A dose recomendada é de 2 miligramas (mg) de solução de aflibercept para injecção no olho, equivalente a 50 microlitros. O tratamento com aflibercept solução injectável é iniciado com uma injecção por mês durante cinco doses consecutivas, seguido de uma injecção no olho a cada dois meses, sem qualquer requisito de monitorização entre as injecções. Após os primeiros 12 meses de tratamento, o intervalo de tratamento pode ser prolongado com base em resultados visuais e anatómicos.
“O diagnóstico precoce do edema macular diabético é fundamental”, referiu Joerg Moeller, membro do Comité Executivo da Bayer HealthCare e Responsável pelo Departamento de Desenvolvimento e Investigação Global. “Se o edema macular diabético não for tratado de forma rigorosa, existe um elevado risco de conduzir à cegueira. Sem tratamento, cerca de metade dos doentes perdem mais de duas linhas de visão nos dois anos após o diagnóstico, o que pode afectar a sua capacidade de realizar actividades diárias importantes, como trabalhar e conduzir”.
“Os resultados de dois estudos de fase III foram muito animadores com a maioria dos doentes a apresentarem ganhos significativos de duas linhas de visão com aflibercept”, disse o professor Jean-François Korobelnik, Investigador Principal do estudo VIVID-DME e Director do Departamento de Oftalmologia do Centro Hospitalar e Universitário de Bordéus, França.
Sobre o Programa de Investigação e Desenvolvimento de Fase III do aflibercept no EMD
O programa de desenvolvimento de fase III do aflibercept no EMD consiste em três ensaios clínicos em dupla ocultação: VIVID-DME, VISTA-DME e VIVID-EAST-DME, e um ensaio clínico de segurança aberto (sem ocultação) numa população japonesa (VIVID-Japão).
Os três estudos em dupla ocultação têm três braços de tratamento, em que os doentes são aleatorizados para receber aflibercept solução para injecção 2 mg mensal, aflibercept solução para injecção 2 mg a cada dois meses (após 5 injecções mensais iniciais) ou tratamento com o comparador, fotocoagulação laser. O endpoint primário destes três estudos é a variação média da melhor acuidade visual corrigida (MAVC) desde a avaliação inicial, à semana 52, avaliada pela escala visual standardizada Early Treatment Diabetic Retinopaty Scale (ETDRS). Os estudos VIVID-DME, VISTA-DME e VIVID-EAST-DME estão ainda a decorrer.
A submissão foi baseada nos resultados positivos dos estudos de fase III VIVID-DME e VISTA-DME que demonstraram que a administração intravítrea da solução de aflibercept 2 mg a cada dois meses (após 5 injecções mensais iniciais) permitiu atingir e manter ganhos de acuidade visual em relação ao tratamento com fotocoagulação laser.
No estudo VIVID-DME, após a semana 52, os doentes em tratamento com solução para injecção de aflibercept 2 mg a cada dois meses (após 5 injecções mensais iniciais) apresentaram um ganho médio da Melhor Acuidade Visual Corrigida (MAVC) de +10,7 letras (p <0,0001), equivalente a um ganho superior a 2 linhas de visão (ETDRS). Os doentes em tratamento com fotocoagulação laser apresentaram uma variação média da MAVC de +0,2 letras. Adicionalmente, trinta e um por cento (31,1%) dos doentes em tratamento com solução para injecção de aflibercept 2 mg a cada dois meses (após 5 injecções mensais iniciais) apresentaram ganhos iguais ou superiores a 15 letras desde a avaliação inicial, em comparação com cerca de oito por cento (7,8%) (p <0,0001) no grupo tratado com laser.
Outros endpoints secundários nos estudos VIVID-DME e VISTA-DME incluíram a variação na espessura central da retina desde a avaliação inicial, escala de gravidade de Retinopatia Diabética (Diabetic Retinopathy Severity Scale) e na qualidade de vida relacionada com a visão.
Nos dois estudos, a solução para injecção de aflibercept foi geralmente bem tolerada, com uma incidência global de eventos adversos (EAs), EAs graves oculares e EAs graves não oculares, semelhante entre os grupos de tratamento e grupo controlo (laser). Os eventos tromboembólicos arteriais definidos pela colaboração Anti-Platelet Trialists' Collaboration (AVC não-fatal, enfarte do miocárdio não-fatal e morte vascular) também ocorreram em taxas similares entre os grupos de tratamento e no grupo de controlo com laser. Os efeitos adversos oculares emergentes do tratamento (TEAEs) mais frequentes nos estudos VIVID-DME e VISTA-DME incluíram hemorragia conjuntival, dor ocular e flocos vítreos. Os TEAEs não oculares mais frequentes incluíram hipertensão arterial e nasofaringite, que ocorreram com frequência similar nos grupos de tratamento e no grupo controlo (laser).
Os resultados do segundo ano do estudo VISTA-DME mostram que a melhoria na acuidade visual foi mantida no intervalo de tratamento prolongado com injecções a cada dois meses.
Aflibercept, solução para injecção no olho, foi aprovado sob o nome comercial EYLEA® em muitos países para o tratamento de doentes com degenerescência macular da idade neovascular (DMI exsudativa) e para o tratamento da perda de visão devida ao edema macular secundário à oclusão da veia central da retina (OVCR). Foram realizadas submissões às autoridades regulamentares do Japão, Ásia-Pacífico, América Latina e EUA para o tratamento do edema macular diabético. No Japão, o EYLEA foi também submetido à aprovação da autoridade regulamentar para o tratamento da neovascularização coroideia secundária à miopia patológica (mCNV). Adicionalmente foi também realizada uma submissão às autoridades reguladoras da Europa e EUA para o tratamento da perda de visão devido a edema macular secundário à oclusão de ramo da veia central da retina.
A Bayer HealthCare e a Regeneron estão a colaborar no desenvolvimento global do VEGF Trap-Eye. A Regeneron detém os direitos de comercialização exclusivos nos EUA e a Bayer HealthCare detém os direitos de comercialização exclusivos fora dos Estados Unidos.
Sobre o edema macular diabético (EMD)
O edema macular diabético é uma complicação comum da Retinopatia Diabética, uma doença que afecta os vasos sanguíneos da retina. O EMD ocorre quando se verifica extravasamento de fluido para o centro da mácula, a parte da retina fotossensível e responsável pela visão central e de detalhe. A presença de líquido na mácula pode causar perda significativa de visão ou cegueira.
Nos países desenvolvidos, o edema macular diabético é a causa mais frequente de cegueira em adultos jovens e de meia-idade. A população tratável para o EMD a nível global é estimada em cerca de 6,2 milhões de pessoas. A incidência de diabetes tem vindo a aumentar e prevê-se que até sete por cento de todos os doentes com diabetes venham a desenvolver EMD.
Sobre o Factor de Crescimento do Endotélio Vascular e Aflibercept
O Factor de Crescimento do Endotélio Vascular (VEGF) é uma proteína que existe naturalmente no corpo humano. O seu papel fisiológico num organismo saudável é, desencadear a formação de novos vasos sanguíneos (angiogénese) que suportam o crescimento dos tecidos e órgãos do corpo humano. Está também associado ao crescimento anormal de vasos sanguíneos no olho, os quais apresentam uma maior permeabilidade, que conduz ao edema.
O aflibercept, solução para injecção, é uma proteína de fusão recombinante, que consiste em fracções dos domínios extra celulares dos receptores 1 e 2 do VEGF humano combinadas com a fracção Fc da IgG1 humana e formulada como uma solução isosmótica para administração por via intravítrea. O aflibercept actua como um receptor decoy solúvel que se liga ao VEGF-A e ao Factor de Crescimento Placentário (Placental Growth Factor – PlGF), inibindo a activação e a ligação destes aos receptores endógenos do VEGF.