Para 2018
Orlando Monteiro da Silva, bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, foi nomeado vice-presidente da Federação Europeia das...

Nos seus objetivos, a Federação Europeia das Autoridades Competentes e Reguladores de Medicina Dentária (FEDCAR) procura promover a segurança dos pacientes na Europa, o fomento de um nível de cuidados de saúde oral elevado e a contribuição para uma mobilidade mais fácil e segura dos profissionais de medicina dentária entre os Estados europeus.

Na prática, além de uma regular partilha de informação e boas práticas no âmbito da regulamentação dos médicos dentistas, a FEDCAR tem como meta promover posições conjuntas perante o legislador da União Europeia, relativas ao desenvolvimento de iniciativas e legislação a nível europeu que afetam a regulação dos médicos dentistas.

Com sede em Bruxelas, a FEDCAR foi formalmente criada a 3 de abril de 2004 pela Declaração de Roma, e realiza por ano duas reuniões plenárias: uma reunião no outono em Paris e uma reunião na primavera, já agendada para abril de 2019 em Portugal.

Orlando Monteiro da Silva licenciou-se, em 1987, em Medicina Dentária, pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, e desde então tem dedicado grande parte do seu tempo à promoção da profissão e da saúde oral em todo o mundo.

Foi presidente da FDI – Federação Dentaria Internacional, organização que representa mais de um milhão de médicos dentistas de todos os continentes, e presidente do Conselho Europeu dos Médicos Dentistas. Atualmente é ainda vice-presidente da Associação Dentária Lusófona e presidente do CNOP – Conselho Nacional das Ordens Profissionais.

 

Artigo de Opinião
Estudo recente «permitiu concluir que o transplante de células estaminais mesenquimais alogénicas (d

O Lupus é uma doença crónica e autoimune que pode afetar qualquer parte do corpo, incluindo a pele, as articulações e outros órgãos, como os rins.

Em pessoas com esta doença há uma disfuncionalidade do sistema imunitário, responsável por combater vírus, bactérias e outros agentes infeciosos. Normalmente, o nosso sistema imunitário produz proteínas (anticorpos) que protegem o organismo dos “invasores”. A expressão autoimune significa que o sistema imunitário não consegue distinguir os “agentes invasores” dos nossos tecidos saudáveis e, por isso, cria anticorpos que atacam e destroem esses mesmos tecidos, causando inflamação, dor e danificando diversas partes do organismo.

Estima-se que 5 milhões de pessoas em todo o mundo tenham Lupus, estando algumas em fase aguda, correndo, por isso, risco de vida e outras com manifestações mais ténues da doença. Contudo, independentemente do estado de evolução, todos os casos devem ser acompanhados por um médico, pois um acompanhamento adequado poderá permitir uma vida plena aos doentes.

Neste momento, existe apenas um medicamento disponível no mercado especificamente desenvolvido para tratar pessoas com Lupus, que, embora tenha levado mais de 50 anos a ser desenvolvido, não funciona em todos os tipos da doença.

Alguns tratamentos incluem a administração de medicamentos imunossupressores, que muitas vezes são também utilizados em quimioterapia.

A terapia com células estaminais surge, assim, como uma promessa de tratamento, principalmente em doentes que não respondem eficazmente aos tratamentos atuais.

A investigação que tem sido feita nos últimos anos ao nível das células estaminais mesenquimais pode representar uma esperança para todos aqueles que padecem de doenças que atualmente não têm cura, tais como Lupus, Parkinson, leucemia, ataques cardíacos, esclerose múltipla, diabetes juvenil, osteoartrite e 80 outras doenças.

A medula óssea e o tecido do cordão umbilical são especialmente ricos em células estaminais mesenquimais, que graças às suas capacidades anti-inflamatórias as tornam muito atrativas para terapias em doenças autoimunes. Ao contrário de outras células estaminais, estas células não são “detetáveis” pelo sistema imunitário e, por isso, os dadores e recetores não têm de ser compatíveis para que o tratamento tenha sucesso, reduzindo-se, assim, o risco de rejeição.

O Lupus Eritematoso Sistémico (LES) é uma variante da doença, com sintomatologia muito diversa devido ao facto de afetar múltiplos órgãos, levando a taxas de mortalidade muito elevadas. A terapia de base nesta patologia passa pelo uso de corticosteroides, ciclofosfamida e outros fármacos, que, em 80% das vezes, levam à remissão completa da doença.

Em alguns doentes, pode existir danificação de alguns tecidos, havendo também impacto a nível físico e psicológico que, em alguns casos, pode causar a morte. Para além disso, os tratamentos com imunossupressores, levam muitas vezes a infecções oportunistas e complicações secundárias.

Assim, é necessária uma nova abordagem para o tratamento da LES. Nas últimas décadas, tem-se optado, nos casos mais severos do LES, pelo transplante com recurso a células estaminais hematopoiéticas alogénicas. Contudo, este procedimento encerra alguns inconvenientes, nomeadamente complicações associadas à doença do enxerto contra o hospedeiro. Ultimamente, têm sido levados a cabo ensaios clínicos para o uso de células estaminais mesenquimais obtidas a partir da medula óssea e do tecido do cordão umbilical. Recorrer às células estaminais mesenquimais, nomeadamente as que são obtidas a partir do cordão umbilical, tem-se revelado bastante promissor no tratamento desta doença.

No passado mês de março, uma revista da especialidade publicou um estudo em que 81 pacientes foram submetidos a um tratamento para LES durante 5 anos, tendo-se recorrido, em alguns dos casos, ao uso de células estaminais mesenquimais obtidas a partir de medula óssea e, noutros casos, ao uso do tecido do cordão umbilical.

A análise dos resultados obtidos permitiu concluir que o transplante de células estaminais mesenquimais alogénicas (dador diferente do recetor) é seguro e resulta numa remissão da doença a longo prazo em doentes com LES, dando maior consistência à eficácia do uso das células estaminais nesta doença.

Fontes:

- Mesenchymal stem cells transplantation for systemic lupus erythematosus
Jun LIANG and Lingyun SUN
Department of Immunology and Rheumatology, the Affiliated Drum Tower Hospital of Nanjing Unive - 2011

- Mesenchymal Stem Cells in the Treatment of Systemic Lupus Erythematosus
Dr. Neil Riordan
University Medical School, Nanjing, Jiangsu, China - International Journal of Rheumatic Diseases 2015; 18: 164–171

- A Long-Term Follow-Up Study of Allogeneic Mesenchymal Stem/Stromal Cell Transplantation in Patients with Drug-Resistant Systemic Lupus Erythematosus  
Dandan Wang, Huayong Zhang, Jun Liang, Hong Wang, Bingzhu Hua, Xuebing Feng, Gary S. Gilkeson, Dominique Farge, Songtao Shi, and Lingyun Sun - Stem Cell Reports j Vol. 10 j 933–941 March 13, 2018

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
DGS
Cerca de 75% das grávidas foram vacinadas contra a tosse convulsa em 2017, revela o Boletim Programa Nacional de Vacinação,...

O Programa Nacional de Vacinação (PNV) passou, no início do ano passado, a ter novos esquemas vacinais gerais, em função da idade e do estado vacinal anterior e ainda esquemas vacinais específicos para grupos de risco ou em circunstâncias especiais.

A vacina contra a tosse convulsa passou a ser recomendada a grávidas entre as 20 e as 36 semanas de gestação, como forma de garantir a imunidade do bebé até que este possa fazer a primeira dose da vacina, recomendada aos dois meses de idade, refere o boletim, divulgado hoje pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

No ano em que se comemoram os 10 anos de vacinação contra o cancro do colo do útero, “continuam a vacinar-se mais de 85% das jovens até aos 14 anos”, salienta a DGS.

O Boletim Programa Nacional de Vacinação destaca que “foi atingido o objetivo de 95% de vacinação para todas as vacinas avaliadas até aos 7 anos de idade”.

Aos três meses de idade cerca de 95% das crianças já tinham cumprido o esquema recomendado para as vacinas em estudo (1ª dose das vacinas contra S. pneu¬moniae e contra tosse convulsa). No entanto, aos 13 meses, 16% das crianças ainda não estavam protegidas contra o sarampo, e 15% não estavam protegidas contra a doença invasiva por Neisseria meningitidis C, refere o boletim, salientando que "estes resultados revelam uma melhoria em relação ao ano de 2016".

“De uma forma geral, a avaliação efetuada dá conta dos excelentes resultados na aplicação do PNV, fruto do compromisso e dedicação dos profissionais de saúde, bem como da forte adesão dos cidadãos”, salienta a DGS.

Estima-se que em 2017, tenham sido administradas, em campanha, mais cerca de 40.000 doses de vacinação contra o sarampo, parotidite epidémica e rubéola (VASPR), em comparação com o ano anterior (21%), a maioria (79%) a adultos.

Os dados indicam que a cobertura vacinal para a primeira dose da vacina contra o sarampo, avaliada aos dois anos, foi de 98%, e,. para a segunda dose, nos menores de 18 anos, variou entre 96% e 98%, coberturas mais elevadas do que as verificadas no ano anterior. "No entanto, continuam a registar-se valores abaixo da meta em algumas áreas do país", observa.

Os surtos de sarampo que ocorreram em Portugal no último ano vieram chamar a atenção para a importância da vacinação atempada, especialmente até aos 12 meses, tendo sido “intensificados os esforços do Programa para convocar todas as pessoas com esquema vacinal em atraso", acrescenta.

O boletim salienta que “a elevada cobertura vacinal e a implementação precoce de medidas de controlo contribuíram para a rápida interrupção da transmissão” da doença nas regiões do Algarve e de Lisboa e Vale do Tejo, onde foram registados sete e 20 casos, respetivamente, “menos de dois meses após deteção dos primeiros casos, respeitando-se assim os critérios para a manutenção do estatuto de eliminação do sarampo em Portugal”.

Defende ainda que para a contenção e interrupção da circulação do vírus do sarampo, é crucial uma elevada cobertura vacinal, "uma vigilância epidemiológica efetiva e a implementação precoce de medidas de controlo".

Em 2017
O presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica denunciou hoje que um “número significativo” de turnos e vários meios...

Luís Meira, que foi hoje ouvido na Comissão de Saúde, adiantou que a lei, publicada em 02 de junho de 2017, que define o regime jurídico aplicável aos bombeiros portugueses, “veio condicionar sobremaneira aquilo que é a possibilidade de garantir turnos no CODU [Centros de Orientação de Doentes Urgentes] e o funcionamento de vários meios de emergência”.

“Foi uma lei da responsabilidade dos senhores deputados” que veio “impedir que trabalhadores do Instituto, que são bombeiros voluntários, e que têm a respetiva acumulação de funções”, exercessem a sua atividade, “desfalcando o CODU e desfalcando os meios de socorro”.

Esta situação aconteceu no ano passado. “Houve um número significativo de turnos do CODU que deixaram de ser assegurados por trabalhadores que ao abrigo desta lei foram combater incêndios”, lamentou.

“Eu não digo que esta questão não é importante, mas a verdade é que se calhar alguns desses bombeiros eram bem precisos para garantir socorro efetivo a pessoas efetivas, reais que tiveram necessidade e que por causa disso se calhar não tiveram esse socorro de forma tão atempada”, salientou Luís Meira.

O presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) adiantou que esta situação teve um “impacto efetivo no que aconteceu durante os meses dos incêndios”, em que vários trabalhadores do INEM saíram do CODU e deixarem as ambulâncias para combater incêndios.

Perante esta situação, Luís Meira apelou aos deputados para rever a lei no diz respeito ao INEM, tendo em conta que mais de metade dos operacionais são bombeiros.

Santarém na corrida pela luta contra a diabetes
A Associação de Jovens Diabéticos de Portugal acaba de inaugurar o seu primeiro núcleo funcional na cidade de Santarém, que já...

Após 22 anos de trabalho a apoiar jovens com diabetes em todo o país, a Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP) criou o seu primeiro núcleo funcional, na cidade de Santarém. O principal objetivo deste núcleo é aumentar a proximidade com as pessoas que recorrem à associação e se encontram nesta região do país.  “É um orgulho enorme fazer parte desta família que tão bem nos acolheu desde o primeiro contacto. Este passo que agora damos é a nossa forma de poder continuar a missão da AJDP que tanto nos diz”, declara Alexandre Silva, responsável pelo núcleo de Santarém.

Tendo em conta o número de jovens com diabetes e seus familiares e amigos que participam em iniciativas desportivas na região, o Núcleo AJDP de Santarém criou uma equipa oficial, a “Diabetes Running Team”, que se estreou na Scalabis Night Race, tendo também marcado presença no BMW ACF Santarém Trail. “O objetivo desta equipa é mostrar que a diabetes, quando adequadamente tratada, não é uma limitação. É um orgulho caminhar e correr com a camisola AJDP”, sublinha ainda Alexandre Silva.

Esta equipa foi a génese de um novo projeto que está a ser desenvolvido por um grupo de pessoas com diabetes, ao qual se juntou Fernando Santos, o primeiro Campeão do Mundo de Maratona (título ganho em Roma, no passado dia 8 de abril), e que envolverá não só a AJDP, como outras associações nacionais, com o objetivo de criar uma equipa nacional - “Diabetes Team” - que possa participar em diversos eventos desportivos nas modalidades de atletismo, trail running e ciclismo.

Com atividades e projetos próprios, a coordenação do novo núcleo será independente, mas sempre mantendo a comunicação e contando com o apoio da direção da AJDP. “Ficámos muito contentes com o surgimento deste primeiro núcleo funcional da associação, que só mostra que o nosso trabalho está a chegar cada vez mais longe e que as pessoas se identificam com aquilo que fazemos”, diz Paula Klose, presidente da AJDP. “Esperamos que este seja o primeiro de muitos e que em breve jovens com diabetes se juntem a nós e criem outros núcleos noutras regiões do país”, refere ainda.

Em conjunto com o Ministério da Saúde
O Instituto Nacional de Emergência Médica quer criar incentivos para fixar médicos e está a trabalhar com o Ministério da Saúde...

O presidente do INEM começou a ser ouvido hoje de manhã na comissão parlamentar de Saúde, com a maioria dos partidos a questionar o responsável sobre o défice de recursos humanos e sobre o aumento do tempo de demora no atendimento das chamadas verificado no ano passado.

Sobre o défice de recursos humanos, Luís Meira reconheceu que há carências e que também se tem registado um aumento dos acidentes de serviço e do absentismo, porque vários profissionais “estão muito desgastados”.

“Mas estamos focados em garantir o aumento dos recursos humanos”, disse o presidente do instituto.

Sobre os médicos, Luís Meira reconheceu que “há um problema”, mas frisou que “não é de agora”.

“É um problema com muitos anos e que nunca foi resolvido. Mas não é igual a dizer que não existem médicos. Temos 300 médicos em prestação de serviço a assegurar funções importantes, como nos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) e nos helicópteros”, afirmou.

Em comparação com o ano anterior, Luís Meira disse que há no INEM mais 40 médicos em regime de prestação de serviço.

Mas o presidente do instituto reconhece que a “atratividade [do INEM] para um médico” é uma questão que “nunca foi resolvida” e garantiu estar a trabalhar com o Ministério da Saúde para tentar “consagrar a possibilidade de incentivos para fixar médicos”, de modo a minorar o recurso a contratação por prestação de serviço.

Sobre o aumento, medido em segundos, do atendimento das chamadas pelo INEM, Luís Meira garante que isso não tem reflexo na assistência médica pré-hospitalar, sublinhando que deve ser valorizado o tempo que demora o socorro a chegar às vítimas.

De 2016 para 2017 o tempo de demora de um meio do INEM a chegar ao local do socorro melhorou, disse o responsável, aumentando a percentagem de meios que chegou juntos das vítimas em menos de 15 minutos nas zonas urbanas e em menos de 30 minutos nas zonas rurais.

“Também estou preocupado com o aumento em segundos do tempo médio para atendimento em CODU”, admitiu, frisando, contudo, que “é mais importante garantir que os meios chegam junto de quem precisa o mais rapidamente possível”.

No quadro do INEN há atualmente apenas sete médicos, quando o mapa de pessoal prevê 15 profissionais, segundo dados revelados aos deputados por Luís Meira, que insiste que o fundamental é “garantir as perspetivas de carreira” para estes profissionais.

Os deputados insistiram ainda sobre o reforço de psicólogos do INEM, tendo o presidente indicado que pretendia contratar mais dez psicólogos, mas no ano passado apenas foi possível contratar sete e esperando este ano contratar mais três.

Estudo
Um estudo publicado na revista “Journal of the American Academy of Dermatology” revela uma associação entre a toma diária de...

O estudo conduzido por Beatrice Nardone da Faculdade de Medicina Feinberg da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, não encontrou a mesma associação em mulheres.

A equipa reuniu e investigou dados de processos clínicos de 195.140 pacientes com idades entre os 18 e os 89 anos sem historial de melanoma e que tinham sido seguidos durante pelo menos cinco anos.

Nessa população de indivíduos, escreve o Sapo, havia dois grupos populacionais: os que tomavam aspirina regularmente e os que não tomavam de todo.

Entre os participantes expostos à toma da aspirina foram considerados aqueles que a tomavam pelo menos uma vez ao dia, com uma dose entre 81 e 325 mg, durante pelo menos um ano.

Do total de participantes, 1.187 estavam expostos à aspirina, sendo que 26 (2,19%, tanto homens como mulheres) tinham tido um diagnóstico subsequente de melanoma, em comparação com a incidência daquele cancro em 1.676 (0,86%) dos que não estavam expostos à aspirina (homens e mulheres).

Ao separarem os homens e as mulheres, foi observado que os homens expostos à aspirina apresentavam quase o dobro do risco de terem um diagnóstico de melanoma.

Apesar dos resultados deste estudo, a aspirina tem sido associada por outras investigações a um menor risco de desenvolver tumores do cólon, próstata e estômago.

Ministro do Ambiente
O governo quer alertar para as consequências ambientais do desperdício de água numa campanha de sensibilização para a poupança,...

"Ninguém descanse porque este ano não há, aparentemente, nenhum problema de falta de água", disse João Pedro Matos Fernandes aos jornalistas à margem da apresentação de um estudo sobre atitudes e comportamentos dos cidadãos em relação à água.

O ministro indicou que a campanha de sensibilização que começará em junho vai alertar para as consequências ambientais do desperdício de água, uma vez que os portugueses são sensíveis a esses argumentos, escreve o Sapo.

"Os portugueses não estão preocupados com uma rutura [no abastecimento] porque confiam nos seus sistemas e não pensam que é poupando água que vão poupar dinheiro".

João Pedro Matos Fernandes lembrou que Portugal está na bacia mediterrânica e que "há tendência para haver menos água", uma consequência das alterações climáticas.

No estudo da Águas de Portugal, conclui-se que os cidadãos sabem na teoria que a água é um bem que não dura sempre mas pouco fazem para gastar menos, apesar de conscientes do risco ecológico associado ao desperdício.

Há "dissonância entre as atitudes e os comportamentos" em relação à água, que a maior parte dos inquiridos percebe como escassa mas que continua a sair das torneiras em casa e lhe dá um "caráter 'inesgotável'", segundo a investigação.

Dos inquiridos, 83,3 por cento sabe que o planeta Terra não terá sempre água abundante e 76,1% recusa a ideia de que a crise ecológica por escassez de água é um exagero.

Mas, se por um lado, 88,8 por cento dos inquiridos considera que as pessoas não têm o direito de usar a água como quiserem, por outro, 61,8 % assume que consome mais água do que devia e precisa.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Todas as regiões do país apresentam hoje um risco muito elevado e elevado de exposição à radiação ultravioleta, segundo o...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), todas as regiões do continente (com exceção de Aveiro, Coimbra e Leiria que estão com níveis elevados), Madeira e Açores apresentam níveis muito elevados.

Para as regiões com risco muito elevado e elevado, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo).

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê para hoje no continente períodos de céu muito nublado, apresentando-se muito nublado no litoral oeste até meio da tarde, e possibilidade de ocorrência de períodos de chuva fraca ou chuvisco no litoral oeste até meio da manhã.

A previsão aponta também para vento fraco a moderado de noroeste, soprando moderado a forte, com rajadas até 65 quilómetros por hora, na faixa costeira ocidental, em especial durante a tarde, e nas terras altas.

Está também prevista neblina ou nevoeiro matinal, pequena descida da temperatura mínima e da máxima na região Norte e no interior da região Centro.

As temperaturas mínimas vão variar no continente entre os 09 graus Celsius (na Guarda) e os 14 (em Faro) e as máximas entre os 17 (em Viana do Castelo, Porto e Leiria) e os 28 (em Faro).

Para a Madeira, o IPMA prevê céu geralmente muito nublado, com abertas nas vertentes sul, aguaceiros fracos nas vertentes norte e terras altas, vento fraco a moderado do quadrante norte, soprando por vezes forte nas terras altas até ao início da manhã e pequena subida da temperatura máxima.

No Funchal, as temperaturas vão oscilar entre os 17 e os 22 graus Celsius.

Para os Açores, a previsão aponta para períodos de céu muito nublado com abertas, possibilidade de aguaceiros fracos apenas no grupo Ocidental (Flores e Corvo) e vento fraco a bonançoso.

Em Santa Cruz das Flores as temperaturas vão variar entre os 16 e os 21 graus, na Horta entre 14 e 21, em Angra do Heroísmo entre 13 e 20 e em Ponta Delgada entre 13 e 20.

ASAE
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica instaurou 12 processos de contraordenação e apreendeu alguns produtos,...

"Foram fiscalizados 51 operadores económicos, tendo sido instaurados 12 processos de contraordenação, destacando-se como principais infrações irregularidades na comercialização de arroz", refere a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).

As irregularidades encontradas pelos técnicos da ASAE nas vendas a granel de arroz respeitam à falta de cumprimento dos requisitos sobre acondicionamento, denominação ou rotulagem e ainda das exigências gerais e específicas de higiene e inexistência de processos baseados nos princípios do HACCP (regras de segurança alimentar ou análise de perigos e pontos críticos de controlo).

A ASAE salienta que na 'Operação Granel' "foram efetuadas apreensões, nomeadamente cerca de 200 quilogramas de arroz, bem como produtos aperitivos, açúcar e mel, face aos incumprimentos verificados num montante que rondou os 1.200 euros".

A associação de defesa do ambiente Quercus foi contactada por alguns comerciantes que transmitiram preocupação e descreviam ações de fiscalização da ASAE a alimentos vendidos a granel, ou seja, não embalados, tendo como resultados processos por incumprimento, que podem levar ao pagamento de multas.

Carmen Lima, da Quercus, disse que, quando se pretende reduzir o consumo de embalagens, principalmente de plástico, "a penalização da comercialização de produtos a granel levanta dúvidas".

Recordou que já existem regras para a venda de vários bens a granel, mas alguns não são abrangidos, como o arroz.

A ASAE salienta estar "atenta às alterações dos hábitos dos consumidores e das tendências dos mercados" e, por isso, realizou a operação de fiscalização, tendo como principal objetivo a verificação das condições de comercialização de produtos vendidos a granel, de modo a garantir a segurança alimentar e o cumprimento dos requisitos legais em causa.

Esta prática comercial, que visa essencialmente a redução do desperdício alimentar, explica a autoridade, poderá ser efetuada em sistema 'self-service', em alguns casos com recurso a dispensadores, e devem estar garantidos procedimentos específicos para a manutenção das condições de higiene dos recipientes e utensílios que contactam com os alimentos.

"De um modo geral, a legislação específica para os géneros alimentícios não restringe a sua comercialização no âmbito da venda a retalho, à forma de pré-embalado", aponta a ASAE.

No entanto acrescenta que "existem alguns géneros alimentícios para os quais este tipo de comercialização se encontra proibida ou restringida, carecendo de requisitos especiais, como é o caso do arroz, do açúcar ou do café, chicória e cevada".

Este ano
O tempo de espera de chamadas para o Instituto Nacional de Emergência Médica diminuiu este ano, depois de em 2017 ter aumentado...

Segundo dados do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), o tempo de espera médio na primeira semana deste mês foi 13 segundos, descendo dos 22 que se verificaram entre janeiro e abril deste ano, enquanto em 2017 o tempo atingiu 36 segundos, o dobro do que aconteceu em 2016.

O presidente do instituto, Luís Meira, disse que houve "melhorias feitas" para pôr os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) a funcionar de forma mais eficiente, da contratação de mais pessoas a melhorias técnicas.

Luís Meira frisou que o indicador do tempo médio de espera para atendimento é apenas uma parte de uma cadeia cujo fim último é "garantir a assistência médica o mais rapidamente possível".

A contratação de mais recursos, a renovação de viaturas médicas e a contratação de uma equipa médica para controlar a atividade dos CODU e evitar "processos geradores de atrasos ou perdas de tempo" são algumas das medidas que Luís Meira vai apresentar na quarta-feira aos deputados da Comissão Parlamentar de Saúde.

Uma das melhorias conseguidas com a entrada em pleno funcionamento de dois centros operacionais (Sul e Norte) foi conseguir a geolocalização automática de todas as chamadas recebidas, essencial para dirigir os meios.

Este mês foi concluído o concurso para contratar mais 100 técnicos de emergência pré-hospitalar e durante o ano passado entraram 41 assistentes técnicos através de mobilidade na função pública e prestação de serviços.

O INEM passou a contar também com mais 16 médicos para a bolsa de prestadores de serviços no CODU e mais sete psicólogos.

Luís Meira destacou também a renovação da frota automóvel do INEM, como as 41 novas viaturas que estão nos bombeiros e Cruz Vermelha.

Municípios assumem
Os municípios reconheceram ontem que há avanços nas negociações com o Governo para a descentralização de competências nas áreas...

“Apesar dos avanços alcançados” nas negociações dos municípios com o Governo para a descentralização de competências, “ainda subsistem necessidades de esclarecimento e de melhoria”, designadamente nos setores da Educação e da Saúde, disse ontem o presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Manuel Machado.

Na Educação, “há preocupações relacionadas com as dotações, as previsões e as obrigações referentes ao apetrechamento de escolas (aparelhagem, laboratórios, computadores, etc.), bem como à conservação e manutenção dos edifícios escolares”, exemplificou Manuel Machado, que falava aos jornalistas, ontem, em Coimbra, depois de ter participado numa reunião do Conselho Diretivo da Associação.

“A questão do apetrechamento [das escolas] é especialmente relevante”, sustentou Manuel Machado, que também é presidente da Câmara de Coimbra, apontando os casos da Escola Secundária José Falcão, nesta cidade, “cujos laboratórios ainda estão equipados com bicos de Bunsen”, ou do Conservatório de Música, onde o equipamento passa por peças como um piano, que custa, “sem grande dificuldade”, cem mil euros.

“As contas relativamente a essa componente e as condicionantes, que devem ser determinadas, são motivo de preocupação”, pelo que a ANMP vai fazer uma “recomendação [ao Governo] de melhoria [das dotações financeiras] para as coisas ficarem a funcionar bem”, após a descentralização de competências para os municípios, sublinhou.

Na área da Saúde, a Associação “regista com apreço” a criação de “um conselho municipal de saúde em cada município”, que terá “funções importantes” para “interagir com o SNS [Serviço Nacional de Saúde]” e outros serviços, na sequência de uma proposta, nesse sentido, apresentada pela ANMP.

Mas, adverte Manuel Machado, “são precisos elementos relativos aos valores atribuídos anualmente para a manutenção de imóveis e para o designado apoio logístico”.

Neste setor, outras componentes “estão em cima da mesa” e poderão vir a integrar a descentralização da administração central para as autarquias locais, mas ainda estão numa fase de discussão pouco adiantada, acrescentou.

Durante a reunião do Conselho Diretivo da Associação, ontem em Coimbra, na sede nacional da ANMP, para além da Educação e da Saúde, foram igualmente analisadas “as mais recentes versões dos decretos-lei setoriais” referentes às áreas da Cultura e do Património.

Em relação às áreas da Cultura e do Património também “subsistem dúvidas”, que os municípios esperam igualmente “ver esclarecidas rapidamente”, concluiu.

EyeBrain
Uma equipa de Lisboa está a desenvolver uma aplicação para 'smartphones' que auxilia os profissionais de saúde no...

A doença de Parkinson é uma patologia "que tira a qualidade de vida dos doentes e das famílias, atingindo um número elevado de pessoas", disse Ana Sousa, membro da equipa EyeBrain, vencedora da 3.ª edição da maratona de programação tecnológica HackForGood, que teve lugar no Porto no último fim de semana.

Segundo indicou, a doença de Parkinson é uma patologia neurodegenerativa, relacionada com um desequilíbrio no sistema nervoso autónomo - composto pelos sistemas nervosos simpático e parassimpático -, que é responsável por gerir a dinâmica pupilar.

Ana Sousa explicou que a dinâmica pupilar altera-se quando indivíduos com Parkinson são expostos a estímulos externos, como é o caso dos estímulos luminosos.

Para ajudar num diagnóstico precoce da doença, a equipa EyeBrain, constituída por seis elementos da empresa tecnológica Compta, desenvolveu uma aplicação para ‘smartphones', que grava e analisa a dinâmica pupilar dos utilizadores.

Recorrendo à camara fotográfica do ‘smartphone', a aplicação grava um vídeo de 15 segundos à cara utilizador, durante os quais é lançado um estímulo luminoso através do ecrã, com o objetivo de detetar alterações na dinâmica pupilar.

A aplicação, referiu, envolve um algoritmo que analisa o vídeo, monitorizando a variação da dinâmica pupilar e verificando se existem indícios da doença.

A solução desenvolvida permite igualmente um acesso "mais clínico", que poderá ser feito, por exemplo, por entidades ligadas ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), que conseguem aceder ao histórico do paciente e, assim, encaminhá-lo para exames clínicos específicos, caso as medições apontem para essa necessidade.

"Basta que o utilizador faça uma medição de três em três meses, porque não é de um dia para o outro que existem as manifestações", referiu a responsável, acrescentando que são necessárias monitorizações a longo termo.

O objetivo deste projeto, continuou Ana Sousa, é conseguir auxiliar num diagnóstico precoce da doença.

Até ao momento a equipa desenvolveu um protótipo, que será afinado ao nível do algoritmo e da arquitetura do sistema.

A 3.ª edição da maratona de programação tecnológica HackForGood, promovida pela Fundação Calouste Gulbenkian, decorreu pela primeira vez no Porto, no Palácio dos Correios, no sábado e domingo, e incidiu sobre o bem-estar dos jovens, dos idosos, dos migrantes e dos refugiados.

Com a conquista no evento científico, a equipa EyeBrain terá acesso a um programa de acompanhamento e mentoria e à possibilidade de apresentar o seu trabalho na conferência Web Summit, que acontece em Lisboa, entre os dias 27 a 29 de novembro.

O HackForGood 2018 deu início à "Semana Start&Scale 2018", uma semana do empreendedorismo, inovação e tecnologia, promovida pela Câmara do Porto.

Iniciativa a favor da Health4MOZ
A 2ª Edição da Art4Moz, decorre de 11 a 20 de maio, na Douro Marina, em Vila Nova de Gaia e vai homenagear, a título póstumo,...

A Health4MOZ (Health 4 Mozambican Children and Families, O.N.G.D.) prossegue a sua missão de trabalho voluntário na área dos cuidados de saúde que tem vindo a desenvolver desde 2013 e promove a 2ª Edição da Art4Moz, uma exposição coletiva que junta artistas de renome portugueses e moçambicanos e onde se alia a solidariedade científica à solidariedade artística, com o objetivo de ajudar a levar melhores cuidados de saúde para Moçambique.

Obras de diferentes áreas (fotografia, pintura, desenho e escultura) de artistas como Ana Pais de Oliveira, Armando Alves, Carlos Cezanne, Francisco Laranjo, Henrique Silva, Joana Rêgo, Luís Coquenão ou Zulmiro de Carvalho farão parte do espólio e poderão ser adquiridas.

A curadora da iniciativa, Catarina Machado, irá também participar na exposição, para além do seu pleno envolvimento no projeto de um modo geral. Desde 1995 que a curadora participa em vários concursos e bienais de Artes Plásticas, expondo individualmente desde 1996 e participado em 200 exposições coletivas.

A Art4MOZ vai estar patente de 10 a 20 de maio, na Douro Marina, em Vila Nova de Gaia. Parte do valor angariado com a venda das obras reverte para a Health4MOZ.

“Parte do valor angariado através da venda das obras com que estes 30 artistas gentilmente participam na exposição, vai permitir à Health4MOZ dar continuidade ao trabalho que tem desenvolvido nos últimos 5 anos e que nas 13 missões já realizadas permitiu dar formação a perto de um milhar de alunos de medicina, de enfermagem e de medicina dentária bem como a mais de meio milhar de médicos de várias áreas, transmitindo-lhes conhecimentos que os dotaram de mais ferramentas para o desempenho da profissão”, refere Carla Rêgo, presidente da Health4Moz.

Direção-Geral da Saúde
O número de casos de sarampo do surto na Região Norte subiu para 111, mas todos os doentes encontram-se já curados, segundo o...

No início deste mês havia 109 casos de sarampo confirmados e durante mais de duas semanas não houve novos registos.

Atualmente são 111 os casos confirmados, sendo que as duas últimas situações se referem a doentes que iniciaram sintomas em março e que já estão curados.

Aliás, todos os 111 casos deste surto de sarampo, que começou em fevereiro, estão dados como curados, de acordo com o boletim da DGS datado de segunda-feira, dia 7 de maio.

Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), há ainda 24 casos em investigação e, durante o surto, foram analisados 292 casos que se revelaram negativos.

Do total de casos confirmados, apenas um foi em crianças e a maioria (quase 80%) afetou profissionais de saúde e sobretudo com ligação ao hospital de Santo António, no Porto.

O vírus do sarampo é transmitido por contacto direto com as gotículas infecciosas ou por propagação no ar quando a pessoa infetada tosse ou espirra.

A Direção-Geral da Saúde recomenda aos portugueses que verifiquem o seu boletim de vacinas e se vacinem caso seja necessário e para ligaram para 808 24 24 24 se estiveram em contacto com um caso suspeito de sarampo e se tiver dúvidas.

Segundo a DGS, em pessoas vacinadas a doença pode, eventualmente, surgir com um quadro clínico mais ligeiro e menos contagioso.

Quem já teve sarampo está imunizado e não voltará a ter a doença.

A vacina contra o sarampo faz parte do Programa Nacional de Vacinação, que deve ser administrada aos 12 meses e aos cinco anos.

3º ASPIC International Congress
O que é que o trabalho da NASA tem a ver com a investigação sobre cancro da mama? A resposta vai ser dada no 3º ASPIC...

‘New technologies/New achievements’ é o tema de um dos simpósios que vai mostrar como “o conhecimento não tem fronteiras. Aqui, o objetivo é trazer esse conhecimento, literalmente, para a Terra, aplicado aos doentes com cancro”, refere Luís Costa, presidente da Associação Portuguesa de Investigação em Cancro (ASPIC) e diretor do Serviço de Oncologia do Hospital de Santa Maria.

Leon Alkalai é o homem em destaque, um investigador que trabalha na NASA, que participará neste Congresso através de vídeo-conferência. “É um dos homens que fez parte da equipa responsável pela sonda que pousou em Marte” e que se encontra, atualmente, a aplicar os seus conhecimentos à medicina. E uma das áreas que escolheu foi o cancro. “A instituição mundial com maior capacidade ao nível de instrumentos tecnológicos para visão é a NASA e o que estão a fazer é aplicar esse conhecimento ao corpo humano e aos tecidos humanos”, explica Luís Costa.

“Temos vírus e bactérias que habitam em nós e, enquanto hospedeiros, convivemos com esses vírus e bactérias, que modelam muitas das nossas respostas imunitárias”, acrescenta. “Alguns tratamentos contra o cancro na área da imunoterapia podem depender de todo o tipo de bactérias que os doentes têm no seu intestino. Por isso, temos de as conhecer. O que é que a NASA tem a ver com isto? Nós podemos fazer análises cada vez mais profundas e a NASA é provavelmente uma das organizações a nível mundial mais bem preparada para analisar microbiomas. Porque não há nenhum objeto que vá para o espaço ou que venha do espaço que não seja analisado ao detalhe em busca de possíveis microorganismos. É que nós não queremos contaminar o espaço e não podemos ser contaminados a partir do espaço.”

É essa capacidade de análise de microbiomas, que Luís Costa considera “fantástica”, que está a ser aplicada à análise de tecidos. “Ninguém diria que isso fosse possível há uns anos. Já há trabalhos publicados e descobriu-se que a população de microrganismo nos ductos mamários das mulheres com cancro da mama é diferente das que não têm cancro da mama. No futuro, valerá a pena saber se esta composição do microbioma é importante ou não para conhecer as mulheres em risco de cancro da mama, isto para além dos fatores de risco que já são conhecidos.”

Leon Alkalai marca presença através de video-conferência, mas muitos outros nomes vão estar presentes, com projetos igualmente surpreendentes e importantes na investigação sobre o cancro, como o espanhol J. Iñaki Martin-Subero ou Peter Nelson, do Fred Hutchinson Cancer Research Center, que apresenta novidades na área do cancro da próstata. Aos portugueses Carlos Caldas, diretor do Cambridge Breast Cancer Research Unit, Susana Godinho, do Barts Cancer Institute, de Londres e Carla Martins, da University of Cambridge, juntam-se vários outros investigadores nacionais, que confirmam a ‘saúde’ da investigação que se faz por cá e além-fronteiras.

O 3º ASPIC International Congress tem como grande objetivo “motivar as pessoas para o conhecimento. É isso que pretendemos dar às pessoas com o congresso, motivação. O que esperamos das pessoas? Realização de projetos”.

Cancro
Portimão apresentava 8 meses de espera em Senologia em 2017, que garante já ter resolvido. Liga avança com levantamento nacional.

No final do ano passado, o tempo de espera em Portimão para uma cirurgia muito prioritária na área da Senologia (especialidade que trata as doenças da mama) era de oito meses. Isto para casos que deviam ter resposta em 15 dias. O hospital garante que neste momento tem apenas uma doente nesta situação, que já foi operada ao problema oncológico e espera cirurgia reconstrutiva da mama. Este era um dos casos mais graves num retrato feito com dados de 30 de novembro de 2017, os últimos publicados no Portal do SNS, e que preocupam a Liga Portuguesa Contra o Cancro, que vai avançar com um levantamento nacional junto dos hospitais, depois de ter recebido denúncias de que grande parte destas doentes estão a ser operadas fora dos tempos considerados aquedados.

O tema das listas de espera volta a ganhar importância numa altura em que os médicos começam uma greve de três dias, e depois de os administradores hospitalares admitirem ao Diário de Notícias que parte das cirurgias programadas que se perdem nesta altura - uma paralisação com forte adesão pode pôr em causa cerca de três mil operações por dia - já não serão recuperadas este ano. No final do ano passado, 45 serviços de hospitais públicos apresentavam tempos de espera acima do que a lei prevê para cirurgias muito prioritárias. E se em muitos casos a derrapagem nos prazos era apenas de alguns dias, numa dúzia deles os utentes tinham de esperar mais de um mês por uma operação urgente, com especial destaque para duas especialidades: Oftalmologia, em Santarém, onde um doente esperava em média nove meses por uma cirurgia muito prioritária (situação que o Presidente do Conselho de Administração garante ao DN não se passar atualmente, ao afirmar que o Hospital de Santarém não tem doentes inscritos para cirurgia muito prioritária); e Senologia, no Hospital de Portimão.

Panorama que "preocupa muito" Vítor Veloso, presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, que denuncia queixas de atrasos nas cirurgias para casos urgentes, em especial na área das doenças da mama. "E muitas dessas queixas nem vêm dos utentes, partem mesmo dos médicos, que denunciam que grande parte das doentes estão a ser operadas fora dos tempos considerados aquedados. É um problema generalizado, que vai dos maiores hospitais, mais especializados, até aos distritais, e que tem tendência a agravar-se nesta altura de greves".

Importância da deteção precoce
Na lista dos dez serviços com maiores atrasos a nível nacional, Senologia surge duas vezes: além de Portimão, também o Garcia de Orta, com 41 dias, apresentava um prazo que ultrapassava largamente os tempos recomendados. "Um tempo de espera tão dilatado torna-se absolutamente dramático se estivermos a falar de um cancro. Uma das nossas lutas tem passado precisamente por promover rastreios, porque com a deteção precoce de tumores e se forem operados a tempo, conseguimos reduzir a mortalidade em 20%", aponta Vítor Veloso.

Do lado dos hospitais, o Centro Hospitalar e Universitário do Algarve, que inclui Portimão, argumenta desde logo que os últimos dados publicados no Portal do SNS têm cinco meses e que os processos de entradas e saídas de doentes para as listas de espera cirúrgicas "são dinâmicos", detalhando o ponto de situação no início do mês de maio: no caso da Senologia, em Portimão, há uma doente considerada muito prioritária que já ultrapassou os chamados Tempos Máximos de Resposta Garantidos. E "não por motivos oncológicos, uma vez que essa situação prioritária foi resolvida dentro do tempo regulamentar, mas sim para cirurgia plástica-reconstrutiva", garante o centro hospitalar. "Toda a patologia oncológica com indicação cirúrgica é rapidamente tratada, dentro dos tempos definidos, não havendo doentes oncológicos em lista de espera".

Outras especialidades com problemas no Algarve são Ortopedia, em Portimão, com nove doentes à espera para lá do recomendado (seis deles transferidos de outros hospitais no âmbito do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia) e Oftalmologia, em que o processo de um doente ainda está em análise, depois de ter sido devolvido por uma unidade privada".

Tempos de resposta "ligeiramente mais dilatados", segundo palavras do centro hospitalar, que se devem "à reconhecida carência de profissionais de saúde em algumas áreas", nomeadamente de anestesistas. "É preciso ainda perceber que as entradas e saídas de doentes das listas de espera são processos dinâmicos, em que também a prioridade clínica pode ser reformulada por alteração da situação clínica do utente, mantendo-se o tempo de espera inicial, sendo certo que, sempre que é ultrapassado o prazo é emitido um vale cirúrgico onde o utente pode escolher outra unidade de saúde para resolução do seu problema".

Face às constantes ressalvas em relação aos prazos publicados no Portal do SNS e ao facto de algumas especialidades terem tempos de espera altos mas não apresentarem doentes inscritos, a Administração Central do Sistema de Saúde - entidade que gere os dados no site - explicou ao DN que os dados refletem duas realidades: O número de utentes a aguardar a intervenção cirúrgica num determinado momento (último dia do mês); e a média do tempo de espera dos doentes intervencionados nos últimos três meses. "Se partirmos da análise de dezembro, podemos ter um tempo médio de espera nos últimos 3 meses de doentes já intervencionados de X e no último dia do mês não existirem doentes a aguardar cirurgia".

Procura e falta de anestesistas
Também questionado pelo Diário de Notícias sobre as razões que levam a tempos de espera muito acima do previsto na lei, o Garcia de Orta, outro dos visados, responde que "o hospital regista uma procura crescente, que se mantém há vários anos, o que dificulta o cumprimento dos tempos máximos de resposta garantidos", a que se junta "a falta de recursos, no âmbito da anestesia". Isto apesar de o hospital de Almada apontar várias medidas que tomou para tentar resolver o problema, como o "ajustamento das agendas de consulta, a reformulação de espaços e circuitos de bloco operatório e recobro" ou a "centralização da atividade de agendamento operatório com vista a controlar de forma mais eficaz as regras de agendamento".

Cancro
No final de 2017, o IPO tinha quatro especialidades com tempos de espera acima do recomendado, mas poucos doentes preferiram...

Nos dados recolhidos pelo Diário de Notícias, o Instituto Português de Oncologia de Lisboa apresentava quatro especialidades com esperas superiores ao recomendado para casos muito prioritários: otorrino (35 dias), dermatologia (28 dias), cancro da cabeça e pescoço (20 dias) e cirurgia geral (18 dias). Em resposta a este quadro, o IPO sublinha que 62% dos seus doentes são operados dentro dos tempos considerados adequados e que para as esperas mais prolongadas são entregues vales-cirurgia que podem ser usados em hospitais privados ou do setor social com convenções com o SNS. O que a esmagadora maioria prefere não fazer.

Entre as principais razões apontadas para estes tempos está o facto de alguns destes serviços serem muito especializados, para onde são referenciadas pessoas com doença oncológica muito complexa, provenientes de todo o país. Com muitos doentes prioritários e um bloco operatório curto para as necessidades e afetado por greves em 2017, as listas de espera continuam a ser altas. Em 31 de dezembro de 2017, 1296 doentes estavam inscritos para serem operados no IPO Lisboa.

Ainda assim, "provavelmente devido ao reconhecimento e à elevada diferenciação da cirurgia do IPO Lisboa, a grande maioria dos doentes prefere aguardar mais uns dias e serem operados no IPO, por cirurgiões do IPO. Em 2017, apenas 25 doentes optaram por tal solução [vales-cirurgia] e no IPO fizeram-se 6402 cirurgias", frisa o IPO, em informações enviadas ao Diário de Notícias.

A procura de doentes no instituto de Lisboa tem crescido entre 1 a 2% ao ano, o que se deve ao aumento da prevalência das doenças oncológicas, um aumento que não foi acompanhado por melhorias nas condições dos serviços, reclamadas há muitos anos. "O IPO Lisboa só poderá recuperar as listas de espera para cirurgia e reduzir os tempos médios de espera após a realização das obras do bloco operatório, cujos trabalhos preparatórios já começaram", assume o hospital.

O atual bloco operatório foi inaugurado em 1948 e teve obras de ampliação há 30 anos. Com uma área de 925 m2, tem cinco salas de cirurgia convencional, a que se junta uma sala de cirurgia ambulatória, quatro camas de recobro e três de recobro pediátrico. No futuro, depois de concluídas as obras de cinco milhões de euros - que tiveram luz verde das Finanças em dezembro, cerca de um ano e meio depois de terem sido pedidas -, vai duplicar a sua área (2176 m2) e passará a ter seis salas de cirurgia convencional, três de ambulatório, dez camas de recobro e duas camas de recobro pediátrico.

Estudo
Os micro-organismos do plâncton marinho organizam-se em comunidades complexas, mas que duram pouco e mudam rapidamente,...

O mar está repleto de micróbios, mas representa um meio muito hostil para estes organismos, pois tem uma baixa concentração de nutrientes e é muito mutável, em escalas distintas de espaço e de tempo, segundo uma informação hoje divulgada pela Universidade de Granada.

Perante esta situação adversa, os micro-organismos do plâncton, em vez de desenvolverem um modo de vida solitário, coordenam-se entre si para formar comunidades biológicas complexas que funcionam como uma unidade, revelou o trabalho publicado na revista "Nature Communications".

Um dos autores, Antonio Martín Platero, do departamento de Microbiologia da Universidade de Granada, em Espanha, explica que "em cada gota de água do mar vivem centenas de milhares de seres vivos invisíveis, os micro-organismos".

Apesar da sua pequena dimensão, escreve o Sapo, são responsáveis pelo bem-estar do planeta porque regulam vários processos, como aquele relacionado com os níveis de dióxido de carbono na atmosfera.

Mar é um ambiente totalmente mutável em poucos dias
No mar, estes micro-organismos enfrentam um ambiente mutável e heterogéneo, por isso, até agora, não se sabia até que ponto são capazes de organizar-se e viver como uma comunidade a atuar em conjunto ou se vivem e se desenvolvem de forma solitária ou em pequenos grupos.

No estudo agora divulgado, baseado na análise de amostras recolhidas na costa de Massachusetts, os cientistas demonstram que esta grande quantidade de micro-organismos forma comunidades complexas, mas bem definidas e submetidas a uma grande mutação, de modo que, em poucos dias, desaparecem as existentes e voltam a aparecer novas formadas por organismos distintos.

Segundo Antonio Martín Platero, estes resultados "são de grande importância para compreender as redes tróficas, pois organismos de maior tamanho encontram-se com numerosos grupos de micróbios, entre os quais poderá haver patogénicos ou outros prejudiciais".

Os cientistas referem a necessidade de uma monitorização frequente nas águas costeiras recreativas ou de atividades comerciais para uma correta avaliação da exposição a potenciais perigos microbiológicos.

 

Estudo
Os cidadãos sabem na teoria que a água é um bem que não dura sempre mas pouco fazem para gastar menos, apesar de conscientes do...

Os cidadãos sabem na teoria que a água é um bem que não dura sempre mas pouco fazem para gastar menos, apesar de conscientes do risco ecológico associado ao desperdício, segundo um estudo da Águas de Portugal hoje divulgado.

Há "dissonância entre as atitudes e os comportamentos" em relação à água, que a maior parte dos inquiridos percebe como escassa mas que continua a sair das torneiras em casa e lhe dá um "caráter 'inesgotável'", segundo a investigação.

Dos inquiridos, escreve o Sapo, 83,3 por cento sabe que o planeta Terra não terá sempre água abundante e 76,1% recusa a ideia de que a crise ecológica por escassez de água é um exagero.

61,8 % assume que consome mais água do que devia
Mas, se por um lado, 88,8 por cento dos inquiridos considera que as pessoas não têm o direito de usar a água como quiserem, por outro, 61,8 % assume que consome mais água do que devia e precisa.

Quando pensam em poupar água, os inquiridos associam essa necessidade a uma redução no seu conforto, pelo que no estudo da Águas de Portugal se conclui que são necessárias campanhas de sensibilização para contrariar essa ideia.

Em vez de "mecanismos de penalização" para o desperdício, o espírito destas campanhas deve ser "obtenção de recompensas", e a inclusão de "dicas de poupança", dando ênfase ao impacto reduzido desta poupança na qualidade de vida.

Poupar água para ter um ambiente melhor deve ser outra das mensagens para sensibilizar os consumidores. "Mensagens alarmistas" são de evitar e deve apostar-se em campanhas continuadas, defendem os inquiridos. Para três quartos das pessoas que responderam ao inquérito, aumentar o preço da água não é a maneira mais eficaz de estimular a poupança.

A maioria (57%) não acredita que se dê o devido valor à água como recurso escasso, devido à facilidade com que esta sai da torneira. Além disso, a água é mais barata do que bens como a eletricidade, o combustível ou as telecomunicações, ficando em quarto lugar na lista dos recursos em que se gasta mais dinheiro.

Se tivessem que preservar um recurso abdicando dos outros, 44,9% escolheria a água, mas a eletricidade está bem perto, com 40,9 por cento. Eletricidade, telecomunicações e gás repartem o resto das preferências. Embora 88,2% aceitasse usar água reciclada para consumo não humano, apenas 48,4% concorda com o pagamento de uma taxa para financiar a reciclagem da água.

Entre os gestos de poupança que mais pessoas admitem como necessários está fechar a torneira e não ter água a correr sem parar, reduzir o tempo dos banhos, reduzir a quantidade de água em cada descarga de autoclismo ou otimizar o número de lavagens de roupa e de louça.

Os resultados do Estudo Nacional sobre as Atitudes e Comportamentos dos Portugueses são apresentados hoje no Museu da Água, em Lisboa, com o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.

O estudo da Águas de Portugal foi feito com 1.662 pessoas que responderam pela Internet a perguntas sobre as suas atitudes e comportamentos em relação à água.

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