Estudo de investigação sobre doenças genéticas
No passado domingo, dia 21 de maio, o Centro Hospitalar Cova da Beira recebeu a visita de uma comitiva de médicos oriundos de...

Acolhidos pelo Conselho de Administração, na pessoa do seu Presidente, Dr. João Casteleiro, do Diretor Clínico Adjunto, Dr. Carlos Gomes, e acompanhados pelo Rabino da Comunidade Judaica de Belmonte, Elisha Salas e pelo Presidente da MEDIF (Associação de Médicos e Dentistas Israelenses Francófonos), Dr. Gérard Korchia, o grupo teve a oportunidade de visitar as instalações e serviços do Hospital e assistir à apresentação de projetos de investigação relacionados com a área da genética, doenças metabólicas e telemedicina aplicada a doenças genéticas.

O interesse específico nestas áreas, decorre de um estudo de investigação que está a ser desenvolvido no CHCB sobre doenças metabólicas prevalecentes na comunidade judaica estabelecida na área geográfica de Belmonte.

Programa abem
O Programa abem: Rede Solidária do Medicamento - projeto pioneiro lançado pela Associação Dignitude com o objetivo de permitir...

Os números desta fase-piloto, que prevê o alargamento do programa a todos os distritos do país e regiões autónomas até ao final deste ano, mostram que o abem: já apoia 920 famílias, o que se traduz em 2.113 beneficiários. Destes, um quarto são crianças.

O objetivo do Programa é abranger, até ao final de 2017, 5.000 beneficiários, número que, em 2018, deverá chegar aos 25.000 beneficiários, e aos 50.000 no ano seguinte.

O facto de haver hoje mais pessoas para quem tomar os medicamentos deixou de ser uma opção feita em detrimento de outras, como comer ou pagar a renda da casa, deve-se ao trabalho desenvolvido por uma rede de parceiros, composta, hoje, por 16 entidades referenciadoras de seis distritos do país - Porto, Viseu, Santarém, Portalegre, Lisboa, Setúbal, assim como aos doadores que têm contribuído para o fundo solidário, integralmente dedicado à compra de medicamentos dentro do programa. E já foram adquiridos, ao abrigo do abem:, 19.179 medicamentos.

Uma das principais constatações da Associação Dignitude neste primeiro ano de Programa abem: é, precisamente, o poder revolucionário da agregação de esforços. Daí o mote para a celebração deste primeiro aniversário: “A união é a força da mudança”. Sob essa égide, foram desenvolvidas iniciativas solidárias em diferentes locais do país, que, assentes na conjugação dos esforços de todos os que já colaboram no abem: – empresas, farmácias, entidades referenciadoras, beneficiários, doadores –, ofereceram soluções a beneficiários cujos problemas, infelizmente, não se esgotam com a adesão ao Programa. Antes enfatizam a sua necessidade.

O ministro da Saúde marcou presença na iniciativa de Corroios.
Na creche de Sta. Teresinha, do Centro Social e Paroquial de Corroios, entidade que referenciou já mais de 60 beneficiários, onde os voluntários devolveram o recreio às crianças, colocando um chão novo e repleto de brinquedos, o ministro Adalberto Campos Fernandes salientou que “o Estado não pode demitir-se daquilo que são as suas responsabilidades de serviço público, mas não há Estado no mundo que consiga fazer tudo sozinho.”

Inquérito
O álcool é, “de longe”, a substância mais consumida pelos portugueses que responderam ao maior inquérito `online` sobre consumo...

Esta percentagem baixa para 9,8% quando são analisados os resultados das mulheres, de acordo com parâmetros usados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para avaliar padrões de consumo considerados problemáticos.

Os dados do “Global Drug Survey 2017” (GDS) mostram que 27% dos portugueses que participaram neste trabalho assumiram que gostariam de diminuir o consumo no próximo ano e 8% gostavam de obter ajuda para lidar com o problema.

A canábis continua a ser “a substância ilícita mais usada no mundo” e Portugal não é exceção: 65% dos portugueses que responderam ao questionário são consumidores desta droga e destes 31% consomem todos os dias.

“As mudanças na legislação face a esta substância em algumas partes do mundo têm permitido o desenvolvimento de novas formas mais seguras de consumir canábis, mas há ainda um longo caminho a percorrer”, lê-se no documento de apresentação dos resultados.

A vaporização, considerada uma das formas menos danosas de consumo, é apenas usada por 5% da amostra total deste inquérito, constituída por cerca de 120.000 pessoas, em 50 países.

Em Portugal, com 900 participantes, 88% dos que fumam canábis misturam a droga com tabaco, “aumentando assim os riscos associados ao consumo”. Apenas 2,5% afirmam usar um vaporizador.

As conclusões retiradas por Helena Valente, investigadora da Faculdade de Psicologia e Ciências de Educação da Universidade do Porto, apontam ainda para “uma forte tendência” em quase todos os países no aumento dos níveis de pureza de substâncias como a cocaína e o ecstasy (MDMA).

Este fenómeno, de acordo com a mesma fonte, “tem trazido riscos acrescidos aos consumidores”, uma vez que “nem sempre as drogas mais puras são as mais seguras”.

No relatório hoje divulgado defende-se que é fundamental dar às pessoas a possibilidade de acederem a serviços de análise de substâncias (‘drug checking’), “onde possam conhecer o real conteúdo das suas drogas” e receber aconselhamento.

Em Portugal, 22% da amostra já consumiram cocaína e mais de 30% já consumiram ecstasy, 18% no último ano.

No que diz respeito às chamadas novas substâncias psicoativas, verificou-se uma alteração. Enquanto em anos anteriores os consumidores preferiam substâncias estimulantes, com efeitos parecidos com os do MDMA e da cocaína ou canabinoides sintéticos, este ano deu-se um aumento da procura de produtos com efeitos psicadélicos.

“É igualmente notório um aumento no interesse por psicadélicos mais tradicionais, como o LSD e os cogumelos mágicos”, sublinha-se no documento.

Família e Menores
A procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, afirmou hoje que um dos principais problemas na área da Família e...

“É, sem dúvida, o problema mais grave que nós temos nesta área. As respostas para crianças e jovens que têm perturbações de origem psicológica e psíquica e perturbações graves de comportamento são muito escassas e, portanto, torna-se muito difícil”, disse.

A procuradora-geral defendeu que os magistrados do Ministério Público precisam do apoio “de pedopsiquiatrias, psiquiatras da infância e da juventude e técnicos de instituições preparados para acompanharem estes jovens para o diagnóstico e para o tratamento”.

Joana Marques Vidal falava em Alfândega da Fé, na comarca de Bragança, à margem do quinto encontro que a Procuradoria-Geral Distrital do Porto organiza anualmente para debater as preocupações e procedimentos técnicos na área do Direito da Família e Menores.

A procuradora-geral da República (PGR) presidiu ao encontro e apontou que é na área da saúde mental “que há casos mais difíceis”.

“São necessárias mais respostas, não só no apoio aos tribunais para o necessário diagnóstico, como depois no acompanhamento para esses jovens, designadamente quando são aplicadas medidas no âmbito do meio natural de vida, para continuaram dentro da sua família”, concretizou.

Joana Marques Vidal pede também mais respostas “para aqueles casos em que são necessários tratamentos mais profundos, como casos graves de toxicodependência, que depois resultam em casos de automutilação e suicídio”.

“Nós fomos agora alertados para o fenómeno da ‘baleia azul’, mas, mesmo quando não havia este jogo, já havia e há casos de automutilação em jovens com problemas psíquicos”, exemplificou.

As respostas reclamadas não passam necessariamente pela criação de instituições, como ressalvou a procuradora-geral, mas para tratamento, acompanhamentos que exigem alguma intensidade e que exigem técnicos muito bem preparados e suficientes, um determinado tipo de respostas mais especializadas e mais centradas na saúde mental que não existem”.

As preocupações e questões técnicas estão em debate hoje num encontro que junta magistrados da região norte e que a PGR apontou como um “modelo a estender” ao Ministério Público de todo o país.

Segundo a responsável da procuradora distrital do Porto Maria Raquel Desterro, os magistrados do Ministério Público que exercem funções na área de Família e Crianças são convidados a enviar as questões que mais os preocupam no quotidiano.

A procuradoria-geral distrital do Porto seleciona as questões que são transversais a todos e depois cada magistrado expõe um assunto no encontro e abre-se o debate.

A ata segue para a PGR, que extrai conclusões que servem de recomendação a todos os magistrados da procuradoria distrital do Porto e, se assim entender, também servem para o resto do país.

O propósito é a uniformização de procedimentos e clarificação de questões técnicas do Direito “para que a aplicação da lei seja o mais célere e o mais adequada possível”, concluiu.

Estudo
Segundo um estudo recente publicado pelo Fundo Mundial para a Pesquisa sobre Cancro, meio copo de vinho é o suficiente para...

O mesmo estudo confirma que exercícios regulares de alta intensidade podem reduzir o risco desta doença oncológica. Ser mulher, ter mais de 50 anos, ter passado pela menopausa e ter casos de cancro de mama na família são fatores que aumentam a propensão para esta patologia. Ser alta e ter começado a menstruar antes dos 12 anos também são considerados fatores de risco.

No total, segundo o Sapo, o Centro de Pesquisa sobre Cancro do Reino Unido lista 18 fatores diferentes que podem dar origem ao cancro de mama. O álcool é um deles.

Segundo a investigação citada pela BBC, em cada 100 mulheres, cerca de 13 vão ter provavelmente cancro de mama. E se todas elas beberem uma pequeno copo de vinho todos os dias pode haver um caso extra nesse grupo de 100 mulheres.

O estudo refere que praticar exercício intenso, como correr ou andar de bicicleta, diminui o risco de cancro de mama na pós-menopausa em 10%. Amamentar também diminui o risco da doença.

De acordo com recomendações médicas introduzidas em 2016 no Reino Unido, não se deve beber mais de 14 unidades de álcool por semana - o equivalente a três litros de cerveja ou sete taças de vinho.

Citometria de fluxo
Arrancou ontem, dia 25 de maio, a 15.ª edição do Congresso da Sociedade Ibérica de Citometria, que decorre em Lisboa até amanhã...

“Desde os anos 80, têm sido desenvolvidos esforços para conseguir medir quantitativamente o DNA (ácido desoxiribonucléico) e o RNA (ácido ribonucleio), através de uma combinação de técnicas: a PCR (polymerase chain reaction - reação em cadeia pela polimerase) e a citometria de fluxo”, salientou o especialista. “No entanto, o paradigma mudou em 2012, com o aparecimento de duas plataformas inovadoras que permitem esta avaliação”, continuou.

Paul Wallace explicou que atualmente, estão disponíveis no mercado duas plataformas para a avaliação do RNA através da citometria de fluxo convencional: SmartFlareTM Live Cells mRNA Detection, comercializada pela Millipore e PrimeFlowTM RNA Assay, comercializada pela Affymetrix/eBiosciences. “Ambas as plataformas permitem avaliações correlacionadas do nível de expressão da proteína da célula (tanto à superfície da célula como intracelular) e da atividade de transcrição celular”.

As aplicações da avaliação do RNA através da citometria de fluxo são várias, desde a carga viral, análise de células raras, biologia de células estaminais e epigenética.

A citometria de fluxo, através de uma interação tripla entre sistemas de fluídos, ótica e eletrónica, permite uma análise multiparamétrica, em simultâneo, e quase em "tempo real" de partículas tão diversas como células, esferas, microvesículas ou microrganismos. A possibilidade de, para além da sua caracterização, as células, bem como outro tipo de partículas, poderem ser separadas e isoladas de acordo com as suas propriedades específicas (Cell Sorting), colocam a Citometria de fluxo num local de destaque em vários campos da ciência.

O Congresso da Sociedade Ibérica de Citometria é um evento bianual que, dando relevo ao trabalho realizado no contexto ibérico, reúne participantes de todo o mundo. “Este encontro é fundamental para harmonizar aquilo que é possível na clínica e, igualmente, para aumentar o intercâmbio de tecnologias e conhecimentos, contribuindo para melhorar a rede de contactos dos investigadores, que é crucial em qualquer projeto de investigação, e sobretudo para o avançar do conhecimento científico”, afirmou a Dr.ª Catarina Martins, presidente do Comité Organizador do Congresso.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Sete distritos de Portugal continental e a Região Autónoma da Madeira estão hoje com risco 'Muito Elevado' de...

Em Portugal continental, estão em risco 'Muito Elevado' de exposição aos raios ultravioleta (UV) os distritos de Viseu, Guarda, Castelo Branco, Lisboa, Setúbal, Évora e Beja.

Já em risco 'Elevado' estão nove distritos: Bragança, Vila Real, Viana do Castelo, Braga, Porto, Coimbra, Leiria, Santarém e Portalegre.

Para as regiões com risco 'Muito Elevado' e 'Elevado', o Instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('Moderado'), 6 a 7 ('Elevado'), 8 a 10 ('Muito Elevado') e superior a 11 ('Extremo').

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê para hoje uma descida da temperatura máxima, céu com períodos de muita nebulosidade e aguaceiros ao final da tarde, que poderão ser por vezes fortes, ocasionalmente de granizo e acompanhados de trovoada e rajadas fortes.

A temperatura mínima também vai descer e o vento vai soprar fraco (inferior a 15 km/h) a moderado (20 a 30 km/h).

As cidades mais quentes vão ser Évora e Beja (32º), as únicas onde a temperatura máxima vai ultrapassar os 30º.

Castelo Branco e Santarém vão registar uma temperatura máxima de 29º, Portalegre 28º, Leiria e Lisboa 27º, Coimbra 26º, Faro 25º e o Porto vai ficar-se pelos 23º, assim como a Guarda.

Nas ilhas, os Açores terão temperaturas máximas a rondar os 19º em Ponta Delgada e os 20º em Santa Cruz e a Madeira não vai ultrapassar os 23º.

Serviço Nacional de Saúde
O coordenador nacional da reforma do Serviço Nacional de Saúde para os cuidados de saúde primários afirmou que gostava de...

"Gostaria de terminar, daqui a um ano e meio, o mandato com as unidades de cuidados de saúde personalizados (UCSP) extintas", afirmou o coordenador nacional para a reforma do Serviço Nacional de Saúde (SNS) na área dos cuidados de saúde primários, Henrique Botelho, que falava durante o debate "USF e UCSP - que modelos e que desafios?", promovido pela Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, em Coimbra.

Apesar disso, o responsável admitiu que tal intenção será "difícil de concretizar", lembrando que a reforma na área dos cuidados de saúde primários sofreu uma paragem e está agora a tentar ser relançada, com um "novo fôlego".

Henrique Botelho defendeu que as unidades deveriam funcionar todas num contexto de Unidade de Saúde Familiar (USF) e, mais concretamente, USF modelo B.

"O conceito genuíno é a USF modelo B", sublinhou, considerando que se deveriam acabar com as unidades de cuidados de saúde personalizados, que "nem foram criadas na sua total dimensão".

O modelo B das USF é caracterizado por equipas com maior amadurecimento organizacional e com um regime retributivo especial, em que é expectável uma maior disponibilidade e flexibilidade para atingir níveis avançados de acesso para os utentes e eficiência económica.

De acordo com o coordenador da reforma, "só por condicionalismos de ordem financeira e de ausência ou existência de poucos estudos, é que foram criadas as USF de modelo A".

Já o presidente Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar, João Rodrigues, sublinhou que as UCSP seguem um modelo hierárquico, mas que USF e UCSP "têm a mesma carteira de serviços" e o "mesmo processo de avaliação".

Para o dirigente, o problema passa pela "ausência de investimento" e pela "falta de liderança", considerando que são necessárias "pessoas capacitadas para conseguir aplicar leis que já são avançadas".

"Estamos na era infantil da governação clínica das nossas unidades de saúde e ACES [Agrupamentos de Centros de Saúde]", realçou o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Rui Nogueira, sublinhando que também tem de ser aproveitada uma "oportunidade única nos próximos anos", em que o país vai formar "dois mil médicos de família" em três anos.

"Temos de apanhar esta onda, esta oportunidade geracional", de forma a criarem-se unidades de saúde de proximidade, defendeu Rui Nogueira, que também participava no debate, que terminou por volta das 00:30.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, afirmou que é possível "reconstruir um país" conciliando rigor...

"Temos feito um esforço grande há cerca de ano e meio para provar que é possível reconstruir um país devastado, conciliando rigor e exigência orçamental com responsabilidade social", disse o ministro, durante 1.º aniversário do Programa Abem: Rede Solidária do Medicamento, que decorreu no Seixal.

O ministro da Saúde referiu ainda que "para recuperar um país, não tem que ser em cima da devastação dos mais pobres e mais fracos que o Estado deve ir buscar os meios que perdeu noutras zonas, que não devia ter perdido se estivesse mais atento e vigilante".

Adalberto Campos Fernandes elogiou o "projeto Abem", lançado pela Associação Dignitude com o objetivo de permitir a todos os portugueses em situação de carência o acesso aos medicamentos de que precisam.

"O Estado não deve demitir-se das suas responsabilidades de serviço público, mas não existe nenhum Estado do mundo que consiga fazer tudo sozinho", afirmou.

O ministro adiantou que o Governo tem estado a trabalhar em conjunto com a indústria farmacêutica, a nível nacional e internacional, para que os medicamentos sejam cada vez mais baratos e que os genéricos de qualidade sejam mais acessíveis.

"Nestes primeiros quatro meses do ano, as famílias portuguesas estão a pagar menos pelos medicamentos do que no período homólogo", salientou.

Paulo Duarte, presidente da Associação Dignitude, afirmou que o "projeto Abem", que assinalou ontem o dia que entregou a primeira caixa de medicamentos, já ajudou 920 famílias, que se traduz em 2.113 beneficiários, sendo um quarto delas crianças.

"Este projeto congrega as entidades do setor social e da saúde, como a indústria farmacêutica, farmácias, Cáritas, Plataforma Saúde e Dialogo, a Confederação Nacional das IPSS e a União das Misericórdias Portuguesas, tendo como objetivo criar condições para que os portugueses não fiquem sem medicamentos devido às condições económicas. Um em cada cinco portugueses não tem condições para adquirir todos os medicamentos que necessita", afirmou.

Segundo o governante, o projeto está em seis distritos e quer chegar aos 18 distritos do país e, de forma gradual, atingir as 50 mil pessoas.

"Precisamos de apoio e de fazer as coisas bem feitas. As famílias são referenciadas de acordo com a sua situação. Temos contributos das farmácias no programa, da indústria farmacêutica, de eventos, do envolvimento das autarquias e vamos envolvendo gradualmente mais entidades", salientou.

Ministério Público
O Ministério Público arquivou o inquérito à morte de um jovem no Hospital de São José, em Lisboa, em 2015, enquanto aguardava...

“O Ministério Público (MP) determinou o arquivamento da participação pelos crimes de recusa de médico, intervenções e tratamentos médico-cirúrgicos e homicídio por negligência contra os profissionais de saúde e decisores políticos”, referiu a Procuradoria-Geral Distrital (PGD), na sua página oficial na Internet.

A 14 de dezembro de 2015, um jovem de 29 anos morreu no Hospital São José vítima de um aneurisma cerebral por alegada falta de assistência médica especializada.

Nesta sequência, os presidentes da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), do Centro Hospitalar de Lisboa Central e do Centro Hospitalar Lisboa Norte demitiram-se.

Quanto às responsabilidades políticas e civis ou administrativas por parte de dirigentes e administrações regionais ou setoriais, o MP entendeu que as mesmas resultam de “ato ou omissão no desempenho de cargo ou função e não de ato ilícito, culposo e punível”.

“Relativamente aos profissionais de saúde, em nenhuma das condutas médicas efetuadas (seja na avaliação, seja no percurso do internamento) resultou indiciado que estes tivessem violado as leges artis”, salientou.

A procuradoria revelou que o inquérito foi dirigido pelo MP na 6.ª secção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.

ONU
Ataques a hospitais, médicos, ambulâncias, feridos e doentes ocorreram em pelo menos 20 países afetados por conflitos no ano...

Numa reunião do Conselho de Segurança sobre cuidados de saúde em zonas de conflito, Guterres indicou que na maioria desses países “os frágeis sistemas de saúde já estavam no limite” – e, na maioria dos casos, ninguém foi responsabilizado.

“Estes ataques evidenciam uma tendência generalizada: partes em conflito estão a tratar hospitais e clínicas como alvos, em vez de os respeitarem como locais de refúgio”, sustentou.

“Isso contraria o espírito das Convenções de Genebra, os fundamentos do direito internacional humanitário e a mais básica condição humana”, prosseguiu.

Na Síria, notou Guterres, os Médicos pelos Direitos Humanos documentaram mais de 400 ataques desde que o conflito começou, em 2013, e mais de 800 profissionais de saúde foram mortos.

Mais de metade de todas as instalações médicas estão encerradas ou a funcionar apenas parcialmente e dois terços do pessoal médico especializado fugiu do país, acrescentou.

No Afeganistão, os ataques registados a instalações e prestadores de cuidados de saúde quase duplicou em 2016, em relação a 2015.

E no Sudão do Sul, onde as instalações de saúde sofreram anos de ataques, menos de 50% estão a funcionar em zonas de conflito, referiu.

O secretário-geral das Nações Unidas lamentou que pouco tenha mudado no terreno desde que o Conselho de Segurança adotou, há um ano, uma resolução exigindo que todas as partes em conflitos protegessem edifícios e profissionais de saúde que tratam feridos e doentes.

Entre os ataques em pelo menos 20 países documentados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Guterres disse que apenas alguns meses após a adoção da resolução, um hospital no Iémen, cujo telhado estava claramente assinalado e cujas coordenadas eram conhecidas, foi atingido num ‘raide’ aéreo, matando 15 pessoas, incluindo três profissionais de saúde.

Para António Guterres, a resolução e as recomendações do seu antecessor, Ban Ki-moon, devem tornar-se realidade.

A Suíça e o Canadá reuniram um grupo informal de Estados membros da ONU para apoiar a aplicação da resolução, que insta também todos os países a levarem perante a Justiça os responsáveis por ataques a instalações e profissionais de saúde, indicou.

O secretário-geral da ONU exortou igualmente as partes em conflito a respeitarem o direito internacional humanitário e apelou aos fornecedores de armamento para que reflitam sobre as potenciais consequências de quaisquer vendas.

Guterres instou ainda ao aumento da proteção a missões de ajuda sanitária e humanitária e a maiores investimentos para atacar o que está na origem dos conflitos.

A partir de 2018
O Governo autorizou o Instituto Nacional de Emergência Médica a realizar uma despesa de 45 milhões de euros, a partir de 2018 e...

Segundo o comunicado do Conselho de Ministros, o Governo autoriza o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) a realizar despesa “com a aquisição dos serviços de disponibilização, locação, manutenção e operação de meios aéreos para a prossecução das missões públicas atribuídas àquele Instituto”.

Em causa está um montante total de 45 milhões de euros, isento de IVA, a repartir durante os anos de 2018 a 2022.

Direção-Geral da Saúde
Cerca de 75% das ações previstas no Plano Nacional para a Segurança dos Doentes 2015-2020 foram concretizadas pelas unidades de...

O plano com ações delineadas até 2020 foi pensado para ser um instrumento de apoio a gestores e clínicos na aplicação de boas práticas de segurança em unidades prestadoras de cuidados de saúde.

De acordo com Maria João Gaspar, do Departamento da Qualidade de Saúde da Direção-Geral da Saúde (DGS), a taxa de concretização das ações previstas nesse plano nacional atingiu 75% em 2015, sendo que neste momento a avaliação relativa a 2016 "está a fechar".

"Quando falamos de redução de riscos, estamos a falar de gestão de riscos e temos que falar em toda a instituição. Não podemos falar só de segurança em cirurgia ou controlo e prevenção de infeções, mas também nas áreas subjacentes", sublinhou a responsável, que falava durante as VI Jornadas da Associação Portuguesa de Hotelaria Hospitalar, que decorrem no Pediátrico de Coimbra até sexta-feira.

Segundo Maria João Gaspar, "só com uma gestão integrada" de todos os serviços é que é possível haver uma "verdadeira cultura de segurança", sendo necessário trabalhar-se para o doente e "como uma equipa".

O Plano Nacional para a Segurança dos Doentes visa melhorar a prestação de cuidados de saúde em todos os níveis, evitando incidentes, a maioria ligados a defeitos organizacionais e não à competência técnica dos profissionais, segundo o documento do plano, publicado em 2015.

Teleassistência
O concelho de Vila Nova de Gaia conta desde ontem com um projeto-piloto de teleassistência para apoio a idosos que vivem...

Um protocolo de colaboração alusivo, entre a Fundação Portugal Telecom e a Câmara de Gaia, foi assinado ontem, depois de discutido e aprovado em reunião de câmara em fevereiro.

O projeto tem em conta que normalmente os idosos não são muito sensíveis às novas tecnologias e o processo desencadeia-se a partir de um aparelho que tem um botão e que pode estar ao pescoço da pessoa beneficiada.

O utilizador apenas terá de o pressionar para ter contacto direto com uma plataforma semelhante a um 'call center' que diligenciará assistência médica ao domicílio.

De imediato serão abrangidos 150 pessoas, sendo o investimento pago a meias pela Câmara de Gaia e pela Fundação PT.

Cada um avançará com 25 euros por mês e por cada idoso ao longo de dois anos.

"Tem-se registado um número significativo de idosos a viverem sozinhos em casa", referiu Eduardo Vítor Rodrigues, ao comentar a medida que se insere nas políticas da autarquia ligadas à terceira idade e à área da deficiência.

Regiões autónomas
Os governos dos Açores e da Madeira chegaram a acordo para a reciprocidade nos serviços regionais de Saúde, o que vai permitir...

"Era um princípio que cada uma das regiões autónomas já tinha com o Serviço Nacional de Saúde e, de facto, havia essa lacuna de relacionamento entre os dois serviços regionais de Saúde", adiantou, em declarações aos jornalistas, o secretário regional da Saúde dos Açores, Rui Luís, no final de uma reunião com o seu homólogo da Madeira, Pedro Ramos, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.

Depois de aprovada legislação sobre esta matéria nos dois arquipélagos, será possível que os habitantes dos Açores e da Madeira tenham acesso gratuito aos cuidados de saúde públicos quando se desloquem à outra região, à semelhança do que também já tinha sido acordado para o continente português.

Outra das matérias discutidas na reunião entre os dois governantes foi a possibilidade de troca de cuidados de saúde.

"O nosso objetivo é aprofundar o relacionamento entre os dois serviços regionais para que, efetivamente, possamos ter uma maior deslocação de especialistas entre as duas regiões e que os doentes possam, em caso de necessidade, deslocar-se de uma região para a outra", salientou Rui Luís.

Por sua vez, o secretário regional da Saúde da Madeira disse que há áreas em que as duas regiões podem partilhar conhecimentos.

"Se nós temos problemas menores sob o ponto de vista da dispersão geográfica, de facto, podemos aprender com a realidade da Região Autónoma dos Açores, porque a sua dispersão traz problemas acrescidos e, naturalmente, as soluções encontradas serão objeto de análise da nossa parte no sentido de as poder aplicar", referiu.

Segundo Pedro Ramos, a Madeira pode, em contrapartida, colaborar com os Açores na área da Proteção Civil, nomeadamente na resposta em caso de catástrofe, tendo em conta a experiência que tem nesta matéria.

"Essa é uma área em que, infelizmente, a Madeira teve de atingir alguma notoriedade e alguma experiência, porque nos últimos sete anos fomos fustigados por atentados naturais", acrescentou.

DGS
O diretor-geral da Saúde, Francisco George, afirmou que nos próximos cinco anos será necessário resolver a questão das doenças...

Na sessão de abertura do 23.º Congresso Nacional de Medicina Interna, na Alfândega do Porto, Francisco George disse que as doenças crónicas, como o cancro ou as doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, são as que mais antecipam a morte antes dos 70 anos e as que mais produzem deficiência e incapacidade.

“O problema destas doenças está hoje por resolver, mas muitas delas podem ser evitadas num regime de coprodução entre médicos e doentes”, frisou.

Quanto às doenças transmissíveis por vetores ou de transmissão vetorial, o diretor-geral da Saúde salientou que essas doenças “estão aí”, estão a invadir o território, lembrando a existência da Dengue há três anos na Madeira ou do vírus Zika.

“Vamos ter mais, vamos estar confrontados com estes problemas relacionados com o aquecimento global e transformação das zonas temperadas em subtropicais, o que faz com que os locais onde se reproduzem os mosquitos vetores sejam mais”, explicou.

As infeções associadas aos cuidados de saúde, em especial a resistência das bactérias, dos vírus e dos parasitas aos medicamentos são outra das preocupações apontadas por Francisco George.

Estas infeções não estão só ligadas ao exercício da medicina e da clínica, mas também à automedicação e a alguns setores como a agricultura, salientou.

“Temos de resolver esta questão que nos preocupa muito”, reforçou.

Outros dos desafios apontados por Francisco George são as questões da ética que tem de existir no seio do exercício da medicina interna e de todas as especialidades.

“Todos nós temos de ser mais exigentes no plano da ética porque para além das questões que todos conhecem, nós temos problemas de iniquidade e desigualdade em saúde”, ressalvou.

O 23.º Congresso Nacional de Medicina Interna arrancou ontem e prolonga-se até domingo sob o mote “Porto de Confluências”.

Ordem dos Médicos
Há médicos internos em Portugal que chumbam na especialidade por não conseguirem realizar o número mínimo de cirurgias exigidas...

A Ordem dos Médicos decidiu reunir-se, pela primeira vez, com todos os diretores do internato médico do país. O Conselho Regional do Sul da Ordem esteve hoje com todos os diretores de internato da região sul para debater aspetos da formação médica a nível hospitalar, da medicina geral e familiar e de saúde pública.

“Chegámos à conclusão, quer a Ordem quer os diretores do internato médico, de que em muitas especialidades já cruzámos a linha vermelha que defende a qualidade. Significa que estamos muitas vezes, em determinados centros, a aceitar formação onde ela não é prestada na melhor qualidade. Queríamos perceber se os vários hospitais têm essa perceção. Verificámos que atingimos o limite de capacidades formativas já há algum tempo e que estamos nalgumas áreas a ultrapassá-las”, afirmou o presidente do Conselho Regional Sul da Ordem, Alexandre Valentim Lourenço.

Segundo o responsável, as áreas onde o problema é mais evidente são as da anestesiologia e cirurgia.

“A falta de anestesia, de blocos operatórios e de capacidades cirúrgicas diminuem capacidades de formação. Já há internos a chumbarem porque não atingiram números mínimos de formação em várias especialidades cirúrgicas”, disse Alexandre Valentim Lourenço, adiantando que o mesmo se verifica tanto em hospitais periféricos como nos centrais.

“Cada vez há mais trabalho mas menos capacidade para o fazer”, acrescentou.

Os internos têm de cumprir um mínimo número de cirurgias para terminar a especialidade. Se não o alcançam é considerado que não têm a experiência necessária para exercer de uma forma autónoma como especialista.

A Ordem dos Médicos insiste que a formação é essencial para aceder, no futuro, a mais e melhores cuidados.

A saída do Serviço Nacional de Saúde (SNS) de especialistas intermédios e dos mais graduados – para o privado ou para o estrangeiro – cria dificuldades adicionais à formação: “se temos menos professores, teremos menos alunos”.

A Ordem afirma que pretende “intensificar o processo ativo de acompanhamento de todas as unidades de saúde” para evitar que “a qualidade da formação médica possa ser posta em causa”.

Boletim Polínico
As concentrações de pólenes no ar vão estar em níveis muito elevados em todas as regiões de Portugal continental nos próximos...

Para a semana de 26 de maio a 01 de junho de 2017, preveem-se para as regiões de Trás-os-Montes, Alto Douro, Entre Douro e Minho e Beira Litoral concentrações muito elevadas, com predomínio dos pólenes das árvores oliveira e carvalhos e das ervas gramíneas, parietária, azeda e urtiga.

Na região da Beira Interior, em Castelo Branco, os pólenes também se encontram em níveis muito elevados, com destaque para os das árvores oliveira e sobreiro, e das ervas gramíneas, tanchagem, azeda e parietária.

Segundo a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), também haverá elevadas concentrações de pólenes na região de Lisboa e Setúbal, do Alentejo e do Algarve, predominando os pólenes das árvores oliveira e sobreiro, e das ervas gramíneas, parietária, urtiga, tanchagem e quenopódio.

Ao contrário das regiões do continente, os pólenes estarão em níveis baixos na Madeira, destacando-se os pólenes do pinheiro e das ervas urtiga, gramíneas e parietária.

Nos Açores, os pólenes encontram-se em níveis moderados, com predomínio dos pólenes das árvores pinheiro, palmeira, e bétula e das ervas gramíneas.

A alergia ao pólen é causa frequente de manifestações alérgicas, que podem ser do aparelho respiratório (asma e rinite alérgica), dos olhos (conjuntivite alérgica) ou da pele (urticária e eczema).

O Boletim Polínico efetua a divulgação semanal sobre os níveis de pólenes existentes no ar atmosférico recolhidos através da leitura de postos que fazem uma recolha contínua dos pólenes em várias regiões do País.

Maior crescimento foi este ano
Mais de 12 mil portugueses têm o seu testamento vital registado, sendo que, desde março, mais de três mil pessoas fizeram este...

De acordo com dados recolhidos esta semana pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), o número de testamentos vitais ultrapassou os 12 mil, quando no princípio de março havia menos de nove mil registados.

Este ano, o registo de testamentos vitais aumentou significativamente e correspondeu ao maior crescimento desde a entrada em vigor das diretivas antecipadas de vontade, em julho de 2014.

Segundo os SPMS, estes resultados devem-se a campanhas informativas sobre o testamento vital. Mas este aumento acontece igualmente numa altura em que a sociedade portuguesa tem debatido a despenalização da morte assistida ou da eutanásia.

O testamento vital é um direito de todo o cidadão maior de idade, que consiste em manifestar que tipo de tratamento e de cuidados de saúde pretende ou não receber quando estiver incapaz de expressar a sua vontade.

É um documento onde se pode manifestar o tipo de tratamento ou cuidados de saúde que ser deseja ou não, permitindo igualmente a nomeação de um ou mais procuradores de cuidados de saúde.

O registo do testamento vital permite que os médicos tenham informação atempada e constante sobre a vontade do doente. Numa situação de urgência ou de tratamento específico, o médico assistente pode consultar o testamento vital através de um portal específico para os profissionais de saúde.

A vontade expressa pelo doente pode produzir efeitos quando lhe tiver sido diagnosticada uma doença incurável em fase terminal, quando não houver expetativas de recuperação na avaliação clínica feita pelos membros da equipa médica ou em situação de doença neurológica ou psiquiátrica irreversível, complicada por intercorrência respiratória, renal ou cardíaca.

O utente pode escolher não ser submetido a reanimação cardiorrespiratória, não ser submetido a meios invasivos de suporte artificial de funções vitais ou a medidas de alimentação e hidratação artificiais que apenas visem retardar o processo natural de morte.

É ainda possível decidir não ser submetido a tratamentos que se encontrem em fase experimental, pedir assistência religiosa quando se interrompam os meios artificiais de vida ou solicitar a presença de determinada pessoa que deve ser especificada pelo utente.

Apesar de ter várias hipóteses sujeitas a preenchimento através de cruz, o documento tem um espaço em branco para outras opções que o utente deseje colocar.

O modelo do testamento vital pode ser descarregado através do Portal da Saúde, devendo ser preenchido e entregue num agrupamento de centros de saúde com balcão de Registo Nacional de Testamento Vital (RENTV).

O utente deve entregar o documento antecipado de vontade em papel, com assinatura reconhecida pelo notário ou com assinatura presencial junto de um funcionário de um balcão de Registo de Testamento Vital.

Para que o testamento vital seja válido, basta ter o documento assinado e reconhecido pelo notário. Contudo, é necessário que esteja registado no RENTEV para que se garanta que o médico assistente tem conhecimento da vontade deixada pelo doente.

Além da parte em que são indicados os tratamentos a que se deseja ou não submeter, o testamento vital prevê que se possa nomear um procurador de cuidados de saúde, que é a pessoa chamada a decidir em nome do utente.

Contudo, se um doente manifestar na diretiva antecipada de vontade uma proposta contrária à do procurador de cuidados que nomeou, prevalece o que está expresso pelo utente no testamento vital.

Após denuncia da DECO
A Ordem dos Veterinários manifestou-se hoje preocupada com a venda sem receita médica de antibióticos para animais denunciada...

“Estamos muito preocupados. É um problema global e de saúde pública”, disse o bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários, Jorge Cid, que classifica a venda sem receita como “uma infração grave”.

Num estudo hoje divulgado, a Deco – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, revela que quase 40% das farmácias visitadas venderam antibióticos sem receita médica quando estes foram pedidos para tratar animais.

No teste, que incluiu 100 farmácias escolhidas de forma aleatória por todo o país, a Deco não conseguiu comprar o medicamento pretendido para tratar uma tosse de um cão em 62 casos, em 34 o antibiótico foi vendido e noutros quatro casos foi perguntado se a receita seria entregue mais tarde.

“Provavelmente, se este estudo abrangesse mais farmácias a nível rural se calhar o resultado era outro e a proporção era maior. Digo isto pelas denúncias que a ordem tem recebido sobre a prática de alguns atos pelas farmácias, que extravasam as suas funções, nomeadamente na aplicação de vacinas e na venda de medicamentos sujeitos a receita medica, designadamente os antibióticos e anti-inflamatórios”, afirmou Jorge Cid.

O bastonário sublinhou a importância de sensibilizar cada vez mais não só os farmacêuticos, que vendem os medicamentos, como também os veterinários, que os prescrevem, para a necessidade de um uso criterioso dos antibióticos.

Para isso, explicou, as ordens dos veterinários e dos farmacêuticos constituíram um grupo de trabalho, que vai começar a trabalhar no próximo mês, para elaborar recomendações e sensibilizar estes profissionais.

“Desse grupo de estudo irá sair algum resultado. Há todo um interesse em trabalhar numa só saúde, e não numa saúde humana e noutra saúde animal.(…) O problema das antibioresistências é gravíssimo e causa muitas mortes, tanto entre humanos como nos animais”, afirmou.

“Quando damos indevidamente antibiótico a animais de companhia estamos a agravar esse problema das bioresistências, não só para os humanos, porque no simples contacto com o animal de estimação essas pessoas podem vir a ter problemas desse tipo, como também para o próprio animal”, acrescentou.

De acordo com a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, Portugal é um dos países que apresenta maior volume de prescrição de antibióticos e uma taxa mais elevada de resistências.

Jorge Cid frisou também o facto de muitas pessoas continuarem a usar o medicamento dos humanos para tratar o animal de estimação: “As moléculas são as mesmas, a amoxicilina tanto é para o animal como para o humano. O que muda é a apresentação e/ou o excipiente”.

Num estudo elaborado em 2013, a Ordem dos Veterinários já tinha alertado para este problema. Além de venderem o medicamento sem receita médica, de acordo com este estudo da ordem, mais de metade das farmácias analisadas sugeriram o tratamento para o animal e escolheram o antibiótico.

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