OMS
A Organização Mundial da Saúde analisou a lista de doenças que são uma prioridade para este organismo das Nações Unidas e...

O "Plano de Ação 2018 Pesquisa & Desenvolvimento" da Organização Mundial da Saúde (OMS) resume estratégias e planos de contingência para enfrentar as ameaças representadas por uma série de patologias. Este ano a lista conta com sete doenças e uma patologia designada de "hipótese" à qual se atribuiu o nome de "doença X".

A inclusão da doença X decorre da necessidade dos cientistas estarem preparados para enfrentar o desconhecido ou uma doença nova, explica a OMS.

De acordo com o organismo, esta doença "representa a consciência de que um agente patogénico atualmente desconhecido pode causar uma epidemia internacional grave". "A experiência ensinou-nos que seremos atingidos por algo que não previmos", alerta o médico Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, citado pela BBC. O médico referia-se aos vírus zika e ébola que recentemente provocaram epidemias que mataram milhares de pessoas em África e na América Latina.

A partir dessa premissa, o documento da OMS pretende ser uma ferramenta "para identificar as doenças que são um risco para a saúde pública pelo seu potencial epidémico" e cujas atuais medidas para as combater são insuficientes ou simplesmente inexistentes.

Febre hemorrágica da Crimeia-Congo
O vírus causador desta doença provoca surtos graves de febre hemorrágica, com uma taxa de mortalidade que ronda os 40%. É uma doença endémica do continente africano, mas também dos Balcãs, Médio Oriente e Ásia. Os principais vetores de transmissão são o gado e os carrapatos. Entre humanos, é possível haver contágio pelo contacto com sangue e outros líquidos corporais dos infetados. Não há vacina para pessoas ou animais.

Vírus ébola
A sua taxa de mortalidade do ébola ronda os 50%. A higiene e a segurança na forma de enterrar as vítimas mortais é a melhor maneira de prevenir contágios em massa, como os que produziram o surto epidémico que arrasou quatro países africanos entre 2014 e 2016. Não existe ainda uma vacina autorizada nem 100% eficaz contra esta doença.

Vírus de Marburg
Uma vez infetado, dificilmente se sobrevive. Esta doença endémica em África é transmitida por uma espécie de morcego que atua como hospedeiro, mas também pode ser contagiada entre humanos. Os infetados desenvolvem febre hemorrágica grave com uma taxa de mortalidade de 50%.

Febre do Lassa
Esta doença hemorrágica aguda da África Ocidental é causada por um vírus transmitido pelo contacto com alimentos ou utensílios contaminados ou pelo excremento de roedores. A taxa de mortalidade chega aos 15%.

Síndrome respiratória causada pelo coronavírus do Médio Oriente
O vírus causador desta doença foi identificada pela primeira vez em 2012 na Arábia Saudita. É uma doença respiratória cujos sintomas são tosse, febre e dificuldades de respiração. Geralmente é acompanhada por pneumonia. Segundo dados da OMS, cerca de 35% dos pacientes não resistem.

Síndrome respiratória aguda grave (SARS, na sigla em inglês)
É uma forma de pneumonia provocada por um vírus identificado pela primeira vez em 2003. Os pacientes desenvolvem problemas respiratórios agudos, acabando por sucumbir nos casos que não respondem ao tratamento preconizado.

Febre do Vale Rift
Esta doença tem uma maior incidência em animais do que em humanos. Os seres humanos são infetados pelo contacto com sangue. Às vezes, também por picadas de mosquitos. A maioria dos casos são leves, mas alguns pacientes desenvolvem uma variante mais grave que surge associada a problemas oculares, meningoencefalite ou febre hemorrágica.

Zika
A doença é causada por um vírus transmitido principalmente pelos mosquitos do género Aedes aegypti. Os pacientes apresentam sintomas como febre moderada, conjuntivite, dores musculares e articulares. O zika pode provocar microcefalia fetal e problemas neurológicos graves em adultos.

Estudo
A anemia falciforme pode não ser tão conhecida como o VIH/Sida, a tuberculose ou a diabetes, mas afeta milhões de pessoas em...

Segundo a Fundação Sickle Cell Disease, uma instituição na Califórnia que se dedica ao estudo da anemia falciforme, há 250 milhões portadores de um gene que se for herdado de ambos os progenitores pode dar origem a esta doença que é diagnosticada todos os anos em cerca de 300 mil pessoas.

A patologia é uma das doenças genéticas mais comuns: é caracterizada por uma alteração na fisionomia dos glóbulos vermelhos, que perdem a forma arredondada e adquirem o aspeto de uma foice, escreve o Sapo.

Essa deformidade provoca o endurecimento dos glóbulos vermelhos, dificultando a passagem do sangue pelos vasos e a oxigenação dos tecidos. A anemia falciforme pode causar dores, anemia crónica e levar à falência de vários órgãos vitais.

Um estudo recente conduzido por investigadores do Center for Research on Genomics and Global Health (CRGGH), com base na análise do genoma de 3 mil pessoas, associou a anemia falciforme a uma mutação genética que se teria manifestado em apenas uma criança há 7 mil anos. Segundo a investigação, há milhares de anos, quando o deserto do Sahara era uma área húmida e chuvosa, coberta de floresta, uma criança nasceu com uma mutação genética que lhe conferiu imunidade contra a malária, descreve a radiotelevisão britânica BBC.

Esta doença - a malária - era tão mortal há milhares de anos como é hoje: mata uma criança a cada dois minutos em todo o mundo.

Viveu mais, cresceu mais e teve mais filhos
Há milhares de anos, essa mutação deu à criança portadora uma grande vantagem: viveu mais, cresceu mais e teve mais filhos porque sobreviveu à malária e não desenvolveu a anemia falciforme. Os seus filhos herdaram essa mutação e reproduziram-se. Mesmo hoje em dia as pessoas que têm a mutação do gene são mais resistentes à malária.

Mas é aí que entram as más consequências: se uma pessoa herda o gene com aquela mutação de ambos os progenitores acaba por desenvolver a anemia falciforme, doença que pode dar origem a problemas pulmonares e cardiovasculares, dores nas articulações e fadiga intensa. E, para piorar, perde também a proteção natural contra a malária.

Num estudo publicado na semana passada na revista científica "American Journal of Human Genetics", os cientistas Daniel Shriner e Charles Rotimi apresentaram esta descoberta após a análise do genoma de 3 mil pessoas, das quais 156 tinham anemia falciforme.

Segundo a Fundação Sickle Cell Disease, uma instituição na Califórnia que se dedica ao estudo da anemia falciforme, há 250 milhões portadores de um gene que se for herdado de ambos os progenitores pode dar origem a esta doença que é diagnosticada todos os anos em cerca de 300 mil pessoas.

A patologia é uma das doenças genéticas mais comuns: é caracterizada por uma alteração na fisionomia dos glóbulos vermelhos, que perdem a forma arredondada e adquirem o aspeto de uma foice, escreve o Sapo.

Essa deformidade provoca o endurecimento dos glóbulos vermelhos, dificultando a passagem do sangue pelos vasos e a oxigenação dos tecidos. A anemia falciforme pode causar dores, anemia crónica e levar à falência de vários órgãos vitais.

Um estudo recente conduzido por investigadores do Center for Research on Genomics and Global Health (CRGGH), com base na análise do genoma de 3 mil pessoas, associou a anemia falciforme a uma mutação genética que se teria manifestado em apenas uma criança há 7 mil anos. Segundo a investigação, há milhares de anos, quando o deserto do Sahara era uma área húmida e chuvosa, coberta de floresta, uma criança nasceu com uma mutação genética que lhe conferiu imunidade contra a malária, descreve a radiotelevisão britânica BBC.

Esta doença - a malária - era tão mortal há milhares de anos como é hoje: mata uma criança a cada dois minutos em todo o mundo.

Viveu mais, cresceu mais e teve mais filhos
Há milhares de anos, essa mutação deu à criança portadora uma grande vantagem: viveu mais, cresceu mais e teve mais filhos porque sobreviveu à malária e não desenvolveu a anemia falciforme. Os seus filhos herdaram essa mutação e reproduziram-se. Mesmo hoje em dia as pessoas que têm a mutação do gene são mais resistentes à malária.

Mas é aí que entram as más consequências: se uma pessoa herda o gene com aquela mutação de ambos os progenitores acaba por desenvolver a anemia falciforme, doença que pode dar origem a problemas pulmonares e cardiovasculares, dores nas articulações e fadiga intensa. E, para piorar, perde também a proteção natural contra a malária.

Num estudo publicado na semana passada na revista científica "American Journal of Human Genetics", os cientistas Daniel Shriner e Charles Rotimi apresentaram esta descoberta após a análise do genoma de 3 mil pessoas, das quais 156 tinham anemia falciforme.

Horário de verão
O presidente da Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono aconselha as pessoas a anteciparem lentamente a...

Nas vésperas da mudança para o horário de verão, que acontece na madrugada do próximo domingo, Miguel Meira e Cruz alerta que “desafiar o tempo interno é um risco real para a saúde” e aponta algumas formas de o minimizar.

“Apesar da solução para os problemas decorrentes da mudança da hora estar unicamente na abolição desta medida, é possível minimizar alguns dos efeitos assumindo alguns cuidados”, defende Miguel Meira e Cruz em comunicado.

Neste contexto, “é importante”, no que respeita ao sono, que as pessoas se deitem “um pouco mais cedo nos dias que antecedem o adiantar dos ponteiros” uma hora, salienta ao Sapo o especialista em medicina do sono.

Por outro lado, adverte, “adiantar os ponteiros significa para algumas pessoas com cronotipo matutino, deitar-se ainda com sol, o que pode dificultar o adormecer e afetar a continuidade do sono”. “É importante que, nestas circunstâncias, o quarto seja mantido escuro e com temperaturas adequadas (nem muito frio, nem muito calor) para que o sono se processe da melhor forma”, aconselha.

Desportistas devem antecipar treinos
Os que praticam exercício físico em horas tardias também devem tentar antecipar o horário do exercício, bem como a sua intensidade.

Segundo o investigador do Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa, “não existe prova convincente” de que ganhar “uma hora extra de sol” represente “poupanças efetivas”. “Existe sim, sem sombra de dúvida, um prejuízo tremendo, que pode ser maior ou menor dependendo do cronotipo e da robustez do relógio de cada um”, salienta. Miguel Meira e Cruz refere ainda que existem várias razões para se considerar totalmente inoportuna a mudança que ocorre duas vezes por ano.

Apesar de ser sobre o sono que estas alterações horárias parecem ter mais efeitos, cada um dos órgãos sofre “um desajuste que demora bem mais tempo a recuperar do que o desacerto do ciclo vigília-sono”. “Sabemos por exemplo que existe uma interação dinâmica entre o relógio circadiano interno e a divisão celular e que esta interação influencia por exemplo o desenvolvimento de certas doenças, nomeadamente tumorais. É efetivamente real o risco e o efeito pode não ser visível a curto prazo, mas existe”, salienta.

Também vários trabalhos epidemiológicos têm sugerido repetidamente que a mudança horária aumenta o risco cardiovascular, de acidentes e a ocorrência de maior instabilidade emocional, sobretudo em pessoas vulneráveis.

O investigador adianta que a maioria das pessoas esquece o impacto inicial da mudança após três ou quatro dias, sobretudo pela “frequência de horários irregulares e de maus hábitos” que têm relativamente ao sono e que “fazem ter dúvidas sobre o que é que provoca o quê”.

 

Hora do Planeta
A iniciativa Hora do Planeta, no sábado, já tem a adesão de 86 municípios portugueses, que vão desligar as luzes como gesto...

Entre as 20:30 e as 21:30, vários municípios e monumentos ficam às escuras, acompanhando a iniciativa da organização internacional de proteção da natureza WWF, a decorrer em muitos países do mundo, uma ação simbólica para alertar para a necessidade de mudar comportamentos em nome da defesa do planeta.

Entre os monumentos que se comprometeram a apagar as luzes estão, segundo o Sapo, o Cristo Rei, o Castelo de São Jorge, a Torre de Belém ou o Mosteiro dos Jerónimos, na região de Lisboa, o Museu do Mar, em Cascais, os castelos de Guimarães, de Pombal, de Silves e de Figueira de Castelo Rodrigo, o Santuário do Sameiro e do Bom Jesus (Braga), a Casa Amarela (Viseu), a Ponte D. Maria, Convento S. Francisco (Santarém) ou a Ponte D. Luiz (Porto).

O número de autarquias a aderir a esta 11.ª edição da Hora do Planeta ainda está abaixo das 144 registadas em 2017, o maior número de sempre em Portugal.

Em iniciativas associadas, Lisboa e Cascais organizam passeios de bicicleta, “Pedaladas pelo Planeta”, e outras ações estão programadas por todo o país, como tem acontecido nos últimos anos, como espetáculos ou jantares à luz de velas, aulas de ioga ou caminhadas.

A Associação Natureza Portugal WWF (ANP|WWF), defende que "é possível travar as alterações climáticas com pequenas mudanças de hábitos quotidianos, como a utilização de menos combustíveis fósseis privilegiando meios de transporte amigos do ambiente".

Um 'apagão' global
O 'apagão' inicia-se com o desligar do gigante interruptor simbólico da WWF, e contará com a presença de representantes da ANP|WWF, de alguns dos embaixadores da Hora do Planeta que se associaram à iniciativa e que vão pedalar pelo Planeta e ainda um representante de cada uma das autarquias.

Para a diretora executiva da ANP|WWF, Angela Morgado, a participação na Hora do Planeta pode ser concretizada de variadas formas, porque o que se pretende é alertar para a necessidade de todos alterarem hábitos quotidianos para um modo de vida mais sustentável.

No ano passado, a Hora do Planeta atingiu um recorde mundial, com 3.100 monumentos a ficarem às escuras em 187 países e territórios entre as 20:30 e as 21:30.

Estudo
As preocupações dos consumidores portugueses com o meio ambiente aumentaram em 2017 face ao ano anterior, mas, apesar desta...

Em causa está um estudo anual realizado pela terceira vez consecutiva no âmbito do Observatório do Consumo Consciente, pelo Fórum do Consumo em parceria com a Universidade Lusófona e o IADE/Universidade Europeia, que demonstrou que, ano passado, os consumidores portugueses estavam “mais preocupados com ambiente”, já que “as atitudes e preocupações ambientais aumentaram cerca de 8,5% face a 2016”..

Contudo, ainda são poucos os que estão “dispostos a pagar mais por produtos sustentáveis ou a pagar taxas ambientais”, refere o mesmo documento.

Em declarações, escreve o Sapo, o presidente do Fórum do Consumo, José António Rousseau, observou que “uma coisa é aquilo que as pessoas dizem que apoiam e outra é o que realmente fazem”.

“Este é um dos aspetos mais evidenciados pelo estudo: [os portugueses] querem ser amigos do ambiente, mas se tiverem de pagar um pouco mais por detergentes amigos do ambiente ou por produtos biológicos, não estão disponíveis para o fazer”, acrescentou o responsável.

Pessoas estão contra mais taxas
O mesmo acontece com as taxas ambientais, de acordo com José António Rousseau, que salientou que, “se estas fossem criadas, as pessoas não gostariam e iriam opor-se”.

No estudo, o indicador das atitudes ambientais passou de 66,1 em 2016 para 69 no ano seguinte, continuando dentro do mesmo patamar de avaliação, o bom.

Ainda assim, no que toca à disponibilidade para “pagar mais por um produto com menos impacto ambiental ou a pagar uma taxa”, a pontuação já baixou para 45,3 no ano passado.

Em sentido inverso, a necessidade de “reduzir os níveis de consumo para melhorar o ambiente para as gerações futuras” teve uma pontuação de 79,9 em 2017.

Para este estudo, foram inquiridas 1.257 pessoas com mais de 15 anos residentes em todo o país, numa amostra representativa em termos de género, idade, região e dimensão dos agregados.

Dos inquiridos que afirmaram ter comprado detergentes não poluentes mesmo mais caros, e dos que disseram comprar comida biológica, destacaram-se os jovens dos 15 aos 24 anos e a zona do Alentejo.

O estudo mostra também que os consumidores portugueses adotam “comportamentos mais fáceis” como desligar as luzes e fechar a torneira, apontou o presidente do Fórum do Consumo.

Contudo, ainda revela que os consumidores portugueses “não usam muito as boleias nem os transportes públicos, continuando a preferir o automóvel particular”, assinalou José António Rousseau.

Se por um lado foram os jovens dos 15 aos 24 anos e da zona do Grande Porto que mais disseram usar transportes públicos, quem mais indicou usar o automóvel para deslocações diárias foi a população com mais de 65 anos e da zona do Alentejo.

O estudo é hoje apresentado na Universidade Lusófona, numa parceria com a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO).

Artigo de Opinião
Um dos avanços que se está a implementar cada vez com mais força na prática clínica é a biópsia líqu

Trata-se do estudo de uma amostra de sangue ou de fluído capaz de confirmar a origem e as características de determinados tumores com uma fiabilidade muito idêntica à da biópsia de tecido tradicional, mas de uma forma muito menos invasiva para os nossos doentes.

Esta técnica analisa o ADN e outros derivados tumorais presentes no sangue em que as alterações genéticas podem ser detetadas. Os testes genómicos que são usados para isso oferecem-nos novas alternativas para extrair amostras dos tumores, uma prática que nem sempre é fácil. Além de nos dar resultados mais rápidos, também nos permite monitorizar a doença para que possamos antecipar a sua evolução e adaptar o tratamento em cada momento às necessidades do doente de forma personalizada.

É mais uma ferramenta da chamada oncologia de precisão, com a qual os especialistas tentam encontrar um tratamento "alvo", ou seja, o que melhor atende às necessidades de cada doente. E não é fácil que um cancro seja igual a outro, mesmo que sejam chamados pelo mesmo nome, pois podem ser causados por diferentes alterações a nível molecular.

Na verdade, já existem soluções muito eficazes para a realização de biópsias líquidas em três dos tipos mais comuns de cancro: o pulmão, a mama e o cólon. Como prova, a agência de medicamentos dos EUA, a FDA, reconheceu recentemente que este sistema deve ser a primeira ferramenta de diagnóstico para o cancro do pulmão de células não pequenas.

Outras variantes oncológicas

Existem alguns tipos de tumores em que sabemos que é benéfico complementar os estudos em biópsia líquida com os de biópsia sólida, principalmente para aumentar as probabilidades de encontrar um tratamento mais preciso. Vou dar como exemplo um recente estudo retrospetivo de cerca de 50 amostras de cancro da próstata metastático, analisado usando soluções integrais de perfis moleculares da OncoDNA.

Esses estudos genómicos, que podem identificar mutações e outras alterações suspeitas, registaram que em 72% dos casos podem detetar-se pelo menos uma mutação nociva. Por outro lado, em 90% dos casos, poderiam recomendar-se opções terapêuticas alternativas: quimioterapia, terapia direcionada ou imunoterapia

No cancro de próstata, não é difícil encontrar um acumular de mutações que podem levar à progressão da doença e à resistência das terapias standard. Para que o clínico possa antecipar todas essas mudanças e personalizar os tratamentos ao máximo para cada doente (dependendo das alterações detetadas no tumor), deve considerar a medicina de precisão.

Gostaria de destacar um caso clínico específico: o de um doente com cancro da próstata metastático que já havia recebido terapia hormonal, sem muito sucesso, e que havia iniciado um tratamento baseado em taxanos. Após a obtenção do perfil molecular, utilizando o estudo OncoDEEP, determinou-se que o tumor do doente apresentava mutações prejudiciais e alta instabilidade dos microssatélites.

A integração desses resultados com a determinação da expressão diferencial de algumas proteínas permitiu identificar terapias mais direcionadas, imunoterapias e quimioterapias aprovadas que tiveram potenciais benefícios para este doente. Ou seja, serviu de guia para novas opções de tratamento mais precisas que melhoraram a sua resposta.

É um salto de qualidade no mundo da oncologia, o que facilita o trabalho do especialista e, consequentemente, melhora a qualidade de vida do doente. Estas ferramentas de precisão estão a marcar a nossa forma de fazer medicina: permitem-nos selecionar tratamentos mais específicos e personalizados para os doentes, especialmente para aqueles cujas primeiras terapias tenham falhado; e eles ajudam-nos a descartar aqueles que não são eficazes, com a consequente economia de tempo, custos e efeitos secundários.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sarampo
O comissário europeu para a Saúde, Vytenis Andriukaitis, defendeu ontem, em Bruxelas, a obrigatoriedade de vacinação para os...

Falando a título pessoal, uma vez que a vacinação é decidida pelos governos nacionais e não determinada a nível da União Europeia (UE), Andriukaitis adiantou, em declarações a jornalistas portugueses, que “a vacinação deveria ser obrigatória para profissionais de saúde para não disseminarem doenças entre os pacientes”.

Esta obrigatoriedade, esclareceu Andriukaitis, que é cirurgião cardiotorácico, “já acontece em muitos dos Estados-membros".

Outra das preocupações de Bruxelas são as diferenças dos calendários de vacinação das crianças entre os diferentes Estados-membros.

A Comissão Europeia, disse ainda o responsável pela pasta da Saúde, vai apresentar em breve uma comunicação ao Conselho da União Europeia que abordará todas estas questões.

“Será uma proposta muito abrangente, combinada com diferentes planos de ação e vários documentos sobre temas atuais, como a resistência antimicrobiana”, salientou.

Em Portugal, duas a três mil pessoas vacinaram-se contra o sarampo desde o início do atual surto, segundo estima a Direção-Geral da Saúde, que apela aos pais para não atrasarem a vacinação das crianças, aos 12 meses e aos cinco anos.

De acordo com o último balanço Direção-Geral da Saúde (DGS), há 62 casos de sarampo confirmados e 168 casos suspeitos.

 

Estudo
Um estudo feito pelo instituto de investigação espanhol Conselho Superior de Pesquisa Científica revelou que, devido a vários...

Segundo o estudo, publicado na revista “Biology Letters”, as aves das cidades são afetadas por poluição, parasitas e stress, que provocam uma degradação dos telómeros - as terminações dos cromossomas que protegem a informação genética e que ficam mais curtas com o envelhecimento.

Citado no estudo o investigador do Conselho Superior de Pesquisa Científica (CSIC) da Estação Biológica de Doñana Jordi Figuerola explica que “os telómeros das aves capturadas nas cidades foram mais curtos, o que sugere que o estado de saúde é afetado pelo ambiente urbano”.

Jordi Figuerola diz que “embora o melro seja uma espécie capaz de se adaptar a grandes centros populacionais e esteja presente nos jardins de todas as cidades, a sua saúde é pior do que a dos que vivem em áreas menos afetadas pelas atividades humanas”.

Os investigadores recolheram amostras de sangue de melros capturados em Sevilha, Granada, Madrid, Dijon (França) e Turku (Finlândia) e em áreas naturais próximas dessas cidades para medir o comprimento dos telómeros.

O investigador da Universidade de Groningen, Juan Diego Ibáñez Álamo, que colaborou no estudo, adianta que o facto de estas aves preferirem viver em ambientes urbanos “sugere que as vantagens de serem mais predadores do que presas ou a maior abundância de alimentos compensam o efeito negativo sobre a saúde”.

Os cientistas apontam para a necessidade de estudos adicionais para aprofundar os mecanismos que influenciam a diferença de qualidade de vida dos seres vivos que vivem em ambientes urbanos e naturais.

 

Relatório
A diabetes, as doenças do cérebro e cardiovasculares, a depressão, as demências e as doenças musculoesqueléticas são as...

Os dados foram divulgados esta manhã durante a apresentação do Plano Local de Saúde do agrupamento de Centros de Saúde de Lisboa Norte, que decorreu no auditório do Centro de Saúde Sete Rios, em Lisboa.

A construção do Plano Local de Saúde do agrupamento de Centros de Saúde de Lisboa Norte baseou-se na identificação dos principais problemas de saúde que afetam a população.

De acordo com a informação disponibilizada no Plano, a percentagem de doentes hipertensos e com alterações dos lípidos aumentou relativamente aos últimos dados, de outubro de 2014, pelo que se “reforça a necessidade de intervir sobre estes problemas”.

“É importante contarmos com o apoio de parceiros nestas questões da saúde. Dos 12 problemas identificados na área dos Centros de Saúde Lisboa Norte priorizámos cinco e é sobre esses que trabalharemos”, disse Guilherme Quinaz Romana, um dos responsáveis pela realização do Plano.

Os cinco problemas de saúde priorizados são as doenças do cérebro e cardiovasculares, a diabetes, a saúde mental, as doenças musculoesqueléticas e as doenças infecciosas sobre as quais se constituirão cinco grupos de trabalho prioritários para definir estratégias para combater a incidência destes problemas na população.

"Nas doenças provocadas por infeções sexualmente transmissíveis não podemos negligenciar o VIH/SIDA que ainda tem uma grande prevalência na sociedade", afirmou Rui Portugal, coordenador do internato médico de Saúde Pública de Lisboa e Vale do Tejo.

Os parceiros ouvidos pelos autores do Plano deixaram ainda um alerta para a saúde mental, afirmando que “as estruturas de saúde mental não estão a acompanhar as necessidades da comunidade”.

“As perturbações psiquiátricas e os problemas de saúde mental constituem atualmente uma das principais causas de incapacidade (…) O facto de o rácio de doentes por médico de família ser muito elevado leva ao espaçamento das consultas e a diminuição da comparticipação dos medicamentos”, pode ler-se no Plano, relativamente às “necessidades de saúde sentidas e respetiva justificação”.

Este Plano Local de Saúde será aplicado nas freguesias de Alvalade, Avenidas Novas, Benfica, Campolide, Carnide, Lumiar, Santa Clara e São Domingos de Benfica, e terá impacto em mais de 220.000 habitantes da cidade de Lisboa.

Em Portugal foram criados 54 Planos Locais de Saúde, pela Direção-Geral da Saúde, através do Plano Nacional de Saúde, em conjunto com as Administrações Regionais de Saúde e os Agrupamentos de Centros de Saúde.

 

DGS
Duas a três mil pessoas vacinaram-se contra o sarampo desde o início do surto, segundo estima a Direção-Geral da Saúde, que...

Em declarações aos jornalistas, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse que “alguns milhares” de pessoas, entre profissionais de saúde e cidadãos comuns, vacinaram-se contra o sarampo desde o início do surto na região norte do país.

Graça Freitas aponta como “estimativas grosseiras” a vacinação de duas a três mil pessoas.

A diretora-geral da Saúde apelou aos pais para que cumpram o calendário do programa nacional de vacinação e que não atrasem as vacinas do sarampo que devem ser levadas aos 12 meses e aos cinco anos.

Segundo Graça Freitas, o surto estará em fase de estabilização, mas a as autoridades permanecem atentas até porque o vírus do sarampo pode ser traiçoeiro, além de perigoso.

De acordo com o último balanço Direção-Geral da Saúde (DGS), há 62 casos de sarampo confirmados e 168 casos suspeitos.

Estudo
Uma equipa de investigadores do INOV-INESC/IST, responsável pelo projeto FAQtos no âmbito da informação em comunicações móveis,...

Os 9.091 inquéritos aplicados em 138 estabelecimentos de ensino secundário em todo o país, ao longo de seis anos letivos (entre 2010 e 2017), indicam que os jovens (entre os 15 e os 22 anos) aumentaram em três vezes a utilização da internet no telemóvel (de 33% em 2010/2011 para mais de 97% em 2016/2017).

Já o acesso às redes sociais, que aumentou quatro vezes no mesmo período, é uma das principais motivações, num universo em que mais de 92% possui um tarifário que inclui pacote de dados, mas apenas 20% aponta restrições à utilização por parte dos pais, escreve o Sapo.

A análise dos resultados mostra também que a maioria dos inquiridos tem telemóvel desde os 10 anos (idade coincidente com entrada no 2º ciclo do Ensino Básico), sendo que apenas 39 alunos indicaram não ter qualquer dispositivo de comunicações móveis.

Decrescente é o número de jovens com mais do que um terminal - 6% em 2016/2017, face aos quase 20% em 2015/2016 -, percentagem parcialmente explicada pelos planos de dados e pelos tarifários com comunicações ilimitadas, mesmo entre operadoras diferentes, que situam o gasto mensal médio para todos os alunos nos 9,86 euros.

Voz, SMS e música são os serviços mais utilizados
Os mais recentes dados recolhidos pelo projeto FAQtos indicam também que, além do acesso à Internet, os serviços mais utilizados pelos jovens portugueses são a Voz, o SMS e ouvir música/rádio, com uma elevada percentagem de utilização do auricular (58,% no total dos seis anos de estudo). Outras opções incluem ainda os filmes/vídeos, as fotografias e a leitura.

As tendências na utilização reportam valores bastante elevados (em média, 93 SMSs enviados e cerca de 27 minutos de chamadas por dia), sendo de considerar o número expressivo de jovens com valores diários acima destas médias. A crescente utilização de canais para troca de mensagens baseados na internet (como WhatsApp, Viber e Snapchat), possibilitada pelos tarifários com pacotes de dados, veio impactar diretamente no hábito de envio de mensagens ditas tradicionais, particularmente expressiva nos três primeiros anos do projeto. 

Olhando à tipificação por género, as raparigas continuam a fazer telefonemas mais longos (em média, mais 8 minutos por dia) e enviam mais SMSs (mais 14 por dia) do que os rapazes. Já o número médio de chamadas diárias apresenta valores próximos tanto para rapazes como para raparigas: 4 telefonemas diários.

Quando questionados sobre a preocupação sobre os possíveis efeitos das radiações, os jovens portugueses acentuam a inversão na tendência: cerca de 36% dos jovens preocupam-se, face aos 19% que já procuraram informação sobre o tema.

Estudo
O leite materno protege os recém-nascidos das doenças pulmonares, favorecendo o correto desenvolvimento do aparelho respiratório.

Esta é uma das principais conclusões de um estudo multidisciplinar e pioneiro no seu campo, liderado por Meghan Azad, professora adjunta de Pediatria e Saúde Infantil da Universidade de Manitoba (Canadá), que demonstrou que os bebés alimentados exclusivamente com leite materno1 têm até cerca de 33% menos casos de respiração ofegante ou pieiras durante o primeiro ano de vida. No caso das crianças com mães asmáticas, o trabalho de prevenção do leite materno é ainda mais eficaz: as pieiras reduzem até cerca de 62% nos bebés que tenham sido alimentados exclusivamente com leite humano durante os primeiros seis meses, sendo as pieiras um importante fator de risco no desenvolvimento de doenças respiratórias incuráveis como a asma.

O estudo será apresentado no XIII Simpósio Internacional de Aleitamento Materno promovido pela Medela, que se realiza em Paris (França) a 22 e 23 de março. A cada ano, este simpósio reúne profissionais relacionados com o aleitamento materno, como pediatras, neonatólogos ou responsáveis das UCIN dos hospitais. Estes especialistas irão abordar a importância da prevenção das doenças pulmonares nos bebés, tanto nos seus primeiros anos de vida como a posteriori, assim como as consequências económicas nos atuais sistemas de saúde. Além disso, irão debater sobre se já chegou ou não o momento de desenvolver um novo programa educativo para ajudar as famílias com historiais genéticos de asma a compreender o potencial do leite materno na sua prevenção.

O aleitamento exclusivo até aos 6 meses aumenta a proteção
As pieiras são uma das principais causas de hospitalização durante a infância. Trata-se de episódios em que os bebés têm dificuldades para respirar durante pelo menos 15 minutos, produzindo um silvo no peito a cada inspiração. Segundo as conclusões do estudo da professora Azad, na qual participaram crianças entre os 0 e 5 anos e científicos de 20 disciplinas diferentes, entre cerca de 20% e 50% dos recém-nascidos experimentam pelo menos um episódio de respiração ofegante até fazerem um ano.

Os bebés cujas mães têm asma são aqueles que mais beneficiam das propriedades da alimentação exclusiva com leite materno quanto à prevenção de doenças respiratórias. Os episódios de respiração ofegante reduzem a uma média de 1.40 a 0.33 por bebé e por ano. Este fator tem maior importância face ao componente genético desta doença.

Pelo contrário, os dados do estudo revelam que os bebés que abandonam o aleitamento previamente ou a combinam com outro tipo de alimentação, como o leite de fórmula, experimentam o dobro de episódios de pieiras e maiores dificuldades respiratórias. Até ao primeiro ano, manter o aleitamento à medida que se introduzem alimentos sólidos na dieta dos mais pequenos continua a favorecer o desenvolvimento dos seus pulmões.

Estas evidências científicas demostram a importância da conscientização sobre o papel do leite materno como ferramenta de prevenção contra as doenças respiratórias crónicas e incuráveis, como a asma que, segundo a Sociedade Portuguesa de Pneumonologia (SPP), tendo por base o Observatório Nacional de Doenças Respiratórias da Direção-Geral da Saúde, afeta cerca de 1,1 milhão de crianças e adultos em Portugal. O leite materno reduz o risco de infeções respiratórias, promove o adequado desenvolvimento dos pulmões e favorece a maturação do sistema imunitário.

Contar com programas que apoiem o aleitamento materno teria um importante impacto na saúde das crianças e adultos, traduzindo-se num menor gasto económico em tratamentos médicos contra a asma e outras doenças respiratórias. A relação existente entre a prevenção de doenças respiratórias e o leite materno reforça, portanto, a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de manter o aleitamento exclusivo durante os primeiros seis meses, se bem que no caso dos bebés cujas mães têm asma, tendo em conta o benefício que lhes proporciona a alimentação exclusiva com leite materno, seria aconselhável prolongar o aleitamento o máximo possível.

O sexo e outros fatores de risco
Uma das descobertas mais inesperadas foi a identificação do sexo como um fator de risco no desenvolvimento de doenças respiratórias. Os meninos têm uma maior predisposição para sofrer de pieiras e estima-se que podem necessitar quase o dobro de atenção médica do que as raparigas. Mesmo que ainda não se tenha demonstrado a origem desta diferença, algumas hipóteses defendem que poderia ser provocada pelas hormonas femininas presentes no leite materno. Dado que o homem e a mulher respondem de forma diferente perante as hormonas sexuais, os efeitos do aleitamento também poderiam ser diferentes. Estes resultados demostram a necessidade de continuar a investigar os benefícios do leite materno sob uma maior segmentação.

Por outro lado, existem fatores sociais e ambientais que podem supor um maior risco para os bebés. Diversas características maternas estão associadas a um menor nível de proteção face às dificuldades respiratórias, como a idade, a etnia ou os hábitos pouco saudáveis, como o tabaco. As mães de 35 anos, por exemplo, demostram uma maior continuidade na amamentação, quando comparadas com as mães com menos de 25 anos, que não chegam aos 12 meses. O mesmo ocorre com as mães fumadoras, que abandonam o aleitamento antes.

1AZAD MB, Vehling L, Zihang L, Dai D, Subbarao P, Becker AB, Mandhane PJ, Turvey SE, Lefebvre DL, Sears MR and the CHILD Study Investigators. Breastfeeding, maternal asthma and wheezing in the first year of life: a prospective longitudinal birth cohort study. European Respiratory Journal 2017 49(5).

Universidade de Coimbra
Catarina Seabra, investigadora do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, acaba de obter uma...

O estudo vai ser desenvolvido ao longo dos próximos dois anos no âmbito do projeto “ProTeAN” - Produção e Teste de neurónios e organoides cerebrais humanos: modelos avançados para o estudo de doenças do neurodesenvolvimento, liderado pelo investigador João Peça, do Grupo de Circuitos Neuronais e de Comportamento do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC).

Estes “mini-cérebros” ou, em linguagem científica, organoides cerebrais terão uma dimensão de quatro milímetros e vão ser produzidos a partir de células estaminais dentárias (presentes em dentes de leite e do siso) provenientes de pacientes com autismo.

Segundo explicam Catarina Seabra e João Peça, com estes “mini-cérebros” (assim designados por mimetizarem o processo de maturação cerebral) “vai ser possível explorar de forma inovadora as caraterísticas do cérebro de pessoas com autismo, prestando especial atenção às mudanças morfológicas e à comunicação entre neurónios, e compará-las com a organização do cérebro de pessoas saudáveis.”

Esta abordagem, sublinham os investigadores, “tem a vantagem de obtenção de células através de um processo minimamente invasivo (através da recolha de dentes de leite ou do siso) e proporcionará uma plataforma biomédica e biotecnológica com potencial clínico para medicina personalizada», ou seja, «vai ser possível testar alvos terapêuticos ajustados às especificidades de cada doente.”

Por outro lado, a utilização destes organoides cerebrais em laboratório permite substituir os ensaios convencionais, como, por exemplo, testes em ratinhos.

As perturbações do espetro do autismo são condições crónicas que afetam 1 em cada 68 crianças e produzem grandes custos para a sociedade. Para entender melhor estes distúrbios, o acesso ao tecido neuronal dos pacientes é crítico.

O projeto conta com a colaboração dos especialistas Guiomar Oliveira, da Unidade de Neurodesenvolvimento e Autismo do Hospital Pediátrico de Coimbra, João Miguel dos Santos, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, e Guoping Feng, do McGovern Institute for Brain Research do Massachusetts Institute of Technology (MIT), Boston.

As bolsas individuais das Ações Marie Skłodowska-Curie, inspiradas no nome da cientista franco-polaca galardoada com dois Prémios Nobel e reputada pelo seu trabalho no domínio da radioatividade, são atribuídas pela Comissão Europeia no âmbito do Programa Horizonte 2020.

 

Sarampo
O número de casos de sarampo confirmados em Portugal subiu hoje para 62, mais nove do que no último balanço, realizado na...

O número de casos suspeitos é de 168 contra 145 casos na segunda-feira, de acordo com um comunicado da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado ontem  à noite.

Até às 19:00 de ontem tinham sido registados 168 casos suspeitos, a maioria com ligação ao Hospital de Santo António, no Porto, estando internados seis doentes, “com situação clínica estável e a aguardar investigação laboratorial”, diz-se no comunicado. A DGS precisa que dos 168 casos reportados 62 foram confirmados e 80 negativos, havendo mais 25 casos que aguardam resultado laboratorial.

Diz também a DGS que dos 62 casos confirmados, todos adultos, um pertence à região Centro, com ligação ao surto que decorre na região Norte.

A DGS e a rede de autoridades de Saúde, em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, está a acompanhar a situação e a partir de quarta-feira atualizará a informação sobre o sarampo, sobre a forma de Boletim Epidemiológico, diariamente ao fim da manhã.

A DGS recomenda que as pessoas verifiquem os boletins de vacinas e que, caso seja necessário, se vacinem contra o sarampo, recordando tratar-se de “uma das doenças infecciosas mais contagiosas podendo provocar doença grave, principalmente em pessoas não vacinadas”.

Menos de dois anos depois de Portugal ser reconhecido oficialmente como estando livre de sarampo, o país depara-se com o terceiro surto da doença no espaço de um ano.

Em 2016, Portugal recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) um diploma que oficializava o país como estando livre de sarampo, até porque os poucos casos registados nos últimos anos tinham sido contraídos noutros países.

Entre 2006 e 2014, Portugal tinha registado apenas 19 casos de sarampo, quase todos importados. Este ano e no ano passado já ultrapassou os casos registados em quase uma década.

Portugal teve dois surtos simultâneos em 2017, que infetaram quase 30 pessoas e levaram à morte de uma jovem de 17 anos.

Segundo os dados de 2017, mais de 87% das pessoas que contraíram sarampo não estavam vacinadas.

 

Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia
Um grupo de investigadores do INL - Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia está a desenvolver um novo agente de...

Em comunicado, o INL explica que se trata de nanoestruturas inovadoras baseadas em óxidos de manganês (MnxOy), tendo sido escolhido o manganês, um metal, pelas suas propriedades magnéticas, que permitem ao agente de contraste para imagiologia por ressonância magnética (MRI) ser ativado como resposta a um estímulo interno fornecido pelas células tumorais, e assim intensificar o sinal no decurso da ressonância magnética.

"A intensidade do sinal emitido pelo tecido tumoral, quando este é descoberto pelo novo agente de contraste, usado para formar imagens anatómicas através de ressonância magnética, pode aumentar até 140 vezes, permitindo incrementar a visibilidade das células tumorais de forma significativa", sublinha, no texto, o investigador principal Juan Gallo.

O investigador desenvolveu com Manuel Bañobre o estudo , cujos resultados acabam de ser publicados na versão online do jornal científico Chemistry-A European Journal, com o título "Tunable performance of manganese oxide nanostructures as MRI contrast agents".

Segundo o INL, a amplificação seletiva do sinal através da utilização de nanoestruturas baseadas em óxidos de manganês já foi demonstrada 'in vitro', sendo que a "nova abordagem" no uso de nanoestruturas para incrementar o contraste em imagens anatómicas resultantes de MRI, permite observar alterações "muito sensíveis e específicas nos tecidos, realçando estas alterações no quadro".

"Contrariamente aos agentes de contraste tradicionais, que acentuam todo o tecido de um órgão, criando ligeiros contrastes, este material afeta principalmente as células tumorais, facilitando desta forma a interpretação da imagem", acrescenta Manuel Bañobre.

No comunicado, a instituição sediada em Braga salienta que este novo agente de contraste para MRI "abre as portas à deteção precoce de tumores" ao ampliar o sinal até 140 vezes.

"O que acontece apenas quando estamos perante as condições que caracterizam os tumores, estes novos agentes de contraste permitirão visualizar mais facilmente a doença, facilitando o processo de diagnóstico. Desta forma, a melhor performance destas nanoestruturas assegura a visibilidade de tumores quando estes ainda se encontram num estado inicial da sua formação" esclarece Juan Gallo.

O projeto está a ser desenvolvido há mais de dois anos no INL, contando com a colaboração do Centro Singular de Investigación en Química Biológica y Materiales Moleculares (CIQUS) da Universidade de Santiago de Compostela e do Departamento de Física da Universidade do Minho.

Sociedade Portuguesa de Alergologia
Portugal continental tem esta semana concentrações elevadas de pólen, sendo baixas nos Açores e Madeira, segundo a Sociedade...

Numa previsão até quinta-feira, a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) diz que os grãos de pólen presentes são predominantemente das árvores cipreste, plátano e pinheiro, e da erva urtiga.

A Sociedade alerta para níveis de pólen elevado em locais como Vila Real, Porto, Coimbra e Castelo Branco, Lisboa, Évora e Portimão.

No Funchal os pólenes estão a níveis baixos, com destaque para os pólenes do cipreste e da erva parietária, e em Ponta Delgada, onde os níveis são também baixos, destacam-se os pólenes do pinheiro, do plátano e da criptoméria e da erva urtiga.

Na primavera, que ontem começou, acontece o pico da polinização, o que pode provocar alergias.

 

Deputados europeus
A quebra de confiança da opinião pública em matéria de vacinas é um grande desafio e que já tem consequências para a saúde,...

Os deputados manifestaram a sua preocupação com os dados epidemiológicos que mostram lacunas significativas na aceitação da vacinação e taxas de cobertura insuficientes para assegurar uma proteção pública adequada contra as doenças que podem ser evitadas com as vacinas, segundo uma resolução aprovada ontem.

A resistência crescente é preocupante e já teve consequências, como os surtos de sarampo que poderiam ter sido evitados.

Os deputados sublinham que uma maior transparência em matéria de avaliação das vacinas e dos seus adjuvantes, o financiamento de programas de pesquisa independentes e dos potenciais efeitos secundários das vacinas contribuiriam para o restabelecimento da confiança na vacinação.

E avançam que os investigadores devem declarar qualquer conflito de interesses e, no caso de existir um destes conflitos, serem excluídos dos painéis de avaliação.

A confidencialidade das deliberações do painel de avaliação da Agência Europeia dos Medicamentos deve também ser levantada e os dados científicos e clínicos tornados públicos.

Os deputados propõem ainda a abertura de um diálogo científico e factual com a sociedade civil, de modo a combater as informações não fiáveis, enganosas e não científicas.

Os deputados consideram injustificável que um pacote completo de vacinação para uma criança seja 68 vezes mais caro em 2014 do que em 2001 e apoiam um acordo para a aquisição de vacinas de um a forma coletiva, fazendo valer o poder de compra dos Estados-membros.

Portugal atravessa atualmente um surto de sarampo, o terceiro num ano. Desde a semana passada estão confirmados 53 casos de sarampo, a maioria na região norte do país e muitos deles com ligação laboral ao Hospital Santo António, no Porto.

 

Novas tecnologias
Sensores colocados na pele poderão avisar sobre problemas de saúde, sugerir o melhor exercício físico ou ajudar soldados em...

Os sensores implantáveis, que os investigadores procuram agora comercializar também nos Estados Unidos, foram ontem apresentados no 255.º Encontro Nacional e Exposição da Sociedade Americana de Química (ACS, na sigla original), a maior sociedade científica do mundo e que se reune até quinta-feira, com mais de 13.000 apresentações agendadas.

“Outros sensores implantáveis atualmente no mercado têm uma significativa desvantagem”, disse Natalie Wisniewski, que faz parte da equipa de investigação. Segundo a especialista, outros implantes ao serem colocados provocam uma resposta imune do organismo ao corpo estranho, o que faz com que deixe de detetar com precisão alterações químicas e que pare de funcionar ao fim de semanas ou meses.

Wisniewski e a restante equipa desenvolveram um sensor menor do que um grão de arroz, sem superfícies planas, em hidrogel tão sensível como uma lente de contacto, e que o corpo não reconhece como estranho.

A responsável anunciou que os primeiros sensores implantados em voluntários humanos estão há mais de quatro anos a funcionar.

Os investigadores colocaram moléculas com corantes que respondem à concentração de um analito no sangue. O tipo de molécula anexada ao hidrogel determina o analito. Um analito é o componente de uma amostra que é alvo de análise, por exemplo a glicose, ou o oxigénio, que podem ser reconhecidos pelo sensor.

Um pequeno detetor mantido contra a pele, através de luz infravermelha, não visível para o olho humano, mostra se as moléculas com corantes têm mais ou menos fluorescência, dependendo da concentração do analito. O detetor envia depois os dados para um computador ou para um telemóvel.

O primeiro produto a ser comercializado na Europa serve para mostrar os níveis de oxigénio em pessoas com doença arterial periférica, normalmente associada à aterosclerose e que afeta 15 a 20% de pessoas com mais de 70 anos.

A doença reduz o fluxo de sangue oxigenado nos braços e pernas e pode levar à amputação, e o implante ajuda a prevenir essas amputações, informando os médicos sobre a falta de oxigénio nos membros.

Atualmente estão a ser feitos ensaios para usar o dispositivo para monitorizar os níveis de oxigénio em pacientes com feridas crónicas nos pés. E os investigadores estão a desenvolver sensores para outros analitos, como a glicose, e estudam a possibilidade de adicionar analitos por norma avaliados através dos comuns exames de sangue.

Segundo Wisniewski, os sensores iriam fornecer um registo contínuo dos analitos, o que permitiria detetar um problema antes dos sintomas físicos e assim agir rapidamente.

A responsável disse que os militares também estão interessados no implante, que pode por exemplo ajudar a avaliar a saúde dos soldados ou indicar quais dos soldados feridos devem ser tratados primeiro.

Monitorizar os níveis de oxigénio em torno de um músculo também pode mostrar o nível de aptidão de uma pessoa, uma informação que pode ser importante para militares mas também para atletas.

 

Dia Mundial da Trissomia 21
Estima-se que, em Portugal, nasçam todos os anos entre 30 a 40 crianças com síndrome de Down.

Trissomia 21 (ou síndrome de Down) resulta da presença nas células de um individuo de 3 cromossomas 21, em geral como resultado da presença de 2 cromossomas 21 (em vez de apenas 1) numa célula reprodutora de um dos progenitores, mais frequentemente a mãe. Este acontecimento é acidental e tem um risco de repetição numa gravidez subsequente de apenas 1%. Outros mecanismos genéticos muito mais raros podem comportar um risco mais elevado de repetição.

O diagnóstico da anomalia genética é feito com segurança pela análise genética da pessoa com trissomia 21 e dos seus pais.

Ecografia em conjunto com determinadas análises maternas permitem com elevado grau de confiança rastrear síndrome de Down na vida fetal. Um rastreio positivo requer subsequente confirmação pelo exame das células do próprio feto colhidas no líquido amniótico

São incompletamente conhecidos os mecanismos pelos quais a presença de material cromossómico extra nas células conduz às varias manifestações de doença.

Do ponto de vista físico um dos aspectos mais salientes é o «gestalt» facial, sobretudo a orientação das fendas palpebrais, o menor desenvolvimento do andar médio da face, uma língua proporcionalmente maior. A forma do crânio é também peculiar (braquicefálica, isto é, com reduzida dimensão anteroposterior). Baixa estatura está associada.

Ocorrem alguns problemas sensoriais nomeadamente maior risco de surdez e otite média crónica, maior risco de baixa visão por defeitos de refração, estrabismo.

Malformações cardíacas ocorrem frequentemente (50%), no entanto com graus de gravidade variáveis.

Malformações gastrointestinais são mais raras (atresia duodenal).

Há um risco aumentado de hipotiroidismo autoimune. O risco de leucemia na infância está também ligeiramente aumentado em relação ao risco médio na população.

As crianças com trissomia 21 manifestam, além das características físicas referidas, hipotonia muscular desde o período de Recém Nascido e evoluem com um atraso global em que as etapas de desenvolvimento são atingidas grosseiramente no dobro da idade em que ocorrem no desenvolvimento típico (inicio da marcha em média aos 26 meses). As aquisições da linguagem são também tardias sendo a capacidade de compreensão melhor do que a de expressão verbal.

Deve salientar-se que há uma grande variabilidade nas aptidões de pessoas com trissomia 21. A maior parte situa-se no nível ligeiro a moderado de incapacidade e alguns estarão, do ponto de vista cognitivo, dentro do normal. Nos EUA cerca de 20% das pessoas com trissomia 21 têm alguma forma de emprego remunerado na sequência de uma escolaridade primária ou mesmo secundária.

Embora de um modo geral trissomia 21 esteja associada a uma personalidade amistosa e sociável, problemas de comportamento podem também acontecer na infância (autismo em 5 a 10%, hiperactividade e conduta de oposição) e também ansiedade e depressão na idade adulta.

Com a longevidade aumenta o risco de doença de Alzheimer (15% depois dos 40 anos e 50 a 70% depois dos 60 anos).

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Associação
A Associação Portuguesa de Licenciados em Farmácia refere que os técnicos de farmácia estão “perfeitamente aptos” a realizar...

Há mais de uma semana foi publicado em Diário da República um despacho que vem permitir realizar testes de rastreio ao VIH e às hepatites B e C nas farmácias.

O presidente da Associação de Licenciados em Farmácia, João Joaquim, lembra que os técnicos de farmácia “são formados em instituições de Ensino Superior, numa licenciatura de quatro anos” e que conhecem o seu nível de responsabilidade civil e profissional, bem como o respeito pelo sigilo e confidencialidade.

João Joaquim entende que os técnicos estão preparados para a realização dos novos testes nas farmácias, embora reconheça que é necessária formação adicional, quer para técnicos quer para farmacêuticos.

A associação contesta declarações do bastonário da Ordem dos Médicos, que pediu que fossem os farmacêuticos e não os técnicos de farmácia a realizar estes testes.

Em declarações, quando foi publicado o despacho, Miguel Guimarães apelou para que seja salvaguardada a confidencialidade dos utentes e dos resultados e pediu que fossem os farmacêuticos, e não os técnicos de farmácia, a realizar estes testes.

Em resposta, a Associação Portuguesa de Licenciados em Farmácia escreveu uma carta aberta ao bastonário da Ordem dos Médicos, considerando que “um bastonário não deve opinar sobre outras profissões de forma leviana e superficial e muito menos mostrar o desconhecimento patente na afirmação”.

Segundo estes profissionais, a associação profissional tem aprovada uma carta ética e um código deontológico que orientam a prática profissional.

A Associação julga que o bastonário dos Médicos se equivocou e “estará certamente a referir-se aos antigos ajudantes técnicos de farmácia”.

“Como certamente não desconhecerá, esta é uma profissão regulada e com igual dignidade e autonomia técnica de exercício profissional dos demais grupos profissionais da saúde”, refere a carta aberta dirigida ao bastonário dos Médicos.

 

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