Burla e falsificação de receitas
Dois médicos, um delegado de informação médica e uma proprietária de farmácia, nas zonas de Lisboa e de Trás-os-Montes, foram...

De acordo com um comunicado da Polícia Judiciária (PJ), as detenções decorreram no âmbito da investigação de fraudes ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), desenvolvida pela Judiciária através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) e no âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público (DCIAP).

A mesma nota adianta que, no decurso da operação, foram realizadas “nove buscas domiciliárias e apreendido diverso material relacionado com a prática da actividade criminosa em investigação”.

Os detidos serão presentes a tribunal, para determinação das medidas de coacção.

De acordo com a PJ, “a investigação prossegue com vista à continuação de recolha de prova e ao apuramento do prejuízo causado ao Estado Português através de comparticipações indevidas”.

Dicionário de A a Z
O alho-francês é um vegetal que pertence à mesma família das cebolas e dos alhos.
Alho Francês

Muito consumido principalmente na culinária do Egito e Médio Oriente, em vez de formar um bolbo arredondado, como a cebola, o alho-francês produz uma sucessão cilíndrica de folhas encaixadas umas nas outras, esbranquiçadas na zona subterrânea.

Esta parte esbranquiçada é a mais utilizada no culinária, embora a parte verde possa também ser aproveitada por exemplo nas sopas.

É rico em vitaminas A e C, potássio, cálcio, fósforo e carotenóides e deve ser consumido o mais cru possível para que conserve as suas características naturais. Isto porque o alho francês é daqueles alimentos que quando cozinhado perde muitas das suas propriedades nutricionais.

Por ter uma quantidade de calorias muito baixa, o alho francês pode ser utilizado em dietas.

Como tem um sabor muito agradável, pode acompanhar vários alimentos e pode estar presente em saladas e sopas, acompanhar carnes e peixe, sendo apenas contra-indicado a pessoas que estão a seguir uma dieta baixa em potássio ou que estejam a tomar anticoagulantes.

São vários os benefícios que este alimento nos traz. Inibe o crescimento de bactérias, é anti-inflamatório, melhora o sistema imunitário, ajuda à prevenção e controle da diabetes, ajuda a prevenir as doenças cardiovasculares permite um maior controlo do peso, melhora os sintomas de artrite reumatóide, ajuda a eliminar o Ácido Úrico, é diurético, atenua os sintomas da bronquite, alivia os sintomas de sinusite e ajuda também a acabar com a prisão de ventre.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Perguntas e respostas
Os medicamentos genéricos são medicamentos com a mesma substância activa, forma farmacêutica e dosag
Genéricos

Os medicamentos genéricos têm a mesma qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos de marca?

Sim. Para os medicamentos genéricos obterem do Infarmed uma autorização para a sua comercialização, têm de provar, através de estudos científicos, que são equivalentes aos medicamentos de marca, ou seja, que possuem a mesma qualidade, segurança e eficácia.

 

Como é garantida essa qualidade, segurança e eficácia?
Aos medicamentos genéricos aplicam-se os mesmos procedimentos ao nível da inspecção, comprovação da qualidade e monitorização de segurança que aos medicamentos de marca.

No processo de avaliação para entrada no mercado os medicamentos genéricos têm que demonstrar a sua equivalência com o medicamento de marca. O Infarmed e as autoridades europeias competentes garantem de igual forma a qualidade, segurança e eficácia de todos os medicamentos.

Porque são mais baratos?
A Investigação e Desenvolvimento (I&D) de medicamentos é um processo moroso e muito dispendioso. Para que seja possível às empresas rentabilizar o investimento realizado, usufruem de um período de tempo (cerca de 10 anos) em que comercializam o medicamento em exclusividade (patente). Após esse período, passa a ser possível a outras empresas produzir e vender esse medicamento, é nesta altura que entram no mercado os medicamentos genéricos.

Como não precisam de incorporar no preço os custos de I&D os medicamentos genéricos têm preços significativamente mais baixos.

Como identifico um medicamento genérico?
Os medicamentos genéricos são identificados pela sigla MG, inserida na embalagem exterior do medicamento.

Existem medicamentos genéricos para todos os medicamentos?
Não, mas já existem medicamentos para mais de 200 substâncias activas, pelo que, quer o médico, quer o farmacêutico devem informar o doente sobre a existência de medicamentos genéricos comparticipados pelo Serviço Nacional de Saúde e sobre aquele que tem o preço mais baixo.

Onde posso obter mais informação sobre medicamentos genéricos?
O Infarmed tem uma Linha do Medicamento, gratuita, 800 222 444, que funciona todos os dias úteis, das 9 às 13 e das 14 às 17 horas, através da qual poderá colocar as suas questões.

Fonte: 
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O opiáceo mais potente
Apesar de ter começado a ser utilizada como um analgésico, em alternativa à morfina, a heroína veio
Mulher a injectar heroína no braço

A maioria dos opiáceos foi e é utilizada como medicamento: o láudano costuma ser indicado contra a diarreia; a codeína é utilizada contra a tosse; a morfina, a meperidina e a metadona são utilizadas para aliviar a dor; a metadona costuma ser utilizada para prevenir e tratar a síndrome de abstinência da heroína. Apesar de poderem ser utilizadas como medicamentos muitas pessoas utilizam-nas como drogas, tendo em conta que estas substâncias têm efeitos sobre o sistema nervoso central.

Normalmente, a heroína é adquirida sob a forma de um pó castanho, que os consumidores diluem e injectam por via intravenosa, pois desta forma os efeitos da droga, para além de se manifestarem de forma mais rápida, são mais intensos. De qualquer modo, como esta via de administração costuma ser bastante perigosa, muitos consumidores preferem inalá-la ou absorver pela boca o fumo resultante da sua combustão. Dado que a heroína é uma substância tóxica, a sua administração provoca uma intoxicação aguda.

Por outro lado, como a heroína é uma substância que se costuma adquirir ilegalmente, na grande maioria dos casos, não é vendida no seu estado puro, podendo estar misturada com outras substâncias tóxicas, como a estricnina. De facto, os consumidores não costumam conhecer com precisão a composição do produto que adquirem, o que pode ser extremamente perigoso para os toxicodependentes que a administram por via intravenosa, já que dão origem a graves intoxicações e à morte por overdose de heroína e de outras substâncias tóxicas.

É importante destacar o facto de os efeitos da heroína não serem iguais no início do consumo ou depois de gerada a dependência.O motivo que leva inicialmente uma pessoa a injectar-se, deve-se a uma intensa sensação de prazer e euforia. Posteriormente, o indivíduo vê-se obrigado a consumi-la para evitar o estado de carência que provoca a ausência da substância.

Efeitos imediatos

Sobre o Sistema Nervoso Central:

  • Analgesia;
  • Sonolência;
  • Euforia;
  • Sensação de tranquilidade e diminuição do sentimento de desconfiança;
  • Embotamento mental;
  • Contração da pupila;
  • Náuseas e vómitos;
  • Depressão da respiração (causa de morte por overdose);
  • Desaparecimento do reflexo da tosse.

Outros efeitos:

Produz a libertação de histamina (vasodilatação e comichão na pele).

A nível endocrinológico: inibição da hormona que liberta a gonadotropina; diminuição dos níveis do factor de libertação da corticotropina (diminuem os níveis de plasma do cortisol testosterona).

Na mulher produzem-se ciclos menstruais irregulares.

No aparelho digestivo: os movimentos peristálticos tornam-se lentos, favorecendo a prisão de ventre.

Na bexiga: o tónus do esfíncter aumenta e diminuem os reflexos da micção, provocando

Efeitos a longo prazo e potencial de dependência

Desenvolvimento de tolerância com grande rapidez. Tendência para aumentar a quantidade de heroína autoadministrada, com o fim de conseguir os mesmos efeitos que antes eram conseguidos com doses menores, o que conduz a uma manifesta dependência. Passadas várias horas da última dose, o viciado necessita de uma nova dose para evitar a síndrome de abstinência provocada pela falta dela.

Desenvolve tolerância em relação aos efeitos de euforia, de depressão respiratória, analgesia, sedação, vómitos e alterações hormonais. Estes efeitos, junto com a diminuição da libido, a insónia e a transpiração, são os sintomas dos consumidores crónicos.

Os opiáceos, devido aos seus potentes efeitos eufóricos e à intensidade da sintomatologia de abstinência, geram um alto grau de dependência. Há milhares de pessoas no mundo inteiro que tentam tratar a dependência destas substâncias.

Síndrome de abstinência

Sintomas: desejo de consumo, inquietação e irritabilidade, hipersensibilidade à dor, náuseas, dores musculares, estado de ânimo disfórico, insónia, ansiedade.

Marcas físicas: dilatação da pupila, transpiração, "pele de galinha", taquicardia, aumento da tensão arterial, bocejos, febre.

Os sintomas demoram aproximadamente uma semana a desaparecer, apesar de permanecer uma lembrança constante. A síndrome descrita, embora acarretando muito sofrimento e sensação de perigo para muitos heroinómanos, não é grave e pode ser superada sem riscos para a saúde. Além destes sintomas variarem segundo a quantidade ingerida, frequência, via de administração, etc., a sua intensidade depende em grande parte da motivação e expectativas do indivíduo, do apoio familiar, profissional, etc.

Muitas das complicações típicas dos heroinómanos estão intimamente relacionadas com as infeções causadas pelo uso da seringa, falta de hábitos higiénicos adequados e também pela adulteração do opiáceo mediante produtos tóxicos ou prejudiciais (é frequente encontrar adulterantes como açúcar em pó, talco, lactose, cacau,...). Isto explica o aparecimento no paciente de feridas, abcessos, processos infeciosos como hepatites, pneumonias, SIDA.

Na grande maioria dos casos, os toxicodependentes vêem-se obrigados a tornarem-se vendedores de droga, a prostituírem-se ou a cometerem qualquer tipo de crime para poderem pagar o elevado custo da heroína, o que, independentemente das razões, provoca conflitos cada vez mais graves nos seus ambientes familiares, sociais e profissionais.

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Em Braga
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O primeiro dia de Congresso inicia-se com Comunicações Livres, seguidas da uma sessão sobre Doença Carotídea, onde se irá abordar quais os doentes que se encontram realmente em risco e, por último, contam-se as “Histórias na Evolução da Cirurgia Vascular em Portugal”, focando a Investigação em Cirurgia Vascular desde há 50 anos e a vivência com os seus fundadores, o Internato nos anos 80 e a Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular (SPACV), desde os primórdios até aos dias de hoje.

O segundo dia de Congresso centra-se na discussão sobre o Aneurisma da Aorta e a Doença Arterial Periférica e encerra com as palavras da Presidente da SPACV, a Dr.ª Isabel Cássio.

No sábado, dia 21, será premiada a melhor comunicação de todas as apresentadas ao longo dos três dias de Congresso e segue-se a controvérsia entre a Doença Venosa e Linfática. Ainda durante a tarde, será atribuído o prémio ao Melhor Poster SPACV e na cerimónia de encerramento haverá entrega de prémios e bolsas.

O Congresso da SPACV realiza-se anualmente e é uma referência para os especialistas da área da Angiologia e Cirurgia Vascular, segundo o Secretário-Geral da SPACV, o Dr. Daniel Brandão “é muito importante reunir a maioria dos cirurgiões vasculares do nosso país num único momento e fazemos todos os esforços para garantir que os temas abordados no Congresso garantem a plena atualização sobre estas temáticas.” 

Plataforma lançada
As tecnologias de Business Intelligence são o motor de uma plataforma agora lançada que coloca online de forma agregada todos...

Desde o início do mês está acessível a qualquer pessoa a consulta de um conjunto de dados que permitem conhecer em detalhe os indicadores de referência na actividade da Unidades de Saúde Familiar. Para cada unidade, para cada região do país, desde 2009 até final de 2013, os dados disponíveis caracterizam a população que recorre a estes serviços, a forma como estes funcionam, os serviços que aí são prestados e como são prestados.

A iniciativa é da responsabilidade da Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar. Materializa-se num portal de Internet que tem como principal missão dar a conhecer o trabalho destas unidades, expor a sua abordagem multidimensional, e partilhar os números que atestam os resultados do modelo que nos últimos anos tem vindo a substituir os Centros de Saúde.

"Apesar da sua diversidade e dos resultados positivos que apresentam, as pessoas continuam a desconhecer um pouco o que são as USF. Continua a ser difícil passar a imagem do que são, qual o seu contributo e qual foi o seu impacto nos cuidados de saúde", defende José Luís Biscaia (na foto), coordenador da Unidade de Saúde Familiar de São Julião, na Figueira da Foz e coordenador do projecto de BI das USF.

A plataforma pretende dar um contributo para alterar esta situação e fazer chegar números e indicadores de actividade ao público em geral, mas também aos decisores políticos e aos próprios profissionais de saúde, a quem faltava a visão global de um conjunto de informação importante para dar suporte a processos de melhoria continua, sustentabilidade e desenvolvimento organizacional.

Descobrir informação nos dados que já existem

Todos os dados da operação diária nas USF são registados electronicamente e de forma parametrizada. Esse acervo é propriedade da Administração Central dos Sistemas de Saúde com quem agora foi firmado um protocolo que viabiliza a sua utilização e o tratamento dos dados na nova plataforma, que tira partido de tecnologias de Business Intelligence da Microsoft para trabalhar toda a informação.

"Portugal deve ser o país do mundo ocidental que tem maior informatização na informação clínica que gera, mas tem um defeito a seguir a isto. Temos este volume de dados mas não temos instrumentos e capacidade para fazer a sua gestão", defende José Luis Biscaia.

O projecto da USF – NA é um esforço para alterar a situação e também um ponto de partida para a partilha de boas práticas e para o trabalho de investigação a partir dos dados compilados junto do universo da população que é acompanhada nestas unidades. Mais do que aumentar a informação disponível, os promotores querem melhorar a qualidade da informação a que podem já hoje ter acesso.

"Mais interessante do que saber quantas citologias foram feitas, será perceber quantas mulheres fizeram o rastreio ao cancro do colo do útero em tempo adequado", exemplifica José Luis Biscaia.

Com a evolução da plataforma, o objectivo é que este tipo de análise possa continuar a evoluir, dando consistência à informação disponível e permitindo ir mais a fundo na análise, explorando a base de dados de forma mais adaptada às necessidades. Avançar neste sentido implica um modelo distinto, mais complexo e com exigências diferentes ao nível da protecção de dados. A USF – AN já está a trabalhar na evolução e conta tê-la concluída até final do ano.

Parcerias operacionalizam ideia

Além do protocolo com a ACSS, o BI das USF nasce tirando partido de parcerias com a indústria, mas também com as ordens dos médicos, enfermeiros e farmacêuticos. A associação a estes parceiros tem em vista a colaboração na identificação ou aferição de novos indicadores que permitam medir ou qualificar a actividade. Já a parceria com três escolas do país (escolas de negócios da UP e da UNL e Centro de Estudos e Investigação em Saúde da UC) têm como principal objectivo criar condições para fomentar a investigação, potenciando o valor da informação existente. A Microsoft é a parceira tecnológica do projecto. Fornece a tecnologia de base ao portal (Sharepoint) e a tecnologia de Business Intelligence, para além de suportar toda a infra-estrutura na "cloud" da empresa, através da plataforma Windows Azure.

USF: o quê e para quê?

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Com quase 5 milhões de cidadãos inscritos, as 386 Unidades de Saúde Familiar espalhadas pelo país envolvem 7 mil profissionais. São a face mais visível de uma profunda reforma no sistema de prestação de cuidados de saúde primários, que acelerou o passo em 2006 e que se mantém.

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Colin Campbell
O bioquímico Colin Campbell, que esteve nesta ontem pela primeira vez em Portugal, admite que devia haver mais estudos para...

Cresceu numa quinta que produzia leite, mas não o bebe. Tem 80 anos e há cerca de 30 começou a abandonar os lacticínios, a carne, os ovos, os fritos e os doces. Peixe, no máximo uma vez por mês e cozido. Prefere vegetais, frutas, cereais integrais. Faz exercício e corre “facilmente” sete ou oito quilómetros. Não fuma e só de vez quando bebe vinho ou cerveja. O norte-americano Colin Campbell, professor de Bioquímica Nutricional na Universidade de Cornell, onde se doutorou em nutrição, bioquímica e microbiologia, coordenou o Estudo da China sobre a relação entre alimentação, estilo de vida e doenças degenerativas modernas, realizado pelas Universidades de Cornell, Oxford, com o apoio da Academia Chinesa de Medicina Preventiva. Esteve em Lisboa para participar num seminário promovido pela Direcção-Geral de Saúde, Administração Central do Sistema de Saúde, Instituto Macrobiótico de Portugal e Ministério da Saúde.

Quais foram as principais conclusões do Estudo da China?
O Estudo da China é o nome do livro, publicado em 2005, que é um resumo do meu trabalho nos últimos 45 anos. E um projecto que fizemos na China, em 130 aldeias. Estávamos interessados em ver por que é que o cancro era muito mais comum nuns sítios do que noutros. O Estudo da China em si não foi responsável pelas minhas conclusões. Houve todo um trabalho feito antes, em laboratório, durante cerca 30 anos. O Estudo da China foi uma oportunidade de confirmar se o que estávamos a ver no laboratório era o mesmo que nos humanos.

Depois dessas décadas de pesquisas o que defende é que se comermos mais alimentos de origem animal, como lacticínios e carne, temos mais probabilidade de ter doenças cardiovasculares, cancro, diabetes?
Há evidências científicas que nos dizem que, se comermos alimentos de origem animal, aumentamos o risco de ter essas doenças. As pessoas são mais saudáveis e vivem mais tempo se optarem por dietas com menos proteínas de origem animal e mais antioxidantes. Comer produtos de origem animal, como leite e carne, está relacionado com cancro, osteoporose, doenças cardiovasculares, diabetes. A maior parte das pessoas no Ocidente sabe que comer vegetais é bom e que comer carne não é tão bom. Mas o que não se apercebem é que este tipo de dieta é importante não só para prevenir essas doenças, como para tratá-las. O mesmo tipo de dieta que previne as doenças também as reverte.

Não estamos a falar de cancro?
De acordo com as minhas pesquisas, com mais proteínas de origem animal podemos activar o cancro e, com proteínas de origem vegetal, desactivá-lo. Mas temos de fazer mais investigação para o demonstrar mais claramente.

Está a dizer que comer mais alimentos de origem animal como a carne, o leite e os ovos contribuem para o cancro e, pelo contrário, vegetais, por exemplo, o revertem?
Sim. Refiro-me não só a comida de origem animal, mas também processada. Bolos de pastelaria com muito açúcar são um problema. Numa dieta baseada em plantas, os alimentos de origem vegetal têm propriedades notáveis para tratar alguns problemas. Pode haver grandes mudanças em semanas na recuperação da saúde. Mas muitos médicos não têm formação suficiente em nutrição e, por outro lado, estamos num sistema em que há muito dinheiro a ser feito à custa da venda de alimentos de origem animal, de comida processada, e de suplementos vitamínicos. E há muito dinheiro em jogo para tratar estas doenças. Estas indústrias não gostam desta mensagem.

Por que é que acha que não há investigação suficiente, mais estudos a comprovar essa tese? Por causa desses interesses?
Sim. As pesquisas que fiz foram com financiamento público, o que é importante porque não somos influenciados pelas indústrias. Mas o dinheiro público é muito limitado, comparado, por exemplo, com o que existe para fazer medicamentos. Em 70% do dinheiro disponibilizado pelo Instituto Nacional de Saúde nos Estados Unidos para pesquisas, só 3 a 4% é para nutrição. A combinação de não haver suficiente formação nem pesquisas em nutrição é fatal.

Vegetais coloridos

Se o Estudo da China fosse feito hoje, as conclusões seriam as mesmas?
Hoje não seria possível fazer o mesmo tipo de estudo na China, porque, entre outros aspectos, quando o fizemos, em 1983 e 1984, as pessoas consumiam os produtos produzidos localmente. Isso está a mudar. Está a aumentar o consumo de produtos de origem animal, de comida processada, há mais cancro, mais doenças do coração.

Como vai ser a nossa alimentação no futuro?
Não sei o que vai acontecer, mas é muito importante informar o público, criar programas, em que as pessoas possam participar, aprender a cozinhar certos alimentos, a produzir, falar nas escolas, nas faculdades de medicina. O problema é que, pelo menos nos Estados Unidos, os esforços são no sentido de suprimir a informação. Porque os interesses económicos são fortes.

Três exemplos de alimentos que devemos definitivamente comer e três a evitar.
Não comer carne, ovos nem beber leite. Comer cereais integrais, legumes, ervilhas, feijão e comer muitos vegetais coloridos, como cenouras, por exemplo. Têm propriedades antioxidantes que tendem a prevenir o envelhecimento, o cancro, as doenças do coração. São muito importantes.

Por que razão diz que o leite não é bom? Não há quem defenda que sim, até para prevenir osteoporose? Entende que não é bom por ser um produto de origem animal?
Em parte por isso. E não tem antioxidantes nem outros nutrientes que vamos buscar, por exemplo, aos vegetais. Os lacticínios não têm as coisas boas, só as más. O que fazemos é realmente estranho, é continuar a beber leite muito para além da fase da amamentação e ir buscá-lo a outras espécies. Por que não vamos buscá-lo a cães ou ratos?

Na Europa, e em Portugal em particular, a obesidade infantil é preocupante. A crise pode levar as pessoas a optar por comida barata e calórica?
Temos o mesmo problema nos Estados Unidos. As pessoas compram as piores comidas porque, de certa forma, são mais baratas e têm muitas calorias, fornecem energia rápida. Nos Estados Unidos, estas comidas, que incluem alimentos de origem animal, são subsidiadas pelo governo, que está a ajudar os produtores a produzirem o que não deviam. Lá, os hambúrgueres são comprados por um preço muito inferior ao custo real. Uma percentagem está a ser paga pelos impostos. Os governos deviam apoiar a comida que é saudável.

Segundo "chefs" e especialistas
O regresso à comida dos antepassados, ingerindo alimentos mais naturais e apostando em recursos portugueses, deverá ser a...

A "chef" de cozinha Mafalda Pinto Leite, que apresentou o programa culinário "Dias com Mafalda", defendeu que "a próxima tendência será voltar às raízes, comendo alimentos considerados 'naturais', da forma como os nossos antepassados comiam".

O nosso ADN "é 99% igual ao dos paleolíticos" e o nosso corpo "ainda não está preparado para fazer a digestão de muitos alimentos que consumimos", resultando em doenças cardíacas, alergias e casos de obesidade cada vez mais frequentes, explicou Mafalda Pinto Leite.

Segundo a especialista, mais de metade das pessoas (cerca de 56%) "não come a quantidade de fruta e legumes que devia comer", muitas vezes por considerarem que uma alimentação saudável é mais cara.

"Mas é muito mais caro ir ao médico e ter doenças", sublinhou Mafalda Pinto Leite.

Hoje procuram-se novos ingredientes e produtos biológicos com mais frequência, sinal de que a saúde está em primeiro lugar.

Ana Morais, "bloguer" no "Tapas na Língua", é da mesma opinião e explicou que se deve prestar atenção aos acompanhamentos, defendendo que, "quanto mais integral e menos refinado for (um alimento), melhor".

Novos ingredientes, como "quinoa, aveia e diversas sementes", em substituição dos alimentos menos saudáveis é uma das propostas que partilha no "Tapas na Língua".

A "bloguer" defende o consumo de produtos orgânicos, que "acabam por ser mais caros, mas que tem muito mais sabor", apesar de alguns deles não serem fáceis de encontrar.

O "chef" José Avillez, considerado como uma das referências da cozinha em Portugal e dono de vários restaurantes, aposta numa "moda" relacionada com um maior consumo de peixe, influência dos costumes asiáticos, que "nos dias de hoje estão por toda a parte".

Avillez admitiu que Portugal "poderá lucrar com isso", devido à extensa costa do país, e acrescentou que serão "os cozinheiros, os produtores de marisco e a modernização de algumas marisqueiras e cervejarias que irão impulsionar esta nova tendência".

Independentemente da forma como a comida seja cozinhada, a tendência parece ter um elemento em comum: "a consciência de que os produtos processados não têm sido propriamente benéficos para a nossa saúde", defendeu a autora do "blogue" "Dias de uma Princesa".

Para Catarina Beato, os alimentos têm de ser "redescobertos" e as pessoas "devem estar dispostas a experimentar novos alimentos" em prol de uma vida com mais saúde.

Estudo indica
Os pais com um filho autista têm 33% menos probabilidade de virem a ter mais filhos em comparação com as famílias que não são...

"Apesar de sabermos que os pais que têm um filho com problemas do espectro do autismo estão mais reticentes em ter outros, este estudo é o primeiro a debruçar-se sobre esta questão apoiando-se nas estatísticas", refere Neil Risch, principal autor do estudo e director do Instituto de Genética Humana da Universidade da Califórnia, citado pela agência France Presse.

A maior parte das investigações realizadas até agora sobre o risco hereditário do autismo não têm em conta uma possível decisão dos pais de não ter mais filhos.

Segundo os autores da investigação, publicada ontem na revista científica "Journal of the American Medical Association, ter em consideração a decisão dos pais de uma criança autista de não voltar a procriar faz rever em alta o risco estatístico de ter um segundo filho com autismo.

Actualmente, as estatísticas apontam para uma probabilidade de ter outro filho autista de 8,7%, quando deveria ser reavaliada para 10,1%.

"Este estudo é o primeiro a mostrar estatisticamente que a decisão de não voltar a reproduzir é uma realidade entre os pais com uma criança autista", frisa o principal autor.

Os investigadores basearam-se nas fichas clínicas de 19.710 famílias da Califórnia com crianças com autismo nascidas entre 1990 e 2003, comparando-as com 36.215 outros agregados sem filhos afectados pela síndrome.

Assim, concluíram que as famílias cujo primeiro filho era autista tinham 33% menos probabilidade de ter um segundo, em comparação com os pais do grupo de controlo.

Unidade de Mirandela
A rede de cuidados continuados vai ser reforçada no Nordeste Transmontano com a abertura prevista para Agosto da unidade de...

A Santa Casa da Misericórdia de Mirandela, a gestora do equipamento, divulgou ontem a confirmação por parte da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte do acordo por três anos para dez camas destinadas a doentes que necessitem de cuidados de média duração e reabilitação, 20 camas para longa duração e manutenção.

A Misericórdia faz saber, em comunicado que decidiu dar início à actividade a 1 de Agosto, argumentando que esta unidade "não pode permanecer por mais tempo fechada", tendo em conta que está concluída há mais de um ano e representa um investimento de mais de três milhões de euros.

Próximo domingo
A Confederação Portuguesa do Yoga conta ultrapassar no domingo em Cascais, os 2.000 participantes numa Mega Aula do Yoga,...

"Pela sustentabilidade do planeta" - é a frase que preenche o cartaz de promoção da Grande Comemoração do Dia Mundial do Yoga 2014, uma iniciativa que serve para assinalar a candidatura da Confederação Portuguesa do Yoga (CONPORYO) à criação do "Primeiro Dia Global da Humanidade - Inter Étnico, Inter Cultural, Inter-Religioso".

Este é um projecto de carácter mundial, mas de iniciativa portuguesa. De acordo com a CONPORYO a candidatura foi feita junto da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Especialista em nutrição
Um especialista mundial em nutrição acusa as organizações internacionais de saúde de cederem aos interesses da indústria ao...

Colin Campbell, pela primeira vez em Portugal, é um bioquímico norte-americano especialista em nutrição na saúde e autor do Estudo da China (“The China Study”), o maior estudo epidemiológico sobre o efeito da alimentação e estilo de vida na saúde.

Convidado como orador principal, ontem, num seminário sobre nutrição, subordinado ao tema “Factos e mitos”, promovido pelo Ministério da Saúde e pelo Instituto Macrobiótico de Portugal, Colin Campbell diz que o principal mito que subsiste “tem a ver com o facto de as pessoas continuarem a olhar para a carne como a principal fonte de proteínas”.

Em quase todo o país
Quase todo o país apresenta hoje risco muito alto de exposição à radiação ultravioleta, alerta o Instituto Português do Mar e...

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), as regiões de Aveiro, Beja, Bragança, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Faro, Évora, Funchal, Guarda, Leiria, Lisboa, Penhas Douradas, Porto, Portalegre, Porto Santo, Sagres, Santarém, Setúbal, Sines, Viana do Castelo, Viseu, Vila Real Angra do Heroísmo e Ponta Delgada apresentam hoje níveis muito altos de exposição à radiação radiação ultravioleta (UV).

O IPMA colocou ainda Santa Cruz das Flores e Horta em níveis altos de exposição à radiação UV.

Por isso, o IPMA aconselha a população a utilizar óculos de sol com filtro UV, chapéu, t-shirt, guarda-sol e protector solar e a evitar a exposição das crianças ao sol, lembrando que a radiação ultravioleta pode causar graves prejuízos para a saúde se o nível exceder os limites de segurança.

O índice desta radiação apresenta cinco níveis, entre o baixo e o extremo, sendo o máximo o onze.

Em Lisboa, Leiria e Coimbra prevê-se uma temperatura máxima de 24 graus Celsius, no Porto 21, Évora 28, Beja e Castelo Branco 27, Bragança 30, Braga, Guarda, Viseu, Faro, Santa Cruz das Flores e Funchal 23, Vila Real 26, Ponta Delgada e Angra do Heroísmo 20.

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Segundo a publicação, a descoberta dos cientistas australianos parece ter resolvido um dos grandes mistérios da biologia humana: o que exactamente desencadeia o trabalho de parto após cerca de 40 semanas de gravidez.

O estudo visa encontrar alternativas para as cesarianas perigosas em parturientes com peso a mais ou obesas, pelo que os resultados são considerados um importante passo para se perceber como a proteína, que é libertada para contrair o útero, pode levar ao desenvolvimento de novos medicamentos para induzir o parto.

Estudo revela
Os alunos das escolas portuguesas criticaram a forma “idêntica e sem progressão” de apresentação de matérias relacionadas com a...

De acordo com o mesmo estudo, os alunos do ensino secundário gostariam ainda de estar mais envolvidos nas actividades relativas à educação sexual nas escolas, manifestando disponibilidade para serem “mentores, em actividades informativas e formativas com colegas mais novos”.

O estudo pretendeu ser uma avaliação, a cargo da Sociedade Portuguesa de Psicologia da Saúde, da implementação em meio escolar da educação sexual, tal como legalmente definido por uma lei de 2009 e pela portaria que a regulamenta, publicada em 2010.

O estudo consistiu na aplicação de inquéritos à comunidade escolar, representada pelas direcções das escolas e agrupamentos públicos, pais e encarregados de educação, professores e assistentes operacionais, e representantes dos alunos, com o objectivo de fazer uma análise quantitativa e qualitativa da aplicação da lei nas escolas.

Do ponto de vista qualitativo, os professores “consideraram-se muito sobrecarregados, muito pouco valorizados e muito pouco reconhecidos nos seus esforços”, e lamentaram ter que recorrer aos tempos das aulas curriculares para cumprir a lei, criticando ainda o facto de a abordagem destas matérias se fazer sobretudo no âmbito das disciplinas de Ciências Naturais e Biologia, o que no caso dos alunos do ensino secundário, exclui os alunos dos agrupamentos artísticos, de humanidades ou área económica do acesso à educação sexual, por não terem estas disciplinas no currículo.

“Alunos, professores e pais sugeriram uma progressão na abordagem deste tema, ao longo dos vários ciclos de aprendizagem, sugerindo ainda uma monitorização que garanta que o assunto não se centre unicamente nos aspectos biológicos da reprodução e nas infecções sexualmente transmissíveis”, refere-se nos resultados do estudo qualitativo.

O estudo revela que a grande maioria das escolas considera que a implementação da educação sexual nas escolas é “boa ou muito boa”, estando a ser cumprida “na íntegra” a carga horária definida na lei para a educação sexual.

No estudo participaram 428 agrupamentos e escolas secundárias não agrupadas, distribuídas por todo o país, que correspondem a 53% das escolas públicas.

“Nas 428 unidades orgânicas que participaram no estudo leccionam 60 595 professores e frequentam 617 701 alunos de todos os níveis de ensino, na sua maioria de nacionalidade portuguesa (96,8%)”, lê-se no relatório das conclusões.

“A maioria dos Conselhos de Turma tem um professor responsável pelo projecto de educação sexual (72,0%) e apresenta anualmente um projecto de turma nesta área (65,7%) que é revisto pelo coordenador de educação para a saúde (85,7%)”, adianta o estudo.

Na maioria das escolas (82,2%) “há garantias de que todos os alunos tiveram educação sexual nos últimos três anos. No entanto, a avaliação dos conhecimentos adquiridos é efectuada na sua maioria (59,8%) apenas pelo apuramento da percentagem de alunos que assistiram às actividades”, acrescenta-se.

O acesso à educação sexual nas escolas foi também reforçado através dos Gabinetes de Apoio ao Aluno, que os directores consideram ter uma boa ou muito boa implementação nas escolas que dirigem, estando na maioria dos casos (85%) articulados com os centros de saúde locais, com os quais desenvolvem actividades em conjunto.

Investigadores do Porto propõem
Uma equipa de investigadores do Instituto de Biologia Molecular e Celular, do Porto, propõe a utilização de um anti...

Baseado em ensaios pré-clínicos com modelos animais, o estudo, publicado recentemente, demonstra “a importância de alvos não amiloides nas estratégias para combater estas doenças. A Anacinra é um anti-inflamatório utilizado em situações reumáticas que impede a deposição da transtirretina (TTR), protegendo as fibras nervosas da degeneração”.

O grupo de investigadores, liderado por Maria João Saraiva, recorreu a modelos animais transgénicos que produzem a proteína TTR mutada, a qual é responsável pelo desenvolvimento da “Doença dos Pezinhos” nos humanos.

Para Maria João Saraiva “os efeitos benéficos nos animais são evidentes, permitindo estabelecer uma clara e nova abordagem: interferindo na cascata inflamatória da IL-1, interferimos na deposição de TTR e na regeneração do nervo”.

“Demonstrado o conceito, ficam a faltar os ensaios clínicos para confirmar efeitos desta abordagem nas doenças amiloides em humanos”, afirma a investigadora, num comunicado.

Maria João Saraiva explica que “estes compostos de baixo custo poderão ter efeitos benéficos em ensaios clínicos”.

A primeira terapia disponível para a polineuropatia amilóidótica familiar (PAF), mais conhecida por “Doença dos Pezinhos” ou paramiloidose, foi o transplante de fígado. Contudo, segundo os investigadores, além de muito invasiva, não é totalmente eficaz por não eliminar a produção de TTR mutante noutros órgãos do corpo e devido ao risco de rejeição do transplante.

“Não há muito tempo, foi lançado no mercado o Tafamidis, um composto que, segundo alguns, ainda não deu provas suficientes de eficácia e cujo benefício ainda está em avaliação, necessitando de terapias combinadas”, referem os investigadores do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC).

A PAF foi descrita pela primeira vez pelo Professor Corino de Andrade, em 1952, em doentes da região da Póvoa de Varzim. 

Campus da Universidade de Aveiro
Uma equipa de biólogos da Universidade de Aveiro descobriu uma nova espécie de microalgas numa lagoa artificial localizada no...

O organismo foi batizado de Tovellia aveirensis, numa referência ao género a que pertence e à cidade onde foi descoberto, e faz parte do grupo dos dinoflagelados, microalgas que causam a maioria dos fenómenos de "marés vermelhas" e que, na ria de Aveiro, estão na génese de toxinas que frequentemente levam à proibição da apanha de bivalves.

“Se à partida me pedissem para indicar um local que pudesse constituir a morada de uma nova espécie, este lago [com cerca de 100 metros quadrados e um de profundidade, situado a três dezenas de metros do Departamento de Biologia (DBio) da Universidade de Aveiro (UA)], não seria definitivamente uma das minhas primeiras opções”, aponta a bióloga Mariana Pandeirada responsável pela descoberta, juntamente com os biólogos da UA António Calado e Sandra Craveiro.

Usado vezes sem conta pelo grupo de investigação para recolha de amostras a fim de serem apresentadas aos alunos durante o estudo de microalgas, o lago, confessa, “não era uma opção para a identificação de uma nova espécie, já que a sua diversidade é relativamente bem conhecida”.

No entanto, mais do que o local a ser estudado, Mariana Pandeirada, transposta que está a surpresa da descoberta de um novo ser vivo mesmo ao pé da porta, acredita que “a chave para a identificação de um organismo potencialmente novo está no conhecimento adquirido sobre o grupo em que este se insere, o qual deve ser iniciado com a aprendizagem das características morfológicas” que justificam a sua inclusão numa dada divisão de organismos.

“A partir desse conhecimento ficamos mais suscetíveis a detectar a presença de organismos em que algo na sua morfologia, ou mesmo dentro do seu ciclo de vida, não vai de encontro ao que está descrito para os seus parentes próximos”, diz. No caso de Tovellia aveirensis, foi a capacidade de produzir quistos distintamente diferentes dos conhecidos para o género que despertou a atenção do grupo de investigação do DBio que deu à ciência a novidade, e que contou com a colaboração do Departamento de Biologia da Universidade de Copenhaga (Dinamarca).

Técnicas avançadas de microscopia usadas na descoberta

Tovellia aveirensis produz quistos de resistência (estruturas que permitem ultrapassar condições ambientais desfavoráveis) ornamentados por numerosos espinhos geralmente ramificados nas extremidades, “marcadamente diferentes dos que eram conhecidos para o género”, aponta a bióloga.

A descrição de Tovellia aveirensis foi feita não apenas com recurso ao microscópio óptico mas também através da microscopia electrónica de varrimento, para estudar a superfície das células, e de transmissão, para estudar o seu interior. As observações foram apoiadas pela sequenciação do DNA que codifica a sub-unidade grande dos ribossomas da microalga.

A análise do ciclo de vida da nova espécie tem revelado particularidades interessantes que serão apresentadas no final do mês de Junho, durante o 62º encontro da British Phycological Society, em Galway, na Irlanda.

“Temos documentado alguns aspectos, por exemplo durante a formação de gâmetas, reprodução sexuada, enquistamento e desenquistamento, que, pelo menos para o género, ainda não haviam sido reportados”, desvenda a investigadora.

A descoberta foi publicada na European Journal of Phycology, uma das mais reconhecidas revistas da área. Os suportes para microscopia electrónica de varrimento contendo células e quistos de Tovellia aveirensis, constituindo o tipo nomenclatural que regula a aplicação do nome da nova espécie, ficarão à disposição da comunidade científica no Herbário da UA.

Em Portugal
Um estudo coordenado pelo investigador Luís Azevedo, da Faculdade de Medicina do Porto, revela que os custos directos e...

“A investigação demonstrou que os custos directos anuais, relacionados com consultas, exames e tratamentos para a dor, atingiram um valor de 1.997 milhões de euros, enquanto os custos indirectos anuais, devidos ao absentismo, aposentação precoce e perda de emprego, atingem os 2.645 milhões de euros, contabilizando, assim, um custo total anual de 4.611 milhões de euros. Este valor é manifestamente significativo, representando 2,7% do PIB nacional”, explicou o investigador Luís Azevedo.

O estudo determinou ainda que a média dos custos totais anuais por indivíduo com dor crónica foi de 1.883 euros, estando 43 por cento relacionados com custos directos (807 euros) e 57 por cento com custos indirectos (1.080 euros).

“Além da sua alta frequência e o seu impacto individual e social, a dor crónica tem mostrado estar fortemente associada a uma grande utilização de serviços de saúde, a uma importante redução da produtividade no trabalho e consequentemente a grandes custos directos e indirectos”, salientou o investigador principal do estudo.

Os custos directos de saúde foram calculados por cada paciente, adicionando os custos de medicamentos para a dor, as modalidades não-farmacológicas de tratamento da dor, consultas nos cuidados de saúde primários e hospitalares, consultas com outros profissionais de saúde e exames complementares de diagnóstico realizados.

Por outro lado, os custos indirectos, associados à produtividade perdida devido ao afastamento temporário do trabalho, aposentação precoce e perda de emprego, foram calculados com base no número de dias de trabalho perdidos da população activa e o rendimento diário nacional de cada classe específica.

O estudo foi realizado, numa primeira fase, a partir de uma amostra de 5.094 pessoas, selecionadas aleatoriamente e representativas da população adulta portuguesa. A segunda fase do estudo contemplou uma análise mais detalhada de 562 pessoas com dor crónica identificadas na primeira fase.

Em Portugal, a dor crónica afecta mais de 30 por cento dos adultos portugueses. É uma situação de dor persistente que, se não for seguida e tratada de modo adequado, poderá afectar gravemente a qualidade de vida das pessoas e pode levar à incapacidade total ou parcial para o trabalho.

Os resultados finais do estudo serão apresentados no Fórum Futuro 2014, no próximo sábado, em Oeiras.

171 por cento em três meses
Segundo os números da Procuradoria-Geral da República, as agressões contra médicos e enfermeiros aumentaram “171 por cento”...

“Se não passas o atestado parto-te a cara toda”, é uma das ameaças citadas pelo jornal e que já deram lugar a abertura de um processo pelo Ministério Público. “Chapadas e dentadas”, “ameaças de morte”, uma “enfermeira arrastada por utente” ou nomes insultuosos chamados a uma pediatra. Segundo testemunhos, o tempo de espera pode ocasionar algumas das reacções agressivas.

Quem está “na linha da frente”, nas urgências dos hospitais e nos centros de saúde, acabam por ser as maiores vítimas. O hospital Garcia de Orta, em Almada, é um dos que regista mais ocorrências.

Cientistas suecos criam
Cientistas suecos afirmam que conseguiram construir um capacete que consegue determinar rapidamente se um paciente sofreu uma...

O dispositivo lança microondas no cérebro para determinar se houve uma hemorragia ou se algum coágulo entupiu uma veia, as duas formas comuns de acidentes vasculares cerebrais (AVC).

Os cientistas das instituições Universidade de Tecnologia Chalmers, Academia Sahlgrenska e Hospital Universitário Sahlgrenska planeiam tornar o aparelho disponível para equipas de socorro em ambulâncias.

Já foram feitos testes bem-sucedidos do capacete em fases iniciais do estudo, com 45 pacientes.

A pesquisa teve os seus detalhes publicados na revista especializada Transactions on Biomedical Engineering.

Quando uma pessoa sofre um AVC, os médicos precisam de trabalhar rapidamente para conter os danos no cérebro. Se o paciente demorar mais do que quatro horas para chegar ao hospital e começar o tratamento, partes do tecido cerebral poderão morrer. Mas, para dar o melhor tratamento, os médicos primeiro precisam de descobrir se o AVC é causado pela hemorragia num vaso sanguíneo ou por um vaso sanguíneo bloqueado por um coágulo.

Uma tomografia computadorizada geralmente pode mostrar a causa, mas é preciso algum tempo para marcar um exame destes, mesmo quando o paciente é considerado um caso de urgência num hospital que tenha o equipamento necessário.

Para acelerar todo o processo, os investigadores suecos inventarem o dispositivo portátil que pode ser usado já quando o paciente está a ser levado para o hospital.

O capacete usa microondas - as mesmas emitidas por fornos de microondas e telemóveis, mas muito mais fracas - para elaborar uma imagem do que está a acontecer dentro do cérebro do paciente.

Os testes com um dos primeiros protótipos, que usou um capacete de ciclista adaptado, mostraram que o dispositivo pode distinguir de forma precisa entre hemorragias e coágulos, apesar de não conseguir fazer isto 100% do tempo.

Desde então, os cientistas construíram e testaram um capacete feito sob medida para se encaixar melhor a crânios de formas e tamanhos diferentes, e testaram o dispositivo com a ajuda de enfermeiras e pacientes num hospital local.

No futuro, pretendem encaixar o capacete numa almofada onde o paciente possa apoiar a cabeça. Por enquanto, os cientistas afirmam que o capacete precisa de passar por mais testes.

E, segundo os pesquisadores, apesar da rapidez, os médicos precisarão de usar também outros exames para diagnosticar um AVC.

“A possibilidade de descartar a hemorragia já na ambulância é um grande avanço que trará muitos benefícios no tratamento de um AVC agudo”, disse o pesquisador Mikael Persson.

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