Em Almodôvar
A bactéria legionella, que é conhecida por provocar a doença do legionário, foi localizada num reservatório de distribuição de...

Na sequência de análises efectuadas pela empresa Águas Públicas do Alentejo (APA), entidade responsável pelo abastecimento de água em alta, ao concelho de Almodôvar, foi confirmada a “presença de uma bactéria no reservatório da distribuição”, escreve o jornal Público na sua edição digital.

Confrontada com esta situação anómala, o município informou a população do concelho, através de edital publicado na sexta-feira, que tinha sido detectada a legionella, sem explicar qual a espécie referenciada das 24 que são conhecidas.

Nesta segunda-feira à tarde, a autarquia realizou na câmara municipal uma reunião pública, com a presença de um responsável da APA e da Autoridade Regional de Saúde, para esclarecer a população quanto aos cuidados a tomar para “evitar ou minorar” os riscos associados à inalação de partículas de água durante o banho com chuveiro, rega por aspersão, lavagem de automóveis, etc.

O município esclareceu as pessoas presentes que seria necessário proceder “semanalmente” à purga de toda a rede da residência e equipamentos, por exemplo (termoacumuladores, esquentadores, etc.) com a abertura de todas as válvulas e torneiras, “pelo período de 10 minutos”, para garantir a circulação da água e evitar a sua estagnação.

Os munícipes vão ter “rejeitar” a primeira água dos chuveiros, por um período “não inferior a dois minutos”, sempre que haja utilização e, mensalmente, terão de tratar os chuveiros em solução clorada “por um período não inferior a 24 horas”, advertiu a autarquia.

Entretanto, a APA já está a executar trabalhos de higienização e desinfecção dos reservatórios do Sistema de Abastecimento de Água de Almodôvar.

O Bloco de Esquerda (BE) acusa o executivo camarário “de leviandade” no tratamento da questão relacionada com a presença da bactéria e das suas implicações na segurança dos cidadãos, exigindo que seja explicado às pessoas quais os sintomas que a legionella provoca e quais as consequências na saúde individual. Ficou também por esclarecer, “desde quando a bactéria se encontra na rede pública”.

O teor do edital “remete para os utilizadores um conjunto de acções (rejeições de água) a tomar para evitar o contágio” e sem esclarecer se as medidas estão a ser tomadas por parte dos serviços camarários. Também não há informação alguma “sobre quem tomará a seu cargo os custos da utilização conforme preconizada nos procedimentos descritos” adiantou Filipe Santos, dirigente local do Bloco, frisando que os esclarecimentos sobre as consequências da presença da bactéria na rede pública de abastecimento “não chegaram a todos os munícipes”.

A exposição à bactéria legionella pode provocar uma infecção respiratória, conhecida por doença dos legionários. Transmite-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada, de dimensões tão pequenas que veiculam a bactéria para os pulmões, possibilitando a sua deposição nos alvéolos pulmonares. A legionella pneumophila, reconhecida como a mais patogénica, é uma das 24 espécies conhecidas.

A doença atinge em especial adultos, entre os 40 e 70 anos de idade, com maior incidência nos homens, um pormenor que particularmente relevante num concelho onde a população é maioritariamente idosa.

 

Reflexão pública
A Direcção-Geral da Saúde quando recebeu a missão de propor o planeamento e programação da política para a qualidade no sistema...

Este ano decidiu, passados os primeiros anos de implementação daquela Estratégia e uma vez entrados na fase da sua consolidação, organizar uma Conferência subordinada ao tema do reconhecimento da qualidade no Serviço Nacional de Saúde, tema este que assume particular relevância no actual contexto em que vivemos.

A qualidade, apesar de subjectiva, pode e deve ser objectivada através de padrões definidos, de forma a poder ser reconhecida.

Um serviço acreditado permite que lhe seja reconhecido mérito. Por outro lado, auditar e acreditar periodicamente os serviços prestadores de cuidados de saúde, contribui para aumentar a sua eficiência, reduzindo os custos da não qualidade e aumentando a adesão a uma cultura interna de melhoria contínua da qualidade.

Foi por esta razão que a Estratégia Nacional para a Qualidade na Saúde determinou que o Ministério da Saúde optasse por um programa nacional de acreditação em saúde baseado num modelo de acreditação adaptável às características do Serviço Nacional de Saúde e financeiramente sustentável.

A certificação da qualidade da prestação dos cuidados de saúde primários, hospitalares, continuados e paliativos, permite que o Ministério da Saúde cumpra a obrigação de pugnar pela qualidade dos seus serviços e de a verificar continuadamente.

A última Conferência sobre o Reconhecimento da Qualidade no Serviço Nacional de Saúde, contou com 670 participantes (Setembro, 2014). A Conferência, que contou com discurso inaugural proferido pelo Ministro da Saúde, teve intervenções do Presidente do Instituto Português da Qualidade, entidade coordenadora do Sistema Português da Qualidade, de representante da Comissão Europeia, que explicou o modelo das redes europeias de referência e os critérios para a sua aprovação e do Director da Agência da Qualidade Sanitária de Andaluzia, que explicou o contexto que levou o Governo Autónomo de Andaluzia a criar o seu próprio modelo de acreditação de unidades de saúde. Contou, ainda, com intervenções do Coordenador do Plano Nacional de Saúde 2012-2016, da Coordenadora do Programa Nacional de Acreditação em Saúde e de dirigentes de serviços hospitalares, de cuidados de saúde primários e dos serviços clínicos do Grupo TAP, que viveram a experiência da melhoria da qualidade com o programa de acreditação do Ministério da Saúde.

Com grande interesse dos participantes, ao longo de todo o dia, perante as intervenções, houve espaço para debate, ao final da manhã e da tarde, entre os conferencistas e os participantes.

 

Nota complementar

Até à presente data:

Foram acreditadas pelo Programa de Acreditação do Ministério da Saúde que tem a designação de @Qcredita:

  • 9 Unidades de Saúde Familiar
  • 7 Unidades/Serviços hospitalares
  • INEM

Total: 17

 

Encontram-se com Processo de Acreditação em curso (@Qcredita):

  • 22 Unidades de Saúde Familiar
  • 13 Unidades/Serviços hospitalares
  • 1 Unidade de Cuidados Continuados Integrados
  • Serviços Clínicos da TAP
  • Associação Portuguesa dos Diabéticos de Portugal

Total: 38

 

Vão iniciar Processo de Acreditação no último trimestre de 2014 (@Qcredita)

  • 12 Unidades de Saúde Familiar
  • 9 Unidades/Serviços hospitalares

Total: 21

 

Encontram-se em negociação para iniciar Processo de Acreditação (@Qcredita)

  • 13 Unidades de Saúde Familiar
  • 8 Unidades/Serviços hospitalares

Total: 21

 

Outros Modelos de Acreditação:

  • 5 Hospitais Acreditados pela JCI
  • 9 Hospitais Acreditados pelo CHKS

Total: 14

 

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Especialistas em Psiquiatria e em Saúde Infantil, além de educadores, psicólogos e enfermeiros, vão estar reunidos no encontro ...

Encontro do projecto “+ Contigo”, promovido pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e pela Administração Regional de Saúde do Centro, traz a Coimbra especialistas em Psiquiatria e em Saúde Infantil, além de educadores, psicólogos e enfermeiros. Estudantes do 3º ciclo do Ensino Básico vão apresentar música rap inspirada no projecto

O alargamento, ao território nacional, do projecto de prevenção de comportamentos suicidários em meio escolar “+ Contigo”, que a partir da região centro do país já se estendeu à Lourinhã, Algarve e Açores (Ilha do Pico), é um dos temas em destaque num encontro que se realiza, amanhã (dia 1 de Outubro), na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC).

O III Encontro “+ Contigo”, para partilha de resultados do projecto no ano lectivo de 2013-2014, tem início às 9h30, na Sala de Reuniões da ESEnfC - Polo B, em S. Martinho do Bispo. A abrir a iniciativa, os psiquiatras Daniel Sampaio (Centro Hospitalar Lisboa Norte) e Diogo Guerreiro (Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa) vão falar-nos, justamente, sobre prevenção do suicídio nas escolas.

Pelas 12h30, decorrerá a sessão de boas-vindas, com a presença da vice-presidente da ESEnfC, Aida Cruz Mendes, do presidente do Conselho Directivo da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, José Manuel Tereso, do director do Programa Nacional de Saúde Mental e coordenador do Plano Nacional de Prevenção do Suicídio, Álvaro de Carvalho, e do coordenador do "+ Contigo", o professor da ESEnfC, José Carlos Santos.

Finda a sessão de boas-vindas, será apresentada uma música rap alusiva ao “+ Contigo”, criação de um grupo de estudantes do 3º ciclo do Ensino Básico que integra o projecto.

Da responsabilidade da ESEnfC e da ARS do Centro, o “+ Contigo” trabalha aspectos como o estigma em saúde mental, o auto conceito e a capacidade de resolução de problemas, devidamente enquadrados na fase da adolescência. A população-alvo deste programa é constituída por alunos do 3º ciclo do Ensino Básico e do Ensino Secundário.

O “+ Contigo” mereceu o apoio da Direcção-Geral da Saúde, que o inseriu no conjunto de medidas do Plano Nacional de Prevenção do Suicídio.

Além da Direcção-Geral da Saúde, são parceiros “+ Contigo” a Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares - Direção de Serviços da Região Centro, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Centro Hospitalar Baixo Vouga, o Centro Hospitalar Lisboa Norte, o Núcleo de Estudos do Suicídio (do Hospital de Santa Maria, em Lisboa), o Centro Hospitalar Leiria-Pombal, o Centro Hospitalar Tondela-Viseu e o Município da Lourinhã.

 

Estudo em 14 escolas públicas da área da Grande Lisboa
Cerca de 7% dos adolescentes, a maioria raparigas, já se auto lesaram, comportamentos “secretos” não detectados pelos serviços...

Somando os jovens com comportamentos auto lesivos com aqueles que apresentam pensamentos de auto lesão, o estudo concluiu que para 13,5% dos adolescentes da amostra estes comportamentos “são ou poderão ser um potencial risco de saúde”.

O estudo “Comportamentos auto lesivos em adolescentes - Características epidemiológicas e análise de factores psicopatológicos, temperamento afectivo e estratégias de coping” decorreu entre 2010 e 2013 e envolveu 1.713 adolescentes, com idades entre os 12 e os 20 anos, a maioria (56%) do sexo feminino.

A investigação visou identificar a prevalência deste problema e caracterizar de “forma pormenorizada” estes comportamentos e os jovens que os realizam.

O estudo revela que 7,3% dos adolescentes já tinham apresentado, pelo menos, um episódio de auto lesão, sendo que destes, 46% já tinham realizado este comportamento mais vezes. Cerca de 6% da amostra relatou pensamentos de auto lesão (sem o comportamento associado), sendo estes também mais frequentes nas raparigas.

A probabilidade de comportamentos auto lesivos é “significativamente maior nas raparigas, naqueles que vivem noutro sistema familiar que não o nuclear e naqueles com maior insucesso escolar”.

Em declarações à Lusa, o psiquiatra Daniel Sampaio, orientador do estudo, considerou estes números preocupantes, advertindo que “é preciso estar atento” a esta situação.

Estes comportamentos dos jovens se cortarem, queimarem, ingerirem uma substância numa dose excessiva “significam sofrimento na adolescência”, disse o psiquiatra.

“São um sinal de alarme para uma adolescência que não está a correr bem”, adiantou Daniel Sampaio.

A grande maioria dos jovens negou ter falado com alguém ou ter pedido ajuda, permanecendo estes comportamentos "secretos" e não detectados pelos serviços de saúde ou escolares, refere o estudo. Só 19% dos jovens admitiu ter feito algum pedido de ajuda e apenas 13% recorreu ao hospital após a auto lesão, tal acontecendo sobretudo em casos de sobredosagens. Questionados sobre se durante qualquer episódio de auto lesão pensaram “decididamente em morrer”, 42% afirmaram que sim.

Os jovens que relatavam auto lesão apresentavam maior sintomatologia depressiva e ansiosa, assim como maiores taxas de consumo de álcool, de embriaguez, de consumo de tabaco e de utilização de drogas ilegais e maior número de acontecimentos de vida negativos.

Daniel Sampaio sublinhou que os pais, a escola e sociedade devem estar atento a este problema, mas realçou o papel importante dos colegas na detecção destes casos.

“Normalmente é mais fácil que eles confidenciem os problemas a um colega ou a um amigo do que aos pais ou ao professor”, justificou, defendendo a realização de um trabalho nas escolas para alertar para o problema.

“Já se fala alguma coisa [no problema], já temos estudos sobre isso, já temos professores mais habilitados a falar no assunto, já temos alguns psicólogos nas escolas atentos mas é preciso fazer muito mais”, defendeu.

Dados internacionais revelam que cerca de 10% dos adolescentes já terão tido pelo menos um episódio de auto lesão ao longo da sua vida.

 

Estudo revela
Administrar antibióticos às crianças com menos de dois anos aumenta o risco de obesidade infantil, mais agravado nos casos em...

“Na medida em que a obesidade resulta de múltiplas causas, reduzir a prevalência depende da identificação e controlo de todos os factores de risco”, explicou Charles Bailey, do hospital pediátrico de Fiadélfia (Pensilvânia), principal autor da investigação publicada no Journal of the Medical American Association (JAMA).

Os investigadores estudaram os dossiês médicos de mais de 64 mil crianças, desde a nascença até aos cinco anos, entre 2001 e 2013, e descobriram que 69% das crianças tinham tomado antibióticos duas ou três vezes antes dos dois anos.

A taxa de prevalência de obesidade nas crianças era de 10% aos dois anos, 14% aos três anos e 15% aos quatro anos, enquanto o excesso de peso era de 23% aos dois anos, 30% aos três anos e 33% aos quatro anos.

Os cientistas determinaram que as crianças tratadas com antibióticos quatro, ou mais, vezes antes dos dois anos corriam um risco ainda maior de obesidade.

 

Acções de sensibilização
Cerca de 50 estudantes de medicina participaram na edição deste ano no “Med on Tour”, que durante quatro dias percorreu escolas...

O projecto anual da Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM), em colaboração com as associações portuguesa de medicina, visa promover hábitos saudáveis e proporcionar aos futuros médicos um contacto directo com as populações.

Várias equipas percorreram na semana passada alguns dos locais do barrocal algarvio onde vivem idosos isolados e realizaram testes de despiste de diabetes e medições da tensão arterial, informando também sobre cuidados básicos de saúde e de segurança no interior das habitações.

De acordo com Duarte Sequeira, um dos coordenadores do “Med on Tour”, o projecto visa atingir todas as faixas etárias, desde os mais pequenos, “para tirar o medo da bata branca, a educação sexual para os adolescentes, terminando nos idosos, com a sensibilização para um envelhecimento saudável”.

“Centramos também a nossa acção no projecto Aldeia Feliz, que no fundo é um porta-a-porta em aldeias mais remotas, onde a população tem menos acesso aos cuidados de saúde”, frisou Duarte Sequeira.

Na opinião do coordenador, este projecto, além de ser benéfico para as populações, é importante para os estudantes de medicina, “porque os voluntários levam ideias e a vontade de implementar coisas na comunidade e depois a experiência de como fazer”.

“Em termos de profissionalismo médico, é uma dinâmica que tem sido cada vez mais tratada, porque fortalece o contacto e estimula os estudantes a ter mais calma e a saber falar com as pessoas”, sublinhou.

Victória de Matos, uma das estudantes de medicina que integram o projecto Aldeia Feliz, disse que “este contacto porta-porta é o que está a faltar, porque na prática clínica os médicos acabam por ter menos tempo para ouvir o doente”, na rotina habitual.

“Se temos um doente que tem de cumprir uma determinada terapêutica e se o médico não tem tempo adicional para explicar, pode levar ao incumprimento da medicação por parte do doente”, destacou.

Victória de Matos acrescentou que em Albufeira, ao contrário de determinadas zonas do país, encontrou poucos idosos com dificuldades nos acessos aos cuidados de saúde, mas, ainda assim, “as visitas resultaram na sensibilização e informação sobre determinados cuidados a ter”.

“Contudo, esta situação de acesso aos cuidados de saúde também é preocupante, porque as pessoas não entendem a importância dos rastreios e da atenção para a sua própria saúde”, sublinhou.

Os idosos que receberam a visita dos estudantes de medicina consideram a iniciativa positiva e importante para alertar para alguns problemas que desconheciam.

“Gostei do trabalho que fizeram. São muito simpáticos. Fiquei esclarecida e ao mesmo tempo avisaram-me para eu me tratar”, disse Maria Lucrécia Casimiro, moradora na zona de Paderne, em Albufeira, após terem sido detectados valores elevados de glicémia.

Maria Lucrécia acrescentou ser uma pessoa que costuma ir ao médico com frequência, contando com a presença quase permanente de familiares.

“Não sou uma pessoa que se sinta só. Tenho dois filhos, netos e noras adoráveis que me visitam quase diariamente. Já todos pudessem falar assim”, concluiu.

No próximo ano será escolhida uma outra região do país para as acções de sensibilizar da população.

Dia Nacional do Cancro Digestivo
O cancro do pâncreas é um dos tumores malignos (cancros) mais letais, constituindo a quinta causa ma

À semelhança de outras doenças, o cancro do pâncreas é, frequentemente, uma doença silenciosa. Isto porque, quando os primeiros sintomas surgem, a doença já está, frequentemente, numa fase avançada. Também à semelhança de tantas outras doenças, a obesidade, uma dieta rica em gorduras sobretudo de origem animal, o tabaco, a diabetes mellitus não hereditária e a pancreatite crónica são factores de risco para o seu desenvolvimento. A incidência (número de novos casos por ano) deste tumor tem vindo a aumentar.

Segundo Manuela Machado, oncologista do IPO Porto, “tal facto poderá estar relacionado com esses factores de risco”, sublinhando que, “apesar de não haver nenhum método de prevenção do cancro do pâncreas, podemos inferir que hábitos de vida saudáveis como a evicção de consumo de tabaco e de bebidas alcoólicas em excesso, uma dieta equilibrada com ingestão reduzida de gorduras, privilegiando a ingestão de frutas e vegetais e a prática de exercício físico poderão reduzir o risco do aparecimento da doença”.

No pâncreas podem ocorrer tumores benignos ou malignos. O cancro (ou carcinoma) do pâncreas ocorre quando se formam células malignas no pâncreas. Os tumores malignos do pâncreas podem ser endócrinos ou exócrinos; 95% dos tumores malignos do pâncreas ocorrem no pâncreas exócrinos e, destes 95% são do tipo celular “adenocarcinoma”. Quando se fala em cancro do pâncreas, falamos do adenocarcinoma do pâncreas.

 

 

A doença, habitualmente, progride rapidamente e é bastante agressiva. Embora seja responsável apenas por 3% dos novos casos de cancro diagnosticados mundialmente, e representa, actualmente, a 4ª causa de morte por cancro no mundo. A sua incidência varia entre 1 a 10 casos/100.000 habitantes, sendo ligeiramente superior nos países desenvolvidos.

Actualmente, em Portugal, estimam-se que surjam 1225 novos casos por ano. Em 2008 a incidência e a mortalidade em ambos os sexos foi de 5,36 e de 6,8 por 100 mil habitantes, respectivamente. Já a sobrevivência global aos 5 anos, para todos os estadios é, actualmente, de 6%.

“Cerca de 5 a 10% dos cancros do pâncreas estão associados a síndrome hereditários, nomeadamente: síndrome de pancreatite crónica, cancro colorectal não polipoíde hereditário, síndrome hereditário atípico do melanoma mole múltiplo, cancro da mama e ovário hereditários, síndrome de Peutz Jeghers, ataxia telangiectasia, síndrome de lynch e cancro do pâncreas familiar”, explica a oncologista, sublinhando que esta última entidade - o cancro do pâncreas familiar - define-se como uma predisposição hereditária.

Manuela Machado disse ao Atlas da Saúde que “o cancro do pâncreas pode ocorrer em ambos os sexos e em todas as etnias, havendo, no entanto, um ligeiro predomínio no sexo masculino e na raça negra (versus a caucasiana). Esta é ainda uma doença cujo risco aumenta com a idade, sendo rara antes dos 40 anos de idade. A idade mediana ao diagnóstico é de 71 anos”.

Devido a este tipo de cancro ser, normalmente, assintomático durante muito tempo, o diagnóstico é feito, muitas vezes, tardiamente. Para além das manifestações clínicas, há análises de sangue, por exemplo, o doseamento dos marcadores tumorais (ca19,9 e cea), que podem ajudar no diagnóstico da doença. No entanto, a confirmação do diagnóstico implica a realização de vários exames, nomeadamente, “TAC abdominal com fase arterial e venosa, ressonância magnética, colangiopancreatografia retrógada endoscópica (técnica que utiliza simultaneamente a endoscopia digestiva e a imagem fluoroscópica) com biopsia se possível”.

Principais sintomas

O cancro do pâncreas é habitualmente uma doença silenciosa. Os sintomas surgem numa fase avançada da doença e variam com a localização do tumor, sendo que os mais frequentes são:

  • Perda de peso;
  • Icterícia (pele e olhos amarelos) - muitas vezes associada a esteatorreia (presença excessiva de gordura nas fezes) e colúria (urina escura), mais frequente nos tumores cefálicos, ocorrendo em apenas 10% dos tumores do corpo e cauda;
  • Dor na região superior do abdómen e/ou lombar, mais frequente nos tumores do corpo e cauda;
  • Náuseas, vómitos e anorexia (perda de apetite)
  • Diabetes, que em 10% dos doentes é um dos sintomas ao diagnóstico.

 

Os doentes com doença metastática apresentam, por vezes, sintomas relacionados com a localização das lesões metastáticas, sendo que os locais mais frequentes de metastização à distância são o fígado, o peritoneu e o pulmão.

Procedimentos terapêuticos

No cancro do pâncreas é fundamental uma abordagem multidisciplinar, em que participam a cirurgia, oncologia médica, a radioncologia, a imagiologia e, por vezes a radiologia de intervenção. “Sabemos que o único tratamento curativo é a cirurgia”, diz Manuela Machado, esclarecendo que, ao diagnóstico, apenas 10 a 20% dos doentes são candidatos ao tratamento cirúrgico. Isto porque a maioria dos doentes (60%) tem doença metastizada (cancro do pâncreas e metástases em outros órgãos) ou doença localmente avançada (doença apenas no pâncreas, mas que não é possível remover totalmente com a cirurgia; 20%).

De acordo com a oncologista, “a decisão de qual o esquema terapêutico a realizar deve ser muito bem ponderada, tendo em conta as características do doente e até com as suas expectativas em relação ao tratamento. Não podemos nunca esquecer que a terapêutica de cada doente deve ser individualizada e ajustada aos objectivos do próprio doente”, salienta.

Apesar dos cortes que têm sido aplicados ao Sistema Nacional de Saúde, e da afamada crise económico-financeira que o país atravessa, Manuela Machado refere que “os tratamentos aprovados para o cancro do pâncreas e comercializados em Portugal estão disponíveis para toda a população”. No caso de terapêuticas ainda não aprovadas pelo Infarmed, o tratamento para cancro do pâncreas também pode ser obtido através de Autorização de Utilização Excepcional (AUE). Este é o procedimento existente em Portugal”.

Na minha opinião, diz a especialista, “os profissionais de saúde trabalham todos os dias para que os seus doentes consigam aceder facilmente aos cuidados de saúde necessários, mesmo em fases económico-financeiras difíceis como a que vivemos actualmente”.

Como tal, a oncologista defende que a inclusão de doentes em ensaios clínicos é uma opção que deve, sempre que possível, ser equacionada e realizada em qualquer fase da doença. Actualmente decorrem vários estudos/ensaios clínicos com fármacos novos, ou com associações novas de fármacos, em que vários hospitais portugueses estão a participar e dos quais se aguardam resultados.

Por último, no que concerne ao tratamento, a especialista considera fundamental não esquecer o tratamento de suporte. Ou seja, não basta tratar a doença, devem ser tratados os sinais e sintomas. “Esta prática deve ser um contínuo em todos os doentes oncológicos, assumindo particular relevância no cancro do pâncreas uma vez que um elevado número de doentes se apresenta, em alguma fase da sua doença bastante sintomático”, alerta Manuela Machado. Assim, o tratamento de suporte deve iniciar-se no diagnóstico e continuar por toda a vida do doente.

Manuela Machado mostra-se esperançada nos avanços científicos e considera que “a investigação de novas terapêuticas para o cancro do pâncreas é uma realidade e, representa uma esperança para os doentes e para os médicos. Estou certa que com o desenvolvimento de mais ensaios clínicos e novas terapêuticas, será possível melhorar as respostas à doença ao longo do tempo”.

Dados e factos…

  • Surgem cerca de 280.000 novos casos de cancro do pâncreas no mundo por ano.
  • Só na Europa, estima-se sensivelmente 70.000 novos casos todos os anos.
  • Em Portugal, estima-se que surjam 1225 novos casos por ano, dos quais 693 em estadio IV no momento do diagnóstico.
  • 99% das pessoas com cancro do pâncreas morrem da doença.
  • A taxa de sobrevivência mediana aos cinco anos do cancro do pâncreas é de 5%. Esta taxa desce para 1,6% em doentes com cancro do pâncreas metastático.
  • Doentes com cancro do pâncreas inoperável ou com metástases têm uma sobrevivência média de apenas 3 a 6 meses.
  • O cancro do pâncreas é a segunda neoplasia maligna mais frequente do tubo digestivo, após o cancro do cólon.
  • O cancro do pâncreas compreende, aproximadamente, 3% de todos os cancros e é responsável por 5% da mortalidade específica por cancro
  • O cancro do pâncreas é um dos mais letais tipos de cancro, sendo a quarta causa de morte por cancro no mundo.
  • De acordo com o Observatório Europeu do Cancro, em 2012, 78.654 pessoas foram diagnosticadas com cancro do pâncreas na União Europeia e 77.940 morreram no mesmo ano.
  • Dados do GLOBOCAN 2012 mostram que, em 2012, apenas cerca de 2% dos doentes diagnosticados com cancro do pâncreas no mundo sobreviveram após um ano. Numa incidência de 337.872 casos de cancro do pâncreas foi verificada uma mortalidade de 330.372
  • Em Portugal, estima-se que surjam 1.225 novos casos por ano, dos quais 693 em estadio IV no momento do diagnóstico
  • Em 60% dos casos o diagnóstico é feito numa fase tardia e avançada da doença
  • Doentes com doença inoperável ou com metastizada têm uma sobrevivência mediana de apenas 3 a 6 meses
  • O cancro do pâncreas é a quarta principal causa de morte por cancro nos Estados Unidos, depois do cancro do pulmão, do cólon e da mama. De acordo com a Sociedade Americana de Cancro, por ano são diagnosticadas cerca de 44.030 novos casos de cancro do pâncreas e cerca de 37.660 desses doentes morrem devido à doença.
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Opte por hábitos saudáveis
Alimentar-se de forma saudável é opção de cada um.
Família à mesa na hora da refeição

Ter uma alimentação saudável não significa que se tenha que comer comida sem qualquer tipo de sabor ou sem atratividade visual. Comer de uma forma saudável significa conseguir ingerir todo o tipo de nutrientes de uma forma equilibrada.

A roda dos alimentos demonstra-nos a constituição de cada um dos grupos alimentares (com propriedades nutricionais equivalentes), assim como as porções diárias que devemos ingerir de cada um desses grupos, sendo esta uma roda ajustada às necessidades da população portuguesa. Antes da Roda dos Alimentos existia a Pirâmide dos Alimentos, sendo que a sua estrutura foi alterada para que o cidadão não pense que existe algum grupo alimentar com maior importância na alimentação saudável. Todos os alimentos têm a sua função e sua importância!

Ao começar o dia

Para uma alimentação saudável existem algumas “regras” que devem ser seguidas, sendo elas:

  • Iniciar o dia com um pequeno-almoço completo, variado e equilibrado;
  • Adotar a água como bebida preferida, ingerindo pelo menos 1,5l de água por dia;
  • Fazer pelo menos 5 refeições por dia, evitando estar sem comer mais do que 3 horas e meia;
  • Cozinhar a vapor, grelhar, assar ou estufar sem refogar;
  • Reduzir o sal, dando preferência ao tempero com ervas aromáticas ou especiarias;
  • Usar azeite para temperar e para cozinhar;
  • Começar as refeições principais com sopa de legumes e hortaliça;
  • Incluir na refeição principal produtos hortícolas crus ou cozinhados em grande quantidade;
  • Preferir ingerir cereais integrais;
  • Moderar a ingestão de proteínas, dando preferência às carnes brancas ao peixe e ao ovo;
  • Consumir 2 a 3 peças de fruta por dia, inteiras, em sumos ou saladas;

Opções saudáveis em tempo de crise

Quando se fala em não comer de forma saudável, dada a crise financeira em que nos instalámos, podemos ter em conta que:

  • o peixe congelado em alto mar tem muito boas caraterísticas nutricionais e é mais barato que o peixe fresco;
  • podemos optar por legumes e frutas da época, que são mais baratos do que os que se encontram fora de época;
  • a carne por inteiro é mais económica do que à peça, podendo depois partir-se em casa e congelar para consumir mais tarde;
  • a água é mais barata do que qualquer outro tipo de bebida;
  • as marcas brancas dos hipermercados compensam financeiramente relativamente a outras marcas;
  • as ervas aromáticas podem plantar-se num vaso e ter em casa sempre que for necessário para temperos, diminuindo assim o consumo de sal.

Temos inserido no nosso meio uma dieta bastante saudável, sendo ela a Dieta Mediterrânica. Esta dieta consiste no consumo preferencial de azeite, grãos inteiros em pão e cereais (por substituição das massas), peixe e marisco, muito pouco consumo de carne vermelha, queijo (com pouco consumo de leite), grandes quantidades de vegetais, legumes e frutos secos e vinho tinto em quantidades moderadas. Este tipo de alimentação traduz-se por uma alimentação rica em fibras e antioxidantes e pobre em gorduras saturadas, o que se traduz numa menor incidência de doenças cardiovasculares e de determinados cancros.

No fast food há opções saudáveis

A corrida do dia-a-dia pode, em muitos casos, transformar-se na “desculpa” para se comer de uma forma descontrolada, mas, apesar de barato, o fast food não compensa nutricionalmente. No entanto as cadeias de fast food também têm opções saudáveis que devem ser tidas em conta na hora de escolher o que vamos comer. Como tal, podemos:

  • pedir pão, de hambúrguer ou sanduíche, integral com cereais;
  • escolher hambúrgueres, ou recheios, de carnes brancas e grelhadas;
  • evitar as batatas fritas e optar por arroz, se possível integral;
  • consumir água ou sumo de fruta natural em vez dos refrigerantes ou bebidas alcoólicas;
  • optar por uma refeição principal de salada completa com vegetais e legumes e alguns ingredientes como frango desfiado, croutons e tempero com azeite e vinagre (ficando uma salada mais saborosa e balanceada).

Tendo em conta todos estes conselhos… a alimentação saudável é uma questão de opção e consciencialização!

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O que é a Massagem Infantil segundo a Associação Internacional de Massagem Infantil (IAIM)?
A Massagem Infantil é uma prática ancestral com raízes na Ásia, onde se revela a importância física e espiritual atribuída ao toque por algumas culturas desta região. O toque através da massagem é percecionado como sendo vital para o desenvolvimento harmonioso das crianças e benéfico na relação pais-filhos. Foi popularizada na Europa e nos E.U.A. pelo médico francês Frédéric Leboyer (“Shantalla” – massagem indiana) e divulgada de um modo mais sistemático por Vimala McClure. Vimala, a primeira a organizar um programa profissional. A sua teoria, currículo e objetivo são únicos, tendo sido minuciosamente desenvolvidos e aperfeiçoados através de investigação e experiência prática (McCLURE, 2008).

No início dos anos 70, Vimala trabalhou num orfanato indiano onde desenvolveu os primeiros programas de formação para instrutores de massagens e em 1986 fundou a International Association of Infant Massage (IAIM - Associação Internacional de Massagem Infantil), iniciando assim um programa com pais e bebés utilizando a prática antiga da massagem infantil (Masssagem Indiana, Massagem Sueca, Reflexologia e Yoga) (McCLURE, 2008).

Qual é o objetivo da IAIM?  
A IAIM tem como objetivo supremo a promoção do toque nutritivo e da comunicação através da formação, educação e investigação, para que os pais, educadores e crianças sejam amados, valorizados e respeitados pela comunidade mundial. É também uma forma de promover os afetos, o toque e a vinculação entre a criança e as figuras parentais. Esta, tem vindo a ser representada em diferentes países e a formar cada vez mais instrutores qualificados, estando espalhada por mais de 40 Países. Em Portugal foi formalizado o núcleo português em Abril de 2003, com o nome de Associação Portuguesa de Massagem Infantil (APMI).

Quais os benefícios?
Vários estudos demonstram que a prática sistemática da massagem promove o desenvolvimento da criança nas diversas dimensões, trazendo vários benefícios para a sua saúde e bem-estar. Os quatro principais grupos de benefícios, originalmente definidos pela fundadora Vimala McClure, são: estimulação, alívio, interação e relaxamento. Os estudos revelam que existem diversos benefícios, quer a nível psicossocial como a nível fisiológico, para as crianças e para os pais.

Qual o papel do Enfermeiro como Instrutor de Massagem Infantil?
O papel do Instrutor Certificado de Massagem Infantil é facilitar e ajudar a melhorar a relação entre a criança-pais, tal como promover as competências parentais. A Massagem infantil é um meio ideal, para promover o toque e os afetos, essencial ao desenvolvimento e crescimento saudável da criança. Os profissionais de saúde que prestam cuidados a crianças/famílias podem recorrer à Massagem Infantil como uma ferramenta para ajudar - as crianças, os pais e as famílias - nas comunidades onde trabalham.

O curso ministrado por um enfermeiro/instrutor revela-se muito vantajoso, uma vez que permite uma abordagem mais abrangente, facilitando o esclarecimento de qualquer tipo de dúvida dos pais. Permite também trabalhar temáticas relacionadas com o papel parental, cuidados ao bebé, transição para atividade laboral, relacionamento do casal e prevenção/sinalização precoce da depressão pós-parto. Assim, os cursos de massagem infantil não se centram exclusivamente no ensino da técnica de massagem, mas também no treino de competências parentais, debate sobre temas diversos, constituindo um espaço privilegiado de partilha de experiências e de esclarecimento de dúvidas características do novo ciclo vital.

Como podem os pais ter acesso ao Curso de Massagem Infantil?
O Curso de Massagem Infantil destinados a pais tem como objetivos principais promover a vinculação entre pais/bebé através do toque e dos afetos. Atualmente já existem vários Instrutores Certificados distribuídos pelo país, a trabalhar no privado ou inseridos em Unidades Funcionais dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACeS) (sendo que nestas unidades os cursos são gratuitos). Para aceder a estes cursos poderão procurar junto do ACeS a que pertencem, questionando se existe disponível esta atividade ou em centros/clínicas privadas que trabalhem na área materno-infantil.

Dr. Ashley Montagu escreveu: “Os seres humanos não podem sobreviver sem toque, é uma necessidade básica de comportamento.” Sem toque, o bebé humano certamente morreria. Com o toque saudável, o bebé humano não só sobrevive, como também desenvolve (BRAZELTOn e CRAMER, 1998).


Foto: Grupo de curso realizado em 2010.

Andreia Magina
Enfermeira Especialista em Saúde Mental e Psiquiátrica
Instrutora de Massagem Infantil certificada pela IAIM
Unidade de Cuidados na Comunidade de Oliveira de Azeméis, ACES EDV II – Aveiro Norte

Referências Bibliográficas

  • McCLURE, Vimala S. (2000). Infant Massage: Handbook for loving Parents. New York: Bantam Books.
  • BRAZELTON, T.; CRAMER, B. (1998). A relação mais precoce. Lisboa: Terramar. Capítulo14. Aspectos essenciais da interacção precoce. Pág. 136-137.
  • McCLURE, Vimala S. (2008). Manual for Infant Massage Instructors. Associação Internacional de Massagem Infantil (IAIM).
  • http://www.iaim.org.uk
  • http://www.apmi.org.pt

Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Decorrem negociações com o Governo
O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, padre Lino Maia, disse hoje que estas entidades estão...

“Temos muitas IPSS [instituições particulares de solidariedade social] por todo o país que, muitas vezes, têm um médico, têm enfermeiros, têm pessoas habilitadas para prestar cuidados primários”, disse Lino Maia, em Fátima, à margem do encontro nacional “As IPSS e a Saúde – Perspectivas para o século XXI”.

O responsável afirmou que foram disponibilizados estes “recursos humanos e logísticos para que haja um maior e um melhor atendimento, particularmente às zonas mais deprimidas”, considerando que, “onde não há resposta pública”, estas instituições podem dá-la.

Segundo o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), com esta proposta, apresentada ao Governo, mas que carece ainda de resposta, “todos lucrariam”.

“As instituições, porque tinham apoio para os seus recursos humanos, o Estado pouparia porque não precisava de ter recursos humanos em toda a parte e a comunidade lucraria porque tinha respostas de proximidade e não tinha que fazer grandes deslocações, muitas vezes sem meios”, considerou.

Questionado sobre se há custos muito elevados com esta proposta, o responsável negou.

“É uma espécie de complementaridade, porque as instituições, em meios deprimidos, têm um lar, têm já um médico, têm enfermeiros. Portanto, era só disponibilizar algumas horas para o serviço à comunidade e ser apoiado por essas horas”, adiantou, explicando que esta proposta integra um protocolo que está a ser negociado com vários ministérios e o sector solidário.

O responsável esclareceu que neste protocolo e no âmbito da saúde está ainda em análise a transferência dos hospitais, os cuidados continuados e os casos de pessoas que são abandonadas em hospitais para as quais as IPSS vão procurar respostas.

Aos jornalistas, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, reconheceu que, em termos de futuro, se pode construir com as IPSS “uma colaboração em novas áreas”, apontando a possibilidade “de algum tipo de acordo, convenção, na área de cuidados primários”, dado que são necessárias “várias iniciativas” para o país “ter um médico de família para todos os portugueses”.

“Temos um período excepcional de três, quatro anos, até podermos ter termos médicos suficientes contratados pelo Estado directamente”, explicou, defendendo a necessidade de “recorrer a várias outras formas durante um período transitório”.

Para Paulo Macedo, “aqui há claramente uma janela de oportunidade” de colaboração com as IPSS e também de desenvolvimento do trabalho em curso “nas unidades de média e longa duração na parte de cuidados continuados”.

 

De norte-americanos
Portugal vai ser o primeiro país a receber uma avaliação externa por peritos do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças norte...

Francisco George soube desta avaliação durante uma reunião em que participou, sexta-feira, na Casa Branca, a qual juntou ministros e especialistas de 40 países para discutirem a Global Health Security Agenda, na perspectiva de controlar a epidemia de Ébola.

Na reunião participou o presidente Barak Obama, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e os principais governantes norte-americanos, além de dirigentes de organismos como o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Entre as várias conclusões saídas deste encontro, que foi “muito participativo”, ficou acordado que “Portugal será o primeiro país a ter uma avaliação externa, por parte de peritos do CDC Atlanta, no que diz respeito ao desenho, à formulação e à preparação do plano contra o Ébola”, disse Francisco George.

Durante o encontro, adiantou o director-geral da Saúde, “Barack Obama focou a importância de todos os países afinarem os sistemas em torno de três eixos centrais: detecção, prevenção, resposta”.

Francisco George identificou no evento uma “sintonia no reconhecimento da importância de preparar respostas robustas no apoio aos países mais afitados, nomeadamente a Libéria, a Serra Leoa e a Guiné Conacri e também os países limítrofes que incluem Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé”.

 

Em particular a “vender” a perda de peso
O Jornal Diário de Notícias faz hoje manchete da condenação das empresas que fazem publicidade falsa de saúde.

“O nosso produto tem 92% de eficácia comprovada. Tira tudo o que está a mais”. Mensagens como esta inundam a publicidade de alimentos e suplementos alimentares, em particular “vendendo” a perda de peso. Anúncios que são ilegais, enquanto outros são proferidos sem dados clínicos a comprovar e podem enganar os consumidores, avança o Diário de Notícias na sua edição de hoje.

Desde 2009, quando começou a ser possível controlar as alegações de saúde dos produtos, já foram abertos 45 processos de contra-ordenação pela Direcção-Geral do Consumidor, havendo 30 empresas condenadas.

Já a ASAE instaurou 99 processos só neste ano, por irregularidades na rotulagem e registos, quase todos a empresas diferentes.

 

Presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia alerta:
As doenças cardiovasculares – o conjunto de doenças que afectam o coração e os vasos sanguíneos – continuam a ser a principal...

O estilo de vida actual, fortemente ligado ao sedentarismo e a uma alimentação repleta de gorduras saturadas e de açúcares, tem uma influência directa no surgimento de problemas cardíacos e vasculares, noticia o Correio da Manhã no dia em que se assinala o Dia Mundial do Coração.

“A nível mundial, as doenças cardiovasculares são responsáveis por cerca de 17 milhões de mortes por ano”, disse ao mesmo jornal Manuel Carrageta, presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC). A nível nacional, o impacto desta desta continua a ser devastador: “Por ano, são cerca de 40 mil os portugueses que morrem de doenças cardiovasculares, o que representa praticamente um terço das mortes totais”, sublinha Manuel Carrageta.

Do leque de doenças cardiovasculares, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a que mais mata: é responsável por cerca de 17 mil mortes ao ano. Apesar de ainda assumir um papel de destaque, “tem se verificado uma redução do AVC”, refere o presidente da FPC, acrescentando que “esta diminuição se deve em parte ao melhor controlo da hipertensão arterial. As pessoas estão cada vez mais conscientes e tratam-se melhor”.

Os maus hábitos alimentares, o stress excessivo e a idade assumem um grande peso no surgimento deste tipo de doenças, mas os mais novos começam também a revelar factores de risco crescentes.

“Os jovens portugueses estão a ter mais problemas cardiovasculares porque está a surgir um factor de risco isolado – a obesidade infantil”, afirma Manuel Carrageta, que deixa um exemplo da importância da prevenção em todas as faixas etárias. “Morrem mais mulheres jovens de doenças do coração do que de cancro da mama”, afirmou.

 

Acabar com os velhos boletins de vacina em papel
Acabar com os velhos boletins de vacina em papel é uma das medidas que permite o e-vacinas, um projecto que avança até ao final...

Chama-se e-vacinas e é um sistema informático que cria um registo nacional electrónico que permite acabar com os velhos boletins de vacina em papel. Uma das grandes vantagens: ser vacinado em qualquer centro de saúde. O projecto arranca até ao final do ano, escreve o Diário de Notícias.

Outra das vantagens é que não precisa de ter mais dores de cabeça, caso perca o tradicional boletim de vacinas. Embora para quem queira, o papel continua disponível.

Na nova versão, a lista de todas as vacinas feitas vai estar acessível em qualquer computador através da Plataforma Dados da Saúde. Para médicos e enfermeiros pelo portal do profissional, para a quem as toma pelo portal do utente. Para isso, basta fazer o acesso com o cartão do cidadão.

 

Circular Informativa N.º 211/CD/8.1.7.
O Infarmed emite circular informativa sobre a relação benefício/risco dos medicamentos contendo agomelatina para que sejam...

Na sequência da avaliação do relatório periódico de segurança dos medicamentos contendo agomelatina - Valdoxan e Thymanax - o Comité dos Medicamentos de Uso Humano (CHMP) da Agência Europeia do Medicamento (EMA) concluiu que a relação benefício/risco permanece positiva, desde que sejam implementadas medidas para minimizar o risco de toxicidade hepática.

Estes medicamentos são utilizados no tratamento de episódios de depressão major em adultos. Em Portugal apenas está comercializado o medicamento Valdoxan.

Assim, para minimizar os riscos de lesão hepática destes medicamentos, a EMA e o Infarmed recomendam:

 

Profissionais de saúde:

- Antes de iniciar o tratamento, devem ser realizados testes à função hepática do doente; o tratamento não deve ser iniciado se o valor das transaminases exceder em três vezes o valor limite superior normal;

- A função hepática deve ser monitorizada regularmente durante o tratamento (3, 6, 12 e 24 semanas e, posteriormente, sempre que clinicamente indicado);

- O tratamento deve ser imediatamente descontinuado se o valor sérico das transaminases exceder em três vezes os limites superiores normais ou se os doentes apresentarem sintomas ou sinais de potencial lesão hepática;

- Os doentes devem ser informados sobre os sintomas de uma possível lesão hepática e a importância da monitorização da função hepática;

- Os doentes devem ser aconselhados a interromper o tratamento e a procurar aconselhamento médico em caso de aparecimento dos sintomas.

 

Doentes:

- Antes e durante o tratamento com Valdoxan, devem ser efetuadas análises regulares ao funcionamento do fígado;

- Se surgirem sinais e sintomas de problemas de fígado (urina escura, fezes claras, pele e/ou olhos amarelados, dor na parte superior do abdómen e fadiga prolongada e inexplicável), deve parar imediatamente de tomar o medicamento e procurar com urgência aconselhamento médico.

 

O Resumo das Características do Medicamento (RCM) e o Folheto Informativo (FI) destes medicamentos serão actualizados para reflectir estas recomendações. A opinião do CHMP será enviada para a Comissão Europeia, a quem compete emitir uma decisão vinculativa.

 

OMS diz
A Organização Mundial de Saúde afirmou que mais de 60 milhões de pessoas necessitam “urgentemente de uma ampla gama de serviços...

De acordo com uma nota divulgada na página da Internet, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que, juntamente com parceiros de saúde, está a responder, simultaneamente e pela primeira vez, a cinco crises humanitárias do “Nível 3”.

“Estamos a lidar com um número sem precedentes de múltiplas crises humanitárias de saúde ao mesmo tempo. Estas são mais complexas e afectam mais pessoas do que em qualquer momento desde o fim da Segunda Guerra Mundial”, disse o director-geral assistente para Pólio, Emergências e Colaboração de Países da OMS, Bruce Aylward.

A crise humanitária que atinge as mais de 60 milhões de pessoas vai desde o continente africano até ao Médio Oriente.

A agência refere que o surto de Ébola na África Ocidental e os conflitos no Sudão do Sul, bem como na República Centro Africano, Síria e Iraque obrigaram a OMS a “esticar até ao limite” a sua capacidade de resposta sanitária nestes países, mas, reconheceu, muito destes serviços “entraram em colapso”.

Dados da OMS indicam que pelo menos 22 milhões de pessoas estão em risco de ser infectadas com o vírus Ébola, que já causou 2.917 mortos em 6.263 casos na África ocidental, sobretudo na Guiné Conacri, Libéria e Serra Leoa.

O conflito no Iraque atingiu 20 milhões de pessoas, incluindo 1,8 milhões de deslocados internos.

A instabilidade na Síria atinge, por seu turno, 10,8 milhões de pessoas e forçou a que 6,5 milhões de cidadãos abandonassem as suas casas para outras regiões do país.

A OMS está também a prestar a assistência humanitária a 5,6 milhões de pessoas no Sudão do Sul, país criado em 2011, mas que, desde Dezembro último, regista um conflito que já provocou mais de um milhão de desalojados, dezenas de milhares de mortos e o aumento da tensão entre etnias.

A agência da ONU é igualmente responsável pelo auxílio a 2,5 milhões de pessoas na República Centro Africana, que, desde Dezembro de 2013 enfrenta situação de violência protagonizada por milícias muçulmanas, partidárias dos rebeldes do movimento Seleka, e cristãos denominados anti-Balaka.

 

OMS apela
A Organização Mundial de Saúde exortou os governos mundiais a adoptarem novas directivas sobre o consumo de sal, visando reduzi...

Numa nota divulgada na página da Internet alusiva ao Dia Mundial do Coração, que se comemora hoje, a agência das Nações Unidas - Organização Mundial de Saúde (OMS) - apela à implementação de algumas recomendações suas para reduzir o consumo de sal e assim evitar o risco de doenças cardíacas.

“Se a meta de reduzir globalmente o sal em 30% em 2025 for alcançada, milhões de vidas podem ser salvas de doenças cardíacas, derrames e doenças relacionadas”, disse o director geral assistente de Doenças Não Transmissíveis e Doença Mental da OMS, Oleg Chestnov, citado na nota.

As recomendações foram adoptadas num fórum sobre a redução do consumo de sal nas populações, realizado em Paris, em 2006, durante a qual a OMS apelou aos Estados- Membros da ONU e a respeitarem as directivas sobre a forma de reduzir o consumo de sal na população com o objectivo de prevenir doenças não transmissíveis.

A agência da ONU assinala que “as doenças não transmissíveis, incluindo doenças cardíacas e acidente vascular cerebral, são a principal causa de morte prematura no século XXI”, sendo responsável por mais mortes do que todas as distintas causas combinadas.

No comunicado, a OMS garante que está a apoiar os governos a implementarem um "plano de acção global para reduzir as doenças não transmissíveis", que abrangem nove metas globais, incluindo uma que visa reduzir o consumo global de sal em 30% até 2025”.

Em muitas partes do mundo, o sal é a principal fonte de sódio na dieta das famílias, sendo que em muitos países, 80% do consumo de sal vem de alimentos processados, como pão, queijo, molhos engarrafados, enchidos e refeições prontas.

Aquele organismo das Nações Unidas recomenda um nível de consumo de sal da população de menos de cinco gramas diária por pessoa para prevenir doenças cardiovasculares, mas a maior parte dos países da União Europeia, incluindo Portugal, não respeita a directiva da OMS sobre a quantidade sugerida.

 

Relatório
A rede de Cuidados Continuados Integrados em Portugal continental terá de continuar a desenvolver-se, dando prioridade a...

A recomendação faz parte de um relatório sobre Cuidados Continuados Integrados (CCI), divulgado pelo Ministério da Saúde e feito por um grupo de trabalho que avaliou a capacidade instalada e as necessidades em cuidados continuados integrados, no continente.

Da análise concluiu-se que é preciso investir especialmente nos CCI de longa duração (três vezes mais do que nos de média duração), com a grande Lisboa a ter mais necessidades, seguindo-se o grande Porto e depois as regiões de Entre Douro e Vouga, Dão Lafões e Oeste, para cuidados de longa duração, e a Península de Setúbal, para cuidados de média duração.

Diz o documento que a capacidade instalada na rede de CCI em termos de unidades de tratamento é de 6.642 lugares de internamento (não contabilizando 105 camas autorizadas no ano passado).

Em números absolutos é a região Norte a que concentra maior número de lugares, com o Algarve no extremo oposto. “Contudo, analisando o número de camas por 100 mil habitantes maiores de 65 anos, verifica-se que a região com menor oferta é a de Lisboa e Vale do Tejo e o Alentejo a que apresenta maior oferta”, explica-se no relatório.

Além de se alertar para a necessidade de mais camas no documento também se assinala a necessidade de reforçar a componente de ambulatório da rede nacional de CCI, apostando nas “respostas de proximidade” e contribuindo para a manutenção das pessoas em casa. Até porque, escreve o grupo de trabalho, “a ênfase a nível internacional está nestas formas alternativas de prestação de cuidados e não tanto em cuidados com recurso à institucionalização dos doentes”.

Depois, diz-se ainda no documento, é necessário reflectir e discutir as várias opções nesta matéria, desde integrar as unidades de convalescença nos hospitais ou a fusão de tipologias, como é preciso “agilizar o processo de referenciação de doente” para a rede de CCI, e reforçar a articulação entre as diversas instituições, “evitando duplicação de domicílios ou dessincronização de esforços”.

Adicionalmente o grupo de trabalho salienta a necessidade, já identificada, de criar estruturas que proporcionem cuidados de longa duração a doentes na área da Saúde Mental. “Há inclusivamente legislação sobre a matéria. Urge pô-la no terreno, pelo menos sob a forma de projectos-piloto, um por região”, segundo o relatório.

E acrescenta: “Um problema diferente é o da crescente prevalência de demências, com o que estas acarretam de dependência. As demências são uma das principais causas de incapacidade em idades avançadas, representando 11,2% dos anos vividos com incapacidade, em pessoas com 60 e mais anos. Estima-se que o número de cidadãos com demência em Portugal seja de mais de 90 mil, dos quais 70% corresponderiam a casos ligeiros e moderados (…)”.

A rede nacional de CCI é desenvolvida entre o Ministério da Saúde e o da Solidariedade, Emprego e Segurança Social e tem o envolvimento do sector privado.

No final do ano passado estavam 1.000 utentes a aguardar vaga nas unidades de CCI, quase 60% na região de Lisboa e Vale do Tejo.

No 4.º Inquérito Nacional de Saúde 2005/06 a população que declarou pelo menos uma incapacidade de longa duração subiu 35% em relação ao anterior inquérito (1999), cita-se no relatório.

Num inquérito em 2007 a nível europeu só 25% dos que responderam com mais de 85 anos não tinha limitações. Dados europeus, igualmente citados, mostram também que Portugal está acima da média da União Europeia sobre a percepção de limitações graves da actividade e na percentagem de população com doença prolongada.

 

Estudo do Centro Champalimaud
As células cerebrais votam individualmente a favor ou contra uma determinada acção, que é decidida pela maioria, mas durante a...

Este é o resultado de um estudo da autoria de investigadores do Centro Champalimaud, publicado na revista Nature Neuroscience, que vem levantar dúvidas sobre a existência ou não do livre arbítrio, explica a Fundação Champalimaud.

O investigador principal e director do programa de neurociências da fundação, Zachary Mainen, explica que na dúvida perante fazer uma determinada acção, as células cerebrais votam individualmente a favor ou contra, como se se tratasse de um voto de braço no ar, e no final a maioria ganha, ou seja, quando o limite é atingido a acção ocorre.

Mas antes, já o cérebro conseguiu fazer uma previsão da decisão que vai ser tomada e se a acção vai ocorrer, em função dos votos que vão sendo recolhidos, embora essa previsão possa não ser totalmente fidedigna.

Como explica Zachary Mainen, “os resultados das eleições podem ser previstos, e quanto mais dados disponíveis melhor será o prognóstico, mas estas previsões nunca são 100% precisas e ser capaz de prever parcialmente uma eleição não significa que os resultados são pré-determinados”. “Da mesma forma, ser capaz de usar a actividade neural para prever uma decisão não significa que a decisão já tenha ocorrido”, acrescentou, pois a decisão só é tomada depois.

Para chegar a estas conclusões, os investigadores usaram ratos e um sinal sonoro.

A fim de tentarem prever quando é que o rato iria desistir de esperar por um sinal sonoro retardado, os investigadores registaram a actividade de neurónios numa área do cérebro conhecida por estar envolvida no planeamento de movimentos.

“Nós sabíamos que os ratos não estavam apenas a responder a um estímulo, mas também a decidir espontaneamente quando desistir, pois a sua escolha variava de forma imprevisível de uma tentativa para outra”, explica Zachary Mainen.

Os investigadores descobriram que os neurónios do córtex pré-motor conseguem prever as acções dos animais com mais do que um segundo de antecedência.

Segundo Zachary Mainen, “isto é notável porque, em experiências semelhantes realizadas em seres humanos, estes relatam tomar a decisão de se moverem apenas dois décimos de segundo antes de se moverem”. No entanto, sublinha que este tipo de actividade neural de previsão não significa que o cérebro tenha tomado uma decisão.

Uma imagem que exemplifica o comportamento humano aqui estudado é a de um homem sentado numa paragem à espera do autocarro, que acredita irá chegar em breve.

Após esperar, olhar para a estrada, não ver nada, levanta-se e começa a andar, pensando que “talvez haja algum problema”, e depois de algum tempo desiste e levanta o braço para chamar um táxi.

Assim que se começa a afastar no carro, vê pelo retrovisor o autocarro a chegar à paragem. É aqui que se levantam as questões a que este estudo pretende agora responder: será que teve possibilidade de esperar um pouco mais? Ou desistir de esperar pelo autocarro foi o resultado inevitável e previsível de uma determinada cadeia de eventos neurais?

 

Acções de sensibilização sobre o sono
A empresa farmacêutica BIAL vai realizar hoje e amanhã, em Lisboa e no Porto respetivamente, um conjunto de acções de...

Numa altura em que muitos portugueses já regressaram às suas rotinas de trabalho e de atividade escolar, a BIAL recorda a importância de equilibrar o organismo e adaptar o corpo aos horários de sono habituais através de um conjunto de ações de rua, que será realizado dia 29 de Setembro, em Lisboa, e dia 30, no Porto. Durante as ações de sensibilização será distribuída informação sobre os problemas associados à privação do sono e serão dados conselhos para uma rotina de sono tranquila.

Joana Serra, do Centro de Medicina do Sono do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, relembra que “dormir é uma necessidade básica como comer e beber e por isso o nosso bem - estar físico, mental e emocional está diretamente ligado a uma boa noite de sono”. De acordo com Joana Serra “em Portugal o sono é muitas vezes desvalorizado, sendo por isso necessário relembrar que o facto de passarmos cerca de 1/3 das nossas vidas a dormir é um sinal claro de que o sono ocupa um papel preponderante na nossa vida a nível orgânico, mas também para a recuperação cognitiva importante na consolidação da memória e aprendizagem”.

A alteração de rotinas de sono, a adaptação após férias e o regresso às aulas constituem situações passíveis de provocar profundas alterações nos ciclos de sono, fator particularmente sensível nas crianças. O corpo sente dificuldade em regressar à rotina, no que se deve essencialmente a uma questão hormonal, como explica Joana Serra: “o cortisol é uma hormona que começa a ser libertada uma hora antes de o indivíduo acordar e, quando atinge o seu pico, faz com que a pessoa desperte através da libertação de reservas de glicose que produzem energia para começar o dia. A ausência de rotinas de sono desregula este processo, sendo por isso necessário uma readaptação do organismo”.

 

Problemas de sono

A nível mundial estima-se que cerca de 10% da população mundial tenha insónia crónica, fruto de doença, desgosto, stress, entre outros fatores decisivos para a qualidade do sono. De referir ainda que 3% da população mundial apresenta insónia grave, de carácter crónico.

Os problemas de sono afetam de forma dramática a vida pessoal e profissional. Não dormir as horas necessárias pode ter diversas consequências ao nível da capacidade de concentração, memorização e raciocínio dos indivíduos. Como alerta Joana Serra “estudos revelam que quando não dormimos bem ou o suficiente, corremos maiores riscos de desenvolver doença cardiovascular, obesidade, diabetes, hipertensão, além de ficarmos mais propensos às infeções, ao envelhecimento e mortalidade mais precoces. Há também risco aumentado de desenvolvimento de doenças psiquiátricas e doenças neoplásicas”.

As ações de sensibilização terão inicio hoje, no Parque das Nações, em Lisboa, e amanhã, dia 30 de Setembro, no Cais de Gaia, no Porto, das 8h30 às 20h.

 

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