Entidade Reguladora da Saúde
Uma criança com uma doença rara e uma situação clínica grave esperou um ano por dois exames prescritos no Hospital Garcia de...

A situação consta de um processo instaurado pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS), após uma queixa da mãe da criança, portadora de uma síndrome genético rara que condiciona uma situação clínica grave e seguida no Hospital Garcia de Orta, em Almada, o qual prescreveu em julho de 2015 dois exames.

Os exames (uma polissonografia e um Eletroencefalograma 24 horas) foram prescritos para o Centro de Desenvolvimento da Criança Torado da Silva, integrado no Hospital Garcia de Orta.

Com uma incapacidade de 96%, a criança esperou um ano pela realização da polissonografia e mais de um ano pelo EEG de 24 horas, este último no Hospital São Francisco Xavier e depois de ter sido marcado para o Hospital Fernando Fonseca, que entretanto não o realizou por avaria da máquina.

Segundo a queixa da mãe, a criança não terá tido “o necessário acompanhamento clínico no Centro de Desenvolvimento da Criança Torrado da Silva”.

No decorrer do processo, o Hospital Garcia de Orta assumiu à ERS uma “carência de técnicos”.

“Este é um problema para o qual vimos repetidamente alertando sucessivas administrações, e que recentemente se agudizou com a doença de duas terapeutas mais experientes, sem que tal de tenha acompanhado da contratação de novos técnicos”, lê-se na resposta do hospital ao regulador.

Mais tarde, a unidade de saúde afirmou que alertou o conselho de administração do hospital para o facto de este Centro estar “a trabalhar no limite”.

Além destas questões, a ERS avaliou também uma discrepância entre o entendimento da mãe da criança sobre as razões do tempo de espera para estes exames e os argumentos do hospital.

“O Hospital Garcia de Orta alegou que os exames em causa foram adiados por motivos clínicos, não tendo elencado, porém, os concretos motivos que justificaram tal adiamento”, lê-se na deliberação, acrescentando: “Na hipótese de tal alegação corresponder à verdade, certo é que os pais da utente não foram devidamente informados desse adiamento, nem das razões que o motivaram”.

A ERS concluiu que “existiram constrangimentos no acesso da filha da reclamante aos cuidados de saúde de que necessitava, não tendo o prestador adaptado totalmente o seu comportamento a uma prestação de cuidados de saúde respeitadora do direito dos utentes – nomeadamente de utentes em situações de especial vulnerabilidade, como é o caso dos menores com doenças graves – a receberem, com prontidão e num período de tempo considerado clinicamente aceitável, os cuidados adequados e tecnicamente mais corretos, os quais devem sempre ser prestados humanamente e com respeito pelos utentes”.

A ERS emitiu uma instrução no sentido do Hospital Garcia de Orta “garantir, de forma permanente, efetiva e em tempo útil, o acesso quer da utente em causa nos presentes autos, quer dos demais utentes, aos cuidados de saúde que se apresentem como necessários e adequados à satisfação das suas necessidades”.

Nas situações em que não possua capacidade de resposta instalada para satisfação das necessidades dos utentes, o hospital deve “promover a sua correta referenciação para um estabelecimento de saúde que possua efetiva capacidade de prestação dos cuidados de saúde necessários em tempo útil”.

O hospital deve ainda “garantir aos utentes, e seus familiares, o acesso a toda a informação relativa à prestação de cuidados de saúde, de forma clara, verdadeira, inteligível e atempada”.

Em relação a este caso, a ERS instaurou ainda um processo de monitorização para acompanhar o cumprimento da instrução.

Em Lisboa
No dia 4 de junho, realiza-se a 87ª Feira do Livro em Lisboa. Este ano a iniciativa, em parceria com a APCP e a Universidade...

“Durante a Feira do Livro vamos lançar o livro “Cuidar a pessoa que sofre” e promover a realização de um debate com o mesmo tema. Pretendemos colocar os cuidados paliativos no centro da Feira, por forma a atingirmos diferentes públicos e aumentarmos a sensibilização para estes cuidados”, explica o Presidente da APCP, Manuel Luís Capelas.

O Debate “Cuidar a Pessoa que sofre. O desafio dos Cuidados Paliativos”, realiza-se pelas 16h00, na Praça Laranja da Feira. Terá como oradores o Prof. Manuel Luís Capelas, Professor na Universidade Católica de Lisboa e Presidente da APCP, a Dra. Isabel Galriça Neto, Diretora da Unidade de Cuidados Paliativos e Continuados do Hospital da Luz e o Dr. José Luís Pereira, Investigador em Cuidados Paliativos, e como moderadora a jornalista Isabel Nery.

O lançamento do livro “Cuidar a Pessoa que sofre. Uma teoria de Cuidados Paliativos” conta com uma sessão de autógrafos no Pavilhão da Universidade Católica Editora – D43, pelas 17 horas, e com a participação dos seus autores e, também, membros da APCP: Manuel Luís Capelas, Sílvia Patrícia Coelho, Sandra Catarina Silva e Cátia Ferreira.

A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos convida todos os interessados a participarem no debate e na sessão de lançamento do livro no dia 4 de junho, no Parque Eduardo VII.

Em 2016 eram o dobro
Os concelhos algarvios de Aljezur e Vila do Bispo têm o maior número de praias saudáveis, sem bactérias nocivas e isentas de...

Na véspera do início da época balnear na maior parte das praias portuguesas, a Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero, identificou 33 praias com zero poluição, 5% das 601 zonas balneares existentes este ano.

Isto significa que, nestes casos, "não foi detetada qualquer contaminação nas análises efetuadas ao longo dos três últimas épocas balneares", explica a associação liderada por Francisco Ferreira. "Em 2017, porém, há menos 38 praias com zero [poluição] que no ano passado, quando foi feita a primeira contabilização deste tipo de águas balneares, o que representa um enorme e preocupante decréscimo", alertam os ambientalistas.

Os concelhos algarvios de Aljezur e Vila do Bispo lideram a lista com as praias do Amado, Monte Clérigo, Odeceixe-Mar e Vale dos Homens, no primeiro caso, e Almadena-Cabanas Velhas, Boca do Rio, Ingrina e Zavial, no segundo. Com três praias poluição zero estão os concelhos de Grândola, Sines, Tavira e Vila Nova de Gaia, escreve o Sapo.

No Alentejo, em Grândola não tinham qualquer vestígio de poluição as praias de Aberta Nova, Carvalhal e Melides, enquanto em Sines eram a Grande Porto Covo, Morgavel, Vieirinha-Vale de Figueiros. No Algarve, Cabanas-Mar, Ilha de Tavira-Mar e Terra Estreita são as três praias zero poluição de Tavira, a que se junta o concelho de Vila Nova de Gaia, no norte do país, com Aguda, Marbelo e Saozinha.

A análise da Zero, que teve em conta os parâmetros da legislação em vigor e dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), concluiu que não é encontrada qualquer poluição em 31 zonas balneares costeiras, uma interior e uma de transição, ou estuário (Albufeira de Vilar, em Moimenta da Beira, e Zaboeira - albufeira de Castelo de Bode -, em Vila de Rei).

Praias sem bactérias nocivas
As praias identificadas pela associação de defesa do ambiente tiveram sempre classificação 'excelente' e apresentaram valores zero ou inferiores ao limite mínimo de deteção em todas as análises realizadas aos dois parâmetros microbiológicos controlados ('escherichia coli' e 'enterococos intestinais'), ou seja, "em todas as análises efetuadas não houve sequer a deteção de qualquer unidade formadora de colónias". Três anos corresponde ao período mínimo requerido pela diretiva relativa à gestão da qualidade das águas balneares para a classificação da zona balnear.

No início da época preferida pelos portugueses e pelos turistas estrangeiros para ir para a praia, a Zero aconselha a escolha de áreas classificadas como zonas balneares, com vigilância e informação sobre a qualidade da água, não deixar lixo e a preservar a paisagem e os ecossistemas, evitando pisar dunas.

E recorda que mais de 80% dos 12,2 milhões de toneladas de plástico que entram no ambiente marinho por ano têm origem em garrafas de bebidas e outros tipos de embalagens.

Risco de cancro
Os opositores do glifosato, um polémico herbicida cuja utilização está a ser debatida na União Europeia, querem a revisão de um...

Numa carta aberta dirigida ao presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, à qual a agência de notícias France Presse teve acesso, o cientista ambiental Christopher Portier voltou a mostrar a sua preocupação sobre o carácter cancerígeno do glifosato. No início de 2016, cerca de 100 cientistas, liderados por este investigador, alertaram as autoridades europeias para as consequências negativas do herbicida.

Após uma longa batalha administrativa travada por parlamentares europeus, o especialista teve acesso a uma parte dos dados científicos nos quais a EFSA (Agência Europeia de Segurança dos Alimentos) e a ECHA (Agência Europeia de Produtos Químicos) se basearam para demonstrar o carácter não cancerígeno deste químico comercializado pela Monsanto, propriedade da Bayer.

Os dados foram fornecidos às agências europeias pela indústria fitossanitária que fabrica os pesticidas, escreve o Sapo. "A análise de Portier questiona as explicações da EFSA, que tinha assegurado que verificou todos os dados e que não se baseava nos estudos da indústria", explica a Greenpeace em comunicado.

No entanto, Christopher Portier acusa a EFSA ea ECHA de "não conseguiram identificar todos os casos estatisticamente significativos de cancro", lê-se na carta aberta. Segundo o cientista, a avaliação europeia do risco para a saúde do uso de glifosato passou ao lado de oito casos de aumento de tumores após exposição ao herbicida, falhas que considera profundas e estruturais.

Portier propõe que as avaliações das agências públicas europeias sejam repetidas e que todos os dados dessas avaliações sejam tornados públicos.

A carta termina com o cientista a pedir ao presidente da Comissão Europeia que haja uma reavaliação do estudo à luz destes dados e que Bruxelas se abstenha de tomar qualquer decisão sobre o glifosato até que sejam incluídas as novas descobertas.

Em meados de 2016, Bruxelas prolongou por 18 meses a licença do herbicida, à espera do relatório da ECHA, publicado em março. Após o parecer positivo das duas agências, os comissários europeus decidiram há 15 dias "retomar as conversas com os Estados-membros sobre uma possível renovação da autorização do glifosato durante mais 10 anos", informa a Greenpeace.

UNICEF
Pelo menos 2,7 milhões de crianças vivem em instituições em todo o mundo, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância,...

Num nota enviada à agência Efe, o diretor associado de Proteção Infantil do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Cornelius Williams, afirma que as crianças em orfanatos ou instituições, “que já são vulneráveis devido à separação familiar, estão em maior risco de sofrer violência, abusos ou danos a longo prazo no seu desenvolvimento cognitivo, social e emocional”.

O número de crianças em regime de acolhimento por instituições foi publicado pela Child Abuse & Neglect e, segundo a UNICEF, “são provavelmente apenas a ponta do iceberg”, já que há muitas imprecisões na recolha de dados e nos registos da maioria dos países. Para o responsável da Proteção Infantil da organização, “a prioridade é evitar o acolhimento institucional” e manter as crianças com as suas famílias, “especialmente nos primeiros anos”.

Os dados a que a UNICEF se refere, escreve o Sapo, foram compilados em 140 países e indicam que a Europa central e de leste tem as mais elevadas taxas do mundo de acolhimento infantil em instituições, com 666 crianças em cada 100 mil a viverem nestes locais, cinco vezes mais que a média mundial, que é de 120 crianças por cada 100 mil. Os países industrializados, a Ásia oriental e a região do Pacífico ocupam o segundo e terceiro lugares, com 192 e 153 crianças por cada 100 mil, respetivamente, segundo o comunicado da UNICEF.

Países sem sistema de recolha de dados
A organização destaca que muitos países continuam com falta de um sistema eficaz para recolher os números exatos de crianças em situações de cuidado alternativo, e que em muitos casos os dados reais dos que vivem em instituições não são oficialmente contabilizados, e frequentemente os que estão em centros privados não são registados.

Assim, a especialista em estatística da UNICEF e coautora do estudo Claudia Cappa pediu que os governos listem, de forma “exata e completa” as instalações de acolhimento e que façam “recontagens regulares das crianças que nelas vivem”.

O objetivo, explicou Cappa, é “ajudar a fortalecer os registos oficiais” e conhecer o verdadeiro alcance do problema para poder “dar uma resposta eficaz”.

Entre os principais fatores que levam à entrada destas crianças em instituições está a desintegração familiar, os problemas de saúde, incapacidade, pobreza ou acesso deficiente a serviços sociais, assinala o estudo.

No comunicado, a UNICEF insta os governos a reduzirem o número de crianças em instituições através da prevenção à separação familiar, quando for possível, e à procura por casas com ambientes familiares, como lares de acolhimento. A organização pede ainda mais investimento em programas familiares junto das comunidades.

"Estou Aqui"
A PSP inicia esta quinta-feira a sexta edição do programa "Estou Aqui", de distribuição de pulseiras gratuitas para...

Este ano o programa deixa de ser sazonal, passando a estar ativo 365 dias por ano, e a idade é alargada, anunciou a PSP.

Segundo a PSP, os pais que pretendam aderir ao programa têm de fazer o registo prévio da criança no site, podendo fazê-lo a partir desta quinta-feira, e as pulseiras podem ser levantadas nas esquadras escolhidas pelos pais após o registo ter sido concretizado com sucesso.

Nos últimos cinco anos, a pulseira foi usada por 163 mil crianças
Caso as pulseiras não sejam levantadas até ao 25º dia, o pedido é cancelado.

A PSP refere que a pulseira tem um código alfanumérico, permitindo "de forma célere chegar ao contacto com os pais, educadores ou tutores de uma criança que se encontre perdida, promovendo o reencontro".

Cada pulseira "é única", sendo atribuída a cada uma um número diferente que, apesar de ser percetível, só pode ser lido pela PSP, através da base de dados, escreve o Jornal de Notícias.

Em caso de desaparecimento da criança, através de uma chamada para o 112 serão acionados os mecanismos necessários de comunicação com as forças de segurança, que enviarão para o local do desaparecimento uma patrulha policial.

Paralelamente, ao longo deste processo, que se pretende o "mais célere possível", a PSP agilizará, através da força de segurança envolvida, o contacto com o responsável pela criança perdida, de acordo com os registos fornecidos no ato de adesão e ativação da pulseira, segundo a Polícia.

Nos últimos cinco anos, a pulseira foi usada por 163 mil crianças.

A PSP lança o programa "Estou Aqui" em Cascais, esta quinta-feira, Dia Mundial da Criança.

Diminuir as listas de espera
A Administração Regional de Saúde do Centro anunciou hoje como prioridade o incremento da teleconsulta na área da dermatologia...

"Temos de avançar o mais rapidamente possível com a teledermatologia, temos capacidade tecnológica para isso, alguns bons exemplos já no terreno e é preciso replicar estas boas práticas", frisou José Tereso, presidente da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC).

O repto foi lançado numa reunião realizada na quarta-feira com responsáveis das áreas dos cuidados de saúde primários e hospitalares, dado que "70% dos pedidos de consultas de dermatologia poderiam ser resolvidos pela teleconsulta, meio igualmente eficaz na área do rastreio dermatológico".

Como exemplo, a ARSC cita o caso da Unidade Local de Saúde da Guarda, em que os tempos de espera são mais dilatados para a consulta de dermatologia e de apenas quatro dias para a teledermatologia.

"A teleconsulta é um meio fulcral na saúde e qualquer unidade pode, hoje em dia, iniciar este tipo de consulta. A ARSC disponibiliza-se a apoiar a nível de equipamentos necessários para que a teledermatologia seja uma realidade a curto prazo em toda a região Centro", referiu José Tereso.

A teledermatologia representa o envio de informação médica dermatológica entre dois ou mais pontos separados fisicamente, utilizando tecnologia de telecomunicação e informática, visando a promoção da saúde e educação de doentes, médicos e outros profissionais de saúde.

Confap
A Confederação Nacional das Associações de Pais diz que um documento que corresponsabilize os pais pelas consequências da não...

“O ideal (…) é quando a família se esquece [de vacinar] a escola avisar, até pode sinalizar para o centro de saúde e rapidamente se regulariza a situação. Os que optam por não o fazer e se isso tem consequências para a saúde pública é preciso encontrar soluções e uma simples assinatura não é solução”, afirmou Jorge Ascensão, da Confap.

A Confap reagia à hipótese levantada pelo ministro da Saúde, numa entrevista ao jornal Público, de fazer um documento escrito que os pais tenham de assinar quando não vacinam os filhos para garantir que a responsabilização dos pais é formalmente assumida.

Adalberto Campos Fernandes diz ao Público que o Governo está a estudar a aplicação de “um procedimento que permita assegurar o máximo de informação aos pais para que os processos de decisão sejam conscientemente informados”.

“No essencial pretende-se assegurar um processo de corresponsabilização formal dos pais e educadores que seja suportado num elevado grau de informação e torne claras as consequências da opção pela não-vacinação, não apenas no plano individual mas também comunitário”, afirma o ministro.

De acordo com o governante, o processo legislativo já decorre e deverá ser aprovado durante este mês para entrar a tempo do próximo ano letivo.

Questionado sobre a eficácia deste documento que os pais poderão ter de vir a assinar, o responsável da Confap afirma: “Tem que ser pensado e estudado. Se a ideia é que as crianças estejam todas protegidas de acordo com o que se entende necessário, o que me adianta ter um filho contagiado e depois responsabilizarem a família? Eu quero e evitar que a doença aconteça”.

Jorge Ascensão diz desconhecer os termos em que o documento de que o ministro fala vai ser redigido, mas insiste: “a assinatura é para remediar algo que possa vir a acontecer”.

A questão da corresponsabilização dos pais que optam por não vacinar os filhos ganhou mais força depois do surto de sarampo que afetou não só Portugal mas outros países da Europa.

De acordo com os últimos dados da Direção-geral da Saúde, em Portugal foram confirmados este ano 29 casos de sarampo, num total de 145 notificações.

No passado mês de abril, depois da morte de uma jovem de 17 anos com sarampo, o Governo emitiu um despacho a obrigar as escolas a comunicarem aos delegados de saúde os casos de alunos que não tivessem as vacinas em dia, de acordo com o Programa Nacional de Vacinação (PNV).

O objetivo de as escolas transmitirem esta informação aos delegados de saúde é, segundo o despacho, “promover o aconselhamento e esclarecimento adequados”, bem como sensibilizar as famílias para os benefícios da vacinação.

As vacinas do PNV, que são gratuitas, não são obrigatórias, mas geralmente as escolas, públicas e privadas, pedem o boletim vacinal dos alunos no ato da matrícula ou da inscrição.

A vacinação é o meio de prevenção mais eficaz contra o sarampo, uma doença altamente contagiosa e que, ainda que geralmente tenha evolução benigna, pode gerar complicações graves e até levar à morte.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Todo o território de Portugal continental, a Região Autónoma da Madeira e a ilha das Flores, nos Açores, estão hoje com risco &...

Para as regiões com risco 'Muito Elevado', o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) recomenda o uso de óculos de sol com filtro ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('Moderado'), 6 a 7 ('Elevado'), 8 a 10 ('Muito Elevado') e superior a 11 ('Extremo').

O IPMA prevê para hoje céu pouco nublado ou limpo, apresentando-se muito nublado e com neblina ou nevoeiro no litoral a norte do Cabo Raso até final da manhã e a partir do final da tarde. Durante a tarde está previsto um aumento temporário de nebulosidade no interior, com possibilidade de ocorrência de aguaceiros fracos.

O vento vai soprar fraco predominando de noroeste, sendo por vezes forte (até 40 km/h) e com rajadas até 55 km/h a sul do Cabo Carvoeiro durante a tarde.

A cidade mais quente vai ser Évora, com 34º, seguida de Beja (33º) Castelo Branco (32º), Faro e Portalegre (31º) e Bragança (30º).

Abaixo dos 30º ficarão Vila Real e Santarém (29º), Braga e Viseu (28º), Lisboa e Coimbra (26º) e a cidade do Porto (22º).

Para a Madeira estão previstos períodos de céu muito nublado, com possibilidade de ocorrência de aguaceiros fracos nas vertentes norte e nas terras altas, e a temperatura máxima prevista para o Funchal é de 24º.

Nos Açores prevê-se céu muito nublado e possibilidade de aguaceiros durante a manhã nas ilhas dos grupos Central (Terceira, Graciosa, S. Jorge, Pico e Faial) e Oriental (São Miguel e Santa Maria). Os termómetros não vão ultrapassar os 19º em Ponta Delgada e Angra do Heroísmo.

Estudos associam consumo a várias patologias
Todos nós crescemos a ouvir falar da importância do leite para a saúde, mas será que este é de facto

Desde há muitos anos que o leite assume um papel importante na nossa alimentação diária por nutricionalmente ser um dos alimentos mais completos, constituir uma opção económica, de fácil acesso e cómoda!  É muito fácil “enfiar” um pacote de leite na mochila dos nossos filhos e ficar com a sensação de que os estamos a alimentar convenientemente.

Mas será que o leite é mesmo um bom alimento?

O leite é sem dúvida um alimento completo, no entanto, e muito por isso, é composto por substâncias dificilmentente digeríveis pelo homem adulto e que pela sua semelhança estrutural confunde muitas vezes o nosso sistema imunitário.

Os países com melhores indicadores de mortalidade por doenças modernas não bebem leite ou bebem em quantidades muito moderadas: China, Japão, Tailândia. Os países com maior consumo de leite, como EUA, Nova Zelândia, Canadá e Austrália, cerca de 330 Kg leite/pessoa/ano são os que têm maior taxa de osteoporose e fraturas ósseas.

A absorção (saída) do Cálcio nos ossos é aumentada em meios ácidos. Alimentos como a carne, peixe e leite aumenta a excreção de cálcio, se não forem acompanhados com alimentos alcalinizantes como a fruta e os legumes.

Muito se fala da lactose e para muitos a substituição do leite e produtos lácteos pelas versões sem lactose, permite uma melhor digestão e conforto intestinal. A maioria das pessoas produz pouca quantidade de lactase, enzima que degrada a lactose, açúcar do leite em galactose e glucose.

Apesar da ingestão de produtos lácteos sem lactose permitir uma melhor digestão na maioria das pessoas, a ingestão de açúcar é a mesma, uma vez que a glucose e galactose existem em grandes concentrações nos produtos sem lactose.

Mas será a presença de lactose o único problema do leite? 

A lactose é apenas um dos muitos problemas do leite, especialmente para os intolerantes à lactose ou pessoas que mostram sensibilidade.

Outros nutrientes do leite e produtos lácteos como as proteínas, caseína, imunoglobulinas, aminácidos, são hoje em dia considerados substâncias potenciadores de inúmeras doenças por activarem mecanismos relacionados com progressão de alguns tumores.

Paradoxalmente, as versões ligth dos lácteos, e por isso chamadas de mais saudáveis, são os produtos sem lactose, baixo teor em gordura ou aditivados com cálcio, no entanto, mantêm o mesmo teor nos nutrientes que hoje em dia estão relacionados com incidência de doenças.

As proteínas do leite de vaca, caseína, lactoglobulina, betacelulina são estruturalmente homólogas com as do ser humano interferindo com o nosso sistema imunitário. Quando o leite é parcialmente digerido o nosso sistema imunitário produz anticorpos contra as proteínas do leite. Acontece que, como somos formados por proteínas estruturalmente homólogas, esses anticorpos acabam por atacar as nossas próprias proteínas.

Algumas proteínas, como a Betacelulina, ligam se aos receptores EGF-R, aumentando o seu número e a sua sinalização.

Este aumento do número de recetores, EGF-R, ocorre numa grande variedade de cancros: Mama, Cólon, Próstata, Ovários, Pulmões, Pâncreas, Bexiga, estômago, Cabeça e Pescoço.

Os produtos lácteos, na sua maioria, têm gordura saturada e a ingestão de altas quantidades desta gordura, constitui um risco acrescido no aparecimento de doenças Cardiovasculares.

Vários estudos associam o consumo de leite a maior incidência de inúmeras doenças além das cardiovasculares, como as auto imunes, cancros, síndrome metabólica, eczemas, acne, osteoporose, diabetes.

Reduza ou elimine o leite e produtos lácteos da sua aleitação se queremos viver mais e melhor.

Referências: 
Baron J. Milk: Dairy Products and Neoplasia. Symposium on Milk, Hormones and Human Health. Harvard. Nov 2006
Feskanich D, Bischoff-Ferrari HA,  Frazier AL, Willett WC: Milk consumption during teenage years and risk of hip fractures in older adults. JAMA Pediatr. 2014 Jan; 168(1):54-60.
Melnik BC, John SM, Carrera-Bastos P, Cordain L: The impact of cow's milk-mediated mTORC1-signaling in the initiation and progression of prostate cancer. Nutr Metab (Lond). 2012 Aug 14;9(1):74.
Melnik BC, John SM, Carrera-Bastos P, Schmitz G. Milk: a postnatal imprinting system stabilizing FoxP3 expression and regulatory T cell differentiation. Clin Transl Allergy. 2016 May 12;6:18.
Melnik BC, John SM, Schmitz G. Milk consumption during pregnancy increases birth weight, a risk factor for the development of diseases of civilization. J Transl Med. 2015 Jan 16;13:13.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
A partir de 2018
A partir de 01 de janeiro de 2018 ano será proibido fumar em locais para menores, ainda que ao ar livre, como campos de férias...

A Assembleia da República vota hoje, com alterações, uma proposta de lei do Governo de alteração à lei do tabaco, de 2007. Esta é já a segunda alteração à lei e deve entrar em vigor no início do próximo ano.

A proposta de lei foi debatida e modificada em sede de comissão e deve ser hoje aprovada, contemplando nomeadamente a equiparação de novos produtos de tabaco aos cigarros tradicionais. Ao todo altera 17 artigos da lei e junta dois novos.

Estes artigos novos estabelecem nomeadamente que os serviços de saúde ocupacional devem promover nos locais de trabalho ações e programas de prevenção e controlo tabágico e apoiar trabalhadores que queiram deixar de fumar, e que os medicamentos para deixar de fumar devem ser progressivamente comparticipados.

A nova lei junta no conceito de “fumar” os produtos tradicionais mas também os cigarros eletrónicos e os novos produtos sem combustão que produzem aerossóis, vapores, gases ou partículas inaláveis.

Embora a proposta de lei inicial proibisse que se fumasse em locais ao ar livre como junto de hospitais ou escolas, a versão que hoje deve ser aprovada apenas proíbe que se fume (além dos já previstos na atual lei) “nos locais destinados a menores de 18 anos, nomeadamente infantários, creches e outros estabelecimentos de assistência infantil, lares de infância e juventude, centros de ocupação de tempos livres, colónias e campos de férias, parques infantis, e demais estabelecimentos similares”.

Os deputados acrescentaram na lei que nos estabelecimentos da área da saúde e do ensino devem, sempre que possível, ser criados espaços para fumar, no exterior, que garantam proteção de elementos climatéricos e proteção de imagem.

E também a proibição de qualquer discriminação dos fumadores no âmbito das relações laborais, “designadamente no que se refere à seleção e admissão, à cessação da relação laboral, ao salário ou a outros direitos e regalias”.

Comissão de Mercado de Valores Mobiliários
O grupo Luz Saúde comprou o British Hospital, segundo a informação comunicada à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, em...

“A Luz Saúde informa que assinou hoje um contrato de compra e venda com a Capital Criativo, através do qual adquiriu a totalidade do capital social e direitos de voto das sociedades British Hospital – Lisbon XXI e Microcular – Centro Microcirurgia Ocular, Laser e Diagnóstico e 90,41% do capital social e direitos de voto da sociedade British Hospital Management Care”, lê-se na informação enviada ontem ao mercado.

A compra pela Luz Saúde, que pertence aos chineses da Fosun, do grupo British Hospital está agora dependente da autorização da Autoridade da Concorrência.

Este negócio inclui o hospital das Torres de Lisboa, que é a unidade de maior dimensão, com 46 camas, três salas de bloco e 34 gabinetes de consulta. A informação comunicada indica que, em 2016, este hospital realizou cerca de 75 mil consultas e 4.400 cirurgias.

Inclui-se ainda no negócio o British Hospital Saldanha Microcular, unidade em Lisboa de cuidados de saúde sobretudo da área oftalmológica, especializada em cirurgia laser, e o British Hospital Management Care, também integrado no campus das Torres de Lisboa, que presta cuidados na área da sinistralidade, caso de acidentes de trabalho, e serviços de fisioterapia.

A Luz Saúde (antiga Espírito Santo Saúde, do Grupo Espírito Santo) foi comprada pela seguradora Fidelidade, que pertence aos chineses da Fosun, em outubro de 2014.

A empresa é dona do Hospital da Luz, em Lisboa, entre outras unidades hospitalares.

Ilha Terceira e Faial
O Governo dos Açores pretende alargar aos hospitais da Terceira e do Faial as equipas de cuidados paliativos, e ampliar a mais...

“Vamos começar pela formação. Já identificámos profissionais em ambos os hospitais que estão interessados em fazer a formação avançada e assim que eles concluírem podemos avançar”, disse a diretora regional da Saúde, Tânia Cortez.

O Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, é o único nos Açores que tem uma unidade de cuidados paliativos, com dez camas, inaugurada há um ano.

“As únicas camas de cuidados paliativos que existem na região são as da equipa do Hospital do Divino Espírito Santo”, indicou a responsável, acrescentando que nos Açores existem ainda equipas domiciliárias de cuidados paliativos em São Miguel, Terceira e Faial.

Tânia Cortez sublinhou que os cuidados paliativos têm organização e funcionamento próprios e implicam formação de profissionais na área.

"Vamos começar agora com os cursos básicos, porque nem todos os profissionais envolvidos nestas equipas precisam de ter formação avançada. Têm todos que ter pelo menos formação básica", precisou.

A diretora regional da Saúde frisou que outro objetivo passa por fomentar a criação de novas equipas domiciliárias nesta área, o que depende, igualmente, da formação.

"Os cuidados paliativos são um pouco diferentes de ações paliativas, já que neste último caso todos os profissionais de saúde as podem fazer, mas já quanto aos cuidados paliativos exigem alguma formação", explicou.

Nos Açores a rede de cuidados paliativos está inserida na rede de cuidados continuados integrados.

Segundo a diretora regional da Saúde, "não existem ainda no arquipélago profissionais em número suficiente, nem instituições em número suficiente para se criar uma rede autónoma de cuidados paliativos".

A Unidade de Cuidados Paliativos do hospital de Ponta Delgada está a realizar até sábado o seminário “OPEN DAY Cuidados Paliativos: um desafio para a Região Autónoma dos Açores”.

Os trabalhos terminam com a conferência de encerramento “Cuidados Paliativos nos Açores: Potencialidades e Futuro”.

A iniciativa visa encetar estratégias de âmbito regional para o desenvolvimento conjunto dos cuidados paliativos nos Açores, bem como desenvolver competências dos profissionais de saúde nesta área.

Paralelamente é assinalado o primeiro aniversário da Unidade de Cuidados Paliativos do hospital de Ponta Delgada, a maior unidade de saúde do arquipélago.

Infarmed
O Infarmed detetou no mercado português um medicamento ilegal para emagrecer e que contém uma substância retirada do mercado...

De acordo com o Infarmed, o produto Li Da – Daidaihua (cápsulas) é um medicamento ilegal por não ter autorização de introdução no mercado em Portugal e conter uma substância (subutramina) que foi retirada do mercado europeu.

Esta substância, “que tem atividade farmacológica e se destina ao emagrecimento, foi detetada após análise no laboratório do Infarmed”, refere a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde.

“Atendendo a que este produto não foi autorizado pelo Infarmed, a sua utilização é proibida em Portugal, não estando garantida a sua qualidade, segurança e eficácia”, acrescenta.

O Infarmed indica ainda a todas as entidades que disponham deste produto que não o podem vender, dispensar ou administrar, devendo comunicar de imediato com a autoridade do medicamento.

Os utentes que tenham adquirido o produto não o devem utilizar e o Infarmed aconselha a entregar as embalagens em causa na farmácia para posterior destruição.

No Algarve
A Semana Digestiva 2017, este ano presidida pelo Prof. Doutor Rui Tato Marinho, realiza-se entre 7 e 10 de junho de 2017 no...

No dia 8 de junho, 5ªfeira, entre as 12:30 e as 13:00 horas, vai decorrer a sessão de abertura na presença do Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes e do Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães.

Também estarão presentes na Sessão de abertura os presidentes da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, José Cotter; da Sociedade Portuguesa de Endoscopia Digestiva SPED, António Dias Pereira e Isabel Pedroto, da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF).

A Semana Digestiva tem como mote em 2017 “Inovar, formar, para melhor cuidar”.

Alguns dos temas do programa da Semana Digestiva 2017 serão, entre outros, os cinco principais cancros digestivos (“Big Five”), imagem avançada em endoscopia digestiva, a hipertensão portal de causa não cirrótica, os benefícios no tratamento das doenças hepáticas, a doença inflamatória intestinal, a doença de refluxo e a abordagem do nódulo sólido do pâncreas.

“Queremos pôr a pessoa que sofre no centro do sistema e, para isso, vamos reunir para saber o que há de novo na gastrenterologia ao nível das tecnologias, dos processos de trabalho, medicamentos novos, no transplante hepático que tem salvo muitas vidas e também na área da endoscopia”, refere o presidente da Semana Digestiva, Rui Tato Marinho.

O responsável da Semana Digestiva destaca ainda a importância da formação no Congresso “para termos os melhores médicos a tratar os doentes portugueses”, e a oncologia digestiva, onde o gastrenterologista tem um papel crucial nas várias fases de qualquer cancro digestivo.

Três das doenças que a gastrenterologia trata, estão na lista das 10 com mais mortalidade: cancro do cólon e reto, doenças do fígado e cancro do estômago.

O Prémio Nacional de Gastrenterologia 2016 vai ser apresentado na sessão de abertura da Semana Digestiva.

Sendo o grande fórum da Gastrenterologia portuguesa, é uma organização conjunta da SPG, SPED, APEF e das Secções Especializadas da SPG (Núcleo de Neurogastrenterologia e Motilidade Digestiva, Clube Português do Pâncreas, Grupo de Estudos Português do Intestino Delgado e Grupo Português de Ultrassons em Gastrenterologia).

A Semana Digestiva 2017 será uma excelente oportunidade para atualização científica e network profissional e pessoal.

Saiba mais: http://www.semanadigestiva.pt/

Doenças Respiratórias
Os hábitos tabágicos são responsáveis pelo aparecimento de mais de 50 doenças, entre elas a Doença P
Homem idoso a fumar para cima de homem jovem

“O consumo de tabaco causa cerca de 50 doenças diferentes, das quais as mais relevantes a DPOC, a neoplasia do pulmão e as doenças cardiovasculares, nomeadamente a doença coronária, o enfarte do miocárdio, as tromboses cerebrais e os aneurismas arteriais”, começa por dizer António Carvalheira Santos que não esquece a sua relação com alguns tipos de tumores – boca, laringe, faringe, esófago, pâncreas, rim, bexiga e colo do útero.

De acordo com o especialista, no entanto, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) e o Cancro do Pulmão “evidenciam-se como as doenças respiratórias mais relevantes e preveníveis provocadas pelo hábito de fumar”.

Apesar de ser ainda pouco conhecida, “mas extremamente letal”, a DPOC afeta cerca de 14% da população portuguesa com mais de 40 anos, estimando-se que entre 700 a 800 mil portugueses sofram de uma patologia que é já considerada a 3ª causa de morte em todo o mundo.

“Sabe-se que os hábitos tabágicos são responsáveis por 90% dos casos de DPOC, o que faz com que os doentes apresentem menores níveis de oxigénio no sangue, causando a falência dos vários órgãos. Os ex-fumadores e qualquer pessoa exposta ao fumo do tabaco (os designados fumadores passivos) são também potenciais doentes”, acrescenta o pneumologista.

Falta de ar ou dispneia, tosse, expectoração, pieira e cansaço são os principais sinais de alarme de uma doença crónica e progressiva.

“A DPOC é uma doença com dois componentes de desigual envolvimento: a bronquite crónica com inflamação brônquica, e consequente obstrução, que leva à dificuldade expiratória, e o enfisema com destruição alveolar e a consequente perca de territórios para as trocas gasosas com diminuição da capacidade de passagem do oxigénio para o sangue, bem como da eliminação do dióxido de carbono resultante do trabalho celular”, explica o chefe de Serviço de Pneumologia do Hospital Pulido Valente, em Lisboa.

A maior suscetibilidade dos fumadores a infeções respiratórias prende-se sobretudo com a quantidade de muco produzido para “impedir que as impurezas veículadas pelo fumo do tabaco invadam os alvéolos pulmonares”.

“A expetoração é muco e a sua composição química são mucopolissacáridos, que tem uma estrutura molecular em rede composta por proteínas e glúcidos (açúcares). Este muco tem como finalidade a fixação dos irritantes que invadem o aparelho respiratório para serem explusos”, refere o especialista.

Vírus e bactérias encontram aqui as condições ideais para o seu desenvolvimento.  “Devido à sua composição – proteínas e glúcidos (açúcares) e à temperatura do organismo estão criadas as condições para a sua multiplicação e desenvolvimento das doenças infeciosas respiratórias virais e bacterianas”, justifica.

Diagnóstico precoce decisivo na progressão da doença

De acordo com António Carvalheira Santos, o diagnóstico precoce é decisivo para impedir a progressão da doença.

“Para além da história e dos sintomas como manifestação da doença, o diagnóstico baseia-se num exame respiratório, a espirometria, que evidencia o grau de obstrução à passagem do fluxo expiatório”, refere. Este exame permite avaliar a função respiratória e adequar o tratamento de acordo com o estadio da doença, que pode ser classificada como ligeira, moderada, grave ou muito grave.
Outros exames, como o RX ou TAC, permitem avaliar alterações estruturais e despistar outras patologias que possam apresentar sintomas semelhantes.

Quanto ao seu tratamento, o especialista defende que “uma intervenção adequada na doença de DPOC deve envolver prevenção, nomeadamente promover a cessação tabágica nos fumadores e a vacinação para prevenir as infeções respiratórias, quer pelo vírus da gripe (influenza), quer pelas pneumonias pneumocócicas”.

A par do tratamento farmacológico, que visa a redução dos sintomas, a frequência e a gravidade das agudizações, a reabilitação respiratória tem igual importância neste contexto.

“A Reabilitação Respiratória é uma componente fundamental no tratamento do doente respiratório crónico” que tem como objetivos proporcionar a “diminuição das incapacidades físicas e psicológicas causadas pela doença respiratória através da melhoria da aptidão física e mental”, bem como promover a alteração de comportamentos de agravamento e capacitar o doente para a gestão integrada da sua doença.

Redução de sintomas como dispneia ou fadiga, reversão da ansiedade e depressão associados à doença respiratória ou o aumento da resistência ao esforço são alguns dos benefícios apontados. “Redução das agudizações, a redução do número de consultas não programadas no Serviço de Urgência, do número de dias de hospitalizações” e consequente diminuição dos custos diretos e indiretos relacionados com a saúde acrescem nesta lista.


90% dos doentes com DPOC são ou foram fumadores 

“É necessário apostar em campanhas de educação e sensibilização”

Numa análise sobre o impacto do Tabagismo em Portugal, realizada em 2005, foi possível concluir, de acordo com este especialista, que a DPOC é a principal doença responsável pelos Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade (DALYs – medida da quantidade de saúde perdida, em tempo, preconizada pela OMS e pelo Banco Mundial).

Por outro lado, sabe-se que o número de óbitos por doenças do foro respiratório tem vindo a aumentar. “Em Portugal, são responsáveis por cerca de 19% dos óbitos e a principal causa de internamento. Estima-se que, em 2020, no mundo, as doenças respiratórias sejam responsáveis por cerca de 12 milhões de mortes anuais”, refere o especialista em pneumologia.

E, no entanto, “uma medida tão simples como deixar de fumar” pode inverter este panorama.

“É necessário apostar em campanhas de educação e sensibilização para a promoção de hábitos de vida saudáveis, reforçar que o diagnóstico precoce continua a ser a forma mais eficaz de controlar as doenças respiratórias e, especificamente, a DPOC”, defende António Carvalheira Santos.

Com o objetivo de colmatar a falta de informação disponível sobre doenças respiratórias foi criada a plataforma RespirARmelhor.pt.

Para além de disponibilizar conteúdos relativos às diferentes patologias, assim como formas de prevenção e opções de tratamento, a plataforma pretende alertar para a necessidade de aconselhamento especializado sempre que existam determinados sintomas.

“Totalmente dedicada a doentes, familiares, profissionais de saúde e todos os interessados em saber mais sobre as doenças respiratórias crónicas, a plataforma encontra-se disponível desde Abril e conta com a chancela científica de Associações e Sociedades da área em Portugal”, conclui.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Especialista
O facto de as mulheres terem filhos cada vez mais tarde está a lançar desafios cada vez mais exigentes aos médicos, disse o...

A propósito do 21.º Congresso de Obstetrícia e Ginecologia, que se vai realizar em Coimbra entre quinta-feira e domingo, Daniel Pereira da Silva explicou que a "linha mestra de discussão vai ser a natalidade e o envelhecimento da população".

"As mulheres estão a ter filhos cada vez mais tarde e isso cria dificuldades e problemas acrescidos, exigindo dos especialistas uma conduta mais exigente e mais recursos humanos e mais diferenciados", sublinhou.

Segundo Daniel Pereira da Silva, os especialistas estão cada vez mais preocupados com a questão da fertilidade devido a problemas oncológicos, de obesidade, hipertensão e diabetes, patologias que surgem com o avançar da idade.

Desde 2015 que a taxa de natalidade está a aumentar ligeiramente em Portugal, mas, de acordo com o especialista, "à custa da faixa etária de mulheres acima dos 35 anos, o que lança desafios cada vez mais exigentes".

Além das patologias que surgem com a idade, o presidente da Federação das Sociedades Portuguesas de Obstetrícia e de Ginecologia (FSPOG) salienta que se verificam nas gravidezes tardias "taxas de gemelares (gémeos) mais elevadas, mais malformações dos fetos e miomas benignos, cancro do útero ou da mama, que cria dificuldades terríveis".

"São cada vez mais as mães que têm filhos com 35 ou mais anos de idade, sendo que se trata de 35,5% dos casos em 2016, um aumento de 10% face a 2010", referiu.

Apesar da taxa de natalidade ter subido ligeiramente nos últimos dois anos e meio, Portugal é o segundo país da Europa com menor taxa de nascimentos e continuam a morrer mais pessoas do que a nascer.

Embora o número global de nascimentos continue baixo, Daniel Pereira da Silva realça que o "volume de trabalho não diminuiu e é mais exigente, por força das patologias que surgem após os 35 anos".

Durante o congresso, que vai reunir 800 dos 1.200 especialistas que existem em Portugal, será apresentado o Consenso Nacional sobre os Miomas Uterinos, a patologia ginecológica mais comum do trato ginecológico feminino, tendo em conta as evoluções na tecnologia e terapêutica médica.

Na sessão de abertura, será apresentada a quinta edição do livro "Medicina Materno Fetal" e atribuído Prémio de Mérito Científico de Obstetrícia e Ginecologia 2017 a Carlos Ferreira de Oliveira.

Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico
O consumo de tabaco varia com a escolaridade, segundo um inquérito do Instituto Ricardo Jorge, que contabiliza 28,3% de homens...

No Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico, conclui-se que o consumo de tabaco aumenta com a escolaridade no caso das mulheres, com prevalência de 7,2% na população que tem até ao 1.º ciclo, aumentando para 20,6% entre aquelas que têm o ensino superior.

Quanto aos homens, a maior percentagem de consumo - 34,1% - verifica-se nos que têm o 2.º ou 3.º ciclo do ensino básico.

Da investigação conclui-se ainda que são os desempregados que mais fumam, com prevalência de 43% nos homens e 27% nas mulheres.

Entre quem não fuma, 12,8% está exposto a ambientes com fumo, sobretudo homens, pessoas com 2.º ou 3º ciclo de escolaridade e desempregados.

Conhecer estas tendências é fundamental para decidir quais os grupos prioritários para intervir, afirmou o coordenador geral do inquérito, Carlos Dias.

Na pesquisa, divulgada no Dia Mundial Sem Tabaco, foram entrevistadas 4.911 pessoas, 46,1% homens e 53,9% mulheres.

Até 2018
Cantores e atores juntaram-se a professores e até jornalistas para participarem no primeiro rastreio nacional da voz que...

Vila Real e Bragança são os primeiros distritos fora de Lisboa a receber o rastreio nacional que é dirigido a quem usa a voz como instrumento de trabalho mas é aberto a toda a população.

“O objetivo é fazer um despiste nacional de voz, ver como está a saúde vocal dos portugueses. É a primeira vez que se faz um levantamento assim”, afirmou Clara Capucho, cirurgiã otorrinolaringologista responsável pelo rastreio, que é promovido pela Gestão dos Direitos dos Artistas (GDA).

A descentralização do rastreio começou hoje de manhã, no centro de saúde de Mateus, em Vila Real.

Clara Capucho começa por fazer um questionário sobre as queixas dos utentes e a utilização da voz em termos profissionais e faz, depois, uma laringoscopia para visualizar as cordas vocais e ver se há lesões.

O professor Nuno Miguel Fernandes tem uma rouquidão permanente e disse que a profissão o obriga a usar a ferramenta que é a voz. Hoje ficou a saber que não tem lesões nas cordas vocais, mas uma alteração que vai ter que tratar e que não pode esforçar muito a voz.

“Este rastreio é uma mais-valia e agora vou direcionar-me ao médico de família”, salientou.

Miguel Guedes, vocalista dos Blind Zero, disse ser necessário ter uma “atitude pró-ativa e antecipatória”. “Os cuidados com a voz, assim como os cuidados de saúde gerais, são fundamentais e, para a classe artística, então, são vitais”, afirmou.

O cantor considerou que um dos grandes problemas da voz “é a indisciplina” com que ela é usada.

Os “músicos, como de alguma forma têm uma disciplina que se vai adquirindo de alguns anos de estrada e de gravar discos, acabam por ter um ambiente mais controlado, por incrível que pareça”, sublinhou.

“O desgaste e a falta de descanso, os horários, acabam por ser momentos excessivos sempre para a voz e tento ter o cuidado possível”, referiu.

Sérgio Agostinho, ator da companhia de teatro Peripécia, elencou a oportunidade de ser “consultado por um especialista, que tem experiência em observar e tratar profissionais da voz”.

“Para um ator é fundamental ter esse cuidado e conhecimento de como está a funcionar o nosso instrumento”, frisou.

O cantor Emanuel é já acompanhado pela especialista e encontrava-se, hoje, um pouco rouco.

O músico fez questão de vir a Trás-os-Montes para “sensibilizar as pessoas” e alertar para que a “voz é uma parte do corpo fundamental” e com a qual é preciso “ter muitos cuidados”. No seu caso, exemplificou, que bebe “pelo menos litro e meio de água por dia” e que, a primeira coisa que faz ao acordar, é “beber dois copos de água norma”.

Emanuel sublinhou ainda o “trabalho missionário” de Clara Capucho e referiu que a médica “tem feito muito por esta área da medicina em Portugal”.

Por sua vez, a especialista destacou a “aposta na medicina preventiva” e na “divulgação de cuidados simples” que todos devem ter, como beber muita água, não pigarrear e não esforçar a voz em caso de rouquidão ou constipação.

A especialista referiu que, nos rastreios, as patologias que são detetadas com mais frequência são a laringite de refluxo, lesões das cordas vocais por má funcionalidade, nódulos, pólipos, quistos e, para além disso, algumas laringites crónicas, que são reflexos do tabaco.

“Lesões malignas felizmente apanhamos poucas, mas as que apanhamos podem fazer toda a diferença porque são tratáveis”, frisou.

O Ministério da Saúde associou-se à iniciativa. “Tenho muito gosto em estar aqui hoje porque é o início de um processo de descentralização que vai durar mais de um ano, porque o objetivo é fazer esta ação em todas as capitais de distrito”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado.

Instituto de Investigação e Inovação em Saúde
Um conjunto de tecnologias consideradas inovadoras para diferentes especialidades médicas, que estão “a um passo de transitar...

Serão “mais de dezena e meia” de tecnologias das áreas da Oncologia, Ortopedia, Infecciologia, Neurologia, Cirurgia, Gastroenterologia e Infeção Hospitalar que serão apresentadas pelos seus autores ao público que visitar a mostra “RESOLVE tecHospital”, referiu hoje o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), em comunicado.

Estarão patentes todos os projetos que o i3S tem vindo a promover entre 2016 e 2017 através do seu programa de aceleração de tecnologias.

Entre esses equipamentos encontram-se um dispositivo de isolamento de células tumorais circulantes, novos compostos para tratamento do cancro do intestino, tecnologia digital da Fraunhofer para rastreio de melanoma, biomaterial para preenchimento preventivo de infeções ósseas, óculos de gravação de cirurgias a para administração profilática de antirretrovirais e adesivos e dispositivos para ostomizados.

“Comum a todas estas tecnologias é o suporte que estão a receber do i3S através do seu programa de aceleração de tecnologias, o ‘RESOLVE’”, salienta o i3S.

A “RESOLVE tecHospital” irá decorrer entre as 14:00 às 17:00, nas instalações do i3S na Rua Alfredo Allen, 208, no Porto, e estará aberta a todos os interessados.

O “RESOLVE” (www.resolve-health.pt) é um programa na área da saúde para apoio à transferência de conhecimento científico e tecnológico de projetos inovadores promissores em estágio inicial.

Estes projetos têm o potencial de se traduzir em soluções para o benefício do doente e dos profissionais de saúde, respondendo a desafios societais prementes.

O “RESOLVE”, com sede no i3S, apoia estes projetos através da aplicação e implementação de ferramentas desenhadas para necessidades específicas, tanto em termos de tecnologia como em termos de estratégia de mercado.

A mostra realiza-se no âmbito da semana do empreendedorismo e inovação "Start&Scale Porto", que começou no passado domingo e encerra sábado, organizada pela Câmara do Porto.

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