Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Todo o território de Portugal continental, a Região Autónoma da Madeira e a ilha das Flores, nos Açores, estão hoje com risco &...

Para as regiões com risco 'Muito Elevado', o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) recomenda o uso de óculos de sol com filtro ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('Moderado'), 6 a 7 ('Elevado'), 8 a 10 ('Muito Elevado') e superior a 11 ('Extremo').

O IPMA prevê para hoje céu pouco nublado ou limpo, apresentando-se muito nublado e com neblina ou nevoeiro no litoral a norte do Cabo Raso até final da manhã e a partir do final da tarde. Durante a tarde está previsto um aumento temporário de nebulosidade no interior, com possibilidade de ocorrência de aguaceiros fracos.

O vento vai soprar fraco predominando de noroeste, sendo por vezes forte (até 40 km/h) e com rajadas até 55 km/h a sul do Cabo Carvoeiro durante a tarde.

A cidade mais quente vai ser Évora, com 34º, seguida de Beja (33º) Castelo Branco (32º), Faro e Portalegre (31º) e Bragança (30º).

Abaixo dos 30º ficarão Vila Real e Santarém (29º), Braga e Viseu (28º), Lisboa e Coimbra (26º) e a cidade do Porto (22º).

Para a Madeira estão previstos períodos de céu muito nublado, com possibilidade de ocorrência de aguaceiros fracos nas vertentes norte e nas terras altas, e a temperatura máxima prevista para o Funchal é de 24º.

Nos Açores prevê-se céu muito nublado e possibilidade de aguaceiros durante a manhã nas ilhas dos grupos Central (Terceira, Graciosa, S. Jorge, Pico e Faial) e Oriental (São Miguel e Santa Maria). Os termómetros não vão ultrapassar os 19º em Ponta Delgada e Angra do Heroísmo.

Estudos associam consumo a várias patologias
Todos nós crescemos a ouvir falar da importância do leite para a saúde, mas será que este é de facto

Desde há muitos anos que o leite assume um papel importante na nossa alimentação diária por nutricionalmente ser um dos alimentos mais completos, constituir uma opção económica, de fácil acesso e cómoda!  É muito fácil “enfiar” um pacote de leite na mochila dos nossos filhos e ficar com a sensação de que os estamos a alimentar convenientemente.

Mas será que o leite é mesmo um bom alimento?

O leite é sem dúvida um alimento completo, no entanto, e muito por isso, é composto por substâncias dificilmentente digeríveis pelo homem adulto e que pela sua semelhança estrutural confunde muitas vezes o nosso sistema imunitário.

Os países com melhores indicadores de mortalidade por doenças modernas não bebem leite ou bebem em quantidades muito moderadas: China, Japão, Tailândia. Os países com maior consumo de leite, como EUA, Nova Zelândia, Canadá e Austrália, cerca de 330 Kg leite/pessoa/ano são os que têm maior taxa de osteoporose e fraturas ósseas.

A absorção (saída) do Cálcio nos ossos é aumentada em meios ácidos. Alimentos como a carne, peixe e leite aumenta a excreção de cálcio, se não forem acompanhados com alimentos alcalinizantes como a fruta e os legumes.

Muito se fala da lactose e para muitos a substituição do leite e produtos lácteos pelas versões sem lactose, permite uma melhor digestão e conforto intestinal. A maioria das pessoas produz pouca quantidade de lactase, enzima que degrada a lactose, açúcar do leite em galactose e glucose.

Apesar da ingestão de produtos lácteos sem lactose permitir uma melhor digestão na maioria das pessoas, a ingestão de açúcar é a mesma, uma vez que a glucose e galactose existem em grandes concentrações nos produtos sem lactose.

Mas será a presença de lactose o único problema do leite? 

A lactose é apenas um dos muitos problemas do leite, especialmente para os intolerantes à lactose ou pessoas que mostram sensibilidade.

Outros nutrientes do leite e produtos lácteos como as proteínas, caseína, imunoglobulinas, aminácidos, são hoje em dia considerados substâncias potenciadores de inúmeras doenças por activarem mecanismos relacionados com progressão de alguns tumores.

Paradoxalmente, as versões ligth dos lácteos, e por isso chamadas de mais saudáveis, são os produtos sem lactose, baixo teor em gordura ou aditivados com cálcio, no entanto, mantêm o mesmo teor nos nutrientes que hoje em dia estão relacionados com incidência de doenças.

As proteínas do leite de vaca, caseína, lactoglobulina, betacelulina são estruturalmente homólogas com as do ser humano interferindo com o nosso sistema imunitário. Quando o leite é parcialmente digerido o nosso sistema imunitário produz anticorpos contra as proteínas do leite. Acontece que, como somos formados por proteínas estruturalmente homólogas, esses anticorpos acabam por atacar as nossas próprias proteínas.

Algumas proteínas, como a Betacelulina, ligam se aos receptores EGF-R, aumentando o seu número e a sua sinalização.

Este aumento do número de recetores, EGF-R, ocorre numa grande variedade de cancros: Mama, Cólon, Próstata, Ovários, Pulmões, Pâncreas, Bexiga, estômago, Cabeça e Pescoço.

Os produtos lácteos, na sua maioria, têm gordura saturada e a ingestão de altas quantidades desta gordura, constitui um risco acrescido no aparecimento de doenças Cardiovasculares.

Vários estudos associam o consumo de leite a maior incidência de inúmeras doenças além das cardiovasculares, como as auto imunes, cancros, síndrome metabólica, eczemas, acne, osteoporose, diabetes.

Reduza ou elimine o leite e produtos lácteos da sua aleitação se queremos viver mais e melhor.

Referências: 
Baron J. Milk: Dairy Products and Neoplasia. Symposium on Milk, Hormones and Human Health. Harvard. Nov 2006
Feskanich D, Bischoff-Ferrari HA,  Frazier AL, Willett WC: Milk consumption during teenage years and risk of hip fractures in older adults. JAMA Pediatr. 2014 Jan; 168(1):54-60.
Melnik BC, John SM, Carrera-Bastos P, Cordain L: The impact of cow's milk-mediated mTORC1-signaling in the initiation and progression of prostate cancer. Nutr Metab (Lond). 2012 Aug 14;9(1):74.
Melnik BC, John SM, Carrera-Bastos P, Schmitz G. Milk: a postnatal imprinting system stabilizing FoxP3 expression and regulatory T cell differentiation. Clin Transl Allergy. 2016 May 12;6:18.
Melnik BC, John SM, Schmitz G. Milk consumption during pregnancy increases birth weight, a risk factor for the development of diseases of civilization. J Transl Med. 2015 Jan 16;13:13.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
A partir de 2018
A partir de 01 de janeiro de 2018 ano será proibido fumar em locais para menores, ainda que ao ar livre, como campos de férias...

A Assembleia da República vota hoje, com alterações, uma proposta de lei do Governo de alteração à lei do tabaco, de 2007. Esta é já a segunda alteração à lei e deve entrar em vigor no início do próximo ano.

A proposta de lei foi debatida e modificada em sede de comissão e deve ser hoje aprovada, contemplando nomeadamente a equiparação de novos produtos de tabaco aos cigarros tradicionais. Ao todo altera 17 artigos da lei e junta dois novos.

Estes artigos novos estabelecem nomeadamente que os serviços de saúde ocupacional devem promover nos locais de trabalho ações e programas de prevenção e controlo tabágico e apoiar trabalhadores que queiram deixar de fumar, e que os medicamentos para deixar de fumar devem ser progressivamente comparticipados.

A nova lei junta no conceito de “fumar” os produtos tradicionais mas também os cigarros eletrónicos e os novos produtos sem combustão que produzem aerossóis, vapores, gases ou partículas inaláveis.

Embora a proposta de lei inicial proibisse que se fumasse em locais ao ar livre como junto de hospitais ou escolas, a versão que hoje deve ser aprovada apenas proíbe que se fume (além dos já previstos na atual lei) “nos locais destinados a menores de 18 anos, nomeadamente infantários, creches e outros estabelecimentos de assistência infantil, lares de infância e juventude, centros de ocupação de tempos livres, colónias e campos de férias, parques infantis, e demais estabelecimentos similares”.

Os deputados acrescentaram na lei que nos estabelecimentos da área da saúde e do ensino devem, sempre que possível, ser criados espaços para fumar, no exterior, que garantam proteção de elementos climatéricos e proteção de imagem.

E também a proibição de qualquer discriminação dos fumadores no âmbito das relações laborais, “designadamente no que se refere à seleção e admissão, à cessação da relação laboral, ao salário ou a outros direitos e regalias”.

Comissão de Mercado de Valores Mobiliários
O grupo Luz Saúde comprou o British Hospital, segundo a informação comunicada à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, em...

“A Luz Saúde informa que assinou hoje um contrato de compra e venda com a Capital Criativo, através do qual adquiriu a totalidade do capital social e direitos de voto das sociedades British Hospital – Lisbon XXI e Microcular – Centro Microcirurgia Ocular, Laser e Diagnóstico e 90,41% do capital social e direitos de voto da sociedade British Hospital Management Care”, lê-se na informação enviada ontem ao mercado.

A compra pela Luz Saúde, que pertence aos chineses da Fosun, do grupo British Hospital está agora dependente da autorização da Autoridade da Concorrência.

Este negócio inclui o hospital das Torres de Lisboa, que é a unidade de maior dimensão, com 46 camas, três salas de bloco e 34 gabinetes de consulta. A informação comunicada indica que, em 2016, este hospital realizou cerca de 75 mil consultas e 4.400 cirurgias.

Inclui-se ainda no negócio o British Hospital Saldanha Microcular, unidade em Lisboa de cuidados de saúde sobretudo da área oftalmológica, especializada em cirurgia laser, e o British Hospital Management Care, também integrado no campus das Torres de Lisboa, que presta cuidados na área da sinistralidade, caso de acidentes de trabalho, e serviços de fisioterapia.

A Luz Saúde (antiga Espírito Santo Saúde, do Grupo Espírito Santo) foi comprada pela seguradora Fidelidade, que pertence aos chineses da Fosun, em outubro de 2014.

A empresa é dona do Hospital da Luz, em Lisboa, entre outras unidades hospitalares.

Ilha Terceira e Faial
O Governo dos Açores pretende alargar aos hospitais da Terceira e do Faial as equipas de cuidados paliativos, e ampliar a mais...

“Vamos começar pela formação. Já identificámos profissionais em ambos os hospitais que estão interessados em fazer a formação avançada e assim que eles concluírem podemos avançar”, disse a diretora regional da Saúde, Tânia Cortez.

O Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, é o único nos Açores que tem uma unidade de cuidados paliativos, com dez camas, inaugurada há um ano.

“As únicas camas de cuidados paliativos que existem na região são as da equipa do Hospital do Divino Espírito Santo”, indicou a responsável, acrescentando que nos Açores existem ainda equipas domiciliárias de cuidados paliativos em São Miguel, Terceira e Faial.

Tânia Cortez sublinhou que os cuidados paliativos têm organização e funcionamento próprios e implicam formação de profissionais na área.

"Vamos começar agora com os cursos básicos, porque nem todos os profissionais envolvidos nestas equipas precisam de ter formação avançada. Têm todos que ter pelo menos formação básica", precisou.

A diretora regional da Saúde frisou que outro objetivo passa por fomentar a criação de novas equipas domiciliárias nesta área, o que depende, igualmente, da formação.

"Os cuidados paliativos são um pouco diferentes de ações paliativas, já que neste último caso todos os profissionais de saúde as podem fazer, mas já quanto aos cuidados paliativos exigem alguma formação", explicou.

Nos Açores a rede de cuidados paliativos está inserida na rede de cuidados continuados integrados.

Segundo a diretora regional da Saúde, "não existem ainda no arquipélago profissionais em número suficiente, nem instituições em número suficiente para se criar uma rede autónoma de cuidados paliativos".

A Unidade de Cuidados Paliativos do hospital de Ponta Delgada está a realizar até sábado o seminário “OPEN DAY Cuidados Paliativos: um desafio para a Região Autónoma dos Açores”.

Os trabalhos terminam com a conferência de encerramento “Cuidados Paliativos nos Açores: Potencialidades e Futuro”.

A iniciativa visa encetar estratégias de âmbito regional para o desenvolvimento conjunto dos cuidados paliativos nos Açores, bem como desenvolver competências dos profissionais de saúde nesta área.

Paralelamente é assinalado o primeiro aniversário da Unidade de Cuidados Paliativos do hospital de Ponta Delgada, a maior unidade de saúde do arquipélago.

Infarmed
O Infarmed detetou no mercado português um medicamento ilegal para emagrecer e que contém uma substância retirada do mercado...

De acordo com o Infarmed, o produto Li Da – Daidaihua (cápsulas) é um medicamento ilegal por não ter autorização de introdução no mercado em Portugal e conter uma substância (subutramina) que foi retirada do mercado europeu.

Esta substância, “que tem atividade farmacológica e se destina ao emagrecimento, foi detetada após análise no laboratório do Infarmed”, refere a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde.

“Atendendo a que este produto não foi autorizado pelo Infarmed, a sua utilização é proibida em Portugal, não estando garantida a sua qualidade, segurança e eficácia”, acrescenta.

O Infarmed indica ainda a todas as entidades que disponham deste produto que não o podem vender, dispensar ou administrar, devendo comunicar de imediato com a autoridade do medicamento.

Os utentes que tenham adquirido o produto não o devem utilizar e o Infarmed aconselha a entregar as embalagens em causa na farmácia para posterior destruição.

No Algarve
A Semana Digestiva 2017, este ano presidida pelo Prof. Doutor Rui Tato Marinho, realiza-se entre 7 e 10 de junho de 2017 no...

No dia 8 de junho, 5ªfeira, entre as 12:30 e as 13:00 horas, vai decorrer a sessão de abertura na presença do Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes e do Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães.

Também estarão presentes na Sessão de abertura os presidentes da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, José Cotter; da Sociedade Portuguesa de Endoscopia Digestiva SPED, António Dias Pereira e Isabel Pedroto, da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF).

A Semana Digestiva tem como mote em 2017 “Inovar, formar, para melhor cuidar”.

Alguns dos temas do programa da Semana Digestiva 2017 serão, entre outros, os cinco principais cancros digestivos (“Big Five”), imagem avançada em endoscopia digestiva, a hipertensão portal de causa não cirrótica, os benefícios no tratamento das doenças hepáticas, a doença inflamatória intestinal, a doença de refluxo e a abordagem do nódulo sólido do pâncreas.

“Queremos pôr a pessoa que sofre no centro do sistema e, para isso, vamos reunir para saber o que há de novo na gastrenterologia ao nível das tecnologias, dos processos de trabalho, medicamentos novos, no transplante hepático que tem salvo muitas vidas e também na área da endoscopia”, refere o presidente da Semana Digestiva, Rui Tato Marinho.

O responsável da Semana Digestiva destaca ainda a importância da formação no Congresso “para termos os melhores médicos a tratar os doentes portugueses”, e a oncologia digestiva, onde o gastrenterologista tem um papel crucial nas várias fases de qualquer cancro digestivo.

Três das doenças que a gastrenterologia trata, estão na lista das 10 com mais mortalidade: cancro do cólon e reto, doenças do fígado e cancro do estômago.

O Prémio Nacional de Gastrenterologia 2016 vai ser apresentado na sessão de abertura da Semana Digestiva.

Sendo o grande fórum da Gastrenterologia portuguesa, é uma organização conjunta da SPG, SPED, APEF e das Secções Especializadas da SPG (Núcleo de Neurogastrenterologia e Motilidade Digestiva, Clube Português do Pâncreas, Grupo de Estudos Português do Intestino Delgado e Grupo Português de Ultrassons em Gastrenterologia).

A Semana Digestiva 2017 será uma excelente oportunidade para atualização científica e network profissional e pessoal.

Saiba mais: http://www.semanadigestiva.pt/

Doenças Respiratórias
Os hábitos tabágicos são responsáveis pelo aparecimento de mais de 50 doenças, entre elas a Doença P
Homem idoso a fumar para cima de homem jovem

“O consumo de tabaco causa cerca de 50 doenças diferentes, das quais as mais relevantes a DPOC, a neoplasia do pulmão e as doenças cardiovasculares, nomeadamente a doença coronária, o enfarte do miocárdio, as tromboses cerebrais e os aneurismas arteriais”, começa por dizer António Carvalheira Santos que não esquece a sua relação com alguns tipos de tumores – boca, laringe, faringe, esófago, pâncreas, rim, bexiga e colo do útero.

De acordo com o especialista, no entanto, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) e o Cancro do Pulmão “evidenciam-se como as doenças respiratórias mais relevantes e preveníveis provocadas pelo hábito de fumar”.

Apesar de ser ainda pouco conhecida, “mas extremamente letal”, a DPOC afeta cerca de 14% da população portuguesa com mais de 40 anos, estimando-se que entre 700 a 800 mil portugueses sofram de uma patologia que é já considerada a 3ª causa de morte em todo o mundo.

“Sabe-se que os hábitos tabágicos são responsáveis por 90% dos casos de DPOC, o que faz com que os doentes apresentem menores níveis de oxigénio no sangue, causando a falência dos vários órgãos. Os ex-fumadores e qualquer pessoa exposta ao fumo do tabaco (os designados fumadores passivos) são também potenciais doentes”, acrescenta o pneumologista.

Falta de ar ou dispneia, tosse, expectoração, pieira e cansaço são os principais sinais de alarme de uma doença crónica e progressiva.

“A DPOC é uma doença com dois componentes de desigual envolvimento: a bronquite crónica com inflamação brônquica, e consequente obstrução, que leva à dificuldade expiratória, e o enfisema com destruição alveolar e a consequente perca de territórios para as trocas gasosas com diminuição da capacidade de passagem do oxigénio para o sangue, bem como da eliminação do dióxido de carbono resultante do trabalho celular”, explica o chefe de Serviço de Pneumologia do Hospital Pulido Valente, em Lisboa.

A maior suscetibilidade dos fumadores a infeções respiratórias prende-se sobretudo com a quantidade de muco produzido para “impedir que as impurezas veículadas pelo fumo do tabaco invadam os alvéolos pulmonares”.

“A expetoração é muco e a sua composição química são mucopolissacáridos, que tem uma estrutura molecular em rede composta por proteínas e glúcidos (açúcares). Este muco tem como finalidade a fixação dos irritantes que invadem o aparelho respiratório para serem explusos”, refere o especialista.

Vírus e bactérias encontram aqui as condições ideais para o seu desenvolvimento.  “Devido à sua composição – proteínas e glúcidos (açúcares) e à temperatura do organismo estão criadas as condições para a sua multiplicação e desenvolvimento das doenças infeciosas respiratórias virais e bacterianas”, justifica.

Diagnóstico precoce decisivo na progressão da doença

De acordo com António Carvalheira Santos, o diagnóstico precoce é decisivo para impedir a progressão da doença.

“Para além da história e dos sintomas como manifestação da doença, o diagnóstico baseia-se num exame respiratório, a espirometria, que evidencia o grau de obstrução à passagem do fluxo expiatório”, refere. Este exame permite avaliar a função respiratória e adequar o tratamento de acordo com o estadio da doença, que pode ser classificada como ligeira, moderada, grave ou muito grave.
Outros exames, como o RX ou TAC, permitem avaliar alterações estruturais e despistar outras patologias que possam apresentar sintomas semelhantes.

Quanto ao seu tratamento, o especialista defende que “uma intervenção adequada na doença de DPOC deve envolver prevenção, nomeadamente promover a cessação tabágica nos fumadores e a vacinação para prevenir as infeções respiratórias, quer pelo vírus da gripe (influenza), quer pelas pneumonias pneumocócicas”.

A par do tratamento farmacológico, que visa a redução dos sintomas, a frequência e a gravidade das agudizações, a reabilitação respiratória tem igual importância neste contexto.

“A Reabilitação Respiratória é uma componente fundamental no tratamento do doente respiratório crónico” que tem como objetivos proporcionar a “diminuição das incapacidades físicas e psicológicas causadas pela doença respiratória através da melhoria da aptidão física e mental”, bem como promover a alteração de comportamentos de agravamento e capacitar o doente para a gestão integrada da sua doença.

Redução de sintomas como dispneia ou fadiga, reversão da ansiedade e depressão associados à doença respiratória ou o aumento da resistência ao esforço são alguns dos benefícios apontados. “Redução das agudizações, a redução do número de consultas não programadas no Serviço de Urgência, do número de dias de hospitalizações” e consequente diminuição dos custos diretos e indiretos relacionados com a saúde acrescem nesta lista.


90% dos doentes com DPOC são ou foram fumadores 

“É necessário apostar em campanhas de educação e sensibilização”

Numa análise sobre o impacto do Tabagismo em Portugal, realizada em 2005, foi possível concluir, de acordo com este especialista, que a DPOC é a principal doença responsável pelos Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade (DALYs – medida da quantidade de saúde perdida, em tempo, preconizada pela OMS e pelo Banco Mundial).

Por outro lado, sabe-se que o número de óbitos por doenças do foro respiratório tem vindo a aumentar. “Em Portugal, são responsáveis por cerca de 19% dos óbitos e a principal causa de internamento. Estima-se que, em 2020, no mundo, as doenças respiratórias sejam responsáveis por cerca de 12 milhões de mortes anuais”, refere o especialista em pneumologia.

E, no entanto, “uma medida tão simples como deixar de fumar” pode inverter este panorama.

“É necessário apostar em campanhas de educação e sensibilização para a promoção de hábitos de vida saudáveis, reforçar que o diagnóstico precoce continua a ser a forma mais eficaz de controlar as doenças respiratórias e, especificamente, a DPOC”, defende António Carvalheira Santos.

Com o objetivo de colmatar a falta de informação disponível sobre doenças respiratórias foi criada a plataforma RespirARmelhor.pt.

Para além de disponibilizar conteúdos relativos às diferentes patologias, assim como formas de prevenção e opções de tratamento, a plataforma pretende alertar para a necessidade de aconselhamento especializado sempre que existam determinados sintomas.

“Totalmente dedicada a doentes, familiares, profissionais de saúde e todos os interessados em saber mais sobre as doenças respiratórias crónicas, a plataforma encontra-se disponível desde Abril e conta com a chancela científica de Associações e Sociedades da área em Portugal”, conclui.

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DPOC atinge cerca de 6% da população em Portugal

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Especialista
O facto de as mulheres terem filhos cada vez mais tarde está a lançar desafios cada vez mais exigentes aos médicos, disse o...

A propósito do 21.º Congresso de Obstetrícia e Ginecologia, que se vai realizar em Coimbra entre quinta-feira e domingo, Daniel Pereira da Silva explicou que a "linha mestra de discussão vai ser a natalidade e o envelhecimento da população".

"As mulheres estão a ter filhos cada vez mais tarde e isso cria dificuldades e problemas acrescidos, exigindo dos especialistas uma conduta mais exigente e mais recursos humanos e mais diferenciados", sublinhou.

Segundo Daniel Pereira da Silva, os especialistas estão cada vez mais preocupados com a questão da fertilidade devido a problemas oncológicos, de obesidade, hipertensão e diabetes, patologias que surgem com o avançar da idade.

Desde 2015 que a taxa de natalidade está a aumentar ligeiramente em Portugal, mas, de acordo com o especialista, "à custa da faixa etária de mulheres acima dos 35 anos, o que lança desafios cada vez mais exigentes".

Além das patologias que surgem com a idade, o presidente da Federação das Sociedades Portuguesas de Obstetrícia e de Ginecologia (FSPOG) salienta que se verificam nas gravidezes tardias "taxas de gemelares (gémeos) mais elevadas, mais malformações dos fetos e miomas benignos, cancro do útero ou da mama, que cria dificuldades terríveis".

"São cada vez mais as mães que têm filhos com 35 ou mais anos de idade, sendo que se trata de 35,5% dos casos em 2016, um aumento de 10% face a 2010", referiu.

Apesar da taxa de natalidade ter subido ligeiramente nos últimos dois anos e meio, Portugal é o segundo país da Europa com menor taxa de nascimentos e continuam a morrer mais pessoas do que a nascer.

Embora o número global de nascimentos continue baixo, Daniel Pereira da Silva realça que o "volume de trabalho não diminuiu e é mais exigente, por força das patologias que surgem após os 35 anos".

Durante o congresso, que vai reunir 800 dos 1.200 especialistas que existem em Portugal, será apresentado o Consenso Nacional sobre os Miomas Uterinos, a patologia ginecológica mais comum do trato ginecológico feminino, tendo em conta as evoluções na tecnologia e terapêutica médica.

Na sessão de abertura, será apresentada a quinta edição do livro "Medicina Materno Fetal" e atribuído Prémio de Mérito Científico de Obstetrícia e Ginecologia 2017 a Carlos Ferreira de Oliveira.

Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico
O consumo de tabaco varia com a escolaridade, segundo um inquérito do Instituto Ricardo Jorge, que contabiliza 28,3% de homens...

No Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico, conclui-se que o consumo de tabaco aumenta com a escolaridade no caso das mulheres, com prevalência de 7,2% na população que tem até ao 1.º ciclo, aumentando para 20,6% entre aquelas que têm o ensino superior.

Quanto aos homens, a maior percentagem de consumo - 34,1% - verifica-se nos que têm o 2.º ou 3.º ciclo do ensino básico.

Da investigação conclui-se ainda que são os desempregados que mais fumam, com prevalência de 43% nos homens e 27% nas mulheres.

Entre quem não fuma, 12,8% está exposto a ambientes com fumo, sobretudo homens, pessoas com 2.º ou 3º ciclo de escolaridade e desempregados.

Conhecer estas tendências é fundamental para decidir quais os grupos prioritários para intervir, afirmou o coordenador geral do inquérito, Carlos Dias.

Na pesquisa, divulgada no Dia Mundial Sem Tabaco, foram entrevistadas 4.911 pessoas, 46,1% homens e 53,9% mulheres.

Até 2018
Cantores e atores juntaram-se a professores e até jornalistas para participarem no primeiro rastreio nacional da voz que...

Vila Real e Bragança são os primeiros distritos fora de Lisboa a receber o rastreio nacional que é dirigido a quem usa a voz como instrumento de trabalho mas é aberto a toda a população.

“O objetivo é fazer um despiste nacional de voz, ver como está a saúde vocal dos portugueses. É a primeira vez que se faz um levantamento assim”, afirmou Clara Capucho, cirurgiã otorrinolaringologista responsável pelo rastreio, que é promovido pela Gestão dos Direitos dos Artistas (GDA).

A descentralização do rastreio começou hoje de manhã, no centro de saúde de Mateus, em Vila Real.

Clara Capucho começa por fazer um questionário sobre as queixas dos utentes e a utilização da voz em termos profissionais e faz, depois, uma laringoscopia para visualizar as cordas vocais e ver se há lesões.

O professor Nuno Miguel Fernandes tem uma rouquidão permanente e disse que a profissão o obriga a usar a ferramenta que é a voz. Hoje ficou a saber que não tem lesões nas cordas vocais, mas uma alteração que vai ter que tratar e que não pode esforçar muito a voz.

“Este rastreio é uma mais-valia e agora vou direcionar-me ao médico de família”, salientou.

Miguel Guedes, vocalista dos Blind Zero, disse ser necessário ter uma “atitude pró-ativa e antecipatória”. “Os cuidados com a voz, assim como os cuidados de saúde gerais, são fundamentais e, para a classe artística, então, são vitais”, afirmou.

O cantor considerou que um dos grandes problemas da voz “é a indisciplina” com que ela é usada.

Os “músicos, como de alguma forma têm uma disciplina que se vai adquirindo de alguns anos de estrada e de gravar discos, acabam por ter um ambiente mais controlado, por incrível que pareça”, sublinhou.

“O desgaste e a falta de descanso, os horários, acabam por ser momentos excessivos sempre para a voz e tento ter o cuidado possível”, referiu.

Sérgio Agostinho, ator da companhia de teatro Peripécia, elencou a oportunidade de ser “consultado por um especialista, que tem experiência em observar e tratar profissionais da voz”.

“Para um ator é fundamental ter esse cuidado e conhecimento de como está a funcionar o nosso instrumento”, frisou.

O cantor Emanuel é já acompanhado pela especialista e encontrava-se, hoje, um pouco rouco.

O músico fez questão de vir a Trás-os-Montes para “sensibilizar as pessoas” e alertar para que a “voz é uma parte do corpo fundamental” e com a qual é preciso “ter muitos cuidados”. No seu caso, exemplificou, que bebe “pelo menos litro e meio de água por dia” e que, a primeira coisa que faz ao acordar, é “beber dois copos de água norma”.

Emanuel sublinhou ainda o “trabalho missionário” de Clara Capucho e referiu que a médica “tem feito muito por esta área da medicina em Portugal”.

Por sua vez, a especialista destacou a “aposta na medicina preventiva” e na “divulgação de cuidados simples” que todos devem ter, como beber muita água, não pigarrear e não esforçar a voz em caso de rouquidão ou constipação.

A especialista referiu que, nos rastreios, as patologias que são detetadas com mais frequência são a laringite de refluxo, lesões das cordas vocais por má funcionalidade, nódulos, pólipos, quistos e, para além disso, algumas laringites crónicas, que são reflexos do tabaco.

“Lesões malignas felizmente apanhamos poucas, mas as que apanhamos podem fazer toda a diferença porque são tratáveis”, frisou.

O Ministério da Saúde associou-se à iniciativa. “Tenho muito gosto em estar aqui hoje porque é o início de um processo de descentralização que vai durar mais de um ano, porque o objetivo é fazer esta ação em todas as capitais de distrito”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado.

Instituto de Investigação e Inovação em Saúde
Um conjunto de tecnologias consideradas inovadoras para diferentes especialidades médicas, que estão “a um passo de transitar...

Serão “mais de dezena e meia” de tecnologias das áreas da Oncologia, Ortopedia, Infecciologia, Neurologia, Cirurgia, Gastroenterologia e Infeção Hospitalar que serão apresentadas pelos seus autores ao público que visitar a mostra “RESOLVE tecHospital”, referiu hoje o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), em comunicado.

Estarão patentes todos os projetos que o i3S tem vindo a promover entre 2016 e 2017 através do seu programa de aceleração de tecnologias.

Entre esses equipamentos encontram-se um dispositivo de isolamento de células tumorais circulantes, novos compostos para tratamento do cancro do intestino, tecnologia digital da Fraunhofer para rastreio de melanoma, biomaterial para preenchimento preventivo de infeções ósseas, óculos de gravação de cirurgias a para administração profilática de antirretrovirais e adesivos e dispositivos para ostomizados.

“Comum a todas estas tecnologias é o suporte que estão a receber do i3S através do seu programa de aceleração de tecnologias, o ‘RESOLVE’”, salienta o i3S.

A “RESOLVE tecHospital” irá decorrer entre as 14:00 às 17:00, nas instalações do i3S na Rua Alfredo Allen, 208, no Porto, e estará aberta a todos os interessados.

O “RESOLVE” (www.resolve-health.pt) é um programa na área da saúde para apoio à transferência de conhecimento científico e tecnológico de projetos inovadores promissores em estágio inicial.

Estes projetos têm o potencial de se traduzir em soluções para o benefício do doente e dos profissionais de saúde, respondendo a desafios societais prementes.

O “RESOLVE”, com sede no i3S, apoia estes projetos através da aplicação e implementação de ferramentas desenhadas para necessidades específicas, tanto em termos de tecnologia como em termos de estratégia de mercado.

A mostra realiza-se no âmbito da semana do empreendedorismo e inovação "Start&Scale Porto", que começou no passado domingo e encerra sábado, organizada pela Câmara do Porto.

Dia Mundial Sem Tabaco
O Governo Regional dos Açores vai implementar um programa nas escolas para incentivar os alunos do 4.º ano do ensino básico e...

“Há estudos que indicam que cerca de 33% das crianças estão sujeitas ao fumo dos pais, quer em casa, quer nos carros, e como tal decidimos avançar com este programa, que no fundo passa por uma intervenção junto das crianças do 4.º ano do ensino básico”, disse, hoje, em declarações aos jornalistas, o secretário regional da Saúde, Rui Luís.

O programa 'Domicílios e carros sem fumo' foi anunciado no âmbito das comemorações do Dia Mundial Sem Tabaco, no Centro de Saúde de Angra do Heroísmo, onde decorriam ações de divulgação da consulta de cessação tabágica.

Segundo o governante, a campanha, que arranca no próximo ano letivo, deverá abranger cerca de 2.500 crianças e, em julho, será dada formação a cerca de 140 docentes do ensino básico.

O programa inclui ações de formação junto das crianças e a criação de materiais alusivos ao combate ao tabagismo, como cartazes e dísticos, que os alunos podem colar em casa e nas viaturas, dizendo que é proibido fumar.

“Prevê-se que os alunos assinem um contrato com os pais, em que os pais se comprometam efetivamente a deixar de fumar. E nós vamos acompanhar esse processo ao longo dessa etapa formativa”, adiantou Rui Luís.

De acordo com dados do Inquérito Regional de Saúde, em 2014, cerca de 27,6% dos açorianos entre os 20 e os 74 anos fumava diariamente e 45,6% admitia fumar na presença de outras pessoas, incluindo crianças.

No mesmo inquérito, 20% da população disse que pelo menos um elemento do agregado familiar fumava dentro de casa e 19% disse que pelo um elemento do agregado familiar o fazia dentro do carro.

“O investimento na saúde passa muito pela prevenção e este programa ‘Domicílios e carros sem fumo’ é na prática uma dessas ações de prevenção, porque as crianças que estão sujeitas ao fumo têm uma grande probabilidade de contraírem cancro do pulmão, doenças cardiovasculares e problemas respiratórios”, frisou o secretário regional da Saúde.

Segundo Rui Luís, a adesão às consultas de cessação tabágica tem vindo a aumentar, mas os Açores continuam a apresentar uma taxa de tabagismo superior à média nacional.

“No ano de 2016 já tivemos cerca de 2.000 consultas e a perspetiva é que este ano aumentasse consideravelmente a disponibilidade de consultas”, revelou.

O Dia Mundial Sem Tabaco foi assinalado em todas as ilhas dos Açores com a divulgação de consultas de cessação tabágica nas Unidades de Saúde de Ilha, rastreios de avaliação dos valores de monóxido de carbono e concursos nas escolas.

Doença do Sistema Nervoso Central
Em Portugal existem cerca de 6 mil doentes com Esclerose Múltipla, uma doença inflamatória crónica q
Desenho de cérebro em 3D

O que é a Esclerose Múltipla?

A Esclerose Múltipla (EM) é uma inflamatória crónica que afeta exclusivamente sistema nervoso central (SNC - encéfalo e medula espinhal). As causas da doença são ainda mal conhecidas admitindo-se que esta resulte de uma combinação de fatores genéticos e ambientais (ex. infeções virais, défice de vitamina D, hábitos tabágicos); esta combinação desfavorável leva a uma alteração do sistema imunológico com hiperatividade de algumas células (linfócitos T e B) as quais, em vez de manterem uma ação protetora, começam a atacar o SNC e a provocar o aparecimento de lesões. Estas lesões ocorrem principalmente nas regiões mais ricas em mielina (substância branca que envolve os prolongamentos dos neurónios) causando assim os défices que caracterizam a doença. Por afetar predominantemente a mielina e provocar o aparecimento de lesões cicatriciais (placas), a EM também é conhecida como ‘doença desmielinizante’ ou ‘Esclerose em placas’.

Epidemiologia

A EM afeta predominantemente adultos jovens entre os 20-40 anos (pico de incidência 30 anos) e, como a generalidade das doenças imunológicas, atinge mais as mulheres que os homens (3:1). Em Portugal existem cerca de 6000 doentes, número que traduz uma prevalência média se compararmos com a distribuição da doença pelo Mundo.

Clínica

As manifestações clínicas dependem da localização das lesões e são muito variáveis de doente para doente.

Os sintomas mais habituais são: motores (ex. falta de força, falta de coordenação), sensitivos (ex. perda de sensibilidade, formigueiros), visuais (ex. perda aguda de visão, visão dupla), esfincterianos (ex. incontinência urinária). Outros sintomas igualmente importantes são a fadiga, uma das queixas mais frequentes e incapacitantes, a disfunção cognitiva (ex. défices de memória e de atenção) e as perturbações emocionais (ex. ansiedade e depressão).

Na grande maioria dos doentes a doença evolui por surtos – aparecem sintomas que se instalam de forma aguda ou sub-aguda (em dias ou semanas) e que tendem a regredir completa ou parcialmente.

Com o evoluir da doença há uma tendência para que os surtos se atenuem e a doença se torne lentamente progressiva (formas secundárias progressivas). Numa pequena percentagem de doentes, a doença é progressiva desde o seu início (formas primariamente progressivas).

A acumulação dos défices neurológicos e a incapacidade funcional daí resultante interfere significativamente com a qualidade de vida e, pelas suas complicações, pode determinar uma redução da esperança média de vida.

Diagnóstico

Na ausência de um teste específico que permita identificar a EM, o diagnóstico é estabelecido com base nos aspetos clínicos e no resultado de alguns outros exames complementares, dos quais se destaca a Ressonância magnética.

O diagnóstico exige muitas vezes conhecimento e experiência na doença, pelo que em casos de suspeita de EM, a situação deve ser avaliada por um neurologista com experiência nesta área.

Tratamento

A EM é ainda uma doença incurável. Todavia, nas últimas 2 décadas, registaram-se desenvolvimentos notáveis no tratamento com o aparecimento de múltiplos fármacos capazes de conter o processo inflamatório e assim reduzir o aparecimento de lesões no SNC.

Muitos outros estão atualmente a ser ensaiados e temos a expectativa de que estes fármacos ditos imunomoduladores, mesmo não curando a doença, consigam interferir na sua história natural reduzindo dramaticamente as suas consequências.

Para além disso, há muitas opções para minimizar os sintomas, incluindo tratamento farmacológico e fisioterapia. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Administração Central do Sistema de Saúde
Quase um terço dos médicos recém-formados não conseguiu vaga para a sua especialização, de acordo com o mapa definitivo de...

Segundo a lista divulgada pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e publicada em Diário da República, na passada sexta-feira, o total de vagas foi de 1.758, das quais 1.252 hospitalares, 462 para medicina geral e familiar e 44 de saúde pública.

Para estas vagas existiam 2.466 jovens médicos, o que representa que 708 vão ficar sem formação específica, ou seja, perto de um terço dos candidatos.

Apesar de este ser o maior número de sempre de vagas propostas de acordo com a capacidade de formação do país, o número de médicos sem vaga para a sua especialização também é o maior de sempre, subindo de 112 em 2015 para mais de 700 em 2017/18.

Para a presidente da Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM), Rita Ramalho, para este cada vez maior número de médicos impedidos de concluir a sua formação as alternativas passam pela emigração, voltar a concorrer no próximo ano ou optar por carreiras menos comuns, como a gestão hospitalar, indústria farmacêutica, ciência e investigação ou jornalismo médico.

“Estamos perante um problema e temos tentado dar alternativas, o que não vemos a tutela fazer”, disse

Rita Ramalho lamenta que um investimento público desta natureza – a formação de um médico custa cerca de 12 mil euros por ano – esteja a ser desperdiçado ou a ser aproveitado por outros países, como a Inglaterra e a Alemanha, que reconhecem a qualidade dos médicos portugueses e procuram-nos cada vez mais.

“É um desperdício de dinheiro público que não está a ter qualquer retorno”, adiantou.

A presidente da ANEM sublinhou ainda que só um planeamento correto assegura a melhor formação dos médicos e, por conseguinte, uma “maior qualidade dos serviços prestados à saúde dos portugueses”.

Estudo
Em Portugal, a despesa anual por doente começa nos 22.700 euros e pode chegar aos 34.400 euros. Valor está abaixo da média...

Para o médico Alan Thompson, investigador do University College London e autor de um estudo sobre a despesa global da esclerose múltipla, os custos com esta doença “não são propriamente inesperados”, mas mostram que há um grande trabalho a fazer. Entre os doentes portugueses, só 43% estão empregados e 72% dizem que sentem que a sua produtividade é afetada, sobretudo pela fadiga – que é uma das principais consequências da doença.

Alan Thompson estará nesta quarta-feira em Lisboa, num simpósio internacional do British Medical Journal, que decorre no Centro Cultural de Belém, para apresentar o seu estudo sobre os custos globais da esclerose múltipla, tanto na Europa como em Portugal. Em entrevista ao jornal Público, o neurologista adiantou que o trabalho contou com um total de 16.808 doentes de 16 países, sendo 535 portugueses.

Os dados nacionais estão em linha com os dos restantes países, explica o investigador, que diz que os doentes portugueses inquiridos tinham uma idade média de 48,5 anos e que 92% estavam ainda abaixo da idade da reforma. Mesmo assim, só 43% estavam empregados. Além da fadiga mencionada por 98% dos inquiridos, 74% das pessoas referiram também as consequências cognitivas desta doença degenerativa como outro problema com influência direta no mundo laboral.

O neurologista do University College London explica que no caso dos doentes portugueses o diagnóstico aconteceu perto dos 36 anos, mas desde os 30 anos que a maior parte dos doentes dizem ter tido sintomas que vieram a culminar nesta doença. Concretamente sobre os problemas de absentismo, o especialista acredita que “pode-se fazer muito trabalho com as pessoas com esclerose múltipla, para que possam manter-se nos seus empregos, mas isso requer aconselhamento especializado e o envolvimento do empregador”. Thompson lembra que, comparativamente com outras doenças crónicas, o carácter “variável e imprevisível” da esclerose múltipla acarreta “desafios particulares”, até por afetar pessoas bastante jovens.

Custos com medicamentos e pensões
Além da caracterização dos doentes e da análise das implicações na esclerose múltipla no trabalho, a equipa de Alan Thompson procurou também encontrar os custos económicos associados a esta patologia. Nos dados globais europeus, a principal fatia do bolo (79%) destina-se aos medicamentos e às pensões por doença e invalidez.

O estudo analisou as despesas para os vários graus de esclerose múltipla e adaptou os valores ao custo de vida de cada país. As formas mais ligeiras de esclerose múltipla representam uma fatura anual média de 22.800 euros por doente, mas o valor chega aos 57.500 euros quando a doença evolui para as manifestações mais graves. Em Portugal o primeiro valor é apenas 100 euros inferior, mas nas formas mais graves há uma diferença significativa, com o valor em Portugal a ficar nos 34.400 euros. A cada surto, estima-se também que o valor gasto seja de perto de 3000 euros.

“Estes custos não são inesperados, mas com uma intervenção mais precoce e mais eficaz poderiam ser reduzidos. Espera-se que, comparando os diferentes modelos, possamos alcançar um sistema melhor em toda a Europa”, defende Alan Thompson, que lembra que o estudo olhou para várias despesas, desde as mais óbvias (como os custos diretos com serviços de saúde e medicamentos), até à participação no mercado do trabalho, despesas diretamente pagas pelos doentes ou com ajuda familiar.

Estudo
Investigadores portugueses descobriram o primeiro caso de um animal vertebrado que nasce só com os genes do pai, tratando-se de...

Os cientistas da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa fizeram testes de paternidade aos peixes e descobriram que existia um macho androgenético, com o mesmo conjunto de genes do seu pai.

Na espécie analisada conheciam-se variações genéticas que significam que existem vários tipos de macho e fémea com distribuições diferentes de cromossomas, escreve o Sapo.

No caso do macho androgenético, O ADN da mãe apenas existiu nas células sexuais produzidas nos seus ovários, uma característica da androgénese que só se conhecia em plantas, insetos e moluscos.

Em animais vertebrados, também peixes, tinha sido conseguido mas com manipulação em laboratório.

Esta forma de reprodução, propõem os investigadores, poderá dar origem a novas formas de reprodução na evolução daquela espécie, segundo Miguel Morgado-Santos, do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais, primeiro autor do estudo publicado na revista Royal Society Open Science.

No Porto
O Hospital de São João, Porto, anunciou hoje um investimento de 4,1 milhões de euros em eficiência energética que permitirá ...

Em comunicado, o HSJ sublinha que no final do processo haverá “uma poupança de 300 mil euros/ano, o equivalente ao consumo atual da Consulta Externa, que, assim, ficará autossuficiente em termos de consumo de energia”.

Para concretizar os melhoramentos, o hospital receberá uma comparticipação de 3,8 milhões de euros através do programa de auxílio do Estado POSEUR (Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos), cujo contrato foi assinado no passado dia 25 de maio.

As obras relacionadas com a eficiência energética envolvem três edifícios externos ao corpo principal do hospital: o Centro de Ambulatório, (que inclui a Consulta Externa), o Hospital de Dia e o edifício dos serviços de apoio, e têm início ainda este ano, prevendo-se a sua conclusão para o final de 2018.

Serão instalados 2.832 painéis fotovoltaicos nas coberturas de todos os edifícios, totalizando uma área de 5.411 metros quadrados.

Além da introdução dos painéis fotovoltaicos, “será melhorada a climatização de todo o Centro de Ambulatório, também com métodos energeticamente eficientes, pois esta climatização será obtida a partir das redes de transporte de água quente e água fria, permitindo eliminar os atuais aparelhos de ar condicionado”, refere o hospital.

“Com a nova climatização serão significativamente melhoradas as condições de conforto para doentes e profissionais que utilizam as salas de consulta, de tratamentos, de exames e as salas de espera na Consulta Externa”, afirma.

Acrescenta que também os envidraçados atuais serão substituídos por vidros duplos mais eficientes, que permitem a redução das perdas de calor nas alturas mais frias do ano e ganhos de isolamento nos períodos mais quentes. Todo o sistema de iluminação existente será substituído por iluminação do tipo LED, com maior eficiência e menor consumo energético.

Investigadora
A investigadora e líder do projeto "IoGeneration" que há um ano revelou que um terço das crianças portuguesas...

“Um ano depois de o alerta ter sido dado, pouco ou nada se avançou em termos de políticas de saúde”, afirmou a investigadora do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (Cintesis).

Desenvolvido entre o final de 2015 e abril de 2016, o projeto "IoGeneration" permitiu analisar mais de 2.000 crianças portuguesas, de 83 escolas do Norte de Portugal. Os resultados preliminares revelaram-se tão preocupantes que a equipa de investigação deu o alerta logo em março de 2016.

“Ficámos alarmados após analisarmos os dados preliminares, que já indicavam que mais de um terço das crianças teria níveis deficientes de iodo. Sabendo que a falta deste nutriente pode comprometer o coeficiente de inteligência (QI) em 15 pontos, sentimos a obrigação de alertar os decisores políticos e a sociedade o quanto antes”, explicou Conceição Calhau, que atualmente é também professora da Nova Medical School, em Lisboa.

Os resultados finais, publicados agora na revista científica internacional “Nutrients”, atestam que a equipa de investigação liderada pela especialista em Nutrição, do Cintesis, não se precipitou quando decidiu dar o alerta.

“Os dados finais mostram que 29% dos rapazes e 34% das raparigas entre os 6 e os 12 anos sofrem de carência de iodo”, sustentou Conceição Calhau.

Quando compararam as crianças por faixa etária, os investigadores concluíram que os mais pequenos (com 5 ou 6 anos) estão mais protegidos, sendo que “apenas 20% apresentava níveis baixos de iodo. Mas entre as crianças mais velhas (entre os 11 e os 12 anos), 39% têm os níveis de iodo comprometidos”.

Os pais das crianças avaliadas pela equipa de investigação foram também envolvidos no estudo, sendo que 68% confessou não saber o que era o sal iodado. Além disso, as 83 escolas que integraram o estudo não estavam a usar sal iodado, apesar da indicação, publicada em 2013, da Direção-Geral de Educação nesse sentido.

O iodo pode ser obtido através de alimentos de origem marinha, mas também está presente nos ovos, fígado e leite. Neste trabalho, ficou provado que as crianças que bebem dois ou mais copos de leite por dia se encontram mais protegidas contra o défice de iodo, por comparação às que consomem apenas um copo ou nenhum.

Ou seja, “existem outras formas de assegurar um aporte saudável de iodo, através da alimentação, mas em termos de saúde pública, a medida mais eficiente seria legislar no sentido de universalizar a iodização do sal”, sublinhou a investigadora.

Foi aliás neste sentido que deliberou um conjunto de representantes de entidades como a Direção-Geral da Saúde e da Educação, da Ordem dos Nutricionistas, do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica e até de representantes do setor da restauração e da indústria, reunidos por iniciativa dos investigadores do Cintesis, já a 30 de março de 2016.

Na declaração de consenso que daí resultou e que foi apresentada pela equipa de investigação em dezembro do ano passado durante uma audição com a Comissão Parlamentar para a Saúde, pode ler-se que “é consensual a necessidade de implementação da utilização universal e obrigatória, através de legislação apropriada, de sal iodado em Portugal, devidamente compatibilizada com as medidas e recomendações de redução do consumo de sal”.

A necessidade diária de iodo situa-se entre as 90 a 150 microgramas, em função da idade da criança. Este micronutriente serve para manter em equilíbrio os processos metabólicos do crescimento e desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso, desde a 15.ª semana de gestação do bebé.

Termas Centro
A coordenadora do projeto Termas do Centro, Guida Mendes, reconheceu hoje que as gerações jovens desconhecem os benefícios dos...

"Existe um desconhecimento em relação ao que são realmente as nossas termas. Quem tem 35 ou 40 anos não tem a mesma perspetiva que tinham os nossos avós, que conheciam bem as termas e os seus benefícios, faltando divulgação junto do público em geral e dos médicos", sustentou.

Em declarações, a responsável pelo Provere Termas Centro, que integra 22 estâncias termais da região Centro, evidenciou que o fim das comparticipações também prejudicou a afluência a este tipo de tratamento, embora não seja a causa principal, que atribui ao desconhecimento da população em relação aos seus benefícios.

Atualmente, as estâncias termais da região Centro registaram "um ligeiro crescimento em 2016 face a 2015, sendo que a parte que está em maior crescimento é a parte de bem-estar e não de termalismo clássico".

"Com este Provere, que vai até final de 2018, temos delineadas ações para o público em geral e outras direcionadas para os operadores e para os médicos. A água termal é um dos produtos endógenos de grande valor e a promoção tem de existir cada vez mais, de forma que, para além de toda a beleza da região Centro, o turismo passe por ter-se uma experiência termal", referiu.

De sexta-feira a domingo, terá lugar o congresso internacional "Termalismo e o desenvolvimento regional", o primeiro promovido pelo Provere Termas Centro, que contará com intervenientes nacionais, espanhóis e franceses.

"Penso que estarão presentes entre 80 a 100 pessoas neste congresso internacional, que tem por objetivo criar um espaço de debate e análise sobre o papel que o termalismo tem no desenvolvimento das regiões em que se encontra, sendo para isso apresentados exemplos de boas práticas, públicas e privadas, nacionais e internacionais", apontou.

De acordo com Guida Mendes, os diferentes painéis irão permitir a discussão de três grandes vetores: a saúde, os recursos hidrominerais e o turismo em Portugal, agregando-os.

O evento terá lugar nas Termas da Felgueira e no auditório do Edifício Multiusos de Nelas, estando a sessão de abertura agendada para as 18:00 de sexta-feira.

Nesta ocasião, estará presente o presidente da Câmara de Nelas, Borges da Silva; a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDR-C), Ana Abrunhosa; o presidente do Turismo do Centro, Pedro Machado; a presidente da Associação das Termas de Portugal, Teresa Vieira; e o presidente do Conselho de Administração Patris Investimentos SA, Gonçalo Pereira Coutinho.

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