Estudo
Os cidadãos sabem na teoria que a água é um bem que não dura sempre mas pouco fazem para gastar menos, apesar de conscientes do...

Os cidadãos sabem na teoria que a água é um bem que não dura sempre mas pouco fazem para gastar menos, apesar de conscientes do risco ecológico associado ao desperdício, segundo um estudo da Águas de Portugal hoje divulgado.

Há "dissonância entre as atitudes e os comportamentos" em relação à água, que a maior parte dos inquiridos percebe como escassa mas que continua a sair das torneiras em casa e lhe dá um "caráter 'inesgotável'", segundo a investigação.

Dos inquiridos, escreve o Sapo, 83,3 por cento sabe que o planeta Terra não terá sempre água abundante e 76,1% recusa a ideia de que a crise ecológica por escassez de água é um exagero.

61,8 % assume que consome mais água do que devia
Mas, se por um lado, 88,8 por cento dos inquiridos considera que as pessoas não têm o direito de usar a água como quiserem, por outro, 61,8 % assume que consome mais água do que devia e precisa.

Quando pensam em poupar água, os inquiridos associam essa necessidade a uma redução no seu conforto, pelo que no estudo da Águas de Portugal se conclui que são necessárias campanhas de sensibilização para contrariar essa ideia.

Em vez de "mecanismos de penalização" para o desperdício, o espírito destas campanhas deve ser "obtenção de recompensas", e a inclusão de "dicas de poupança", dando ênfase ao impacto reduzido desta poupança na qualidade de vida.

Poupar água para ter um ambiente melhor deve ser outra das mensagens para sensibilizar os consumidores. "Mensagens alarmistas" são de evitar e deve apostar-se em campanhas continuadas, defendem os inquiridos. Para três quartos das pessoas que responderam ao inquérito, aumentar o preço da água não é a maneira mais eficaz de estimular a poupança.

A maioria (57%) não acredita que se dê o devido valor à água como recurso escasso, devido à facilidade com que esta sai da torneira. Além disso, a água é mais barata do que bens como a eletricidade, o combustível ou as telecomunicações, ficando em quarto lugar na lista dos recursos em que se gasta mais dinheiro.

Se tivessem que preservar um recurso abdicando dos outros, 44,9% escolheria a água, mas a eletricidade está bem perto, com 40,9 por cento. Eletricidade, telecomunicações e gás repartem o resto das preferências. Embora 88,2% aceitasse usar água reciclada para consumo não humano, apenas 48,4% concorda com o pagamento de uma taxa para financiar a reciclagem da água.

Entre os gestos de poupança que mais pessoas admitem como necessários está fechar a torneira e não ter água a correr sem parar, reduzir o tempo dos banhos, reduzir a quantidade de água em cada descarga de autoclismo ou otimizar o número de lavagens de roupa e de louça.

Os resultados do Estudo Nacional sobre as Atitudes e Comportamentos dos Portugueses são apresentados hoje no Museu da Água, em Lisboa, com o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.

O estudo da Águas de Portugal foi feito com 1.662 pessoas que responderam pela Internet a perguntas sobre as suas atitudes e comportamentos em relação à água.

Direção-Geral da Saúde
A Direção-Geral da Saúde lança esta terça-feira um manual sobre a "A importância do potássio e da alimentação na regulação...

O documento sublinha que o potássio "é um mineral essencial na regulação da pressão arterial, mas frequentemente esquecido, tanto por profissionais de saúde como pela população em geral".

O diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, Pedro Graça, recorda à TSF que nos últimos anos tem-se apostado muito no combate ao excesso de sódio na alimentação dos portugueses (somos dos que ingerem mais sal no dia-a-dia), mas há o outro lado desta 'guerra' contra a hipertensão: além de menos sal na comida, é preciso ingerir mais potássio, num objetivo que tenta ser atingido com este manual que dá conselhos práticos.

No fundo, ingerir potássio ajuda a compensar o excesso de sal, com o manual a recordar que este mineral "está presente em todos os alimentos de origem natural destacando-se raízes e tubérculos amiláceos, hortícolas, frutas, cereais integrais, laticínios e café".

No entanto, na confeção dos alimentos o potássio tem perdas muito significativas, nomeadamente para a água de cozedora (em certos alimentos pode chegar aos 70%), pelo que o manual aconselha que se usem métodos de confeção que conservem a água de cozedura, como por exemplo, a sopa de hortícolas e os estufados.

O documento disponível no site do Programa Nacional aconselha ainda a diminuir o tempo de cozedura dos alimentos, diminuir a quantidade de água de cozedura e a quantidade de sal adicionada, além de cozinhar os alimentos em porções maiores.

Pedro Graça recorda que "quanto maior a desproporção entre a ingestão do sal e do potássio, maior o risco de sofrer um evento cardiovascular, razões que o levam a destacar a importância de "aumentar o consumo de potássio e reduzir o consumo de sódio".

Entrevista
É um dos 10 tipos de cancros mais comuns em todo o mundo, estimando-se que atinja, todos os anos, ce

O que é o carcinoma urotelial e qual a sua incidência na população portuguesa?

O carcinoma urotelial é reconhecido genericamente como tumor maligno da bexiga. No entanto, a terminologia de carcinoma urotelial pode ser aplicada não só à bexiga como também à pélvis renal, ureteres e uretra.  

O cancro da bexiga constitui um dos 10 tipos de cancro mais comuns em todo o mundo e o 5º a nível europeu. Em Portugal, estima-se que sejam diagnosticados anualmente 1.900 novos casos de cancro da bexiga. Segundo dados do Registo do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas (2014), a incidência do cancro da bexiga, em Portugal, situou-se em 17,6 por cada 100.000 habitantes – e este valor sobe para 29 em cada 100.000 habitantes considerando apenas o sexo masculino.

Quais os principais sintomas ou sinas de alerta?

A neoplasia da bexiga pode ter sintomas semelhantes a outras doenças, como por exemplo uma infeção.

O sintoma mais frequente e que deve constituir um sinal de alerta é o aparecimento de sangue na urina (hematúria), que ocorre em cerca de 85% dos casos. Este sinal pode aparecer isolado ou acompanhado de outros sintomas, como ardor ou dor miccional, sensação de esvaziamento incompleto e aumento da frequência miccional. Para além disto, podem aparecer sintomas mais gerais como dor lombar, dor abdominal ou perda de peso inexplicável.

Existem fatores de risco?

As causas para o desenvolvimento de Cancro da Bexiga não estão totalmente esclarecidas. No entanto, há diversos fatores relacionados com o aparecimento desta patologia, sendo o principal o tabagismo. Sabe-se que os fumadores apresentam 3 vezes mais probabilidade de vir a desenvolver cancro da bexiga. Além do tabaco, a idade também parece estar relacionada, com aumento do aparecimento da doença em idades superiores a 65 anos (em 70% dos casos), assim como o sexo masculino (3 a 4 vezes mais frequente do que no sexo feminino), a raça caucasiana (2 vezes mais frequente do que na raça negra) e a exposição a agentes químicos (como tintas, borracha, petróleo). Outros fatores que se podem considerar: a história familiar/genética de cancro da bexiga, história de infeções crónicas da bexiga, alterações congénitas, assim como radioterapia prévia com atingimento pélvico.

É possível determinar a sua causa e explicar o porquê desta neoplasia atingir maioritariamente o sexo masculino?

A neoplasia da bexiga é 3 a 4 vezes mais frequente no sexo masculino. Considerando a frequência de todas as formas de cancro, nos homens ocupa o 7º lugar e nas mulheres ocupa o 15º. As razões para isso são multifatoriais, incluindo predisposição genética e maior exposição pelos homens aos fatores de risco (incluindo tabagismo).

Tendo em conta que alguns sintomas são comuns a outras patologias – como é caso da urgência urinária presente na bexiga hiperativa, por exemplo – como é feito o seu diagnóstico?

Como já referido anteriormente, o cancro da bexiga pode ter sintomas semelhantes a outras doenças. Por este motivo, o diagnóstico requer uma história clínica detalhada, exame físico completo e a realização de exames complementares de diagnóstico apropriados. A citologia urinária, uma cistoscopia, uma biópsia e exames de imagem como ecografia, TAC ou ressonância magnética são, geralmente, os exames mais indicados. Num doente com história clínica e exame clínico suspeitos de neoplasia da bexiga devem ser pedidas análises gerais e à urina, uma ecografia pélvica, assim como a realização de uma cistoscopia. Esta técnica permite observar a mucosa e fazer uma biopsia, cujo material é observado ao microscópio pela Anatomia Patológica. Só assim é possível confirmar o diagnóstico de cancro da bexiga.

Sendo que nem todos tumores invadem o músculo da bexiga, como se classificam e qual o seu sistema de estadiamento?

O cancro da bexiga é geralmente classificado de acordo com a profundidade da invasão tumoral: cancro da bexiga não invasivo (≈70%, onde as células cancerígenas se encontram apenas no revestimento interno da bexiga); cancro da bexiga que invade o músculo (≈30%, o tumor avança até ou para além da camada de músculo da bexiga); cancro da bexiga metastizado (≈4%, já existem células tumorais fora da bexiga).

A classificação anatomopatológica dos tumores de bexiga tem em conta o tipo de células que dão origem ao tumor, sendo possível distinguir diversos tipos de cancro da bexiga: carcinoma de células de transição (o mais frequente, ≈90%); carcinoma de células escamosas; adenocarcinoma e carcinoma de pequenas células. Além disso, de acordo com o aspecto das células, existem três graus de malignidade, que indicam a rapidez com que o tumor pode crescer e espalhar-se: Baixo Grau; Grau Intermédio; e Alto Grau (são os mais agressivos e invasivos).

Dado que as opções terapêuticas são diferentes de acordo com a fase em que o tumor se encontra, o seu correto estadiamento ajuda a perceber o tamanho do tumor, a invasão de outros órgãos e a decidir estão qual o tratamento mais adequado para cada caso. A forma mais utilizada para o estadiamento do cancro da bexiga avançado é o sistema de estadiamento TNM, que se baseia na profundidade com que o tumor penetra na parede da bexiga: T (tumor) – descreve o tamanho do tumor; N (nódulos) – descreve o atingimento dos nódulos linfáticos; M (metástases) – descreve se o cancro se espalhou para outras partes do corpo.

Quais as opções terapêuticas disponíveis para o tratamento do cancro da Bexiga?

O tratamento do cancro da bexiga é diferente em função da fase em que a doença se encontra e, dependendo disso, podem utilizar-se como opções terapêuticas: a cirurgia, tratamentos intravesicais (dentro da bexiga), quimioterapia sistémica, radioterapia e imuno-oncologia (imunoterapia).

Quando o tumor se diagnostica precocemente as opções terapêuticas têm intenção curativa, no entanto, quando a doença já é metastizada a sobrevivência é menor e o tratamento é apenas paliativo.

De uma forma geral: para tumores não invasivos o tratamento passa por cirurgia, com ou sem tratamentos intravesicais; para tumores que invadem o músculo, cirurgia, eventualmente tratamentos intravesicais e quimioterapia sistémica; para tumores metastizados, quimioterapia sistémica, imuno-oncologia (imunoterapia) e eventualmente radioterapia.

É fundamental ter sempre em conta que o tipo de tratamento varia também de acordo com estado geral do doente, idade, estadio do tumor, preferência do doente e possíveis efeitos secundários.

Atualmente, a imunoterapia tem demonstrado ser mais eficaz do que a quimioterapia no tratamento do cancro da bexiga em estado avançado. Em que consiste e o que representa esta opção de tratamento, depois de tantos anos sem qualquer avanço terapêutico?

Nos últimos 30 anos, não existiram avanços significativos para o tratamento do cancro da bexiga avançado. A quimioterapia era o único tratamento disponível. Recentemente, a imunoterapia apareceu como uma excelente opção terapêutica para diversos tipos de cancro, inclusivamente o cancro de bexiga avançado, nos casos de doentes que não responderam à quimioterapia com Cisplatina ou que não possam fazer esta terapêutica. Estes tratamentos utilizam a capacidade do sistema imunitário para combater a doença, induzindo uma resposta imune no doente. Estas reações imunológicas podem ser por interação antígeno-anticorpo ou por mecanismos envolvidos na imunidade mediada por células. Os efeitos secundários deste tipo de tratamentos são substancialmente diferentes da toxicidade clássica da quimioterapia. São eventos mais inflamatórios, como por exemplo, tiroidites, hepatites, colites, entre outros, cujo tratamento é também diferente, com o uso de corticoterapia, e em casos mais graves, com imunossupressores específicos.

Qual a taxa de sobrevivência deste tipo de cancro?

O prognóstico do cancro da bexiga é variável, com taxas de sobrevivência que diminuem substancialmente com a progressão do tumor para além da bexiga.

A taxa de sobrevivência aos 5 anos varia com o estadio da doença à altura do diagnóstico. Nos casos de doença em estadios iniciais, a sobrevida poderá alcançar os 96% aos 5 anos. No entanto, um de cada 10 casos de cancro da bexiga já se disseminou à altura do diagnóstico, sendo a sobrevivência apenas de 5-6% aos 5 anos.

Neste sentido, qual a importância do diagnóstico precoce? Existem rastreios? Quando se deve investigar a doença?

Com base no anteriormente referido, é de facto importante diagnosticar precocemente esta patologia de forma a aumentar a sobrevida destes doentes. Na verdade, o cancro da bexiga, apesar de não ser uma doença rara, não é muito falado nem discutido. Não existem rastreios para este tipo de neoplasia, mas é muito importante estar alerta sobre os seus fatores de risco. O aparecimento de algum sinal de alerta deve levar o doente a consultar o médico assistente, para realização do exame físico completo, seguido de exames auxiliares e encaminhamento para a consulta de especialidade, se pertinente. 

Em que consiste a reabilitação após o tratamento e qual a sua importância?

Em função dos tratamentos realizados, a reabilitação será diferente, mas, sem dúvida, sempre muito importante. Além disso, os efeitos secundários e as sequelas não são iguais para todos os doentes. É, por isso, fundamental ter uma equipa multidisciplinar (médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas) a trabalhar em prol do doente na recuperação do seu estado geral, da sua independência e vida quotidiana. É necessário tentar equilibrar a sua esfera emocional, física e também sexual. 

Muitas vezes o que acontece é a perda da função da bexiga, sexual, ou a construção de um estoma, e por isso uma necessidade emergente de aprender a cuidar do mesmo. Relativamente ao atingimento psicológico após o diagnóstico e tratamento do cancro da bexiga, a ansiedade, depressão reativa, dificuldade em dormir, aparecem com frequência. A quimioterapia contribui também para um mau estar geral, debilidade, um emagrecimento temporário, enquanto que a imunoterapia pode levar ao aparecimento de doenças autoimunes.

É então essencial o doente manter as consultas de seguimento para avaliar o seu estado geral, assim como o risco de reaparecimento do tumor. Isto acontece com maior frequência nos 2 primeiros anos, sendo que, após estes, a probabilidade da doença voltar a aparecer diminui bastante. Por este facto, as consultas de seguimento e os exames complementares são mais regulares nos 2 primeiros anos.

No âmbito do Mês de Sensibilização do Cancro da Bexiga, quais a principais recomendações?

O cancro da bexiga é um dos 10 tipos de cancro mais comuns em todo o mundo, mas ainda é muito desconhecido pela população geral. Além disso, os sinais de alarme são frequentemente desvalorizados, desconhecidos ou ocultados pelos doentes, maioritariamente homens. O mais importante é dar a conhecer quais os sintomas relacionados com esta patologia, para a população estar atenta, perder os preconceitos e agir precocemente. Só assim será possível diagnosticar esta doença em estadios iniciais, permitindo poupar vidas e alcançar melhores sobrevivências. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Lares e restaurantes portugueses
A salicórnia, planta halófita comestível que cresce espontaneamente em zonas de sapal, como a Ria Formosa, no Algarve, é cada...

Se antes era preciso ir a um restaurante 'gourmet' para saborear a planta, usada em saladas, mas também em pratos de peixe, marisco ou carne, desde o ano passado que já é possível encontrar salicórnia nas prateleiras de alguns supermercados do país.

Mais recentemente, desde o início deste ano, existem também saladas prontas a consumir já com salicórnia, dispensando a adição de sal, através de uma parceria entre um grupo dedicado aos produtos de quarta gama e uma empresa que produz aquela e outras plantas da Ria Formosa em estufas, junto a Faro.

“Na nossa salicórnia, por cada 100 gramas, existem dois gramas de sal, portanto, apenas 2%, e o nível de sódio é de 0,75 gramas”, explicou Miguel Salazar, gerente da Ria Fresh e que começou a desenvolver projetos com plantas halófitas no Algarve em 2011.

Segundo o engenheiro agrónomo, os benefícios da salicórnia relativamente ao sal não se esgotam na capacidade de salgar os alimentos com menos sódio já que a planta “não é unicamente sal”, tendo outros minerais benéficos para a saúde como o cálcio, o potássio e o magnésio.

“Existem uma série de estudos que indicam que a salicórnia e outras plantas dos sapais têm também compostos com propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e até antidiabéticas”, indicou.

Nascido em Espanha, mas a viver em Portugal há 17 anos, o engenheiro agrónomo sublinha que a composição da salicórnia proporciona não só um sabor salgado, como realça o sabor dos alimentos, fazendo com que perdure mais no palato.

Segundo Miguel Salazar, trata-se do sabor “umami”, palavra de origem japonesa, que em português significa delicioso ou saboroso, e que dá nome ao quinto sabor, para além do doce, amargo, ácido e salgado.

Para ser usada na confeção de pratos quentes e por se tratar de um vegetal muito hidratado, o ideal é adicionar a salicórnia à preparação já na parte final da cozedura, embora a planta não oxide, explicou.

Pedro Girão, diretor comercial da empresa, estima que, no total das nove plantas produzidas e comercializadas pela Ria Fresh, a produção deste ano se situe entre as 15 e as 17 toneladas.

No próximo ano esperam alcançar as 25 toneladas, estando já em curso a exportação para Espanha e Bélgica, com possibilidade de a operação vir a estender-se também à Inglaterra e Alemanha.

A salicórnia da Ria Fresh está atualmente à venda em superfícies comerciais do Porto, Coimbra, Lisboa e Algarve, onde, por enquanto, existe apenas um ponto de venda.

A empresa também já comercializa sal vegetal, que consiste em salicórnia desidratada, embora o produto ainda esteja em desenvolvimento, concluiu.

EUA
A primeira dama dos Estados Unidos, Melania Trump, lançou ontem na Casa Branca um programa dedicado a melhorar a vida das...

Como Laura Bush (luta contra o analfabetismo) ou Michelle Obama (luta contra a obesidade), a mulher de Donald Trump quer também colocar a sua passagem pela Casa Branca sob o signo de uma causa.

“Como mãe e primeira dama preocupo-me com o facto de, num mundo permanentemente ligado, as crianças poderem estar menos preparadas para expressar ou gerir as suas emoções e recorrerem muitas vezes a comportamentos aditivos ou destrutivos”, disse Melania Trump.

“Creio firmemente que como adultos podemos e devemos educar melhor os nossos filhos sobre a importância de uma vida sã e equilibrada”, adiantou.

O objetivo da sua campanha de consciencialização pública é incentivar os pais e outros adultos a ensinar as crianças a serem bons cidadãos, incluindo serem amáveis, a não intimidarem os outros nas redes sociais ou em qualquer outro lugar, a não usarem drogas e a cuidarem de si próprias.

A primeira dama foi criticada pela sua intenção, anunciada durante a campanha eleitoral, de se dedicar a combater o assédio nas redes sociais, dado o seu marido não se coibir de atacar os seus inimigos no Twitter, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.

Donald Trump, que assistiu na primeira fila, elogiou no final “um magnífico discurso” e salientou que “em todos os lugares” a que Melania foi “os norte-americanos foram tocados pela sua sinceridade”.

Grupo de 44 cidadãos
Um sistema de saúde centrado no utente, com o Serviço Nacional de Saúde como "espinha dorsal", mas articulado com os...

Dez princípios orientadores foram apresentados ontem, em Lisboa, e são subscritos por várias pessoas entre as quais Alexandre Castro Caldas, Bagão Félix, Guilherme d'Oliveira Martins, Germano de Sousa ou Vítor Melícias.

Em declarações aos jornalistas, no final da apresentação pública, o professor e antigo ministro da Economia Augusto Mateus defendeu que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem sido uma peça fundamental na construção da democracia, mas que o país ganharia se soubesse "fazer futuro" e pensasse estrategicamente os próximos 20 anos.

"A saúde é tão importante que nós não podemos tolerar na saúde ineficiências, desigualdades, iniquidades, e, portanto, o que nós propomos são dez princípios para tentar dar um sentido mais estratégico, de mudança tranquila, mas forte, em direção a melhor satisfação", explicou.

Segundo Augusto Mateus, o princípio base são os serviços de saúde e os seus destinatários, que são os doentes.

“Doentes que são cidadãos portadores de direitos e não meros consumidores”, sublinhou, acrescentando que isso justifica a construção de um sistema mais coerente, com o SNS no “coração”.

Augusto Mateus adiantou que esta proposta visa “aproveitar tudo aquilo que o país tem de bom”, seja no setor privado, no setor social ou até mesmo no voluntariado.

Os dez princípios orientadores vão desde um sistema de saúde centrado no cidadão, a cidadãos e representantes dos doentes com maior participação ou a maio ênfase à educação para a saúde e prevenção da doença.

Os 44 subscritores defendem, por outro lado, que para o financiamento do SNS seja desenvolvida uma lei de meios que preveja as despesas e as receitas correntes, apontando que o subfinanciamento “crónico” exige orçamentos plurianuais.

Sugerem que sejam alargadas as formas de prestação e de gestão dos serviços de saúde e que, apesar da primazia do setor público, as instituições privadas e sociais continuem a contribuir em complementaridade.

“Na efetivação do direito à saúde, o Estado deve atuar através de serviços próprios e por via de acordos com entidades privadas e sociais e complementar a sua atividade com o restante setor privado e social da área da saúde”, lê-se no documento que foi distribuído.

Defendem também o apoio ao envelhecimento ativo, o acompanhamento e tratamento das doenças crónica e mental, bem como o apoio à investigação e desenvolvimento científico.

Questionado sobre de que forma este sistema de saúde seria financiado, Augusto Mateus apontou que o cidadão já paga cerca de dois terços por via os impostos e o restante diretamente.

Sublinhou, por outro lado, a necessidade de orçamentos plurianuais, “que permitam que haja mais equidade, mais eficiência e menos desperdício”.

“E mais liberdade para os cidadãos no exato momento em que eles também têm de se tornar mais responsáveis pela sua própria saúde”, defendeu o antigo ministro.

Durante a apresentação, a presidente da EVITA – Associação de Apoio a Portadores de Alterações nos Genes Relacionados com Cancro Hereditário, Tamara Milagre, defendeu que as futuras alterações à lei de bases não sejam feitas sem ouvir os doentes e que o financiamento vise, em primeiro lugar, a prevenção.

O ex-ministro do Trabalho Bagão Félix, por seu lado, apontou que o excesso de ideologia é que tem tornado a saúde refém do imobilismo, defendendo que o Estado seja o garante do sistema de saúde, mas não seja o seu único fornecedor.

Gilead Sciences
O uso de nanopartículas magnéticas para diagnóstico da sida e da tuberculose é um dos projetos científicos distinguidos pelo...

Na edição de 2017, a farmacêutica subsidia dez projetos - seis científicos e quatro iniciativas comunitárias.

A entrega das bolsas, que contam com o alto patrocínio do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, será feita na hoje, em Lisboa.

A equipa de Miguel Viveiros, especialista em microbiologia do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, propõe-se criar partículas magnéticas microscópicas (mini-ímans) que possam 'capturar' numa colheita de sangue o vírus VIH/sida e o bacilo da tuberculose.

A ideia é que este dispositivo possibilite que outros procedimentos de análise "tenham muito mais eficácia", sobretudo em países subdesenvolvidos, onde "não há um laboratório sofisticado que permita colher a amostra do doente e processá-la" com os métodos de centrifugação ou concentração, refere uma nota explicativa da farmacêutica.

Um outro projeto científico, do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto, pretende testar o papel de uma proteína de controlo da imunidade, a PSGL-1, como alvo para o tratamento de linfomas (cancros do sangue). A proteína está presente tanto nas células imunitárias como nos tumores de linfomas.

Na prática, o investigador Nuno Santos vai aferir se a desativação da proteína pode impedir a propagação do linfoma e aumentar a eficácia das células imunitárias.

Os testes serão feitos com células tumorais humanas e de ratinhos e em modelos animais 'in vivo'.

A lista de trabalhos científicos contemplados com uma bolsa Gilead Génese inclui o estudo de como "a variabilidade genética do vírus VIH-1 afeta, nas pessoas com sida, a resposta imune e a velocidade de progressão da doença", para efeitos de descoberta de novos tratamentos (Universidade do Minho).

Uma das iniciativas comunitárias distinguidas visa promover, com uma equipa móvel, "o aconselhamento e a deteção precoce" de infeções pelos vírus da sida e das hepatites B e C na região do Algarve.

Noutra zona do país, nos concelhos de Loures e Odivelas, uma outra iniciativa, a cargo da Liga Portuguesa Contra a Sida, destina-se a apoiar, em colaboração com os centros de saúde, o diagnóstico e o tratamento da infeção pelo VIH e outras infeções sexualmente transmissíveis entre pessoas com idade igual ou superior a 50 anos.

Criado em 2013, o programa de bolsas Gilead Génese visa financiar a investigação e as boas práticas de acompanhamento de doentes, nas áreas dos linfomas, VIH/sida e hepatites B e C.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde disse que se pretende generalizar ao maior número de unidades de saúde as práticas de uma iniciativa que...

Os resultados da iniciativa foram ontem apresentados na Fundação Gulbenkian, instituição responsável pelo desafio “STOP Infeção Hospitalar!”, e no final da cerimónia foi assinado um protocolo com o Governo, no sentido de transferir para a Direção-Geral da Saúde as práticas do trabalho, desenvolvido nos últimos três anos pela mão da Gulbenkian.

“Nunca Portugal tinha alcançado resultados tão positivos numa batalha como esta”, disse o ministro aos jornalistas. Momentos antes, na sessão de encerramento da apresentação da iniciativa, já tinha considerado como “históricos” os resultados alcançados.

As infeções hospitalares e as bactérias resistentes são “uma ameaça mundial”, disse o ministro, lembrando que Portugal tem das mais elevadas taxas de infeção hospitalar.

O Presidente da República, que encerrou a cerimónia, afirmou também ser “inequívoco que as infeções hospitalares são um grave problema de saúde pública”, que colocam em causa a qualidade da prestação de cuidados, que aumentam o tempo de internamentos e provocam mais óbitos.

O desafio “Stop Infeção Hospitalar!” foi apresentado em março de 2015 na Gulbenkian, em Lisboa, propondo-se reduzir em 50% quatro tipos de infeções hospitalares e assim poupar vidas, diminuir o número de dias de incapacidade por doença, poupar o sofrimento dos doentes e famílias e poupar os consumos, como lembrou a presidente da Gulbenkian, Isabel Mota.

Em 2014 Portugal tinha quase o dobro das infeções hospitalares que a média dos países europeus.

Passados três anos a trabalhar com 19 hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e com mais de 240 profissionais os resultados foram hoje apresentados.

As infeções associadas a cateter vesical (algália) diminuíram 51% e as associadas a cateter vascular central decresceram 56%. Depois há menos 51% de pneumonias associadas à intubação; menos 55% de infeções nas cirurgias de prótese da anca e do joelho e menos 52% de infeções associadas às cirurgias à vesícula.

Associação de Cancro Cutâneo
O presidente da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo, Osvaldo Correia, afirmou hoje que os solários são um “cancerígeno...

“A Organização Mundial da Saúde (OMS) já o reconheceu há oito anos como um cancerígeno completo”, porque “iniciam e promovem todos os cancros de pele”, disse Osvaldo Correia no encontro promovido pela Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC) para apresentar as iniciativas do Dia do Euromelanoma, celebrado este ano em Portugal a 16 de maio.

O dermatologista lamentou que ainda continuem “a existir solários sem qualquer tipo de controlo” e apelou às autoridades para cumprirem a legislação, fiscalizarem estes espaços e aplicarem multas, uma vez que não podem ser encerrados, como aconteceu na Austrália.

O aumento do risco dos vários tipos de cancros da pele associados aos solários, atestado por diversos estudos internacionais, que estimam que morram 2.000 pessoas por ano na Europa devido a esta situação, “reforçam a ideia das vantagens do seu encerramento definitivo”, sustentou

“Se todos nós ficamos em polvorosa quando cai um avião com 200 pessoas, como é que ainda conseguimos aceitar que se continue a colocar, dizendo que acima de 18 anos cada um pode fazer o que quiser, mas tem que assinar consciente”, uma pessoa exposta “a um cancerígeno completo”, questionou o especialista.

Ressalvando que não quer mudar a legislação, Osvaldo Correia explicou que a associação apenas pretende que, “enquanto é legítimo e é lícito haver solários, que as pessoas estejam devidamente informadas”.

“As pessoas precisam saber o que estão a fazer porque a pele memoriza os efeitos negativos”, disse, adiantando que “o solário está para a pele como o tabaco está para o pulmão”.

“Ninguém diz que todas as pessoas que vão ao solário vão ter cancro, mas têm um risco acrescido como demonstram vários estudos”, rematou.

Presente no encontro, o subdiretor-geral da Saúde, Diogo Cruz disse que os solários estão regulamentados na legislação portuguesa e europeia, mas disse desconhecer se a fiscalização está a ser feita.

“Se há ou não fiscalização não sei dizer, mas acredito que sim”, disse Diogo Cruz, explicando que à DGS cabe ajudar na formação das pessoas que trabalham nos solários.

No encontro foi também analisada a relevância ou não do doseamento da vitamina D e a sua relação com outros cancros.

Para Osvaldo Correia, “há um exagero na valorização dos níveis de vitamina D”, afirmando que “não está demonstrado que sejam relevantes para uma quantidade de patologias que são evocadas”.

“A população está a ser enganada e está alarmada e desorientada por informações de pessoas que não têm rigor científico e é preciso ter rigor científico naquilo que afirmamos”, disse à Lusa.

“É completamente errado assumir-se que se deve apanhar sol nas horas do pico”, adiantou, defendendo que “o ideal” é fazer as caminhadas e corridas até às 10:00 e depois das 17:30. “Isso sim é salutar e é o suficiente para a vitamina D”.

E se há lógica de suplementação desta vitamina pode ser feita com gotas ou comprimidos que "são seguros e eficazes”, disse, salientando que, segundo os últimos dados internacionais, “não há nenhum cancro do corpo em que haja vantagem suplementar para a sua prevenção com vitamina D”.

A incidência desta doença tem aumentado em todo o mundo, estimando-se que em Portugal sejam diagnosticados este ano mais de 12.000 novos casos de cancros da pele e cerca de 1.000 serão melanoma, a forma mais grave.

Para tratamentos adequados
O presidente da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo defendeu hoje que os elevados custos do tratamento dos cancros de pele...

A Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC) divulgou hoje um estudo que analisou os custos inerentes aos tratamentos dos cancros realizados em ambulatório e internamento nos hospitais públicos do Continente, entre 2011 e 2015, que representaram 118 milhões de euros nos “cancros de pele não melanoma” e 23,9 milhões de euros nos casos de melanoma.

Dos doentes analisados 6.567 tinham diagnóstico de melanoma e 45.479 tinham cancros de pele não melanoma (carcinomas basocelulares e carcinomas espinocelulares), refere o estudo apresentado hoje no encontro promovido pela APCC para apresentar as iniciativas do Dia do Euromelanoma, celebrado este ano em Portugal a 16 de maio.

A APCC pretendeu com este estudo “sensibilizar mais uma vez as autoridades para a necessidade de saber os números reais dos números de cancros de pele”, disse o presidente da associação, Osvaldo Correia.

“Muitos dos cancros de pele não são tratados nos hospitais públicos, mas nos hospitais públicos os custos ascenderam a 140 milhões de euros em quatro anos", disse à agência Lusa Osvaldo Correia.

Os custos mais elevados no tratamento dos cancros de pele não melanoma devem-se ao facto de serem carcinomas “muito mais frequentes do que o melanoma”, disse o dermatologista, sublinhando que existe “uma subnotificação elevada” dos carcinomas basocelulares e espinocelulares, que se estimam ser 10 a 12 vezes mais frequentes do que o melanoma.

O melanoma, apesar de “ser o mais temido, se for tratado e diagnosticado precocemente é curável. Se for diagnosticado tardiamente obriga a tratamento mais onerosos”, sublinhou.

Para o dermatologista, “a cifra de 118 milhões de euros” tem que “refletir-se na necessidade de um registo efetivo dos cancros de pele não melanoma nos registos oncológicos”.

“Se não tivermos notificação no registo oncológico de todos os cancros de pele não melanoma é impossível dotar de recursos humanos e de recursos financeiros os hospitais públicos e o custo é muitas vezes ignorado e então existe sobredotação de recursos financeiros e não existem especialistas que possam atempadamente tratar estes cancros de pele”, sublinhou.

O registo “é essencial para esta planificação”, rematou.

Presente no encontro, o subdiretor-geral da Saúde, Diogo Cruz, disse que o registo “está operacional” e a dar “os números que deveriam dar”.

“Estamos a fazer melhoramentos ao registo para ser possível dar cada vez melhores dados”, disse Diogo Cruz aos jornalistas, adiantando que o processo de criar o registo único em vez dos regionais deverá estar concluído até ao final do ano.

Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo
Mais de uma centena de casos de cancro de pele, 19 dos quais melanoma, foram detetados em 2017 no rastreio nacional, que...

“Em 101 pessoas foi efetuado o diagnóstico clínico de cancro de pele, sendo 19 casos de melanoma e 70 de carcinoma basocelular”, disse Osvaldo Correia à agência Lusa, à margem de encontro promovido pela Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC), em Lisboa, no âmbito do Dia do Euromelanoma, assinalado este ano em Portugal a 16 de maio.

Segundo Osvaldo Correia, está a assistir-se, desde 2010, a “um aumento progressivo do número de casos de cancro de pele”.

Das 1.548 pessoas rastreadas no dia do Euromelanoma de 2017, com uma idade média de 52 anos e 60% mulheres, 43% evidenciavam “lentigos celulares no tronco (manchas acastanhadas tipo sardas, mas mais largas) que são testemunho de antecedentes de queimadura solar”, disse o dermatologista, advertindo que estas zonas apresentam maior risco de aparecerem carcinomas basocelulares e melanoma.

Dez por cento apresentavam queratoses actínicas (precursores potenciais de um tipo de cancro de pele) e 16% tinham nevos atípicos, um sinal irregular na cor e no contorno.

Comparando com 2010, observou-se um “aumento significativo” das manchas solares, que passaram de 37% nesse ano, para 43% em 2017 e das queratoses actínicas, que subiram de 5% para 10 para dez por cento.

Nestes sete anos, verificou-se ainda um aumento do número de homens que fizeram o rastreio e de pessoas com mais de 55 anos, que totalizaram 42% em 2017, contra 23% em 2010, o que indica que as “pessoas perceberam que a população madura é que deve procurar o médico”.

Mas, ressalvou, os mais jovens também têm de estar atentos, porque estão a ser detetados cancros de peles em pessoas com 30 e 40 anos.

Houve 24% que referiram antecedentes de queimadura solar antes dos dez anos e 55% entre os dez e os 18 anos, uma situação que representa “um risco acrescido de poder ter cancro de pele no futuro”.

Da população rastreada, 39% disseram praticar desporto ao ar livre, sobretudo os homens, e 6% contaram já ter sofrido queimaduras enquanto praticavam desporto.

“É importante que as pessoas percebam que mesmo a caminhar, a correr ao ar livre, sobretudo nas horas piores, têm de proteger-se com chapéu e usar manga comprida”, salientou.

Para sensibilizar a população, a APCC criou um “Roteiro de Verão”, liderado por dermatologistas, com apoio de vários voluntários, que irão percorrer nos fins de semana de julho praias marítimas ou fluviais de todo o país, levando “mensagens concretas de proteção solar adequada” e explicando como se diagnostica precocemente os diferentes cancros da pele.

“Todos devem fazer o autoexame que tem regras próprias e saber o que valorizar”, disse Osvaldo Correia, aconselhando as pessoas a tirarem fotos aos sinais e compararem-nos: "se houver uma lesão nova ou que modificou ou é estranha recorra ao dermatologista para esclarecer se é uma lesão de risco que tem que se tirar ou não”.

No Dia do Euromelanoma mais de 45 serviços de dermatologia vão realizar rastreios gratuitos, uma iniciativa da APCC, com o apoio da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia e da Direção-Geral da Saúde.

A incidência desta doença tem aumentado mundialmente, estimando-se que sejam diagnosticados este ano em Portugal mais de 12.000 novos casos de cancros da pele e cerca de mil serão melanoma.

Contra a Ejaculação Precoce
Campanha pretende alertar para o tema da Ejaculação Precoce, desmistificando a temática desde o seu diagnóstico, consequências...

A ejaculação precoce (EP) é a forma mais comum de disfunção sexual sentida pelos homens, sendo que cerca de 30% da população masculina, já sentiu e experienciou, em algum momento das suas vidas, alguns dos seus sintomas e onde alguns estudos reclamam que pode atingir uma percentagem tão elevada como 75%. Tal facto pode provocar sentimentos de impotência, de falha de desempenho no homem, ou de satisfação sexual da parceira, mas a verdade é que a ejaculação precoce tem agora uma solução ao alcance de todos aqueles que pretendem tornar a sua performance sexual mais completa e duradoura.¹

A definição de ‘ejaculação precoce’ é interpretada pela Sociedade Internacional de Medicina Sexual como a ejaculação que ocorre em ‘menos de um minuto’, sendo uma condição que – apesar de depender igualmente de fatores tanto biológicos como fisiológicos - afeta homens com idades entre os 18 e os 60 anos, sendo mais comum do que a disfunção erétil. Fatores como a ansiedade, o stress, depressão, ou até mesmo cansaço físico, podem interferir com o desempenho sexual, assim como fatores físicos e intrínsecos à condição de cada um, onde causas genéticas e hormonais podem entrar em linha de conta quando se aborda o problema da ejaculação precoce.1

Apesar de a ejaculação precoce produzir sérios efeitos sobre o bem-estar psicológico e a qualidade de vida geral do paciente e do seu parceiro, apenas uma minoria de homens procura ajuda profissional. A pesquisa realizada pelo estudo PEPA (Premature Ejaculation Prevalence and Attitudes)1, por exemplo, mostrou que apenas 9% dos homens com ejaculação precoce consultavam um médico. A vergonha e a crença de que não existe um tratamento efetivo disponível são os principais motivos para não discutirem a ejaculação precoce com o seu médico.1

A mais recente campanha “Fsst, Fsst, Fsst. Contra a Ejaculação Precoce”, tem como objetivo alertar para um dos problemas sexuais masculinos mais comuns e com maior prevalência que a disfunção erétil, afetando até 600 milhões de homens em todo o mundo. Uma problemática com algum significado para a saúde e qualidade de vida global dos homens e seus parceiros. A campanha prevê contribuir para o esclarecimento de questões associadas à patologia tendo sido desenvolvido para o efeito o website www.aguentamaistempo.pt.

Tratamento contra a Ejaculação Precoce
Todos os tratamentos que estejam disponíveis e que ofereçam facilidade, simplicidade e rapidez nos resultados obtidos com um efeito durável ao longo do tempo vêm ajudar a quebrarem o ciclo vicioso da Ejaculação Precoce.2

Até ao momento, entre os tratamentos disponíveis existem a terapia sexual, o uso de alguns medicamentos e a psicoterapia. Para alguns casos, a combinação desses tratamentos pode funcionar melhor. No que se refere a soluções medicamentosas, podemos estar a falar desde antidepressivos, entre eles um grupo chamados inibidores selectivos de recaptação de serotonina (ISRS), os cremes anestésicos locais (não aprovados para esta indicação), entre outras soluções.2

Recentemente, alguns estudos clínicos com uma duração máxima de nove meses, mostraram que a utilização de anestésicos tópicos de baixas dosagens numa solução de pulverização tópica reduziu a sensibilidade na extremidade do pénis –e contribuiu para que a relação sexual tenha prolongado o tempo de desempenho.2

O sistema de distribuição de pulverização de dose medida permite que os agentes sejam depositados numa película na glande do pénis, reduzindo assim a sua sensibilidade. Isso é traduzido num atraso temporal de latência ejaculatória sem afetar negativamente a sensação de ejaculação e prazer sexual. A eficácia e elevada tolerabilidade da referida solução de pulverização tópica foram comprovadas por meio da latência, controlo e satisfação sexual ejaculatória aumentada em estudos de larga escala, demonstrando os benefícios significativos tanto para pacientes como para as suas parceiras.2

¹ Dinsmore WW, Wyllie MG. BJU Int. 2009 Apr;103(7):940-9.

² Porst H, Montorsi F, et al. “The Premature Ejaculation Prevalence and Attitudes (PEPA) survey: prevalence, comorbidities and professional help-seeking”, Eur Urol. 2007 Mar; 51(3):816-23; discussion 824. Epub 2006 Jul 26.

Prémios Human Resources
A Jaba Recordati, subsidiária do grupo Recordati, conquistou o lugar de liderança na categoria de Responsabilidade Social – PME...

No prémio Human Resources, o público é convidado a votar nas empresas que considera terem tido um melhor desempenho em diversas áreas relacionadas com a Gestão de Pessoas e no diretor de Pessoas e CEO de eleição. As listas de nomeados foram elaboradas pela equipa editorial da revista, com base em dezenas de estudos, e discutidas pelo painel de Conselheiros.

Nesta 7ª edição, “As Empresas Mais” abrangeram 24 categorias, totalizando 22 empresas e duas personalidades – melhor CEO/Presidente e melhor diretor de Gestão de Pessoas, a que se junta o Prémio Personalidade, atribuído pela redação da revista.

A distinção feita à Jaba Recordati, baseia-se na política de responsabilidade social que a farmacêutica tem vindo a desenvolver nos últimos anos e, nos resultados alcançados nesta área que faz com que toda a companhia se sinta envolvida com vista a atingir objetivos concretos que vão contribuir para uma causa maior junto da nossa sociedade. Para Nelson Pires, diretor-geral da Jaba Recordati, este prémio representa “O reconhecimento do trabalho desenvolvido, sendo igualmente um orgulho sermos distinguidos por devolvermos um pouco à sociedade do muito que esta nos dá”. A Jaba Recordati é, pelo segundo ano consecutivo, distinguida com o prémio Responsabilidade Social – PME pela HUman Resources.

Sobre a Jaba Recordati
A subsidiária portuguesa da multinacional farmacêutica de origem italiana, Recordati, que fatura cerca de 1.047 milhões de euros por ano, foi responsável em 2015 por um volume de negócios de 39 milhões de euros, correspondente a 3,7% da faturação global do grupo Recordati.

A Jaba Recordati emprega em Portugal 132 pessoas e ocupa o 15º lugar no ranking farmacêutico IMS Health, que conta com mais de 200 empresas a operar em Portugal (representa 1,8% do mercado nacional).

A Jaba Recordati atua em quatro áreas de negócio, produtos inovadores sujeitos a prescrição médica, genéricos, produtos de venda livre e "medicamentos órfãos" (medicamentos para doenças raras). As principais áreas terapêuticas são a cardiovascular, urologia, a dor, gastroenterologia, pediatria, OTC e genéricos. Implementa uma estratégia de diversificação de mercados e negócios para além daqueles onde está a operar nos PALOP, como Angola, Moçambique e Cabo Verde e onde está presente mais recentemente, como a Nigéria e Guiné-Bissau e tem em avaliação um novo destino em 2017.

UMinho
Uma equipa da Universidade do Minho conseguiu reverter os efeitos provocados por lesões na espinal medula, desenvolvendo uma ...

Em comunicado, a Universidade do Minho (UMinho) explica que os resultados baseiam-se num estudo realizado em modelos animais (ratos) com lesões moderadas na espinal medula, tendo sido possível "induzir a reparação da lesão e mostrar melhorias significativas no comportamento motor dos animais, para além de ajudarem na redução da inflamação", usando a "transplantação conjunta de dois tipos de células (células estaminais do tecido adiposo e células gliais do bolbo olfativo)".

O próximo passo naquela "nova abordagem terapêutica" para tratar lesões na espinal medula, "um órgão fundamental para a comunicação entre o cérebro e o resto do corpo, funcionando como uma espécie de autoestrada de informação nervosa", será agora centrado na validação deste tipo de estratégias em animais de maior porte num contexto clínico veterinário, esperando a UMinho obter dados que possibilitem, no futuro, a passagem para um estudo experimental em humanos.

"Para este tipo específico de lesões (hemi-secção torácica), a transplantação celular sem qualquer tipo de tratamento complementar foi suficiente para obter resultados positivos, o que acaba por ser a grande novidade deste trabalho e revela o potencial desta estratégia", sublinha António Salgado, coordenador do estudo, realizado também com Eduardo Gomes, Sofia Mendes, Nuno Silva e António Salgado, do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) e da Escola de Medicina da academia minhota.

A UMinho adianta que António Salgado e a sua equipa tinham já conseguido reverter lesões severas em modelos animais, através da combinação de duas terapêuticas: "a transplantação de células estaminais e o uso de biomateriais, ou seja, materiais que vão ser aplicados com uma função biológica. Os investigadores trabalham com um biomaterial semelhante a um gel que armazena células na sua estrutura e que são injetadas na espinal medula", lê-se.

"Quisemos ver o que acontecia sem usar biomateriais num modelo menos severo", explica o investigador.

"Em modelos que não sejam tão graves do ponto de vista de impacto nas lesões da espinal medula, a transplantação de células sem utilização de biomateriais é, por si só, suficiente".

A academia do Minho salienta que "este trabalho vem comprovar que lesões diferentes requerem abordagens diferentes e que o sucesso das terapêuticas está muito dependente do grau de lesão existente".

Desta forma, explana o comunicado, "as lesões que afetem a espinal medula comprometem seriamente a capacidade motora e sensorial dos pacientes", sendo que "as consequências secundárias da lesão, associadas à baixa capacidade de regeneração do tecido nervoso, fazem com que ainda hoje não haja tratamento para este tipo de lesões".

Os resultados foram destacados na capa da edição de maio da revista Stem Cells, resultando de uma parceria com as universidades de Coimbra, Tulane e Thomas Jefferson (estas duas últimas nos Estados Unidos).

A investigação foi financiada pelo Prémio Melo e Castro - Prémio Santa Casa Neurociências, atribuído pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Alimentação saudável
Motivado por resultados de estudo que analisou o impacto da taxa sobre bebidas com açúcar, equipa de Adalberto Campos Fernandes...

O Ministério da Saúde quer voltar à carga para criar um imposto sobre alimentos com excesso de sal. A propósito da publicação recente de um estudo na revista da Ordem dos Médicos sobre o impacto da taxa sobre as bebidas açucaradas, que levou a uma redução de consumo de 5630 toneladas de açúcar em 2017, o gabinete do secretário de Estado Adjunto e da Saúde admite ao Diário de Notícias o alargamento do chamado Imposto Especial de Consumo (IEC) a outra área, depois de essa hipótese já ter sido chumbada uma primeira vez no debate do Orçamento para este ano no Parlamento.

A equipa de Adalberto Campos Fernandes não se compromete com nenhum calendário para reapresentar a medida, mas também não deixa de sublinhar que neste momento há um grupo de trabalho a fazer "uma avaliação mais profunda do impacto do IEC" e que terá em conta as suas propostas para elaborar o Orçamento de 2019.

A experiência do IEC aplicada aos refrigerantes, bebidas energéticas, concentrados e águas aromatizadas levou a uma transferência do consumo de produtos com níveis mais altos de açúcar, incluídos no escalão superior de taxação, para o escalão com teores inferiores. Transferência que levou a uma diminuição de 15% do volume total de açúcar consumido através da gama de bebidas abrangidas pelo imposto. O artigo "Fiscalidade ao serviço da Saúde Pública: a experiência da taxação das bebidas açucaradas em Portugal", publicado na edição de abril da Acta Médica Portuguesa - que tem entre os seus autores o próprio secretário de Estado da Saúde, Fernando Araújo, ao lado de nomes como o da bastonária dos nutricionistas, Alexandra Bento - aponta ainda que "a redução no volume de açúcar ingerido através de bebidas em 2017 foi superior ao valor total de redução verificada, através de mecanismos de educação e autorregulação, entre os anos de 2013 e 2016".

Resultados que para o ministério são animadores, "com um impacto importante principalmente junto dos mais jovens e dos grupos mais desfavorecidos", e que levam já a pensar numa nova frente de batalha: o sal. "Pela sua base científica robusta, também a implementação de um IEC dirigido aos alimentos com excesso de sal (rejeitada pelo Parlamento no âmbito da Lei do Orçamento do Estado para 2018), continua a apresentar-se, na perspetiva do Ministério da Saúde, pertinente, dado os efeitos nefastos do excesso de sal na dieta dos portugueses", adiantou o gabinete do secretário de Estado ao DN, que reforça: "A evidência científica defende que as medidas fiscais se encontram entre os instrumentos mais eficazes na alteração dos hábitos alimentares pelos consumidores, a curto prazo."

"Evidências científicas" que não convenceram CDS, PSD e PCP, que em novembro do ano passado chumbaram o que ficou conhecido como o "imposto batata frita", que também previa uma taxa adicional sobre produtos como bolachas, biscoitos e flocos de cereais com excesso de sal. Centristas - que tinham proposto a eliminação da medida, que previa arrecadar 30 milhões de euros a serem canalizados para o Serviço Nacional de Saúde - e comunistas alinharam pela mesma tese, a de que a mudança de hábitos alimentares não se faz pela via fiscal. Isto apesar de o estudo agora publicado na revista da Ordem lembrar que, em relação ao açúcar e com base no que é "atualmente reconhecido por muitas entidades da saúde de grande reputação a nível mundial", a "aplicação de regimes de taxação de bebidas adicionadas de açúcar tem o potencial de reduzir os impactos das doenças provocadas pelo consumo excessivo de açúcar e dos custos a elas associados no curto prazo". Argumentos que não deixarão de marcar a esperada reprise parlamentar a propósito do imposto do sal, muito provavelmente lá para depois do verão...

Alimentos mais saudáveis até 2021
Estes não são os primeiros passos da equipa de Adalberto Campos Fernandes nesta área, depois de ter criado um grupo de trabalho, ainda em funções, para preparar um acordo com a indústria alimentar com o objetivo de reduzir os teores de sal, açúcar e gorduras nos alimentos mais consumidos pelos portugueses até 2021. Outro dos objetivos passa por estabelecer um protocolo com a Indústria Nacional da Panificação para reduzir o teor de sal adicionado no pão comercializado em Portugal para valores inferiores a um grama de sal por cada cem gramas de massa de pão.

Serviço Nacional de Saúde
Dois anos depois da publicação da lei que permite a livre circulação dentro do SNS, 357 mil utentes escolheram o hospital onde...

Dois terços dos utentes do Serviço Nacional de Saúde ainda não sabem que podem escolher o hospital onde querem ser tratados. Dois anos depois da publicação do despacho que passou a letra de lei o livre acesso dentro do SNS, um inquérito realizado pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) a que o Diário de Notícias teve acesso revela um grande desconhecimento da população em relação à medida, em especial nas regiões a sul do Tejo. A entidade que gere os equipamentos e recursos humanos deste setor já está a estudar novas formas de a divulgar.

A liberdade de escolha foi publicada a 3 de maio de 2016 e entrou em vigor um mês depois. Desde essa altura, 357 mil utentes tiveram consulta num hospital fora da sua área, o que equivale a 11% do total de pedidos de consultas de especialidade. E dentro deste universo, Lisboa e Vale do Tejo é a região que concentra mais circulação de doentes: tem o maior número de pedidos de consulta fora da rede de referenciação tradicional (16,8%); no top cinco dos hospitais com mais pedidos de fora da rede estão três da capital, a que se juntam outros dois do Porto (ao Centro Hospitalar Lisboa Central, Centro Hospitalar Lisboa Norte e Lisboa Ocidental somam-se os centros hospitalares de São João e o do Porto); e os Agrupamentos de Centros de Saúde com mais pedidos são de algumas das áreas mais habitadas da Grande Lisboa (Sintra, Amadora, Oeste Sul e Arco Ribeirinho). No Área Metropolitana do Porto o destaque vai para Gondomar.

No entanto, apesar de os dados mostrarem já uma adesão importante a esta medida - que em termos percentuais se tem mantido estável desde o início, tendo em conta informações do próprio ministro da Saúde em junho de 2016, que já apontavam para 10% de utentes que tinham pedido para serem seguidos noutro hospital -, um inquérito telefónico realizado pela ACSS no mês passado veio mostrar que a grande maioria dos quase dois mil inquiridos ainda a desconhece. Apesar de 80% dos utentes considerarem "Muito importante" (44,9%) ou "Importante" (35,3%) poderem escolher um hospital para a realização de uma consulta hospitalar, 67% ainda não sabem que têm essa hipótese. Desconhecimento mais evidente nas regiões de saúde do Algarve (77,1%) e do Alentejo (69,7%), enquanto Lisboa, mais uma vez, é aquela em que se verifica uma maior percentagem de doentes que conhecem esta possibilidade (40,6%).

"À luz dos dados apurados no inquérito, o Ministério da Saúde está a analisar a adoção de novas medidas de comunicação e de informação junto dos utentes e profissionais de saúde sobre a utilização do Livre Acesso e Circulação (LAC)", adianta a ACSS. O Diário de Notícias questionou o vogal da Administração Central do Sistema de Saúde sobre as medidas que estão a ser preparadas para divulgar a liberdade de escolha. "Do nosso lado continuaremos a aproveitar todas as oportunidades para reforçar esta mensagem, disponibilizando cada vez mais informação sobre o acesso no Portal do SNS, realizando campanhas de informação e sessões de esclarecimento dirigidas aos cidadãos, em parceria com os representantes das associações de doentes e com a DECO, entre outras iniciativas", avança Ricardo Mestre.

Aposta no telerastreio
Em entrevista recente ao Diário de Notícias, a propósito de casos de primeiras consultas hospitalares com prazos muito acima do recomendado, o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar queixava-se que os médicos de família ainda não conseguem ter acesso em tempo real aos tempos de espera, de forma a referenciarem melhor os doentes. Neste momento, os tempos publicados no portal online reportam a 30 de novembro do ano passado, cerca de meio ano.

"Inicialmente pensei que [a liberdade de escolha] iria facilitar mais o acesso, mas na prática tem apenas pequenas vantagens, porque não é visível o tempo de espera estimado ou qualquer outra informação que permita ajudar o doente a fazer opções, na altura do pedido", sublinhou Rui Nogueira ao Diário de Notícias há menos de um mês. "A existência de informação pública sobre os tempos de resposta dos hospitais do SNS é uma realidade recente, iniciada em meados de 2016, que está relacionada com a criação do Portal do SNS e com a implementação do princípio da liberdade de escolha dos cidadãos", lembra Ricardo Mestre, em resposta ao Diário de Notícias. "Por norma, a informação dos tempos de resposta é atualizada mensalmente no Portal do SNS, existindo sempre um período de atualização maior para apuramento dos dados quando se trata da informação agregada do final de cada ano".

Os dados da ACSS mostram que as especialidades médicas com maior número de pedidos de consulta são Ortopedia, Oftalmologia e Dermatologia, algumas das áreas com maiores problemas de tempos de espera a nível nacional, como mostrava a notícia de abril do Diário de Notícias, que apontava um caso de extremo em Aveiro, onde os doentes esperam em média cerca de três anos por uma consulta de Dermatovenereologia. "O caso da dermatologia é um bom exemplo de como a inovação organizacional e das práticas clínicas contribui para a melhoria do acesso no SNS", responde Ricardo Mestre (ver entrevista ao lado), apontando para uma aposta no telerastreio.

O que é a liberdade de escolha?
O despacho do Livre Acesso e Circulação de Utentes no SNS foi publicado a 3 de maio de 2016 e entrou em vigor a 1 de junho do mesmo ano. Possibilita ao utente, em conjunto com o médico de família, optar por qualquer um dos hospitais do SNS onde exista a consulta de especialidade de que necessita. A referenciação é feita de acordo com o interesse do utente, segundo critérios de proximidade geográfica e tendo em conta os tempos médios de resposta publicados no Portal do SNS.

Estudo
Uma dieta rica em hidratos de carbono pode levar o sexo feminino a atingir a menopausa um ano e meio mais cedo do que o normal,...

Alimentos como massas e arroz devem ser comidos com moderação e, em contrapartida, uma dieta rica em peixe e leguminosas, como ervilhas, feijões, lentilhas e grão-de-bico, é capaz de atrasar a menopausa natural. As conclusões são de um novo estudo publicado esta semana no "Journal of Epidemiology & Community Health".

Os autores da investigação destacam que o estudo é apenas observacional, e não é possível, por isso, estabelecer uma relação de causa e efeito, escreve o Sapo. Os cientistas recordam ainda que há outros fatores - como os genes - que influenciam o aparecimento deste processo fisiológico natural.

A investigação avaliou 914 mulheres britânicas. Segundo os cientistas, as leguminosas contêm antioxidantes que podem preservar a ocorrência da menstruação durante mais tempo de vida.

Também os ácidos gordos, como o ómega-3, dos peixes estimulam a capacidade antioxidante no organismo, frisa o estudo.

Por outro lado, os hidratos de carbono refinados aumentam o risco de resistência à insulina, o que pode interferir na atividade das hormonas sexuais e aumentar os níveis de estrogénio, esgotando o organismo e antecipando a menopausa, destaca a investigação.

"Uma compreensão clara de como a dieta afeta o início da menopausa natural será muito benéfica para as mulheres que já podem estar em risco ou que tenham um histórico familiar de certas complicações relacionadas com a menopausa", comenta Janet Cade, professora de epidemiologia nutricional em Leeds e co-autora do estudo.

Sociedade Portuguesa de Reumatologia
Os sintomas das espondilartrites - uma doença inflamatória reumática - são comummente confundidos com dores nas costas ...

"Embora haja um número relativamente elevado de pessoas com patologias do foro músculo-esquelético, nomeadamente espondilartrite, a verdade é que os portugueses não têm ainda consciência dos sinais e das suas manifestações clínicas", começam por alertar os médicos reumatologistas da Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR) em comunicado.

Para estes especialistas, escreve o Sapo, esta realidade leva a que existam muitos casos subdiagnosticados de doenças reumáticas e, por conseguinte, de doentes que não estão a receber nenhum tipo de cuidados médicos.

Segundo o presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia, o médico José Canas da Silva, "o tempo até ao diagnóstico das doenças reumáticas ainda é dos mais altos da Europa", sendo que "em certas zonas do país, o acesso à especialidade encontra-se limitado".

Várias doenças que são do foro reumatológico
"As espondilartrites constituem um grupo de doenças reumáticas de natureza inflamatória e crónica que partilham características clínicas e genéticas entre si. As espondilartrites afetam sobretudo a coluna vertebral e a região sacroilíaca, podendo ocorrer também atingimento periférico manifesto por dor e inflamação em articulações sobretudo nos membros inferiores", explica o reumatologista.

"De igual forma as inserções dos ligamentos e tendões podem estar envolvidos, por exemplo, causando inflamação do tendão de Aquiles e fascia plantar ao nível do calcanhar. Este grupo de doenças engloba a artrite reativa, a artrite psoriática, as artrites relacionadas com inflamação do intestino e a espondilite anquilosante, esta última considerada paradigma das espondilartrites", acrescenta.

O médico alerta ainda que as espondilartrites são ainda responsáveis, anualmente, por inúmeras baixas médicas e até reformas antecipadas - muitas vezes por falta de diagnóstico e tratamento adequado. Estas doenças, quando não tratadas, causam dor crónica e podem originar incapacidade física irreversível.

8 de maio - Dia Mundial do Cancro do Ovário
O cancro do ovário é, a nível mundial, o sétimo tumor maligno mais comum entre as mulheres. Liga Portuguesa contra o Cancro...

Em Portugal o cancro do ovário mata anualmente cerca de 350 mulheres, mas muitas destas vidas poderiam ser poupadas apenas com um diagnóstico precoce. Os números globais revelam que 60% de todos os casos são diagnosticados num estádio avançado, escreve o Sapo.

Na véspera do Dia Mundial do Cancro do Ovário, que se assinala a 8 de maio, a Liga Portuguesa contra o Cancro (LPCC) deixa o alerta, em forma de campanha, que chama a atenção para os sinais e sintomas e a necessidade de consultas regulares com um médico especialista.

"De acordo com dados de 2016, 357 mulheres morreram por cancro do ovário em Portugal, cerca de 30 por mês, o que torna este um dos tipos de cancro mais mortal no sexo feminino", frisa a LPCC em comunicado.

Os sintomas que tem de saber
Esta doença apresenta sintomas que são frequentemente atribuídos a outras causas o que permite que o tumor se desenvolva e reduzindo as probabilidades de sobrevivência. Os dados científicos confirmam: um diagnóstico da doença no Estádio I tem uma probabilidade de sobrevivência a 5 anos de 92%. No Estádio IV, a percentagem não vai além dos 29%.

As mulheres devem estar atentas a estes sintomas e, se persistirem, deve consultar um médico especialista

De facto, os sintomas do cancro do ovário podem ser vagos, especialmente nas fases iniciais da doença e não são específicos desta doença. Os sintomas mais comuns são o inchaço contínuo, sensação de enfartamento, dor abdominal ou pélvica, necessidade urgente e frequente de urinar, facilmente associados a outros problemas, que as mulheres podem ter tendência a desvalorizar.

"As mulheres devem estar atentas a estes sintomas e, se persistirem, deve consultar um médico especialista", alerta a LPCC.

Apesar de todas as mulheres do mundo estarem em risco de desenvolver cancro do ovário, existem fatores de risco associados, como a idade (a incidência aumenta com o passar dos anos e a maioria dos casos ocorre após a menopausa), fatores reprodutivos e endócrinos, ambientais, obesidade e a predisposição genética (história familiar da doença).

Aqui, destaca-se uma herança genética específica, associada às mutações dos genes BRCA1 e BRCA2. Segundo os dados existentes, até 39% das mulheres que herdam uma mutação do gene BRCA1 têm maior probabilidade de desenvolver cancro no ovário até aos 70 anos, o mesmo acontecendo para 11 a 17% das que herdam uma mutação do gene BRCA2.

Gulbenkian
Um projeto da Gulbenkian conseguiu reduzir para metade o número de infeções hospitalares em 19 hospitais. Os resultados são...

As infeções hospitalares são um problema grave em Portugal, mas o projeto que durou três anos e a que se candidataram dezenas de hospitais travou o problema recorrendo a um método inovador.

Jorge Soares, diretor do programa Inovar em Saúde da Gulbenkian, explica que estes resultados são uma ótima notícia para os hospitais portugueses onde as infeções hospitalares são demasiados comuns, além de um sinal de que é possível fazer melhor sem gastar muito dinheiro.

O responsável da Gulbenkian explica que conseguiram reduzir as infeções hospitalares para metade, escreve a TSF.

Jorge Soares adianta que basicamente copiaram o que existia de bom no estrangeiro.

O projeto envolveu alguns dos maiores hospitais do país como o Santa Maria e São José, em Lisboa, ou o São João no Porto.

O Governo já anunciou que vai tentar alargar as práticas deste projeto da Gulbenkian aos outros hospitais públicos do país que por agora ficaram de fora. Portugal é um dos países da União Europeia mais afetado por infeções hospitalares.

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