Especialista considera
O presidente do Congresso Nacional de Medicina Interna, que começa na quinta-feira, no Porto, considerou hoje “dramático” o...

“Os outros 44% morrem no hospital. E depois, dos que conseguem chegar à rede, cerca de 30% voltam a ser internados. Ou seja, os doentes acabam por piorar na própria rede”, referiu João Araújo Correia, citando os dados de um estudo realizado no Centro Hospitalar do Porto, que será apresentada no encontro.

Em média, “depois de cumpridos os critérios e de aceites, os doentes esperam 47 dias para entrar numa unidade da Rede Nacional de Cuidados Continuados. São necessárias mais camas para que haja uma resposta mais célere”.

Segundo Araújo Correia, que é diretor do Serviço de Medicina do Centro Hospitalar do Porto, “dos 56% que foram para as unidades, 37% foram reinternados. E, segundo as regras dos cuidados continuados, se permanecerem no hospital mais de sete dias, têm de recomeçar todo o processo, porque perdem a vaga. O que é uma coisa dramática”.

Citando a experiência do seu serviço, Araújo Correia disse que “em 2016 teve 117 doentes que acabaram por ir para lares ou rede de cuidados continuados”.

“Contabilizado o tempo que estiveram internados sem razão clínica, ou seja, à espera, chegou-se aos 2.961 dias, são quase três mil dias de internamento. Calculando quanto custa cada dia de internamento significa que só estes 117 doentes custaram ao hospital 571 mil euros”.

“O meu serviço tem três unidades de internamento e tenho sempre cerca de 25 doentes internados sem razão clínica. Estão à espera de ir para o lar ou para a rede de cuidados continuados. E eu tenho a urgência cheia de doentes à espera de vaga para serem internados. E eu sei que isto é uma coisa generalizada pelo país”, lamentou.

O especialista defendeu que “é fundamental haver mais camas na rede, para que haja uma resposta mais célere” e que “a rede seja dotada de meios mínimos”.

“Quem lá está são profissionais de saúde mais jovens, o que justifica que 30% dos doentes, que são muito complexos, voltem ao hospital. E, segundo as regras, se o doente estiver mais de sete dias internado na sequência dessa agudização, perde a vaga e tem que ser reiniciado todo o processo”, frisou.

A relação entre a Medicina Interna (MI) e a Medicina Geral e Familiar (MGF), ou “a falta de ligação entre estas duas grandes especialidades” é outro dos temas em destaque no congresso, que decorrerá até domingo na Alfândega do Porto.

Segundo João Araújo Correia, essa é “uma das grandes fragilidades do Serviço Nacional de Saúde. É exatamente por isso que 95% dos internamentos nos serviços de medicina se fazem a partir do serviço de urgência, o que é, digamos, o espelho de que realmente não há ligação entre as duas especialidades”.

“Os médicos de medicina geral e familiar convenceram-se que tratam fundamentalmente doentes crónicos (hipertensos, diabéticos e outros) e que também fazem rastreios, tudo com tempo, com consultas daí a uns meses”, disse.

Defendeu a necessidade de “criar incentivos para o tratamento da doença aguda nos centros de saúde”, referindo que uma das coisas que se pretende é que este congresso "promova de facto uma mudança de paradigma”.

Entre os convidados do congresso estarão o investigador Alexandre Quintanilha e o presidente do Conselho Económico e Social, Correia de Campos, que, “enquanto ministro da Saúde, foi grande responsável para que a medicina interna se assumisse como o grande alicerce do tratamento do doente no hospital. De facto, a partir do seu ministério o número de especialistas que começaram a entrar em medicina interna praticamente duplicou. Neste momento a medicina interna é a maior especialidade hospitalar, com 940 internos em formação”.

Direção-Geral da Saúde
Portugal tem até hoje 285 casos notificados de hepatite A, num surto que começou no início do ano e afeta outros países...

De acordo com a última atualização, publicada no ‘site’ da Direção-Geral da Saúde (DGS), a quase totalidade dos casos (93%) ocorreram em homens e em mais de metade (56%) o contágio ocorreu por via sexual.

A maior parte dos casos (227) estão concentrados na Região de Lisboa e Vale do Tejo e o grupo etário mais afetado é o dos 18-50 anos, com 255 casos.

Na semana passada, a DGS atualizou a norma sobre a hepatite A e os viajantes que pretendam levar a vacina da hepatite A deixaram de precisar de submeter o pedido à DGS, bastando ter a prescrição do médico.

Em abril, com o país em pleno surto de hepatite A, os viajantes com destino a países endémicos para a doença só eram elegíveis para vacinação a título excecional e o médico prescritor da vacina tinha de contactar previamente a autoridade de saúde.

Esta medida prendeu-se, na altura, com uma necessidade de controlar o ‘stock’ de vacinas, de modo que a chegassem aos grupos prioritários, como contactos íntimos ou familiares de infetados e homens que têm sexo com homens de forma desprotegida.

No que respeita a estes grupos prioritários continua a não ser necessária qualquer validação da vacina por parte da DGS, sendo a imunização gratuita, a cargo do Serviço Nacional de Saúde.

A própria DGS já admitiu que a procura de vacinas não foi de princípio a que se desejava, tendo até sido constituída uma unidade móvel para ir ao encontro das populações de risco potencial.

A hepatite A é, geralmente, benigna e a letalidade é inferior 0,6% dos casos. A gravidade da doença aumenta com a idade, a infeção não provoca cronicidade e dá imunidade para o resto da vida.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Onze distritos de Portugal continental e os arquipélagos da Madeira e dos Açores apresentam hoje um risco ‘Muito Elevado’ de...

Em Portugal continental estão com um risco 'Muito Elevado' os distritos de Viana do Castelo, Vila Real, Bragança, Braga, Porto, Guarda, Castelo Branco, Viseu, Aveiro, Coimbra e Beja.

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), todos os restantes distritos apresentam um risco 'Elevado'.

Para as regiões com risco 'Muito Elevado' e 'Elevado', o Instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('Moderado'), 6 a 7 ('Elevado'), 8 a 10 ('Muito Elevado') e superior a 11 ('Extremo').

O IPMA prevê para hoje para o Norte e Centro de Portugal continental nebulosidade durante a tarde nas regiões do interior, com condições favoráveis à ocorrência de aguaceiros e trovoada e pequena subida da temperatura mínima.

Para a região do Sul, aguardam-se períodos de céu muito nublado, aguaceiros, em especial nas regiões do interior e durante a tarde e condições favoráveis à ocorrência de trovoada. A temperatura mínima também deverá subir.

Para os grupos Ocidental e Central dos Açores prevê-se períodos de céu muito nublado com boas abertas, aguaceiros fracos durante a madrugada e manhã.

No grupo Oriental, aguarda-se céu muito nublado com abertas ao longo da manhã, períodos de chuva que poderão ser pontualmente fortes durante a madrugada, passando a aguaceiros fracos e pouco frequentes.

Períodos de céu muito nublado e vento fraco a moderado são as previsões para a Madeira.

Estudo
O consumo regular de chocolate pode baixar o risco de arritmias cardíacas, segundo um estudo de observação divulgado na edição...

Os resultados da investigação sugerem que a melhor associação entre a causa e o efeito é o consumo de uma porção de chocolate por semana, para as mulheres, resultando em menos 21% de risco de doença, e duas a seis porções semanais no caso dos homens (23% menos risco).

Os autores do estudo salientam que a fibrilação atrial, um tipo comum de arritmia cardíaca e que se caracteriza por batimentos rápidos e irregulares do coração, afeta mais de 33 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo provável que um em cada quatro adultos a desenvolva em algum momento da vida. Não é claro o que a causa, não tem cura nem fatores preventivos óbvios.

O consumo regular de chocolate, especialmente o negro, tem sido associado a melhorias em vários indicadores da saúde do coração e os investigadores quiseram perceber se a mesma associação se pode fazer para a arritmia.

Para isso estudaram 55.502 dinamarqueses (26.400 homens e 29.100 mulheres), com idades entre os 50 e os 64 anos, que deram informação sobre risco de doenças cardíacas, dietas e estilo de vida, bem como a quantidade de chocolate que comiam, mas não sobre o tipo, sendo que na Dinamarca o chocolate mais comum é o com leite (mínimo de 30 por cento de cacau).

Com a monitorização dos intervenientes no estudo, que durou uma média de 13,5 anos, foram diagnosticados 3.345 novos casos de arritmia. Tendo também em conta outros fatores relacionados com doenças cardíacas os investigadores concluíram que a taxa de fibrilação atrial recém-diagnosticada era 10% menor nos que comiam uma a três porções de chocolate por mês, comparando com os que comiam menos de uma porção (em média 30 gramas por porção).

Os dados indicaram também um decréscimo de casos da doença noutros níveis de consumo, 17% para quem comeu uma porção por semana, 20% para quem comeu entre duas e seis porções por semana, e apenas 14% para quem comeu uma ou mais porções diárias.

Os responsáveis notam que o estudo é observacional, pelo que não se podem tirar conclusões definitivas de causa e efeito, e admitem que o leite pode reduzir os níveis de compostos benéficos do chocolate na saúde cardíaca, além de que o consumo de chocolate está muitas vezes ligado a produtos de alto valor calórico, como gorduras e açucares, que não são entendidos como bons para o coração.

EUA
A proposta de orçamento da Casa Branca apresentada ontem corta a despesa do governo americano em 3,6 triliões de dólares de...

Nos EUA, os orçamentos são aprovados pelo Congresso e este orçamento deverá sofrer grandes alterações na Câmara dos Representantes e no Senado, ambos controlados pelo partido Republicano.

Os maiores cortes na despesa acontecem no apoio aos mais necessitados, incluindo uma redução de 1,4 triliões no Medicaid (o programa que fornece cuidados de saúde a pessoas de classe baixa sem seguro de saúde) e cerca de 192 mil milhões em vales de comida.

A despesa aumenta no lado dos esforços militares, vendo o Pentágono um aumento de 52 mil milhões de dólares, e segurança nacional, com 1,6 mil milhões de dólares dedicados ao início da construção do muro com o México em 2018.

Desta forma, Trump cumpre a promessa de campanha de não fazer cortes na segurança social e Medicare (que fornece cuidados de saúde para idosos), dois programas muito populares junto dos seus apoiantes, mas que os republicanos garantem precisar ser reformados para sobreviver.

O diretor do Tesouro da Casa Branca, Mick Mulvaney, disse na apresentação do plano que o documento pretende respeitar os contribuintes americanos.

"Sim, tens de ter compaixão pelas pessoas que recebem fundos federais, mas também tens de ter compaixão pelas pessoas que os estão a pagar", disse Mulvaney.

Numa declaração, o congressista republicano David Valadão disse que "com a dívida nacional a subir para 18 triliões de dólares e um défice anual de 500 mil milhões, os EUA precisam reduzir a despesa federal para proteger a economia para a próxima geração de americanos".

Neste plano orçamental, Trump garante que, com uma taxa de crescimento otimista de 3% (superior à prevista pelo Congresso, que se fica pelos 1,9%), o equilíbrio orçamental seria alcançado no final da década.

O luso-americano Valadão diz, no entanto, que também "é preciso conciliar o dever de reduzir despesa com as necessidades das nossas comunidades e financiar os programas e serviços críticos em que muitos americanos, incluindo no vale da Califórnia, dependem todos os dias."

Os democratas, por sua vez, já atacaram o documento, dizendo que é um ataque aos mais pobres para favorecer os ricos.

"Este presidente fez campanha dizendo que ia restaurar a classe média americana, que iria trazer trabalhos de volta, que tornaria a América grandiosa de novo. Falou para a classe media, para as que pessoas que estão a sofrer neste país, e agora este orçamento ataca-os diretamente", disse o congressista Joseph Crowley.

Inicia funções a 01 de Julho
O antigo ministro da Saúde etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus foi eleito diretor-geral da Organização Mundial da Saúde.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, que assumirá funções a 01 de julho, venceu o britânico David Nabarro, na ronda final de votações na Assembleia Mundial da Saúde, que se reúne anualmente em Genebra.

O novo líder da Organização Mundial da Saúde (OMS), que irá suceder a Margaret Chan, no cargo há dez anos, será o primeiro africano e o primeiro profissional que não é médico a chefiar a agência das Nações Unidas.

O antigo ministro da Saúde e dos Negócios Estrangeiros da Etiópia, de 52 anos, liderou as três rondas de votações, obtendo 133 votos na última, contra os 50 votos conseguidos por David Nabarro, médico e conselheiro especial do secretário-geral da ONU para a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e as Alterações Climáticas.

Compete à Assembleia Mundial da Saúde, na qual participam delegações dos estados-membros da OMS, eleger o diretor-geral.

Ordem dos Advogados
A Ordem dos Advogados considerou que não há um problema constitucional à volta do debate sobre a eutanásia se o parlamento...

A posição foi transmitida por dois vogais da Ordem dos Advogados (OA), Isabel Cunha Gil e Pedro Cabeça, ao grupo de trabalho que está a fazer audições sobre a petição “Toda a vida tem dignidade”, contra a eutanásia.

“Não há grandes dúvidas de que a Constituição não é ferida num debate como este”, seja qual for a opção do legislador, disse o representante da Ordem, que não vai pronunciar-se sobre a questão de fundo da petição nem sobre se pode estar em causa o valor da vida humana.

Cada advogado pensa por si e a Ordem não terá posição, justificaram os dois advogados.

Pedro Cabeça questionou ainda que a petição proponha que o parlamento “rejeite toda e qualquer proposta que vá no sentido de conferir ao Estado o direito a dispor ou apoiar a eliminação de vidas humanas”.

No texto que acompanha a petição, lançada pela Federação Portuguesa Pela Vida, lê-se que “a eutanásia é sempre um homicídio apoiado pelo Estado (pretensamente através de algum profissional de saúde) ou um suicídio assistido pelo Estado”.

Ao Estado “não cabe criar o direito de alguém ser morto por outrem, nem validar esta opção como legítima perante o coletivo”, prossegue o texto.

Os autores da petição querem que a Assembleia da República “legisle no sentido de reforçar e proteger o valor objetivo da vida humana, garantindo (…) a sua inviolabilidade, independentemente das circunstâncias em que se encontre”.

Com mais de 14 mil assinaturas, a petição vai ser discutida pelos deputados no plenário da Assembleia da República, mas está ainda a ser objeto de audições por um grupo de trabalho da Comissão de Assuntos Constitucionais.

Na Turquia
Uma equipa médica turca implantou as orelhas a um homem que nasceu sem elas, usando cartilagem da mãe do paciente, na primeira...

O homem, de 22 anos, sofria de anotia, uma deformidade congénita que impediu o desenvolvimento das orelhas, e tinha já sido operado, sem sucesso, 11 vezes, com os médicos a usarem cartilagem do próprio.

Agora, uma equipa médica da Faculdade de Medicina da Universidade de Gaziantep, sul da Turquia, utilizou cartilagem das costelas da mãe do jovem.

“Esta é a primeira operação na qual se cria uma orelha usando o tecido cartilaginoso de outra pessoa. Fizemos todas as operações na Faculdade de Medicina da Universidade de Gaziantep e estamos orgulhosos. Esta operação abrirá o caminho para outros casos”, disse o médico Mehmet Mutaf, um dos responsáveis pela intervenção cirúrgica.

Mutaf transplantou parte da cartilagem da mãe para o peito do filho, para comprovar que o corpo aceitava o tecido, e um ano depois fez a operação para implantar as orelhas.

"Algarve Coração Seguro"
Mais de mil profissionais da hotelaria, comércio, serviços e autarquias no Algarve vão receber, este ano, formação em Suporte...

O projeto "Algarve Coração Seguro" visa implementar uma rede que, dentro de cinco anos, poderá abranger entre seis a sete mil profissionais de autarquias, hotéis, espaços comerciais e públicos da região, que passarão a estar habilitados a prestar primeiros socorros em situações de emergência, explicou Nuno Marques.

O presidente do Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve - conhecido como Algarve Biomedical Center (ABC), a entidade que vai promover as ações formação - acredita que, através daquele rede, "rapidamente se possam estar a salvar vidas", tornando a região num dos destinos turísticos mais seguros da Europa.

"A ideia é conseguir implementar uma rede de forma coordenada com o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) para que se possa dar uma resposta muito rápida em caso de emergência", afirmou, observando que o INEM saberá onde estão os desfibrilhadores e as pessoas com formação específica para usá-los.

Além da formação a mais de mil pessoas prevista para ocorrer ainda durante este ano - número que poderá atingir entre seis a sete mil pessoas durante os cinco anos em que vigora o protocolo -, será ainda distribuído "um conjunto significativo" de equipamentos, observou o responsável pelo centro, criado há cerca de um ano.

O acordo de cooperação vai ser assinado pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, a Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), a Região de Turismo do Algarve (RTA), a Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), a Associação Empresarial da região do Algarve (NERA) e a Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve (AIHSA).

Numa segunda fase, Nuno Marques quer estender as ações de formação à rede pública de transportes e ao Aeroporto Internacional de Faro, estando em curso negociações com as empresas que tutelam esses serviços.

De acordo com o presidente do Algarve Biomedical Center, o centro irá ministrar uma formação contínua aos profissionais abrangidos, durante os cinco anos em que vigora o protocolo.

O acordo será assinado hoje, às 15:00, numa unidade hoteleira em Albufeira, na presença do secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado.

Direitos do doente
A prática da medicina, no contexto da transmissão da informação clínica a fornecer ao paciente, deve

Sem dúvida que o direito do doente implica ter o conhecimento de todos os procedimentos clínicos que lhe vão ser prestados e o seu livre e esclarecido consentimento para que os mesmos sejam executados de acordo com a leges artes do ato médico.

A sua decisão na aceitação dos tratamentos tem de ser livre e esclarecida, e só o homem instruído é que consegue ter liberdade para saber o que quer, escolher a direção que melhor lhe convém e determinar o seu destino.

É preciso ser suficientemente forte, estar disposto a sofrer para evitar que a doença nos agrave a fraqueza.

Se, em pleno conhecimento de causa o doente aceita e considera ser a decisão mais acertada, a sua luta e o seu esforço irão de encontro ao plano que melhor se ajusta naquele momento às propostas clínicas do tratamento que lhe é dirigido.

Os procedimentos médicos só serão tecnicamente justos e verdadeiros se conseguirem ser perfeitos.

A medicina exige a execução de planos terapêuticos científicos, com normas de orientação clínica, alicerçadas numa componente espiritual, sem a qual não conseguiremos obter o nível de excelência obrigatório para o bom desempenho profissional.

É essencial que os métodos para atingir estes objectivos estejam sempre enriquecidos pela norma universal do respeito e preservação da dignidade do ser humano.

A nossa obediência não pode ser cega, por isso é necessário que ao transmitir a verdade ao doente, temos que reflectir e adaptar o conceito de acordo com as características individuais do doente que irá depender do seu temperamento, da sua personalidade, do grau de conhecimento e diferenciação intelectual e espiritual.

A prática da medicina, no contexto da transmissão da informação clínica a fornecer ao paciente, deverá ser sempre baseada na verdade, na ciência, respeitando ao direito inviolável da dignidade do ser humano no seu todo (físico, espiritual e social).

É óbvio que a verdade é a mesma para todos os doentes, mas a forma como é transmitida a cada um é completamente diferente pois os pacientes são todos diferentes.

Se à partida nascemos todos iguais, não nos podemos esquecer que somos seres únicos com percursos regulares, com costumes e valores fundamentados no enriquecimento pessoal, com graus de conhecimento teórico e prático, espiritual e social diferenciado e sustentado pela vivência individual que nos caracteriza e determina a forma de estar e de vivenciar as experiências boas e menos agradáveis que vamos tendo ao longo da nossa vida.

O reconhecimento das características individuais dos pacientes por parte dos profissionais da saúde, que direta ou indiretamente irão ser intervenientes no processo da decisão clínica, é fundamental para que a aceitação por parte do doente seja livre e perfeita.

Perante o aparecimento de uma doença oncológica é necessário transmitir a verdade e todas as implicações que a doença tem, porém, este procedimento clínico é sempre complexo e muitas vezes cruel cuja história por vezes não se compadece, e é até imprópria, porque a sua expressão implica certamente um enorme sofrimento e por mais forte que a nossa riqueza espiritual seja, para interiorizar uma notícia que poderá não ter complacência pela preservação da nossa vida, cuja obediência fatual não pode ser modificada, têm de ter ciência e arte na comunicação da verdade que vamos dizer ao doente.

Por isso, é necessário transmitir a informação de forma simples, suficientemente explícita e clara, não omitindo nenhum detalhe, sem contudo esquecer que deverá ser suave para minimizar os efeitos nefastos que o impacto desta notícia gera no doente e na família.

O Ministério da Saúde criou a Carta dos Direitos do Doente Internado. Este documento para além de especificar os Direitos e Deveres dos doentes, da qual se extrai algum do seu conteúdo "agrupa direitos consagrados em diversos textos legais, nomeadamente na Constituição da República Portuguesa, na Lei de Bases da Saúde, na Convenção dos Direitos do Homem e da Biomedicina e na Carta dos direitos fundamentais da União Europeia. Apenas o Direito a uma segunda opinião não está previsto em nenhuma disposição legal nacional.

O regime legal de defesa do consumidor (Lei n. 24/96, de 31 de Julho) prevê também o direito à qualidade dos bens e serviços e o direito à proteção da saúde e segurança física.
A presente Carta dos Direitos do Doente Internado respeita o enunciado dos direitos tal como aparecem na Carta dos Direitos e Deveres dos Doentes com exclusão dos direitos 13 e 14 que foram anunciados atendendo à condição especial que é o internamento (hospitais e centros de saúde).

As reformas dos sistemas de saúde variam de país para país, mas é consensual que o cidadão não pode ser excluído do processo de decisão, porque é co - financiador do sistema através dos seus impostos e é beneficiário do mesmo considerando as suas necessidades e, sobretudo, porque é o principal responsável pela sua saúde.
Na Carta de Otawa (1996) já se previa o reforço das capacidades dos cidadãos no que respeita à responsabilidade pela sua saúde. Isto só é possível com uma informação objetiva, transparente e compreensível que o tornem apto a decidir, como cidadão livre e esclarecido.

O Conselho da Europa através do seu "Comité" Europeu da Saúde reconheceu na 45ª Reunião que as organizações de entreajuda dos doentes têm um papel importante na representação dos seus interesses. Os cidadãos internados num estabelecimento de saúde ou seguidos por este no domicílio são pessoas com direitos e deveres. Não deverão ser consideradas apenas do ponto de vista da sua patologia, deficiência ou idade, mas com todo o respeito devido à dignidade humana.

Para além da regulamentação aplicada pelos estabelecimentos de saúde, devem zelar pelo respeito dos direitos do homem e do cidadão reconhecidos universalmente, e dos seguintes princípios gerais: não discriminação, respeito da pessoa, da sua liberdade individual, da sua vida privada e da sua autonomia..."

Ser tratado com qualidade, com segurança, com dignidade e respeito pela sua privacidade, não é um privilégio, mas sim um dever e uma obrigação para quem cuida.
Não se pode quebrar a relação de confiança e de colaboração entre o doente e a instituição que lhe presta a assistência.

Se se vetarem aos profissionais de saúde, designadamente aos médicos, a liberdade de aplicar os seus conhecimentos científicos, ou se não se investir nos equipamentos e nas instalações em benefício dos doentes, violam-se as leis universais, não se respeita o Homem na sua essência nem se cumprem os mais básicos deveres de cidadania.
Não é admissível que por falta de capacidade de resposta no internamento, se alojem os doentes em macas nos corredores dos hospitais, sendo que a legislação apenas admite a permanência de um período curto, nunca superior a 24 horas.
Muito menos restringir o acesso aos cuidados ou privar os doentes de serem tratados adequadamente.
Estar fragilizado devido à situação clínica vivenciada não significa vitimização nem penalização.
A vulnerabilidade na doença não é sinónimo de mendicidade nem de intolerância ou de desrespeito pelo doente e muito menos de falta de zelo ou de incumprimento dos deveres do Estado.

O Estado para além de regulamentar tem de zelar pelo respeito dos direitos do homem e do cidadão devendo ainda assegurar que os doentes tenham a possibilidade de ter ao seu alcance todos os meios disponíveis para o tratamento das suas doenças de acordo com as boas práticas médicas.

Independentemente das convicções políticas, religiosas, filosóficas ou sociais. Nenhuma orientação europeia irá determinar ou obrigar um Pais a desrespeitar a dignidade e os direitos humanos.

Importa, ainda referir que a manutenção e a sustentabilidade de um Estado depende dos contributos dos seus cidadãos quer seja através da criação de riqueza resultante do investimento económico, quer seja obtida pela contribuição tributária.
Uma política de saúde séria envolve servir, gerir com rigor, respeitar o doente e reconhecer a excelência do ato médico e dos outros profissionais de saúde.
Quem pretender ignorar esta cadeia não estará ao serviço da Nação nem dignificará o País.
Em suma, de que serve ter tudo regulamentado/legislado se as medidas aplicadas continuam descontextualizadas e inadaptadas às necessidades vigentes e o doente deixou de ser pessoa única e singular, protagonista de uma história clínica com potencialidades e recursos humanos de elevado nível para o curar e passou a ser representado como mais um número causador do desequilíbrio orçamental que é cada vez mais parco no investimento dos cuidados de saúde.

No âmbito da política atual, ser doente ou idoso/representa um pesadelo para o Estado, cujo futuro a curto prazo será empobrecido pelo abandono dos profissionais de saúde que já não conseguem tolerar mais constrangimentos, no atendimento aos doentes do SNS.

Nenhum português será insensível ao sofrimento de quem pede e precisa de ajuda se estiver condicionado por padrões de pobreza desta natureza.

Em suma, seja qual for o ato médico executado tem de ser sempre baseado no conhecimento científico cuja aplicabilidade é para ser exercida no ser humano que tem corpo e alma.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Investigadores de uma universidade alemã descobriram como os sinais de pele castanhos se transformam em cancro de pele, usando...

O grupo de peritos da Universidade Erlangen-Nuremberga descobriu que a o bio marcador 'ADAM 10' é ativado durante a transformação dos sinais.

O bio marcador está normalmente inativo em pele saudável e só é ativado perante uma resposta imune. Este mecanismo é conhecido, por exemplo, em casos de psoríase ou rosácea.

Até agora, conheciam-se as razões pelas quais as mutações genéticas foram responsáveis pela transformação dos sinais benignos em tumores malignos, mas pouco se sabia sobre o que acontece às proteínas e bio marcadores quando se desenvolve um melanoma.

Os investigadores usaram um novo tipo de robô que permite investigar processos de desenvolvimento em amostras de pele a nível celular, tirando uma foto a amostras de tecido, processo que vai sendo repetido e que produz uma sequências de imagens diferentes da mesma amostra.

Segundo a Universidade Erlangen-Nuremberga, a atual pesquisa pode vir a simplificar os métodos de diagnóstico no futuro e sugere também que cosméticos e cremes com alumínio devem ser evitados.

Associação Recovery IPSS
A Administração Regional de Saúde do Norte tem a partir de hoje 16 camas na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados...

A Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) assinou com a Associação Recovery IPSS os primeiros contratos que visam a entrada em funcionamento de seis camas de Residência de Treino e Autonomia e dez camas de Unidade Sócio Ocupacional, ambas destinadas aos jovens com patologias associadas à Saúde Mental, referiu a ARS-Norte, em comunicado.

Este serviço tem um custo de 190 mil euros para este ano, valor assumido pelo Estado português.

A região Norte fica agora com 2.490 camas, sendo 157 delas de Convalescença, 737 de Média Duração e Manutenção, 1.534 de Longa Duração de Manutenção, 26 de Cuidados Paliativos (Adultos), 20 de Cuidados Pediátricos Integrados e 16 de Saúde Mental (Infância e Adolescência), num investimento anual de 44 milhões de euros.

Além dos lugares de internamento, a ARS-Norte disponibiliza 1.673 lugares, com uma taxa de ocupação de 69%, de resposta domiciliária – Equipas de Cuidados Continuados Integrados – distribuídas pelos diferentes agrupamentos de centros de saúde da região Norte.

Primeiro-ministro
O primeiro-ministro, António Costa, assegurou que o Governo tem interesse e abertura para contratualizar com a associação...

No debate quinzenal, o deputado único do PAN, André Silva, questionou António Costa sobre a existência de "abertura do Governo para a contratualização com a Raríssimas de consultas de especialidade para doentes portadores de doença rara e desconhecida", querendo ainda saber da disponibilidade do executivo para, no próximo Orçamento do Estado, melhorar o acesso à saúde destes cidadãos mais vulneráveis.

"O Governo não só tem abertura como tem interesse e por isso o Ministério da Saúde já reuniu com a associação Raríssimas e recebeu a proposta da associação, que está neste momento a fazer o levantamento das necessidades de diagnóstico no âmbito das doenças raras, proceder ao estudo de eficiência relativamente à proposta que me foi apresentada, tendo em vista avaliar a utilidade da proposta de contratualização", começou por responder o chefe do executivo.

De acordo com Costa, "é necessário concluir essa análise para que o ministério possa dar uma resposta final".

"Há não só abertura como há interesse, concretizado no estudo que está a merecer a proposta e em função da análise que for feita daremos a resposta final sobre essa necessidade de ter os mecanismos mais eficientes de podermos fazer o diagnóstico e o tratamento de doenças raras ou desconhecidas", reiterou.

André Silva começou a intervenção por referir que se estima que "em Portugal existam cerca de 600 mil pessoas portadoras de doenças raras" e que "um quarto dos utentes espera pelo diagnóstico definitivo entre cinco a 30 anos, após o aparecimento dos primeiros sintomas".

"Atualmente, a centralização de competências para o diagnóstico nos hospitais e a elevada complexidade destas doenças, originam demoras e uma ineficiência na obtenção de diagnósticos, com consequências ao nível da degradação da saúde das pessoas e com impacto na insustentabilidade financeira do SNS, resultante das ineficiências no diagnóstico", condenou.

O deputado do PAN recordou que a associação Raríssimas "dispõe de um Centro de referência internacional nesta área, único no mundo, que oferece uma resposta inovadora em serviços especializados maioritariamente dedicados ao diagnóstico, intervenção e acompanhamento de pacientes com patologia rara e desconhecida".

"Esta Associação, já por diversas vezes propôs ao Governo a disponibilização de consultas de referenciação para doenças raras e desconhecidas, numa lógica de complementaridade com o Serviço Nacional de Saúde", sublinhou.

Em 2017
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou estar previsto o reforço do Serviço Nacional de Saúde com mais de 3.000...

"Acompanhamos a necessidade de reforçar os serviços públicos, em particular o Serviço Nacional de Saúde (SNS), que foi muito depauperado ao longo dos últimos quatro anos. No ano passado, foi feito já um esforço muito importante de recursos humanos: mais de 4.000 pessoas, entre médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos de diagnóstico", afirmou António Costa, em resposta ao líder do PCP, Jerónimo de Sousa, no debate quinzenal no parlamento.

Segundo o chefe do executivo socialista, "já está previsto para este ano um aumento de 3.408 profissionais: 1.036 médicos, 1.644 enfermeiros e 788 outros profissionais".

"Pergunta-me se é suficiente, porventura não é, mas temos de o fazer como até agora, com passos seguros e equilibrados", defendeu António Costa.

Antes, Jerónimo de Sousa lamentara "os passos dados", que "são ainda curtos", referindo os 2,6 milhões de portugueses no limiar da pobreza, a falta de investimento público e as "carências gritantes em serviços públicos e funções sociais do Estado".

Para o secretário-geral comunista, há que "acelerar a execução de medidas previstas do corrente ano, de reforço do SNS, resolvendo as justas aspirações de médicos, enfermeiros e outros profissionais e que as populações reclamam".

“Faça como quiser mas não feche os olhos” ao cancro da bexiga
É um dos 10 tipos de cancro mais comuns em todo o mundo. Os números, da Organização Mundial de Saúde, confirmam que o cancro da...

“Faça como quiser, mas não feche os olhos” é o mote da iniciativa, que conta com a participação do ator Diogo Infante, que dá voz ao projeto. O filme deixa várias mensagens de alerta, sobretudo dirigidas aos homens, as maiores vítimas deste tipo de tumor maligno (cerca de 80 por cento dos casos). As estatísticas confirmam que é sobretudo entre o sexo masculino, e nos homens com idade superior a 65 anos, que se conta o maior número de casos. De facto, os homens têm uma probabilidade duas a três vezes maior de sofrer desta doença, do que as mulheres.

Sinais de alerta como sangue na urina, dores abdominais, dor durante a micção ou irritação na bexiga são sintomas que deveriam levar ao médico, o que nem sempre acontece. Uma sondagem recente (www.wecarecampaign.org), que incluiu cerca de dez mil participantes de seis países diferentes, revela que quase um em cada dez adultos nunca ouviu falar da doença. A estes juntam-se cerca de dois terços dos inquiridos (62%) que confirmam não saber identificar os seus sintomas. E os que, na presença de sinais de alarme, nada fazem. Aqui, são mais de metade (52%) os que confessam ter tido pelo menos um dos sintomas, mas decidiram esperar que estes desaparecessem.

Motivos de sobra para falar no cancro da bexiga. Combater o preconceito. Mostrar que a doença existe e que pode roubar vidas. Por isso, o melhor mesmo é “não fechar os olhos”.

Mais informações sobre a doença e sobre a campanha disponíveis em www.sponcologia.pt

Direção-Geral da Saúde
Mais de 95% das crianças entre os sete e os 17 anos tinham levado as duas doses da vacina contra o sarampo em Portugal em 2016,...

Um boletim hoje divulgado com a avaliação do Programa Nacional de Vacinação mostra que a cobertura vacinal da primeira dose da vacina contra o sarampo, parotidite epidémica e rubéola (VASPR) foi de 98%.

Para a segunda dose da vacina a cobertura variou entre os 95% e os 97% para as crianças entre os sete e os 17 anos.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) diz que continuam a ser cumpridos os “objetivos nacionais e internacionais do Programa de Eliminação do Sarampo”, mas admite que há assimetrias regionais e locais, que, no entanto, não surgem especificadas no boletim agora divulgado.

Ainda em relação à vacina contra o sarampo e rubéola, 18% das crianças ainda não tinham sido vacinadas aos 13 meses de idade, em 2016. Em 2015, este valor era de 16%.

A vacina VASPR deve ser administrada aos 12 meses de idade e a segunda dose, o reforço, deve ser dada aos cinco anos, de acordo com o esquema do Programa Nacional de Vacinação (PNV), em que as vacinas são gratuitas.

A DGS alerta para um atraso na vacinação aos 12 meses e sublinha “a importância da vacinação atempada”, especialmente naquela idade.

Para a autoridade de saúde é necessário “um maior investimento no cumprimento do PNV”, nomeadamente convocando todas as crianças com esquemas em atraso ou desenvolvendo atividades adicionais de vacinação em comunidades com menor cobertura.

Portugal registou este ano, como vários países europeus, uma atividade epidémica de sarampo, estando confirmados pelo menos 29 casos desde janeiro.

Instituto Nacional de Estatística
As doenças do aparelho circulatório continuaram a ser a principal causa de morte em Portugal em 2015, entre as quais se...

De acordo com os dados hoje publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre as causas de morte em 2015, as doenças do aparelho circulatório foram responsáveis por 29,8% dos óbitos registados nesse ano, mais 0,5% do que no ano anterior.

No mesmo período, os tumores malignos constituíram a segunda causa de morte no país, com 24,5% dos óbitos, o que corresponde a um aumento de 1,6% face a 2014.

Entre os tumores malignos, destacam-se as mortes por tumores malignos da traqueia, brônquios e pulmão, com 3,7% dos óbitos no país, e os tumores malignos do cólon, reto e ânus (3,5% da mortalidade).

O INE refere que, “embora os tumores malignos tenham afetado mortalmente menos pessoas do que as doenças do aparelho circulatório, o seu impacto é muito superior em termos de anos potenciais de vida perdidos”.

Assim, em 2015 “perderam-se 111.820 anos potenciais de vida, devido a tumores malignos, mais do dobro dos anos potenciais de vida perdidos, devido a doenças do aparelho circulatório”.

O documento indica ainda que cresceu o número de mortes devidas a doenças do aparelho respiratório (10,7% face a 2014) e as causadas por diabetes mellitus (3,1%).

Em 2015, os tumores malignos da traqueia, brônquios e pulmão representaram 3,7% dos óbitos em Portugal (4.023 mortes), mais 2,2% do que o registado em 2014 (3.937), enquanto os tumores malignos do cólon, reto e ânus estiveram na origem de 3,5% da mortalidade (3 847 óbitos), mais um por cento do que no ano anterior (3.808 óbitos).

Esta publicação aponta para 13.470 mortes por doenças do aparelho respiratório (mais 10,7%). O aumento das mortes por pneumonia esteve na origem de quase 40% do aumento da mortalidade por doenças do aparelho respiratório (mais 1.306 óbitos do que em 2014).

Instituto Nacional de Estatística
As perturbações mentais e do comportamento causaram, em 2015, 3.267 óbitos, dos quais 94,2% foram por demência, o que...

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre as causas de morte em 2015, das 3.267 mortes por perturbações mentais e do comportamento registados nesse ano, 3.076 foram por demência.

Trata-se de óbitos com uma maior expressão no caso das mulheres (61,1% do total de óbitos).

“A idade média do óbito foi de 84,5 anos, mais elevada nas mulheres (85,8 anos) do que nos homens (82,4 anos), sendo um conjunto de doenças que atingiram sobretudo as idades mais avançadas”, lê-se na informação do INE.

Em 2015, apenas 4,8% dos óbitos ocorreram antes dos 70 anos. “Consequentemente, o número de anos potenciais de vida perdidos foi relativamente baixo (1.900 anos)”. Já a taxa de anos potenciais de vida perdidos foi de 21,5 anos por 100 mil habitantes.

O documento indica que, no mesmo ano, registaram-se 4.870 óbitos devidos a causas externas de lesão e envenenamento (mais 1,1% do que em 2014). A maioria (66%) destas mortes foi de homens.

A idade média destas mortes foi de 66 anos, bastante mais elevada para as mulheres (73,4 anos) do que para os homens (62,1 anos).

Por outro lado, prossegue o documento, “trata-se de um conjunto de causas que, quando comparado com as restantes, afeta relativamente mais as idades prematuras (41,9% dos falecidos tinham menos de 65 anos)”.

“O número de anos potenciais de vida perdidos foi 51.391 e a taxa de anos potenciais de vida perdidos foi de 582,2 anos por 100 mil habitantes”, adiantou.

No conjunto das causas de morte externas de lesão e envenenamento, evidenciaram-se as lesões autoprovocadas intencionalmente, ou suicídios, que provocaram 1.132 mortes em 2015, menos 7,4% do que em 2014 (1.223).

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
O Hospital Pediátrico de Coimbra, que completa 40 anos no dia 01 de junho, pretende desenvolver dois projetos inovadores para...

"Haverá uma parceria entre os cuidados de saúde primários, o hospital mais próximo e o Hospital Pediátrico, em que uma equipa de profissionais de saúde se deslocará ao domicílio para garantir a permanência e continuidade dos cuidados sem que a família tenha de trazer a criança a Coimbra", explicou o diretor do Pediátrico, Jorge Saraiva.

No caso do internamento domiciliário, a intenção do Hospital Pediátrico de Coimbra é a de assegurar a administração da terapêutica e a monitorização de alguns parâmetros, através de deslocações periódicas a casa da criança e do serviço de telemedicina.

Segundo Jorge Saraiva, trata-se de duas candidaturas "bem amadurecidas" ainda a aguardar decisão, que vão evitar as idas àquela unidade hospitalar de crianças com doenças complexas limitantes da qualidade de vida.

O diretor do Hospital Pediátrico de Coimbra, que integra o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), anunciou ainda que aguarda o resultado de candidaturas a três centros de referência na área dos implantes cocleares, da fibrose quística e das coaglopatias congénitas.

Através do CHUC, o Hospital Pediátrico integra oito redes europeias e coordena seis Centros Europeus de Referência em medicina - doenças genéticas ósseas raras, síndromes dismórficas com atraso intelectual grave, doenças hepáticas com doença rara, transplante de órgãos em crianças, doenças oncológicas pediatras e doenças metabólicas.

Destes seis, é o único centro ibérico de referenciação na área das doenças genéticas ósseas raras e das síndromes dismórficas com atraso intelectual grave.

Em 2016, aquela unidade realizou 122 mil consultas, atendeu 65 mil episódios de urgência, operou 4.000 crianças, dois terços em cirurgia ambulatória, mais 900 cirurgias urgentes e 3.900 internamentos, com uma demora média próxima dos seis dias.

O Hospital Pediátrico de Coimbra é responsável pela prestação de cuidados hospitalares de proximidade a 80 mil crianças e diferenciados a 300 mil, correspondente à área de abrangência da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC).

"Há uma articulação em cada área diferenciada, há médicos do hospital que se deslocam a outros hospitais, como Guarda ou Leiria, mas nalguns casos as crianças têm de vir a Coimbra, por exemplo no caso da cardiologia pediátrica, da genética médica ou ortopedia pediátrica", disse Jorge Saraiva.

De acordo com o responsável, "há serviços que estão vocacionados para prestar cuidados às 300 mil crianças e, nalguns casos, como na oncologia pediátrica, obriga a que a família se desloque a Coimbra, mas quando isso pode ser ultrapassado tem-se feito o máximo possível para que a criança aceda aos cuidados de que necessita no seu hospital mais próximo".

Nas áreas em que é o único centro de referência nacional - transplantação hepática pediátrica e retinoblastoma - a sua área de intervenção abrange um universo superior a 1,5 milhões de crianças.

Na área dos cuidados diferenciados para os casos mais complexos, o Hospital Pediátrico de Coimbra é também a referência da Direção-Geral de Saúde para o tratamento de crianças de Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Angola nas áreas da transplantação hepática, oncologia pediátrica e cardiopatias congénitas.

Nos dias 01 e 02 de junho realiza-se o 34.º curso de Pediatria Ambulatória, que encerra uma lista de mais de 31 eventos científicos, que decorreram desde 29 de janeiro de 2016, sob a égide do centenário do ensino universitário autónomo da Pediatria em Portugal, do 40.º aniversário do Hospital Pediátrico de Coimbra e do quinto aniversário da sua transferência para as novas instalações.

Projeto +SNS
A comissão do Health Parliament Portugal dedicada ao tema das “Barreiras aos Cuidados de Saúde” foi convidada pelo Secretário...

O Health Parliament Portugal, composto por 60 pessoas, entre os 21 e os 40 anos, integra seis comissões que, desde janeiro, estão a debater e a elaborar recomendações para melhorar seis áreas distintas da saúde em Portugal que serão apresentadas publicamente a 30 de junho, quando termina a iniciativa.

A comissão “Barreiras aos Cuidados de Saúde” reuniu com Fernando Araújo, Secretário de Estado Adjunto e da Saúde e, no final desse encontro, foi-lhes transmitido que “teria todo o gosto em potenciar o capital humano e técnico da comissão por integração dos seus membros em Grupos de Trabalho do Ministério da Saúde”. O governante deixou este desafio transmitindo também que contava com a colaboração destes deputados no projeto +SNS.

“É uma honra enorme poder dar continuidade ao trabalho desenvolvido. Têm sido meses intensos de trabalho e ver agora o nosso trabalho reconhecido é muito gratificante”, afirma António Teixeira Rodrigues, presidente desta comissão do Health Parliament Portugal, a propósito do convite que receberam.

O Health Parliament Portugal é o primeiro Parlamento 100% dedicado à Saúde, uma iniciativa da Janssen, companhia farmacêutica do grupo Johnson & Johnson, do Expresso, da Microsoft e da Universidade Nova de Lisboa.

Esta iniciativa conta com um conselho consultivo e um grupo de curadores composto por deputados da Assembleia da República, académicos reconhecidos, entre outras individualidades na área da saúde que irão acompanhar a discussão.

A iniciativa começou na Bélgica, passou pelo Reino Unido e no terceiro ano de existência o "Health Parliament" chegou a Portugal.

Páginas