Conservação e segurança
Os medicamentos são produtos especiais, pois requerem cuidados particulares de armazenamento, de for
Medicamentos em casa

Há algumas regras que se devem adoptar na conservação dos medicamentos em nossas casas e que o Infarmed aconselha:

- Conservar os medicamentos numa só divisão da casa, fora do alcance das crianças

Os medicamentos devem ser mantidos ao abrigo da luz, da humidade e de temperaturas elevadas. Devem evitar-se a cozinha e a casa de banho.

O Infarmed recomenda que os medicamentos devem ser guardados num local fresco e seco, como um armário, inacessível às crianças, de preferência alto e fechado à chave.

Alguns medicamentos carecem de cuidados adicionais de conservação, devendo ser guardados no frigorífico; são exemplos, a insulina, vacinas e alguns antibióticos.

- Conservar os medicamentos na sua embalagem original incluindo o folheto informativo

A embalagem dos medicamentos permite identificá-los e simultaneamente protegê-los. O folheto, que é aprovado pelo Infarmed, inclui informações importantes, nomeadamente o fim a que se destina o medicamento, as principais reacções adversas e a posologia recomendada, os quais são fundamentais para o uso racional do medicamento.

Separe os medicamentos que se destinam às crianças, de forma a diminuir a possibilidade de confusão. Dê-lhes somente os medicamentos prescritos pelo médico.

Nunca dê às crianças medicamentos para adultos, mesmo em doses reduzidas, salvo por indicação médica.

- Não guarde todos os medicamentos em casa

Os medicamentos são prescritos ou aconselhados para uma determinada indicação, durante um determinado período de tempo. Caso necessário, anote estas informações na embalagem do medicamento.

Certos medicamentos, por exemplo os antibióticos, não devem voltar a ser utilizados sem indicação médica.

Depois de finalizar o tratamento, entregue os medicamentos na sua farmácia para que estes tenham um tratamento adequado.

- Verifique sempre o prazo de validade

Nunca utilize um medicamento após terminar o prazo de validade. A indicação deste prazo consta da caixa do medicamento, bem como, da embalagem que contem o medicamento (frasco, tubo, blisters, etc.).

Há medicamentos, por exemplo gotas para os olhos ou xaropes, que têm um prazo de conservação depois de aberto (mais curto que o prazo de validade); verifique a informação que consta da caixa do medicamento e do folheto e registe a data de abertura da embalagem, para evitar esquecimentos.

Há que ter em conta que os medicamentos são dispensados para uma determinada situação clínica, durante um período de tempo limitado e de acordo com uma posologia e via de administração recomendadas.

Antes de tomar qualquer medicamento, siga o conselho do Infarmed e verifique todas as condições:

  • Se é o medicamento certo;
  • Para a pessoa certa;
  • Na quantidade certa;
  • No momento certo;
  • Na forma certa (engolir, mastigar, aplicar na pele, etc.).

Não compre medicamentos só por hábito
Ainda que apresentando os mesmos sintomas de situações anteriores, confirme sempre com um profissional de saúde, antes de comprar o medicamento habitual, se este é o mais adequado.

Podem ter ocorrido alterações ao nível do estado de saúde ou de outros tratamentos em simultâneo, por exemplo, que devem ser tidos em conta.

Quando os sintomas se repetem com frequência, o tratamento pode não ser o mais eficaz.

Em todas estas situações, não hesite em consultar o seu médico ou solicitar o aconselhamento ao seu farmacêutico.

Não dê os seus medicamentos a outras pessoas
Os medicamentos que lhe foram receitados ou aconselhados podem não ser os indicados para outros, ainda que apresentem os mesmos sintomas.

Há ainda medicamentos que não devem ser utilizados por mais do que uma pessoa por poderem transmitir outras doenças, nomeadamente, os pulverizadores nasais e bucais, gotas para os olhos, ouvidos e nariz, etc.

Não deite os medicamentos para o lixo ou para a sanita
Entregue na farmácia os medicamentos que não utilizou, cujo prazo de validade caducou ou cujo aspecto se encontre alterado, por exemplo, que mudaram de cor, de consistência ou de cheiro.

Estará, assim, a contribuir para um melhor ambiente.

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Biotoxinas marinhas
A contaminação esporádica com biotoxinas em animais que têm uma alimentação filtradora, como é o cas
Bivalves

Este fenómeno é deve-se essencialmente a microalgas do grupo dos dinoflagelados. A maior parte são planctónicas e as suas toxinas atingem o Homem directamente através dos moluscos bivalves.

Diferente portanto do fenómeno das HABs ("proliferações de algas nocivas”), como exemplo as marés vermelhas, em que devido à proliferação maciça de microalgas, há uma alteração da cor da água.

Geralmente a água do mar não apresenta coloração diferente do que é normal quando o marisco está contaminado, nem o marisco apresenta odor, cor, ou sabor diferentes do marisco não tóxico. Para além disso, a cozedura ou a congelação também não diminuem o grau de toxicidade.

Devido à reduzida mobilidade dos bivalves, a sua contaminação é um fenómeno passível de ser monitorizado através de contagem microscópica das espécies tóxicas conhecidas na água do mar concentrado, em simultâneo com testes de toxicidade a uma amostra de animais de uma dada zona. Estes dados servem por sua vez para alertar para o perigo da apanha de marisco dessa mesma zona.

O Instituto Nacional de Investigação Agrária e das Pescas – IPIMAR (INIAP/IPIMAR) é a autoridade nacional competente para a classificação e controlo das zonas de produção de bivalves, e realiza a monitorização das microalgas tóxicas e de biotoxinas marinhas em moluscos bivalves.

Os bivalves são analisados periodicamente (semanalmente a quinzenalmente) no Laboratório Nacional de Referência de Biotoxinas Marinhas para a pesquisa de toxinas causadoras de intoxicação diarreica por marisco (DSP), intoxicação paralisante por marisco (PSP) e intoxicação amnésica por marisco (ASP), em simultâneo com a contagem das microalgas tóxicas na água do mar.

Quando estas são detectadas, a amostragem é intensificada de modo a prevenir que as toxinas atinjam valores susceptíveis de causar intoxicação nos consumidores.

A rede de amostragem cobre as zonas de produção, como estuários e lagoas, e bancos permanentemente submersos do litoral costeiro. Quando são detectados níveis de biotoxinas perigosos para a saúde humana, o INIAP/IPIMAR desencadeia a "Interdição da apanha e comercialização” dos bivalves afectados junto da autoridade marítima competente – Direcção Geral de Marinha, que através da Capitania do Porto local dá imediato conhecimento da situação por edital. Procedimento idêntico é seguido quando deixa de existir perigo para a saúde, desencadeando-se o "levantamento da interdição”.

Em Portugal existem casos confirmados de intoxicação por DSP e por PSP, mas não por ASP.

A intoxicação paralisante por marisco (PSP)
A paralytic shellfish poisoning (PSP) é reconhecida de há longa data devido à sua elevada taxa de mortalidade e tem uma distribuição mundial extremamente ampla. Nas regiões temperadas as principais algas produtoras são Alexandrium spp e Gymnodinium catenatum, enquanto nas regiões tropicais Pyrodinium bahamense var. compressu.

A intoxicação do tipo PSP caracteriza-se por um quadro neurológico.

O quadro ligeiro cerca de 5 a 30 minutos após o consumo, formigueiro ou dormência nos lábios, gengivas e língua. Segue-se dormência ou formigueiro nas extremidades dos dedos das mãos e pés, e nas 4 a 6 horas seguintes verifica-se progressão das mesmas sensações para os braços, pernas e pescoço, tornando os movimentos voluntários muito difíceis, e ainda uma sensação de flutuação.

O quadro extremo caracteriza-se por fraqueza muscular e dificuldade respiratória acentuada. A morte por paralisia respiratória pode ocorre desde algumas dezenas de minutos até algumas horas. A paralisia da musculatura respiratória torácica é a causa directa de morte por asfixia.

São necessários entre 1 a 4mg de PSP para causar a morte.

Apesar de ser estudada há relativamente bastante tempo não deixa de continuar a ser uma das principais intoxicações a forçar a introdução de programas de vigilância onde antes não existiam.

As principais toxinas são a saxitoxina e toxinas análogas. Hoje em dia conhecem-se mais de uma vintena de análogos da saxitoxina. Destas há 3 subfamílias que mundialmente têm sido encontradas com grande frequência: as toxinas N-sulfocarbamoiladas apresentam baixa toxicidade, as carbamato apresentam toxicidade elevada e as descarbamoiladas toxicidade intermédia.

O perfil de toxinas encontrado nos bivalves depende da espécie de alga ingerida e das biotransformações que o próprio bivalve realiza: as toxinas N-sulfocarbamoiladas são largamente convertidas nos seus análogos mais tóxicos – as carbamato

A intoxicação amnésica por marisco (ASP)
A amnesic shellfish poisoning (ASP) foi descoberta pela primeira vez em 1987 aquando de um surto de toxinfecções causado por mexilhões oriundos da costa nordeste do Canada, em que mais de uma centena de pessoas foram afectadas e registou-se a morte de três idosos.

Desencadeia um quadro gastrointestinal nas primeiras 24 horas: náuseas e vómitos, diarreia, cólicas abdominais.

Ou dentro de 48 horas um quadro neurológico: reacção à dor aguda diminuída, vertigens, alucinações, confusão e perda de memória temporária, de onde advém o nome desta intoxicação. Em pacientes idosos surgiram ainda lesões cerebrais, coma e morte.

O composto tóxico é um aminoácido invulgar: o ácido domoico (AD), produzido por uma diatomácea marinha Pseudo-nitzschia pungens.

A descoberta de uma diatomácea envolvida na produção de biotoxinas que afectam o Homem foi uma surpresa, e continua a ser uma excepção no protagonismo ocupado pelos dinoflagelados. Um pouco por todo o mundo têm vindo a ser identificadas outras algas produtoras de AD pertencentes ao mesmo género o que significa que o risco de intoxicações humanas está bastante disseminado.

A intoxicação diarreica por marisco (DSP)
A diarrhetic shellfish poisoning (DSP), apresenta exclusivamente um quadro gastrointestinal: diarreia, vómitos, dores epigástricas, dores abdominais, fraqueza muscular, cefaleias.

A diarreia pode surgir entre 1-2 horas até às 24 horas seguintes à ingestão, e a sua frequência pode chegar às 10 a 20 vezes por dia nos casos graves. Os sintomas cessam ao fim de três dias.

A DSP em humanos é provocada pela ingestão de bivalves contaminados tais como mexilhões, conquilhas, lingueirões, berbigões, amêijoas, vieiras ou ostras, já que as toxinas DSP lipossolúveis acumulam-se no tecido gordo dos bivalves.

Em Portugal os mexilhões e as conquilhas são os bivalves que atingem as concentrações mais elevadas de toxinas e também os que retêm a DSP por mais tempo.

No entanto, outras espécies têm também estado implicadas em intoxicações humanas.

As toxinas DSP são produzidas normalmente por dinoflagelados pertencentes ao género Dinophysis spp.. No entanto o género Prorocentrum também é responsável pela produção destas toxinas.

A produção de toxinas DSP pode variar consideravelmente entre espécies de dinoflagelados e entre tipos morfológicos regionais de uma espécie. O número de células de dinoflagelados por litro de água necessário para contaminar os moluscos é também variável.

A Europa é uma das regiões mundialmente mais afectadas pelo DSP, sendo o ácido ocadaico a principal toxina implicada, seguida da DTX1 e DTX2. O Japão parece ser também uma área bastante afectada.

Ocorrem níveis mais elevados desta toxina entre a Primavera e o Outono. O número de incidências de DSP, ou pelo menos a presença de toxinas DSP, parece estar a aumentar, e as algas produtoras de toxinas são frequentemente reportadas em novas áreas.

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Saiba tudo
O produto cosmético é qualquer substância ou mistura, destinada a ser posta em contacto com as diver
Cosméticos

Quem garante a qualidade e segurança dos produtos cosméticos?
Um produto cosmético não é objecto de uma autorização de colocação no mercado, sendo a segurança do produto da inteira responsabilidade do fabricante ou do seu representante legal.

Após o início da sua comercialização, e de modo a garantir que não representam risco para a saúde do consumidor, estes produtos são controlados pela autoridade competente para os produtos cosméticos – Infarmed – sem prejuízo das atribuições e competências legalmente adstritas a outras entidades.

O que deve saber quando adquire um produto cosmético?

¬ Se a rotulagem do produto contém informação sobre o nome e endereço da empresa responsável pelo produto na União Europeia e lista de ingredientes;

¬ Se a rotulagem contém informação em língua portuguesa relativamente a volume/peso, número de lote ou outra referência do produto, função e data de durabilidade mínima, indicada através da expressão "a utilizar de preferência antes de (dia/mês/ano)” ou pelo período após abertura expresso pelo símbolo de caixa aberta, seguido de meses ou ano, bem como precauções de uso, uso exclusivo profissional ou outras advertências.

Circuito dos Produtos Cosméticos

 
Fabrico e importação de produtos cosméticos

Os produtos cosméticos podem ser fabricados em Portugal, em território de outro estado membro da União Europeia, ou importados de fabricantes sediados em países terceiros.

A importação de produtos cosméticos para colocação no mercado carece de apresentação na autoridade aduaneira, como suporte da declaração aduaneira, do documento de conformidade emitido pelo Infarmed.

Esta obrigatoriedade não é aplicável a importações de produtos cosméticos sem carácter comercial, designadamente, uso pessoal, amostras para análise laboratorial, de rotulagem, de ingredientes ou para efeitos de catálogo.

Classificação e fronteiras de produtos cosméticos
São considerados produtos fronteira aqueles cuja classificação apresenta dúvidas, pela composição, zona de aplicação, rotulagem e menções. Os produtos fronteira devem ser avaliados pela legislação mais exigente e caso a caso.

Por exemplo os produtos fronteira cosmético/medicamento devem ser avaliados pela legislação aplicável a medicamentos.

Exemplos de produtos fronteira:

¬ Produtos para desinfecção das mãos;

¬ Estimulantes de crescimento capilar;

¬ Pastilhas para manter os dentes limpos/mau hálito;

¬ Produtos de peeling.

Documentação técnica de produtos cosméticos
Existe um conjunto de documentos associados a cada cosmético, com especificações técnicas, que devem estar à disposição do Infarmed, num local designado pelo fabricante / importador e no qual devem ser registadas as informações seguintes:

¬ Identificação clara do produto;

¬ Relatório de Segurança;

¬ Processo de fabrico e boas práticas de fabrico e laboratório;

¬ Dados relativos aos ensaios em animais ou métodos alternativos; ¬ Provas dos efeitos reivindicados.

Notificação de produtos cosméticos e colocação no mercado
Os produtos cosméticos colocados no mercado devem ser notificados a cada autoridade competente da União Europeia, ou através do Portal Europeu de Notificação de Produtos Cosméticos (CPNP). A partir de 11 de julho de 2013, a notificação de produtos cosméticos será efectuada exclusivamente através do CPNP.

Até essa data, os produtos cosméticos que não estejam notificados no CPNP devem ser notificados pelos responsáveis pela colocação no mercado nacional ao Centro de Informação Anti-Venenos (CIAV) do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e ao Infarmed.

Notificação de produtos cosméticos ao CIAV e ao Infarmed
Ao CIAV devem ser dadas todas as informações adequadas e suficientes acerca das substâncias usadas nos produtos cosméticos para fins de tratamento médico rápido.

Ao Infarmed, no processo de notificação de colocação no mercado, deve ser feito prova de que o CIAV está informado, para poder agir em caso de algum incidente decorrente da utilização de algum produto cosmético.

Verificação da conformidade
As acções de verificação da conformidade dos produtos cosméticos colocados no mercado, incidem sobre a verificação dos requisitos legais e sobre recomendações:

¬ Composição do produto (conservantes, ingredientes proibidos ou com limite de concentração);

¬ Rotulagem (língua portuguesa, informação enganosa, função/apresentação, nome e endereço da pessoa responsável)

¬ Notificação ao CIAV/Infarmed ou CPNP.

Em casos de risco grave para a saúde, ou incumprimento grave, o Infarmed pode suspender, restringir ou retirar o produto cosmético do mercado nacional. Se considerar que o incumprimento não se limita ao território nacional deve acionar o Sistema de Troca Rápida de Informação (RAPEX) do Parlamento Europeu e do Conselho da Europa, de forma a que os estados membros possam agir em conformidade.

Inspecção e comprovação da qualidade
Com o objectivo de garantir a protecção da saúde pública dos consumidores de produtos cosméticos, e no âmbito das actividades de supervisão do mercado, o Infarmed realiza inspecções às entidades que se dediquem ao fabrico, distribuição, armazenagem e venda de produtos cosméticos, podendo colher amostras de cosméticos para controlo e avaliação laboratorial destes produtos, realizados no laboratório de comprovação da qualidade deste instituto, de forma a assegurar que os produtos colocados no mercado estão em cumprimento com a legislação aplicável, protegendo assim os consumidores contra alegações enganosas em relação à eficácia e outras características dos produtos cosméticos.

Cosmetovigilância
O Infarmed é responsável por monitorizar a notificação de efeitos indesejáveis e gerir os riscos relacionados com a utilização dos produtos cosméticos.

É essencial que todos os efeitos indesejáveis detectados decorrentes do uso de produtos cosméticos e de higiene corporal sejam notificados ao Infarmed para que os dados possam ser tratados e se tomem as devidas providências de modo a salvaguardar a segurança dos consumidores.

Os profissionais de saúde, fabricantes, responsáveis pela colocação no mercado e consumidores devem notificar ao Infarmed todos os efeitos indesejáveis graves, ou apesar de menos graves acontecerem num grande número de pessoas, decorrentes da utilização de produtos cosméticos e de higiene corporal. Do estudo destes dados podem resultar acções como alteração das menções na rotulagem, suspensão da comercialização ou retirada do produto do mercado.

O que fazer se ocorrer um efeito indesejável após a utilização de um produto cosmético?
No caso de experienciar um efeito indesejável, o utilizador deverá rapidamente contactar um dermatologista, médico assistente, farmacêutico ou outro profissional de saúde. O produto suspeito deverá ser conservado em seu poder, e disponibilizar ao Infarmed, através do preenchimento da ficha de notificação de efeitos indesejáveis de produtos cosméticos e de higiene corporal (disponível no site do Infarmed), informação pertinente sobre a ocorrência.

Nesta ficha deverão constar, no mínimo, os seguintes dados:

¬ Identificação do notificador;

¬ Descrição detalhada do produto suspeito de ter originado o efeito indesejável;

¬ Caracterização do utilizador (idade, sexo);

¬ Descrição do efeito indesejável.

Nestas circunstâncias poderá também contactar:

Direcção de Produtos de Saúde

Tel.: 21 798 72 64 ou Fax: 21 798 72 81

e-mail: [email protected]

Onde posso obter mais informação sobre produtos cosméticos?
Para informações mais detalhadas e esclarecimentos adicionais sobre o ciclo de vida dos produtos cosméticos, consulte a Linha do Medicamento 800 222 444, que também esclarece sobre produtos de saúde (dispositivos médicos e produtos cosméticos).

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Ordem dos Enfermeiros alerta
Portugal presta dos melhores cuidados de saúde da Europa, e porventura do mundo, mas corre o risco de regredir décadas, com as...

“Temos qualidade… E acesso aos cuidados de saúde, temos?” interroga a presidente do Conselho Directivo Regional da Secção Regional do Centro (SRC) da Ordem dos Enfermeiros (OE), Enfª Isabel Oliveira.

Comparando com a realidade europeia, e até mundial - acrescenta - “temos consciência de que efectivamente prestamos excelentes cuidados de saúde” à população portuguesa.

“Os que prestamos, claro, e aqueles a que os cidadãos têm acesso… resta saber o que fica por prestar”, ressalva.

Num editorial que assina na revista Enfermagem e o Cidadão, que a SRC hoje distribui gratuitamente aos cidadãos da Região Centro, a Enfª Isabel Oliveira lembra que efectivamente os cuidados e o acesso aos cuidados de saúde são hoje melhores do que há 30 anos atrás, mas corre-se o risco, “no presente, de retornar ao passado”.

Realça que os profissionais de saúde existem nos serviços em número cada vez menor, com exigências técnicas, científicas e burocráticas cada vez maiores e pouco ou nenhum reconhecimento do valor que desempenham para a construção e crescimento de uma sociedade saudável e produtiva.

“De que nos serve termos os melhores cuidados de saúde que a ciência e tecnologia podem oferecer à população? De que nos serve termos dos melhores profissionais de saúde do mundo, se não existem em número suficiente e se a população não tem acesso a eles…?” interroga.

A Presidente do Conselho Directivo Regional da SRC da OE cita como exemplo uma visita que recentemente realizou a um agrupamento de centros de saúde, onde constatou que cerca de 38 mil utentes não têm um enfermeiro de família; ou seja, 38 mil cidadãos sem acesso a cuidados de enfermagem.

“E porquê? Bem, a explicação é bem mais complicada do que seria expectável à primeira vista. Profissionais que se reformam e não são substituídos, dificuldades (quase impossibilidades, diria) na contratação de novos profissionais, concursos que abrem para a admissão de novos profissionais, mas que não fecham, nem andam para lado nenhum…!”, acrescenta.

Realça que “o discurso dos gestores destas unidades é inevitavelmente o mesmo: ‘Estamos dependentes de autorização da tutela. Já pedimos… já alertamos, mas não temos autorização para contratar mais’, associado à frase ‘A ordem é cortar!’ Cortar nos recursos humanos, nos materiais, na motivação, na resiliência, na esperança…”.

A Enfª Isabel Oliveira questiona: “teremos que começar também a cortar na Saúde dos Portugueses…?”.

O nº 38 da revista Enfermagem e o Cidadão, distribuída gratuitamente na Região Centro numa tiragem de 14 mil exemplares, inclui uma reportagem sobre o impacto de um serviço de enfermagem único no país que o IPO de Coimbra oferece para aliviar a dor oncológica – massagens e outras terapias não farmacológicas.

A importância para os cidadãos de a Ordem dos Enfermeiros certificar e regular a formação e prática de terapias complementares por parte dos seus profissionais, e os riscos para a saúde das tatuagens e piercings são outros artigos incluídos na publicação.

Nela podem ainda encontrar-se entrevistas ao enfermeiro João Oliveira, atleta de triatlo, e à enfermeira Tânia Cameira na dupla função de cuidadora de cidadãos, na profissão que escolheu e na presidência da Junta de Freguesia de Marmeleiro, concelho da Guarda.

Enfermagem e o Cidadão divulga também o projecto de uma jovem enfermeira, Diana Pires, de colocar em 2017 no mercado uma inovadora banheira insuflável para a higiene de cidadãos acamados, em casa, nos lares e hospitais.

Hepatite C
Desde Janeiro, altura em que o novo medicamento para hepatite C teve autorização de venda, o Infarmed recebeu 11 pedidos de...

Na semana passada, a associação SOS Hepatites disse ter conhecimento de 100 situações em que os doentes estão à espera da medicação e o bastonário da Ordem dos Médicos denunciou que os hospitais estariam a bloquear os pedidos dos clínicos para uma autorização excepcional do regulador - passo obrigatório quando se trata de medicação sem comparticipação. Os dados fornecidos sugerem que as indicações dadas aos doentes não correspondem aos pedidos que estão a ser feitos pelas unidades.

Enquanto o medicamento não é comparticipado, os hospitais têm de o pagar sem terem orçamento específico para tal. Além disso, sujeitam-se aos preços em vigor. No passado, estas contingências foram motivo para não avançar com pedidos antes da comparticipação. Aconteceu com a medicação para a paramiloidose, cuja negociação de um preço no SNS levou um ano.

Segundo dados tornados públicos, cada tratamento com o novo medicamento para a hepatite C, que promete taxas de cura de 90%, custa actualmente 48 mil euros. O Infarmed adiantou que passaram 72 dos 90 dias úteis previstos por lei para a conclusão do processo de comparticipação, não antecipando assim um prazo de conclusão. "A aprovação final depende da apresentação pela empresa de preços comportáveis pelo nosso SNS", afirmou. Em Maio, o regulador português desafiou congéneres de Espanha, França, Itália, Grécia e Irlanda para acordar novas estratégias de negociação de preços nesta área, onde se espera nova medicação no futuro próximo. No seguimento desse trabalho, França anunciou que vai apresentar uma moção conjunta ao Conselho de Emprego, Política Social, Saúde e Consumidores para que seja definida uma estratégia conjunta para obter da indústria farmacêutica "propostas de preços considerados razoáveis e que não ponham em risco a sustentabilidade dos sistemas de saúde", informou o Infarmed.

Na passada quarta-feira, as polémicas em torno da dispensa de medicação a doentes crónicos estiveram em debate no parlamento. Foi discutida uma petição movida pela Associação Todos contra a Esclerose Múltipla, que pede o fim das constantes alterações de terapêutica aos doentes. Também o BE apresentou um projecto de resolução para que seja garantida medicação de forma atempada e adequada nas áreas em que tem havido mais queixas, como esclerose e VIH, mas também hepatite. 

Ordem dos Médicos cria
A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos criou um espaço de livre opinião para que os médicos da Região possam...

Poucas semanas depois da polémica entre Ministério da Saúde e Ordem dos Médicos a propósito das limitações que estariam a ser desenhadas à exposição pública de questões da saúde, a secção regional cria um endereço electrónico para recolher toda a informação veiculada pelos profissionais.

“Através do e-mail [email protected], a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) pretende recolher e centralizar todas as informações referentes a hospitais e centros de saúde que possam reflectir um défice de qualidade dos serviços”.

Os médicos reagiram, em Maio, a uma eventual proibição de os profissionais falarem sobre questões internas das unidades. 

Centro Hospitalar de São João
A administração do Centro Hospitalar de São João, no Porto, anunciou, ontem, que todos os dirigentes intermédios daquela...

Em comunicado enviado à redação do JN, o Conselho de Administração do Centro Hospitalar de São João (CHSJ) adianta que "os responsáveis pelas oito unidades intermédias de gestão do Centro Hospitalar de São João e os 58 directores de Serviços clínicos e não clínicos decidiram presentar o seu pedido de demissão", em reunião efetuada ontem de manhã.

O Conselho de Administração manifesta-se "solidário com as lideranças intermédias" do CHSJ, tendo "reportado esta situação à tutela" e esclarece as razões aduzidas pelos dirigentes para apresentarem a demissão.

Segundo a administração, a demissão conjunta justifica-se com o facto de "a qualidade na prestação de cuidados de saúde à população estar em risco", com "a desvalorização do Centro Hospitalar de São João e da sua missão no contexto da região e do país" e com "a impossibilidade da implementação do desenvolvimento estratégico do Centro Hospitalar de São João".

É ainda apontado como motivo para a saída em bloco o "impedimento da ação gestionária do Conselho de Administração e das estruturas intermédias de gestão do Centro Hospitalar, por via da centralização administrativa, no que concerne a políticas de recursos humanos, investimentos, manutenção estrutural, infraestrutural e de equipamentos e compras, que afectará gravemente a prossecução da sua missão e a actividade assistencial, apesar de, reiteradamente, o Centro Hospitalar de São João apresentar resultados económico-financeiros positivos e resultados clínicos e assistenciais ao nível dos melhores da Península Ibérica".

Entretanto, o PS pediu já explicações ao Governo sobre as alegadas demissões.

"A notícia da demissão em bloco de todo o conselho de administração do hospital de São João no Porto e dos 31 directores de serviço é uma má notícia para o Serviço Nacional de Saúde, mais uma, e um grande constrangimento para o país em geral e para o norte em particular", declarou o vice-presidente da bancada socialista José Junqueiro, que falava aos jornalistas no parlamento.

PCP diz
O PCP/Porto afirmou que a demissão "em bloco" dos dirigentes intermédios do Hospital de São João só surpreende quem...

"A reorganização hospitalar prevista em portaria, recentemente publicada, feita contra os pareceres dos interessados, sem suporte técnico sustentável e contra os interesses das populações, é uma imagem de marca de um ministério e de um governo que só se preocupam com os números, a cortar naqueles que mais têm sofrido, e não levam em consideração os prejuízos que causam", refere o PCP, em comunicado.

Segundo os comunistas, a realidade vivida no Hospital São João e, em geral, no Serviço Nacional de Saúde (SNS), tem como traços dominantes a "degradação" da qualidade dos serviços prestados devido, essencialmente, à falta de materiais.

"Os profissionais de saúde são atingidos nos seus direitos de forma violenta, os hospitais não são contemplados com as verbas indispensáveis ao seu funcionamento e é privilegiada a discricionariedade", lê-se na nota.

O actual Governo está a destruir "progressivamente" o SNS, entende este partido. 

Conselho de Ministros aprova
Os refugiados e requerentes de asilo vão passar a estar isentos de taxas moderadoras, segundo uma alteração ontem aprovada em...

Segundo o comunicado do Conselho de Ministros, as alterações aprovadas vão ao encontro de recomendações do Provedor de Justiça.

Fonte oficial do Ministério da Saúde esclareceu que passam a estar isentos de taxas moderadoras os requerentes de asilo, refugiados e a correspondente família directa.

As alterações ao regime de taxas moderadoras vêm ainda isentar todas as crianças e jovens institucionalizadas ou em processo de promoção e proteção a correr nas comissões de protecção de crianças ou no tribunal.

Actualmente, já todas as crianças até aos 12 anos estão isentas do pagamento de taxas moderadoras no acesso ao Serviço Nacional de Saúde.

Contudo, esta alteração vem possibilitar que fiquem isentas as crianças e jovens institucionalizadas até aos 18 anos de idade, de acordo com a mesma fonte ministerial.

O Governo aprovou ainda uma explicitação ao regime de dispensa de pagamento dos doentes do foro oncológico, que já estão isentos de taxas moderadoras no âmbito do tratamento e seguimento da sua doença.

Isto porque, desde que o novo regime foi criado, houve unidades de saúde que continuaram a cobrar taxas moderadoras aos doentes oncológicos, apesar de o Ministério da saúde ter emitido vários esclarecimentos sobre o assunto.

Desta forma, é republicada a dispensa de pagamento relativa a estes doentes, de forma a clarificar a situação, segundo fonte oficial do Ministério da Saúde.

Fica também dispensado o pagamento de taxas moderadoras em consultas, sessões de dia ou atos complementares no âmbito de doentes infectados pelo VIH/sida, diabéticos, tratamentos da dor crónica, saúde mental ou doenças neurológicas degenerativas.

Nos hospitais
Mais de sete em cada 10 portugueses (75%) consideram provável sofrer algum incidente adverso nos cuidados de saúde, no que...

Portugal surge mesmo como o país onde a ideia de que é provável sofrer algum tipo de incidente adverso nos cuidados de saúde - como uma infecção hospitalar, um erro na medicação ou no tratamento - mais aumentou em relação aos resultados de 2009, estando apenas atrás do Chipre e da Grécia.

Apesar dos receios de danos causados em contexto hospitalar, os portugueses estão entre os que experienciam menos incidentes adversos.

Na resposta ao inquérito, que decorreu entre Novembro e Dezembro de 2013, 14% dos portugueses inquiridos admitiram já ter tido algum problema, pessoalmente ou na família, quando a média europeia foi de 27%.

A análise europeia estima que 8% a 12% dos doentes admitidos em hospitais da União Europeia sofram algum tipo de complicação inesperada, resultando 25% dos incidentes adversos de infecções hospitalares. Só estas afectarão 4,1 milhões de europeus, provocando 37 mil mortes por ano, dados que não estão especificados por país.

Os resultados do Eurobarómetro, que repetiu um questionário realizado em 2009, mostram que os portugueses estão mais confiantes na qualidade dos cuidados de saúde prestados no país do que há quatro anos mas apenas cinco em cada dez considera que, no geral, a qualidade é boa - a média europeia é de 71%.

Mas em paralelo com o aumento da satisfação, parece ter aumentado o pessimismo, embora Portugal surja no panorama europeu como o quarto em que os inquiridos experienciaram menos incidentes adversos. Na Suécia, na Dinamarca e na Holanda a percentagem de inquiridos que disseram ter tido problemas ronda os 50%, quase quatro vezes mais.

Embora aparentemente ocorram menos vezes, o país surge depois como um daqueles em que as situações são menos reportadas pelos lesados. Só 20% dos portugueses que passaram por uma situação destas fizeram o seu reporte a algum tipo de instituição, quando na Europa quase cinco em cada dez o faz.

Conselho de Ministros
O Governo aprovou ontem a criação da figura do enfermeiro de família nos centros de saúde, uma medida há muito reclamada pela...

O Conselho de Ministros aprovou os princípios e o enquadramento da actividade do enfermeiro de família no âmbito das unidades funcionais de prestação de cuidados de saúde primários, nomeadamente Unidades de Saúde Familiar e Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados.

O desenvolvimento desta nova atividade vai obedecer a um plano de acção, mediante experiências piloto a desenvolver em cada Administração Regional de Saúde, a partir do segundo semestre de 2014.

Cabe à Direcção-Geral da Saúde (DGS), em colaboração com a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), “elaborar a metodologia de trabalho do enfermeiro de família e as áreas de competência e de partilha que permitam assegurar a integração e continuidade dos cuidados ao indivíduo e família no âmbito da equipa multiprofissional”, afirma o comunicado do Conselho de Ministros.

Estudo
Investigadores norte-americanos descobriram um mecanismo no tecido da pele que responde aos raios ultravioletas com a produção...

Os fãs da praia que trabalham afincadamente "para o bronze" podem afinal ter um motivo muito mais profundo, e até agora insuspeito, para o fazer: serão viciados em sol, como outros em heroína, em álcool ou em tabaco. A conclusão é de investigadores do Massachusetts General Hospital, nos Estados Unidos, que hoje publicam na revista Cell os resultados de um estudo em ratinhos.

A equipa, coordenada por David Fisher, põe a descoberto o mecanismo através do qual a exposição crónica à luz solar e aos seus raios ultravioletas - os que estimulam a produção da melanina que bronzeia a pele - pode tornar-se uma dependência para muitas pessoas. Isso explicaria também, segundo os autores, por que os adoradores do Sol, mesmo conhecedores e conscientes dos riscos que os seus excessos implicam - o cancro de pele - persistem em torrar na praia durante horas, incluindo as mais perigosas. 

Em todos os hospitais do país
O Governo quer reforçar os cuidados paliativos nos hospitais, mesmo antes de concretizar a regulamentação da nova lei de bases,...

O secretário de Estado Adjunto do ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, garante que não vão esperar até essa altura e que vão ser dadas orientações para tornar obrigatória a existência de equipas especializadas em prestar cuidados paliativos em todos os hospitais do país, já que nesta altura isso não acontece.

O Executivo quer também mais camas de internamento para este tipo de doentes e pretende reforçar as equipas de apoio domiciliário, que dão apoio em casa a doentes à beira da morte.

Mulher canadiana
Stacy Yepes, uma canadiana de 49 anos, está provavelmente viva graças a uma selfie. Em vez de uma fotografia, a mulher fez um...

Já não era a primeira vez que a mulher se queixava do rosto paralisado e que as palavras lhe saíam entarameladas, mas, nas urgências do hospital diagnosticaram-lhe um episódio de stress.

Então, dois dias depois, sentiu os mesmos sintomas enquanto conduzia, parou o carro, e fez um vídeo dela própria para mostrar aos médicos.

“Os sintomas voltaram”, disse Stacy Yepes para a câmara do telemóvel, e acrescentou que “ao sorrir, a boca se desviava para a esquerda”, tal como o simples gesto de levantar a mão era-lhe difícil.

Levou o vídeo a um hospital de Toronto e, pela visualização, chegou o diagnóstico: estava a ter pequenos acidentes vasculares cerebrais.

O vídeo pode mesmo ter-lhe salvo a vida e evitado uma crise maior.

Stacy Yepes, em entrevista à CBC News, mostrou-se relativamente bem e aliviada por finalmente estar a ser tratada para o seu problema: “Eu sabia que não se tratava de mero stress”.

 

Os médicos elogiaram-lhe a “criatividade” por se lembrar de fazer um vídeo, mas deixam um alerta à população. Se sentir alguns destes sintomas, não faça um vídeo e ligue imediatamente para o número de emergência. 

Estudo
Pesquisadores norte-americanos da Universidade do Alabama anunciaram, ontem, ter descoberto como um tipo de células espalhadas...

Num artigo ontem publicado na revista Nature Commnunication, a equipa de investigadores da Universidade do Alabama em Birmingham mostra como os gliomas, um tumor das células gliais, aquelas que protegem, nutrem e dão suporte aos neurónios, conseguem interromper as conexões neuronais normais e apoderar-se do controlo dos vasos sanguíneos.

Uma marca característica dos gliomas é que as células podem migrar de um tumor central e invadir o tecido saudável do cérebro, e mesmo se uma massa de tumor for removida cirurgicamente, as células malignas que migraram são deixadas para trás podendo causar o surgimento de um novo tumor.

Citado pela Nature, o neurocientista Harald Sontheimer explicou que à medida que avançam os gliomas deslocam os astrócitos, que são células neurológicas em forma de estrela que se encontram no cérebro e que desempenham um papel crítico na regulação do fluxo sanguíneo no cérebro.

De acordo com Harald Sontheimer, a chegada de uma célula de glioma muda tudo isso, pois “as células de glioma que viajam ao longo dos vasos sanguíneos, literalmente, cortam a ligação entre os astrócitos e os vasos e empurra-os para fora do caminho”.

E, prosseguiu Harald Sontheimer, “ao interromper esta ligação neural importante, os efeitos cognitivos adversos podem ser esperados”. “Além disso, o estudo mostrou que gliomas então assumir o controlo dos vasos sanguíneos para os seus próprios fins. E esses fins são principalmente para obter os nutrientes do sangue, para que possam continuar a crescer e se espalhar.”

A equipa de Sontheimer afirma que as células de glioma tendem a reunir-se nas junções dos vasos sanguíneos, quase como se fossem acampar ao lado de um córrego onde se junta um rio.

“Descobrimos que, quando os gliomas afastam os astrócitos, ocorrem danos à integridade das células endoteliais que formam a barreira hematoencefálica (estrutura membrânica que actua principalmente para proteger o sistema nervoso central)”, disse o pesquisador e um dos coautores do estudo, Stefanie Robel.

Segundo o investigador, este processo pode tornar “a barreira enfraquecida e aí começa um vazamento através da barreira que pode causar graves danos ao tecido cerebral”.

Aliás, “esse vazamento parece ser uma consequência de as células de glioma migrarem ao longo dos vasos sanguíneos em sua busca de nutrientes”, secundou Stacey Watkins, que também participou na pesquisa da Universidade do Alabama em Birmingham.

Investigação conclui
Os homens pensam em sexo, em média, 19 vezes por dia. Muito menos do que davam conta alguns estudos que apontavam para um...

Agora, uma investigação da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, utilizou um método inovador para contabilizar esses pensamentos e concluiu que tanto os homens como as mulheres pensam menos em sexo do que se considerava antes. As mulheres têm pensamentos sexuais apenas 10 vezes por dia.

Terri Fisher e a sua equipa, distribuíram uns dispositivos a 283 estudantes universitários e pediram-lhes para os activarem de cada vez que lhes ocorresse um pensamento sexual. Mas pediram também que registassem os pensamentos relativos a comida ou ao sono.

Os investigadores concluíram que os homens pensam em sexo mais vezes que as mulheres, mas também pensam mais em comida ou em dormir. A equipa de Terri Fisher considera que esta diferença se pode ficar a dever a uma tendência que os homens têm em considerar um sentimento vago como um pensamento estruturado.

De acordo com a BBC, os investigadores verificaram ainda uma grande variação do número de pensamentos: enquanto alguns dos estudantes activaram o dispositivo relativamente ao pensamento em sexo apenas uma vez por dia, outros registaram 388 cliques. 

Especialista defende
Uma especialista da Organização Muncial de Saúde defendeu ontem que a aposta na formação especializada de profissionais e o...

Cristina Lasmarías Martínez, enfermeira e consultora do Observatório QUALY do Centro Colaborador da Organização Mundial de Saúde para Programas Públicos de Cuidados Paliativos, está em Lisboa para participar 2º Encontro Interdisciplinar de Cuidados Paliativos, que se realiza hoje, e visitou ontem a Unidade de Saúde Familiar de Fernão Ferro, no Seixal, e a Unidade de Saúde Maria José Nigueira Pinto, em Cascais.

No final das duas visitas, a enfermeira espanhola mostrou-se "muito bem impressionada" com os cuidados prestados nos locais e lamentou que não houvesse mais unidades no país.

"Cumprem os requisitos que são importantes para dar qualidade e atenção aos pacientes e também às famílias, todos os detalhes relacionados com a atenção directa, controlo de sintomas, apoio e conforto. O ideal era que pudesse haver mais centros como estes no resto do país", sustentou.

No entanto, Cristina Martínez considerou que, para melhorar a rede de cuidados paliativos, é fundamental oferecer a atenção que o paciente deseja receber.

"A formação é uma das ferramentas principais para oferecer bons cuidados paliativos. As pessoas têm que estar formadas e conseguir explorar o que o paciente quer e precisa, saber se a pessoa quer estar em casa ou num outro sítio e se a família é capaz de oferecer atenção no domicílio", afirmou.

A especialista frisou que, na generalidade, as pessoas preferem morrer em casa, mas também há quem não o queira e, por isso, reforçou, "é necessário que os profissionais estejam formados para poder explorar os desejos do doente e poder dar resposta".

Cristina Martínez adiantou que em Espanha a rede de cuidados paliativos está muito bem desenvolvida, mas sublinhou que essa formação deve estar presente em qualquer especialidade, sendo a enfermagem a área que mais peso tem na área das respostas.

Ana Antunes, do Conselho Directivo da Secção Regional Sul da Ordem dos Enfermeiros, disse que há a intenção de tornar obrigatório, nas licenciaturas em enfermagem, formação básica em paliativos.

"Em 100 pessoas, 80 precisam de atenções paliativas e, por isso, há uma necessidade de aumentar as equipas intrahospitalares e de suporte comunitário", sustentou.

Sobre a falta de vagas em hospitais nas unidades de cuidados paliativos, Ana Antunes referiu que "mais do que criar camas de internamento, o mais importante seria capacitar os cuidadores e formar profissionais que trabalham junto de pessoas ao domicílio".

"Se as pessoas preferem morrer em casa não vale a pena andarmos a investir dinheiro dos contribuintes. Claro que é necessário, porque há doentes sem condições para estar em casa e famílias com exaustação, mas a aposta tem de ser sobretudo na formação dos profissionais que acompanham as pessoas em casa para que a grande maioria que prefere morrer em casa possa morrer com dignidade", concluiu.

A Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros vai promover hoje, no Auditório Lispólis, Fórum do Polo Tecnológico de Lisboa, o 2.º Encontro Interdisciplinar de Cuidados Paliativos - "Detalhes em Cuidados Paliativos".

A iniciativa pretende "promover um momento de discussão e debate multidisciplinar entre profissionais de saúde com intervenção no âmbito dos cuidados paliativos e ainda promover a visibilidade das actividades desenvolvidas pelos colegas em contexto de cuidados paliativos". 

Especialista defende
O hepatologista Armando Carvalho, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, defendeu ontem em Coimbra uma negociação...

A Comunidade Europeia "deveria constituir-se como uma força negocial com as farmacêuticas", disse o clínico do Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), considerando que, ao ser criado "um parceiro mais alargado", poder-se-ia "negociar preços muito mais baixos" e garantir "que todos os cidadãos tenham o mesmo nível de acesso" aos tratamentos.

A 12 de Junho, o Infarmed anunciou estar a negociar com a indústria farmacêutica um preço adequado para o novo medicamento contra a hepatite C que permita a sustentabilidade do sistema de saúde e o acesso generalizado dos doentes.

Face aos elevados custos dos medicamentos contra a hepatite C, Armando Carvalho sublinhou que "o médico deve prescrever o medicamento que seja a melhor opção para o doente, independentemente do custo desse mesmo medicamento", referindo que "quem deve limitar o acesso a recursos não deve ser o médico".

O Governo "tem de assumir o que pode dar e o que não pode dar e não pretender que seja o médico a dizer que não dá porque é caro", sustentou o hepatologista, frisando a necessidade de "se criar um plano nacional, que faça uma estimativa de doentes, que determine o tratamento mais adequado e uma verba atribuída".

O especialista apontou para o caso do plano em torno da SIDA, "que conta com mais de 200 milhões de euros", realçando a necessidade de se criar um plano semelhante para a hepatite C que apenas precisaria "de 30 ou 50 milhões de euros".

Armando Carvalho destacou que os novos tratamentos garantem "que cerca de 90% dos doentes ficam curados".

Os doentes que receberiam esse tratamento "nunca mais precisariam de cuidados de saúde motivados pela hepatite C", disse.

"Apesar de um investimento elevado, paga-se no longo prazo", concluiu o médico, que falava à margem do Fórum "Vamos Curar a Hepatite C em 2014", que decorreu durante a tarde de ontem no Hotel Tryp, em Coimbra.

A SOS Hepatites denunciou neste mês que mais de cem doentes graves aguardam pela aprovação da utilização do novo medicamento contra a hepatite C, uma espera que lhes pode valer a vida e que já classificam como um "genocídio de colarinho branco".

A SOS Hepatites considerou tratar-se de um "legítimo direito de acesso à saúde" que está a ser negado aos doentes, com a justificação do elevado preço deste novo fármaco - Sofosbuvir -, que tem uma taxa de cura superior a 90% e é o único eficaz para todos os genótipos da infecção e que pode ser usado pré e pós transplante.

Segundo o Infarmed, o que está a acontecer em Portugal é que a análise relativa ao valor terapêutico acrescentado e ao custo-efectividade está concluída, faltando para a sua aprovação final que a indústria farmacêutica "proponha um preço adequado que não ponha em risco a sustentabilidade do SNS (Serviço Nacional de Saúde)".

O Infarmed afirma que a primeira proposta de preço do medicamento foi de 48 mil euros por tratamento, pelo que com mais de metade dos doentes a necessitarem do dobro do tempo de terapêutica, tal representaria 96 mil euros por tratamento.

Rias Formosa e de Aveiro
Investigadores portugueses detectaram, pela primeira vez, uma neurotoxina associada à doença neurodegenerativa Esclerose...

A neurotoxina (toxina que ataca o sistema nervoso) em causa, a BMAA, foi identificada "em níveis significativos" em berbigão e mexilhão, mas os cientistas desconhecem, ainda, o real impacto na saúde humana, para serem tomadas medidas cautelares.

Na prática, frisou um dos investigadores, Pedro Reis Costa, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, será importante continuar o estudo para "avaliar o risco de consumo de bivalves contaminados com BMAA".

Segundo Pedro Reis Costa, que se tem dedicado à investigação da transferência de biotoxinas na cadeia alimentar marinha, "não há, para já, estudos suficientes que possam indicar o nível de BMAA que afecta o desenvolvimento da Esclerose Lateral Amiotrófica, isto apesar de haver vários estudos que comprovam a neurotoxicidade de BMAA tanto em vivo como 'in vitro'".

A neurotoxina BMAA, agora detectada em Portugal, já tinha sido identificada, nomeadamente, na Suécia, em França, nos Estados Unidos e na África do Sul, precisou.

Um vez encontrada a presença da BMAA em bivalves da Ria Formosa e da Ria de Aveiro, a equipa do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, em colaboração com o Departamento de Botânica da Universidade de Estocolmo, quer saber em que alturas do ano isso ocorre mais, quais as espécies de microalgas que as produzem, bem como "a dinâmica de acumulação e eliminação"  da neurotoxina "nos moluscos bivalves".

Neurotoxinas como a BMAA são, como explicou Pedro Reis Costa, "toxinas que têm como alvo o sistema nervoso, impedem que os neurónios comuniquem entre si de forma eficaz".

No caso da BMAA, está associada à Esclerose Lateral Amiotrófica, cuja "maioria dos pacientes morre no prazo de três anos quando deixa de poder respirar ou engolir", adiantou.

Regra geral, a BMAA é detetada em ambientes de água doce onde abundam cianobactérias, espécie de microalgas.

Em períodos de maior abundância de células de microalgas, bivalves como berbigão, mexilhão, amêijoa e ostra, "que se alimentam filtrando a água", podem acumular nos seus tecidos os compostos tóxicos por elas produzidos, tornando-se nocivos para quem os consumir.

Ao contrário de outras biotoxinas, compostos tóxicos derivados de microalgas e acumulados em bivalves, a neurotoxina BMAA não está regulamentada na legislação nacional e comunitária.

Cabe ao Instituto Português do Mar e da Atmosfera assegurar a monitorização das biotoxinas marinhas e, caso se justifique, proibir a apanha de bivalves para consumo.

As conclusões do estudo, na qual participaram Pedro Reis Costa e outros investigadores portugueses, mas também suecos, foram publicadas na revista Aquatic Toxicology.

Centro de saúde de Macedo de Cavaleiros
Um médico do centro de saúde de Macedo de Cavaleiros e do hospital de Vila Real vai ficar em prisão preventiva.

Os restantes três arguidos, detidos por suspeita de fraude, um médico, um farmacêutico e um delegado de informação médica, vão aguardar julgamento em liberdade com apresentações periódicas às autoridades.

No caso da farmacêutica e do médico do centro de saúde de Carrazeda de Ansiães, o juíz ordenou ainda que ficam suspensos de funções.

Páginas