélago de 0,7% de pessoas com anticorpos contra o vírus da hepatite C, foi o dobro da que seria esperada com base nas estimativas nacionais.

“A transversalidade deste programa criou um rastreio custo-eficaz que se traduzirá num contributo decisivo para a saúde pública dos madeirenses”. Graças ao apoio do Programa FOCUS, o Hospital Dr. Nélio Mendonça, do Funchal foi ainda mais longe ao ter sido o primeiro na Península Ibérica a utilizar uma nova tecnologia para confirmar as infeções pelo vírus da hepatite C: o antigénio core. Este teste, tão fiável como o teste de RNA atualmente utilizado, porém menos dispendioso, vai permitir à Madeira testar a sua população mais rapidamente e de modo mais económico, num exemplo para o continente.

Também na organização não-governamental GAT o programa FOCUS foi útil para apoiar melhorias no rastreio, através da implementação de uma inovadora tecnologia que permite confirmar as infeções pelo VIH e pelo vírus da hepatite C no mesmo local, na mesma hora. “Isto é particularmente importante no caso das pessoas infetadas com hepatites virais”, explica Miguel Rocha, enfermeiro responsável pelo programa no GAT.

“Os dados demonstram que são elas quem enfrenta maiores dificuldades na ligação aos cuidados de saúde e, por isso, quem mais beneficia com a implementação de soluções para a confirmação precoce dos seus diagnósticos”.

 Vítor Papão, Diretor Geral da Gilead Sciences, destaca que “o programa FOCUS é uma iniciativa de saúde pública que permite aos parceiros desenvolver e partilhar as melhores práticas no rastreio de vírus transmitidos pelo sangue (VIH, Hepatite B e C), diagnóstico e ligação aos cuidados de saúde de acordo com as diretrizes de rastreio promulgadas pelas autoridades nacionais e em iniciativas como as Fast-Track Cities.

A criação desta Comunidade de Prática é mais um esforço no sentido de continuarmos a apoiar o rastreio e a ligação das pessoas infetadas aos cuidados de saúde”.

Nestes três anos, o Programa FOCUS estabeleceu parcerias com hospitais, centros de cuidados primários e organizações não governamentais em regiões-chave de Portugal e Espanha, permitindo aos parceiros a realização de 380.000 testes de VIH e hepatites virais B e C, tornando-o o maior programa de rastreio de vírus transmitidos pelo sangue em ambos os países até à data.

O modelo orientador do Programa FOCUS baseia-se na premissa de que os testes são integrados no fluxo clínico normal, utilizando a infraestrutura e o pessoal clínico existentes para criar eficiências.

Este programa é uma resposta às recomendações da Organização Mundial de Saúde sobre o aumento do rastreio populacional e a realização dos objetivos 95-95-95 da ONUSIDA. Segue ainda as diretrizes para o VHC da Estratégia Global para o Setor da Saúde, que apela à eliminação das hepatites virais como uma ameaça para a saúde pública até 2030.

Sessão online
A Academia Mamãs sem Dúvidas irá realizar no dia 29 de julho, entre as 18h e as 20h, uma nova edição do “Especial Grávida” 100%...

O mês de julho está a chegar ao fim, mas não sem antes as futuras mamãs terem uma nova oportunidade de ver esclarecidas algumas questões sobre a chegada do seu bebé. Assim, durante aproximadamente duas horas, a próxima sessão online do “Especial Grávida” tem programadas três temáticas: “Cuidados de higiene do bebé”, com o contributo da Enfermeira Alice Araújo, especialista em saúde materna e obstetrícia e fundadora do projeto Momentos de Ternura; “O Presente e o Futuro das Células Estaminais”, tema abordado por Diana Santos, formadora do laboratório de criopreservação BebéVida; “Conhecer e entender a contração”, com as explicações da Enfermeira Telma Cabral, especialista em saúde materna e obstetrícia e fundadora da Academia Telma Cabral.

 A participação na sessão online é totalmente gratuita e está sujeita a inscrição prévia no site da Mamãs sem Dúvidas aqui. Ao inscreverem-se, as participantes ficam desde logo habilitadas a receber um cabaz de produtos no valor de 450€, composto por: uma mala de maternidade Bioderma, um tapete de atividades Tiny Love, um intercomunicador Miniland, um Doodoo Babiage, uma Pegada Baby Art e ainda uma ecografia 4D ECOmybaby da BebéVida. A vencedora será conhecida no dia 30 de julho no Instagram da Mamãs sem Dúvidas.

 Esta é mais uma iniciativa inteiramente gratuita dinamizada pela Mamãs sem Dúvidas com o objetivo de apoiar e guiar futuros papás no universo da parentalidade. Basta consultar o site da Academia Mamãs sem Dúvidas para mais informações sobre esta ou outras iniciativas, bem como aceder a outros conteúdos informativos em mamassemduvidas.pt . 

 

 

Pernas pesadas, cansadas e com dor são os primeiros sintomas
A Servier Portugal acaba de lançar o projeto digital "dor nas pernas". O objetivo é, através do website e das...

Em Portugal, à semelhança de outros países ocidentais, a doença atinge cerca de 35% da população adulta, com maior incidência nas mulheres a partir dos 30 anos. "A DVC resulta de uma insuficiência das válvulas nas veias que, por consequência, dificulta o retorno venoso. Assim, pode haver uma maior acumulação de líquidos na região das pernas, com consequente aumento de pressão nas veias. Tudo isto pode contribuir para inflamação, inchaço, entre outros sintomas típicos", explica Margarida Santos, médica interna de Medicina Geral e Familiar.

No website "dor nas pernas" é possível encontrar toda a informação sobre a patologia, com recurso a botões interativos e muitas curiosidades sobre o tema. Também se dão a conhecer quais os primeiros sintomas, muitas vezes considerados normais, como dor, sensação de pernas cansadas e/ou pesadas, comichão, cãibras, bem como situações mais graves de varizes, edema (pernas inchadas) e alterações da cor da pele.

São ainda bastantes as pessoas a desvalorizar a doença e os seus sintomas numa fase inicial, daí a importância deste site da Servier, para alertar a população para um diagnóstico e tratamento adequado e atempado, de forma a que a DVC não tenha um impacto negativo na qualidade de vida de cada um. “As queixas iniciais de DVC como as pernas pesadas, cansadas e com dor impactam diretamente o dia-a-dia dos doentes, limitando tarefas simples como, por exemplo, pequenas deslocações ou subir escadas. Os doentes devem ir ao médico aos primeiros sintomas, sendo que quanto mais cedo for feito o diagnóstico e mais cedo se começar a tratar a doença, melhor será a sua evolução", explica Margarida Santos.

Esta iniciativa pretende dar acesso a conteúdos digitais fidedignos sobre a Doença Venosa Crónica de forma a que o doente possa abordar a sua condição de saúde junto do seu médico ou farmacêutico com confiança.

Na plataforma são descritos os principais fatores de risco para vir a sofrer de DVC: idade, género feminino, gravidez, predisposição familiar, obesidade, tabaco, falta de exercício físico e obstipação. E ainda como é avaliada a evolução, do ponto de vista clínico e quais as medidas para prevenir e tratar a doença com medidas higieno-dietéticas, medicamentos venoativos, cremes ou geles, meias elásticas, escleroterapia, ou, em última análise, cirurgia.

Num separador sobre "Pernas Saudáveis" encontram-se artigos sobre a melhor forma de aliviar as pernas inchadas, prevenir e tratar a dor, quais as estratégias para lidar com o calor que está a chegar em força e alguns dos sinais que não deve ignorar.

Como é muito importante saber manter a saúde das pernas, o site partilha também informação sobre como "Viver Bem", nomeadamente com uma alimentação saudável e controlando o peso corporal, bem como os benefícios da caminhada para o seu bem-estar físico e mental, particularmente para a saúde das suas pernas.

O website e redes sociais "dor nas pernas" serão atualizados frequentemente com informações pertinentes, para manter uma boa saúde venosa das suas pernas.

 

Vacinação Covid-19
A Agência Europeia de Medicamentos informou esta sexta-feira que o Comité de Medicamentos para Uso Humano (CHMP) recomendou o...

Segundo as informações avançadas pela EMA, os efeitos desta vacina estão a ser investigados num estudo em curso que envolveu 3732 adolescentes. Nenhum dos 2163 participantes que receberam a vacina contraiu a Covid-19, comparado com quatro casos entre as 1073 crianças que receberam placebo. A EMA disse que estes resultados até agora sugerem que a vacina produz uma resposta anticorpo contra a SARS-CoV-2 em adolescentes que é comparável ao que tem sido visto em jovens adultos dos 18 aos 25 anos. Observou que o perfil de segurança também é semelhante ao dos adultos, com efeitos secundários geralmente de curta duração e de natureza ligeira a moderada.

Em maio, a vacina da Pfizer/BioNTech tornou-se a primeira vacina Covid-19 a obter uma autorização para uso em adolescentes, quando os funcionários da UE alargaram a sua autorização para incluir crianças entre os 12 e os 15 anos. No Reino Unido, os reguladores também ilibaram a Comirnaty em crianças entre os 12 e os 15 anos, no entanto as autoridades sanitárias recusaram, até agora, recomendar a vacina para menores de 18 anos, a menos que tenham condições médicas que a justifiquem.

Entretanto, a Moderna apresentou recentemente um pedido de autorização de uso de emergência para permitir a entrega da sua vacina a adolescentes nos EUA, onde a FDA já deu luz verde à inoculação da Pfizer e da BioNTech para essa faixa etária.

No início deste mês, a EMA disse que a miocardite e a pericardite podem ocorrer em casos "muito raros" após a imunização com vacinas Covid-19 baseadas em mRNA, como Spikevax e Comirnaty, enquanto a FDA atualizou recentemente as fichas de ambos os produtos alertando sobre a possibilidade remota de inflamação cardíaca em adolescentes e jovens adultos.

Em comunicado, divulgado na passada sexta-feira, o CHMP refere que "devido ao número limitado de crianças e adolescentes incluídos no estudo [pediátrico da Moderna], o ensaio não poderia ter detetado novos efeitos secundários incomuns ou estimado o risco de efeitos secundários conhecidos, como miocardite e pericardite". A Moderna está também a testar a sua vacina em crianças entre os seis meses e os 11 anos.

Dia Mundial das Hepatites - 28 de julho
Todos os anos, a 28 de julho, celebra-se o Dia Mundial das Hepatites, data em que pessoas e organiza

As hepatites víricas são condições inflamatórias do fígado provocadas pelos vários vírus da hepatite (A, B, C, D e E), inspirando maior preocupação as formas crónicas da hepatite B e C, embora atualmente disponhamos de tratamentos eficazes.

Uma vez que a infeção crónica é assintomática muitos doentes desconhecem que têm esta patologia e não procuram ajuda atempadamente, o que pode levar ao desenvolvimento de cirrose e cancro hepático. Este problema adquire especial gravidade na Hepatite C. Se para a hepatite B existe vacinação, há muito incluída no Plano Nacional de Vacinação, para a hepatite C resta a evicção dos comportamentos de risco para a transmissão da infeção e a identificação dos doentes por testagem e seu subsequente tratamento.

Em 2016 a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou as primeiras orientações com vista à eliminação das hepatites víricas como problema de saúde pública até 2030. Estas orientações incluíam quer medidas preventivas, como a administração da vacina da hepatite B às crianças e a segurança na administração de hemoderivados e injetáveis, quer a testagem e tratamento das hepatites B e C. Mas esta é uma matéria em constante atualização e a OMS já em junho de 2021 emitiu novas orientações que tendem a promover a normalização das abordagens de saúde pública para a eliminação da hepatite viral, reconhecendo a importância do contexto nacional das hepatites B e C.

O nosso país tem conseguido chegar aos grupos populacionais com maior prevalência da infeção, nomeadamente aos consumidores de drogas, aos trabalhadores do sexo, aos sem abrigo e aos imigrantes. Contamos, desde há muito, com a ajuda de várias associações que, através de uma abordagem de proximidade, intervêm ao nível da prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. Esta prática alimentou um novo modelo de prestação de cuidados de saúde através da deslocação dos profissionais de saúde, como a que já ocorre em inúmeros estabelecimentos prisionais.

Desde 2015, ano em que se iniciou o tratamento da hepatite C com antivirais de ação direta no nosso país, já foram autorizados mais de 28.000 tratamentos dos quais mais de 27.000 doentes já o iniciaram. A taxa de cura desta infeção persiste em valores elevados na ordem dos 97 %.

No entanto a erradicação da doença é uma meta ambiciosa e a presente pandemia veio adicionar ainda mais constrangimentos à sua concretização. Um estudo recente mostrou que 1 ano de atraso no diagnóstico e tratamento pode resultar num acréscimo de 44.800 cancros do

fígado e 72300 mortes por hepatite C a nível mundial até 2030. Os tratamentos para Hepatite C caíram, mesmo nos países desenvolvidos.

Em Portugal ocorreram menos 2806 pedidos de tratamento em 2020 comparativamente a 2019, o que corresponde a uma redução de 62,5 %! Para mitigar o impacto da pandemia nos programas das hepatites virais e reduzir o excesso de mortalidade devido ao atraso nos tratamentos os decisores políticos devem priorizar estes programas logo que seja seguro fazê-lo.

Numa altura em que pretendemos virar a página da pandemia COVID19 devemos reforçar o rastreio, realizando-o de forma mais sistemática e organizada para atingir o maior número possível de indivíduos no mais curto espaço de tempo. Também de importância extrema é o tratamento atempado de todos os casos identificados de forma a atingirmos o objetivo global de erradicação até 2030. Precisamos de todos neste esforço conjunto!

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