Administração Regional de Saúde do Algarve
A Administração Regional de Saúde do Algarve vai estender a partir de hoje a realização de exames de espirometria, para detetar...

Este exame ao pulmão, conhecido como Prova de Função Pulmonar e que mede o débito de ar através de um aparelho, está disponível nos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) Central, em Faro, Barlavento, em Portimão e Lagos, e Sotavento, em Tavira e Vila Real de Santo António.

Em comunicado, a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve adiantou que desde que foi lançado o projeto-piloto para diagnóstico precoce e prevenção da Doença Pulmonares Obstrutivas Crónicas (DPOC) no Algarve, em dezembro de 2016, já foram realizados 962 exames, cuja realização foi hoje alargada a mais três concelhos.

O exame de espirometria é indolor e não invasivo, sendo utilizado em casos em que é necessário verificar se o utente sofre de Doenças Respiratórias com obstrução dos brônquios, refere a ARS.

Até abril deste ano, no ACES Central já tinham sido realizados 594 exames de espirometrias e no do Sotavento 205. No início de 2017, o projeto foi alargado ao ACES Barlavento, onde foram realizados 163 exames.

Para implementar este projeto, ao abrigo de um despacho que determina que todos os ACES deverão até final de 2017 ter Consultas de Cessação Tabágica e Acesso a Espirometria e a Tratamentos de Reabilitação Respiratória, a ARS/Algarve tem vindo a realizar ações de formação de espirometria destinadas aos médicos dos três ACES da Região.

Desta forma, passou a disponibilizar uma "nova oferta de exames nos Cuidados de Saúde Primários e uma ferramenta essencial para os profissionais de saúde na sua avaliação clínica", lê-se no comunicado.

Atualmente, existem dez equipas de saúde que realizam consultas de apoio intensivo na cessação tabágica que abrangem toda a região do Algarve, uma equipa em Olhão e duas equipas na unidade de Faro do Centro Hospitalar do Algarve.

Os utentes atendidos nas consultas de apoio intensivo na cessação tabágica são abrangidos pela dispensa de pagamento de taxas moderadoras, tal como os utentes a quem são realizadas espirometrias.

Parte da medicação de apoio na cessação tabágica beneficia já de comparticipação, competindo ao utente adquiri-la nas farmácias, conclui a ARS.

Perito da OMS
Um dos peritos internacionais que, a pedido do governo, está a avaliar as políticas de saúde, defendeu hoje a “requalificação...

Segundo Hans Kluge, especialista em saúde pública e representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) neste grupo de peritos, Portugal tem dado importantes passos neste sentido, mas deve ainda “direcionar para o apoio domiciliário” muitos dos serviços que são prestados em ambiente hospitalar.

Hans Kluge falava durante uma conferência de imprensa em que, acompanhado por um representante do Observatório Europeu dos Sistemas e Políticas de Saúde e Constantino Sakellarides, especialista em saúde pública e consultor do ministro da Saúde, foi assinalado o fim de seis meses de avaliação que resultará agora num relatório com sugestões.

Estas sugestões serão entregues ao ministro da Saúde, a quem caberá decidir as medidas a aplicar.

Segundo Hans Kluge, “muitos doentes, nomeadamente crónicos, não precisam de ser curados, mas antes de terem qualidade de vida”, referiu.

A este propósito, sublinhou o elevado número de doentes crónicos em Portugal, com patologias de elevado peso, como a diabetes, o problema da obesidade infantil e do tabaco.

Sobre o envelhecimento da população, disse que este é um fenómeno europeu, embora em Portugal sobressaia, pela negativa, o facto de serem menos os anos com qualidade de vida após os 65 anos.

Ainda sem revelar quais as recomendações que seguem no relatório final, este especialista defendeu um maior envolvimento das autarquias para atacar algumas das questões mais urgentes e que, na sua opinião, não poderão ser resolvidas apenas pelo Ministério da Saúde.

“A obesidade infantil, o álcool, a diabetes, o tabaco, cada vez mais consumido por mulheres jovens, são desafios que precisam de respostas e estas não estão apenas no Ministério da Saúde”, disse.

Josep Figueras, do Observatório Europeu dos Sistemas e Políticas de Saúde, sublinhou os passos desenvolvidos por Portugal na área dos cuidados de saúde primários e defendeu a criação de “uma nova estrutura” nesta área que responda mais prontamente onde as atuais revelam dificuldade: doença aguda doenças crónicas.

Para este especialista, o sucesso das medidas não passa apenas por mais recursos, até porque existem áreas em que estes poderão ser poupados, como no consumo excessivo de antibióticos, com o consequente impacto nas infeções hospitalares.

“Mais dinheiro é sempre bom, mas há áreas onde podemos ir buscar esses recursos”, disse.

O relatório final desta avaliação deverá estar disponível no primeiro semestre de 2019. Antes disso, o ministro da Saúde deverá decidir sobre as respetivas recomendações.

No final da conferência de imprensa, o ministro Adalberto Campos Fernandes sublinhou que esta avaliação representa “um exercício de política humilde”.

O ministro manifestou interesse em demonstrar mais eficiência no setor, a qual não passa por demoras médias impróprias, consumo excessivo de antibióticos e elevada prevalência de infeções hospitalares.

Inquérito revelou
O primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico, hoje apresentado no Porto, revelou uma elevada prevalência de algumas...

O estudo, relativo a 2015, constatou também que 67,6% da população tinha excesso de peso ou obesidade e 52,3% tinha alteração dos lípidos do sangue (colesterol alto), valor que aumentava para 63,3% ao incluir nesta estimativa a população que referiu tomar medicamentos para controlar esta condição.

O Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF) é um estudo epidemiológico observacional, transversal de base populacional, programado e realizado para ser representativo ao nível regional e nacional, com o objetivo e contribuir para melhorar a saúde pública e reduzir as desigualdades em saúde.

O inquérito surgiu na sequência da participação de Portugal, através do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA, IP), em projetos de investigação e ações conjuntas com outros países Europeus, financiados pela União Europeia.

A população alvo consistiu nos indivíduos entre os 25 e os 74 anos de idade, residentes em Portugal continental ou regiões autónomas há mais de 12 meses

O trabalho de campo decorreu entre fevereiro e dezembro de 2015 em 49 locais de observação (PSU) e foi realizado por equipas constituídas por um total de 117 profissionais.

Ao todo foram selecionados aleatoriamente para o INSEF 12.289 indivíduos, tendo-se obtido no final uma amostra com 4.911 participantes (2,265 homens e 2.646 mulheres), para os quais os procedimentos do INSEF (exame físico, colheita de sangue e entrevista) foram concretizados na íntegra.

A informação obtida pelo primeiro INSEF é representativa da população portuguesa a nível nacional e de cada uma das suas sete regiões, tendo sido utilizados os métodos preconizados pelo European Health Examination Survey (EHES).

As diferenças observadas nas estimativas populacionais de vários dos indicadores justificam, segundo os responsáveis pelo inquérito, a atenção das intervenções de saúde quer sobre algumas áreas do estado de saúde que afetam um elevado número de portugueses: 52,3% no caso de colesterol total superior a 190 mg/dl, 38% no caso da hipertensão arterial ou 28,7% no caso da obesidade, quer noutras, como a diabetes ‘mellitus’, cuja estimativa é de 9,8%.

Entre os determinantes são realçadas as elevadas frequências de sedentarismo nos tempos livres (44,8%), o consumo arriscado de bebidas alcoólicas, reportado por 33,8% da população masculina, ou a exposição ambiental ao fumo do tabaco que afetava 12,8% da população.

Na área preventiva, de acordo com o INSEF, a elevada proporção da população feminina entre os 50 e os 69 anos que reportou ter realizado mamografia nos dois anos anteriores ao inquérito (94,8%), em particular quando referia ter médico de família atribuído, constitui um indicador positivo, pese embora a menor frequência na população desempregada (89,3%).

Já a consulta de saúde oral no ano anterior foi reportada por um pouco mais de metade da população (51,3%), verificando-se valores mais baixos entre os 65 e 74 anos (43,8%).

De igual forma, a pesquisa de sangue oculto nas fezes nos dois anos anteriores à entrevista (45,7%) e a não realização deste exame na vida (44,2%) revelaram valores muito baixos a nível nacional, conclui o inquérito.

Embora a obesidade fosse mais elevada entre as mulheres (32,1% ‘versus’ 24,9%), o excesso de peso e a obesidade abdominal eram mais prevalentes entre os homens.

A prevalência destas doenças aumentava com a idade verificando-se os valores mais elevados entre os 65 e os 74 anos (71,3% no caso da hipertensão; 41,3% no caso da obesidade; 88,1% no caso da obesidade abdominal; 23,8% no caso da diabetes).

Na comparação entre as sete regiões nacionais, após remover o efeito do sexo e da idade, as prevalências padronizadas apresentavam valores mais elevados de hipertensão arterial e obesidade na região Norte, obesidade abdominal na região Centro, diabetes na Região Autónoma dos Açores, e alteração do perfil dos lípidos do sangue na região Centro.

Os primeiros resultados do INSEF foram apresentados numa conferência realizada no auditório do Museu Soares dos Reis, no Porto.

Relatório
O consumo de tabaco mata mais de sete milhões de pessoas por ano, alertou hoje a Organização Mundial da Saúde, apelando para a...

Os números foram publicados num relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) - na véspera do Dia Mundial Sem Tabaco -, no qual é avaliado o impacto do tabaco na saúde e na economia, mas também, e pela primeira vez, no ambiente.

“O tabaco é uma ameaça para todos”, afirmou a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, em comunicado, sublinhando que representa “um agravamento da pobreza”, além de “levar as famílias a fazerem más escolhas alimentares e de poluir o ar”.

Todos os anos, mais de sete milhões de pessoas morrem devido ao tabagismo, um valor muito superior aos quatro milhões de mortes que eram contabilizados no início do século XXI, de acordo com números da OMS.

Atualmente, o tabaco é a principal causa evitável de doenças não transmissíveis e mata metade dos fumadores.

O tabagismo afeta sobretudo as pessoas mais pobres e constitui uma causa importante de disparidades em matéria de saúde entre ricos e pobres, de acordo com a OMS, que indica que mais de 80% das mortes se irão registar em países com baixos ou médios rendimentos até 2030.

O tabagismo representa também um fardo económico para o planeta: a cada ano, os custos para particulares e para governos ultrapassa os 1.250 mil milhões de euros em despesas com saúde e perda de produtividade, o que representa 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.

"Se forem tomadas medidas drásticas para controlar o tabagismo, os governos podem salvaguardar o futuro dos seus países, proteger os consumidores e não consumidores contra estes produtos mortais, gerando receitas para financiar a saúde e outros serviços sociais e preservar o ambiente da devastação causada pelo tabaco", considerou a diretora-geral da OMS.

De acordo com o relatório da organização, o tabaco também prejudica o ambiente, já que os resíduos que deixa são o tipo de resíduos mais espalhado no mundo e "contêm mais de 7.000 produtos químicos tóxicos que envenenam o ambiente, incluindo agentes cancerígenos".

No total, cerca de dois terços dos 15 mil milhões de cigarros vendidos a cada dia são deitados fora em zonas onde danificam o ambiente.

A cultura do tabaco também é parcialmente responsável pela desflorestação, acrescenta aquela organização, referindo que cada 300 cigarros consumidos significam uma árvore perdida.

Para a OMS, o tabaco poderá causar, durante o século XXI, mil milhões de mortes no mundo.

Para superar este flagelo, a agência especializada das Nações Unidas pede "medidas fortes", como a proibição do marketing e da publicidade a cigarros e a proibição de fumar em lugares públicos fechados e locais de trabalho, além de um aumento dos impostos e dos preços de produtos de tabaco.

1 de junho - Dia Mundial da Criança
É já no próximo dia 1 de junho, Dia Mundial da Criança, que se celebra o Dia do Nariz Vermelho. E, este ano, o primeiro...

Os alunos mais novos da EB1/JI Engenheiro Ressano Garcia, em Lisboa, vão dar as boas-vindas ao ministro da Educação, logo a partir das 9h15 do dia 1 de junho. Tiago Brandão Rodrigues será recebido pelas crianças e pelos Doutores Palhaços no pátio daquele estabelecimento de ensino com duas músicas: uma canção da Operação Nariz Vermelho (ONV) e o Hino da Alegria.

Mas a festa não se fica por aqui. No refeitório serão projetados os vídeos que resultaram de um convite lançado pela Direção Geral de Educação, que se associou a esta iniciativa, às escolas do 1º ciclo do Ensino Básico, a quem foi pedida uma “Mensagem de Alegria”. E já com a presença do primeiro-ministro, e juntamente com os alunos do 3º e 4º anos, a biblioteca da escola vai ser palco de um momento de leitura do livro A Matilde está Careca, da ONV, com o carimbo do Plano Nacional de Leitura. A visita termina com uma mensagem de António Costa que ainda convidará todos a realizarem Um Minuto de Alegria, com a promessa de animação, palhaçadas e muitos narizes vermelhos.

Recorde-se que o Dia do Nariz Vermelho é uma iniciativa de sensibilização junto da população para a importância da solidariedade social e que assume várias formas de angariação de fundos. Todos estes revertem a favor da ONV, para que possa dar continuidade à missão de levar alegria às crianças hospitalizadas. Para além das atividades realizadas nas escolas, também a população em geral pode contribuir, adquirindo qualquer um dos produtos solidários através da loja online (em www.narizvermelho.pt), um apoio fundamental para ajudar os Doutores Palhaços a receitar alegria.

Estudo
Um nova versão mais potente de um antibiótico com 60 anos criada por cientistas nos Estados Unidos poderá resolver o problema...

A equipa do Scripps Research Institute, na Califórnia, aperfeiçoou a vancomicina, um antibiótico já de si extremamente forte contra infeções, a que só agora as bactérias começaram a criar resistência.

O antibiótico impede as bactérias de formarem paredes celulares, um efeito que as bactérias tiveram muita dificuldade em ultrapassar, cuja eficácia os cientistas conseguiram agora multiplicar por mil.

Assim, é necessária uma quantidade muito mais pequena do antibiótico, afirmam os investigadores, que querem agora acelerar o processo de modificação da vancomicina.

Perito diz
A negação das alterações climáticas é uma desonestidade, mesmo que sejam líderes mundiais a fazê-lo, afirma o perito Rajendra...

“Eu gostava de perceber quem é que tem interesses escondidos em dizer que as alterações climáticas não são reais. Se dissermos que são os cientistas que as inventaram, estamos a insultar alguns dos melhores cérebros. Serão eles desonestos? Estão a tentar aproveitar-se para seu próprio ganho?”, questionou.

Em entrevista, escreve o Sapo, o ex-presidente do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (PIAC) das Nações Unidas afirmou que “é muito desonesto dizer que as alterações climáticas são um embuste”.

No organismo que liderou até 2015, há “milhares de cientistas que não recebem um cêntimo, mas que sentem a responsabilidade de dar o seu conhecimento à sociedade”.

Do lado do negacionismo, no qual se conta o atual Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “age-se por pressão de lóbis que não querem que se faça nada”, afirmou Rajendra Pachauri.

Apesar disso, o laureado com o prémio Nobel da Paz atribuído ao PIAC, acredita que vale a pena continuar a trabalhar para mudar mentalidades e encorajar vidas com menos consumo de energia, com energias renováveis, desde já.

O facto de haver quem afirme que há conspirações a arquitetar a tese do aquecimento global “não é surpresa”, afirma, salientando que há “interesses muito fortes e poderosos” para evitar qualquer mudança, o que para os ativistas do clima significa “trabalhar muito mais”.

“Temos bolsas de resistência, mas penso que a maioria das pessoas percebe que as mudanças climáticas são reais. E vêem-nas à sua volta, não conseguem fechar os olhos à realidade. Os impactos estão a piorar muito e as pessoas vão sofrer em consequência disso”, declarou. Quem está preocupado com o futuro do planeta e da civilização “tem que começar a agir, e sem demora”, defendeu.

Quanto aos milhões que votaram em Trump, “ainda não receberam a mensagem”, considerou. Se já tivessem consciência do que está em jogo, “Trump não tinha sido eleito. Temos que admitir que algumas pessoas têm uma mentalidade fechada. É uma pena que as sociedades humanas às vezes não tomem decisões racionais”, afirmou.

Os seres humanos “viciam-se numa determinada maneira de viver e não querem mudá-la”, apontou, o que para Rajendra Pachauri constitui “uma das falhas da natureza humana, uma certa inércia”. “Se temos um carro potente, gostamos de o guiar e cabe lá a família inteira mais o cão, pensamos: ‘por que é que tenho que desistir disto?’, embora seja uma das razões pelas quais temos alterações climáticas”, ilustrou.

Mas Rajendra Pachauri contesta que tenha que se abdicar de conforto em troca do futuro: “Se reduzirmos os gases que provocam o aquecimento global, também estamos a limpar os ambientes locais, o que traz muito mais conforto”. “Vejam-se as pessoas que passam o dia a tossir nas ruas de Pequim, Nova Deli ou da Cidade do México, onde há níveis elevados de poluição do ar. Para mim, isso não é uma existência confortável, mas sim muito perigosa”.

Os benefícios de inverter o aquecimento global, contrapõe, são tão grandes, com melhor ambiente, menos desperdício, mais produtividade agrícola, que aí é que está um elevado nível de conforto. Quanto a Portugal, afirmou que “é uma sociedade responsável, que sempre teve uma visão global” e disse esperar que “perceba que os problemas do mundo também são seus”.

Com centenas de quilómetros de costa suscetível à subida do nível dos oceanos, Portugal “vai crescer como um exemplo para o resto do mundo, combatendo as alterações climáticas sem deixar de ter as coisas boas da vida”. Essas coisas boas, a começar pelo clima ameno e as praias pelas quais Portugal é conhecido mundialmente, estarão irremediavelmente perdidas para as gerações futuras se não se agir. “Penso que nos próximos três a cinco anos vamos assistir a um grande movimento global para inverter o caminho”, previu, apontando os jovens como figuras de proa desse movimento.

Instituto Nacional de Estatística
Numa década, os homens ganharam quase três anos na esperança de vida à nascença e as mulheres apenas dois. Instituto Nacional...

É um intervalo de 5,72 anos que se tem vindo a estreitar a cada ano que passa: a esperança de vida à nascença tem vindo a aproximar-se entre homens e mulheres, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), cujas tábuas de mortalidade divulgadas esta segunda-feira fixam nos 83,3 anos a esperança de vida à nascença para as mulheres e em 77,61 anos para os homens.

Há dez anos, segundo o jornal Público, a diferença na esperança de vida de homens e mulheres era de 6,52 anos, a desfavor deles. Na última década, eles ganharam mais 2,8 anos em termos de expectativa de vida à nascença e elas apenas dois. Os especialistas em demografia não demoram muito tempo a encontrar possíveis explicações para esta evolução. “Tradicionalmente, os homens tinham uma maior exposição ao risco de acidentes rodoviários, profissões de maior risco e hábitos de consumo de álcool e tabaco. Hoje, as mulheres também estão expostas a isto tudo”, apontou a presidente da Sociedade Portuguesa de Demografia, Maria Filomena Mendes, quando, no final de 2016, o INE evidenciava já esta tendência.

Ninguém sabe quantas pessoas morrem em casa em Portugal. Mas são cada vez menos
Acresce que os homens têm, nas últimas décadas, adotado alguns comportamentos em termos de cuidados na alimentação e gestão pessoal da saúde que lhes têm permitido adiar a morte, nomeadamente a motivada “por problemas relacionados com o sistema circulatório, enfartes de miocárdio e acidentes vasculares cerebrais”, ainda segundo Maria Filomena Mendes.

Na atualização desta tendência feita pelo INE, e que se reporta aos que nasceram no biénio 2014/2016, a esperança média de vida à nascença fixa-se nos 80,62 anos. No caso das mulheres, os 83,3 anos representam um ganho de 1,2 meses, face aos valores de 2013-2015. Já os homens conseguiram um ganho de três meses no mesmo período.

Quanto à esperança de vida aos 65 anos, atingiu 19,31 anos para o total da população. Os homens podem contar com mais 17,44 anos de vida quando completam os 65 anos e as mulheres mais 20,73 anos. Baralhadas estas mesmas contas, o INE conclui que, na última década, eles ganharam 1,42 anos a contar desde os 65 anos de idade e elas apenas 1,31. Aqui o diferencial entre eles e elas diminuiu dos 3,40 anos de 2004-2006 para os 3,29 anos de 2014-2016.

"Morre-se muito à espera” de vaga nos cuidados continuados
O INE sustenta ainda que “o acréscimo da esperança de vida à nascença das mulheres nos últimos dez anos resultou maioritariamente da redução na mortalidade nas idades iguais ou superiores a 60 anos”. Já entre os homens, “apesar da importância da diminuição da mortalidade nas idades mais avançadas”, os ganhos conseguidos assentaram sobretudo “na redução da mortalidade entre os 35 e os 59 anos de idade”.

No período em análise, 65,2% das mortes ocorreram em idades iguais ou superiores a 80 anos, sendo que, no caso das mulheres, 74,8% morreram já octogenárias, enquanto nos óbitos masculinos a percentagem desce já para os 54,9%. A idade mais frequente ao óbito foi de 86 anos para os homens e 88 anos para as mulheres.

Infarmed
O Infarmed ordenou a retirada do mercado e a suspensão de comercialização de cosméticos da marca Biocode por conterem um...

De acordo com uma nota da autoridade do medicamento, "os produtos cosméticos não enxaguados da marca Biocode contêm na lista de ingredientes o conservante 'Methylisothiazolinone', cuja utilização é proibida desde 12 de fevereiro de 2017", pelo que é ordenada a sua suspensão imediata da comercialização e a retirada do mercado.

As entidades que disponham destes produtos não os podem disponibilizar e os consumidores que tenham algum destes produtos não os devem utilizar.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Todo o território de Portugal continental, a Região Autónoma da Madeira e a ilha Terceira, nos Açores, estão hoje com risco &...

Para as regiões com risco 'Muito Elevado', o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) recomenda o uso de óculos de sol com filtro ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('Moderado'), 6 a 7 ('Elevado'), 8 a 10 ('Muito Elevado') e superior a 11 ('Extremo').

O IPMA prevê para hoje uma pequena subida da temperatura máxima nas regiões do interior, céu pouco nublado, apresentando períodos de muito nublado no interior a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela e no litoral oeste até ao final da manhã.

Para durante a tarde está previsto um aumento temporário de nebulosidade nas regiões do interior, com possibilidade de ocorrência de aguaceiros fracos no Norte e Centro. O vento vai soprar fraco.

As temperaturas máximas não deverão ultrapassar os 29º em Faro e Évora, que serão as cidades mais quentes. Em Beja os termómetros chegarão aos 28º, em Castelo Branco, Santarém e Braga aos 27º e em Vila real aos 26º.

Para Lisboa está prevista uma máxima de 24º, assim como Coimbra, e para o Porto 23º.

Nas ilhas, a Madeira (Funchal) chegará aos 24º e os Açores não vão passar dos 22º (Angra e Ponta Delgada).

Direção-Geral da Saúde
O teste da infeção por VIH/sida deve ser feito por todos pelo menos uma vez na vida, apela a Direção-Geral da Saúde, indicando...

“O importante é as pessoas terem a noção de que, pelo menos uma vez na vida, devem fazer o teste e isso deve ser encarado como fazer um teste para sabermos se temos diabetes ou colesterol alto. Só fazendo o teste é que podemos ter a certeza se estamos ou não infetados e só assim podemos ter acesso aos cuidados de saúde”, afirmou a diretora do Programa Nacional para a Infeção VIH, Sida e Tuberculose.

Durante a apresentação do relatório sobre estas doenças, referente a 2016, Isabel Aldir sublinhou a importância do diagnóstico precoce.

Apesar de o número de testes realizados nos centros de saúde ter aumentado significativamente em 2016, segundo Isabel Aldir ainda chegam aos cuidados de saúde pessoas com doença muito avançada, indicando que é necessário trabalhar para serem mais precocemente diagnosticadas.

Em 2016, dos 841 novos casos de infeção por VIH notificados, 161 tinham já critérios de sida, o que significa que a doença estava em estado avançado de evolução.

A infeção por VIH pode tardar em manifestar sintomas. De acordo com dados apresentados em Lisboa quase 65% dos novos casos no ano passado foram de portadores assintomáticos.

Direção-Geral da Saúde
A percentagem de casos de sida entre os doentes com diagnóstico de infeção por VIH aumentou no ano passado, mas Portugal teve...

Segundo dados apresentados pela Direção-Geral da Saúde, em 2016 foram diagnosticados 841 novos casos de infeção por VIH. Destes, 161 eram já casos de sida, o que pode significar um diagnóstico tardio da doença.

A diretora do Programa Nacional para a Infeção VIH, Sida e Tuberculose, reconhece que pode estar a haver casos de diagnóstico tardio, mas diz que ainda é cedo para fazer essa leitura direta.

“Pode haver um efeito de viés decorrente de haver a tendência de serem primeiro notificados os casos mais graves. É um dado a que estamos muito atentos. Pode ser por haver muitos diagnósticos tardios. Queremos ter a certeza se se deve a um diagnóstico tardio, apesar de todos os esforços que temos vindo a fazer, ou se é só um efeito de um viés de notificação”, afirmou Isabel Aldir aos jornalistas no final da apresentação do relatório com os dados de 2016.

Em 2015 o valor percentual de casos de sida no total de notificações era de 15,3%, valor que subiu para 19,1% no ano passado.

Apesar de um aparente diagnóstico tardio, houve um crescimento de 86% dos testes rápidos do VIH nos centros de saúde e também um crescimento nos testes feitos pelas organizações de base comunitária.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, considerou histórico verificar que o número de novos casos foi em 2016 o menor em pelo menos 15 anos e considerou que Portugal está em condições de trabalhar para “terminar com a epidemia de VIH/sida” no país.

De acordo com o relatório, de 2000 até 2016, o número de novos casos de VIH caiu cerca de 70%, estimando-se que haja cerca de 45 mil pessoas que vivem com a doença, que no ano passado matou cerca de 120 pessoas, número semelhante ao de 2015 e que parece estar a estabilizar depois de ter descido desde 2010.

O sexo masculino continua a ser o mais atingido pela infeção por VIH, mas mantém-se também o predomínio de casos de transmissão heterossexual (57% dos novos diagnósticos). Os homens que fazem sexo com homens representam 35% dos casos.

A doença continua a atingir fundamentalmente as grandes cidades, sobretudo nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.

Por isso mesmo, Portugal aderiu ao Programa “Cidades na via rápida para acabar com a epidemia VIH”, com os municípios de Lisboa, Porto e Cascais, que hoje se comprometeram junto dos responsáveis da ONUSIDA.

As cidades que aderem a este programa comprometem-se atingir sete objetivos, entre os quais acabar com a epidemia do VIH/sida nas cidades até 2030 e atingir metas ambiciosas até 2020.

Na Jordânia
Uma equipa do Centro de Cirurgia Cardiotorácica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra operou, com sucesso, 14...

Dirigida para o “tratamento da patologia cardíaca congénita” em crianças sírias refugiadas em território jordano, a missão cirúrgica humanitária, liderada pelo cirurgião cardiotorácico e diretor do Centro de Cirurgia Cardiotorácica (CCC) do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Manuel Antunes, foi desenvolvida, entre os dias 20 e 28, “sob os auspícios da Châine de l´Espoir [Cadeia da Esperança] francesa e da União Europeia”.

A missão “correu muito bem”, disse, aos jornalistas, Manuel Antunes, referindo que dos 14 casos intervencionados, numa unidade de saúde privada de Amã, dois deles eram “mais delicados”, pois estavam em causa duas crianças com patologia cardíaca congénita com idades inferiores a dois anos e muito pouco peso, que “corriam risco de vida”.

A criança mais nova tinha 75 dias de idade e menos de três quilogramas de peso e a mais velha 17 anos de idade e as respetivas operações, efetuadas com apoio de elementos do hospital local, foram “bem-sucedidas”, tendo todas abandonado já os serviços de cuidados intensivos e algumas delas o estabelecimento hospitalar.

“Todos os doentes tiveram pós-operatórios favoráveis e tinham tido alta da unidade de cuidados intensivos no momento do regresso da equipa a Portugal”, na madrugada de domingo, disse Manuel Antunes.

“Diariamente, foi realizada a avaliação e seguimento clínico, e cuidados de enfermagem das crianças operadas, conjuntamente com a equipa médica e de enfermagem” do hospital, em Amã, e “durante a noite esteve sempre presente um dos enfermeiros de cuidados intensivos da equipa de missão, acompanhando a restante equipa” local, relatou ainda o cirurgião.

A equipa, constituída por nove elementos, incluindo Manuel Antunes, que preside à Cadeia Esperança Portugal, “participou de forma voluntária e gratuita e, além da cirurgia, prestou formação específica ao pessoal clínico pertencente ao Centro Hospitalar” onde decorreu a missão.

A missão cirúrgica, cujo planeamento foi efetuada com meses de antecedência, contou, “naturalmente”, com “o apoio e o trabalho dos elementos” do próprio hospital onde foram feitas as intervenções – o Garden´s Hospital –, nomeadamente dos seus “cardiologistas, pessoal técnico e de enfermagem”, referiu Manuel Antunes.

“Às vezes, mais do que a própria ação, vale o seu simbolismo, o espírito que ela representa”, considerou Manuel Antunes, sustentando que a equipa que se deslocou a Amã “não perdeu, mas ganhou uma semana”, durante a qual, reconheceu, “trabalhou um bocadinho mais” e esteve sujeita a “mais algum stress” do que estaria se se tivesse mantido em funções em Coimbra.

“Regressámos de coração cheio, porque fomos úteis”, concluiu Manuel Antunes, admitindo que tanto ele como a restante equipa e outros elementos do CCC do CHUC possam repetir a missão.

ONU
O vice-diretor executivo do Programa da ONU sobre o VIH/sida considerou que Portugal “tem todas as condições” para começar a...

Luiz Loures esteve em Lisboa a assistir à apresentação dos mais recentes dados portugueses sobre a infeção por VIH e considerou que Portugal tem uma das mais avançadas legislações que protegem contra a discriminação, além de permitir o tratamento de estrangeiros sem discriminar a origem geográfica.

“Portugal tem todas as condições para dar um passo mais ambicioso e começar a discutir o fim da epidemia no país. O fim da sida aqui já começou”, afirmou o responsável do Programa ONUSIDA.

Luiz Loures considerou que Portugal deve começar a pensar ir além das metas definidas para 2020 pela ONUSIDA, conhecidas por 90-90-90: 90% das pessoas infetadas diagnosticadas, 90% das pessoas diagnosticadas em tratamento e 90% das pessoas em tratamento com carga viral indetetável.

Segundo a responsável pelo Programa Nacional para a Infeção VIH/sida, Isabel Aldir, das cerca de 45 mil pessoas que vivem com VIH em Portugal, 90,3% estão diagnosticadas.

O país também já atingiu a segunda meta, tendo 91,3% das pessoas diagnosticadas em tratamento. Falta atingir o terceiro objetivo, estando atualmente o país com 88% das pessoas em tratamento com carga viral indetetável.

Estudo
Um estudo de uma investigadora da Universidade de Aveiro (UA), conclui que a hipnose pode minorar as consequências da diabetes...

O trabalho da psicóloga Fabiana Rodrigues sugere que os pacientes, quando sujeitos à psicoterapia com recurso à hipnose, não só obtêm uma redução dos níveis de glicose no sangue como, por consequência, uma diminuição significativa da dose diária de insulina que administram.

“Os resultados da investigação são promissores e vão no sentido de uma redução estatisticamente significativa dos níveis de glicemia [concentração de glicose no sangue] em jovens diabéticos tipo 1 que, em alguns casos, obrigou à redução da dose diária de insulina administrada”, descreve Fabiana Rodrigues, cujo trabalho foi desenvolvido para a tese de Mestrado em Psicologia da Saúde e Reabilitação Neuropsicológica da Universidade de Aveiro.

De acordo com a investigadora, apesar de a hipnose não curar a doença diabetes tipo 1, que afeta milhões de pessoas, “ajuda na gestão da mesma, minorando as consequências e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos doentes”.

Orientada pelos psicólogos Carlos Fernandes da Silva (professor no Departamento de Educação e Psicologia [DEP] da UA), Celso Oliveira (psicólogo clínico) e Agostinho D’Almeida (do Instituto Universitário da Maia), a psicóloga e atual estudante de doutoramento em Psicologia da UA testou a hipnose em jovens com diabetes do tipo 1 da Associação de Diabéticos do Concelho de Ovar.

A investigação decorreu em três sessões individuais de uma hora cada. Depois de ter procurado as "razões mentais que se associaram ao aparecimento da diabetes”, durante as sessões de hipnose “foram dadas sugestões, com recurso a imaginação guiada, no sentido da diminuição dos níveis de glicemia e hemoglobina glicosilada, sugestões pós-hipnóticas de mudança de estilos de vida e a habilidade para fazer auto-hipnose”, explica Fabiana Rodrigues.

No final das sessões “verificou-se uma diminuição estatisticamente significativa das glicemias” que levou mesmo à diminuição das doses diárias de insulina.

Fabiana Rodrigues garante que através desta técnica “os diabéticos podem mesmo recorrer às suas habilidades internas e fazendo auto-hipnose, a qualquer hora do dia e sem o terapeuta, podem controlar melhor os seus níveis de açúcar no sangue, concomitantemente ao uso da insulina”.

“Reducer”
A implantação de um dispositivo numa veia cardíaca para aliviar os doentes com angina de peito e sem mais alternativas...

De acordo com um comunicado desta unidade de saúde, o procedimento, que é “minimamente invasivo”, consiste na “implantação do dispositivo “Reducer” no seio coronário (uma veia cardíaca), de doentes que, apesar de medicados e esgotadas todas as terapêuticas convencionais, permaneciam ainda com angina de peito”.

O dispositivo é “uma rede metálica em forma de ampulheta, expansível por balão” e “foi desenvolvido para aliviar os doentes que não têm outras opções para atenuar ou eliminar a isquemia de causa cardíaca” (angina de peito).

Um dos inventores do dispositivo, Shmuel Banai, de Telavive, colaborou no procedimento que foi realizado no Laboratório de Hemodinâmica do CHLC (polo de Santa Marta).

Os candidatos à técnica são doentes que já foram intervencionados, quer com cirurgia de “bypass” coronário ou através de angioplastia coronária com implantação de 'stents'. Apesar de se encontrarem medicados com diversos fármacos mantêm as queixas de dor no peito.

O hospital explica que isso acontece porque os “bypasses” sofreram oclusão com o decorrer do tempo, ou os 'stents' se obstruíram ou porque a natureza difusa das placas de aterosclerose ou o pequeno calibre dos vasos não permitem qualquer um destes dois procedimentos.

O “Reducer” é implantado através de uma veia do pescoço, apenas com anestesia local, e conduzido até à aurícula direita e seio coronário, onde é expandido com um balão.

Aí chegado, o dispositivo provoca um estreitamento focal que, aumentando a pressão no seio coronário, provoca uma redistribuição do sangue das áreas bem irrigadas do músculo cardíaco, para as mal irrigadas, zonas que estão em isquemia e que produzem a dor cardíaca típica, a angina de peito, prossegue o hospital.

O mesmo comunicado refere que “as implantações decorreram sem complicações e os doentes tiveram alta nas 48 horas subsequentes”.

Segundo os cardiologistas de intervenção do CHLC (polo de Santa Marta) estimam que existe um conjunto de doentes distribuídos por todo o território nacional, maioritariamente seguidos em consultas de cardiologia ou de medicina interna, que se mantêm sintomáticos apesar de esgotadas todas as opções terapêuticas, (cirurgia, cateterismo com implantação de 'stents', medicamentos) e que têm agora uma nova arma na melhoria dos seus sintomas e qualidade de vida.

Alimentação saudável
O Governo Regional da Madeira admite alterar os menus que são servidos nas escolas públicas, na sequência da implementação da...

"Os menus saudáveis nas escolas e a prevenção sobre os refrigerantes foram medidas positivas, mas naturalmente não são suficientes. Temos de implementar outras medidas e é nessa sequência que desenvolvemos este plano", disse Pedro Ramos, durante a apresentação da nova estratégia do executivo para a área da alimentação.

A Estratégia Regional de Promoção da Alimentação Saudável e Segura é um plano multidisciplinar para o período 2017-2020 e visa "pôr a Madeira a comer melhor", sendo que envolve quatro secretarias do Governo Regional: Saúde, Educação, Agricultura e Inclusão e Assuntos Sociais.

"Há que saber comer bem. Não basta ter acesso aos alimentos, é necessário priorizá-los, é necessário escolher a alimentação adequada, é necessário associar isso ao exercício físico", sublinhou Pedro Ramos.

O governante explicou que o plano abrange toda a região autónoma através dos centros de saúde, das escolas, lares e outras associações de apoio social, bem como dos serviços da Secretaria Regional da Agricultura e Pescas.

"Estamos preocupados com esta área [da alimentação saudável] e com a promoção da saúde e a prevenção da doença", disse, vincando que a obesidade é uma das situações mais fáceis de prevenir.

Relatório
Os novos casos de infeção por Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) continuam a diminuir, mas os seus valores deverão ser...

De acordo com o relatório do Programa Nacional para a Infeção VIH, SIDA e Tuberculose, que será hoje apresentado em Lisboa, em 2016 foram diagnosticados e notificados 841 novos casos de infeção por VIH (até 15 de abril de 2017), o que representa uma taxa de 8,1 novos casos por cada 100.000 habitantes.

Em 2015, esse valor tinha sido de 8,3 novos casos por cada 100.000 habitantes.

Contudo, quando este valor foi ajustado, tendo em conta o atraso na notificação de casos que se regista, o número de novos casos situou-se nos 9,5 por 100.000 habitantes.

Por esta razão, os autores do documento consideram que “o aparente decréscimo no número de novos casos deve ser alvo de reserva na sua leitura”.

As autoridades - que classificam a infeção por VIH vírus da imunodeficiência humana (VIH) de “um importante problema de saúde pública na Europa e em Portugal” – consideram que a tendência decrescente da doença “é inquestionável”.

Entre 2000 e 2016, registou-se uma redução de 73,5% do número de novos casos, “graças ao acesso a esquemas terapêuticos mais eficazes e à implementação de políticas e estratégias na área das drogas, nomeadamente a descriminalização do uso de substância ilícitas e programas de redução de riscos e minimização de danos (programa troca de seringas e programa de substituição opiácea)”, lê-se no documento.

A transmissão heterossexual continuou a predominar (57% dos novos diagnósticos), seguida da transmissão entre homens que têm sexo com homens (35% dos casos).

Em 2016, a infeção foi mais prevalente no sexo masculino: por cada três mulheres diagnosticadas, existiram sete homens diagnosticados.

No mesmo ano, a maioria dos novos casos correspondeu a portadores assintomáticos (64,3%), um valor inferior ao verificado em 2015 (70,7%).

Em relação aos casos de sida, os dados apontam para um aumento de 15,3%, em 2015, para 19,1%, em 2016.

Na Europa, estima-se que 15% das pessoas que vivem com VIH não se encontram diagnosticadas, ou seja, uma em cada sete não sabe que está infetada, refere o documento.

Em Portugal, de acordo com uma ferramenta do European Center for Disease Prevention and Control (ECDC), “as estimativas apontam para que, utilizando os dados de 2014, o número de pessoas que vivem com VIH (excluindo naturalmente os casos em que já se verificou o óbito) seja de 45.501 (44.470-46.508), das quais 41.073 (40.660-41.504) já estão diagnosticadas (90,3%)”.

“Esta projeção deve ser interpretada com sentido crítico, e merecedora de reavaliação, de acordo com dados epidemiológicos mais recentes e eventuais ajustes que sejam incorporados na aplicação”, prosseguem os autores do documento.

Em relação à residência dos infetados, 41,1% dos indivíduos residiam no distrito de Lisboa, 18,5% no distrito do Porto e 11,3% no distrito de Setúbal.

O documento aponta para um aumento do número de doentes em tratamento nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) de 4,6%.

Os autores consideram que o desiderato da ONUSIDA estipulado para 2020 de 90% das pessoas diagnosticadas está próximo.

“Para isso, têm contribuído, para além de todas as instituições e profissionais de saúde, as diferentes organizações da sociedade civil que, ao trabalharem em estreita articulação e complementaridade, tornam esta aspiração atingível”, lê-se no relatório.

Entre 1983 e 2016 foram notificados em Portugal 55.632 casos de VIH. Destes, 11.008 morreram.

Relatório
Portugal reduziu para metade o número de novos casos de tuberculose entre 2000 e 2016, segundo um relatório hoje divulgado, que...

De acordo com o relatório relativo a 2016 do Programa Nacional para Infeção VIH, Sida e Tuberculose, a taxa definitiva de incidência da tuberculose no ano passado ficará situada nos 18 por 100 mil habitantes.

“Comparativamente com os dados referentes ao início do milénio, evidencia uma evolução francamente positiva”, indica o documento, recordando que, em 2000, as taxas de notificação e de incidência da tuberculose andavam próximos dos 40 por 100 mil habitantes.

Assim, entre 2000 e 2016 Portugal conseguiu uma diminuição para menos de metade das taxas de notificação e de incidência da tuberculose.

Do total de casos no ano passado, 18% ocorreram em pessoas nascidas fora do país, uma proporção que aliás tem vindo a aumentar nos últimos anos.

Aliás, estima-se que a taxa de incidência da tuberculose na população estrangeira seja 4,8 vezes superior à incidência nacional, situando-se nos 86,7 casos por 100 mil pessoas.

Segundo o relatório do Programa da Direção-geral da Saúde, em 2016 continuou a verificar-se uma concentração de casos nos distritos de Lisboa e do Porto.

Quanto aos casos de tuberculose multirresistente, verificaram-se apenas 19 anos, o que representa 1% do total, o que coloca Portugal numa posição favorável à média europeia, que anda à volta dos 4%.

Portugal era em 2015 um dos países da europa ocidental com mais elevada taxa de incidência da doença e tinha também uma das mais altas taxas de coinfecção de tuberculose e VIH/sida.

“Uma Vida, Duas Vidas”
Vinte e dois médicos portugueses escreveram um livro com histórias e episódios de vida sobre a transplantação de órgãos, que ...

“Uma Vida, Duas Vidas”, livro que será apresentado terça-feira em Lisboa, reúne histórias de esperança e determinação “de quem tem a vida por um fio, nas mãos de um estranho”, bem como histórias de vida que foram “transformadas pelo altruísmo de um familiar ou pela desventura de um estranho”.

No prefácio da obra, o médico psiquiatra Daniel Sampaio recorda que os pioneiros da transplantação em Portugal prosseguiram o seu percurso sem envolvimento em debates estéreis, numa altura em que o conceito de transplante gerou dúvidas, receios e causou descrições fantasiosas e erradas.

“Em Portugal fala-se hoje da transplantação com grande à-vontade, não só porque a comunidade está muito mais informada, mas porque se construiu, em apenas quatro décadas, uma verdadeira história de sucesso”, escreve Daniel Sampaio.

Na obra contam-se relatos relacionados com a colheita, momentos sobre as prioridades da decisão clínica ou as variadas reações dos doentes nos diferentes momentos.

É possível, através das histórias dos 22 médicos, acompanhar casos que não correram bem, que surgem ao lado de outros que “surpreendem pela persistência dos técnicos ou pela resiliência dos doentes”.

“É o princípio fundamental da luta pela vida que faz manter esta relação singular entre o médico e o doente, em circunstâncias tão dramáticas como surgem nestas histórias”, escreve Daniel Sampaio ainda no prefácio da obra, da Bertrand Editora, e cujos direitos revertem a favor da Sociedade Portuguesa de Transplantação.

No livro, o médico Alexandre Linhares Furtado recorda que o primeiro transplante de um órgão vital de dador vivo (um rim) se realizou nos Hospitais da Universidade de Coimbra a 20 de julho de 1969, no mesmo dia em que pela primeira vez um ser humano chegou à Lua.

Sendo hoje prática corrente, foi só em 1980 que se fez a primeira colheita de órgãos vitais em cadáver, também de rins e nos Hospitais da Universidade de Coimbra.

Como escreve o pioneiro Linhares Furtado, foram colhidos os rins, um transplantado em Coimbra e outro em Lisboa. Em ambos os casos, “o êxito foi total” e a, partir desse passo, a transplantação de órgãos vitais em Portugal estabeleceu-se como terapêutica de rotina para as insuficiências renais terminais.

“Haverá ato verdadeiramente mais altruísta do que doar um órgão ou um tecido para salvar ou ajudar alguém? Seja em vida ou mesmo depois de esta terminar? A imortalidade de um ser humano está na descendência e obras, mas também nas nossas células, órgãos e tecidos, no nosso ADN”, escreve o médico Manuel Guimarães na sua história “Heróis sem Nome”.

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