Associação Portuguesa para o Estudo da Dor
Está patente no átrio principal do Hospital Pêro da Covilhã, até ao próximo dia 2 de Abril|2018, uma exposição itinerante da...

A mostra de 21 painéis exibe desenhos extraídos do concurso “Vou desenhar a minha dor”, promovido anualmente pela Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED) desde 2005, com o objetivo de distinguir as ilustrações, realizadas por crianças e adolescentes,  durante períodos de hospitalização ou tratamentos em hospital de dia, de todas as unidades de saúde do país, e que desta forma exprimem, as suas perspetivas e experiências pessoais sobre a dor.

A partir da ideia inicial de expor os desenhos do concurso, associou-se uma componente educativa ao nível dos painéis informativos em exposição, com o objetivo de sensibilizar pais e profissionais de saúde, para a valorização das queixas e sintomas dos mais novos, e para que desta forma lhes providenciem os cuidados e tratamentos mais adequados e em tempo útil.

Nesta exposição, os visitantes são convidados a fazer uma viagem pelos vários tipos de dor infantil, abordagens à dor, mitos, factos, aspetos legais, respostas comportamentais, metodologias de avaliação, posicionamentos de conforto, e intervenções farmacológicas ou outras para o alívio da dor, entre vários outros aspetos.

 

Secretário de Estado
O secretário de Estado da Saúde revelou hoje existirem em Portugal 42 casos confirmados de sarampo, todos em adultos, ao passo...

Dos 42 casos confirmados de sarampo, todos dizem respeito a adultos e existem 39 casos “a aguardar resultados”, acrescentou Fernando Araújo, numa conferência de imprensa realizada no Porto para fazer o ponto de situação sobre o surto de sarampo verificado na região Norte.

O secretário de Estado indicou ainda que a maioria dos casos diz respeito “a adultos jovens”, com idades entre os 20 e os 40 anos, a maior parte “profissionais de saúde”, sendo que “mais de dois terços estavam vacinados”.

Destes casos suspeitos, um deles era o de Braga, que não foi confirmado, o outro é uma criança, com 12 meses, a aguardar resultados. O bebé “está estável, com prognóstico muito favorável”, não tendo sido necessário ficar internado, referiu Fernando Araújo.

Fora da área do Porto, “há um único caso confirmado, uma mulher de Pombal, que teve contacto com o doente francês que se pensa ser um dos casos iniciais, que adquiriu a infeção fora de Portugal”, disse.

De acordo com o secretário de Estado, “existem cinco doentes internados, três no Hospital de Santo António, um no Hospital de São João e um no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos. Destes, apenas um caso está confirmado, os outros estão sob avaliação. Todos apresentam prognóstico muito favorável”.

“Felizmente, neste surto temos tido, do ponto de vista clínico, uma evolução muito favorável”, sublinhou, considerando “normal e expectável” que surjam mais casos.

Contudo, frisou, “podemos afirmar que o surto neste momento está em fase de controlo, de acordo com as características previsíveis”.

“Estamos em articulação com todas as entidades de saúde envolvidas, no sentido de manter esta vigilância ativa em termos de procura e identificação dos casos, suspeitos ou prováveis, e em termos de vacinação, nomeadamente dos profissionais de saúde, que têm mais elevado risco. O processo está a decorrer de forma natural para este tipo de situações”, acrescentou.

Fernando Araújo referiu ainda que “todos os casos suspeitos são inseridos na plataforma, não havendo casos de possíveis ou prováveis infeções que não estejam registados”.

“Não há, neste momento, mais do que 117 casos suspeitos de terem a infeção, dos quais uma parte substancial já foi infirmada”, frisou.

Em caso de dúvidas, o secretário de Estado Adjunto da Saúde recomenda que se ligue para a linha de saúde 24 (808 24 24 24), cujos profissionais darão “indicações claras, onde se dirigir e o que fazer”.

O sarampo é uma doença altamente contagiosa causada por um vírus e é das infeções virais mais contagiosas.

Manifesta-se pelo aparecimento de pequenos pontos brancos na mucosa oral cerca de um ou dois dias antes de surgirem erupções cutâneas, que inicialmente surgem no rosto.

A doença tem habitualmente uma evolução benigna, mas pode desencadear complicações como otite média, pneumonia, convulsões febris e encefalites. Pode ser grave e até levar à morte.

A vacinação é a principal medida de proteção contra o sarampo e neste caso até é gratuita e está incluída no Programa Nacional de Vacinação (PNV).

Segundo os dados de 2017, mais de 87% das pessoas que contraíram sarampo não estavam vacinadas.

Na região Norte, segundo o secretário de Estado da Saúde, “97% a 98% das pessoas estão vacinadas ou já tiveram contacto com a doença”.

Administrador
A aquisição de equipamentos permitiu ao Instituto Português de Oncologia de Lisboa poupar 10 milhões de euros por ano na compra...

Prestes a iniciar um terceiro mandato à frente do IPO de Lisboa, Francisco Ramos disse que, há cinco anos, a instituição tinha um acelerador nuclear, insuficiente para as necessidades, e que a resposta passava por adquirir serviços externos.

Atualmente, este IPO conta com sete aceleradores nucleares e a fatura anual com a aquisição de serviços externos baixou de 12 milhões para dois milhões de euros.

Francisco Ramos garante que “a mais moderna tecnologia de diagnóstico que existe no país” está no IPO de Lisboa e dá como exemplo a inauguração, na terça-feira, de uma nova câmara-gama com tomografia computorizada, integrada para o Serviço de Medicina Nuclear.

O equipamento custou mais de 800 mil euros e faz parte da nova geração de câmaras-gama, equipamentos que melhoram a acuidade do diagnóstico. É a terceira que o IPO adquire.

Segundo Francisco Ramos, esta nova câmara-gama está incluída num conjunto de novos equipamentos que foi possível adquirir com apoio de fundos comunitários.

“Trata-se de um investimento de quase 10 milhões de euros que foi feito ao longo de 2017 e que falta apenas concretizar com o acelerador linear para a radioterapia e que se traduziu no reforço da radioterapia, da medicina nuclear, da radiologia, do parque endoscópico e ainda da área dos laboratórios”, explicou.

O administrador congratula-se por, “apesar das dificuldades que o país atravessou, ter sido possível, nos últimos cinco anos, fazer um investimento muito sério, quer em termos de reabilitação e modernização das instalações, mas também em equipamentos médico cirúrgicos”.

Depois de um atraso “angustiante”, as obras de ampliação do bloco operatório estão finalmente a arrancar.

“Já temos tudo o que é necessário para avançar com as obras”, disse, referindo-se às assinaturas em falta que, apesar da verba de cinco milhões de euros atribuída, impediam o seu avanço.

“Foi um processo longo, às vezes angustiantes. Espero que a nossa prenda de Natal seja um bloco operatório novo e com melhores condições para os nossos profissionais e doentes”, adiantou.

A realização destas obras faz prever “um ano difícil” em termos de capacidade interna.

“As obras vão ter impacto na capacidade de esticar a produção. O volume normal de cirurgias vai-se manter, mas vamos ter mais dificuldades para, em momentos de pico, poder acompanhar essa procura”, reconheceu.

O IPO vai manter cinco salas operatórias a funcionar, contando com o apoio de um bloco operatório do hospital de campanha do Exército, montado e já a funcionar no jardim do Instituto.

Difícil será melhorar os tempos de espera, tendo Francisco Ramos reconhecido que estes até deverão “piorar um pouco”. A perspetiva é de, dentro de um ano, melhor “e muito” essa capacidade.

Administrador
O administrador do Instituto Português de Oncologia de Lisboa defende mais estudos sobre as repercussões do uso da canábis para...

“Francamente gostaria de ver um pouco mais estudadas as eventuais repercussões negativas, ou ausência delas, para que isso, de facto, pudesse acontecer”, disse Francisco Ramos, que dirige um dos hospitais que atende mais doentes com cancro.

O cancro é uma das doenças para a qual os defensores do uso da canábis para fins terapêuticos identificam benefícios nesta prática, nomeadamente no alívio da dor.

“Enquanto matéria-prima para depois ser usada na produção de um medicamento de efeitos controlados e estudados, nenhum problema. Outra coisa é usar a canábis de forma artesanal”, disse.

Ressalvando que, do ponto de vista do Instituto Português de Oncologia (IPO), não deve ter sequer nenhuma posição sobre isso, Francisco Ramos vaticina: “Nunca vamos ter nenhuma plantação de canábis no IPO para uso nos nossos doentes”.

O administrador defende mais conhecimento e recorda que “um hospital de referência tem de usar apenas técnicas perfeitamente demonstradas e não técnicas avulso”.

“É preciso conhecer mais. A vantagem que nós temos nesta forma de prestação de cuidados de saúde é que em 99,99% das soluções que adotamos são coisas que alguém já estudou, que alguém já se preocupou em saber quais os impactos positivos e negativos”, frisou.

Por essa razão, acrescentou, é que “é tão caro”. “O nível de preparação daquilo que usamos é tão grande que naturalmente aumenta os custos, mas também nos dá alguma grande tranquilidade quando usamos”.

“Por enquanto, não me parece que seja expectável que alguém saia do IPO com uma receita de uma infusão de canábis para aliviar a sua dor, com o máximo respeito por quem defende essa teoria”, concluiu.

O uso medicinal da canábis tem gerado controvérsia, com a Ordem dos Farmacêuticos a manifestar-se contra, alegando falta de dados científicos que comprovem a sua eficácia e segurança, e a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) a concordar sob condições controladas e específicas.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, concorda com o uso da canábis para fins terapêuticos, desde que bem regulado e com enquadramento rigoroso.

A Ordem dos Médicos reconheceu, num parecer, que existe forte evidência da eficácia da canábis nalguns usos terapêuticos, nomeadamente no alívio da dor crónica em adultos, na esclerose múltipla, no controlo da ansiedade e como antivomitivo no tratamento do cancro.

Contudo, avisa que a sua prescrição deve ser exclusivamente médica, enquanto medicamento e não na forma fumada, por esta não estar suficientemente estudada em termos científicos.

O parecer, a cargo do Conselho Nacional da Política do Medicamento da Ordem dos Médicos, aponta para uma associação entre o consumo de canábis e o desenvolvimento de dependência, esquizofrenia e outras psicoses, bem como agravamento de dificuldade respiratória.

Na origem deste debate estão dois projetos de lei, um do Bloco de Esquerda (BE) e o outro do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), que preveem o auto cultivo da planta.

Principais problemas e conselhos
Os principais problemas de saúde da mulher portuguesa são a diabetes mellitus, a hipertensão, o AVC

A saúde da mulher portuguesa é afetada na maior parte das vezes, por patologia não da área ginecológica, mas sim por patologia cardiovascular que pode ir desde a insuficiência venosa periférica, à hipertensão, ao acidente vascular cerebral (AVC) e também ao enfarte do miocárdio. A hipercolesterolemia, a diabetes mellitus e as doenças osteoarticulares são também muito frequentes na nossa população feminina. Todas estas patologias podem ser agravadas pela menopausa. É muitas vezes a partir desta fase da vida das mulheres que estes problemas começam a surgir e aqui o ginecologista já terá algum papel quer na prevenção quer no tratamento.

Dependendo dos estratos sociais, existe sempre lugar para melhorar a informação sobre os cuidados a ter na prevenção de doenças ginecológicas e sistémicas. Nunca é demais partilhar informação sobre os cuidados a ter para evitar determinadas patologias e sobre os rastreios nomeadamente de cancro do colo do útero, da mama, que em diferentes idades são ou deveriam ser obrigatórios, partindo essa iniciativa dos médicos, mas sobretudo das doentes que os procurem se estiverem bem informadas.

A hereditariedade é sempre um fator a ter em conta, tanto nas doenças metabólicas, como nas cardiovasculares e osteoarticulares. Na área ginecológica sabemos hoje que existem determinados tipos de doença maligna, nomeadamente o   cancro da mama e o do ovário que podem depender de fatores genéticos, portanto familiares. Existem hoje em dia, exames específicos para essas mulheres de maior risco.

Mais do que sinais de alarme existem comportamentos que podem melhorar a qualidade de saúde e de vida das mulheres e esses podem variar entre hábitos alimentares corretos, exercício físico ou atividade física regular, cessação tabágica, até às idas regulares ao seu médico de medicina geral e familiar e ao seu ginecologista, para realização de exames periódicos de rotina que podem servir para o despiste de várias patologias a tempo de serem tratadas.

Diferentes ciclos afetam a saúde feminina

A gravidez, por si só, pode desencadear doenças como a diabetes, a hipertensão, alterações renais, que podem tornar-se crónicas, mas é também protetora nomeadamente do cancro do ovário e da mama, ou seja, acredita-se que a prevalência destas duas patologias é menor nas mulheres que estiveram grávidas várias vezes e que amamentaram os seus filhos.

Também na gravidez, por alterações hormonais e por aumento de tensão a nível dos mecanismos de suporte do pavimento pélvico, pode aparecer um quadro de incontinência urinária de esforço, que de transitório pode passar a permanente

A menopausa, com a diminuição drástica de estrogénios, pode afetar ou desencadear patologias diversas: depressão, alterações cognitivas, diminuição da líbido, incontinência urinária e patologia do pavimento pélvico, alteração do metabolismo dos lipídeos e dos hidratos de carbono, hipertensão, diabetes mellitus, osteoporose...

Todos sabemos que a incontinência urinária  continua a ser considerada uma “epidemia escondida”. E se vemos que nos estratos mais jovens e nas mulheres trabalhadoras um maior à vontade para referirem o problema ao seu médico, ainda existem muitas – a grande parte - que esconde ou que vive sozinha o problema porque o considera inevitável, tendo em conta o exemplo das mulheres da família de gerações anteriores, que também se queixavam do mesmo problema. Aceitam como natural e dependente do envelhecimento,  o que não é,  desconhecendo que existem tratamentos simples  com taxas de sucesso acima dos 90%, cirurgias minimamente invasivas, não incapacitantes e com rápido retorno à sua vida diária normal, quando se trata de uma incontinência urinária de esforço e medicação e outros tratamentos mais inovadores, para a incontinência urinária de urgência.

Como já referi atrás, embora a incontinência urinária de esforço (aquela em que a mulher perde com a tosse, espirro, riso, pegar em pesos, dar uma corrida) possa ser mais prevalente nas mulheres que tiveram partos vaginais, a própria gravidez, por alterações hormonais e pela ação do útero gravídico sobre os mecanismos de suporte da bexiga, pode ser responsável por esse tipo de patologia.


Incontinência urinária de urgência atinge 40% das mulheres, durante ou após o parto

Incontinência urinária de urgência

No entanto convém saber que a cesariana está associada a outro tipo de incontinência urinária – a de urgência (a mulher sente uma vontade súbita e inadiável de urinar que não consegue inibir e perde ou pequenas gotas ou de forma catastrófica), e ao aparecimento de outros sintomas relacionados com alterações da inervação da bexiga que sofreu danos durante a cirurgia – noctúria (acordar com vontade de urinar várias vezes por noite), que tem efeitos muito prejudiciais na qualidade do sono destas mulheres e no descanso necessário para um dia de trabalho, aumento da frequência urinária (necessidade de ir mais do que oito vezes por dia à casa de banho), o que pode prejudicar o relacionamento em determinados postos laborais.

Cerca de 40 por cento das mulheres que tiveram filhos vão apresentar um quadro de incontinência urinária (IU), ao longo da vida. Não existe qualquer razão para contrariar o que é natural – o parto normal, indicando uma cirurgia agressiva – a cesariana, para tentarmos evitar uma hipótese – a IU, em tempo que não sabemos definir e que pode ser corrigida com uma cirurgia minimamente invasiva.

Durante a gravidez a mulher pode e deve ser ensinada e incentivada a fazer exercícios de fortalecimento do pavimento pélvico. Estes exercícios são conhecidos como os exercícios de Kegel.

Quando não tratada, pode ser fator de isolamento, de baixa autoestima que em último caso leva a síndromes depressivos. São mulheres que deixam de conviver até com a própria família, de executar as suas tarefas diárias, que deixam de participar nos eventos sociais ou familiares, por medo de perderem e mesmo com dispositivos de contenção (pensos) cheirarem mal. Muitas vivem em função de ter uma casa de banho por perto. Não podemos também ignorar o facto de este problema poder interferir com o relacionamento do casal. Concluindo, é um problema que pode afetar os aspetos sociais, afetivos, laborais e económicos da mulher com este problema.

Cancros na mulher

Sem dúvida o mais prevalente é o cancro da mama, em seguida o do colo do útero e posteriormente o do ovário.

Os fatores de risco apontados para o cancro da mama, continuam a ser objeto de debate, em todo o mundo. No entanto sabe-se que a hereditariedade é um problema major a ter em conta (se a mãe, a irmã, uma tia, tiveram cancro da mama em idade jovem o risco aumenta), o consumo de álcool e de tabaco, a ausência de gravidezes e de amamentação, a menarca (1ª menstruação) precoce e menopausa tardia, a obesidade, a raça branca, o uso de terapêutica hormonal de substituição (THS) e ainda a idade que não pode ser um fator considerado pouco importante - o risco de desenvolver cancro da mama vai aumentando conforme vamos envelhecendo, sendo raro antes dos 30 anos. Mais de 50 por centro dos cancros da mama são diagnosticados em mulheres acima dos 65 anos de idade. Há estudos que apontam também para o sedentarismo, falta de atividade física como fator de risco.

Quanto ao cancro do colo do útero, as evidências apoiam uma relação de causa efeito, entre alguns tipos de papiloma vírus humano (HPV) e este tipo de carcinoma, tornando assim esta patologia numa doença sexualmente transmissível.  As lesões percursoras de cancro do colo do útero são cada vez mais frequentes em idades precoces, devido ao início de vida sexual mais cedo, mas também mais diagnosticadas em programas de rastreio precoce e também por maior esclarecimento da população feminina jovem que hoje em dia sabem que devem recorrer ao ginecologista ou ao seu médico de medicina geral e familiar, para a realização de exames de despiste.

O cancro do ovário parece estar relacionado primeiro com o fator hereditário e depois com a nuliparidade, a obesidade, os tratamentos de infertilidade, a raça branca. O uso de contracetivos durante cinco anos, parece diminuir o risco. O mesmo já não acontecendo com a terapêutica hormonal de substituição utilizada pelas mulheres na pós-menopausa. Nesta última situação as opiniões dividem-se mas tudo indica que quando utilizada por longos períodos de tempo aumenta o risco.

Menopausa sem desconforto

A menopausa como já fui referindo ao longo deste texto, trás algumas alterações, nem sempre compensatórias para a qualidade de vida da mulher. Numa altura em que poderiam viver, já com os filhos criados e sem a ameaça  de uma gravidez não desejada, uma vida mais confortável, as alterações hormonais da menopausa, alteram muitas vezes a libido da mulher e a capacidade de ter relações sexuais gratificantes. Muitos artigos se escrevem sobre este problema, mas na realidade não existe nenhum tratamento verdadeiramente eficaz para tratar este problema quando acontece.  Convém acrescentar que este não é um problema transversal a todas as mulheres em menopausa, mas é um dos que mais frequentemente é referido em consulta.

Estima-se que as mulheres vivam um terço da sua vida em pós-menopausa. Com a menopausa vêm também os efeitos adversos da falta de proteção dos estrogénios no que diz respeito ao aparelho cardiovascular e à qualidade do osso. As alterações no metabolismo dos lipídeos e dos hidratos de carbono - aparecendo os quadros de hipercolesterolemia e de diabetes mellitus, as alterações tiroreoideias, alterações cognitivas ligeiras e do humor sob a forma de depressão.

 A solução nestes casos é primeiro incentivar a mulher a realizar, de forma regular, exercício físico,  alimentação saudável que inclua uma correta ingestão de cálcio, cessação de hábitos tabágicos, exercitar a mente com alguma forma de atividade intelectual e medicar por fim quando as patologias já estão instaladas. A THS é recomendável em mulheres que não tenham contraindicações (e isso é ao médico ginecologista que compete avaliar). Os regeneradores de massa óssea e/ou fixadores de cálcio, não descurando as necessidades de vitamina D para que o cálcio ingerido seja absorvido e fixado, são importantes nas mulheres com osteoporose. A vitamina D é produzida na pele por exposição ao sol que com os devidos cuidados é necessária.

A crise poderá ter levado as mulheres a descurar mais a sua saúde. Não só a nível da medicina privada e variando de região  para região do país (principalmente nas regiões onde a população é mais dependente de empregos fabris, visto que aí é onde há mais desemprego e empresas que fecham e cujos empregados tinham seguros de saúde que deixaram de poder pagar), as consultas estão a diminuir, como a nível do serviço nacional de saúde, se nota que uma doente que não esteja isenta do pagamento de taxas moderadoras, muitas vezes escolhe a consulta que lhe fará mais falta, se tiver várias patologias e duas ou três consultas marcadas num mês.

Esperança média de vida é maior

Tanto a população masculina como a feminina estão a envelhecer e cada vez a esperança de vida é maior para ambos os géneros. Sabe-se realmente que as mulheres tendem a viver mais tempo do que os homens e que as mulheres acima dos 80 anos são o grupo que mais tem aumentado nestes últimos anos.

A informação, os rastreios, o acesso regular a consultas de rotina no médico de medicina geral e familiar que orientará para a especialidade, a mudança de hábitos alimentares e de vida e a tomada de consciência de que é necessário evitar o sedentarismo e a obesidade. As gravidezes desejadas e bem vigiadas, com suplementações vitamínicas que não só ajudam a boa formação do feto mas também ajudam a evitar problemas futuros na mulher. Todas as novas abordagens terapêuticas nomeadamente no que diz respeito à  contraceção, terapêutica hormonal de substituição e osteoporose.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares
O Serviço Nacional de Saúde tinha em 19 de fevereiro 960 camas ocupadas com internamentos sociais, com um custo estimado anual...

De acordo com os dados do 2.º Barómetro de Internamentos Sociais (BIS), divulgado pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), “a 19 de fevereiro de 2018, 960 camas, o equivalente a 6% do total das camas disponíveis, em 74% dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), eram ocupadas com internamentos inapropriados, predominantemente justificados pela falta de resposta na rede de cuidados continuados”.

A maioria dos casos, segundo o comunicado da APAH, localizam-se na região norte (43%) e Lisboa e Vale do Tejo (38%).

“Para a generalidade dos hospitais auscultados, a média de internamento inapropriado está nos 67 dias, o que corresponde a uma despesa estimada de 26,3 milhões de euros. A extrapolação deste valor para um ano dos internamentos inapropriados evidencia um impacto estimado superior a 99,7 milhões de euros para o Estado”, lê-se no comunicado.

Segundo o BIS a maioria dos internamentos sociais tem origem médica (72%) e 56% dos casos são mulheres.

“Quando às idades, 22% correspondem a pessoas entre os 18 e os 65 anos, 36% referem-se ao intervalo entre os 65 e os 80 anos e 41% dizem respeito a internamentos de utentes com mais de 80 anos, apenas 1% respeita a pessoas com idade inferior a 18 anos”, precisa o comunicado.

O internamento social corresponde a um prolongamento dos internamentos hospitalares para além do período clinicamente necessário e pode conduzir a “complicações evitáveis para o doente”, como o aumento do risco de infeções, malnutrição, depressão, entre outros, para além de representar um problema nos tempos de espera para outros internamentos, como os decorrentes de cirurgias, o congestionamento das urgências.

“O prolongamento dos internamentos é um problema muito complexo. Ao longo do tempo, a incapacidade das famílias e falta de respostas na comunidade têm sido apontadas como as principais razões para a inadequação do período de internamento. Geralmente, estes internamentos são caracterizados coloquialmente como sociais”, refere o documento da APAH.

A APAH, que diz representar 650 associados com funções de administração e gestão na área da saúde em Portugal, organiza hoje um congresso em Viseu, no qual apresenta os resultados finais do 2.º BIS.

Depois de o 1.º BIS, em outubro de 2017, a APAH diz ter como objetivo “a monitorização periódica deste fenómeno, de forma a dar relevo à problemática e a fomentar o desenvolvimento de ações conjuntas para minimizar o seu impacto”.

Perito
O perito em engenharia de sistemas e computadores José Tribolet considera que o espaço virtual do sistema de saúde em Portugal...

O especialista participa hoje numa conferência promovida pelo Centro Hospitalar Lisboa Norte sobre “Inovação e Segurança da Informação”, com uma palestra sobre os desafios da segurança de dados.

Para o especialista, em Portugal “não há um ordenamento do território nacional no espaço virtual”, seja no sistema de saúde, seja em outros essenciais, defendendo que essa arquitetura dos sistemas é essencial para se saber “o que há para ‘securizar’”.

“Quando falamos de cibersegurança temos de questionar: Há um sistema de saúde ou há um conjunto de sistemas de saúde numa cacofonia incrível? Onde está a informação de saúde [de cada um]? Ninguém sabe responder. Porque ninguém sabe onde está”, afirmou.

Para o presidente do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, a discussão da cibersegurança em sistemas complexos como é o da saúde “tem de estar associada à arquitetura do espaço virtual”.

José Tribolet entende que a “inacreditável cacofonia de sistemas” na área da saúde – que nada tem a ver com a diferença entre setor público e privado – torna difícil saber o que, em concreto, se pretende tornar seguro.

“Podia ser uma sinfonia. Os instrumentos estão lá, os artistas estão bem, não está é sincronizado e orquestrado. É um problema de harmonização e orquestração sistemática [dos sistemas]”, compara.

E o especialista entende que só a vale a pena falar de cibersegurança caso se compreenda o sistema: “Primeiro temos de saber qual é o problema. Segurar o quê, onde está? Ninguém sabe dar resposta”.

Assim, considera que ninguém consegue fazer “uma cartografia do que são os sistemas de saúde” nas várias componentes (informação, ‘softwares, acessos e rede), o que torna muito difícil tornar seguro um sistema, mas, por outro lado, também torna mais irrelevantes eventuais danos ou ataques que queiram ser feitos.

 

Hospital do Funchal
Três ortopedistas do hospital do Funchal executaram pela primeira vez uma cirurgia inovadora na Madeira, uma implantação...

De acordo com a nota divulgada pelo SESARAM, a intervenção foi realizada no passado dia 10, numa doente com 62 anos, que sofria de doença reumatológica crónica (síndrome ‘stikler’) com perda acentuada de substância óssea, tendo a cirurgia durado cerca de 10 horas.

A cirurgia foi realizada no Bloco Operatório do Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, e envolveu uma vasta equipa de médicos e enfermeiros.

Os três ortopedistas madeirenses contaram com a direção cirúrgica de um médico do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, especialista na área dos tumores ósseos e reconstrução artroplástica com próteses, com muita experiência neste tipo de intervenção.

A paciente já fora submetida a três cirurgias da anca e presentemente estava “praticamente acamada já há cerca de 11 meses”, pelo que a sua situação “exigia uma solução cirúrgica radical” que passava pela “remoção de todo o fémur e reconstrução intra-corpórea, com uma prótese total de fémur revestida a prata (resistente e aplicada em tratamento de infeção com próteses)”, pode ler-se na informação.

O Serviço Regional de Saúde da Madeira sublinha que esta foi uma “intervenção cirúrgica muito delicada” e que “teve um custo aproximado de 60 mil euros”.

A equipa médica ainda ponderou a possibilidade de encaminhar a doente para uma unidade hospitalar no continente, mas analisou todas as limitações físicas da paciente e “encetou todos os esforços no sentido de promover este ato cirúrgico” na região

Ainda salienta que “esta intervenção cirúrgica só foi possível realizar, graças ao protocolo de cooperação” entre os serviços de Ortopedia do hospital do Funchal e do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

“O mais importante, e fundamental, é que com a colocação desta mega prótese revestida a prata, o chamado “3 em 1” (prótese da anca, fémur e joelho), estão reunidas as condições para a doente recuperar a capacidade de andar e ter qualidade de vida”, realça o documento, estando a equipa médica “confiante num processo de recuperação”.

 

Administração Regional de Saúde do Norte
O programa nacional de rastreio de saúde da visão infantil, apresentado sexta-feira passada no Hospital de Santa Maria da Feira...

O projeto-piloto do Norte começou por ser desenvolvido em quatro agrupamentos de centros de saúde, dois centros hospitalares (Porto e São João). Durante o ano de 2017 foi alargado a 12 agrupamentos de centros de saúde e seis hospitais.

Até à data foi proporcionado rastreio a mais de 20 mil crianças.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, assim como o presidente da comissão para a elaboração da estratégia nacional para a saúde da visão, António Augusto Magalhães, e os administradores regionais de saúde do país marcaram presença no ato.

"A miopia é provavelmente o tema em que mais investi, ao longo da minha carreira", disse, na altura, António Augusto Magalhães.

De acordo com o também oftalmologista do Centro Hospitalar de São João, a miopia "instala-se de forma silenciosa, evolui e agrava-se no tempo", não havendo "recursos humanos, em nenhuma sociedade, disponíveis para rastrear 100 mil crianças por ano".

Isso, disse, "não seria exequível nem sustentável financeiramente".

"O método que alterámos torna o rasteiro simples e barato, apesar da sua enorme taxa de exequibilidade. Pela nossa experiência, as crianças colaboram excelentemente em mais de 90% dos casos. A tecnologia veio resolver algumas lacunas anteriormente identificadas, para que a miopia possa observar os critérios de ilegibilidade enquanto doença/objeto de rastreio de base populacional", explicou.

Para a diretora-geral da Saúde, este projeto, cuja primeira fase do piloto tinha como população alvo crianças registadas em quatro Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) do norte, "parece virtuoso e terá um impacto muito grande na felicidade na felicidade das crianças".

"[O rastreio] deve ser muito comunicado para que as pessoas tenham a noção que têm uma nova vacina que é a vacina contra a miopia. Iremos desenvolver esta componente no futuro", classificou a responsável.

Já o secretário de Estado explanou que o alargamento a nível nacional deste projeto "é uma medida inovadora" e que se deve "aos resultados obtidos" no hospital.

Já o responsável da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) disse que melhorar o acesso aos cuidados de saúde visual dos portugueses "era uma promessa que estava escrita no programa do Governo e que vai ser cumprida até ao final da legislatura".

"Acreditamos que com esta iniciativa vamos contribuir para melhorar o acesso aos cuidados de saúde visual dos portugueses, e assim reduzir o impacto destas patologias debilitantes na sua qualidade de vida", referiu Fernando Araújo, mostrando ainda confiança que este é um "caso de sucesso, mesmo a nível internacional".

 

DGS
O número de casos suspeitos de sarampo em Portugal subiu para 117, segundo disse à Rádio Renascença (RR) a diretora-geral de...

De acordo com Graça Freitas, “até domingo às 19:00” eram “117 os casos suspeitos”.

Quanto ao número de casos confirmados, a diretora-geral da saúde adianta que “subiu ligeiramente”, sem avançar com o número concreto.

Os últimos números conhecidos apontam para 36 casos confirmados no Norte do País.

“Sabemos estes dados, porque são os médicos que fazem o diagnóstico que notificam [os casos] numa plataforma nacional e depois o laboratório Ricardo Jorge também notifica nessa plataforma” se as suspeitas se confirmam, explicou a responsável.

Os últimos casos suspeitos conhecidos surgiram em Coimbra e Braga e estão todos relacionados com o surto que começou no Hospital de Santo António, no Porto, segundo a RR.

Por precaução, todos os profissionais de saúde do hospital de Braga vão ser vacinados contra o sarampo.

O último boletim emitido pela Direção-Geral da Saúde, no domingo ao final do dia, indicava que o número de casos de sarampo confirmados em Portugal, na região Norte, era de 36, num universo de 87 casos suspeitos.

Um comunicado divulgado pela DGS referia que até às 18:00 de domingo tinham sido reportados, na região Norte, 87 casos suspeitos de sarampo, a maioria dos quais com ligação ao Hospital de Santo António, no Porto.

"Dos 87 casos reportados, 36 foram confirmados laboratorialmente pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e 25 foram infirmados; os restantes 26 casos aguardam resultado laboratorial", segundo o comunicado, que indicava ainda que "todos os casos reportados são adultos, estando um internado em situação clínica estável".

Ainda segundo o último comunicado divulgado pela DGS, até às 12:00 de domingo foram administradas 890 doses de vacina VASPR (sarampo, papeira e rubéola) a profissionais do Hospital de Santo António.

No comunicado, a DGS recomenda que as pessoas verifiquem os boletins de vacinas e que, caso seja necessário, se vacinem contra o sarampo, recordando tratar-se de “uma das doenças infeciosas mais contagiosas podendo provocar doença grave, principalmente em pessoas não vacinadas”.

No caso de pessoas vacinadas, “a doença pode, eventualmente, surgir, mas com um quadro clínico mais ligeiro e menos contagioso”, enquanto as pessoas que já tiveram sarampo "estão imunizadas e não voltarão a ter".

A DGS aconselha ainda a “quem esteve em contacto com um caso suspeito de sarampo e tem dúvidas” que ligue para a Linha Saúde 24 (número 808 24 24 24).

Menos de dois anos depois de Portugal ser reconhecido oficialmente como estando livre de sarampo, o país depara-se com o terceiro surto da doença no espaço de um ano, depois de dois surtos simultâneos em 2017, que infetaram quase 30 pessoas e levaram à morte de uma jovem de 17 anos.

O sarampo é uma doença altamente contagiosa causada por um vírus e é das infeções virais mais contagiosas.

Manifesta-se pelo aparecimento de pequenos pontos brancos na mucosa oral cerca de um ou dois dias antes de surgirem erupções cutâneas, que inicialmente surgem no rosto.

A doença tem habitualmente uma evolução benigna, mas pode desencadear complicações como otite média, pneumonia, convulsões febris e encefalites. Pode ser grave e até levar à morte.

A vacinação é a principal medida de proteção contra o sarampo e neste caso até é gratuita e está incluída no Programa Nacional de Vacinação (PNV).

Segundo os dados de 2017, mais de 87% das pessoas que contraíram sarampo não estavam vacinadas.

 

Sarampo
Menos de dois anos depois de Portugal ser reconhecido oficialmente como estando livre de sarampo, o país depara-se com o...

Em 2016, Portugal recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) um diploma que oficializava o país como estando livre de sarampo, até porque os poucos casos registados nos últimos anos tinham sido contraídos noutros países.

Aliás, entre 2006 e 2014, Portugal tinha registado apenas 19 casos de sarampo, quase todos importados. Este ano e no ano passado já ultrapassou os casos registados em quase uma década.

Portugal teve dois surtos simultâneos em 2017, que infetaram quase 30 pessoas e levaram à morte de uma jovem de 17 anos. Esta semana, as autoridades detetaram um surto na região norte do país, com pelo menos 21 casos confirmados.

Com a vacinação gratuita das crianças, a partir de 1974, e sobretudo com a introdução de uma segunda dose de vacina em 1990, o sarampo acabou por se tornar quase uma doença esquecida ou invisível ao longo dos anos.

Mas entre 1987 e 1989 tinham sido notificados em Portugal 12 mil casos, contabilizando-se 30 mortes, porque as coberturas vacinais obtidas não foram suficientes para impedir a epidemia, de acordo com os dados oficiais.

Aliás, o sarampo é uma das infeções virais mais contagiosas e, apesar de habitualmente ser benigna, pode ser grave e até levar à morte, segundo as autoridades de saúde.

A doença manifesta-se pelo aparecimento de pequenos pontos brancos na mucosa oral cerca de um ou dois dias antes de surgirem erupções cutâneas, que inicialmente surgem no rosto.

As complicações do sarampo podem incluir otite média, pneumonia, convulsões febris e encefalite.

O sarampo, que é evitável pela vacinação, transmite-se por via aérea e pelo contacto direto com secreções nasais ou da faringe de pessoas infetadas.

Com um período de incubação que pode variar entre sete a 21 dias, o contágio dá-se quatro dias antes e quatro dias depois de aparecer a exantema (erupções cutâneas).

Consideram-se já protegidas contra o sarampo as pessoas que tiveram a doença ou que têm duas doses da vacina, no caso dos menores de 18 anos, e uma dose quando se trata de adultos. Os profissionais de saúde que não tiveram a doença devem ter as duas doses da vacina independentemente da sua idade.

A vacinação é a principal medida de prevenção contra o sarampo, sendo gratuita e incluída no Programa Nacional de Vacinação (PNV). As crianças devem ser vacinadas aos 12 meses e repetir a vacina aos cinco anos.

A vacinação organizada contra o sarampo em Portugal iniciou-se em 1973, com uma campanha de vacinação de crianças entre os um e quatro anos, que vigorou até 1977. Em 1974, a vacina contra o sarampo foi incluída no PNV e em 1990 foi introduzida uma segunda dose da vacina.

 

Estudo
Investigadores do Porto estão a estudar os efeitos do consumo de canabinoides sintéticos por parte de mulheres grávidas no...

Os canabinoides sintéticos "são novas substâncias com efeitos semelhantes, mas mais potentes do que a tetrahidrocanabinol (THC), a principal molécula psicoativa da canábis", explicou o investigador João Alexandre, do Grupo de Toxicologia da Unidade de Investigação UCIBIO-REQUIMTE, da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto.

"O aparecimento de novas moléculas, a um ritmo alarmante, derivado do facto destas muitas vezes serem, erradamente, designadas por drogas legais, tem levado ao aumento do seu consumo", referiu.

Segundo indicou, a elevada potência dos canabinoides sintéticos (comparativamente à THC), associada à escassa informação sobre os seus efeitos toxicológicos, contribui para o aparecimento de diversos casos graves de intoxicações.

Os canabinoides sintéticos podem causar sintomas como o aumento do ritmo cardíaco e da pressão arterial, dores musculares, falha renal, dores torácicas e hepatoxicidade, e, a nível cerebral, psicoses, convulsões e perda de consciência.

É ainda de salientar que o consumo de canabinoides sintéticos "já foi responsável por casos mortais, contrariamente aos canabinoides presentes na canábis", disse o investigador.

João Alexandre contou que, de acordo com o último relatório do Observatório Europeu da Droga e Toxicodependência, em 2016 estavam a ser monitorizadas 620 substâncias (cerca de 70% detetadas nos últimos cinco anos), das quais 160 correspondem a canabinoides sintéticos.

De acordo com João Alexandre, a maioria dos consumidores de canabinoides sintéticos são indivíduos jovens, entre os 15 e os 40 anos.

Para o investigador, a avaliação dos efeitos destas substâncias no neurodesenvolvimento assume uma especial relevância no caso do consumo por parte de mulheres grávidas ou em idade fértil, que constituem em grupo de "particular risco".

"Está reportado que a THC atravessa a placenta e atua diretamente no feto, encontrando-se o consumo de canábis durante a gravidez associado a posteriores problemas no desenvolvimento cognitivo das crianças, incluindo défices de memória e atenção, hiperatividade e dificuldades de aprendizagem, existindo ainda o perigo de se verificarem abortos espontâneos ou malformações congénitas", indicou.

Por outro lado, sabe-se que o sistema endocanabinoide (um conjunto de canabinoides endógenos, recetores celulares e enzimas), responsável pela regulação de processos em diferentes órgãos, está presente logo desde o início do desenvolvimento embrionário, desempenhando um papel importante na regulação do desenvolvimento neuronal.

Assim sendo, é possível que a desregulação desse sistema por canabinoides sintéticos, ainda durante o desenvolvimento neuronal, provoque alterações que mais tarde resultam no aparecimento de patologias mentais, como a esquizofrenia ou as doenças do espetro do autismo.

Além disso, os sistemas neuronais encontram-se na fase final de maturação durante a adolescência, o que torna esta fase particularmente vulnerável para o desenvolvimento de doenças psiquiátricas e psicológicas, muito frequentes em utilizadores destas substâncias.

Através deste projeto pretende-se contribuir para aumentar o nível de conhecimento sobre o tema, fornecendo dados para que as agências possam tomar decisões informadas relativamente às medidas regulamentares associadas à utilização destas substâncias.

Neste projeto participam ainda João Pedro Silva e os professores Helena Carmo e o Professor Félix Carvalho.

Dormir bem é fundamental para o crescimento
As alterações de sono são frequentemente referidas pelos pais em consultas de pediatria e de medicin

Há uma relação muito íntima entre sono de qualidade e saúde mental; o sono é essencial para o bem-estar psicológico e como explicaremos, desempenha diversas funções na regulação do organismo.

O sono desempenha diversas funções

O sono é determinante na regulação da homeostasia do nosso organismo, contribuindo para manter o equilíbrio do meio interno. Entre as funções do sono encontram-se a conservação de energia, restauração de tecidos, organização da memória e seleção de informação, consolidação do sistema imunitário e secreção de hormona do crescimento (GH – “growth hormone”) em crianças e adolescentes.

Arquitetura do Sono

Existem dois tipos de sono: sono não-REM (sem movimentos oculares rápidos, do inglês REM – “rapid eye movement”) e sono REM.

SONO NÃO-REM

O sono não-REM ocupa cerca de 75% do sono e estrutura-se em 4 fases.

Fase 1 – transição entre sono e vigília, facilmente interrompida por ruídos ou toques. Ondas cerebrais rápidas.

Fase 2 – Sono mais profundo. Cessam os movimentos dos olhos. Os músculos relaxam. Importante para a consolidação da memória. São necessários estímulos mais intensos para despertar. Ondas cerebrais rápidas.

Fase 3 – Mais profunda que a anterior. Início de ondas lentas. Atividade cardíaca e respiração abrandam. Importante para funções reparadoras do sono.

Fase 4 – Corresponde ao sono mais profundo, em que é mais difícil acordar uma pessoa. O despertar, se ocorrer, é confuso. Continuam as funções reparadoras, de crescimento e recuperação de células, tecidos e órgãos.

SONO REM

No sono REM há atonia muscular generalizada, mas aumento marcado da atividade cerebral. É nesta fase que ocorrem os sonhos. Pode ser também importante para a consolidação da memória.

Ao longo da noite os ciclos de sono não-REM/REM sucedem-se a cada 90 a 110 minutos, e os períodos de sono REM tornam-se progressivamente mais longos. Os últimos correspondem a 25% do total, portanto passamos menos de ¼ do tempo a sonhar.

As necessidades de sono são variáveis

As necessidades de sono variam em função da altura do ano, do género, da atividade física e profissional e sobretudo da idade: os bebés passam 95% do tempo a dormir durante a gravidez. Um recém-nascido pode dormir mais de 16 horas; uma criança de quatro anos pode ter necessidades de sono de cerca de 12 horas, um adolescente 10 horas, um adulto 8 horas (em média) e num idoso 6 horas podem ser suficientes.

À medida que as crianças crescem, o sono evolui de um padrão polifásico para um padrão bifásico. A partir dos 3-4 anos, a criança passa a dormir de noite.

Ao longo do desenvolvimento do bebé/criança o numero de horas de sono necessárias durante o período noturno e diurna vai variando e adaptando-se às necessidades das crianças.

O sono é regulado por vários fatores

A regulação do sono depende de vários aspetos, mas entre os mais importantes estão a luz (no escuro segrega-se uma hormona, a melatonina, que induz o início do sono) e a temperatura interna do corpo (a temperatura do corpo vai subindo até cerca das 18h e começa então a descer lentamente até à madrugada seguinte, quando normalmente temos necessidade de nos aconchegar na cama).

Durante o crescimento das crianças, e consoante fase de desenvolvimento, surgem diversas problemáticas na higiene do sono. Apresentamos aqui algumas dessas problemáticas, bem como algumas sugestões para as contrariar.

Do nascimento até aos 3 anos, os problemas mais comuns são os “sonos trocados” e dormir com os pais ou a “dança das camas”. Para os “sonos trocados”, deve-se tentar que os sono durante o dia decorra com luz natural e sem controlo exagerado dos ruídos – ao contrário do que os pais habitualmente fazem, que é colocar as crianças a dormir num ambiente sossegado e escuro durante o dia.

No período da noite, a criança deve dormir num ambiente o mais calmo possível, sem luz artificial, ou com uma luz de presença de baixa intensidade. Assim, o bebé vai-se habituando a ter um sono mais repousante e mais prolongado de noite, que é fisiologicamente mais saudável, com sestas mais curtas durante o dia.

Relativamente a dormir com os pais, é prejudicial para as rotinas de sono, a individualização da criança e a privacidade do casal.

Devem incutir-se rituais e rotinas que antecipem a ida para a cama de forma calma, valorizando o sono. Se a criança acordar a meio da noite deve ser tranquilizada na própria cama e não ser levada para a cama dos pais.

Os problemas mais comuns dos 3 aos 10 anos são pesadelos, terrores noturnos, enurese e dificuldade em dormir sem uma luz acesa.  Deste modo, deve ser explicado às crianças que os pesadelos são normais e recordados no dia seguinte de forma a que as crianças consigam distinguir entre o real e o imaginário.

Os terrores noturnos consistem num acordar anormal na fase do sono profundo sem lembrança do sucedido no dia seguinte, e podem deixar uma criança muito constrangida. Quanto mais se tenta consolar, mais a crise se prolonga.

Em situações de enurese (“xixi na cama”) os pais não devem culpabilizar as crianças. Devem ter o cuidado de alertar as crianças para evitar consumo de líquidos a partir das 19h. Caso o problema persista após os 5 anos, deve ser procurada ajuda de profissionais de saúde.

A partir dos 10 até aos 18 anos as crianças começam a querer deitar-se mais tarde testando os limites na luta contra o sono. É nesta faixa etária que normalmente querem ficar a jogar computador ou ver televisão até mais tarde e que começam a sair à noite, por vezes até de madrugada.

Assim sendo, mesmo nestas idades, os pais devem moderar o acesso a computadores e consolas no quarto a partir do final da tarde. Deve-se explicar que jogar ou ver televisão à noite é ativador e induz privação do sono, por isso, nunca o devem fazer na cama.

É também importante estabelecer uma hora não muito tardia para chegar a casa após uma saída noturna e explicar que não é dormindo mais ao fim-de-semana que se compensam as horas de sono não dormidas nas noites anteriores (a chamada dívida de sono).

O Sono é fundamental. Durma bem. Cresça saudável!

 

Autores: 
Dra. Margarida Albuquerque 
Dr. Pedro Cintra
Dr. Miguel Costa 
Departamento de Saúde Mental - Hospital de Cascais

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
No Porto
Uma investigadora Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto desenvolveu um estudo com crianças e...

"O papel da microbiota intestinal tem sido cada vez mais referenciado, principalmente no que concerne às doenças autoimunes, como a diabetes mellitus tipo 1 e a doença celíaca. Sabe-se que o fator genético não é suficiente para desencadear estas patologias e que os fatores ambientais têm um papel fulcral, e é aqui que entra o glúten", indicou à Lusa a investigadora Shámila Ismael, da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP).

Segundo explicou, a diabetes mellitus tipo 1 e a doença celíaca podem ocorrer simultaneamente pois envolvem o mesmo fator genético e apresentam um fator ambiental comum - o glúten - que, exposto à microbiota intestinal, desencadeia um processo inflamatório.

Desse processo inflamatório, resulta uma resposta autoimune e, consequentemente, o desenvolvimento das patologias em questão, em indivíduos predispostos geneticamente.

O processo inflamatório crónico, por sua vez, origina "um pior controlo glicémico e do perfil lipídico", e, ainda, "um maior risco no desenvolvimento de comorbilidades associadas a ambas patologias", referiu.

No caso da diabetes do tipo 1, continuou a investigadora, este processo inflamatório resulta num perfil lipídico alterado, levando a um aumento do risco cardiovascular, que é a principal causa de mortalidade nestes doentes.

Com a instalação destas doenças no organismo, é necessário "melhorar o prognóstico e reduzir o processo inflamatório", de forma a manter a integridade intestinal.

Nesse sentido, Shámila Ismael realizou um estudo com crianças e adolescentes diagnosticados simultaneamente com diabetes tipo 1 ou com doença celíaca, no Serviço de Pediatria do Centro Hospitalar São João, para avaliar a relação patológica entre as doenças e o efeito da exclusão do glúten no perfil metabólico dos participantes.

Os dados bioquímicos dos envolvidos foram recolhidos e avaliados em três momentos: após serem diagnosticados com estas patologias, antes do início da dieta sem glúten e após o início da mesma.

De acordo com a investigadora, os resultados do estudo, que contou com a participação da nutricionista Carla Vasconcelos, do Centro Hospitalar São João, sugerem que a presença do glúten na dieta está associada não só ao controlo da doença celíaca mas também a um melhor controlo metabólico da diabetes mellitus tipo 1.

Verificou-se igualmente "a importância do diagnóstico precoce para um melhor prognóstico e uma melhoria significativa no perfil glicémico", indicou.

Os resultados permitiram verificar igualmente uma associação entre valores mais altos de triglicerídeos com o pior controlo das patologias, o que demonstra a necessidade de reformulação dos produtos processados sem glúten e da desmistificação da dieta sem glúten.

A investigadora considera importante substituir o açúcar dos produtos sem glúten por ingredientes naturais que lhes confiram o sabor, como tâmaras, frutas frescas e desidratadas, especiarias e ervas aromáticas (canela e erva-doce, por exemplo).

"Porém, mais importante que isto, é fundamental transmitir a noção que na dieta isenta em glúten, quase todos os alimentos que fazem parte do padrão alimentar saudável não apresentam restrições e por isso, convém que a alimentação destes doentes baseie-se no lema "descascar mais e desembalar menos", ou seja, utilizar mais produtos naturais e menos processados", acrescentou.

 

Sarampo
Um caso de sarampo num profissional de saúde num hospital da Suécia, registado no final do ano passado, levou a que dezenas de...

Segundo um boletim do Centro Europeu de Controlo de Doenças, no final do ano passado foi detetado no Hospital Sahlgrebska, em Gotemburgo, um caso de infeção de sarampo num profissional de saúde que trabalhava na área da saúde materna.

Quase 70 recém-nascidos que pudessem ter estado expostos à infeção receberam então profilaxia pós-exposição.

Entre dezembro de 2017 e meados de janeiro, a Suécia reportou 26 casos relacionados com o mesmo surto.

Portugal detetou esta semana um surto de sarampo no qual a maioria dos casos suspeitos tem ligação laboral ao hospital Santo António, no Porto.

Até ao momento há 21 casos confirmados, de um total de mais de 50 casos suspeitos.

Sarampo
A diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, admitiu hoje que poderá haver novos casos de sarampo, depois de terem sido...

À margem da apresentação do programa nacional de rastreio de saúde da visão infantil, em Santa Maria da Feira, a responsável remeteu nova atualização do número de infetados para o final do dia e admitiu que, quando existe um surto, o ponto de vista clínico "é complexo".

"É provável que desde ontem [quinta-feira] tenham aparecido casos suspeitos, mas que carecem de reporte, quer para a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte), quer para o nível nacional, e carecem de uma investigação laboratorial. Não é uma questão de não controlo, mas uma dinâmica do próprio vírus e da doença", referiu em declarações aos jornalistas.

A responsável atualizou também o estado das cinco pessoas internadas, revelando que uma delas terá alta nos próximos tempos, estando as restantes a "evoluir muito bem", sendo que todas elas "ou não tinham uma dose da vacina ou duas", o que indica que "tiveram formas variadas de sarampo, menos grave e que não levam a transmissão a outros".

Segundo contou, este é um "surto característico dos países desenvolvidos, com altas taxas de vacinação", caso contrário a doença já se teria entranhado "em comunidades e crianças", o que é uma amostra do "alto nível de imunidade" no país, visto que só tem ocorrido "em adultos jovens", sobretudo nos profissionais de saúde.

A recomendação para os profissionais de saúde é estarem vacinados, o que não evita poderem ter "uma forma muito ligeira de sarampo e que não transmite", além de um aumento do nível de alerta para o diagnóstico.

"Os médicos estão atentos a qualquer pessoa que apareça na fase inicial da doença (febre, conjuntivite, pingo no nariz)”, disse Graça Freitas, lembrando que, depois, aparecem lesões cutâneas características.

“O nível de atenção está elevado. Uma vez encontrada uma pessoa suspeita, procedemos ao isolamento dessa pessoa. É posta num espaço próprio, é dada uma máscara, medidas de contenção respiratórias e da infeção, para que esta pessoa não contagie outras", disse.

A diretora-geral respondeu também às declarações do presidente da Associação Portuguesa dos Administradores dos Hospitais, Alexandre Lourenço, que defendeu um consenso entre as ordens e os sindicatos para uma campanha pelo cumprimento do Programa Nacional de Vacinação e admitiu que os hospitais não fazem triagem para saber se os profissionais que contratam têm as vacinas em dia.

"Pode fazer-se pedagogicamente [uma triagem dos profissionais de saúde]. Tudo se pode fazer de forma pedagógica, consensual e informada. Vocês acham que, em consciência, alguém não vai verificar o vosso boletim? O que acontece é que somos vacinados na infância e quando entramos no mundo laboral, passados 25 anos, não se tem a sensação se estamos corretamente vacinados ou não", retorquiu.

Graça Freitas recusou a possibilidade de obrigar os profissionais de saúde a vacinarem-se, porque além de "carecer de enquadramento legal, vivemos num estado de Direito e o nosso programa nacional de vacinação é universal e voluntário" e que não "é por uma medida ser obrigatória que se torna um êxito".

Sobre os movimentos anti vacinas, sublinhou que os trabalhadores da área de saúde têm a "obrigação de esclarecer as dúvidas às pessoas que as tenham" e que a vacinação é um "ato voluntário, um dever, um direito e um ato de solidariedade para com todos".

"Mesmo que haja 1% ou 3% de pessoas que não estejam vacinadas, beneficiam da vacinação dos outros. É este o contrato social entre os profissionais de saúde e a população que deve haver. As pessoas têm direito a ter dúvidas e a vê-las esclarecidas. Deve ser uma adesão esclarecida. As vacinas salvam vidas, protegem-nos contra o sofrimento e contra a morte", rematou.

Sarampo
Mais de mil casos de sarampo foram registados só em janeiro deste ano em 15 países europeus, com a Grécia e a França a...

O balanço, que data da semana passada, mostra que a Grécia teve mil casos de sarampo entre janeiro e março deste ano e a França registou mais de 400 casos, enquanto a Itália indicava 164 casos.

O Centro Europeu de Controlo de Doenças recorda que o sarampo é uma doença severa e que, desde 2016, houve 57 mortes reportadas na União Europeia devido a esta infeção contagiosa.

Um novo surto de sarampo foi conhecido em Portugal esta semana, na região norte do país, depois de, em 2017, terem sido registados dois surtos coincidentes no tempo, que infetaram menos de 30 pessoas e causaram a morte de uma jovem de 17 anos.

O número de casos de sarampo confirmados na região norte está neste momento nos 21, mas há mais algumas dezenas de suspeitos, a maioria com ligação laboral ao Hospital de Santo António, no Porto.

O sarampo é uma doença grave, para a qual existe vacina, contudo, o Centro Europeu de Controlo de Doenças estima que haja uma elevada incidência de casos em crianças menores de um ano de idade, que ainda são muito novas para receber a primeira dose da vacina. Daí que reforce a importância de todos os outros grupos estarem vacinados de forma a que não apanhem nem transmitam a doença.

Em Portugal a vacina é gratuita, está integrada no Programa Nacional de Vacinação e deve ser administrada em duas doses.

 

Sarampo
A Ordem dos Enfermeiros recusa admitir qualquer requisito de entrada na profissão que passe pelo esquema vacinal, mas diz-se...

“Se quiserem fazer a discussão sobre a vacinação para todos estamos abertos a fazer essa discussão, agora como requisito para trabalhar que as pessoas sejam obrigadas, e apenas para um grupo profissional, não estamos disponíveis”, afirmou a bastonária da Ordem dos Enfermeiros.

Questionada pela Lusa, Ana Rita Cavaco insistiu: “A Ordem não está disponível para definir um requisito de entrada na profissão como o estado vacinal, da mesma maneira que a lei não prevê que as pessoas sejam obrigadas a vacinar-se”.

Ana Rita Cavaco, que falava a propósito do surto de sarampo identificado no norte do país, com 21 casos já confirmados, entre eles 19 profissionais de saúde, defendeu que a discussão se deve centrar “no desinvestimento do país nos cuidados de saúde primários e não em “encontrar culpados”.

“Parece que há uma tentativa de atribuir a culpa do surto de sarampo aos profissionais de saúde e isso eu recuso. Até porque há profissionais de saúde que tinham as duas doses da vacina”, acrescentou

A responsável defende que as doenças consideradas eliminadas continuarão eliminadas “se os enfermeiros tiverem condições para fazerem o seu trabalho”.

“Se querem discutir a vacinação então temos de ter horários alargados nos centros de saúde. Não se pode ter horários de vacinação como os que existem nalguns casos, em que é só à segunda, quarta e sexta, por falta de enfermeiros”, acrescentou.

Ana Rita Cavaco sublinhou ainda o “contrassenso” existente entre o facto de a vacinação não ser obrigatória, mas, para receberem o rendimento mínimo, as pessoas terem de assinar um contrato que diz que os filhos têm de ter o estado vacinal atualizado.

“Há muita coisa a discutir em torno da vacinação. Tem de se apostar numa forte campanha de vacinação, não é só agora, mas sempre. Andamos há dois anos a dizer que é preciso investir nos cuidados de saúde primários… só se fala na vacinação quando aparece algum facto consumado”.

Também hoje, o presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares defendeu um consenso alargado com as ordens e sindicatos dos profissionais de saúde para uma campanha pelo cumprimento do Programa Nacional de Vacinação, mas admitiu que, se não resultar, os hospitais podem tomar outras medidas, que poderão passar pela definição de requisitos para o exercício da profissão.

O sarampo é uma doença altamente contagiosa causada por um vírus, sendo mesmo das infeções virais mais contagiosas. Geralmente é propagada pelo contacto direto com secreções nasais ou da faringe e por via aérea. Manifesta-se pelo aparecimento de pequenos pontos brancos na mucosa oral cerca de um ou dois dias antes de surgirem erupções cutâneas, que inicialmente surgem no rosto.

A doença tem habitualmente uma evolução benigna, mas pode desencadear complicações como otite média, pneumonia, convulsões febris e encefalites. Pode ser grave e até levar à morte.

A vacinação é a principal medida de proteção contra o sarampo e neste caso até é gratuita e está incluída no Programa Nacional de Vacinação (PNV).

 

Sarampo
O bastonário dos Médicos admite que possa vir a ser obrigatório para os profissionais que trabalhem em unidades de saúde...

Em declarações, Miguel Guimarães adiantou ainda que vai hoje à tarde visitar o Hospital de Santo António, local com o qual tem ligação laboral a maioria dos suspeitos de infeção de sarampo do surto conhecido esta semana no norte do país. Contudo não se sabe ainda o estado vacinal dos infetados.

O bastonário reconhece que é complexo defender a obrigatoriedade da vacinação dos cidadãos e que pode nem ser a medida mais eficaz, mas entende que em determinados locais, como as unidades de saúde ou escolas, poderá ter de ser obrigatório aos profissionais apresentar o boletim de vacinas para comprovar o estado vacinal.

“Têm de ser dadas indicações para ser feita uma ampla campanha nas unidades de saúde. Também para que os médicos de medicina de trabalho chamem todos os profissionais de saúde à consulta e a primeira coisa que têm de ver é plano de vacinação. E depois considerar a hipótese de a pessoa estar vacinada para trabalhar numa unidade de saúde”, afirmou Miguel Guimarães.

O bastonário lamenta ainda que, depois do surto do ano passado, o Ministério não tenha avançado com uma “verdadeira campanha nacional” pela vacinação, generalizada a toda a população.

“Não chegam anúncios de televisão”, disse.

O representante dos médicos considera a “vacinação como a mais importante medida de saúde pública” e afirma-se muito preocupado com este surto”, lembrando que Portugal chegou a ser considerado uma zona livre de sarampo.

Miguel Guimarães refere não ter informação concreta sobre o estado vacinal dos profissionais de saúde que possam estar infetados, mas, questionado pela Lusa, disse não ter indicação de nenhum pediatra entre os casos suspeitos.

Os profissionais de saúde são o único grupo a quem são recomendadas duas doses de vacina contra o sarampo, independentemente da sua idade, segundo uma norma da Direção Geral da Saúde (DGS), atualizada a propósito do surto atual, mas que refere que quem já teve a doença estará protegido para toda a vida, não necessitando de vacinação.

O número de casos de sarampo confirmados na região norte subiu para 21, segundo os últimos dados da DGS.

Dos 51 casos suspeitos de sarampo, entre os quais estão os 21 confirmados, 45 têm ligação laboral ao Hospital de Santo António, no Porto.

 

Cintesis
Investigadores do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde foram distinguidos com uma bolsa de cinco mil euros...

A Bolsa Emílio Peres, atribuída pela Sociedade Portuguesa de Diabetologia, vai financiar este projeto, no âmbito do qual será realizado um ensaio clínico que inclua homens e mulheres com idades entre os 40-75 anos, diagnosticados com diabetes de tipo 2.

“Dado que a cerveja é uma bebida fermentada rica em poalifenóis que, em estudos pré-clínicos, melhoraram a sensibilidade à insulina, este projeto pretende avaliar o efeito do consumo moderado de cerveja sem álcool nos níveis de açúcar de indivíduos com diabetes do tipo 2”, esclareceu Conceição Calhau, líder da linha de investigação.

De acordo com esta especialista na área de Nutrição e Metabolismo do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (Cintesis) e professora na NOVA Medical School, em Lisboa, “com este estudo em humanos, pretende-se obter conclusões mais sólidas sobre a utilidade do consumo de cerveja sem álcool nos diabéticos”.

De acordo com os investigadores, o lúpulo, uma planta utilizada pela indústria cervejeira que confere o gosto amargo à cerveja, é rico em polifenóis, como o xanto-humol, que apresenta diversos benefícios para a saúde. Resultados obtidos em estudos pré-clínicos revelaram que o xanto-humol atenua a hiperglicemia.

“Contudo, a evidência científica sobre os efeitos do consumo de cerveja no metabolismo e na microbiota intestinal é escassa e, na sua maioria, suportada apenas por estudos em modelos animais ou in vitro”, acrescentam.

Eva Lau, endocrinologista e docente na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), que fará as consultas aos diabéticos, salienta que “a alimentação é o fator que mais influencia a composição do microbiota intestinal. Estudos anteriores mostram que modificações nos hábitos alimentares levam a alterações visíveis na composição do microbiota intestinal logo após 24 horas”.

A equipa de investigação inclui ainda André Rosário, Diana Teixeira, Diogo Pestana, Ana Faria e Davide Carvalho. Os doentes serão recrutados no Hospital de São João do Porto e as análises à microbiota serão realizadas na NOVA Medical School, em Lisboa.

Os investigadores do Cintesis e da Universidade Nova de Lisboa estão também a desenvolver um outro estudo sobre os efeitos do consumo moderado da cerveja na saúde, para o qual procuram voluntários.

Neste projeto, o grupo pretende avaliar o efeito do consumo de cerveja na microbiota intestinal (flora intestinal), no perfil metabólico e lipídico em indivíduos saudáveis, sendo liderado pela investigadora e especialista em Nutrição e Metabolismo do Cintesis Conceição Calhau.

Para desenvolver este estudo, a equipa está à procura de 30 voluntários saudáveis, do sexo masculino, entre os 18 e os 65 anos de idade, que estejam dispostos a consumir uma cerveja por dia, com e sem teor alcoólico (5,20%, 0,45% e 0% de álcool), durante quatro semanas.

O Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde é uma Unidade de Investigação e Desenvolvimento (I&D) cuja missão é encontrar respostas e soluções, no curto prazo, para problemas de saúde concretos, sem nunca perder de vista a relação custo/eficácia.

Sediado na Universidade do Porto, o Cintesis beneficia da colaboração das Universidades Nova de Lisboa, Aveiro, Algarve e Madeira, bem como da Escola Superior de Enfermagem do Porto.

No total, o centro agrega mais de 500 investigadores, em 23 grupos de investigação que trabalham em 3 grandes linhas temáticas.

 

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