11 e 12 de Outubro 2014 no Porto
Inserido na oferta educativa do Centro de Formação do Hospital Veterinário Montenegro para 2014, nos próximos dias 11 e 12 de...

Luís Montenegro, director clínico do Hospital Veterinário Montenegro (HVM) refere que “este curso é um momento de aprendizagem útil e prático que incita o aumento da qualidade do serviço veterinário exercido em Portugal”.

A instrução está a cargo de José Graça, Rui Pereira e Marina Coelho, explorando os princípios da ecografia, as técnicas de intervenção ecoguiada e debatendo diversos casos clínicos.

As inscrições estão abertas a estudantes de medicina veterinária, profissionais e especialistas da área, que procuram desenvolver os seus conhecimentos e capacidades na área.

Para mais informações sobre o curso ou para inscrições, contactar Marta Pinto através do correio electrónico [email protected] ou telefone 938589458.

 

Para reduzir infecções
A Ordem dos Médicos alertou para a necessidade de uma auditoria à forma como é feita a limpeza nos hospitais, para que a...

“Reduz-se a grave problemática das infecções hospitalares apenas à lavagem das mãos e ao uso de antibióticos, mas é muito mais que isso. Que seja do nosso conhecimento, nunca houve uma auditoria à forma como é feita a limpeza dos hospitais e às distâncias entre camas, entre doentes. Não havendo uma análise global não será possível ter êxito nessa cruzada”, frisou José Manuel Silva.

Para o bastonário da Ordem dos Médicos, todas as medidas que forem tomadas no combate às causas múltiplas da diabetes e das infecções hospitalares “irão reduzir a despesa do Serviço Nacional de Saúde e melhorar a qualidade de vida das pessoas" são medidas "bem-vindas”, mas sublinhou a necessidade de existir um “plano integrado” nesse sentido.

“Quando se reduz a prática de exercício físico no [ensino] secundário está-se a tomar uma medida contrária àquela que devia ser tomada. É preciso que o discurso dos governantes seja igual à prática”, frisou.

José Manuel Silva reagia assim, depois de Nigel Crisp, antigo responsável pelo serviço de saúde inglês, alertar para uma aposta em medidas como a redução das infecções hospitalares e da diabetes para melhorar a vida das pessoas e também a saúde financeira do sector em Portugal.

A ideia é defendida no relatório “Um futuro para a saúde - todos temos um papel a desempenhar”, elaborado a pedido da Fundação Calouste Gulbenkian por um grupo de peritos, presidido por Nigel Crisp, que se encontra em Portugal para apresentar hoje o documento.

Numa conversa informal com os jornalistas, Nigel Crisp disse não acreditar na possibilidade do orçamento para a saúde ser reforçado, mas defendeu a ideia de ir buscar mais financiamento na prevenção de doenças e respectiva despesa.

A este propósito, deu o exemplo das infecções hospitalares que, segundo dados oficiais, representam uma despesa de 280 milhões de euros por ano. Se esse valor for reduzido, além da saúde dos portugueses, serão as finanças da saúde a melhorar, pois esse valor poderá ser encaminhado para outras áreas, disse.

Para José Manuel Silva, é necessário modelar o comportamento da população, além de instituir uma verdadeira educação para a saúde, que podia passar, na sua opinião, por uma “política fiscal” sobre todo o tipo de alimentos que se sabe serem prejudiciais à saúde, como os refrigerantes e as batatas fritas.

 

Dentro de três anos
O Bastonário da Ordem dos Médicos avançou que dentro de três anos, no máximo, todos os portugueses vão ter médico de família,...

José Manuel Silva avançou que estão a entrar “mais de 400 jovens por ano na especialidade de medicina geral e familiar”, o que fará com que “dentro de três anos, provavelmente, no máximo, todos os cidadãos portugueses terão médicos de família”.

Uma comissão de peritos em saúde concluiu que Portugal tem cuidados primários pouco desenvolvidos, uma utilização exagerada dos serviços hospitalares de emergência e trauma e menor capacidade em cuidados de longa duração.

Segundo o relatório “Um Futuro para a Saúde – todos temos um papel a desempenhar”, elaborado por peritos nacionais e internacionais, em resposta ao convite da Plataforma Gulbenkian para um Sistema de Saúde Sustentável para construir uma nova visão do Sistema Nacional de Saúde (SNS), “o envelhecimento da população e o aumento das patologias crónicas de longa duração exigem que novos serviços sejam criados”.

No entanto, o bastonário disse que esta análise não está correcta, considerando que os cuidados de saúde primários no país “estão desenvolvidos”, sublinhando que, neste momento, “não existem médicos de família para todos os cidadãos portugueses e isso tem consequências no número de adultos que ocorre às urgências hospitalares”.

José Manuel Silva adiantou que a Ordem dos Médicos tem vindo a alertar os responsáveis para a resolução do problema da falta dos médicos de família, insistindo em que sejam contratados as “centenas de médicos de família que se reformaram antecipadamente nos últimos anos por força da crise económica do país”.

“Esses médicos podem ser recuperados para o sistema, porque neste momento temos médicos de família suficientes para dar um a todos os cidadãos portugueses. Das zonas mais carenciadas, nem sequer são as zonas mais desfavorecidas do país, como é a região da grande Lisboa, é uma questão do Ministério da Saúde querer contratar esses médicos, e o problema é que não quer”, sublinhou.

O bastonário sublinhou que há soluções que podiam ser tomadas e não o são, referindo que “há uma diferença entre o discurso político e a prática, que tem consequências dramáticas para a população e para o país”.

 

“Prevenir e Combater as Infecções Associadas aos Cuidados de Saúde”
Mais de 400 especialistas debatem o impacto das infecções hospitalares, na próxima quinta-feira, no Centro de Congressos dos...

A taxa das infecções hospitalares em Portugal é superior à média europeia, situando-se nos 10,6%, o que demonstra que um em cada dez doentes é infectado nos hospitais nacionais. Para debater este problema e analisar o impacto socioeconómico que o mesmo representa no nosso país, cerca de 400 especialistas nacionais e internacionais estarão reunidos nos dias 25 e 26 de Setembro, no Congresso “Prevenir e Combater as Infecções Associadas aos Cuidados de Saúde (IACS)”, com a sessão de abertura agendada para as 11h.

Estas e outras temáticas, nomeadamente as formas de prevenção, recomendações e políticas da Direção Geral de Saúde no controlo das infecções hospitalares serão abordadas no congresso, organizado pela Associação Portuguesa de Infecção Hospitalar, instituição que integra a EUNETPIS - European Network to Promote Infection Prevention for Patient Safety - patrocinador científico do evento, que decorrerá no Centro de Congressos Hospitalar da Universidade de Coimbra.

 

Ordem dos Enfermeiros diz:
O bastonário da Ordem dos Enfermeiros considera que a criação de um director-geral de enfermagem, proposto por uma comissão de...

Germano Couto reagia, desta forma, a uma das propostas da comissão da Plataforma Gulbenkian para um Sistema de Saúde Sustentável, composta por especialistas e presidida por Nigel Crisp, que liderou o serviço nacional de saúde britânico (NHS), que elaborou um relatório em que defende a promoção do “estatuto dos enfermeiros” através da nomeação de um director-geral de enfermagem.

“A criação de um Director-Geral de Enfermagem não nos parece que resolva qualquer problema, sendo que irá colidir com a figura do Chief Nursing Officer, que já existe em Portugal e é assumida pelo Enfermeiro Sérgio Gomes, sediado na Direcção-Geral da Saúde”.

“O que é necessário é uma política que assuma a intenção de aproveitar os recursos humanos especializados existentes em Portugal, dar-lhes enquadramento e instrumentos necessários para que criem valor para o cidadão”, afirmou.

A nomeação de um director-geral de enfermagem que vise o reforço do papel destes profissionais é uma das recomendações do grupo de peritos, que identificou um “subaproveitamento das capacidades da enfermagem” em Portugal.

Segundo a proposta da comissão, a medida deverá reforçar o papel destes profissionais, tendo em conta que em Portugal “a enfermagem está relativamente subaproveitada nas suas capacidades relativamente ao que ocorre noutros países europeus, pelo que os profissionais de enfermagem poderão desempenhar funções mais amplas e mais proeminentes no futuro”.

No relatório, que será apresentado terça-feira em Lisboa, os peritos defendem o aumento do número de enfermeiros, “tanto quanto o orçamento permita”.

“No seguimento da introdução da nova figura de 'enfermeiro de família', deverá também haver uma reflexão sobre o alargamento do papel dos enfermeiros e de outros profissionais em outras áreas”, prossegue o documento.

A Ordem dos Enfermeiros manifesta-se “sempre disponível para ajudar a construir alternativas de sucesso nesta área” e apresenta-se como “um canal privilegiado nas definições políticas em saúde", considerando que, infelizmente, os últimos Governos e os últimos ministérios da Saúde não têm a sabido aproveitar em todo o seu potencial.

 

Plataforma Gulbenkian para um Sistema de Saúde Sustentável
Uma comissão, presidida por Nigel Crisp, que liderou o Serviço Nacional de Saúde britânico, respondeu ao desafio da Plataforma...

Uma comissão de peritos propõe um novo pacto que redireccione o sistema de saúde para a pessoa e não apenas o doente, tutelado por um organismo em que os cidadãos participem e com um “fundo” que financie a mudança.

A comissão contou com o contributo de 35 especialistas portugueses de diferentes áreas até chegar ao relatório final, que será apresentado hoje [23 de Setembro] em Lisboa.

O documento aponta no sentido de uma “mudança radical para melhorar a saúde e criar um sistema de saúde que seja sustentável no futuro” e propõe um novo pacto na saúde, em que todos terão um papel a desempenhar – os cidadãos, os profissionais da saúde, os professores, os empresários, as autarquias e o Governo”.

“A saúde não pode ficar entregue exclusivamente aos profissionais do sector ou aos políticos, nem pode ser encarada simplesmente como uma área de negócio ou um serviço do Estado”, justificam os autores do documento.

Os peritos defendem “uma transição do sistema actual, centrado no hospital e na doença, em que todas as acções têm como objecto e alvo o doente, para um sistema centrado nas pessoas e baseado na saúde, em que os cidadãos são parceiros na promoção da saúde e na organização dos cuidados”.

Para tutelar este “pacto para a saúde”, a Comissão defende a criação de um Conselho Nacional de Saúde, “representativo dos cidadãos e de todos os sectores da sociedade” e que deverá ser “politicamente independente e responsável perante a Assembleia da República, o ministro da Saúde e a população em geral”.

Outra recomendação passa pela criação de um novo organismo – o SNS Evidência –para “conjugar o programa existente de normas de orientação clínica com novos processos para avaliação das novas tecnologias e terapias, assegurando que o sistema faculta, de forma sempre actualizada e crítica, o melhor conhecimento científico disponível (as evidências científicas)”.

Para “ajudar a suportar os custos de 'redundância' e outros custos provisórios do desenvolvimento de um sistema de saúde, em que haja melhor gestão das doenças crónicas, mais serviços domiciliários nas comunidades locais e redes de especialidades cobrindo todas as regiões do país”, a comissão defende a criação de “um fundo de transição”.

A comissão deixa um repto aos cidadãos e à sociedade em geral: “Os cidadãos terão de estar na posse dos seus registos de saúde, de dispor de informações sobre a qualidade e os custos dos serviços e de participar nos processos de decisão”.

Uma das áreas em que os especialistas elegeram vantagens nas contribuições dos cidadãos é nas doenças crónicas, exemplificando com a dimensão da diabetes em Portugal, onde a doença tem um especial impacto.

Para essa nova participação dos cidadãos na saúde, os especialistas recomendam uma série de medidas, como “um novo programa intersectorial do governo para a educação e literacia da saúde que prepare, em termos práticos, os cidadãos para se manterem saudáveis e para, quando doentes, participarem na tomada de decisões”.

“Este programa deverá ter grande visibilidade e ser liderado por um grupo de embaixadores, incluindo personalidades dos meios de comunicação, em coordenação com os ministérios da Saúde e da Educação”.

Os especialistas sugerem que seja “dada elevada prioridade à plena implementação de um registo de saúde electrónico, como base essencial para um serviço integrado de alta qualidade e que faculte aos cidadãos, em formato electrónico ou outro, toda a informação sobre a sua saúde” e “uma fonte única de informação acreditada acessível a todos os cidadãos, eventualmente integrada no Portal da Saúde”.

“O Ministério da Saúde deverá nomear não-profissionais para representar a perspectiva dos cidadãos e dos doentes perante os órgãos de gestão das instituições de saúde”.

 

Exagero na utilização de urgências e poucos cuidados de longa duração

A comissão conclui ainda que Portugal tem cuidados primários pouco desenvolvidos, uma utilização exagerada dos serviços hospitalares de emergência e trauma e menor capacidade em cuidados de longa duração.

Segundo o relatório “Um Futuro para a Saúde – todos temos um papel a desempenhar”, elaborado por peritos nacionais e internacionais, em resposta ao convite da Plataforma Gulbenkian para um Sistema de Saúde Sustentável para construir uma nova visão do Sistema Nacional de Saúde (SNS), “o envelhecimento da população e o aumento das patologias crónicas de longa duração exigem que novos serviços sejam criados”.

Os especialistas defendem “serviços domiciliários e de proximidade mais disponíveis, com a participação das instituições de solidariedade e voluntariado, para melhorar a oferta de cuidados de longa duração, de cuidados paliativos e de saúde mental, tirando vantagem dos avanços da medicina e da tecnologia para novas formas de monitorizar parâmetros de saúde, novas formas de diagnóstico e tratamento”.

Outra recomendação vai no sentido da melhoria das “condições para a gestão das doenças crónicas, tendo como alvo 5,5 milhões de pessoas que padecem de uma ou mais patologias crónicas”.

“Este objectivo deve incluir cerca de 4% da população que sofre de cinco ou mais doenças crónicas, reconhecendo que 5% dos doentes com períodos de internamento hospitalar mais longos usam cerca de 31% das camas”.

“A criação de uma rede de referenciação de especialidades, por exemplo nas áreas do cancro e dos acidentes vasculares, para facilitar a articulação de cuidados em grandes centros e regiões, melhorando os seus níveis de prestação e libertando financiamento que pode ser investido em outros serviços” é ideia igualmente defendida pela comissão, presidida por Nigel Crisp, que liderou o SNS britânico (NHS).

 

Redução de infecções hospitalares e doenças crónicas pode financiar SNS

Nigel Crisp, aposta em medidas como a redução das infecções hospitalares e da diabetes para melhorar a vida das pessoas e também a saúde financeira do sector em Portugal.

Numa conversa informal com os jornalistas, Nigel Crisp disse não acreditar na possibilidade do orçamento para a saúde ser reforçado, mas defende a ideia de ir buscar mais financiamento na prevenção de doenças e respectiva despesa.

A este propósito, deu o exemplo das infecções hospitalares que, segundo dados oficiais, representam uma despesa de 280 milhões de euros por ano. Se esse valor for reduzido, além da saúde dos portugueses, serão as finanças da saúde a melhorar, pois esse valor poderá ser encaminhado para outras áreas, disse.

O antigo responsável pelo serviço nacional de saúde inglês, que enalteceu o SNS português, considerando que esta foi a maior das conquistas de Abril, reconheceu que ao estudar o sistema português ficou surpreendido com alguns dados, nomeadamente o número de anos de vida saudável depois dos 65 anos.

De acordo com o relatório, “os homens e as mulheres portugueses têm em média seis e 6,6 anos de vida saudável depois dos 65 anos, respectivamente, enquanto os noruegueses têm, respectivamente, 15,9 e 15,4 anos”.

“A taxa elevada de morbilidade na população idosa é o maior desafio financeiro com que o país se defronta na saúde. A sustentabilidade futura do sistema de saúde dependerá da sua redução”, prossegue o documento.

O especialista abordou ainda a despesa que cada português tem com a saúde, afirmando que, em 2013, esta totalizou cerca de 27% da despesa total em saúde, enquanto o valor equivalente em França foi de 7%, e em Espanha 20%.

Por outro lado, “Portugal gasta em cuidados de longa duração aproximadamente 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB), valor muito inferior ao de outros países da Organização para a Cooperação Económica e Desenvolvimento (OCDE), em que esses cuidados representam cinco, dez ou vinte vezes mais da despesa pública”.

Para mostrar como é possível passar da teoria à prática, a Fundação Calouste Gulbenkian anunciou um desafio a que a organização se propõe; reduzir a incidência das infecções hospitalares, baixando as taxas actuais para metade, em três anos, em 10 hospitais, que ainda não foram escolhidos.

Suster o crescimento da incidência da diabetes, em cinco anos, evitando que 50 mil pessoas desenvolvam a doença e ajudar o país a tornar-se um exemplo na saúde e no desenvolvimento dos primeiros anos de infância, com melhorias quantificáveis nos indicadores de saúde e bem-estar das crianças, são os outros desafios.

Com estas medidas, que serão financiadas, embora ainda não seja conhecido o montante do investimento da Fundação, o SNS deverá poupar entre 1 a 3% da despesa anual, segundo consta do relatório.

 

Fundo de Estabilização do SNS para avaliar custo-benefício

O relatório dos peritos defende a criação de um Fundo de Estabilização do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para funcionar cinco anos na avaliação da relação benefício-custo de serviços. Segundo o relatório, esse fundo deverá responder perante o Parlamento e o Conselho Nacional de Saúde, este último por criar.

Os peritos consideram que a estratégia de sustentabilidade do SNS deve passar por “melhorar a qualidade e reduzir os custos”.

Para tal, deverão ser eleitas como áreas principais de mudança a redução da morbilidade (prevenção das doenças e diminuição do tempo de enfermidade), uma “aplicação eficaz das evidências científicas e a adopção da melhoria contínua da qualidade, com o objectivo de diminuir o desperdício em saúde, bem como uma mudança da infra-estrutura do sistema de saúde”.

Os peritos defendem o “desenvolvimento do processo de contratualização e de contratação, centrando as medidas nos resultados, analisando continuamente a experiência internacional associada à introdução da concorrência e assegurando uma flexibilidade suficiente desses mecanismos para fazer face às exigências da evolução dos cuidados de saúde, através de novos métodos e formas de prestação”.

Para este grupo de peritos, “só se alcançará a sustentabilidade financeira através da redução da incidência de doenças crónicas de longa duração e da morbilidade que lhes está associada, desenvolvendo para elas novos modelos de cuidados, assegurando que as evidências científicas são aplicadas de uma forma sistemática em toda a parte e que o desperdício é reduzido ao mínimo”.

“A introdução de novos mecanismos de financiamento e de incentivos baseados nos resultados em saúde, se bem geridos, poderá ajudar à sustentabilidade”, garantem os autores do documento.

Os peritos alertam que “a viabilidade financeira do sistema irá depender da vontade para incluir a saúde em todas as políticas, da promoção eficaz da saúde e da intervenção concertada dos cidadãos, da sociedade em geral e dos profissionais de saúde”.

Após analisarem a despesa e as receitas do sector, os autores do documento concluíram que “haverá pouca margem para aumentar a receita sem ser através do aumento de impostos sobre produtos e serviços não saudáveis”.

 

Director-geral de enfermagem para reforçar papel destes profissionais

A nomeação de um director-geral de enfermagem que vise o reforço do papel destes profissionais é uma das recomendações dos especialistas, que identificou um “subaproveitamento das capacidades da enfermagem” em Portugal.

A medida deverá reforçar o papel destes profissionais, tendo em conta que em Portugal “a enfermagem está relativamente subaproveitada nas suas capacidades relativamente ao que ocorre noutros países europeus, pelo que os profissionais de enfermagem poderão desempenhar funções mais amplas e mais proeminentes no futuro”.

No relatório, os peritos defendem o aumento do número de enfermeiros “tanto quanto o orçamento permita”. “No seguimento da introdução da nova figura do 'enfermeiro de família', deverá também haver uma reflexão sobre o alargamento do papel dos enfermeiros e de outros profissionais em outras áreas”, prossegue o documento.

 

Greve mantém-se
O Ministério da Saúde lamentou “a ausência de acordo” entre a tutela e o Sindicato dos Enfermeiros, que mantém a convocação de...

A reunião de ontem [22 de Setembro] destinou-se a discutir assuntos como os dias de trabalho em dívida, os turnos extraordinários e as folgas não gozadas. “Concluída a reunião, o Ministério lamenta a ausência de acordo entre as partes, apesar dos seus compromissos apresentados e que ainda assim pretende dar sequência”, lê-se num comunicado emitido pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), no qual se refere a contratação de mil novos enfermeiros para resolver as questões levantadas pelo sindicato.

O Ministério da Saúde diz pretender dar continuidade à “abertura de vagas para enfermeiros distribuídas por cuidados de saúde hospitalares e cuidados de saúde primários”, abrir negociações “tendo em vista a celebração de dois acordos colectivos de trabalho no âmbito da carreira de enfermagem” com o objectivo de “harmonizar o regime remuneratório”, assim como dar início à progressão na carreira para a categoria de enfermeiro principal.

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) considerou insuficiente a contratação de mil enfermeiros, anunciada pelo Ministério da Saúde, para resolver o problema dos dias de trabalho em dívida, dos turnos extraordinários e das folgas não gozadas.

A ACSS divulgou em comunicado que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) vai contratar mais de mil enfermeiros até final do ano, precisando que já foi autorizada a contratação de 585 enfermeiros, e já está “em fase final de autorização” a contratação de outros 344, totalizando 929 processos de contratação.

Reagindo a este anúncio, o SEP afirma que o número avançado é insuficiente, uma vez que já estão autorizados em pendentes 929 contratações, o que significa que “o Ministério da Saúde só vai contratar mais 71 enfermeiros, até ao final do ano”.

O SEP sublinha que até 17 de Setembro, data da última reunião entre a tutela e o sindicato, já tinham sido autorizadas 585 contratações – para as quais será necessário abrir bolsas de recrutamento – e estavam pendentes 344 autorizações de contratação no Ministério das Finanças, o que totaliza 929 enfermeiros.

“Os milhares de dias de trabalho em dívida aos enfermeiros, os milhares de turnos extraordinários que os enfermeiros são obrigados a fazer, as centenas de dias de folga não gozados não se resolvem com aquelas 929 contratações e a possibilidade de contratar mais 71 (diferença entre os 1000 anunciados e os 929)”, afirma.

O SEP exige, assim, que Ministério da Saúde anuncie quantos enfermeiros vai contratar, ainda em 2014, “que permita minimizar os problemas de funcionamento das instituições” e que “apresente um plano de contratação de médio e longo prazo”.

No início do mês, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, reconheceu a existência de “insatisfação” entre os profissionais do sector, mas considerou “anormais” e em “risco de banalização” as greves que afectam apenas o SNS. Nos últimos meses têm decorrido greves sectoriais da classe.

 

Em 14 países africanos
A Organização Mundial das Alfândegas anunciou a apreensão de 113 milhões de medicamentos falsificados, “maioritariamente...

A operação, denominada de "Biyela 2" (“cerco” em zulu, uma das línguas da África do Sul), foi levada a cabo em parceria com as autoridades aduaneiras de Angola, Moçambique, Benim, Camarões, República Democrática do Congo, Costa de Marfim, Gabão, Gana, Quénia Namíbia, Senegal, África do Sul, Tanzânia e Togo.

De acordo com um comunicado divulgado por aquela agência da ONU, parte dos medicamentos apreendidos nas fronteiras africanas estão relacionados aos cuidados primários (32% de analgésicos, 17% de anti-inflamatórios, 5% de antibióticos), além de medicamentos para a cura da tuberculose.

A nota indica que mais de 1 milhão destes medicamentos, usados por via intravenosa, foram apreendidos no Benim, e mais de um milhão de comprimidos e frascos em Moçambique, e outros mais de 100 mil drogas intravenosas foram encontrados no Togo.

“O número de interceptações feitas durante esta operação demonstra a extensão do flagelo de produtos farmacêuticos ilegais e falsificados em África. A resposta resume-se no reforço da cooperação, baseado principalmente na troca de informações a nível nacional, e por parte das autoridades aduaneiras, outras agências reguladoras e autoridades de saúde pública”, disse o secretário-geral da OMA, Kunio Mikuriya, citado na nota.

A Organização Mundial das Alfândegas assinala que, desde 2012, realizou três operações no continente africano, de que resultaram na apreensão de 756 milhões de produtos farmacêuticos falsificados, avaliados em mais de 370 milhões de dólares.

Segundo a organização, as três acções impediram que esses produtos chegassem aos consumidores.

“Estamos a lidar com bandidos, mafiosos, traficantes sem escrúpulos. É imperativo que todas as autoridades nacionais e internacionais, finalmente, percebam e se mobilizem para proteger a vida dos pacientes”, exortou o director do Instituto de Pesquisa contra Medicamentos Contrafeitos, Bernard Leroy, citado na mesma nota.

 

Estudo Reumacensus
Mais de seis em cada 10 mulheres em Portugal são afectadas por uma doença reumática, grupo de patologias que atinge globalmente...

O “primeiro estudo nacional de larga escala sobre as doenças reumáticas” mostra que as mulheres são mais afectadas do que os homens. Enquanto a prevalência no sexo feminino se situa nos 64,1%, nos homens é de 47,1%, referem os resultados do estudo, que avaliou mais de 10 mil portugueses.

A lombalgia é a doença reumática mais frequente, tanto nos homens como nas mulheres, com uma prevalência de 26,4%, seguindo-se a patologia periarticular (15,8% de prevalência) e a osteoartrose do joelho.

A osteoporose surge em quarto lugar em termos de prevalência, com 10,2%. Nas mulheres a prevalência desta doença é de 17% e nos homens de apenas 2,6%.

O estudo aponta ainda para o facto de as doenças reumáticas estarem sub-diagnosticadas em Portugal, havendo distritos em que as estimativas apontam para mais de 50% de casos por diagnosticar.

Os doentes reumáticos são apontados como os doentes crónicos que indicam ter pior qualidade de vida, sendo os que têm artrite reumatóide os que referem ter piores indicadores de qualidade.

Segundo o estudo, a prevalência de artrite reumatóide na população portuguesa é inferior a 1%.

Também ao nível dos internamentos hospitalares, diz o estudo que os doentes reumáticos “têm mais internamentos”. No último ano avaliado no estudo, 11% dos doentes reumáticos indicaram ter sido internados.

Já no grupo dos que dizem não ter doenças reumáticas, apenas 5,5% tiveram episódios de internamento nos últimos 12 meses.

A Sociedade Portuguesa de Reumatologia aponta ainda para que os custos com perda de produtividade por faltas ao trabalho em doentes reumáticos rondem os 204 milhões de euros.

De acordo com uma nota de imprensa divulgada com os principais resultados desta análise, o estudo Reumacensus é um projecto avaliado em mais de um milhão de euros, sendo constituído como um consórcio entre parceiros públicos e privados.

Entre Setembro de 2011 e Dezembro de 2013, foram inquiridos 10.661 portugueses em 366 localidades do país, incluindo as regiões autónomas.

As pessoas com queixas reumáticas foram depois convidadas para uma consulta médica com um reumatologista, estando em avaliação 12 doenças: osteoporose, lombalgia, fibromialgia, patologia periarticular, osteoartrose das mãos, dos joelhos e da anca, gota, artrite reumatóide, espondilartrires, lúpus eritematoso e polimialgia reumática.

 

SNP
O Sindicato Nacional dos Psicólogos afirmou hoje que estes profissionais não foram colocados nas escolas no início do ano...

“Na sequência da admissão de culpa do senhor ministro nas questões associadas à Bolsa de Contratação de Escola, todos os concursos de oferta de escola (…) foram retirados da plataforma”, afirma o sindicato, em comunicado, afirmando que centenas de psicólogos que concorriam às escolas nesta fase estão impossibilitados de o fazer.

Contactado pela Lusa, o Ministério da educação afirmou que "entre hoje e amanhã de manhã as escolas vão poder iniciar os procedimentos estabelecidos na lei para a selecção e recrutamento dos candidatos, tanto psicólogos como outros técnicos especializados", garantindo que "os psicólogos não têm de se candidatar novamente".

Em comunicado, o sindicato defende um concurso nacional e o fim da precariedade.

“Os concursos que já estavam a decorrer desapareceram da plataforma” informática, afirma a estrutura sindical, que critica o processo de concurso.

O concurso de oferta de escola é feito “um a um” e os critérios “são sempre diferentes”, explica.

O Sindicato Nacional dos Psicólogos (SNP) considera tratar-se de um “processo desumano” porque exige uma candidatura nominal, “perdida na arbitrariedade de critérios muito opacos” e em que cada escola “define o que lhe apete e exclui candidatos”.

“Uma vergonha” e “uma afronta aos profissionais” que colmatam “permanentemente necessidades temporárias” há décadas, é como o sindicato vê a situação.

O ministro da Educação, Nuno Crato, disse hoje que os serviços da administração escolar estão a “trabalhar intensamente” para resolver esta semana o problema da colocação de professores resultante de um erro que levou o governante a pedir desculpa, no parlamento.

FAO alerta
A Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura alertou hoje para a existência de uma nova estirpe do vírus da gripe...

O vírus H5N6 "é particularmente alarmante, porque foi detectado em várias zonas muito distantes umas das outras e é altamente patogénico, o que significa que as aves infectadas ficam rapidamente doentes e morrem muitas vezes num período de 72 horas”, declarou Juan Lubroth, veterinário diretor da Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em comunicado.

A grande capacidade de contágio do vírus nas galinhas e nos gansos e a sua potencial propagação numa vasta parte do sudeste asiático representam uma verdadeira ameaça para os meios ligados à avicultura, que contribui para os rendimentos de centenas de milhões de habitantes da sub-região, sublinha a agência especializada das Nações Unidas cuja sede é em Roma.

A Organização Mundial para a Saúde Animal (OIE), que trabalha com a FAO e a Organização Mundial de Saúde (OMS) para ajudar os países a intervir perante os riscos de doenças animais e humanas, está a acompanhar de perto a situação.

“Uma vigilância eficaz e uma deteção precoce das doenças animais na sua origem são os dois principais meios de reduzir o risco de propagação e de garantir a segurança das trocas comerciais”, explicou o director-geral da OIE, Bernard Vallat.

Após a identificação do vírus na China, foi registado apenas um caso de morte de um doente apresentando antecedentes de exposição a aves.

A comunidade científica está ainda a esforçar-se por compreender a dinâmica desta nova estirpe, mas é pouco provável que o H5N6 represente uma ameaça imediata e significativa para a saúde humana.

A FAO e a OMS sublinham que é fundamental que os países do sudeste e do leste da Ásia e, em particular, aqueles que estão ligados à produção e ao comércio avícolas, intensifiquem os seus esforços de detecção e notificação dos vírus influenza em aves e de acompanhar qualquer infecção em seres humanos.

Um foco de H5N6 poderia ter elevados custos nos sistemas de saúde animal no sudeste da Ásia. A estirpe H5N1 do vírus já teve graves repercussões nos meios de subsistência de milhões de pessoas e causou milhares de milhões de dólares de prejuízos.

Combate ao Ébola
Uma equipa do Instituto Ricardo Jorge encontra-se em São Tomé e Príncipe, no contexto da epidemia do Ébola, para avaliar as...

Trata-se de uma missão “única e exclusivamente a título preventivo devido ao número de casos nos países vizinhos”, disse à Lusa o presidente do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), Fernando Almeida.

A iniciativa partiu de São Tomé e Príncipe, que fez a Portugal um pedido para colaboração na área do diagnóstico laboratorial, disse, acrescentando que é uma “preparação para se for preciso”.

Duas técnicas do INSA, uma delas especialista em biossegurança, vão avaliar as condições existentes, as estruturas técnicas e de recursos humanos, o tipo de equipamentos requeridos para diagnóstico e para formação de profissionais, explicou.

Primeiro será feito um levantamento das necessidades e proposto um conjunto de acções: o tipo de segurança que se deve ter, o tipo de equipamento laboratorial que deve existir.

Depois, se necessário, haverá uma mudança da estrutura laboratorial, ao nível de equipamentos que sejam necessários comprar, acrescentou o responsável.

A epidemia do vírus do Ébola apresenta um elevado risco de disseminação a países vizinhos, sendo crucial a definição de mecanismos e estratégias de prevenção e resposta a uma eventual notificação de casos naquele país, considera o INSA.

Enquanto Laboratório Nacional de Referência para o vírus Ébola, através da Unidade de Resposta a Emergências e Biopreparação, compete ao INSA o desenvolvimento de actividades com vista ao reforço da capacidade global de acção no domínio da saúde pública.

Esta missão foi definida em articulação com a Direcção-Geral da Saúde e o Ministério dos Negócios Estrangeiros e está inserida nas actividades de cooperação internacional desenvolvidas pelo INSA.

A equipa partiu no sábado, dia 14, e regressa a dia 24.

Cavaco Silva recebe
O Presidente da República recebeu hoje das mãos da administração da Fundação Gulbenkian um relatório elaborado por peritos...

"É um desafio novo que se faz ao Sistema Nacional de Saúde, que nós consideramos que tem prestar relevantíssimos serviços ao país e melhorado muito a qualidade de vida das pessoas e pensamos que estamos na altura de conhecer um novo 'elán', transferindo sobretudo muito do que tem sido o foco nos doentes e nos hospitais para as pessoas, a comunidade, as autarquias, a sociedade em geral", afirmou o presidente da Fundação Gulbenkian, Artur Santos Silva, em declarações à Lusa à saída da audiência com o chefe de Estado Aníbal Cavaco Silva.

Sem adiantar pormenores sobre o relatório, elaborado por uma comissão de peritos internacionais e nacionais, coordenada por Lord Nigel Crisp, e que só será apresentado publicamente na terça-feira, Artur Santos Silva disse que o estudo apresenta "muitas propostas".

"Mobilizar a melhor ciência, a melhor tecnologia para o bom funcionamento do sistema de saúde, mas ao mesmo tempo fazer com que as pessoas sejam mais actores, conheçam melhor os seus problemas, conheçam melhor como prevenir doenças, havendo tanta solidariedade em Portugal como é que a família e as organizações locais podem ter um papel maior e melhor", defendeu o presidente da Fundação Gulbenkian, que promoveu a plataforma "Saúde em Portugal", para abordar uma nova visão para a saúde e os cuidados de saúde no país.

A administração da Gulbenkian irá apresentar ainda hoje o relatório ao ministro da Saúde e, na terça-feira, à Assembleia da República.

Reforçar cuidados de saúde no concelho
A contratação de mais uma médica cubana para Alcácer do Sal, no litoral alentejano, "não resolve todos os problemas",...

"A vinda de mais uma médica não resolve todos os problemas, porque ainda há défice de médicos, mas é já um reforço. Precisávamos de, pelo menos, mais dois médicos", disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Alcácer do Sal, Vítor Proença (CDU).

Uma nova médica cubana chegou, na semana passada, para trabalhar no concelho de Alcácer do Sal, juntando-se a outros dois médicos da mesma nacionalidade que estão a prestar serviço no centro de saúde da cidade.

Vítor Proença explicou que a contratação de mais uma médica cubana surge na sequência de uma reunião de vários autarcas da região com o ministro da Saúde, Paulo Macedo, realizada em fevereiro, sobre a carência de especialistas de medicina geral e familiar.

Considerando que "era preferível que fossem médicos portugueses, que são excelentes e do melhor que há no mundo", o autarca reconheceu, contudo, "o trabalho dos clínicos cubanos na melhoria da prestação de cuidados primários de saúde no Alentejo Litoral".

"Se tudo correr bem, vão ficar cá, pelo menos, durante os próximos dois anos", indicou.

O presidente da câmara referiu que o município "está a pagar o alojamento dos médicos cubanos" que já se encontravam no concelho e que vai "arrendar mais um apartamento" para a nova médica cubana.

Além disso, continuou, a autarquia também "disponibiliza, de forma gratuita, todos os transportes dos médicos cubanos no interior do concelho", que "é o segundo maior do país em área geográfica".

Em Lisboa
O Grupo de Estudos do Cancro de Cabeça e Pescoço promove, na quarta-feira em Lisboa, um “dia aberto” à população, em que serão...

A iniciativa decorre no âmbito da Segunda Semana Europeia para o Cancro da Cabeça e do Pescoço, que decorre entre hoje e sexta-feira e visa alertar a população para os sintomas desta doença, disse à agência Lusa Ana Castro, da direcção do grupo de estudos.

Todos os anos surgem, em Portugal, entre 2.500 a 3.000 novos casos de cancro de cabeça e pescoço, uma doença que afecta maioritariamente pessoas a partir dos 40 anos, mas que tem vindo a atingir os mais jovens.

O consumo excessivo de tabaco e álcool são os principais factores de risco para o aparecimento desta doença.

Ana Castro contou que continuam a aparecer “muitos doentes com diagnósticos muito avançados” desta doença, que muitos desconhecem.

“É um tipo de patologia que habitualmente não se fala. Falamos do cancro da mama, do cancro do cólon, mas muitas pessoas nem sequer sabem do que estamos a falar quando mencionamos o cancro da cabeça e pescoço”, adiantou a especialista.

Para Ana Castro, é importante alertar as pessoas para os sinais precoces que possam aparecer e orientá-las para procurarem um médico.

Nesse sentido, o grupo de estudos convida as pessoas com factores de risco, como fumadores e alcoólicos, ou que apresentem sintomas da doença a participarem no “dia aberto”, que decorre a partir das 11:00 no jardim do Campo Grande, em Lisboa.

Feridas na boca que não cicatrizem, alterações da voz, língua dorida ou com úlceras, rouquidão persistente, nariz entupido, hemorragias nasais, dificuldade ao engolir e caroços no pescoço são alguns sintomas desta patologia.

Além do “dia aberto”, o grupo de estudos promove durante esta semana várias acções, como a colocação de cartazes nos centros de saúde e hospitais, uma campanha de rua, com a distribuição de informação sobre a doença, sessões de esclarecimento nas escolas primárias e secundárias e a realização de um vídeo sobre a doença destinado às crianças.

Apesar de fazer um balanço positivo das últimas campanhas, Ana Castro disse que as pessoas que participam não são as que têm mais factores de risco ou sintomas da doença.

“Nos outros anos conseguimos detectar algumas lesões iniciais nestes dias abertos realizados nos hospitais” e, por isso, o “saldo é claramente positivo, mas achamos que podemos prestar um serviço diferente à comunidade se formos ao encontro das pessoas”, explicou.

Por esta razão, o grupo de estudos resolveu este ano “sair dos hospitais e ir para a rua”.

“É uma forma diferente de abordar” a população e “iremos avaliar no final desta semana se o caminho será fazer o dia aberto na rua ou no hospital”.

A campanha decorre em simultâneo em Portugal, Espanha, Itália, Alemanha, França, Inglaterra, Polónia, Turquia, Dinamarca, Finlândia e Holanda.

28 de Setembro, Lagoa de Albufeira, Sesimbra
Com o objectivo de estimular a actividade física na diabetes, no próximo dia 28 de Setembro, a Associação de Jovens Diabéticos...

A Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP), em conjunto com a WeGoAdventures e a CliVip, agenda para dia 28 de Setembro duas actividades físicas ao ar livre. Pelas 10h00 terá início uma caminhada de dificuldade baixa, com cerca de 8 km, pelos trilhos que rodeiam a Lagoa de Albufeira, onde é possível contemplar a diversa avifauna desta região. Após um piquenique de convívio ao almoço, para quem gosta de desportos aquáticos, o desafio estende-se para a tarde e, pelas 14h00, a AJDP organiza, um passeio de canoa.

O presidente da AJDP, Carlos Neves, refere que “fazer desporto permite prevenir complicações da diabetes e ajuda a controlar os níveis de glicemia. Para além dos benefícios que acarreta ao nível da saúde, quando feito em grupo, promove o convívio e a partilha de experiências de pais e jovens.”

O ponto de encontro para esta actividade é o parque de estacionamento do Restaurante de Praia, na Lagoa de Albufeira. As inscrições estão abertas até dia 24 de Setembro, para as submeter é necessário contactar: [email protected], indicando o nome, um contacto e o número de participantes. A participação na caminhada é gratuita e o passeio de canoa tem o custo de 10€ (inclui colete e seguro).

A AJDP sugere o uso de equipamento adequado à actividade desportiva, que levem água, e também material de prevenção para hipoglicémias (sumo, açúcar, bolachas). 

OMD congratula-se
Os Ministérios da Saúde e da Economia decidiram criar um grupo de trabalho para analisar o regime jurídico aplicável aos actos...

Esta iniciativa surge na sequência de denúncias da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) e de mais seis Ordens Profissionais da área da saúde dando conta da falta de regras na publicitação de actos e serviços de Saúde e para os perigos que esta lacuna representa para a saúde pública.

O despacho já foi publicado em Diário da República e o grupo de trabalho tem 90 dias para apresentar conclusões.

Orlando Monteiro da Silva, bastonário da OMD, mostra-se “muito satisfeito com a decisão rápida dos Ministérios da Saúde e da Economia já que a actual situação é intolerável, pondo em causa a Saúde Publica. Sendo a medicina dentária uma das áreas mais afectadas com a publicitação enganosa de produtos e serviços, acreditamos que este grupo de trabalho vai ser capaz de produzir resultados que permitam salvaguardar os interesses dos consumidores e, sobretudo, proibir certo tipo de publicidade e penalizar os prevaricadores”.

A ausência de regras específicas na publicidade no sector da saúde levou a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) a emitir este mês uma recomendação que impõe aos anunciantes especiais cuidados na publicitação de produtos e serviços, incluindo que obedeçam aos princípios da licitude, veracidade, transparência e completude que lhe são impostos, que não fomente a procura ou a realização de atos de saúde desnecessários, que a mensagem publicitária não induz os utentes em erro.

O grupo de trabalho criado pelos Ministérios da Saúde e da Economia vai funcionar na dependência do Gabinete do Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, sendo constituído por um coordenador da Administração Central do Sistema de Saúde e representantes da Direcção-Geral da Saúde, do INFARMED — Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, do Instituto Português do Sangue e da Transplantação, da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde e do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências e da Direção-Geral do Consumidor.

Haverá ainda um representante de cada uma das Ordens Profissionais da área da saúde: Ordem dos Médicos, Ordem dos Farmacêuticos, Ordem dos Médicos Dentistas, Ordem dos Enfermeiros, Ordem dos Nutricionistas, Ordem dos Psicólogos e Ordem dos Biólogos.

Dia do Farmacêutico - 26 de Setembro
A Ordem dos Farmacêuticos lança uma campanha pelo “Uso Responsável do Medicamento - Somos Todos Responsáveis”. Sensibilizar,...

“Existe um potencial perdido na forma como os medicamentos são utilizados pela sociedade e pelos sistemas de saúde. O medicamento certo nem sempre chega ao doente certo, nem os doentes recebem consistentemente as doses correctas – segundo a OMS, estima-se que 50% dos cidadãos não tomam correctamente os medicamentos.”

Muitas doenças não são tratadas de forma optimizada, levando a intervenções mais caras e a despesas de saúde e segurança social mais elevadas. Estes resultados negativos afectam os doentes individuais e, paralelamente, estendem-se aos sistemas de saúde e à sociedade como um todo”, explica Ema Paulino, Presidente da Secção Regional de Lisboa da Ordem dos Farmacêuticos.

“Em Portugal, no ano de 2009, cerca de 2,1% do PIB português foi investido em gastos com medicamentos. Não obstante a sua eficácia, os medicamentos podem ser perigosos e desnecessariamente caros, a menos que sejam utilizados de forma responsável.

“Estima-se que o Uso Responsável do Medicamento pode proporcionar poupanças de 370 mil milhões de euros, correspondentes a cerca de 8% da despesa mundial em Saúde, que podem ser direccionados para o desenvolvimento dos sistemas de saúde”, finaliza Ema Paulino.

Esta campanha pretende ser o ponto de partida para um debate alargado sobre como, em conjunto, poderemos responder a este desafio.

A campanha tem associado um site www.usoresponsaveldomedicamento.com e vai estar na TVI, RTP, TSF e Rádio Comercial.

Ébola
A Serra Leoa descobriu 70 cadáveres e 150 novos casos de Ébola durante o recolher obrigatório de três dias para ajudar a conter...

A maioria dos seis milhões de habitantes da Serra Leoa esteve confinada às suas casas a partir de sexta-feira e durante 72 horas, enquanto cerca de 30.000 voluntários andaram de casa em casa a identificar os doentes e a informar sobre as medidas para prevenir a doença.

“Temos um excesso de cadáveres para enterrar, mas isso é habitual desde o início da epidemia. Agora temos pelo menos 150 novos casos”, declarou Steven Gaojia, chefe do centro de operações de emergência.

As autoridades da Serra Leoa já tinham anunciado a descoberta de 70 corpos e Gaojia precisou que os cadáveres tinham sido descobertos em Freetown e nos arredores da capital.

O ministro da Saúde, Abubakarr Fofanah, declarou à agência France Presse que os agentes envolvidos na operação conseguiram visitar 80 por cento das casas, considerando que a iniciativa foi um sucesso.

“Aprendemos muitas coisas durante esta operação (…) é possível que ela seja retomada”, disse.

Fofanah adiantou que as autoridades não podem “dar números sobre o total de cadáveres descobertos” durante a operação, pois aguardam “os resultados que devem vir de outras partes do país”.

Segundo o ministro, um dos aspectos conseguidos da operação foi a interrupção dos “enterros nocturnos”, prática seguida pelas famílias para encobrir a morte dos infectados com o vírus do Ébola.

Os habitantes da Serra Leoa retomaram hoje a sua vida normal depois da operação inédita do recolher obrigatório para lutar contra a epidemia do Ébola, que já matou 562 pessoas no país.

Mais de 2.600 pessoas morreram devido à doença desde o início do ano nos três países da África Ocidental mais afectados: Serra Leoa, Libéria e Guiné-Conacri, segundo a Organização Mundial de Saúde.

Abaixo dos 60 anos
A retinopatia diabética é o resultado do aparecimento de lesões originadas pela diabetes mellitus a nível da retina, no olho. A...

No dia 29 de Setembro assinala-se o Dia Mundial da Retina e a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) lembra que o doente diabético pode apresentar um risco de cegueira cerca de 25 vezes maior face à restante população. Prevenção e tratamento precoce são fundamentais no combate a esta doença.

Esta patologia ocular é a mais conhecida complicação microvascular da diabetes e pode ser de dois tipos distintos: a retinopatia diabética não proliferativa e a proliferativa, sendo esta última a mais grave com alterações importantes nas estruturas internas posteriores do olho.

Paulo Torres, presidente da SPO, refere que “as fases iniciais doença podem evoluir sem qualquer tipo de sintomas, sendo por isso uma fase silenciosa e enganadora da doença. Nas fases mais avançadas, o principal sintoma é a perda, muitas vezes de uma forma irreversível, da acuidade visual, geralmente consequência do edema macular que se vai instalando com destruição da área mais nobre da retina. Quando isto acontece, estamos perante as formas graves de retinopatia diabética”.

O risco de desenvolver esta patologia atinge em particular todos os doentes diabéticos de longa data (com mais de vinte anos de evolução de doença) mesmo com algum controlo eficaz da glicose no sangue, e todos aqueles que por qualquer razão não têm a sua diabetes metabolicamente controlada. A par disto, muitos doentes diabéticos apresentam também outras comorbilidades como sejam a hipertensão arterial, a obesidade e a nefropatia que podem agravar a doença ocular. 

Relativamente ao tratamento da retinopatia diabética, Paulo Torres explica que “nas formas em que há doença ocular manifesta, as principais formas de tratamento são a fotocoagulação laser e as injecções intra-vítreas de fármacos antiangiogénicos e ou de corticosteróides. A decisão de quando tratar e como tratar depende somente da decisão médica e de acordo com o quadro clínico encontrado e com a avaliação do potencial risco para perda de visão. O tratamento isolado ou combinado, laser e injecções intra-vítreas, podem reduzir em mais de 50 por cento o risco de perda visual grave. Já nas fases mais graves da retinopatia diabética proliferativa, o tratamento de eleição é quase sempre o cirúrgico. No entanto, aqui o prognóstico visual é, em muitos casos, reservado”.

Mais do que tratar, é fundamental prevenir. “A prevenção da retinopatia diabética deve ser efectuada a todos os doentes diabéticos através de rastreios”, defende o presidente da SPO. “Há em Portugal programas para rastreio da retinopatia dibética em alguns centros de saúde, onde os doentes diabéticos são submetidos a uma fotografia do fundo ocular para depois, caso apresentem lesões, serem orientados para uma consulta de oftalmologia da especialidade”, afirma o especialista.

A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia recomenda que todos os diabéticos sejam seguidos por um oftalmologista e lembra que as fases iniciais da doença são silenciosas sem sintomatologia, o que pode negligenciar ou atrasar a ida ao médico.  Os cuidados indispensáveis são o controlo metabólico rigoroso e a ida a consultas de oftalmologia de rotina que cujo intervalo será ditado pelo quadro clínico e risco de perda irreversível de visão para cada indivíduo.

Em Portugal, estima-se que a diabetes afecte cerca de um milhão de indivíduos e que cerca de metade destes nunca tenham sido avaliados em consulta de oftalmologia.

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