Em 2016
ADSE chega ao fim de 2016 com um excedente de 120 milhões e com menos beneficiários.

As isenções dadas aos beneficiários da ADSE (Assistência à Doença dos Servidores do Estado) custaram ao sistema mais de 10 milhões de euros no ano passado, um valor que está registado no relatório e contas de 2016 como uma dívida do Estado ao sistema. Embora não contabilize o número de aposentados abrangidos pelas isenções - porque o valor da sua pensão, após a aplicação do desconto de 3,5%, é inferior ao salário mínimo - a ADSE dá conta de 10 milhões de euros que não foram arrecadados.

A direção-geral que até ao final do ano passado foi responsável por gerir o sistema de saúde dos funcionários públicos e aposentados, e que entretanto se transformou num instituto público, adota as recomendações do Tribunal de Contas e considera que estas isenções resultam da “execução da política social da competência do Governo”, e, por isso, considera o montante como dívida do Estado.

O mesmo acontece com os mais de cinco milhões de euros gastos com o controlo das baixas médicas. Para a ADSE trata-se de uma prestação de serviço ao Estado, registando este montante como dívida, escreve o jornal Público.

Estas questões deverão ser resolvidas no quadro do novo instituto da ADSE que está em funcionamento desde o início do ano, mas cuja tomada de decisões relacionadas com o sistema depende de um Conselho Geral e de Supervisão onde terão lugar representantes dos sindicatos e dos beneficiários. E que ainda não está constituído.

O relatório e contas revela ainda que, em 2016, acentuou-se a tendência de redução do número de beneficiários da ADSE. Havia, no final do ano 1.222.809 pessoas inscritas, menos 2,5% do que em 2015 e o nível mais baixo desde pelo menos 2005.

Esta tendência é particularmente visível entre os familiares e é explicada, segundo o documento, por uma limpeza dos ficheiros, eliminando situações de óbito e de cônjuges que já haviam perdido os requisitos para se manterem como beneficiários familiares. Por outro lado, saíram dos ficheiros os trabalhadores que rescindiram com o Estado, mantiveram a inscrição na ADSE e que, entretanto, deixaram de entregar o respetivo desconto.

No relatório assume-se que do universo total de beneficiários só cerca de 41% são titulares no ativo e que contribuem para o sistema. Cerca de 27% são aposentados, e nem todos contribuem por causa do regime de isenções, e 32% são beneficiários familiares que não pagam qualquer desconto para usufruírem da rede de cuidados de saúde.

Neste momento está em cima da mesa uma revisão do regime de benefícios e um alargamento do universo de potenciais beneficiários, que serão obrigados a pagar uma quota. O documento enviado aos sindicatos, e cuja aprovação depende do parecer do Conselho Geral e de Supervisão, prevê a abertura da ADSE aos trabalhadores das empresas públicas, aos cônjuges e aos filhos até aos 35 anos, mas todos terão de contribuir para o sistema. Os pais dos beneficiários, que atualmente podem beneficiar mediante algumas circunstâncias sem pagarem, passam também a ter de descontar.

Excedente aumenta para 120 milhões
No ano em que se acentuou a queda do número de beneficiários, a ADSE fechou com um excedente de 120 milhões de euros. De acordo com o relatório, o saldo ficou 6,4% acima do registado em 2015.

Os dados mostram que as receitas dos descontos e contribuições superaram as despesas com a saúde dos beneficiários e com a atividade da direção-geral. A ADSE arrecadou 613,27 milhões de euros (mais 1,9% do que em 2015) provenientes maioritariamente dos descontos dos beneficiários, mas também das contribuições das entidades empregadoras (sobretudo pagamentos em atraso, uma vez que os serviços já não contribuem para o sistema) e de reembolsos.

Apesar de o universo de pessoas a beneficiar da ADSE estar a cair, o salário sobre o qual incidem os descontos aumentou (resultado do fim dos cortes nas remunerações dos funcionários públicos), o que explica que as receitas provenientes dos descontos tenham aumentado 3,2% entre 2015 e 2016.

A despesa registou um aumento inferior a 1%. Os 493,2 milhões euros gastos no ano passado destinaram-se sobretudo a suportar os encargos com saúde dos beneficiários da ADSE, sendo de notar o aumento das despesas com o regime convencionado (a rede de prestadores de saúde que tem convenção com a ADSE).

O custo médio por beneficiário, nota-se no relatório, registou um aumento superior a 21%, passando de 392,5 euros, em 2015, para 475,8 euros, no ano passado.

Estudo
Um grupo de investigadores americanos analisou o impacto da quimioterapia em pacientes com cancro da mama e concluiu que o...

A quimioterapia é, muitas vezes, a primeira opção de tratamento para doentes com cancro da mama, em alternativa ou como complemento à cirurgia. No entanto, cientistas da Universidade de Medicina Albert Einstein, de Nova Iorque, estudaram o efeito desta medicação e chegaram à conclusão de que não só esta é uma solução apenas a curto prazo, como pode mesmo revelar-se perigosa e contraproducente, escreve a Visão.

A investigação sugere que, apesar de promover a redução do tamanho dos tumores, a quimioterapia abre também caminho às células cancerígenas para entrarem na corrente sanguínea, provocando não só o aparecimento de metástases como aumentando as hipóteses de voltar a aparecer e ainda mais forte.

Em declarações ao Telegraph, George Karagiannis, principal autor do estudo, publicado na última quarta-feira, sublinha que estas conclusões não devem levar os pacientes a não procurarem tratamento, mas defende a criação de uma forma de monitorizar melhor o comportamento dos tumores em doentes submetidos a quimioterapia.

Administrada oralmente ou por via intravenosa, a medicação é vista atualmente como uma forma eficaz de atacar as células cancerígenas que possam ter-se afastado do tumor. Mas este não é o primeiro estudo a alertar que a quimioterapia pode desencadear casos de cancro secundários. Em 2012, um estudo do Centro Fred Hutchinson para a Investigação sobre o Cancro concluiu que a quimioterapia ativa células saudáveis para alimentar o crescimento do tumor.

Sobre a investigação mais recente, George Karagiannis explica que a sua equipa está já a estudar outros tipos de cancro para ver se os efeitos verificados no cancro da mama se repetem.

Estudo
Mais de 10 anos de investigação de uma equipa portuguesa resultaram na descoberta de uma nova alteração genética que causa a...

É a primeira vez que uma mutação no gene DAB1, um dos maiores do genoma humano e conhecido por ser essencial no desenvolvimento neurológico durante o período embrionário, é associado a uma doença neurodegenerativa.

O estudo de várias gerações de três grandes famílias portuguesas com esta ataxia ajudou a chegar a estes resultados e permitiu também o desenvolvimento de um novo teste genético que irá alargar as possibilidades de diagnóstico e aconselhamento genético a familiares mesmo antes dos sintomas aparecerem, escreve o Sapo.

O teste permite também orientar a nível reprodutivo e psicossocial as muitas famílias com ataxias hereditárias de transmissão dominante, em que os filhos de um progenitor afetado tem 50% de probabilidade de herdar a mutação e vir a desenvolver ataxia ao longo da vida.

Segundo a investigadora Ana Seixas, “muitas vezes os familiares, sabendo que as hipóteses de tratamento são limitadas, dizem-nos que saber qual a doença que têm já ajudava”. Ana Seixas refere também que “foi um trabalho de grande complexidade, mas que valeu ainda mais a pena realizar porque podemos finalmente responder à generosa colaboração de gerações de famílias portuguesas com ataxia hereditária que participaram neste, e outros, estudos”.

Os investigadores do i3S descobriram que uma sequência repetitiva de nucleótidos – os blocos básicos do ADN onde está armazenada a nossa informação genética – no cromossoma 1 causa esta doença neurodegenerativa chamada ataxia SCA37, clinicamente muito semelhante à doença de Machado-Joseph, a ataxia hereditária mais comum em Portugal e com elevada prevalência nas ilhas dos Açores. No trabalho, explicam igualmente a razão pela qual os efeitos desta doença são mais precoces e, consequentemente, mais graves de geração para geração.

Ataxias são doenças neurodegenerativas caracterizadas pela falta de coordenação de movimentos e pela falta de equilíbrio para as quais não existe tratamento. Estão associadas à degenerescência de determinadas áreas do cérebro e sobretudo do cerebelo, na sua maioria com origem genética. A SCA37, alvo deste estudo, já havia sido clinicamente descrita, mas a causa genética escapava ao escrutínio dos investigadores. Isabel Silveira, coordenadora do estudo, confessa que há mais de uma década tem andado à procura da mutação que causa esta doença e que a tarefa não foi simples, por diversos motivos. As três referidas famílias portuguesas permitiram-lhe seguir o rasto genético da doença e desvendar o segredo do problema.

Foi no gene DAB1 que se encontrou “uma nova sequência genética apenas presente nos doentes e ausente nos indivíduos saudáveis, a qual é responsável pelo desenvolvimento da ataxia” afirma Joana Loureiro, uma das autoras do artigo. “O DAB1 é essencial para o desenvolvimento neurológico no período fetal e mantém importante atividade na vida adulta especialmente no cerebelo, a região do cérebro mais afetada pela ataxia”, acrescenta Joana Loureiro.

Quando os investigadores introduziram a sequência alterada num embrião do peixe-zebra observaram o aparecimento de malformações graves e uma baixa taxa de sobrevivência dos embriões, provando a toxicidade que a sequência acarreta.

Por outro lado, “o acompanhamento das famílias, e 41 doentes em particular, foi essencial para perceber que esta ataxia apresenta efeitos mais graves de geração para geração”, afirma Isabel Silveira. Na verdade a doença pode surgir entre os 18 e os 60 anos e quanto mais cedo se inicia mais graves serão as consequências, pois progride com a idade. A equipa percebeu que o tamanho da sequência alterada aumentava ao passar de geração, particularmente se o progenitor portador for homem. E que quanto maior for o tamanho da sequência, mais cedo a doença se desenvolve. Até ao momento, todas as famílias identificadas são do sul do país, onde a frequência desta doença rara é elevada. Isabel Silveira pensa que “a causa genética agora descrita poderá estar também na origem da condição clínica de indivíduos de famílias de outras origens geográficas, nomeadamente algumas famílias espanholas que clinicamente estavam descritos como possuindo a SCA37, mas cuja causa genética ainda não é conhecida”.

A descoberta publicada na prestigiada revista científica norte-americana American Journal of Human Genetics é o ponto de partida para a investigação laboratorial de estratégias para o tratamento desta doença.

Estudo
A tese é defendida por um novo estudo norte-americano. Em Inglaterra, uma outra investigação também enaltece os benefícios...

Um estudo da Universidade de Iowa, nos EUA, publicado na revista científica Cancer Cell, demonstrou que a administração de doses elevadas de vitamina C em doentes com cancro do cérebro e do pulmão, via intravenosa, numa quantidade 800 a 1000 vezes superior à dose diária recomendada, aliada à terapêutica comum (quimioterapia e radioterapia), desacelera a progressão da doença, aumenta a esperança de vida e reduz os efeitos secundários da quimioterapia.

A eficácia pode estar relacionada com o metabolismo defeituoso da mitocôndria das células do cancro, que leva à produção de moléculas que reagem com a vitamina, formando peróxido de hidrogénio e radicais livres, escreve o Sapo. Os cientistas creem que os radicais livres levam à morte destas células, danificando o seu ADN. Um outro estudo da Universidade de Salford, em Inglaterra, divulgado no primeiro trimestre deste ano, também enaltece as propriedades terapêuticas desta substância.

Um grupo de investigadores deste estabelecimento universitário assegura que uma combinação de vitaminas e antibióticos pode ser até 100 vezes mais eficaz do que outros dos fármacos atualmente em uso. Os efeitos secundários desta terapêutica também serão menores. “A vitamina C e outros componentes atóxicos [foi usado Doxiciclina] podem desempenhar um papel na luta anticancro”, afirma Michael Lisanti.

Segundo o professor, um dos autores do estudo, “os resultados indicam que é um agente promissor nos ensaios clínicos [que teremos ainda de fazer]”. “Pode ainda ser usado como um complemento a teorias mais convencionais para prevenir a reincidência de tumores e para travar a progressão da doença e o desenvolvimento de metástases”, acrescenta ainda o especialista.

China
Cientistas na China criaram o primeiro cão clonado com células não reprodutivas e engenharia genética, segundo a imprensa...

"É bom poder combinar a clonagem com a engenharia genética e a China está na vanguarda", disse ao Diário do Povo um dos investigadores, Lai Liangxue.

No Instituto de Biomedicina de Cantão, a equipa conseguiu clonar um cachorro de raça 'beagle' com a mais moderna tecnologia de modificação genética, capaz de selecionar genes específicos, escreve o Sapo.

"Com esta tecnologia podemos criar um animal com mais músculos, melhor olfato e mais capacidade para correr, o que é bom para um cão de caça ou da polícia", declarou Lai.

O investigador admite que a técnica possa ser usada para tratar doenças dos animais.

Dolly nasceu há 21 anos
O nascimento da mais famosa ovelha do mundo fez tremer governos e religiões. Falou-se no fim do mundo, mas afinal não nasceram clones humanos e a tecnologia utilizada ajudou a conhecer melhor as doenças e o início da vida.

Nascida a 05 de julho de 1996, o anúncio desta estranha forma de vida só aconteceu em fevereiro do ano seguinte. Isto porque a ovelha nasceu graças à clonagem de uma célula adulta, um feito que chegou a ser comparado à bomba atómica e espoletou nos homens o medo de serem copiados.

Aparentemente igual a todos os ovinos, esta ovelha nasceu mais igual do que as outras, pois era semelhante à dadora da célula adulta que foi introduzida numa outra sem núcleo e de cuja junção resultou um embrião. Esse embrião foi posteriormente implantado numa "ovelha de aluguer", que deu à luz a famosa Dolly.

Plataforma Transgénicos Fora
Mais de um milhão de pessoas de todos os Estados-Membros da União Europeia assinaram uma petição a favor da proibição do...

Em fevereiro, organizações não-governamentais europeias, incluindo portuguesas, propuseram-se recolher assinaturas para exigir o fim da utilização do glifosato.

Hoje, em comunicado a Plataforma Transgénicos Fora informou que mais de um milhão de pessoas, de todos os Estados-Membros da União Europeia, assinaram a favor da proibição do herbicida glifosato.

A iniciativa de Cidadania Europeia, que foi liderada em Portugal pela Plataforma Transgénicos Fora, “exige também, além da proibição, que o processo europeu de autorização de pesticidas seja profundamente melhorado e ainda que se estabeleçam metas obrigatórias para a redução do uso de pesticidas na União Europeia”.

De acordo com a nota, em Portugal foram recolhidas 9.632 assinaturas (8.901 das quais online, sendo as restantes em papel), que foram entregues para validação à autoridade nacional competente.

“No total, em toda a União Europeia, assinaram 1.320.517 pessoas", adianta a Plataforma, acrescentando que “a Comissão Europeia tem agora a obrigação legal de responder às solicitações em causa através da proposta de medidas concretas no sentido da sua implementação".

O dossiê sobre glifosato deverá ser discutido a 19/20 de julho no Comité Permanente e a primeira votação deverá ter lugar em outubro.

Em fevereiro, as 11 entidades portuguesas da área do ambiente e agricultura reunidas na Plataforma, adiantavam que em Portugal “registam-se os níveis de contaminação humana mais elevados de toda a União Europeia”.

Há mais de um ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou este herbicida como "carcinogénio provável para o ser humano e carcinogénio provado para animais de laboratório".

O químico, usado também na agricultura, tem sido alvo de vários alertas dos ambientalistas e, em Portugal, em 2014, a Quercus lançou uma campanha nacional a apelar aos municípios para que deixem de utilizar pesticidas para eliminar ervas daninhas em jardins e outros locais públicos, com o argumento de que são responsáveis por danos na saúde, podendo provocar cancro.

Em janeiro, o Governo aprovou a proibição de uso de pesticidas em espaços públicos como jardins infantis, parques e jardins urbanos, escolas e hospitais “com o objetivo de reduzir e controlar os efeitos sobre a saúde pública”.

Segundo Jorge Ferreira, da Plataforma Transgénicos Fora, citado no comunicado, "o glifosato aparece em todo o lado: na água, nos alimentos, nas pessoas, até na chuva e no leite materno".

As substâncias carcinogénicas "não têm limiar de segurança pelo que a proteção da saúde exige a proibição total, tal como já aconteceu com inúmeros pesticidas no passado", acrescenta.

Apoio e Formação profissional
Amanhã, dia 8 de Julho, a Associação Lusófona de Assistentes e Técnicos de Medicina Dentária (ALDATMD) vai realizar, em Lisboa,...

Fundada no início do ano, a Associação Lusófona de Assistentes e Técnicos de Medicina Dentária (ALDATMD) é a primeira associação portuguesa focada na divulgação e promoção de uma classe  profissional que tende a ser desvalorizada.  

De acordo com Sandra Duarte, fundadora e presidente da Direção da ALDATMD, a principal dificuldade sentida na área “prende-se com a falta de uma rede de apoio que permita ajudar profissionais de diversas formações e setores de atividade com intervenção no domínio dos Assistentes e Técnicos de Medicina Dentária”.

Ciente de que poderá ainda assim existir alguma resistência à mudança, Sandra Duarte apela à necessidade de reconhecer a importância destes profissionais, cujo papel “fica muitas vezes esquecido”.

“É importante reconhecer e alertar para o papel do Assistente e Técnico de Medicina Dentária que, ao tratar dos cuidados de higiene, desinfeção e esterilização do material dentário num consultório – além de outras funções – garante o bom funcionamento da clínica e a satisfação do paciente”, argumenta a presidente.

Para exercer as funções de assistente/técnico dentário é necessária formação específica e reconhecida na área. E esta é uma das missões da ALDATMD.

Por outro lado, pretende “estimular a abordagem multissectorial  e interdisciplinar dos assuntos relacionados com a Medicina Dentária” através do apoio e inserção no mercado de trabalho, com apoio jurídico e representações sociais na lusofonia.

“A nossa visão passa por cooperar com instâncias oficiais, governamentais ou privadas emitindo pareceres, fazendo sugestões e tomando iniciativas convenientes”, acrescenta Sandra Duarte.


"É importante olhar para a equipa que trabalha numa clínica dentária como um todo, valorizando o papel da cada um", sublina Sandra Duarte 

Podem ser associados as organizações de profissionais de saúde oral de língua portuguesa, reconhecidas pelo respetivo país, e os profissionais assistentes de medicina dentária ou técnicos possuidores ou não de diploma adequado. “Caso não tenham diploma ou certificado, é necessário a apresentação de uma declaração ou outro documento passado pela entidade patronal a reconhecer a categoria/função e o número de anos a laborar”, esclarece a fundadora da ALDATMD.

A abrangência Lusófona desta associoação reflete-se na parceria estabelecida com entidades da área na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) tais como Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Amanhã, dia 8 de Julho, terá lugar no Novotel em Lisboa, entre as 9h e as 18h, o primeiro evento oficial desta associação sem fins lucrativos.

A fundadora e presidente da Direção espera que este evento “seja um pontapé de saída, com uma assistência motivada a conhecer-nos melhor e a aprender com os excelentes profissionais, o Dr. Carlos Miguel Marto e a Dra. Lusiane Camilo Borges, a quem desde já agradeço o entusiasmo que demonstraram e participar desde o início”. Legislação, equipamentos e preocupações a ter em conta com vista à segurança dos pacientes são os temas em destaque do encontro.

 

Atletas
Investigadores do Porto estão a estudar o perfil e a 'performance' de mil atletas adolescentes do Grande Porto,...

"Identificar jovens talentos e acompanhá-los ao longo do seu desenvolvimento é um assunto aparentemente inesgotável e de debate em todo o mundo", disse o investigador da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP) José António Maia, um dos responsáveis pelo projeto "Em busca da excelência no desporto. Um estudo longitudinal-misto em jovens atletas".

No entanto, segundo indica o docente, especialista em Desenvolvimento Motor, não parece haver uma política concertada sobre esta matéria, uma vez que não estão disponíveis para consulta documentos baseados na evidência dos trajetos dos jovens atletas que chegaram ao topo da excelência, sobretudo quando se trata de jogos desportivos coletivos.

De acordo com o investigador, esta é a primeira vez que se realiza um estudo como tão "abrangente, multifacetado e integrador" na área das ciências do Desporto, envolvendo os atletas, as famílias, os treinadores e os clubes.

Com este estudo - englobando praticantes de futebol, andebol, basquetebol, voleibol e polo aquático, com idades compreendidas entre os 11 e os 14 anos, que serão seguidos durante três a quatro anos - pretende-se também averiguar a excelência desses atletas em competição.

Para José Maia e a equipa envolvida no projeto, a essência do desporto é a competição e a ideia de excelência deve ser considerada a partir dessa condição, "competindo-se para ganhar", embora existam outras dimensões merecedoras "da maior consideração" e "repletas de grande significado e valor psicológico e social".

Outra das motivações deste projeto é modelar o desenvolvimento das trajetórias individuais dos jovens jogadores, com o propósito de identificar o melhor conjunto de condições que afetem o seu sucesso.

Durante a investigação serão avaliados aspetos biológicos dos atletas, como o crescimento físico, a composição corporal, a maturação biológica e a 'performance' motora, bem como psicológicos, onde se destacam o clima motivacional, o stresse e as emoções, a regulação emocional e a perseverança.

Para além disso, serão analisadas a habilidade desportiva e percetivo-cognitivas e o conhecimento tático e processual, a par de aspetos contextuais, como o suporte parental, a estrutura familiar, as competências do treinador e as infraestruturas dos clubes.

A longo prazo, o intuito é desenvolver novas abordagens para identificar "jovens talentos" e mapear as características de desenvolvimento individual ajustadas ao perfil dos jovens com maior sucesso desportivo, ligando capacidades e habilidades individuais com as exigências do treino e da competição em cada uma das modalidades.

Até ao momento já foram realizados estudos piloto no basquetebol, no futebol e no polo aquático, para verificar a possibilidade de o projeto ser executado.

Nesse sentido, a equipa envolvida neste trabalho estabeleceu um conjunto variado de estratégias para a recolha da informação, utilização de equipamentos e materiais, armazenamento de dados e planos de divulgação dos dados mais importantes a todos os participantes.

Os investigadores acreditam que, com base na informação recolhida durante o projeto, estarão numa posição de aconselhamento para que sejam cometidos menos erros nas tomadas de decisão no processo de treino ou na seleção e no recrutamento dos atletas.

Neste projeto, que teve início há cerca de um ano, participam oito membros da FADEUP e os investigadores Adam Baxter-Jones, do Canadá, e Mark Williams, dos Estados Unidos.

A apresentação oficial do projeto bem como a assinatura dos protocolos de cooperação com as cinco associações envolvidas realiza-se ainda hoje, durante o último dia do 6.º Congresso Internacional de Jogos Desportivos, evento organizado pela FADEUP.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Quase todas as regiões do continente e arquipélagos da Madeira e Açores apresentam hoje risco ‘muito elevado’ e ‘elevado’ de...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), todas as regiões do país estão com risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação ultravioleta (UV), exceto Aveiro, que está a ‘elevado’ e Ponta Delgada (ilha de São Miguel, Açores) com níveis ‘moderados’.

Para as regiões com risco ‘muito elevado’ e ‘elevado’, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

No que diz respeito ao estado do tempo, o IPMA prevê para hoje nas regiões do norte e centro períodos de céu muito nublado, apresentando-se geralmente muito nublado no litoral até final da manhã, aguaceiros, em especial no interior e durante a tarde, que podem ser por vezes fortes e de granizo e condições favoráveis à ocorrência de trovoada, em especial no interior.

A previsão aponta ainda para vento fraco a moderado do quadrante oeste, soprando moderado de noroeste no litoral e nas terras altas durante a tarde e neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais.

No sul prevê-se períodos de céu muito nublado, tornando-se pouco nublado a partir da tarde, vento fraco a moderado de noroeste, soprando durante a tarde, moderado no litoral oeste e nas terras altas e sendo de sudoeste no sotavento algarvio, neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais e pequena subida da temperatura máxima.

No que diz respeito às temperaturas, em Lisboa vão variar entre 17 e 25 graus Celsius, no Porto entre 16 e 23, em Vila Real entre 14 e 26, em Viseu entre 12 e 24, em Bragança entre 15 e 28, em Coimbra entre 16 e 26, na Guarda entre 12 e 22, em Castelo Branco entre 14 e 29, em Santarém entre 15 e 27, em Évora e Beja entre 14 e 29 e em Faro entre 17 e 29.

Em Portugal, a iniciativa está em vigor há cinco anos
Hélder Pereira, Diretor do Serviço de Cardiologia do Hospital Garcia de Orta, em Almada, é o novo coordenador da iniciativa...

“A globalização veio mostrar o sucesso do Stent Save a Life (SSL) e significa para nós um grande desafio, já que o projeto congrega, agora, realidades muito diferentes: desde países em que a maioria dos doentes não é reperfundido, a outros em que ainda só se usa a estreptoquinase, ou em que a taxa de revascularização por Angioplastia Primária (P-ICP) é superior a 90%”, disse o cardiologista. E acrescentou: “não temos dúvidas de que a experiência de países que já se encontram numa fase mais avançada deste processo, como é o caso de Portugal, será de grande utilidade para aqueles que ambicionam melhorar o tratamento do enfarte”.

De realçar que Portugal integrou este projeto em 2011 com o intuito de melhorar a performance nacional em P-ICP. E que passado cinco anos o balanço da iniciativa é, segundo Hélder Pereira, positivo, no entanto “ainda há muito a melhorar e por isso é fulcral que se continue a trabalhar, se mantenha a campanha ‘Não perca tempo. salve uma vida’ e se continue a desenvolver programas organizacionais e educacionais”.

O antigo Presidente da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC), explicou que, em meados da década passada, realizavam-se em Portugal pouco mais de uma centena de P-ICP por ano e por milhão de habitantes e apenas 23% dos doentes pedia ajuda através do 112. “Por essa altura erámos um dos países europeus com uma das piores performances em P-ICP. Hoje, já nos aproximamos das quatro centenas por milhão e estamos dentro da média europeia”, sublinhou.

Durante a vigência do SSL, entre 2011 e 2016, importa ainda salientar que se observou um aumento dos doentes que ligaram para o 112 (de 35,2% em 2011 passámos para uma taxa de 46,6% em 2016), e uma diminuição da percentagem de doentes que se dirigiu para hospitais sem cardiologia de intervenção (54,5% vs 42,4%). “Também se verificou um aumento do transporte pré-hospitalar pelo INEM (13,1% vs 30,5%) e do transporte secundário (0,5% vs 8,1%)”, enfatizou o médico que coordena agora a região da Europa e da Rússia deste projeto, antes de sublinhar o facto de que, apesar dos avanços alcançados durante estes cinco anos, ainda existem diversos fatores a melhorar.

“Muitos de nós tinham a expetativa de que o ‘Atraso do Doente’ (que começa a contar desde o início dos sintomas até ao primeiro contacto médico) e o ‘Atraso do Sistema’ também tivessem diminuído, o que não se verificou”, começou por explicar Hélder Pereira, acrescentando que “isso não aconteceu nem tão pouco seria expectável que assim sucedesse”. Para ele, estes não são bons indicadores para um sistema como o nosso, que está em fase de maturação e expansão, no entanto são bons para mostrar que a performance ainda está longe daquilo que se ambiciona, e que ainda há muito a melhorar.

“Todos compreendemos que ao alargarmos o acesso a regiões menos povoadas e mais remotas, o tempo do doente é, forçosamente, maior. Por outro lado, à medida que o INEM passou a transportar mais doentes, o primeiro contacto médico foi mais precoce, passando o cronómetro a contar para o lado do sistema”, disse. A propósito, o cardiologista sublinhou a importância dos cursos de formação e atualização sobre a gestão precoce do enfarte do miocárdio no pré-hospitalar e a nível da urgência hospitalar – os Cursos STEMINEM e STEMICARE, integrados na iniciativa SSL, que envolveram, até ao momento, cerca de 401 médicos e enfermeiros, profissionais do INEM, e 100 médicos e enfermeiros, profissionais dos serviços de urgências hospitalares.

O tempo “Porta-Balão” (inglês: “door-to-ballon” - D2B), que é o tempo entre a entrada num hospital com angioplastia primária até ao momento em que se abre a artéria por angioplastia, foi outro dos aspetos referidos pelo médico ao fazer o balanço dos cinco anos da vigência do Stent For Life em Portugal. “O D2B manteve-se em 54 minutos, respeitando as recomendações das guidelines das sociedades médicas para este tipo de situações”, disse antes de mencionar que o tempo recomendado é de 90 minutos, embora as guidelines da Sociedade Europeia de Cardiologia considerem que o ideal é 60 minutos. “Em Portugal este tempo é cumprido”, enfatizou o antigo Presidente da APIC. “O problema é que até ao doente chegar a um hospital com cardiologia de intervenção perde muito tempo, seja porque demora a pedir ajuda, seja porque se dirige a hospitais sem P-ICP”, acrescentou.

O cardiologista, que foi convidado a coordenar a região da Europa e da Rússia da iniciativa Stent Save a Life em maio deste ano, terminou a dizer que “Portugal tem sido indicado como um exemplo na implementação de uma iniciativa desta natureza e assim desejamos continuar”. A propósito, o atual Presidente da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular, João Brum da Silveira, acrescentou que a nomeação de Hélder Pereira além de representar um importante desafio, “é também um reconhecimento, não apenas do excelente trabalho individual desenvolvido pelo champion, mas também coletivo, pelo desempenho da APIC na iniciativa SSL”.

Sobre a iniciativa Stent Save a Life
A iniciativa Stent Save a Life, antes designada por Stent for Life, começou por ser um projeto europeu lançado pela European Association of Percutaneous Cardiovascular Interventions (EAPCI) da Sociedade Europeia de Cardiologia em 2009. Em maio de 2017, tornou-se global, passando a integrar países da América Latina, África e Ásia. Em Portugal, a APIC foi a entidade responsável pela implementação desta iniciativa, em 2011. Stent Save a Life visa assegurar que os doentes com enfarte agudo do miocárdio com supra ST têm acesso ao tratamento indicado, a angioplastia primária, reduzindo as assimetrias regionais e melhorando o prognóstico destes doentes. De realçar que a angioplastia primária coronária é um procedimento tecnicamente especializado que só pode ser realizado em hospitais com cardiologia de intervenção, e deve ser efetuado nas duas horas seguintes ao início dos sintomas.

Sobre a campanha ‘Não perca tempo. salve uma vida – o enfarte não pode esperar’
O Enfarte Agudo do Miocárdio, vulgarmente conhecido por “ataque cardíaco”, é uma verdadeira emergência médica. Conhecer e compreender os sinais de um enfarte e agir o mais rapidamente possível pode ser decisivo para salvar uma vida!

Mais de dois terços da população portuguesa não conhece quais são os sintomas de Enfarte Agudo do Miocárdio, e somente um terço dos doentes utiliza o Número Europeu de Emergência – 112 – para ser encaminhado para um hospital e ter a assistência médica mais adequada. A campanha “Não perca tempo. salve uma vida – o enfarte não pode esperar”, integrada na Iniciativa Stent Save a Life, foi trazida para Portugal pela Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC), organização que integra a Sociedade Portuguesa de Cardiologia. O objetivo é sensibilizar a população para os sinais e sintomas do Enfarte e para a necessidade de ligar 112, diminuindo assim o número de mortes provocadas por esta doença.

Desenvolvida no Porto
A Universidade do Porto criou uma plataforma 'online' que visa aumentar a adesão da população idosa à vacinação,...

Esta plataforma, designado por "Academia do Bem Envelhecer", engloba conteúdos produzidos por profissionais de saúde e fornece aos idosos e aos seus cuidadores aconselhamento e informações, tendo em vista o envelhecimento saudável e ativo, indicou Elísio Costa, professor da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP) e um dos responsáveis pelo projeto.

“A literacia em saúde é cada vez mais importante” e está a aumentar, referiu o também investigador da FFUP, acrescentando que tal aumento está relacionado com uma subida na adesão a diversas terapêuticas por parte dos idosos.

A "Academia do Bem Envelhecer" é financiada pelo projeto '2016 Pilot Twinning Support Scheme of the European Innovation Partnership on Active and Healthy Ageing', da Comissão Europeia, responsável pela criação da plataforma europeia 'Aloha', orientada para prevenção na saúde da população idosa.

Através deste projeto pretende-se agora desenvolver, segundo Elísio Costa, uma plataforma nacional nos diversos países europeus, semelhante à 'Aloha', mas com conteúdos adaptados à cultura e à realidade de cada um.

A primeira plataforma resultante desta iniciativa foi criada pelo Sítio de Referência Europeu em Envelhecimento Ativo e Saudável 'Gérontopôle Autonomie Longévité des Pays de la Loire', de Nantes, França, sendo Portugal o segundo país a aderir.

A plataforma portuguesa, "Academia do Bem Envelhecer", foi desenvolvida pelo Porto4Ageing, o Centro de Excelência UP e da Câmara do Porto em Envelhecimento Ativo e Saudável, do qual Elísio Costa é coordenador.

Este centro agrupa diversos atores regionais que atuam na área na terceira idade, tendo já parceria com 90 instituições, como universidades e centros de investigação, decisores políticos, utilizadores e indústria,

O Porto4Ageing foi também responsável pela classificação da Área Metropolitana do Porto como um dos 74 Sítios de Referência em Envelhecimento Ativo e Saudável na Europa.

A apresentação da plataforma ocorre na sexta-feira, às 14:30, no auditório da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, evento que contará com a presença de especialistas e responsáveis de outros Sítios de Referência europeus em Envelhecimento Ativo e Saudável.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
A primavera 2017 foi a terceira mais quente desde 1931, revela hoje um Boletim do Instituto do Mar e da Atmosfera, que dá conta...

De acordo com o Boletim Climatológico sazonal do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) hoje divulgado, a primavera (são considerados os meses de março, abril e maio) em Portugal continental foi muito quente e muito seca.

O documento adianta que no mês de abril houve um aumento significativo da área em situação de seca, em particular nas regiões do Norte e Centro.

“A 30 de abril cerca de 96% do território estava em seca fraca a moderada”, refere o IPMA.

Em maio, segundo o Instituto, houve um desagravamento na região noroeste do território e um agravamento na região sul, com cerca de 70% do território em seca moderada.

O IPMA classifica em nove classes o índice meteorológico de seca, que varia entre “chuva extrema” e “seca extrema”.

O Boletim do IPMA hoje divulgado classificou a primavera 2017 como a terceira mais quente desde 1931, depois de 1997 e 2011, sendo a temperatura média do trimestre (março, abril e maio) superior ao normal.

“O valor da temperatura máxima do ar foi o segundo mais alto desde 1931”, é indicado no documento, que realça também que "o valor médio da temperatura mínima do ar foi superior ao normal “.

No que diz respeito à precipitação, o IPMA indica que o valor médio no trimestre foi inferior ao valor médio correspondendo a 75% do valor normal.

Segundo o boletim climatológico sazonal, o mês de março foi classificado como normal em relação à precipitação e quente em quanto à temperatura do ar.

O mês de abril foi extremamente quente e seco, sendo o quinto mais quente enquanto o valor da temperatura máxima foi o mais alto desde 1931.

Em relação à precipitação, o mês de abril de 2017 foi o mais seco desde 1931, de acordo com o relatório.

O IPMA revela que em abril houve uma onda de calor, abrangendo uma grande extensão espacial (quase todo o território) e temporal (superior a 20 dias nos distritos de Bragança, Guarda e Castelo Branco), sendo considerada a mais significativa desde 1941.

O mês de maio foi classificado como “normal em relação à quantidade de precipitação e quente em relação à temperatura do ar, tendo sido o nono mais quente desde 1931.

Em maio, foi registada uma onda de calor ente os dias 20 e 27 nas regiões do interior Norte e Centro e Alentejo, com duração de seis a oito dias.

O IPMA destaca ainda no boletim de primavera que ocorreu queda de neve entre os dias 23 e 27 de março nas terras altas, atingindo cotas baixas, 400 a 500 metros de altitude no interior Norte.

O maior valor da temperatura máxima (37,9º) foi registado no dia 24 de maio em Pinhão (Vila Real) e a mínima (-4,9º) foi observado no dia 23 de março nas Penhas Douradas, na Serra da Estrela.

Especialista
Ortopedista aponta 7 conselhos para assistir a um festival sem dores nas costas.

Eles estão aí. Braços no ar, mochila às costas, longas horas em pé para enfrentar a emoção em frente a um palco. Mas será que a nossa coluna lhes acha a mesma piada? As longas horas em pé e na mesma posição são um dos principais fatores de aumento do risco de lordose lombar. Traduzindo, muitas horas seguidas numa postura estática podem representar um aumento de 40 a 70% do risco de desenvolver problemas de coluna. De acordo com o médico ortopedista e fundador da associação Spine Matters, Luís Teixeira, é importante proteger as suas costas nestes dias para garantir que as salvaguarda no futuro. Dos pés à cabeça, o médico aponta 7 conselhos para garantir que não são as suas costas que vão pagar por um bom momento de verão.

De acordo com vários estudos recentes, nomeadamente o da revista Spine publicado em 2014, existe uma correlação evidente entre o número de horas seguido que passamos em pé (a partir das 2 horas) e o aumento das dores nas costas (nomeadamente a predisposição para desenvolver lordoses lombares provocadas por excesso de força exercido em determinadas áreas do nosso corpo), em pessoas sem histórico de dores nas costas, havendo estudos que sugerem que 25 minutos numa postura estática são suficientes para o mesmo efeito, como o da Universidade McGill no Canadá.

“A dor é, de facto, agravada ou pode desencadear-se após longos períodos de tempo em pé uma vez que irá existir uma sobrecarga das estruturas vertebrais e para-vertebrais que pode provocar dores e retrações musculares momentâneas, e não só, particularmente ao nível da região lombar e cervical. Isto acontece porque o nosso corpo faz um esforço para se manter equilibrado, gerando uma compressão muscular excessiva e desproporcional que origina tensão estática”, começa por explicar o ortopedista. “Estamos a falar de algo que aumenta, naturalmente, com a repetição, como acontece em certas profissões, mas que não deve ser descurado em momentos que obrigam a uma maior pressão sobre as nossas costas, como os festivais são disso exemplo”.

Conselhos do médico ortopedista para tirar aproveitar ao máximo os festivais de verão:

1) Exercite os pés: Os exercícios para os pés são importantes para aliviar a tensão e as dores, nomeadamente os alongamentos dos isquiotibiais (perna) prevenindo cãibras, inchaço e dores. Enquanto estiver em pé por muito tempo, alterne o apoio dos pés, isto é: mantenha um pé esticado e outro ligeiramente dobrado, ora no direito, ora no esquerdo. Essa postura irá ajudar a retificar a lordose lombar e diminuir a sobrecarga nas estruturas da coluna vertebral.

2) Escolha bem o seu calçado: Na maior parte das vezes, o calçado é escolhido apenas em função da sua beleza e não pelas funções que desempenha, por isso é importante que escolha de acordo com o formato dos pés e que analise a grossura da sola, o material do próprio sapato, a maleabilidade e o poder de amortecimento da passada. A nossa coluna precisa de um apoio consistente e seguro para não sofrer lesões e o calçado é determinante nesta matéria.

3) Realize alongamentos no local: esticar os braços, espreguiçar, podem ser boas opções, mas não abuse das “mãos no ar”, uma vez que a repetição do movimento pode gerar desconforto ao nível da cervical. Procure, também, sentar-se, para contrariar a tensão estática.

4) Escolha bem o tipo de mochila que leva: utilize mochilas de dupla alça para garantir um bom apoio nas costas e ajuste-as adequadamente à sua lombar. Tenha atenção também à forma como os objetos são organizados dentro da mochila (coloque os itens mais pesados e de maior dimensão primeiro e de forma central e procure não ter desequilíbrios nas bolsas exteriores). O peso, deve, igualmente, ser o menor possível.

5) Respire fundo: Para ter consciência da sua postura. Um exercício simples para movimentar o pescoço passa por rodar os ombros para trás e baixo, enterrar o queixo e imaginar que tem uma linha a puxar-lhe o topo da cabeça para cima. Mantenha esta posição durante 20 segundos e repita algumas vezes.

5) Hidrate-se: Deve beber água em todos os momentos de forma a prevenir cãibras e a garantir que todos os músculos estão a trabalhar corretamente.

6) Cuidado com as cavalitas: Este é um movimento a evitar por várias razões, mas sobretudo pelo facto de ser repentino e inesperado e pelo excesso de peso sobre os ombros e a região cervical.

7) Se for acampar, procure ter uma boa espuma ou um colchão que sejam confortáveis, mas também leves. Encontre um chão com o mínimo de irregularidades possível e leve a sua almofada de casa para um melhor apoio.

Galardão da Harvard Medical School
O trabalho de Inês Laíns foi reconhecido como o melhor artigo científico publicado pelo Departamento de Oftalmologia da Harvard...

Chama-se Inês Laíns, é uma médica portuguesa da especialidade de oftalmologia, e acaba de ser distinguida com o Evangelos S. Gragoudas Award. Trata-se de um importante prémio na área da oftalmologia que distingue o melhor artigo científico publicado pelo serviço de oftalmologia da Harvard Medical School, Estados Unidos. A jovem médica trabalha no Massachusetts Eye and Ear Hospital, o melhor hospital mundial na área da oftalmologia.

O seu artigo científico foi de particular importância para compreender a degenerescência macular relacionada com a idade (DMI), a principal causa de cegueira em indivíduos com mais de 50 anos no mundo ocidental. Segundo a investigadora “Trata-se de uma doença progressiva, que geralmente não causa sintomas nas fases iniciais, só se manifestando por perda de visão quando já há lesões oculares muito significativas. Infelizmente, os típicos testes de visão efetuados numa consulta de oftalmologia chegam já muito tarde e precisamos de novas formas de identificar e reconhecer doentes com DMI, ou em risco de desenvolver a doença.”

Foi tendo em conta estas queixas, e com a ajuda de um novo teste capaz de em 20 minutos avaliar a capacidade de adaptação ao escuro de quem sofre de DMI, que Inês Laíns e a sua equipa se debruçaram. “O nosso estudo foi desenvolvido com o objetivo de avaliar se, de facto, havia uma relação entre o tempo que uma pessoa demora a adaptar-se ao escuro e as lesões de DMI que conseguimos visualizar com exames de imagem do fundo do olho.”

Estudo cujos resultados, acrescenta, foram os primeiros a confirmar que “a presença de determinadas lesões oculares estão associadas a um maior tempo necessário para que haja capacidade de ver no escuro”. Conclusões “essenciais para o modo como, no futuro, podemos avaliar doentes com DMI e fazer o seu seguimento. São também muito importantes para que possamos compreender melhor as alterações oculares que acontecem nesta doença. Isto é crucial para que possamos desenvolver novas estratégias e alvos terapêuticos para esta causa líder de cegueira”. Os resultados do estudo, que foram recentemente publicados na revista da Academia Americana de Oftalmologia, uma das mais prestigiadas da área a nível mundial, foram agora distinguidos com este importante prémio.

Sobre a investigadora
Inês Laíns completou a sua formação médica na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, onde o seu desempenho académico mereceu múltiplas distinções. Apesar de ter iniciado a sua carreira de oftalmologia no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), mudou-se para Harvard após ter recebido um prémio da Harvard Medical School Portugal. Este prémio deu-lhe a oportunidade de rumar ao Massachusetts Eye and Ear (MEE), nos EUA, onde atualmente se encontra a desenvolver um projeto de colaboração entre Portugal e os Estados Unidos na área da DMI. Este projeto envolveu o estudo de mais de 500 doentes portugueses e americanos com esta doença, e está já a demonstrar importantes resultados, com várias publicações nas melhores revistas de Oftalmologia mundiais. Como curiosidade, a Dr. Inês Laíns trabalha neste projeto sob supervisão da Dra. Joan Miller, uma autoridade mundial em oftalmologia e vencedora do Prémio Champalimaud da visão em 2014. Do seu currículo faz também a conquista, em três anos consecutivos, do prémio pelo melhor poster no âmbito do Massachusetts Eye and Ear/HMS Department of Ophthalmology Annual Meeting and Alumni reunion.

Health4Moz: Projeto Moçambique “Mais que um sorriso”
Um grupo de dentistas portugueses e o especialista holandês Jo E. Frenchen vão deslocar-se a Moçambique, de 10 a 23 de julho,...

A Health4Moz em parceria com a Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP), vai realizar uma missão em Moçambique com vista a divulgar uma técnica inovadora que permite o tratamento de cáries de uma forma não invasiva, utilizando menos instrumentos e material, não sendo necessária anestesia ou que a intervenção seja feita no consultório de um dentista, denominada Atraumatic Restorative Treatment / Caries Assessment Spectrum and Treatment (ART/CAST).

A missão que será integrada por um grupo de médicos portugueses e o especialista holandês, Professor Jo E. Frenchen, responsável pelo desenvolvimento desta técnica, tem como objetivo transmitir esta e outras práticas de medicina dentária aos alunos e docentes das cidades da Beira e de Nampula, visando a implementação futura de um plano de vigilância de saúde oral em crianças moçambicanas.

Durante a missão, os médicos portugueses, irão ensinar esta técnica inovadora e desenvolvida para a realidade daquele país, a alunos e médicos dentistas de Moçambique, bem como realizar a aplicação deste tratamento a cerca de 500 crianças em idade escolar, observadas no âmbito do projeto “Mozambique: more than a smile” e a todos os que dele necessitem.

Carla Rêgo, presidente da Health4Moz, explica que «a missão irá impactar um total de 70 alunos finalistas de medicina dentária e médicos dentistas pertencentes às cidades da Beira e Nampula, prevendo avaliar e tratar cerca de 600 crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 10 anos».

O projeto de saúde oral da Health4Moz contou com uma Missão em 2014. A análise das necessidades de formação e de assistência constatadas nessa Missão permitiu a elaboração de um Projeto que recebeu a bolsa anual da Federação Internacional de Medicina Dentária (FDI). O apoio do Instituto Camões – Instituto da Cooperação e da Língua Portugal, permitirá à Health4MOZ alargar o seu Projeto, em dois anos, a todo o território de Moçambique, visando a implementação de um Programa de Promoção e Vigilância da Saúde Oral Escolar, com ponto de partida nas Faculdades de Medicina Dentária. 

“Code Mode”
“Code Mode” da Santa Casa da Misericórdia do Peso da Régua é o grande vencedor da V Edição do Prémio Maria José Nogueira Pinto...

Numa altura em que o concelho verifica um baixo nível de escolaridade e uma elevada taxa de desemprego jovem, a Santa Casa da Misericórdia de Peso da Régua tem como objetivo trabalhar com as crianças da região e a transformá-las em cidadãos ativos, autónomos e capazes de se adaptar a uma economia colaborativa e competitiva, e de responder aos desafios do mercado de trabalho no futuro.

Nesta Edição, o Júri decidiu atribuir também quatro Menções Honrosas aos seguintes projetos: "Dreaming with survivors", da Associação Acreditar de Coimbra; "Inserção-Biokairós" da Kairós - Cooperativa de Incubação de Iniciativas de Economia Solidária de Ponta Delgada; "SMS + Cuidadores: Inovação Social no Paradigma da Responsabilidade Social" da Santa Casa da Misericórdia de Marco de Canaveses; e "Super Babysitters" da F2 - Associação de Apoio Família-A-Família de Lisboa.

A V Edição do Prémio Maria José Nogueira Pinto em Responsabilidade Social contou com a apresentação de 94 candidaturas de projetos inovadores, da autoria de instituições privadas de solidariedade social, de norte a sul do país e arquipélago dos Açores.

Este Prémio, atribuído, anualmente, com o valor pecuniário de 10.000 euros ao Grande Vencedor e 1.000 euros a cada uma das Menções Honrosas, pretende ser um incentivo ao reconhecimento do que se faz bem em Portugal. Instituído em 2012, pela MSD, o prémio pretende distinguir o trabalho desenvolvido por pessoas, individuais ou coletivas, que se tenham destacado no âmbito de ações de responsabilidade social ativa, em território nacional.

O Júri é presidido por Maria de Belém Roseira e constituído por mais seis personalidades: Anacoreta Correia, Clara Carneiro, Isabel Saraiva, Pe. Vítor Feytor Pinto, Jaime Nogueira Pinto e Pedro Marques, em representação da MSD.

A Cerimónia Pública de Atribuição da V Edição do Prémio Maria José Nogueira Pinto em Responsabilidade Social realiza-se, hoje, dia 6 de julho, na Casa-Museu Medeiros e Almeida, pelas 17H30. José Tolentino Mendonça, Vice-Reitor e Professor de Associado da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, será orador convidado nesta edição. Na sua intervenção, José Tolentino Mendonça lembrará a dedicação e a obra social de Maria José Nogueira Pinto.

Descrição dos projetos distinguidos

Primeiro Prémio

Projeto “Code Mode” da Santa Casa da Misericórdia do Peso da Régua
Tem como objetivo trabalhar com as crianças de forma a estimulá-las para as CTEM (ciências, tecnologia, engenharia e matemática) e promover o desenvolvimento de competências digitais, tornando-as cidadãos ativos e autónomos. O projeto nasceu da necessidade de contribuir, desde cedo, para a formação integral e ajustada às necessidades da sociedade moderna.

Num concelho localizado no interior do país, o baixo nível de escolaridade da população poderá ser um dos fatores determinantes para a elevada taxa de desemprego do concelho (14,2%), sendo este particularmente expressivo nas camadas mais jovens (33,8%) que representam quase metade dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção do concelho. Desta forma, torna-se imperativo capacitar as crianças, desde tenra idade, de que prosseguir os estudos é fundamental para inverter a propensão para a falta de ambição académica, objetivos pessoais, autonomia e independência nas camadas mais jovens.

Este projeto tem como público-alvo crianças do pré-escolar e 1º ciclo do concelho de Peso da Régua. Recorrendo a robôs educativos e a software específico para a realização de atividades lúdicas e experimentais no âmbito da lógica, algoritmos e programação, as crianças têm a oportunidade de desenvolver competências aliadas ao pensamento computacional (resolução de problemas, raciocínio lógico, abstração, trabalho colaborativo, comunicação, criatividade, etc.), relacionadas com as CTEM, evitando assim que estas áreas cientificas sejam automaticamente preteridas pelas crianças e/ou condicionem negativamente o seu percurso académico.

Menção Honrosa

Projeto "Dreaming with survivors" da associação Acreditar de Coimbra
Todos os anos, surgem cerca de 400 novos casos de cancro infantil e o Estado e a Sociedade não estão ainda plenamente preparados para dar resposta às inúmeras necessidades quer na fase ativa da doença, quer na sobrevivência. O projeto pretende, assim, fomentar a discussão das preocupações e problemas dos jovens sobreviventes de cancro infantil e a sua reintegração social e profissional.

Em 216, a Acreditar começou o projeto "Dream with survivors" com a criação de uma rede de sobreviventes de cancro infantil, promotora da discussão das principais necessidades de mudança na área da pediatria oncológica. Neste momento, com a ajuda de profissionais de oncologia pediátrica, esta rede de sobreviventes está a formular propostas de mudança referentes a 4 temas: Passaporte de Doente Oncológico; Seguros de Vida e Saúde; Cuidar de Cuidadores e Sensibilização da Sociedade. Numa 2ª fase do projeto, objetivo será desenvolver uma campanha de advocacia social, de forma a influenciar as instituições e sistemas políticos, económicos e sociais para tomarem decisões que defendam os interesses das crianças e jovens com cancro e sobreviventes do cancro infantil.

Menção Honrosa

Projeto "Inserção-Biokairós" da Kairós - Cooperativa de Incubação de Iniciativas de Economia Solidária de Ponta Delgada
Em abril de 2016, a Kairós deu início à incubação da nova microempresa de inserção - Biokairós. A Biokairós, situada na Quinta do Priôlo, Centro de Educação Ambiental da Kairós, é uma unidade de produção agrícola que promove a conservação da biodiversidade e o equilíbrio dos ecossistemas, promovendo a integração de indivíduos em risco de exclusão social, na vertente formativa, ocupacional e laboral. Este projeto tem, ainda, como objetivos cumprir os princípios do desenvolvimento sustentável e adotar práticas respeitadoras do ambiente.

Menção Honrosa

Projetos "SMS+Cuidadores: Inovação Social no Paradigma da Responsabilidade Social" da Santa Casa da Misericórdia de Marco de Canaveses
Este projeto, iniciado em 2015, assenta numa estrutura tripartida - Santa Casa da Misericórdia de Marco de Canaveses, Junta de Freguesia de Marco e Faculdade de Medicina da Universidade do Porto - e intervém num problema identificado, a nível social, de apoio domiciliário especializado aos maiores de 65 anos e aos seus cuidadores. O método de intervenção é inovador, pela estratégia de melhorar a qualidade de vida do idoso, prolongar a sua manutenção no domicílio através de intervenção multidisciplinar, incluindo estimulação neuro cognitiva e formação e apoio aos cuidadores.

Menção Honrosa

Projeto "Super Babysitters" da F2 - Associação de Apoio Família - A – Família
O projeto teve inicio em 2014, quando um grupo de imigrantes sentiu a necessidade de criar uma solução para um problema comum: não ter com quem deixar os filhos, sempre que os turnos de trabalho entre o casal eram coincidentes. Assim, nasceu a Super Babysitters, uma plataforma de babysitting solidário, que liga famílias com baixos rendimentos a voluntários Babysitters de confiança.

Pedrógão Grande
O investigador de Coimbra José Manuel Mendes defendeu a criação de uma associação de vítimas da zona afetada pelo incêndio de...

"Seria fundamental [uma associação de vítimas] para haver uma contranarrativa e uma outra definição dos apoios e das necessidades" das pessoas afetadas pelo incêndio que deflagrou a 17 de junho em Pedrógão Grande e que provocou 64 mortos e mais de 200 feridos, disse o coordenador do Observatório de Risco da Universidade de Coimbra, José Manuel Mendes.

Um instrumento deste tipo permitiria às pessoas "ajudar a definir prioridades" na intervenção pós-catástrofe, mas também a dar mais força a um processo de indemnizações, referiu.

"As indemnizações dificilmente serão atribuídas, porque para isso era preciso uma associação de vítimas forte", notou o especialista em situações de risco, considerando que a associação também daria hipótese às pessoas de se organizarem "de forma autónoma" e de garantirem "pressão sobre o poder político".

Para José Manuel Mendes, a pressão sobre o poder político, por parte dos familiares das vítimas e dos feridos, neste momento, "é zero", por não haver uma organização das populações afetadas.

A presença "do Estado por excesso" na região, seja através de membros do Governo ou através do Presidente da República, permite também que seja o Estado a definir a narrativa.

Depois das primeiras semanas com uma forte presença de jornalistas no terreno, a narrativa, na sua perspetiva, vai ficar cada vez mais circunscrita ao "institucional e governamental", não entrando no espaço público a narrativa das populações afetadas, vincou.

"São tudo lições da ponte de Entre-os-Rios [onde morreram 59 pessoas]. O Estado aprendeu com Entre-os-Rios que não pode deixar que a narrativa seja definida pelos outros", notou.

O investigador recordou também o caso recente do incêndio na torre Grenfell, em Londres, onde morreram pelo menos 80 pessoas, em que os moradores "imediatamente se organizaram e o poder político tem sido obrigado a responder".

No entanto, no caso dos concelhos de Castanheira de Pera, Pedrógão Grande e Figueiró dos Vinhos, por ser um território mais vasto, "muito heterogéneo" - com várias casas de segunda habitação - poderá tornar-se difícil a criação de uma associação de vítimas, algo pouco usual em Portugal e que tem como um dos poucos exemplos o caso de Entre-os-Rios.

O investigador, que já esteve no terreno, afirmou também que vai avançar com um projeto de investigação participativo, com base em voluntariado de investigadores do Centro de Estudos Sociais, em torno das causas e das necessidades de reconstrução das comunidades.

O projeto, que deve arrancar em setembro, pretende ser feito com a participação das populações afetadas, tendo em conta os seus conhecimentos "da floresta, do ordenamento, das necessidades, da relação com entidades".

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Todas as regiões do continente e arquipélagos da Madeira e Açores apresentam hoje risco ‘muito elevado’ e ‘elevado’ de...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), todas as regiões do país estão com risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação ultravioleta (UV), exceto Aveiro, Évora, Leiria, Lisboa e Santarém, que estão com níveis ‘elevados’.

Para as regiões com risco ‘muito elevado’ e ‘elevado’, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

No que diz respeito ao estado do tempo, o IPMA prevê para hoje no continente períodos de céu muito nublado, períodos de chuva ou aguaceiros, condições favoráveis à ocorrência de trovoada, em especial nas regiões Norte e Centro.

Está também previsto vento fraco a moderado do quadrante oeste, soprando temporariamente moderado no sotavento algarvio durante a tarde e nas terras altas, e sendo do quadrante sul no interior da região Norte.

A previsão aponta ainda para neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais, pequena descida da temperatura mínima e da máxima na região Sul e interior Norte e Centro.

Quanto às temperaturas, em Lisboa vão variar entre 17 e 22 graus celsius, no Porto entre 15 e 23, em Vila Real entre 14 e 28, em Viseu entre 13 e 24, em Bragança entre 16 e 29, na Guarda entre 13 e 22, em Castelo Branco entre 15 e 27, em Coimbra entre 15 e 23, em Santarém entre 15 e 25, em Portalegre entre 13 e 25, em Évora entre 13 e 27, em Beja entre 14 e 26 e em Faro entre 17 e 25.

Investigadora alerta
A esperança de vida dos portugueses pode baixar caso nada de faça nada para reduzir os números da obesidade infantil, dos mais...

Ana Isabel Rito é investigadora do Instituto Ricardo Jorge e coordenadora do estudo da “Childhood Obesity Surveillance Initiative” (COSI) Portugal, da Organização Mundial de Saúde. É também presidente da 3.ª Conferência Internacional de Obesidade Infantil, que começou ontem em Lisboa.

A conferência junta participantes de mais de 40 países, que até sábado vão debater, na Fundação Champalimaud, questões ligadas à alimentação, ao ambiente escolar, à saúde e à nutrição, tudo no sentido de lutar contra a obesidade infantil.

Em Portugal uma em cada três crianças tem excesso de peso.

Francisco George, diretor-geral da Saúde, lembrou que reduzir essa cifra é um dos grandes objetivos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e disse que os esforços devem ser feitos antes de as crianças chegarem ao excesso de peso.

Tim Lobstein, da Federação Mundial de Obesidade, salientou que há no mundo uma “batalha política” a travar, o combate à obesidade, uma das “grandes preocupações” da Organização Mundial de Saúde, como disse Gauden Galea, representante da organização na conferência.

E Ana Rito falou também da preocupação que é para Portugal, país no “top five” em obesidade infantil, a par de Estados como Espanha, Itália, Malta ou a Grécia.

“Uma em cada três crianças em Portugal tem esse problema” (excesso de peso), disse, explicando que essa é uma das razões para que a conferência aconteça em Lisboa, depois de seis anos sem se realizar.

E para lutar contra a obesidade, afiançou, a abordagem tem de ser “multissetorial”, porque tem de envolver as famílias, as escolas, as comunidades e as políticas locais e regionais.

E da conferência espera respostas e uma abordagem critica aos fatores de risco da obesidade infantil, com debates juntando os países do sul da Europa (com mais obesidade infantil) mas também outros sobre o marketing ligado à alimentação para os mais jovens ou sobre as questões culturais e as boas práticas.

Para a situação a que se chegou a especialista responsabiliza a mudança nutricional que aconteceu no país nas últimas quatro décadas e lembra que foi nesse período que se baixou a mortalidade infantil mas que se começou a morrer das doenças ligadas ao estilo de vida.

“Não reconhecemos mais a dieta mediterrânica nas mesas das famílias portuguesas”, lamentou, acrescentando que se o país ganhou na mortalidade infantil perdeu no estilo de vida e provavelmente vai ver reduzir a esperança de vida.

Baixar para 20% o número de crianças com excesso de peso (idêntico ao registado nos países nórdicos)é o objetivo, mas segundo lembrou Ana Rito para já Portugal apenas conseguiu estabilizar e não registar mais aumentos na obesidade infantil.

A conferência é promovida pelo Instituto Ricardo Jorge, com o apoio do Ministério da Saúde.

‘Lisboa +55’
A Câmara Municipal de Lisboa e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa assinaram um protocolo para a implementação de um projeto...

O programa ‘Lisboa +55’ terá a duração de um ano e abrangerá duas centenas de pessoas com mais de 55 anos que estejam ligadas a 10 centros de dia ou instituições.

Apesar de as aulas e atividades serem abertas à comunidade e poderem decorrer em espaços públicos, apenas estas 200 pessoas serão consideradas no estudo.

"Durante um ano, as pessoas terão acesso a atividade física e cuidados de saúde e serão monitorizadas no sentido de perceber quais os impactos do desporto no seu bem-estar e dia-a-dia", afirmou o vereador dos Direitos Sociais da Câmara de Lisboa, João Afonso.

A ideia, continuou o autarca, é que "o projeto se desenvolva a nível local, com a ajuda dos clubes" e outras entidades, mas sob a orientação da Câmara Municipal e da Santa Casa da Misericórdia.

Para já, a Câmara de Lisboa irá investir "10 mil euros na contratação de monitores e professores para as aulas", avançou o vereador, acrescentando que algumas das restantes "mais-valias serão asseguradas por protocolos anteriores" já existentes.

Este programa "insere-se na estratégia de envelhecimento ativo da cidade" e "abrange o pelouro dos direitos sociais e do desporto", apontou João Afonso, considerando que constitui uma "abordagem ao envelhecimento em várias áreas".

Nesta matéria "não podemos olhar só para uma área de especialização, há que ter uma visão transversal", advogou.

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