Cancro
Os tomates são consumidos por todo o mundo e são um dos elementos principais da dieta mediterrânica, conhecida como potencial...

O extrato de tomate inteiro de duas plantações diferentes do sul de Itália inibe o crescimento de células de cancro de estômago e as suas características malignas, de acordo com um estudo da ‘Sbarro Health Research Organization’.

 As experiências realizadas analisaram extratos de lipofílicos de tomate inteiro quanto à sua capacidade de combater várias características neoplásicas de linhas celulares de cancro gástrico. Descobriu-se, então, que extratos das variedades de tomate de San Marzano e Corbarino foram capazes de inibir o crescimento e o comportamento de clonagem de células malignas.

O tratamento com extrato de tomate inteiro afetou processos-chave dentro das células que impedem a sua capacidade de migração, interrompendo, assim, o ciclo celular através da modulação de proteínas da família da retinoblastoma e inibidores específicos do ciclo celular. Por fim, induz a morte de células de cancro por apoptose.

 «Os resultados estimulam a avaliação do uso potencial de nutrientes específicos, não só no cenário de prevenção do cancro, mas também como uma estratégia de suporte, juntamente com terapias convencionais», remata o professor Antonio Giordano, diretor do ‘Sbarro Institute for Molecular Medicine’, EUA. «Espécies distintas podem exercer efeitos diferentes, em diferentes estágios de uma determinada neoplasia».

 O cancro de estômago está no top 5 dos cancros mais comuns a nível mundial e tem sido associado a causas genéticas, infeção e hábitos alimentares indesejados, como  consumo excessivo de alimentos fumados e salgados.

Estudo
Ficar sem dormir de forma crónica faz com que aumente a sensibilidade à dor segundo um novo estudo. Outro dado interessante é...

Um novo estudo do Centro Médico Beth Israel Deaconess em parceria com o Hospital Infantil de Boston, EUA, concluiu que a perda crónica de sono aumenta a sensibilidade à dor.

 Em ratos de laboratório, foram medidos com precisão os efeitos da perda de sono crónica na sonolência e na sensibilidade para dois estímulos: dolorosos e não-dolorosos. Foram testados medicamentos padrão para as dores, como ibuprofeno e morfina, bem como estimulantes de vigília, como a cafeína. Os seus resultados revelaram um papel inesperado para a agilidade na definição da sensibilidade à dor.

A equipa começou por medir os ciclos de sono normais. De seguida, fizeram os possíveis para que os ratos permanecessem nas rodas o maior tempo possível levando à privação de sono. Este protocolo de privação de sono foi desenvolvido de modo a que não provocasse stress, pois eram-lhes dado brinquedos e atividades dinâmicas para se manterem acordados. «Semelhante ao que a maioria de nós faz quando ficamos acordados mais tempo para ver televisão à noite», diz Thomas Scammell, um dos investigadores do estudo.

 Desta forma, conseguiram manter grupos de seis a 12 ratos acordados até 12 horas numa sessão, ou seis horas durante cinco dias consecutivos, monitorizando sempre o nível de sonolência, o stress e a dor. A sensibilidade foi medida pelo tempo que o animal levou até se afastar de um determinado ambiente: calor, fio pressão. Os investigadores testaram respostas a estímulos não-dolorosos como o aumento inesperado de um som.

«Descobrimos que cinco dias consecutivos de privação de sono moderado pode agravar significativamente a sensibilidade à dor ao longo do tempo em ratos saudáveis», afirma Chloe Alexandre, uma das autores.

 Surpreendentemente, analgésicos comuns como o ibuprofeno não bloquearam a hipersensibilidade induzida pela perda de sono. E até a morfina perdeu a maior parte da sua eficácia. Estas observações sugerem que os pacientes que utilizam estes fármacos para o alívio da dor podem ter que aumentar a dose para compensar a eficácia perdida devido à falta de sono, aumentando assim o risco de efeitos colaterais. Por outro lado, a cafeína bloqueou com sucesso a hipersensibilidade.

Risco elevado
Todas as regiões do país apresentam hoje risco ‘Muito Elevado’ e ‘Elevado’ de exposição à radiação ultravioleta (UV), segundo...

De acordo com o Instituto, no continente apenas Beja, Lisboa e Santarém estão com risco "Elevado", pois as restantes regiões estão todas com risco "Muito Elevado" de exposição aos raios UV.

Nas ilhas, também a Madeira e Porto Santo estão com risco "Muito Elevado", tal como a Terceira e o Faial, nos Açores.

Para as regiões com risco 'Muito Elevado' e 'Elevado', o Instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('Moderado'), 6 a 7 ('Elevado'), 8 a 10 ('Muito Elevado') e superior a 11 ('Extremo').

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade nas regiões Centro e Sul até ao final da manhã e com possibilidade de ocorrência de chuvisco no litoral oeste a sul do cabo Espichel.

Durante a tarde, está igualmente previsto o aumento temporário de nebulosidade nas regiões do interior Norte e Centro, onde há condições para ocorrência de aguaceiros dispersos.

As previsões apontam ainda para uma ligeira descida da temperatura, que vai chegar aos 31 graus Celsius em Évora, aos 30º em Beja e Santarém, aos 29º em Portalegre, Castelo Branco, Braga e Vila Real e aos 28º em Bragança.

Em Lisboa e Coimbra as temperaturas não vão ultrapassar os 26º, em Faro os 25º e no Porto os 23 graus Celsius.

Despesa
A Organização Mundial de Saúde (OMS) gasta em viagens cerca de 200 milhões de dólares (179 milhões de euros) por ano, mais do...

De acordo com documentos da OMS, a que a agência de notícias AP teve acesso, o que a OMS gasta em ajudas para lutar contra alguns dos maiores problemas de saúde pública, caso da SIDA, tuberculose e malária é bastante inferior do que gasta anualmente em viagens realizadas pela organização.

À medida que ONU tem vindo a pedir mais dinheiro para dar resposta às crises mundiais na área da saúde, também tem vindo a lutar contra as despesas que faz com as viagens.

Embora a ONU tenha introduzido novas regras na tentativa de travar um orçamento crescente para as viagens dos seus funcionários, os documentos internos alertam para o facto de estarem a ser quebradas as regras de controlo de despesas com viagens.

“Há funcionários que procuram ter regalias, tais como a reserva de bilhetes de avião em classe executiva e a reserva de quartos em hotéis de cinco estrelas”, refere a AP, citando documentos internos da OMS.

No ano passado, a OMS gastou cerca de 71 milhões de dólares com a SIDA e com a hepatite e para travar a propagação da tuberculose despendeu 59 milhões de dólares.

Numa recente viagem à Guiné-Conacri, onde a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, elogiou as equipas de saúde na África Ocidental por terem triunfado na luta contra o vírus Ébola, ela instalou-se na maior suíte presidencial no hotel Palm Camayenne em Conacri.

O preço da suíte é de 900 euros (1.008 dólares) por noite, sendo que a OMS se recusou a dizer quem tinha pago à guia que a acompanhou.

Sobre o assunto apenas referiu que os hotéis são, por vezes, pagos pelo país anfitrião.

Saúde Mental
José, que estuda Medicina na Universidade do Minho após um cão labrador o ter ajudado a diminuir os seus ataques de ansiedade,...

José Filipe Costa, que reside em Famalicão, enfrentou desde criança ataques de ansiedade que lhe "dificultavam a respiração e provocavam vómitos" até que um dia uma oferta lhe fez surgir em casa o Bóris, um cão da raça Labrador então com cinco meses de idade, contou o estudante à agência Lusa.

Bóris entrou nas brincadeiras do jovem que estava então no 10.º ano de escolaridade e era "vítima de uma depressão" a que "nem as consultas de psicologia ajudavam muito".

"Ele surgiu de forma espontânea. Nos meus tempos livre comecei a passear com ele e apercebi-me de que ficava gradualmente mais relaxado e bem-disposto", confessou José que, chegado ao 11.º ano, viu as notas subirem de 15 para 19 valores.

Na passagem para o 11.º ano "essa permanência com o Bóris mais a medicação reduziu-me os ataques, passando a estar mais concentrado nas aulas. Foi uma mudança brutal", relatou.

Quando passou a residir em Braga nos dias úteis, após entrar na Escola de Medicina na Universidade do Minho, os problemas de ansiedade do José voltaram. Mas não por muito tempo.

A exigência do curso - por vezes tem de ficar no fim de semana em Braga - fez "regressar o problema da ansiedade" a José, que tem "também dificuldades para estudar". Mas, "uma hora depois de chegar a casa e passear com o cão, ficam ultrapassados".

Aproveitando a opção que o curso lhe faculta de, no âmbito do projeto de opção no 1.º ano, escolher uma área que lhe "possa ser útil", José foi atrás de uma "epifania".

Uma pesquisa na Internet fê-lo descobrir a associação Ladra Comigo e a terapia com cães de assistência.

"Neste estágio procuro saber se, para outras pessoas, estar com estes cães tem o mesmo efeito", explicou o estudante, para quem "poder lidar com um registo variado de indivíduos - de idosos a crianças, e deficientes mentais com várias síndromas - vai permitir uma aproximação à sua realidade futura".

E exemplificou-o: "Na segunda-feira estive a medir a tensão arterial a pessoas com défice mental - e treinámos isso na Faculdade, mas é entre nós - enquanto neste estágio trata-se de pessoas que não param quietas e uma realidade que teremos de enfrentar quando formos médicos".

"Repetidas as medições após a terapia com os cães, os valores mostraram que as mesmas pessoas estavam mais calmas", salientou do primeiro dia de um estágio que se prolonga até 03 de junho.

Clara Cardoso, uma das terapeutas da Ladra Comigo, explicou que a associação "está em várias instituições com diferentes tipos alvo e patologias distintas", pelo que ao longo do estágio José Filipe Costa "vai poder ver, na prática, os resultados do trabalho de estímulo com os cães".

E com o José interessado em aprender com os cães a "dar a atenção às pessoas", destacou que por vezes "a situação psicológica destas é dramática", sendo que algo que o "ajuda a perceber isso é avaliar a gravidez psicológica das cadelas", particularidade corroborada por Clara Cardoso.

"Anualmente, acontece isso com uma das minhas cadelas! Fica até com leite nas maminhas e escolhe um sítio onde supostamente esconde os seus filhos", revelou.

Dados
Mais de 1.300 mulheres doaram óvulos e 123 homens espermatozoides, desde 2013, segundo dados do regulador desta área que...

De acordo com os resultados globais da atividade dos centros de PMA em 2015, divulgados pelo Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA), desde 2013 estão registadas 1.316 dadoras, das quais resultaram 1.856 dádivas.

A maioria das dadoras (66,6%) fez um ciclo de doação, 22,8% dois ciclos e 10,6% três.

No mesmo período, o CNPMA registou 123 dadores de espermatozoides que proporcionaram 494 dádivas.

Foram ainda aplicados 88 embriões doados.

A maior parte das dadoras tem idades entre os 25 e os 30 anos, enquanto no caso dos homens essa faixa situa-se entre os 18 e os 24 anos.

De acordo com o CNPMA, em 31 de dezembro de 2016 existiam 24.158 embriões crio preservados, tendo 223 embriões sido descongelados e eliminados.

O mesmo documento refere que existem em Portugal 27 centros que praticam técnicas de PMA, os quais, entre 2009 e 2016 foram responsáveis por 6.937 ciclos de Fertilização In Vitro (FIV) e Microinjeção Intracitoplasmática (ICSI), dos quais 3.712 no setor privado e 3.225 no público.

Nesse período, 621 ciclos de FIV e ICSI foram realizados com ovócitos de dadora e realizaram-se 236 inseminações artificiais com espermatozoides de dador.

Em 2015, o número de crianças nascidas com recurso a PMA foi de 2.481, mais 53 do que no ano anterior.

Estudo
Um estudo realizado na Dinamarca e apresentado no 24.º Congresso Europeu de Obesidade, que decorre no Porto, sugere que rapazes...

O estudo defende, no entanto, que "os rapazes com peso a mais que conseguirem atingir um peso saudável no início da idade adulta não parecem ter um risco mais elevado de cancro do cólon enquanto adultos".

Partindo do facto de "o cancro do cólon ser o quarto com maior incidência em adultos, com cerca de 41.000 casos diagnosticados todos os anos no Reino Unido, investigações anteriores sugerem que as crianças com excesso de peso têm maior risco de desenvolver cancro do cólon enquanto adultos", lê-se no relatório do estudo a que a agência Lusa teve acesso.

Britt Wang Jensen e Jennifer Baker, dos hospitais Frederiksberg e Bispebjerg, em Copenhaga, analisaram os registos de saúde de mais de 61.000 rapazes dinamarqueses em idade escolar entre 1939 e 1959, para investigar de que modo as mudanças no Índice de Massa Corporal (IMC) durante a infância e no início da idade adulta estão associadas ao risco de cancro do cólon.

O peso e altura dos participantes foram medidos aos sete anos e no início da idade adulta (17-26 anos), e feito o respetivo cálculo de IMC. Estes jovens adultos foram então encaminhados para o Registo Oncológico Dinamarquês e seguidos a partir dos 40 anos de idade para identificar casos de cancros do cólon.

Durante um período médio de 25 anos desse acompanhamento, mais de 700 desses rapazes desenvolveram cancro do cólon.

As análises mostraram também que os rapazes que tinham excesso de peso aos sete anos, mas peso normal no início da idade adulta, tinham um risco de desenvolver cancro do cólon semelhante aos que mantiveram um peso saudável nesse período.

Pelo contrário, prossegue o estudo apresentado no Porto, os rapazes com excesso de peso que assim permaneceram no início da idade adulta tinham um risco de cancro do cólon duas vezes superior.

O estudo teve em consideração o nível educacional, mas não fatores de estilo de vida que podem contribuir para o risco de uma pessoa desenvolver cancro.

Especialista afirma
A água "é ideal para a hidratação", continuando a ser a melhor alternativa às bebidas açucaradas, disse hoje à Lusa o...

De acordo com o especialista, esta é a "mensagem absolutamente verdadeira" passada hoje durante uma conferência organizada pela Associação Internacional de Adoçantes (ISA), no âmbito do 24.º Congresso Europeu sobre a Obesidade (ECO), que decorre até sábado na Alfândega do Porto.

Durante o evento, foram divulgados os resultados de estudos relacionados com o impacto dos adoçantes de baixas calorias na gestão do peso, do apetite e da ingestão calórica, na diabetes e na obesidade, bem como sobre os comportamentos associados ao seu consumo.

Para o académico, embora a água seja ideal para substituir os produtos açucarados, a ideia que se tem sobre as bebidas com adoçantes é que estas constituem um "elevado perigo" para a saúde, não havendo, contudo, estudos que o comprovem.

Segundo Alejandro Santos, caso houvesse dados a demonstrar que este tipo de produtos é "francamente perigoso", as agências de segurança alimentar "já teriam tomado providências", no sentido de retirá-los do mercado, visto que seria "politicamente insustentável não o fazer".

Numa das apresentações, o investigador da Universidade de Toronto (Canadá), John Sievenpiper, defendeu que embora exista uma "preocupação" sobre risco associado ao consumo de bebidas de baixas calorias (com adoçantes) e o aumento da obesidade e da diabetes, estudos "de alta qualidade" mostram que há "um sinal claro de perda de peso" quando os consumidores trocam as bebidas açucaradas por estes produtos.

Numa outra comunicação, Charlotte A. Hardman, investigadora da Universidade de Liverpool (Reino Unido), considerou que o consumo de produtos com adoçantes podem ajudar a conciliar o conflito entre uma "alimentação agradável" e o controlo do peso e que estes podem ser utilizados para combater o "desejo por alimentos doces".

Morte
O Instituto Nacional de Medicina Legal (INMLCF) disse hoje que “tem sido observado um elevado número de corpos autopsiados” por...

“Tem sido observado um elevado número de corpos autopsiados que não são levantados pelas famílias. Nos termos da lei, o INMLCF tem de aguardar 30 dias até que possa solicitar um funeral económico à Santa Casa da Misericórdia. Apesar de não ser um problema novo, é verdade que esta situação tem originado a existência de um maior número de corpos por reclamar do que o habitual. Alguns corpos têm permanecido na sala de autópsias com temperatura reduzida, não sendo verdade que haja cadáveres nos corredores”, refere uma resposta do Ministério da Justiça à Lusa.

A Lusa questionou a tutela sobre denúncias que davam conta de que haveria um problema com as câmaras de refrigeração para guardar os corpos autopsiados e que essa situação estaria a motivar que estes se acumulassem pelos corredores do instituto, tendo a tutela negado que haja corpos nos corredores, mas reconhecido uma insuficiência na capacidade de armazenamento em câmaras frigoríficas originada pelo aumento de cadáveres por reclamar.

“Não houve nenhuma alteração recente relativamente à capacidade frigorífica da Delegação do Sul do INMLCF. […] Face à capacidade frigorífica existente, o INMLCF adjudicou no passado dia 6 de abril a construção de uma outra câmara frigorífica que se encontra em construção”, explica a mesma resposta do Governo.

Tabaco
O impacto das imagens chocantes nos maços de tabaco está por medir ao fim de um ano da medida, com o setor antitabaco a...

O diretor nacional para os Programas das Doenças Oncológicas, Nuno Miranda, afirmou à agência Lusa que "é muito cedo para medir o impacto”, referindo que numa “medida com impacto cultural e uma mudança de atitude, uma medida destas nunca tem resultados num período tão curto".

Para o médico Emanuel Esteves, que está à frente da Confederação Portuguesa de Prevenção do Tabagismo, o facto de até ao próximo sábado poderem ser vendidos livremente maços sem as imagens retirou eficácia que a medida poderia ter.

Os maços com imagens como um pulmão com cancro, um embrião desenhado a cinzas ou o buraco na garganta deixado por uma traqueotomia começaram a ser vendidos a 20 de maio de 2016, mas durante um ano ainda foi permitida a venda apenas com a marca.

“Diluiu-se o efeito desejável da campanha", considerou Emanuel Esteves em declarações à agência Lusa, defendendo que "a solução ideal seria as imagens e frases [alertando para os malefícios do tabaco] em toda a superfície das embalagens" e maços que não estejam identificados pela marca.

Só assim, afirmou, é que se pode medir o efeito da medida, referindo não acreditar "que o efeito esteja a ser o desejado", ou seja, as imagens dissuadirem os fumadores de comprar e estes deixarem o vício.

Emanuel Esteves salienta que é nos mais jovens não fumadores que a medida poderia ter mais efeito, mas considera que a coexistência de maços sem imagens chocantes impede que se faça uma "análise mais certa" do impacto.

"Foi um erro estratégico, devia ter sido mais claro do que foi", referiu, frisando que há "muitas formas de fugir ao efeito" de choque pretendido.

Emanuel Esteves aponta também que esta lei criou "a oportunidade para uma indústria de embalagens que revestem os maços, que os fumadores compram e rapidamente cobrem com imagens agradáveis" as fotografias e as mensagens que alertam para riscos do tabaco como o cancro, a impotência, a fertilidade ou o efeito sobre as crianças.

Nuno Miranda indicou que há também "maneiras psicológicas de as pessoas ocultarem as imagens dos seus olhos", uma vez que ao comprar tabaco estão a ter um comportamento aditivo, contestando que o ato de fumar seja um exercício de liberdade.

"Não há nenhuma liberdade em fumar, não é um ato livre, é compulsivo, e é importante compreender que não é uma questão de escolha", argumentou.

Para medir resultados e avaliar qualquer mudança na cultura, é preciso tempo, reiterou.

"Sabemos, por exemplo, que pela primeira vez, em 2012, houve menos incidência de cancro do pulmão nos homens e isso tem absolutamente a ver com a redução do consumo do tabaco", afirmou, mas destacou que esse resultado não foi conseguido de um ano para outro.

A presidente da Federação Portuguesa de Grossistas de Tabaco e da Associação Portuguesa de Armazenistas de Tabaco, Helena Batista, disse à agência Lusa que "o impacto é nenhum".

"Não é pelas imagens que as pessoas deixam de fumar, embora isso possa acontecer com uma ou outra pessoa. Todos sabemos que faz mal", afirmou.

No mercado, há "perda de vendas", admite, atribuindo-a antes a "aumento de preços, contrafação e contrabando".

"Em vez de se aumentarem os impostos, porque não se calcula quanto perdemos em impostos por causa da contrafação e do contrabando, que estão a aumentar?", questionou.

A representante do setor referiu que as medidas de prevenção do tabagismo devem ser antes apontadas à infância, começando pelos próprios fumadores que devem ser "conscientes, incutindo nas crianças que fumar faz mal e cria dependência".

Salientando que os vendedores "cumprem a lei", recusando vender a menores de 18 anos, lamentou que nunca tenham sido chamados pela tutela desde que existe a associação, em 2004, para serem ouvidos sobre qualquer medida.

"Nós é que temos a noção do que se passa na rua", afirmou.

Segundo um estudo da empresa Marktest divulgado em fevereiro, um em cada cinco portugueses no continente é fumador, com o vício a afetar cada vez menos pessoas, 19% em 2016 quando em 2011 eram 24%.

Dia Nacional e Europeu da Luta Contra a Obesidade
Portugal é um cinco países com mais adolescentes obesos, diz a Organização Mundial de Saúde.

Para além da má alimentação, da falta de exercício físico, do aumento do sedentarismo e do abandono da dieta mediterrânea, existem outras condições que levam a que o numero de obesos esteja a aumentar em Portugal.

Entre estas outras condições podemos enumerar alterações no perfil biológico, o aumento dos índices de stress, os polimorfismos genéticos, e outros desequilíbrios funcionais (como hormonais, disbioses). Estas condições tanto podem condicionar negativamente adultos como crianças, na gestão da sua saúde e do seu peso.

Apesar de nos alimentarmos bem, os alimentos que ingerimos atualmente não têm a mesma concentração e riqueza nutricional que tinham no tempo dos nossos avós. Para agravar ainda mais a situação não nos podemos esquecer que o recurso a químicos na nossa agricultura influência negativamente a absorção dos nutrientes contidos nos alimentos. Esta situação pode ainda sobrecarregar os sistemas de excreção do nosso corpo, deixando-nos intoxicados e inflamados.

E esta é apenas a ponta do iceberg…

Ao nos focarmos na prevenção da obesidade, temos de ter em conta que apesar de comermos bem, podemos estar malnutridos, quando não o fazemos de forma funcional.

Lutar contra este flagelo da obesidade é difícil, mas urgente e por isso é necessário investir e insistir na mudança de hábitos comportamentais, atuando na prevenção de comportamentos de risco junto dos mais jovens.

Segundo diretivas do relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) é essencial criar medidas que permitam identificar jovens que se encontram em risco elevado de se tornarem obesos e atuar junto dos mesmos.

Esta prevenção deve ocorrer em pelo menos três planos distintos: escola, família e comunidade.

Começar nas escolas envolve, por exemplo, que sejam disponibilizadas refeições saudáveis e equilibradas por parte das Instituições/Entidades, em relação à oferta em refeitório e bar como em máquinas de self-service. Para além disso palestras de sensibilização também poderia ser positivo.

Na comunidade em geral, onde estes mesmos jovens se incluem também é essencial atuar de forma ativa e neste caso depende de todos nós. Seria benéfico a aplicação de medidas que permitam um acesso a opções alimentares mais equilibradas, bem como o acesso facilitado a espaços de prática de atividade física (in ou outdoor). Por exemplo, há mais de 10 anos que se previa que a obesidade seria a epidemia deste século, contudo ainda hoje em dia é difícil termos opções mais equilibradas incluídas nos nossos restaurantes típicos. Continua também a ser difícil colocar em prática a convivência entre família e entre amigos sem ser exclusivamente à mesa. No entanto, muitos ginásios já dispõem “pack família” como preços mais acessíveis.

Para terminar, é preciso mudar mentalidades e atuar no núcleo familiar. Todos estas recomendações de estilo de vida deviam fazer parte da educação das nossas crianças. Se desde cedo lhes forem incutidos hábitos de alimentação saudável e de prática de atividade física adequada, é natural que os mesmos se tornem parte integrante do dia a dia da criança. Na prática os pais devem comer exatamente o mesmo que colocam no prato dos filhos, não devem por exemplo rejeitar comer legumes, pois são eles o exemplo dos filhos.  Atividades ao ar livre também podem e devem ser incutidas como o brincar na rua, andar de bicicleta, entre outras.

Independentemente do adulto que se tornar, dos hábitos que nessa altura escolher ter, cabe aos pais e responsáveis pelas nossas crianças “lançar a semente”, dando também um exemplo saudável que servirá de base na educação alimentar.

Outros problemas funcionais e de saúde poderão sempre existir, por isso é importante atuar antes que a obesidade se instale. Não se pode comer mal e esperar não ter problemas de peso e de saúde num futuro, tal como também podemos adotar estilos de vida saudáveis e mesmo assim lutar contra esta doença. Independentemente da causa que nos leva a aumentar de peso ou a não conseguir emagrecer é importante valorizar a alimentação e o exercício físico.

Não existe melhor forma de vencer a obesidade do que prevenir o seu aparecimento. Este deverá sempre ser o objetivo.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
G20
A chanceler alemã Angela Merkel desafiou hoje os países do G20, em particular os mais industrializados, a aprenderem com os...

Merkel intervinha na reunião de ministros da Saúde dos países do G20, que se celebra hoje e sábado em Berlim sob presidência alemã e que reúne neste fórum as economias mais avançadas e as potências emergentes.

A reação face à crise do ébola na África ocidental em 2014 foi “tardia, lenta e descoordenada”, considerou a chanceler, numa alusão à reação internacional então evidenciada, e assinalando que “seria cínico não extrair as lições” correspondentes com o objetivo de enfrentar em melhores condições a próxima crise sanitária global.

Num mundo cada vez mais globalizado é “urgente” uma melhor coordenação contra estas “ameaças globais” porque as doenças contagiosas “não de detêm nas fronteiras nacionais”.

Merkel advertiu que seria uma “falha grave” não fazer o suficiente para enfrentar com melhores condições o próximo surto.

A dirigente alemã considerou que a Organização Mundial de Saúde (OMS) se afirmou como o coordenador internacional dos esforços nesta área, mas carece de mais apoio material, humano e financeiro, em particular por parte das economias mais avançadas.

Os países industrializados, sublinhou ainda, têm uma “responsabilidade especial” neste aspeto.

A Alemanha anunciou hoje que, para além dos 13 milhões de euros que forneceu ao Fundo contingente para emergência (CFE) da OMS, que a converte no maior doador global deste instrumento, prevê ainda canalizar mais 35 milhões de euros para a organização mundial.

Merke também pediu à Argentina, que em 2018 vai exercer a presidência do G20, que não retire da agenda o tema da saúde global.

Sete ONG manifestaram-se frente ao centro de congressos onde decorreu esta reunião do G20 e exigiram mais recursos para a investigação destinada a combater doenças como a malária ou a tuberculose.

Procriação medicamente assistida
Os embriões, espermatozoides, ovócitos, tecido testicular e tecido ovárico criopreservados antes da lei que veio regular o...

A medida consta de uma norma transitória que passa agora a constar da lei que veio regular as técnicas de procriação medicamente assistida (PMA), de 2006, concretizando assim a sua quarta alteração.

Hoje, foi aprovado em votação final global no parlamento o texto final que inclui esta alteração, com os votos contra do PSD e CDS-PP e votos favoráveis dos restantes partidos.

Segundo o aditamento à lei, “os espermatozoides, ovócitos, tecido testicular e tecido ovárico, que sejam recolhidos e não sejam utilizados, são criopreservados por um prazo máximo de cinco anos”.

Este prazo pode ser estendido por mais cinco anos “a pedido das pessoas beneficiárias, em situações devidamente justificadas”.

No final destes prazos, podem “os espermatozoides, ovócitos, tecido testicular e tecido ovárico serem destruídos ou doados para investigação científica se outro destino não lhes for dado”.

O mesmo texto indica que o destino destes espermatozoides, ovócitos, tecido testicular e tecido ovárico para fins de investigação científica “só pode verificar-se mediante o consentimento livre, esclarecido, de forma expressa e por escrito, através de modelos de consentimento informado elaborados pelo Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA), perante o médico responsável, dos beneficiários originários”.

Passados os dez anos subsequentes ao momento da criopreservação, os espermatozoides, ovócitos, tecido testicular e tecido ovárico sem que tenham sido utilizados em projeto de investigação “podem os mesmos ser descongelados e eliminados, por determinação do diretor do centro de PMA”.

Se a doação não for consentida, após decorrido qualquer um dos prazos indicados (cinco ou dez anos), “podem os espermatozoides, ovócitos, tecido testicular e tecido ovárico ser descongelados e eliminados, por determinação do diretor do centro de PMA”.

Em relação aos embriões, espermatozoides, ovócitos, tecido testicular e tecido ovárico que tenham sido criopreservados em data anterior à entrada em vigor da lei de 2006, estes “podem ser descongelados e eliminados por determinação do diretor do centro de PMA”.

A 22 de março, aquando da discussão da proposta, um especialista em medicina da reprodução disse na Comissão Parlamentar da Saúde que “Portugal tem mais de 10 mil tubos com espermatozoides, alguns congelados desde 1985 e sem respeitar os parâmetros serológicos entretanto definidos, pelo que não podem ser doados”.

Segundo Alberto Barros, do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA), a existência de material genético criopreservado antes de 2006 (altura em que esta área foi alvo de legislação específica) “é um problema real, com o qual os diretores dos centros que o conservam se deparam”.

Só no serviço de genética da Faculdade de Medicina do Porto existem 4.498 amostras de espermatozoides, afirmou, acrescentando que em todos os centros são mais de 10 mil os tubos de espermatozoides criopreservados.

Escola de Medicina da Universidade do Minho
Nos dias 20 e 21 de maio, ao longo de 24 horas consecutivas, equipas de profissionais de saúde dos vários sectores da saúde,...

O evento, pioneiro em Portugal e além fronteiras, pretende colmatar o défice de desenvolvimento das competências comunicacionais, organizacionais e de liderança dos profissionais de saúde, em grande medida responsáveis pelos 10% da despesa dos hospitais alocada à correção de erros clínicos evitáveis ou infeções propagadas nas unidades de saúde.

Através de desafios, num ambiente de competição, que colocarão à prova a forma como os profissionais se relacionam entre si e gerem as suas atividades, o evento  irá fortalecer o serviço ao doente, reduzir o erro clínico, aumentar a eficácia dos cuidados de saúde e a satisfação dos profissionais com o seu ambiente de trabalho.

Várias entidades ressalvam que a realização de longas jornadas de trabalho em saúde de elevado esforço físico e mental têm consequências negativas na performance das equipas. Durante o evento, a exigência a que as equipas irão estar sujeitas replica a que é sentida na realidade. Em colaboração com a Escola de Medicina da Universidade do Minho e com a Neuroinova, quantificar-se-ão flutuações no desempenho cognitivo tais como flexibilidade mental, atenção ou memória, críticas em profissões de elevado desempenho, assim como as competências de comunicação com o doente.

O projeto é reconhecido e apoiado pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), Ordem dos Médicos, Ordem dos Farmacêuticos, Ordem dos Enfermeiros, Ordem dos Nutricionistas, Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, Health Cluster Portugal, entre outros. 

20 de maio - Dia Nacional de Luta Contra a Obesidade
A Direção-geral da Saúde quer mais locais públicos com pontos de água acessíveis aos consumidores, lembrando que quem consome...

Numa iniciativa que antecipa o Dia Nacional de Luta Contra a Obesidade, que se assinala no sábado, a Direção-geral da Saúde (DGS) lança aos portugueses o desafio de partilharem nas redes sociais imagens de locais com bebedouros funcionais, outros onde não funcionam e também sítios onde faria sentido que existissem.

O Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da DGS quer assim promover o “consumo de água pública e o seu fácil acesso em locais públicos”.

“As pessoas que consomem quantidades adequadas de água diariamente em substituição de bebidas com excesso de açúcar conseguem atingir mais facilmente um padrão alimentar saudável”, indica a DGS.

A autoridade de saúde recorda que a água da rede pública em Portugal é de “boa qualidade”, podendo ser uma forma adequada e acessível de promover a saúde e bem-estar dos cidadãos.

“Mas para que tal aconteça, é necessário que existam pontos de água acessíveis e a funcionar nos locais públicos. Desde passeios e recintos escolares até locais públicos como estações de comboio e metro, aeroportos ou centros comerciais”, refere o texto divulgado a propósito da iniciativa “Água Pública e Combate à Obesidade”.

Quando a água não está disponível no espaço público, pode haver uma tendência para a substituir por outras bebidas, muitas vezes mais ricas em açúcares e com um impacto ambiental também maior.

“Através desta iniciativa pretende-se dar a conhecer locais em Portugal que mereciam ter água potável disponível, com a ajuda dos cidadãos”, desafia a DGS, indicando que as fotografias podem ser partilhadas nas redes sociais (como twitter ou instagram) com a ‘hashtag’ #aguapublica.

Uma ‘hashtag’ é uma espécie de palavra-chave ou etiqueta que serve para categorizar os conteúdos publicados nas redes sociais.

No Porto
Investigadores chineses e europeus vão reunir-se entre domingo e quarta-feira no Porto para debaterem novas estratégias em...

Ana Paula Pêgo, investigadora da instituição de acolhimento – o i3S/INEB (Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, Universidade do Porto/ Instituto de Engenharia Biomédica, disse hoje que será “a oportunidade perfeita para promover e estimular o crescimento das comunidades chinesas e europeias em ciências dos biomateriais, que tem como objetivo comum a melhoria da qualidade de vida dos pacientes que utilizam dispositivos médicos”.

O encontro CESB é organizado alternadamente na China e na Europa e será realizado pela primeira vez em Portugal, com a participação de cerca de 200 investigadores da área dos Biomateriais.

Especialmente dedicado à promoção da interação entre grupos/investigadores e profissionais da área dos biomateriais na China e na Europa, o destaque da organização portuguesa vai também para a sessão «Technology Transfer and Translation: China-Europe Opportunities» e para as várias apresentações que decorrem das colaborações China-Europa e China-Portugal. Estas últimas no âmbito do Portugal-China Joint Innovation Centre for Advanced Materials.

O CESB2017 “incide numa área muito relevante para a colaboração entre Portugal e a China, tal como se tem vindo a refletir no lançamento de programas de cooperação entre a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e o Departamento de Cooperação Internacional do Ministério da Ciência e Tecnologia da Republica Popular da China (MOST): Portugal-China Joint Innovation Centre for Advanced Materials”, acrescenta a organização em comunicado.

Na cerimónia de abertura, agendada para domingo às 17:30, estarão presentes o embaixador da China em Portugal, Cai Run, e o reitor da Universidade do Porto, Sebastião Feyo de Azevedo.

Ordem dos Médicos Dentistas
Mais de 180 equipas de profissionais de saúde oral candidataram-se à segunda fase do concurso para estender a 50 centros de...

O bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas disse que se apresentaram 187 candidaturas à segunda fase das experiências que têm colocado dentistas nas unidades de cuidados de saúde primários em Portugal.

Orlando Monteiro da Silva manifestou-se ainda satisfeito com a criação do grupo de trabalho para enquadrar a atividade dos médicos dentistas nos cuidados primários do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

No ano passado começaram treze experiência-piloto com médicos dentistas em centros de saúde, que vão ser alargadas a cerca de 50 unidades de saúde dos cuidados primários das cinco regiões do país.

É para este alargamento que se candidataram 187 equipas, devendo o Ministério da Saúde estar neste momento a analisar as propostas.

O Ministério da Saúde tem assumido que é necessário enquadrar os profissionais de saúde oral no SNS e admite criar uma carreira que regulamente esta atividade dos médicos dentistas.

Segundo um despacho hoje publicado em Dário da República, o grupo de trabalho agora criado tem de definir o conteúdo das funções da atividade do médico dentista e a especificidade do seu vínculo de emprego público e a forma de integrar os profissionais na carreira da administração pública.

De acordo com Orlando Monteiro da Silva, trata-se de definir de “forma adequada” e estável a integração dos médicos dentistas na administração pública, estando em causa mais de 50 profissionais, não apenas os que integram as experiências-piloto, mas os que já trabalhavam nos centros de saúde.

“Pretende-se estabelecer as bases técnico-científicas e jurídicas para a criação de algo inovador e que definitivamente consagre os médicos dentistas como profissionais de elevado valor no SNS, nomeadamente nos cuidados primários”, refere o despacho hoje publicado.

O grupo integra um elemento da Ordem dos Médicos Dentistas, outro da Direção-geral da Saúde, um representante da coordenação nacional para a reforma do SNS e outro da Administração Central do Sistema de Saúde.

Estudo
O tema há muito que tem sido alvo de debate, com os adoçantes com baixo teor calórico a serem acusados de desempenhar um papel...

Os resultados, apresentados pela primeira vez no simpósio da Associação Internacional de Adoçantes (ISA), que se realiza no âmbito do 24.º Congresso Europeu de Obesidade (ECO), no Porto, vão ao encontro das conclusões de anteriores revisões e meta-análises de ensaios clínicos randomizados, já apresentadas publicamente por John Sievenpiper, professor associado do Departamento de Ciências da Nutrição da Universidade de Toronto, no Canadá. De facto, aquilo que este especialista mostrou confirma que os adoçantes com baixo teor calórico ajudam a reduzir as calorias ingeridas, melhoram o peso corporal e têm influência nos fatores de risco cardiometabólicos. “Contrariando algumas preocupações, todas as indicações provenientes das provas de ensaios randomizados de mais alta qualidade apontam para um benefício”, enfatizou Sievenpiper nas suas conclusões finais.

Já não é novidade para a comunidade científica que substituir o consumo de alimentos e bebidas açucaradas por alternativas com adoçantes de baixas calorias pode ajudar a reduzir o consumo de açúcar e a ingestão calórica em geral. Mas ainda assim, este continua a ser um tópico de controvérsia. É para eliminar quaisquer dúvidas nesta área que surgem agora os dados de um trabalho de Marc Fantino, fisiologista da nutrição francês, e da sua equipa. O ensaio clínico randomizado, que contou com a participação de 164 homens e mulheres saudáveis e com peso considerado normal, que ou eram consumidores regulares de bebidas dietéticas ou não consumiam bebidas com adoçantes, revelou “que tanto o consumo reduzido como o elevado de bebidas com adoçantes de baixas calorias (consumo diário de 660ml/dia por um período de quatro semanas) não estimula o consumo de alimentos nem aumenta a ingestão de calorias, quando comparado com a água, que é sugerida como o substituto preferido para as bebidas açucaradas”.

Charlotte A. Hardman junta a estes os resultados preliminares de uma pesquisa, que ainda decorre, realizada pela Universidade de Liverpool (Reino Unido), que analisa os fatores fisiológicos que levam os consumidores a ingerir bebidas baixas em calorias. E Charlotte A. Hardman observa que, com base nos resultados do estudo, “as preocupações com o peso corporal e as crenças positivas sobre a palatabilidade [aquilo que é agradável ao paladar] e o controlo do apetite são fatores determinantes para o consumo de bebidas com adoçantes de baixas calorias”. Ao olhar para outros comportamentos sobre o uso destes adoçantes em consumidores frequentes e não frequentes, os resultados iniciais revelam que o consumo de bebidas dietéticas pelos consumidores frequentes é uma estratégia eficaz no combate ao desejo de alimentos doces e proporciona uma redução bem-sucedida da ingestão de energia quando surgem esses desejos, comparando com os não consumidores.

Na discussão final do painel, presidida pela Professora Maria Hassapidou, os especialistas concordaram que: “Todos estes dados, em conjunto, adicionam mais evidências em defesa do argumento convincente que indica o benefício dos adoçantes de baixo teor calórico na redução das calorias em geral, e no controlo do peso, e argumentam contra o papel destes adoçantes na promoção da obesidade e da diabetes. Para colmatar eventuais incertezas mantém-se a necessidade de ensaios clínicos randomizados com mais gente, de maior duração e de grande qualidade”.

Artigo de Opinião
O médico de Família compromete-se com a pessoa, e não com um conjunto de conhecimentos, técnicas esp

Desde que me recordo que sempre quis ser médico. Ou melhor, o meu sonho era ajudar os outros, e foi com esse objetivo que entrei no curso de Medicina. Quando chegou a altura de decidir a especialidade, primeiro pensei em Pediatria, e ainda equacionei Psiquiatria ou Oncologia. Mas descobri, nessa altura, que poderia ser tudo isso na Medicina Geral e Familiar. Optei então por ser Médico de Família. O médico que vai a casa, o que faz urgências, o que faz de “psicólogo”, o que tem de saber ouvir e saber falar, dar a mão na altura certa, o que sabe muito sobre muitas doenças, o que partilha os doentes com outros colegas, o que está sempre a falar de prevenção e promoção de saúde.

Há um conjunto de princípios que, não sendo exclusivos da medicina familiar, representam uma visão global, um sistema e uma abordagem de valores que a tornam diferente das outras especialidades médicas. O Médico de Família tem de trabalhar por vocação. Já não somos o “Médico da Caixa”, não somos só o “Clínico Geral”. Somos o especialista na consulta, na pessoa e na sua família.

Tive a sorte de ter feito a especialidade com uma médica orientadora, a Drª Gabriela Fernandes, entretanto já reformada, que me ensinou a paixão inexplicável por esta especialidade única e tão recompensadora a nível profissional e pessoal.

O médico de família compromete-se com a pessoa, e não com um conjunto de conhecimentos, técnicas especiais ou grupo de doenças. Este compromisso tem duas vertentes: o médico está disponível para qualquer problema de saúde, em qualquer pessoa, de qualquer idade ou sexo, sem se limitar a um problema definido. E este compromisso não tem prazo: não termina com a cura da doença ou o fim do tratamento.

O meu compromisso com os meus pacientes é assumido quando a pessoa vem pela primeira vez à minha consulta. E aqui quero reforçar uma ideia: os médicos de família não são só para pessoas idosas, não são só para quando estamos doentes. Um médico de família é para todos e durante todo o percurso de vida.

Na primeira consulta gosto de conhecer os meus pacientes. De saber a sua história, onde trabalham ou trabalharam, como é o seu dia a dia, as suas alegrias e preocupações. Com os meus pacientes crio uma ligação duradoura, e acredito cada vez mais que esta relação médico/doente é particularmente importante na medicina familiar. Doenças benignas e muito frequentes tornam-se «interessantes» porque ocorrem numa determinada pessoa conhecida, da qual já conheço o seu histórico, o seu corpo, a forma como reage a cada problema.

Depois de exercer durante alguns anos, comecei a sentir na pele o que já me tinham dito alguns médicos com bastante mais experiência: o médico de família interessa-se pelos seus doentes de um modo que transcende a doença de que eles possam sofrer.

Como médico de família, procuro entender o contexto da doença. Muitas das patologias observadas em medicina geral e familiar não podem ser entendidas se não forem vistas no seu contexto pessoal, familiar e social. A importância do contexto pode ser comparada à peça do puzzle que só tem significado quando encaixada no seu lugar próprio... Quando o doente é internado num hospital, grande parte do contexto da doença desaparece. A atenção de quem o cuida está focada principalmente no que acontece e não tanto nas circunstâncias em que aconteceu. A consequência, muitas vezes, é uma visão limitada do problema.

Gosto de encarar o contacto com os meus doentes como uma oportunidade de educar na saúde e para a prevenção. O meu maior empenho, todos os dias, é manter os meus doentes o mais saudáveis possível e conscientes da sua doença, e transmitir-lhes de que forma podem alimentar-se, mexer-se, tomar conta de si, para que a doença não lhes venha bater à porta.

O perfil profissional do médico de família coloca-o numa posição-chave na prevenção das doenças cardiovasculares, psiquiátricas, oncológicas e outras. Ao não ter um foco exclusivo na doença, o médico de família cria um espaço de intervenção propício à promoção da saúde e à prevenção de patologias.

Eu vejo o médico de família como a base de uma rede comunitária de centros de apoio e prestação de cuidados de saúde. Todas as comunidades têm uma estrutura de apoios sociais, estatais e não-estatais, formais e informais. A palavra estrutura sugere um sistema coordenado, mas infelizmente não é esse o caso; muito frequentemente os profissionais dos serviços de cuidados de saúde e sociais, incluindo os médicos, trabalham em compartimentos estanques sem qualquer noção do sistema na sua totalidade. Quando os médicos de família conhecem e conseguem gerir todos os recursos da comunidade em benefício dos seus doentes, podem ser muito eficazes. Podem fazer a diferença. 

*João Carlos Ramos, especialista em Medicina Geral e Familiar, conhecido pela rubrica “Médico de Família” no programa da Rtp ‘Agora Nós’, estreou a 6 de Fevereiro de 2016 o seu próprio programa ‘Diga Doutor’.

É ainda autor do livro ‘Um Médico para toda a Família’ e prepara-se para lançar, ainda este ano, um novo título. 

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
IPMA
As temperaturas máximas vão subir no sábado entre 5 e 10 graus Celsius em Portugal continental, prevendo-se que em algumas...

“No sábado vamos ter uma subida significativa dos valores da temperatura máxima da ordem dos 05 a 10 graus e no domingo esta subida estende-se às mínimas na ordem dos 4 a 10 graus, com exceção do Algarve”, adiantou a especialista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

De acordo com Maria João Frada, no fim de semana e na generalidade do território as temperaturas vão variar entre os 30 e os 34/35 graus, com exceção da zona da Serra da Estrela e do Algarve.

“Vamos ter este fim de semana o instalar de uma corrente de leste que dá origem a um transporte de massa de ar quente e seca do interior da Península Ibérica e até de norte de África que podem dar origem a algumas poeiras para a região do Algarve com intensificação de vento”, disse.

Segundo a meteorologista do IPMA, no domingo o vento vai soprar moderado a forte no Algarve com rajadas da ordem dos 70 quilómetros por hora e, por esse motivo, está previsto um episódio de levante, ou seja, ondas de sueste com 2 a 3 metros na costa sul.

“Na segunda-feira, vamos ter uma ligeira descida das temperaturas, mas é temporário, porque na terça-feira voltam a subir devendo-se manter as máximas elevadas pelo menos até quarta-feira”, disse.

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