Projeto vencedor da 2ª edição da Bolsa de Investigação em Leucemia Linfocítica Aguda
“Mecanismos de infiltração no sistema nervoso central em leucemia aguda precursora de células B tipo cromossoma de Filadélfia ...

“Nos casos mais agressivos de LLA, adultos e crianças em estadios mais avançados, é preciso uma análise celular e molecular aprofundada para compreender quais as terapias mais eficazes. Através de testes em modelos animais que refletem os casos de LLA mais agressivos, nomeadamente casos com ativação da quinase JAK2 juntamente com a eliminação do supressor tumoral CDKN2A, vai ser possível avaliar em detalhe as alterações associadas à genética e retratar a doença mais agressiva. O objetivo passa por compreender a resistência à terapia e estudar estratégias que tenham um impacto significativo no prognóstico do doente, abrindo caminho para futuros estudos terapêuticos pré-clínicos.” dá a conhecer Nuno Rodrigues dos Santos, investigador do i3S - Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, da Universidade do Porto, e principal responsável deste projeto.

A equipa vencedora beneficia de uma equipa multidisciplinar que conta com Luís Maia, clínico em Neurologia no Centro Hospitalar Universitário do Porto e investigador no i3S, Matthias Futschik, investigador do Imperial College London Faculty of Medicine, Dulcineia Pereira e Ricardo Pinto, hematologistas, do Instituto Português de Oncologia no Porto e do Serviço de Hematologia do Hospital S. João do Porto, respetivamente.

O projeto apresentado procura identificar as moléculas nas células leucémicas que promovem a invasão do sistema nervoso central e que levam a sintomas neurológicos nos doentes. “Atualmente não existem terapias específicas para eliminar as células leucémicas do sistema nervoso central. Este projeto tem o objetivo de avaliar o comportamento de progressão da LLA para criar barreiras de proteção contra estas células, ou seja, em primeira análise procura identificar os agentes necessários para evitar a progressão da doença para o sistema nervoso central, invés de só atuar numa fase avançada da doença.” reforça o investigador.

Manuel Abecasis, Presidente da APCL, menciona que “apesar de uma taxa de cura muito elevada nas crianças, nos adultos e a situação é diferente. A doença é mais resistente, as remissões são de curta duração, é necessária uma abordagem estratégica diferente. Neste sentido, este é um projeto original que pode contribuir nesta frente, afinal, é a primeira vez que a ativação da quinase JAK2 juntamente com a eliminação do supressor tumoral CDKN2A são apresentados como interveniente chave para este tipo de LLA.”

Para João Raposo, Presidente da SPH, “a 2ª edição da Bolsa de Investigação em LLA representa mais um passo para desconstruirmos as principais barreiras envolvidas nesta doença e avançarmos no desenvolvimento de soluções que possam ser o futuro para estes doentes, principalmente nos casos mais agressivos da patologia. A SPH deseja os melhores resultados na obtenção das metas estabelecidas para abrirmos portas para novas abordagens terapêuticas”.

O Diretor-Geral da Amgen, Tiago Amieiro, reforça que “este é um projeto que beneficia de uma equipa multidisciplinar com elevada experiência e múltiplas valências.  A Amgen está orgulhosa por apoiar um projeto que procura aprofundar o conhecimento e alavancar o potencial da biologia humana, na busca de novas soluções terapêuticas para doenças hemato-oncológicas de elevada mortalidade”.

Dias 8 e 9 de outubro
Vai decorrer nos dias 8 e 9 de outubro, no Centro de Congressos do Sheraton Porto Hotel, o XXVIII Congresso de Pneumologia do...

Sara Conde, diretora do serviço de Pneumologia do CHVNG e presidente do Congresso, destaca a pertinência deste evento – “o Congresso de Pneumologia do Norte conta já com mais de 100 trabalhos científicos apresentados sobre a forma de comunicações e posters e, portanto, pensamos ter todo o sucesso assegurado e que será, certamente, um congresso com grande relevância científica”.

Antecedendo o congresso, estão programados, para dia 7 de outubro, um curso de provas funcionais, um workshop sobre imagem na doença pulmonar difusa e um workshop prático de ventilação não invasiva. “E para além dos cursos, que são bastante interessantes para a nossa formação, temos um amplo número de temas pneumológicos que certamente despertarão interesse”, refere Venceslau Hespanhol, diretor do serviço de Pneumologia do CHUSJ e vice-presidente do Congresso. O médico pneumologista destaca que, em ambos os dias do programa, há sessões dedicadas às novidades em diferentes áreas – “em sono e ventilação, fibrose quística, nas técnicas invasivas pneumológicas (que são sempre um aspeto diferenciador da Pneumologia) e em reabilitação respiratória e tabagismo - que é uma área amplamente discutida e da maior importância para os pneumologistas. Para além disso, temos a colaboração dos colegas da Galiza em vários temas relacionados com o ambiente e com a patologia profissional respiratória”.

Serão ainda abordados temas abrangentes na área da Pneumologia, nomeadamente DPOC, asma grave e cancro do pulmão, terminando depois o programa com uma sessão dedicada às complicações respiratórias pós-covid.

 

Estudo
Um novo estudo realizado com crianças japonesas revela que aqueles que sofrem de doença inflamatória intestinal, e sobretudo...

As doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn e a colite ulcerosa, podem desencadear episódios recorrentes de dor abdominal, alterações do trânsito intestinal e outros sintomas bastante desagradáveis. Um estudo recente realizado com crianças japonesas, com menos de 17 anos, demonstrou que há uma ligação entre a prevalência de doença inflamatória intestinal e as deficiências em micronutrientes essenciais, como selénio e zinco.

Níveis de antioxidantes significativamente mais baixos

O estudo, publicado na Digestive Diseases and Sciences, em junho de 2021, inclui 98 participantes com doença de Crohn, 118 participantes com colite ulcerosa e 43 participantes saudáveis (grupo controlo). Ao comparar a prevalência destas patologias e a quantidade de micronutrientes, os investigadores puderam observar claramente que os níveis dos dois antioxidantes eram significativamente mais baixos nos doentes, especialmente aqueles que sofrem da doença de Crohn.

Essencial para as defesas do organismo contra a inflamação

O selénio e o zinco estão envolvidos numa série de processos biológicos relacionados com a inflamação. O selénio é necessário para o funcionamento normal de algumas enzimas dependentes de selénio chamadas selenoproteínas, existindo cerca de 25-30 no corpo humano. Duas dessas selenoproteínas – a selenoproteína S e a selenoproteína K - têm um papel importante na redução das vias de sinalização inflamatória, ou seja, o selénio suporta as selenoproteínas que têm um efeito anti-inflamatório comprovado.

É fundamental obter as quantidades suficientes

O zinco também desempenha um papel essencial, na medida em que a sua deficiência aumenta o número de células pró-inflamatórias e a permeabilidade intestinal de certas citocinas inflamatórias, responsáveis pela promoção da inflamação. Portanto, é fundamental que as pessoas com inflamação intestinal obtenham quantidades suficientes de selénio e zinco, pois ajuda a controlar os sintomas.

Destrói a absorção de nutrientes no intestino

As doenças inflamatórias intestinais afetam negativamente a absorção dos micronutrientes presentes nos alimentos, pois a inflamação tem um impacto negativo na permeabilidade da mucosa intestinal. A suplementação com selénio e zinco parece ser uma boa solução, pois é uma forma fácil de obter a dose necessária de ambos os nutrientes.

Um papel importante na proteção contra o cancro?

Além de um papel protetor nas doenças inflamatórias do intestino, o selénio e o zinco demonstraram ter um efeito profilático nos adenomas colorretais, que são tumores benignos que podem potencialmente evoluir para cancro do intestino caso não seja tratado atempadamente.

Num estudo italiano2 randomizado controlado publicado no Journal of Gastroenterology em 2013, a suplementação com selénio e zinco juntamente com as vitaminas A, B6, C e E mostrou reduzir significativamente a recorrência de adenomas no intestino grosso em doentes submetidos a cirurgia de remoção de adenomas, antes da suplementação. O período de intervenção de cinco anos, em que os participantes foram aleatoriamente escolhidos para receber suplementação ativa ou placebo, reduziu em aproximadamente 50% o risco de recorrência do adenoma.

Fontes:
Digestive Diseases and Sciences, Junho de 2021 (doi: 10.1007 / s10620-021-07078-z)
Journal of Gastroenterology, Junho de 2013; 48 (6): 698-705.

Campanha #UseHeartToConnect
Hoje assinala-se o Dia Mundial do Coração, data em que a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) lembra que as...

A APDP junta-se assim à World Heart Federation que, este ano, comemora o Dia Mundial do Coração com a campanha #UseHeartToConnect, cujo objetivo é incentivar as pessoas com doenças cardiovasculares a conectarem-se e monitorizar a sua saúde cardiovascular, recorrendo à tecnologia.

“A doença cardiovascular é responsável por uma redução significativa, quer na qualidade de vida, quer na esperança de vida. Nunca é demais frisar a importância do investimento no controlo dos fatores de risco cardiovascular. Para que isso aconteça de forma mais sistemática, precisamos de melhorar o acesso das pessoas ao conhecimento e à perceção do risco.  É preciso aproveitar o poder da saúde digital para colmatar a discrepância entre o conhecimento científico e a realidade quotidiana, melhorar o controlo das doenças e a adesão à terapêutica na expectativa de que, no futuro, haja um impacto significativo na redução dos eventos cardiovasculares”, defende Dr. Pedro Matos, cardiologista da APDP.

Já José Manuel Boavida, presidente da APDP, lembra que a diabetes é um fator de risco para as doenças cardiovasculares (enfarte agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca, entre outras) e é, também, a sua principal consequência e causa de morte. A maioria dos adultos com diabetes tipo 2 tem alto ou muito alto risco de desenvolver uma doença cardiovascular, principalmente a partir da meia-idade. Em média, a diabetes tipo 2 dobra o risco de doença cardiovascular e reduz a expetativa de vida em 4 a 6 anos.”

A APDP realça que atualmente existe uma necessidade de gerir, de uma forma mais agressiva, o risco de doença cardiovascular nas pessoas com diabetes, visto que são as doenças cardiovasculares a causa mais comum de morte entre os adultos com diabetes - doença que  afeta mais de um milhão de portugueses. 30% dos internamentos por acidente vascular cerebral (AVC) e perto de 1/3 dos internamentos por enfarte agudo do miocárdio ocorrem em pessoas com diabetes.

 

Sintomas e Tratamento
Sabia que a Fibrilação Auricular, além de ser uma das arritmias mais frequentes, é responsável por 2

O que é esta arritmia?

A fibrilhação auricular é o nome dado a uma das arritmias cardíacas mais comuns no mundo. Trata-se de uma ativação elétrica descoordenada das aurículas do coração, fazendo com que a sua contração seja ineficaz e, consequentemente, o sangue fique estagnado dentro destas cavidades cardíacas, com o risco de formação de trombos. Na eventualidade destes coágulos sanguíneos saírem do coração para a circulação sanguínea, podem chegar ao cérebro havendo o risco de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) isquémicos, com as já conhecidas sequelas e diminuição da qualidade de vida dos doentes.

Quais são os sinais e sintomas da doença?

A fibrilhação auricular é muitas vezes uma doença silenciosa sendo primeira e tardiamente diagnosticada após um evento como um AVC. Noutros casos pode-se manifestar com sensação de palpitações (descoordenação de batimentos cardíacos), taquicardia (batimentos acelerados e irregulares), tonturas, sensação de desmaio, dispneia (dificuldade em respirar), cansaço ou dor torácica (sensação de aperto no peito).

Como é que se deteta esta arritmia?

Para o diagnóstico desta arritmia, não são necessários exames complexos. O mais simples é a avaliação do pulso, embora este não seja um método fidedigno, é o que está disponível a todos. O exame preconizado para o diagnóstico é o eletrocardiograma.

No entanto, nem sempre as pessoas têm esta arritmia de forma sustentada, tendo períodos em que estão com fibrilhação auricular e outros em que o coração bate regularmente. Nestes casos, o diagnóstico pode ser mais difícil, sendo necessário realizar um Holter durante 24 horas (uma monitorização por eletrocardiograma durante um dia inteiro) ou até durante mais dias. Pode ainda ser preciso a colocação no corpo de um dispositivo chamado de detetor de eventos, naqueles casos em que a suspeita da doença é alta, mas não se detetou a arritmia de mais nenhuma forma.

Estão também já disponíveis alguns aparelhos, aplicações e relógios com ligação ao telemóvel que ajudam na deteção desta arritmia. Porém, o seu uso deve ser feito com cuidado pois muitos não estão validados pelas sociedades médicas europeias.

Como é que se trata ou se tenta evitar o seu aparecimento?

Para se tratar a fibrilhação auricular é importante considerar, acima de tudo, dois aspetos: controlar a velocidade a que bate o coração e evitar o aparecimento de coágulos no coração.

No primeiro caso usam-se alguns comprimidos que ajudam a desacelerar os batimentos cardíacos, podendo, em algumas situações de gravidade, ser necessário a hospitalização, com tratamentos mais complexos, para que seja possível este controlo.

Para evitar a formação de trombos e coágulos, o tratamento preconizado é o uso de anticoagulantes orais. Em Portugal, como no resto do mundo, são cada vez mais prescritos os Novos Anticoagulantes Orais (NOAC) pela sua facilidade de toma e gestão. Nalguns casos específicos de fibrilhação auricular é ainda necessário recorrer-se à varfarina. Em casos muito particulares e selecionados, pode ainda ser preciso fazer uma pequena cirurgia para se encerrar o local do coração onde estes coágulos são mais frequentemente formados.

Acima de tudo é igualmente importante evitar certos comportamentos que facilitam o aparecimento desta doença: o consumo de tabaco, bebidas alcoólicas ou de drogas, o stress, o sedentarismo, a toma incorreta de medicação ou o consumo de cafeína em excesso. Existem ainda algumas doenças que, quando não controladas, facilitam o aparecimento da fibrilhação auricular: a obesidade, a diabetes, a insuficiência cardíaca, a hipertensão arterial, a doença coronária ou a síndrome de apneia obstrutiva do sono.

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Estudo internacional
Nas últimas décadas, registou-se uma evolução bastante favorável nos indicadores da desigualdade na mortalidade em Portugal,...

A investigação centrou-se na análise da evolução das desigualdades na mortalidade nos Estados Unidos da América (EUA), em comparação com a Europa, no período compreendido entre 1990 e 2018, envolvendo cientistas de 15 universidades americanas e europeias. Através de uma metodologia comum, a análise nos diferentes países foi efetuada por grupo de idade, sexo e nível de pobreza da área de residência. No caso da população americana, o estudo incluiu também as desigualdades étnicas.

«Em 1990 a mortalidade dos portugueses era muito distinta da dos outros países europeus, principalmente entre os mais jovens, tendo-se alterado rapidamente e em 2005 as taxas de mortalidade comparavam bem com as dos países mais ricos da Europa», afirma Paula Santana, professora catedrática da UC e coordenadora do estudo relativo a Portugal.

Segundo os resultados do estudo, publicado hoje na prestigiada PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences), revista da Academia Americana de Ciências, na Europa «as desigualdades geográficas na mortalidade surgem, fundamentalmente, a partir dos jovens adultos. Ou seja, tornou-se evidente que para as crianças e jovens as desigualdades na mortalidade não são influenciadas pela área de residência: áreas pobres e ricas apresentam os mesmos padrões de mortalidade», referem Paula Santana e Cláudia Costa, coautoras do artigo científico.

Comparando os EUA com a Europa, os resultados são desfavoráveis para os americanos. O estudo indica que «em 1990 a esperança de vida dos americanos nas áreas mais ricas era ligeiramente inferior à esperança de vida à nascença dos europeus. No entanto, a esperança de vida era consideravelmente mais baixa para os americanos a residir nas áreas mais pobres. No caso da esperança de vida dos afroamericanos verificou-se que era sempre mais baixa, quer em áreas ricas ou pobres, quando comparada com a dos americanos e a dos europeus», declaram Paula Santana e Cláudia Costa.

Contudo, prosseguem, a evolução parece ter sido positiva ao longo do período analisado (1990-2018), observando-se que «em 2018 a diferença na esperança de vida entre americanos e afroamericanos diminuiu para quase metade, pela redução da mortalidade por tumores malignos, homicídios, SIDA e causas originadas no período fetal ou infantil. Esta diminuição teve uma expressão mais significativa nas áreas mais pobres e nos mais jovens». Também se pode concluir que «os maiores ganhos em saúde, com reflexos no aumento da esperança de vida, se ficaram a dever à diminuição da mortalidade sensível aos cuidados de saúde, ou seja, causas de morte que foram evitadas pelo acesso adequado e respetiva resposta dos cuidados de saúde», relata Cláudia Costa.

Outra conclusão relevante sobre a realidade americana, de acordo com as investigadoras do CEGOT, é o facto de no período 2012-2018 se verificar «uma estagnação, ou mesmo uma inversão na desigualdade, o que terá consequências na diminuição do fosso na esperança de vida entre americanos e afroamericanos. Esta evidência tem impactos negativos na tendência, que vinha a ser verificada, de diminuição da diferença na esperança de vida dos americanos e dos europeus, onde as taxas de mortalidade são mais baixas, independentemente do grupo etário, sexo e área de residência».

Este estudo comparativo, nota ainda Paula Santana, evidencia que «algumas políticas que foram implementadas desde 1990 nas áreas mais pobres dos Estados Unidos tiveram consequências positivas no aumento da Esperança de Vida, nomeadamente políticas com impacto direto na melhoria do acesso aos cuidados de saúde».

Porém, conclui, «apesar da melhoria da esperança de vida da população afroamericana, o decréscimo na mortalidade ainda não é suficiente, colocando os indicadores de saúde dos EUA, estudados neste artigo, numa posição desfavorável quando comparados com os da Europa».

O trabalho agora publicado, com o título "Inequality in Mortality between Black and White Americans by Age, Place, and Cause, and in Comparison to Europe, 1990-2018", foi realizado na sequência de um estudo anterior dedicado à evolução da desigualdade na mortalidade em 11 países da OCDE, incluindo Portugal, publicado no Journal of Fiscal Studies (https://onlinelibrary.wiley.com/toc/14755890/2021/42/1).

“Os enfermeiros estão exaustos, sentem-se desvalorizados e sobrecarregados"
O presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Pedro Costa, desafia o Governo a fazer refletir nas tabelas salariais a gratidão que...

Pedro Costa lamenta, desde logo, que se continue a manipular a opinião pública, apresentando valores salariais que não refletem a realidade do que é praticado. “Ainda este fim de semana, um jornal de tiragem nacional publicou um artigo onde procura explicar a dificuldade que a Administração Pública sente para contratar mais profissionais de Saúde”, conta.

O presidente do Sindicato dos Enfermeiros salienta que “embora os valores apresentados no artigo correspondam ao que está plasmado nas tabelas salarias acordadas com a tutela, os valores são inalcançáveis em 20 ou 40 anos, como é referido”. Pedro Costa explica que para a Administração Pública, de acordo com a tabela remuneratória atual da carreira de enfermagem, “o valor remuneratório para os enfermeiros em início de carreira é de 1205,08€. Ao fim de 20 anos, atendendo a que existe progressão de uma posição remuneratória a cada 10 anos, o valor de remuneração é de 1618,26€ e não de 2445€ como é indicado”.

Além disso, acrescenta, “o valor indicado para o topo de carreira, 3374 euros, é o correspondente à última posição remuneratória da categoria de Enfermeiro Gestor e tal não é possível de alcançar em apenas 40 anos. São precisos quase 90 para atingir esse nível remuneratório”, conclui.

“Acaba por se passar a ideia de que os enfermeiros afinal ganham bem melhor no Setor Público, quando estamos a falar de uma progressão na carreira onde nenhum enfermeiro tem condições para alcançar o topo no seu tempo útil de vida profissional”, acrescenta o presidente do Sindicato dos Enfermeiros.

Numa altura em que o Governo começa a preparar o Orçamento de Estado para 2022, Pedro Costa frisa que “o primeiro-ministro e a ministra da Saúde têm uma oportunidade única para demonstrar o agradecimento ao trabalho desenvolvido pelos enfermeiros no combate à COVID-19 e no plano de vacinação, que nos permitiu cotar como um dos países no mundo com maior taxa de vacinação completa”.

“Os sindicatos de enfermeiros entregaram à tutela um documento reivindicativo onde a evolução na carreira e a progressão remuneratória é um dos pontos focados”, recorda o dirigente sindical. É altura, diz, “de dar um sinal de abertura para negociar com os parceiros”.

Pedro Costa recorda que o prazo de dez dias dado à ministra da Saúde para dar uma resposta está a esgotar-se, pelo que “as estruturas sindicais, muito provavelmente, vão ter de avançar para outras formas de luta”. “Os enfermeiros estão exaustos, sentem-se desvalorizados e sobrecarregados com mais horas de trabalho e sem verem reconhecidas o risco e penosidade da profissão”, conclui.

Tecnologia baseada em inteligência artificial
A OrCam Technologies, empresa israelita especialista em tecnologia baseada em inteligência artificial para pessoas que são...

O aparelho está desenhado para pessoas com dificuldades de leitura derivadas de fadiga, dislexia, afasia ou outras condições, bem como para pessoas que leem grandes quantidades de texto.

Para auxiliar a Joana Gonçalves no regresso às aulas e de forma que a estudante tenha mais apoio nos seus estudos, ser-lhe-á disponibilizado um OrCam Read para a acompanhar. A estudante, com dificuldades em compreender as palavras ao ler em silêncio, vai beneficiar da função de leitura em voz alta do aparelho, algo que facilitará a sua compreensão. Para ler em silêncio nas aulas e durante os exames, bastará conectar os auriculares ao dispositivo.

A mesma tinha tido conhecimento da existência do produto através do Centro de Recursos para a Inclusão Digital (CRID) da ESECS do Politécnico de Leiria, onde um aparelho está disponível para ser testado pelas pessoas com deficiência visual e baixa visão, que podem recorrer ao CRID e ficarem a conhecer as suas potencialidades.

“O regresso às aulas costuma ser uma altura que traz algum stress e ansiedade aos estudantes com algum tipo de dificuldade de aprendizagem. Este ano, queríamos ir mais além e oferecer um aparelho como ferramenta de uso escolar a um estudante que precisasse do mesmo para completar os seus estudos. E foi quando tivemos conhecimento da história de superação da Joana, que mesmo com as suas dificuldades está a tirar um curso superior e é uma ávida defensora que devem existir mais apoios para os alunos disléxicos” diz Fabio Rodriguez, Country Manager de Portugal e Espanha. “Podermos auxiliar pessoas com algum tipo de dificuldade, criando uma experiência personalizada é para nós muito gratificante, e ficamos extremamente contentes por saber que a Joana terá uma melhor experiência escolar este ano devido a este aparelho.”

O OrCam Read já está disponível em Portugal e em português, bem como em múltiplos países e tem a capacidade de ler todas as principais línguas europeias. Utilizando tecnologia baseada em inteligência artificial, o leitor portátil lê e captura em tempo real, texto de qualquer superfície ou ecrã digital. Ao apontar para o texto são ativados dois lasers-guia que fornecem ao utilizador duas opções de leitura: ler tudo ou escolher onde começar a ler. A solução wireless dá ao utilizador feedback áudio instantâneo dos jornais, livros, ecrãs de smartphone, etiquetas, entre outros.

O funcionamento deste dispositivo é totalmente processado offline, sem necessitar de conexão à internet, o que assegura totalmente a privacidade de dados do utilizador. Adicionalmente, para garantir a comodidade dos leitores, poderá ser emparelhado com auriculares via Bluetooth, para que só o utilizador oiça o texto selecionado.

84,03% da população residente com a vacinação completa
O Vice-Almirante Henrique Gouveia e Melo deu hoje por terminada a sua missão de planificação e gestão logística no contexto da...

No âmbito da reunião que decorreu esta manhã no Comando Conjunto das Operações Militares, em Oeiras, o coordenador da equipa, que recebeu o Primeiro-Ministro, António Costa, a Ministra da Saúde, Marta Temido, e o Ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, destacou o êxito da operação de vacinação.

“Dentro de semana ou semana e meia, senhor primeiro-ministro, terá os 85%”, disse o Vice-Almirante dirigindo-se a António Costa.

Presente na sessão, Marta Temido salientou o esforço de coesão nacional feito pelo governo, expresso em reuniões semanais para acompanhamento do planeamento da operação logística, mas valorizou, sobretudo o esforço dos portugueses, para que a meta estipulada pelo governo fosse atingida.

“Houve aqui um esforço de coesão nacional que conduziu muito a estes resultados. O aspeto mais importante foi, sem dúvida nenhuma, a adesão dos portugueses à vacinação, a tradição de confiança nas autoridades de saúde e num plano de vacinação que é voluntário e que sempre teve na base a melhor evidência (prova científica)”, afirmou.

“É um balanço francamente positivo e que só foi possível de atingir porque conseguimos trabalhar todos em conjunto”, sublinhou a Ministra da Saúde.

 

 

Situação Epidemiológica
Desde ontem foram registados 600 casos de infeção pelo novo coronavírus e sete mortes em território nacional. O número de...

A região de Lisboa e Vale do Tejo registou duas mortes, tal como a região Norte e Algarve. A região Centro, tem um óbito a assinalar nas últimas 24 horas.  Nas restantes regiões do país não houve mortes associadas à infeção pelo novo coronavírus.

De acordo com o boletim divulgado hoje pela DGS, foram ainda diagnosticados 600 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo voltou a ser a que registou a maioria dos casos, nas últimas 24 horas: 189, seguida da região Norte com 183 novas infeções. Desde ontem foram diagnosticados mais 69 casos na região Centro, 59 no Alentejo e 59 no Algarve. Quanto às regiões autónomas, o arquipélago da Madeira conta agora com mais 20 infeções, e os Açores com 21.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 399 doentes internados, menos 11 que ontem.  Também as unidades de cuidados intensivos mantêm a rota descendente e têm agora menos cinco doentes internados, desde o último balanço: 74.

O boletim desta terça-feira mostra ainda que, desde ontem, 1.331 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 1.019.266 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 30.547 casos, menos 738 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância menos 454 contactos, estando agora 27.391 pessoas em vigilância.

Opinião
Todos os anos mais de 12.000 portugueses sofrem um enfarte agudo do miocárdio.

Os sintomas mais comuns, para os quais as pessoas devem estar despertas, são a dor no peito, por vezes com irradiação ao braço esquerdo, costas e pescoço, acompanhada de suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade. Normalmente estes sintomas duram mais de 20 minutos, e podem ocorrer de forma repentina ou gradualmente.

Contudo, os dados que dispomos dizem-nos, por exemplo, que mais de dois terços da população portuguesa não conhece quais são os sintomas do enfarte agudo do miocárdio ou como se devem comportar na presença de sintomas.

A recomendação médica é que na presença destes sintomas é importante ligar imediatamente para o número de emergência médica – 112 e esperar pela ambulância que estará equipada com aparelhos que registam e monitorizam a atividade do coração e permitem diagnosticar o enfarte. A pessoa não deve tentar chegar a um hospital pelos seus próprios meios. Cerca de 50% dos doentes recorrem a um Centro sem capacidade para realizar o tratamento, o que conduz a um atraso significativo no início da terapêutica mais adequada. Esta situação não acontece quando se liga para o 112.

É importante a precocidade no diagnóstico (valorização dos sintomas) - o que implica um tratamento mais rápido com redução significativa da quantidade de músculo cardíaco "perdido", o que leva a que os doentes tenham um melhor prognostico, isto é que voltem a ter uma vida "normal".

No hospital, o cardiologista de intervenção irá efetuar uma angioplastia coronária que consiste na colocação de um tubo muito fino (cateter) na artéria a ser tratada, através do qual se introduz um fio guia que atravessa a obstrução da artéria. Sobre o fio guia é introduzido um balão que será insuflado na zona da obstrução, restabelecendo, assim, o normal fluxo sanguíneo da artéria. Na grande maioria dos casos é, ainda, necessário implantar uma pequena rede metálica expansível (stent), para que a artéria se mantenha permeável a longo prazo. Atualmente, a angioplastia coronária é o melhor tratamento para o enfarte agudo do miocárdio.

Para prevenir um enfarte agudo do miocárdio, a alteração dos estilos de vida é uma medida urgente: não fumar, reduzir o consumo de gorduras, açúcar e sal, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, praticar exercício físico regularmente, controlar a tensão arterial, o colesterol e a diabetes, vigiar o peso e evitar o stress.

Por forma a promover o conhecimento e a compreensão sobre o enfarte agudo do miocárdio e os seus sintomas; e alertar para a importância do diagnóstico atempado e tratamento precoce, a Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC), uma entidade sem fins lucrativos, está a promover, em Portugal, a campanha Cada Segundo Conta, integrada na iniciativa Stent Save a Life.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Campanha com o apoio científico da Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução
A campanha “Quando estiveres pronta”, lançada hoje em Portugal, é direcionada para as mulheres e disponibiliza as informações...

Em 2020, a média etária das mulheres em Portugal aquando do nascimento do primeiro filho foi estimada nos 30,7 anos. De um modo geral, a média etária em que as mulheres têm filhos tem também vindo a aumentar. Fatores como a procura por mais formação, construção de uma carreira, mudanças no relacionamento e coabitação têm sido apontados como possibilidades para o aumento da idade em que as mulheres procuram ter filhos2. É, assim, fundamental consciencializar as mulheres para a diminuição significativa da fertilidade a partir dos 31 anos. 

Esta plataforma permite assim informar e capacitar as mulheres sobre a preservação da fertilidade. O intuito é dar respostas às perguntas mais frequentes, o que inspirará muitas mulheres a delinear mais cedo o seu projeto de fertilidade, permitindo-lhes pensar a longo prazo. Deste modo, as opções de preservação da fertilidade, como o congelamento de ovócitos ou óvulos, podem ser consideradas como alternativas para mulheres que queiram adiar a maternidade, aumentando a possibilidade de conceber um filho mais tarde. 

Esta campanha é promovida pela Gedeon Richter Portugal e conta com o apoio científico da Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução.

Solução interpreta a documentação e comunica diretamente com o sistema de gestão de armazém
A BI4ALL, empresa líder em serviços de Data Analytics e Inteligência Artificial, é responsável pela solução de Inteligência...

Diariamente, a Alloga-Logifarma recebe dezenas de fornecimentos de unidades de produção espalhadas pelo mundo, maioritariamente pela Europa. A acompanhar os produtos vêm packing lists, que trazem o detalhe dos mesmos. Com o objetivo de agilizar o processo de inserção da informação em sistema, que chegava em papel e era registada de forma manual, foi desenvolvida pela BI4ALL uma solução de IA que interpreta toda a documentação e comunica diretamente com o sistema de gestão de armazém.

Com a informação consolidada numa plataforma, o processo tornou-se mais fácil, semiautomático e menos passível de erro. Em 2020, a Alloga-Logifarma representava 150 laboratórios, o que equivale a 500 mil encomendas preparadas e 100 milhões de unidades expedidas no mercado nacional.

Embora a Alloga-Logifarma possua, já há muitos anos, um sistema de gestão de armazéns, os dados eram introduzidos de forma manual, através de uma pistola de radiofrequência que estava ligada ao sistema de gestão de armazéns.

A solução tecnológica criada pela BI4ALL veio assim trazer agilidade e eficiência a este processo. Até então, os operadores liam o código de barras do produto e introduziam manualmente o lote, a quantidade, a data de validade e alguns parâmetros, como, por exemplo, o número de unidades por caixa.

Hoje, se tiverem a packing list que acompanha a mercadoria, esses dados são introduzidos automaticamente, por digitalização, e entram diretamente no sistema de gestão de armazéns da empresa, o que permite normalizar a informação e tê-la facilmente acessível.

José Oliveira, CEO da BI4ALL, afirma que “A Alloga-Logifarma é mais um caso de sucesso na implementação de soluções de Inteligência Artificial no seu negócio. É gratificante fazer parte deste projeto e ver que, cada vez mais, as empresas reconhecem a importância das tecnologias emergentes, que lhes traz processos mais otimizados, redução de custos e maiores vantagens competitivas.”

Com processos mais ágeis e eficientes, a Alloga-Logifarma conseguiu assim reduzir o tempo de disponibilização de produto ao mercado e aos clientes, que aumentaram o seu nível de satisfação, uma vez que conseguem colocar os produtos à venda de forma mais rápida.

“Os principais benefícios foram a redução do lead time de entrega, o aumento de produtividade, a redução de erros e a antecipação da informação. Houve ainda um projeto paralelo de agendamento de mercadorias, com o objetivo de sabermos o que vamos receber no dia seguinte e conseguirmos identificar os produtos que estão em falta no sistema de gestão de armazéns”, refere João Gomes, Diretor de Operações da Alloga-Logifarma.

 O responsável faz também referência à aceitação da solução tecnológica pelos colaboradores, acrescentando que “inicialmente houve alguma relutância à mudança por parte dos colaboradores, mas rapidamente todos os intervenientes reconheceram os benefícios que a solução trouxe ao processo de interpretação das packing lists, como uma melhor organização da atividade, aumento da produtividade, melhor serviço ao cliente e redução de custos”.

No futuro, a Alloga-Logifarma quer continuar a evoluir e estar na vanguarda da tecnologia, até porque reconhece que isso é uma vantagem competitiva face aos concorrentes. Este projeto foi iniciado na área da receção de mercadorias e, neste momento, está a ser desenvolvida uma solução de IA para dentro do armazém.

Dia 7 de outubro, em formato online
A FORÇA3P – Associação de Pessoas com Dor vai realizar o seu 4.º Congresso, este ano subordinado ao tema “A Dor e os seus...

“Os principais objetivos deste congresso é dotar as pessoas com ferramentas úteis para lidar com esta doença, que é a dor crónica, assim como os profissionais e os cuidadores que lhes prestam assistência, no sentido da obtenção de melhores níveis de humanização dos serviços", escreve em comunicado. 

“A importância da adesão terapêutica”, “O papel do cérebro na dor crónica”, "Dor Crónica- Desafios de hoje, esperanças de amanhã" e “A dor após o Covid” são alguns dos temas que vão ser abordados durante esta 4.ª edição do congresso.

A inscrição no 4.º Congresso FORÇA3P é gratuita, mas obrigatória, através do link: https://forca3p.com/4o-congresso-forca3p-a-dor-e-os-seus-desafios/

 

Atualização das orientações para o cuidado dos doentes
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou, na passada sexta-feira, o uso combinado de dois fármacos que utilizam...

Os dois fármacos em questão, são produzidos pela empresa norte-americana Regeneron e foram utilizados pelo ex-Presidente dos EUA, Donald Trump, quando contraiu a Covid-19. No entanto, sem comparticipação, a sua utilização custa milhares de dólares.  

Na atualização das orientações para o cuidado dos doentes com Covid-19, a OMS decidiu incluir este “cocktail” de anticorpos monoclonais, que também recomenda em casos graves e críticos da doença, mas apenas se a pessoa afetada não tiver anticorpos contra ela.

É o primeiro tratamento recomendado pela OMS em casos não graves de Covid-19, uma vez que até agora tinha apenas dois medicamentos na sua lista, e apenas para doentes em estado grave ou crítico: corticosteroides como dexametasona (preço baixo e disponível em todo o mundo) e antagonistas interleukin-6, muito mais caros.

Outros tratamentos testados no ano passado, como a hidroxicloroquina, remdesivir, interferon, lopinavir, ritonavir, ivermectina, foram descartados pelo seu efeito limitado nos doentes, embora a OMS esteja atualmente a realizar testes médicos com outros três candidatos (artesunate, imatinib e infliximab).

Após a inclusão de anticorpos monoclonais, a OMS apelou, na sexta-feira, ao laboratório responsável pela produção destes dois medicamentos e aos governos para unam esforços para baixar o preço e aumentar o seu acesso a todos os mercados, especialmente nos países de baixo e médio rendimento.

Uma petição semelhante foi lançada pelos Médicos Sem Fronteiras (MSF), que exigiu que a Regeneron "tomasse medidas imediatas para garantir que os medicamentos são acessíveis e acessíveis a todos os que deles necessitam, evitando monopolizar estes novos tratamentos".

Os anticorpos monoclonais são proteínas artificiais que também têm sido usadas em tratamentos contra certos tipos de cancro, embora a MSF relate que as tentativas das empresas de criar versões semelhantes destes produtos têm frequentemente encontrado barreiras regulamentares devido a uma possível violação de patentes.

Data chama a atenção para a deteção precoce de problemas visuais
O Dia Mundial da Visão celebra-se este ano a 14 de outubro.

A Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira (IAPB) assinala o Dia Mundial da Visão, com o lançamento da campanha “Love Your Eyes” [Ame os seus Olhos] alertando para a necessidade e importância dos cuidados para a saúde da visão.

A campanha adverte para a relevância da realização de exames e consultas periódicas, de forma a prevenir e diagnosticar precocemente problemas da saúde da visão que podem ser facilmente geridos e evitar a deficiência visual e cegueira.

Permita-me perguntar: quando foi a última vez que efetuou uma consulta de saúde da visão e examinou os seus olhos? Consegue lembrar-se?

Direcionada a cidadãos, mas também a profissionais dos cuidados para a saúde da visão, a campanha para assinalar o Dia Mundial da Visão de 2021 procura mobilizar.

Traz consigo um compromisso que nos deve inspirar, a todos: propõe-se a que  pelo menos, mais de um milhão de pessoas se submeta a uma consulta e a aconselhar outros a fazê-lo, por forma a conhecer o estado da sua saúde da visão. «Faça uma promessa!», impulsione a iniciativa de cariz mundial.

Os optometristas portugueses realizam, todos os anos, mais de dois milhões de consultas para a saúde da visão e ainda assim a deficiência visual e cegueira representa o maior grupo de pessoas com deficiência em Portugal. É crítico consciencializar a população para a importância dos cuidados para a saúde da visão e assegurar que a visão saudável não continue a ‘cair em esquecimento’ na agenda política nacional e a ser um assunto desvalorizado no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Os cuidados primários para a saúde da visão devem constar das prioridades do Governo, a curto prazo! Tal como o Governo reconheceu na Assembleia-Geral da Organização Mundial de Saúde, o investimento em cuidados para a saúde da visão, retorna dez vezes mais para a sociedade em produtividade. Foi este o motivo pelo qual recentemente votou favoravelmente a resolução da Organização Mundial de Saúde e a resolução da Organização das Nações Unidas, para a implementação de cuidados para a saúde da visão, centrados nas pessoas de proximidade e qualidade.

Os desafios que temos pela frente estão claramente identificados desde há décadas. A inexistência de cuidados primários para a saúde da visão no SNS, as gigantescas e perversas listas de espera para consulta hospitalar da especialidade de oftalmologia no SNS, com uma força de trabalho mal planeada com exclusão dos optometristas, práticas ultrapassadas e uma total ausência de estratégia, são realidades contra as quais temos que nos insurgir.

Ainda assim, os cuidados primários para a Saúde da Visão não constam, aparentemente, das prioridades do Governo para os próximos anos. Nem no Plano de Recuperação e Resiliência nem nas Grandes Opções do Plano 2021-2025, tornados públicos pelo Executivo, é possível identificar propostas concretas para a resolução dos problemas da visão dos portugueses.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a deficiência visual e a cegueira evitável são realidades que impactam a vida de milhares de milhões de pessoas.

O acompanhamento clínico atempado feito por um Optometrista é determinante no sentido de identificar precocemente possíveis condições oculares antes que evoluam para estados irreversíveis.

Mais de 2 mil milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de deficiência visual ou cegueira, e pelo menos 1,1 mil milhões de pessoas vivem com deficiência visual e cegueira porque não têm acesso aos cuidados necessários para condições como miopia, glaucoma e catarata.

A campanha ‘#Love Your Eyes’ [Ame os seus Olhos] apresenta-se, assim, como o mais recente alerta global de consciencialização da população para que os cuidados para a saúde da visão sejam valorizados e reconhecidos como uma prioridade, por todos.

Neste novo alerta de consciencialização para a importância dos cuidados de saúde da visão, todos contamos. Comece hoje, e agora, a respeitar e a valorizar a saúde da sua visão.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo DECO PROTESTE
Três em cada dez consumidores reforçaram a toma de suplementos alimentares com o intuito de se protegerem contra a COVID-19.

A DECO PROTESTE, organização de defesa do consumidor, afirma que 41% dos portugueses consome suplementos alimentares e que três em cada dez reforçaram a sua toma no decorrer da pandemia. O estudo realizado pela organização de defesa do consumidor revela ainda que 71% dos consumidores é da opinião que os suplementos alimentares reforçam o sistema imunitário e que poderá mantê-los a salvo da infeção por COVID-19.

Segundo os dados apurados pela DECO PROTESTE, 61% dos inquiridos referiram o fortalecimento do sistema imunitário como principal razão para a ingestão destes produtos; 60% mencionou o reforço de energia e 52% o restabelecimento dos níveis de vitaminas e minerais no organismo. O consumo de suplementos alimentares está também correlacionado com o nível de escolaridade, sendo que à medida que o grau académico aumenta, sobe a procura por estes produtos.

Embora o número de portugueses a consumir suplementos alimentares seja considerável, 76% dos inquiridos acha que esta decisão deve ser tomada sob supervisão de um profissional de saúde. Os resultados analisados permitem perceber que são as farmácias a concentrar as vendas de suplementos alimentares (63%) e que 42% dos consumidores adquirem os seus produtos na internet.

A maioria dos consumidores de suplementos alimentares são mulheres (59%) com uma média de 39 anos de idade.


Infografia: DECO PROTESTE

Estudo ‘Custo e Carga da Doença de Alzheimer em Portugal’
A Doença de Alzheimer tem um custo anual de cerca €2 mil milhões euros, sendo a maioria das despesas referentes a custos...

O Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência (CEMBE) da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa acaba de divulgar as principais conclusões do estudo ‘Custo e Carga da Doença de Alzheimer em Portugal’, uma análise desenvolvida com o apoio da Biogen, empresa de biotecnologia pioneira na área das Neurociências.

De acordo com esta investigação, que avalia a presença desta patologia numa amostra da população residente em Portugal Continental com idade igual ou superior a 65 anos, a Doença de Alzheimer é responsável por cerca de 7% dos anos de vida perdidos por morte prematura nesta faixa etária, sendo este impacto superior nas mulheres, com uma percentagem de 7,6%, enquanto os homens alcançam apenas 6,4%.

Já ao nível dos anos perdidos por incapacidade, o estudo revela que a Doença de Alzheimer foi responsável por 45.754 anos perdidos por incapacidade, mais de dois terços dos gerados pela Aterosclerose. Novamente, a maioria dos anos perdidos por incapacidade incidem sobre o sexo feminino (60%).

Outra conclusão deste estudo destaca os custos da doença para a sociedade, que gasta, todos os anos, uma média de €2 mil milhões em custos diretos médicos e não médicos, um valor que equivale a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. No topo da estimativa das principais despesas com a Doença de Alzheimer identificam-se os gastos com cuidadores informais, que atingem cerca €1,1 mil milhões, e os apoios sociais – concretamente com a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, com a Estrutura Residencial para Pessoas Idosas, e com o apoio a pessoas no domicílio – que totalizam um custo anual de cerca de €551 milhões, equivalente a uma despesa média anual de cerca de €3.800 por doente. Estas despesas são superiores em caso de doença mais grave.

Relativamente aos custos diretos médicos – que representam 11% do total dos custos anuais associados à Doença de Alzheimer – a principal fatura vai para os cuidados em ambulatório (diagnóstico, seguimento, psicoterapia e intervenção cognitiva, e tratamentos de reabilitação), que obtêm um custo total estimado de cerca de €166 milhões – em que o custo médio anual por doente ronda os €1.700.

De acordo com Isabel Santana, Diretora do Serviço de Neurologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e membro do Grupo de Estudos do Envelhecimento Cerebral e Demência, professora catedrática da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, “os resultados agora apresentados vêm colocar em perspetiva duas prioridades para Portugal: em primeiro lugar, a necessidade de se refletir sobre o papel do cuidador informal e a importância de ter estratégias e políticas públicas que garantam a proteção social e financeira deste grupo; e, em segundo lugar, a importância de manter o foco na investigação científica e no desenvolvimento de tratamentos capazes de prolongar a qualidade de vida dos doentes”.

Concordante com esta perspetiva é a visão da Alzheimer Portugal: “Estamos expectantes de que a apresentação destas conclusões possa servir para reforçar aquela que tem sido uma das principais bandeiras da Alzheimer Portugal – o reconhecimento das Demências como uma prioridade nacional de saúde pública e a implementação dos Planos Regionais de Saúde para as Demências. É cada vez mais importante que se desenvolvam soluções robustas e adaptadas à realidade das pessoas com Doença de Alzheimer e respetivos familiares e cuidadores, de modo a reduzir, justamente, a carga e os custos que esta doença acarreta”, refere Manuela Morais, Presidente da Direção Nacional da Alzheimer Portugal.

A Doença de Alzheimer é uma doença neurológica progressiva e o tipo de Demência mais frequente. Uma das características desta doença é a acumulação progressiva de placas da proteína beta-amilóide no cérebro, que eventualmente acaba por comprometer a ligação entre as células cerebrais e, por isso, deteriorar as próprias células, levando à perda de um conjunto de funções cognitivas, especificamente a capacidade de memória, de raciocínio, de linguagem, de concentração, etc. À medida que a pessoa vai perdendo estas capacidades (sem as conseguir recuperar), dá-se o aumento da sua dependência e, na maioria dos casos, a morte da pessoa.

Segundo o estudo do CEMBE, estima-se que em Portugal existam cerca de 194 mil pessoas com Demência, das quais 60% a 80% são casos de Doença de Alzheimer – perto de 145 mil. À medida que a idade avança, maior é a probabilidade de uma pessoa desenvolver esta patologia, tal como demonstram os dados recolhidos para este estudo, que indicam que a prevalência da Doença de Alzheimer se encontra nos 1,76% nos homens entre os 65 e os 69 anos, chegando aos 12,75% naqueles com mais de 80 anos. No caso das mulheres, o grupo entre os 65 e os 69 anos regista uma prevalência de 0,35% da Doença de Alzheimer, enquanto a população feminina com mais de 80 anos detém uma prevalência desta patologia de 13,61%.

Botton-Champalimaud Pancreatic Cancer Centre
Foi hoje inaugurado o Botton-Champalimaud Pancreatic Centre, a primeira unidade no mundo pensada e construída de raiz tendo...

Este Centro resulta de uma parceria entre a Fundação Champalimaud e Mauricio e Charlotte Botton, que contribuíram com 50 milhões de euros para a sua construção. Na cerimónia que assinalou a conclusão do Botton-Champalimaud Pancreatic Cancer Centre estiveram presentes os Reis de Espanha, Felipe VI e Letizia e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Nos últimos 20 anos o número de pessoas com cancro do pâncreas tem aumentado exponencialmente em quase todo o mundo, especialmente nos países mais industrializados. O cancro do pâncreas já é a quarta causa de morte por cancro na Europa e nos próximos 10- 20 anos estima-se que o número de novos casos possa aumentar em mais de 70% e tornar-se na segunda causa de morte por cancro na Europa e nos EUA.

O novo Botton-Champalimaud Pancreatic Cancer Centre é uma clara resposta à necessidade de promover uma atuação totalmente direcionada para o melhor conhecimento e controlo de uma doença que, em 80% dos casos, é diagnosticada numa fase avançada sendo, por isso, das mais letais.

Este Centro replica o modelo inovador e diferenciador iniciado na Fundação Champalimaud em 2010 - aproximar a ciência, a clínica e os doentes – adotando a metodologia translacional, que estabelece uma relação direta e de interdependência entre a investigação e a atividade clínica. Será um centro único em todo o mundo dedicado à investigação do cancro do pâncreas e vai reunir um grupo internacional de clínicos e investigadores que trabalharão, em conjunto, numa mesma equipa e num edifício especialmente desenhado e equipado com serviços clínicos, blocos operatórios, tecnologias e plataformas de investigação, todos especificamente dedicados ao tratamento dos doentes com este tipo de cancro.

 É, também, o primeiro projeto criado de raiz dedicado exclusivamente à investigação e ao tratamento desta doença. No Botton-Champalimaud Pancreatic Cancer Centre pretende-se não apenas explorar o conhecimento da biologia e evolução do cancro do pâncreas, mas sobretudo desenvolver formas de tratamento e ensaios clínicos mais inovadores, capazes de oferecer aos doentes uma melhor resposta no controlo da doença.

O novo edifício será hospital e centro de investigação e conta com 3 salas de cirurgia equipadas com a mais avançada tecnologia, uma delas híbrida, 29 quartos de internamento e 15 de cuidados intensivos/recobro além de um hospital de dia totalmente inovador com 24 suites de tratamento. A terapia celular será uma das áreas estratégicas do Botton-Champalimaud Pancreatic Cancer Centre: vai ser dada atenção especial ao estudo do perfil imunológico dos tumores do pâncreas e ao desenvolvimento de tratamentos inovadores nesta área.

Com este objetivo, o Centro vai investir especialmente no desenvolvimento de ensaios clínicos com novos medicamentos de imunoterapia, em vacinas anti-tumorais personalizadas e será ainda implementada uma área de laboratórios especializados em imunoterapia celular.

Nestes laboratórios, vai ser possível identificar, recolher e estimular células imunológicas de defesa dos doentes, que serão depois recebidas pelo próprio e o ajudarão a combater e destruir mais eficazmente as células do tumor.

 

Estudo da Universidade de Oxford
Segundo um estudo publicado pela Universidade de Oxford, a pandemia provocada pelo novo coronavírus causou a maior queda na...

A esperança de vida diminuiu mais de seis meses em 2020 quando comparada ao ano anterior em 22 dos 29 países analisados no estudo, que abrangeu a Europa, Estados Unidos e Chile. Houve reduções na esperança de vida em 27 dos 29 países em geral.

A universidade disse que a maior parte das reduções da esperança de vida em diferentes países podem estar relacionadas com mortes oficiais de coronavírus. Cerca de 5 milhões de mortes causadas pelo coronavírus foram reportadas até agora, revela a Reuters.

"O facto de os nossos resultados destacarem um impacto tão grande que é diretamente atribuível ao Covid-19 mostra o quão devastador tem sido o impacto para muitos países", disse Ridhi Kashyap, coautor do artigo, publicado no International Journal of Epidemiology.

 

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