Governo
Todos os 55 agrupamentos de centros de saúde do país vão ter pelo menos um médico dentista em 2019, disse hoje o secretário de...

Em declarações aos jornalistas, em Pombal, distrito de Leiria, à margem de uma sessão comemorativa do Dia Mundial da Saúde Oral, Fernando Araújo disse que o Governo está a trabalhar "ativamente" no sentido de dotar todos os 55 agrupamentos de centros de saúde com um médico dentista, sendo que atualmente apenas 24 agrupamentos possuem consultas de medicina dentária, num projeto iniciado em 2016.

De acordo com o secretário de Estado da Saúde, este ano serão colocados "mais de metade dos [dentistas] que faltam" e os restantes no primeiro semestre de 2019, "de forma a todos os agrupamentos de centros de saúde terem acesso a médico dentista, de modo também a haver equidade para os portugueses em todo o território".

"É um desígnio, é uma enorme força de vontade que temos, trabalhando com a Ordem dos Médicos Dentistas, com os municípios e com a Direção-Geral de Saúde tenho confiança que o vamos conseguir atingir", afirmou Fernando Araújo.

Na sessão, a subdiretora geral da Saúde, Catarina Sena, revelou que o projeto de saúde oral nos cuidados de saúde primários, iniciado em 2016, já possibilitou consultas de medicina dentária a mais de 39 mil utentes do Serviço Nacional de Saúde, tendo sido realizados cerca de 57 mil tratamentos.

Catarina Sena anunciou ainda que o agrupamento de centros de saúde do Pinhal Litoral terá um dentista em funções no centro de saúde de Pombal a partir de julho.

 

Medicina Dentária Neurofocal ou Integrativa: que é?
A boca é a porta de entrada para dentro do nosso corpo e os dentes estão totalmente conectados com o

Os meridianos são como canais que passam no nosso corpo e que conectam vários órgãos incluíndo os dentes.  Desta forma, ao tratarmos um dente estamos a contribuir também para uma melhor saúde do órgão correspondente. Por exemplo, os incisivos superiores e inferiores estão relacionados com o rim e bexiga, os caninos com o fígado, os pré-molares com o pulmão e intestino grosso e, por fim, os  molares com o estômago, baço e pâncreas.

Frequentemente, encontramos pessoas com problemas recorrentes sempre no mesmo dente e que se arrastam ao longo de anos. Na maioria das vezes já recorreram a vários tratamentos e acabaram até por ter que extrair o dente. Nestes casos, devemos suspeitar se existe alguma disfunção em alguns dos órgãos correspondentes e idealmente trabalhar sempre de forma articulada com as outras áreas da medicina e da medicina não convencional.  

O contrário também acontece. Recebemos muitas vezes um doente que sabemos que sofre do estomâgo de uma forma crónica. Nestes casos, devemos avaliar bem os dentes correspondentes. Por vezes apresentam uma desvitalização que nos pode fazer suspeitar que aquele dente é interferente e que pode estar a bloquear o meridiano do estômago e fazer com que órgão não funcione na sua plenitude.  

Desta forma, a medicina dentária integrativa não é uma nova área da medicina dentária mas sim um conceito baseado em príncipios muito bem estudados e que nos apontam para uma visão completamente integral do doente onde a boca e os dentes não só estão conectados com todo o corpo como são o principal e primeiro contacto permanente do exterior com o interior podendo ser responsável por desiquilibros provocados em zonas à distância. Esta atitude leva-nos muitas vezes a alterar a tomada de decisão relativamente a determinadas situações na boca que de outra forma poderiam passar despercebidas.

É verdade que todos os procedimentos que fazemos e os materiais que colocamos têm sempre um certo nível de toxicidade para a pessoa. No entanto, devemos ter sempre presente que a escolha dos materiais que utilizamos deve ser cuidada e atenta e de preferencia a mais adequada para cada pessoa. Deve optar-se sempre que possível por procedimentos minimamente invasivos e que tenham o menor impacto para o paciente.  Manter e conservar a estrutura do dente, apostar na prevenção, não utilizar materiais tóxicos como as amálgamas (“o chumbo nos dentes”) e apoiar a sua substituição utilizando protocolos rigorosos de segurança, são algumas das medidas que devemos adoptar. A International Academy of Oral Medicine and Toxicology (IAOMT) desenvolveu um protocolo muito exigente para a remoção das amálgamas em segurança e dedica-se bastante ao estudo das consequências para a saúde da acumulação de mercúrio proveniente destes materiais dentários ao longo dos anos. Doenças degenerativas, auto-imunes e depressão são algumas das principais doenças que podem ter como um dos factores agravantes a intoxicação por mercúrio. 

Na medicina dentária integrativa e biológica utiliza fortes aliados como ferramentas fundamentais. A terapia neural, uma técnica com muitas bases ciêntificas que actua a nível do sistema nervoso provocando uma desprogramação a nível celular e promovendo uma neuromodelação.

A ozonoterapia é outra técnica de grande interesse como acção antifúngica, antibacteriana e cicatrizante, bem como a utilização de óleos essenciais quimiotipados, com um potencial de acção terapeutica supreendente em inúmeras situações clínicas. Fungos, aftas, gengivite, periodontite e cicatrização pós-cirurgica são alguns dos exemplos onde os óleos quando devidamente seleccionados são altamente eficazes.

 A acupuntura ou hipnose podem também ser utilizadas para o relaxamento e preparação dos doentes para as cirurgias permitindo também uma grande melhoria da sua recuperação no período pós-operatório.

Para mim enquanto médica dentista que se dedica muito à implantologia é uma grande mais valia poder trabalhar diariamente com o recurso a todas estas técnicas tendo sempre em mente as bases da medicina dentária integrativa. Este percurso dedicado à formação nesta área tem sido apaixonante e faz-me sentir realizada por ver que podemos fazer muito mais pelas pessoas ao tratarmos da saúde oral do que somente aquilo que aprendi na faculdade.

Está completamente ultrapassada a época em que os tratamentos de medicina dentária eram considerados um luxo não sendo acessíveis para a maioria das pessoas. É urgente mudar mentalidades. É urgente sensibilizar as pessoas para o impacto que a saúde da boca e dos dentes tem na saúde geral. A partir da saúde oral podemos previnir muitas doenças e melhorar tantas outras. A diabetes, as doenças cardiovasculares, digestivas e respiratórias são alguns simples exemplos.

Em Portugal, a maioria das pessoas tem falta de dentes. Muitos continuam ainda agarrados aos cuidados do passado onde não existiam as anestesias e os métodos de tratamento que temos actualmente. Muitos vivem carregados com medos e a transmitir, ainda que inconscientemente, o “monstro do dentista” geração após geração. E, por fim, fruto deste tenebroso medo continuam a deixar sempre para “a última” na esperança que a doença do dente não avance ou que deixe de doer.

Todos nós sabemos que se deixamos evoluir uma cárie o tratamento não só será mais doloroso para a pessoa como também para a sua carteira. Além do mais, um tratamento inicial de cárie é indolor. Quantas vezes ainda ouvimos no consultório dizer “Nunca mais vim, não tinha problema nenhum!”. Hoje em dia esta realidade não faz sentido. Nenhum médico dentista “arranca dentes com os joelhos ao peito”. Evoluímos, e muito! E, não somos bichos papões!

A cavidade oral é um local sagrado e cheio de mistérios. Deve ser tratada com carinho. Já pensou que durante 24h por dia, 365 dias por ano durante toda a nossa vida, a boca está constantemente a receber coisas do exterior e a absorver/enviar para o interior do nosso corpo?! Desde o ar que respiramos, a comida que ingerimos, as mãos sujas que colocamos na boca, etc. Se a isto juntarmos o elevado poder de absorção das mucosas da cavidade oral e da região sublingual então temos o “cocktail perfeito”. Além disso, os dentes são um sistema vivo compostos por vasos sanguíneos e terminações nervosas que comunicam diretamente com a mesma rede de vasos e nervos do corpo. Desta forma não é estranho pensarmos que as doenças orais possam influenciar a saúde geral.  

Acontece que, enquanto o papel da doença periodontal nas doenças cardiovasculares e diabetes já é muito bem aceite pela comunidade médica, o impacto na saúde de outras patologias dentárias, de desiquilibrios emocionais, bem como o perigo das amálgamas dentárias, ainda carece de algum reconhecimento/consenso.

Os problemas de saúde oral nas crianças também têm sido um tema de grande interesse para a comunidade ciêntifica, e,  já está bem demonstrado que as doenças orais podem contribuir para o défice de atenção, dificuldades na escola, distúrbios do sono, etc. Recentemente,  a Direcção Geral de Saúde assinou um protocolo com outras entidades, entre elas o Instituto Universitário Egas Moniz, para que a Saúde Oral seja integrada nos currículos escolares. Já no ano passado a entrada da medicina dentária no serviço nacional de saúde demonstra que aos poucos Portugal vai dando os primeiros passos para que a saúde oral seja valorizada pelos Portugueses e o acesso aos cuidados possa chegar a um maior número de pessoas.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Governo
O ‘stock’ de vacinas de sarampo existente em Portugal é "mais do que suficiente" para as necessidades, quer da...

"O ‘stock’ de vacinas é mais do que suficiente", afirmou Fernando Araújo, em declarações aos jornalistas, em Pombal, distrito de Leiria, à margem de uma sessão comemorativa do Dia Mundial da Saúde Oral.

O governante disse que o número de vacinas de sarampo existentes em Portugal foi revisto na segunda-feira entre a tutela, as diversas administrações regionais de saúde e a Direção-Geral de Saúde (DGS) e existe "em número suficiente" quer nos centros de saúde, quer nos hospitais.

"Nesse aspeto estamos perfeitamente descansados e as pessoas podem estar confiantes que se for necessário, se for indicado, terão seguramente a vacina, que é gratuita, que é segura, e que defende os próprios, os seus mais próximos e a comunidade", frisou Fernando Araújo.

O último balanço do número de casos de sarampo confirmados em Portugal pela DGS apontava para 53, de um total de 145 situações suspeitas.

"Até às 19:00 do dia 19 de março de 2018 foram reportados 145 casos suspeitos de sarampo, a maioria dos quais com ligação ao Hospital de Santo António, no Porto", segundo a informação divulgada na noite de segunda-feira por aquela entidade.

Dos 145 casos reportados, 53 foram confirmados laboratorialmente pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e 51 foram informados.

Dos 53 casos agora confirmados, todos adultos, um pertence à região centro, embora com ligação ao surto que decorre na região norte.

Há ainda um conjunto de 41 casos a aguardar resultado laboratorial.

De acordo com o comunicado, estavam internados cinco doentes, com situação clínica estável.

 

Instituto Português do Sangue e da Transplantação
Portugal atingiu no ano passado o segundo lugar na lista mundial de países com mais órgãos de dadores falecidos, anunciou hoje...

João Paulo Almeida e Sousa falava aos jornalistas à margem de um simpósio internacional sobre transplantação e doação de órgãos, que decorre em Lisboa.

Esta subida à segunda posição é “uma excelente notícia”, disse.

“Mais do que a nossa posição no ‘ranking’, significa que houve mais oportunidade de doação e portugueses que precisaram de mais um órgão para viver, e para viver com qualidade, e que tiveram acesso a esse órgão”, adiantou.

Portugal alcançou este segundo lugar num universo de 50 países, entre os quais estão representados “todos os países ocidentais”.

Em 2016, Portugal ocupava a terceira posição e, em 2015, o quarto lugar.

Presente na inauguração, o ministro da Saúde sublinhou a importância deste lugar alcançado por Portugal e aproveitou para prestar o seu reconhecimento ao Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) e “a qualidade dos profissionais de saúde”.

“É este o reconhecimento que tem de ser feito ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), ao sistema de saúde, num país que não tendo os mesmos recursos que outros, tem feito tudo o que pode”, disse.

De acordo com o relatório da Coordenação Nacional da Transplantação sobre a atividade de doação e transplantação de órgãos entre 2012 e 2017, no ano passado foram colhidos 1.011 órgãos e realizados 895 transplantes.

Ao nível dos transplantes realizados em 2017, assinalou-se um aumento de 3,5% em relação ao ano anterior (864).

Também os dadores aumentaram, atingindo os 351 em 2017, mais 14 do que no ano anterior.

A maioria dos dadores estava em morte cerebral (330), 79 eram dadores vivos, 21 encontravam-se em paragem cardiocirculatória e dez eram dadores sequenciais.

A principal causa de morte dos dadores foi clínica (80%), seguindo-se a traumática (20%).

O maior número de dadores é oriundo do sul (137), seguido do norte (110) e do centro (104).

Em relação aos órgãos, o aumento foi de 8% em relação ao ano anterior, registando-se a colheita de 1.011 em 2017. A idade média do dador foi de 53,8 anos (55,1 anos em 2016).

Em dador vivo, registaram-se 77 doações de rins e dois de fígado.

 

Centro Champalimaud
Foi apenas um pequeno percurso, entre o terreiro junto à Fundação Champalimaud e o terraço lá em cima, aberto sobre o rio, mas,...

O teste foi feito ontem, no final da reunião do conselho de curadores da fundação, no dia em que se celebraram os cem anos do nascimento do fundador, António Champalimaud, e de acordo com a presidente da fundação, Leonor Beleza, o drone, "quando pudermos utilizá-lo, é um exemplo típico do trabalho que a fundação faz, com a ciência e a inovação" para estar "na linha da frente, no tratamentos dos doentes".

Iniciado ali há um ano, em parceria com a start up Connect Robotics, para a parte da aeronáutica, o projeto para a futura utilização de um drone no transporte rápido de amostras biológicas entre o Centro Champalimaud e o laboratório de análises, "tem por objetivo encurtar o tempo de resposta ao doente", explica ao Diário de Notícias José Cruz, que dirige os projetos digitais na fundação. "Num cálculo conservador, poderemos reduzir em 50% o tempo de espera do doente", estima.

Este é ainda um projeto-piloto, e o processo para a obtenção da autorização formal dos voos com drone no percurso entre a Fundação Champalimaud e o laboratório das análises clínicas está nesta altura ainda em curso junto da Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC). Por isso, "ainda não temos uma data para iniciar este serviço de entrega de amostras biológicas por drone, mas gostaria que ele pudesse arrancar o mais rapidamente possível", diz José Cruz.

Além da primeira demonstração oficial deste futuro serviço com drone, a fundação anunciou também o seu novo programa Fast-Track Pâncreas, "que está agora a ser iniciado", como afirmou Leonor Beleza no final da reunião do conselho de curadores da fundação. O objetivo, explicou Leonor Beleza, é, "numa base multidisciplinar", oferecer aos doentes "um diagnóstico o mais cedo possível, para uma intervenção também o mais precoce possível", com vista a maior sucesso clínico em relação a esta doença.

A ideia é poder aumentar o sucesso no tratamento dos doentes com este cancro, que regista atualmente "a taxa mais baixa de sobrevivência de todos os cancros", prevendo-se que em 2020 ele seja "a segunda causa morte por cancro a nível mundial".

O Fast-Track Pâncreas propõe-se oferecer "aos doentes com suspeita de doença pancreática ou com doença pancreática conhecida um diagnóstico rápido e uma proposta terapêutica personalizada".

O programa contará ainda "com o apoio de uma enfermeira especializada" que, em colaboração com o médico, "guia o doente num percurso de poucos dias, inferior a uma semana", adaptado a cada caso clínico, com "a agilização" dos vários exames de imagiologia e patológica clínica, e a respetiva terapêutica. O programa, garante a fundação, "facilita também o acesso de doentes com cancro do pâncreas a terapias inovadoras e promissoras", como a "imunocirurgia e a possibilidade de sequenciação" do genoma "do tumor, para uma terapia mais personalizada" proporcionada a cada doente.

O objetivo, como explicou por seu turno o diretor clínico do Centro Champalimaud, António Parreira, "é compreender melhor este cancro, mas também o seu hospedeiro, para sermos capazes de ter um plano terapêutico personalizado, com vista ao sucesso, para cada doente".

Entrega de medicamentos feita por um robô
Para lá e para cá, entre a farmácia e o hospital de dia do Centro Champalimaud, o percurso do robô está estabelecido: é um corredor enorme, com uma viragem à esquerda a certa altura, com mais um bom pedaço de caminho. À velocidade de uma passada lenta, lá vai ele, corredor fora. No interior oco do grande cilindro que é o seu corpo, leva os medicamentos com destino à outra ponta do edifício, onde funciona o hospital de dia. Ali, um funcionário há de recolhê-los e, uma vez concluída a operação, o robô regressa sozinho à base, junto à farmácia do centro, onde estaciona, se liga a um carregador e fica em modo de repouso, à espera da próxima entrega.

"Chega a fazer 50 viagens por dia", conta José Cruz, diretor dos projetos digitais da Fundação Champalimaud, cujo departamento idealizou e concebeu o robô, que já está ali em operação há já três meses.

Completamente autónomo - reconhece e contorna obstáculos para prosseguir caminho -, o robô "substitui nesta tarefa os auxiliares que faziam estas entregas e que passaram a ter mais tempo para os doentes", diz José Cruz, explicando que o próximo passo "é conseguir que o robô utilize os elevadores".

 

Banco Mundial
Mais de 140 milhões de pessoas podem migrar até 2050, para escapar dos efeitos das mudanças climáticas, estimou o Banco Mundial.

O declínio da produção agrícola, a escassez de água e o aumento do nível do mar são algumas das mudanças climáticas que, segundo o Banco Mundial, podem fazer com que cerca de 86 milhões de pessoas da África subsaariana, 40 milhões do sul da Ásia e 17 milhões da América Latina acabem por migrar.

Kristalina Georgieva, diretora-executiva do Banco Mundial, alerta que “as mudanças climáticas tornam-se todos os dias numa maior ameaça económica, social e existencial” e que isso é visível em cidades que, sem precedentes, enfrentam crises de água ou em áreas agrícolas que não podem produzir alimentos essenciais, escreve o Sapo.

Contudo, os investigadores argumentam que o número de migrantes pode ser reduzido até 80% se as políticas atuarem e reduzirem as emissões de gases de efeito de estufa e, desta forma, evitarem uma crise humanitária que ponha em risco o desenvolvimento de alguns países.

Mudanças climáticas influenciam emigração
“As mudanças climáticas tornaram-se num motor de migração, forçando indivíduos, famílias e comunidades inteiras a procurar lugares mais sustentáveis”, afirma Kristalina Georgieva.

As conclusões do relatório do Banco Mundial apoiam-se em três estudos de caso, um dos quais na Etiópia, onde o crescimento demográfico pode atingir 85% até 2050 e forçar o aumento das migrações devido à baixa de colheitas.

Outro caso diz respeito ao Bangladesh, onde os “migrantes climáticos” podem ser mais numerosos do que todos os outros tipos de deslocados internos até 2050.

Por fim, no sul do México os migrantes de zonas vulneráveis às alterações climáticas deverão crescer face aos migrantes de zonas urbanas.

 

Visão
Dois doentes ingleses recuperaram a visão depois de terem sido submetidos a uma terapia inovadora. O processo consiste na...

A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é a doença mais comum na perda de visão. Estima-se que 12% da população portuguesa com mais de 65 anos sofra desta doença. O tratamento foi para já aplicado apenas a doentes com a forma "húmida" da DMRI (10% dos casos com degeneração macular relacionada com a idade), mas os médicos acreditam que esta técnica pode funcionar também para a forma "seca" da doença, que afeta mais doentes.

A aplicação de células estaminais na parte de trás do olho permitiu aos dois doentes - um homem na casa dos 80 anos e uma mulher nos 60 - recuperar a visão central. Antes não conseguiam sequer ver um livro, agora já leem sem ajuda de lentes, escreve o Diário de Notícias.

O sistema foi criado pelo Projeto para a Cura da Cegueira de Londres, uma colaboração entre o professor Pete Coffey da University College London e o professor Lyndon da Cruz, cirurgião da retina no Moorfields Eye Hospital. Os dois especialista esperam tratar 10 doentes de DMRI húmida, causada por um derrame súbito dos vasos sanguíneos na mácula, parte essencial da retina.

No futuro, os médicos esperam que este procedimento seja tão comum como a cirurgia às cataratas. No Reino Unido, o número de pessoas que perde a visão por causa desta doença chega aos 700 mil.

Os resultados da cirurgia aos dois doentes britânicos foram publicados no jornal Nature Biotechnology. Os dois foram escolhidos por causa do estado avançado em que estava a doença e o sucesso é maior do que o inicialmente esperado pelos médicos. Nestes casos, o sucesso mede-se em linhas numa tabela de leitura. "Dissemos que teríamos três [de 10 doentes] com recuperação de três linhas. E que provavelmente não iriam recuperar a visão de leitura. O primeiro paciente teve seis linhas de recuperação, o que é surpreendente, e o segundo recuperou cinco linhas e parece continuar a melhorar à medida que os meses passam", explicou, citado pelo The Guardian, Pete Coffey.

Um dos pontos de sucesso deste métodos é que o uso de células estaminais nos olhos, não obriga à toma diária de imunossupressores para o resto da vida. Uma vez que o olho é um órgão que funciona isoladamente e por isso é possível injetar cápsulas que libertam imunossupressores nos olhos por períodos de dois a três anos.

 

Associação de Medicina Geral e Familiar
Apenas as pessoas que tiveram sarampo estão completamente imunizadas contra o vírus, não sendo possível terem uma nova...

A vacina do sarampo só entrou no Plano Nacional de Vacinação em 1974 e na altura não preconizava as duas doses atualmente recomendadas, o que significa que quem nasceu na década de 70 pode estar sujeito a contrair a doença.

Mesmo quem tem uma dose da vacina, ou as duas, não está livre de ser infetado com sarampo, embora com uma forma mais fruste e menos grave da patologia, com menores complicações e riscos associados, escreve o Sapo. O melhor será consultar o boletim de vacinas, ou o seu centro de saúde, e garantir que tem a imunização em dia. A recomendação é do médico Rui Artur Nogueira, presidente da Associação de Medicina Geral e Familiar.

"Todas as pessoas que só tenham uma dose da vacina contra o sarampo devem fazer o reforço", diz o clínico.

Este médico de Coimbra frisa que há um grupo de população que não tendo as duas doses da vacina nem a doença não está imunizado. Esse será o caso de alguns profissionais de saúde que no atual surto de sarampo são os principais afetados.

Não é admissível optar por não vacinar. A evidência científica recomenda e demonstra que a vacinação é essencial para a saúde de todos

O reforço de todos os jovens adultos não vacinadas pode ser feito nos centros de saúde onde os utentes estão inscritos. "Não é admissível optar por não vacinar. A evidência científica recomenda e demonstra que a vacinação é essencial para a saúde de todos", comenta. "É uma responsabilidade cívica", conclui o especialista.

Os Hospitais de Coimbra, por exemplo, já estão a vacinar e a fazer o reforço da imunização nos profissionais de saúde.

O número de casos de sarampo confirmados em Portugal subiu para 53, de um total de 145 situações suspeitas, anunciou a Direção-Geral de Saúde (DGS) ontem à noite.

Sarampo eliminado em 2016 em Portugal
Em 2016, Portugal recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) um diploma que oficializava o país como estando livre de sarampo, até porque os poucos casos registados nos últimos anos tinham sido contraídos noutros países. No entanto, um surto na Europa reintroduziu-o em território nacional.

O vírus é transmitido por contacto direto com as gotículas infecciosas ou por propagação no ar quando a pessoa infetada tosse ou espirra. Os doentes são considerados contagiosos desde quatro dias antes até quatro dias depois do aparecimento da erupção cutânea que caracteriza o sarampo.

Os sintomas de sarampo aparecem geralmente entre 10 a 12 dias depois da pessoa ser infetada e começam habitualmente com febre, erupção cutânea, tosse, conjuntivite e corrimento nasal.

A DGS recomenda que as pessoas verifiquem os boletins de vacinas e que, caso seja necessário, se vacinem contra o sarampo, recordando tratar-se de “uma das doenças infecciosas mais contagiosas podendo provocar doença grave, principalmente em pessoas não vacinadas”. É aconselhado a “quem esteve em contacto com um caso suspeito de sarampo e tem dúvidas” que ligue para a Linha Saúde 24 (número 808 24 24 24).

Deve também ligar para aquela linha quem tiver “sintomas sugestivos de sarampo (febre, erupção cutânea, conjuntivite, congestão nasal, tosse)”. Com esses sintomas, a DGS recomenda que “não se desloque e evite o contacto com outros”.

Entre 2006 e 2014, Portugal tinha registado apenas 19 casos de sarampo, quase todos importados. Este ano e no ano passado já ultrapassou os casos registados em quase uma década. Portugal teve dois surtos simultâneos em 2017, que infetaram quase 30 pessoas e levaram à morte de uma jovem de 17 anos.

O sarampo é uma doença grave, para a qual existe vacina, contudo, o Centro Europeu de Controlo de Doenças estima que haja uma elevada incidência de casos em crianças menores de um ano de idade, que ainda são muito novas para receber a primeira dose da vacina. Daí que reforce a importância de todos os outros grupos estarem vacinados de forma a que não apanhem nem transmitam a doença.

Segundo os dados de 2017, mais de 87% das pessoas que contraíram sarampo não estavam vacinadas.

 

Estudo
Alguns medicamentos não-antibióticos inibem o crescimento das bactérias no intestino. Isso pode levar ao desenvolvimento de...

Um em cada quatro medicamentos recomendados para vários tipos de doenças inibe o crescimento de pelo menos uma bactéria dos intestinos. A avaliação do efeito na flora intestinal de cerca de mil medicamentos foi publicada esta segunda-feira na revista científica Nature.

Já se sabia que os antibióticos, enquanto medicamentos criados para matar bactérias, tinham um impacto negativo no microbioma do intestino — ou não fosse este maioritariamente constituído por bactérias. Também já se suspeitava que outros medicamentos podiam provocar modificações neste microbioma. “Muitos destes medicamentos, por inibirem os micróbios dos intestinos, desencadeiam efeitos secundários semelhantes aos dos antibióticos, incluindo problemas gastrointestinais e infeções com fungos (como aliás já é referido nas bulas desses medicamentos”, disse ao Observador Nassos Typas, investigador no EMBL. O que não se conhecia era extensão do problema.

A equipa liderada por investigadores do Laboratório Europeu de Biologia Molecular (EMBL, na sigla em inglês) conseguiu, por um lado, demonstrar que não são apenas os medicamentos contra parasitas que provocam alterações na flora intestinal, mas que há medicamentos em todas as outras classes capazes de o fazer. Por outro lado, demonstrou que 250 medicamentos em 923 inibiam o crescimento de pelo menos uma bactéria, das 40 selecionadas como mais comuns nos intestinos humanos.

Este trabalho foi feito em laboratório testando cada medicamento em cada bactéria isoladamente. Falta saber que efeito terá o medicamento num intestino vivo, quando as bactérias não vivem isoladas, mas em comunidade. Por agora, os investigadores identificaram as seis classes de medicamentos que apresentaram maior impacto no microbioma: medicamentos para a hipertensão, contra o cancro, para o estômago, antipsicóticos, anti-histamínicos e contracetivos hormonais.

E que impactos podem ter estes medicamentos na flora intestinal? “Neste momento ainda não sabemos”, admitiu Nassos Typas, líder do grupo Dissecando o Estilo de Vida Bacteriano e as Interações Entre Espécies com Abordagens dos Sistemas. “Certamente que vai variar consoante o tipo de micróbios que cada pessoa tiver e aqueles que forem alvo do medicamento, mas também depende da saúde humana e da fisiologia.”

Esta mudança da composição das bactérias do intestino contribui para os efeitos secundários dos medicamentos, mas também podem fazer parte da ação benéfica desse medicamento”, disse em comunicado de imprensa Peer Bork, líder do grupo de Decifrando a Função e Evolução dos Sistemas Biológicos.

Ou seja, o facto de os medicamentos serem capazes de alterar as comunidades de bactérias no intestino pode fazer com que potenciem o seu efeito no problema que pretendem tratar. Isto significa que há muito trabalho a fazer no que diz respeito ao impacto que cada medicamento tem no microbioma intestinal, porque isto pode trazer um aumento do conhecimento da ação do medicamento e da sua eficácia, refere em comunicado de imprensa Kiran Patil, líder do grupo de Arquitetura e Regulação das Redes Metabólicas.

E estes impactos são revertidos uma vez que se deixe de tomar esse medicamento? “Boa pergunta. Precisamos de testar”, disse Nassos Typas. “Mas é preciso lembrar que alguns destes medicamentos são tomados toda a vida.” Além de não conhecer o impacto a curto prazo ou se este pode ser revertido, os investigadores também não sabem quais os impactos a longo prazo. Mas sabem que os microbiomas menos diversos têm sido associados a determinadas doenças, como lembrou o investigador.

Estudar a interação dos medicamentos (não-antibióticos) com as bactérias do intestino também se mostra importante para a medicina personalizada. Como cada pessoa pode ter uma comunidade de bactérias diferente no intestino, a forma de ação do medicamento na presença ou ausência de determinadas bactérias também pode ser diferente.

Mas se esta alteração do microbioma pode ter um efeito benéfico ou mostrar algum potencial para uma medicina personalizada mais eficaz, também tem um lado menos positivo relacionado com o desenvolvimento de bactérias resistentes a antibióticos. “Isto tem de ser avaliado com cuidado”, disse Nassos Typas. “Identificámos o risco, mas o grau em que ocorre nos doentes ainda tem de ser testado.”

Existe o risco de uma bactéria que desenvolva resistência a um medicamento que não seja antibiótico, também desenvolva resistência a um antibiótico. Ou que uma bactéria comensal (que vive em simbiose no nosso intestino) que ganhe resistência passe esse gene a uma bactéria patogénica.

Quanto mais resistente aos antibióticos for a nossa flora intestinal comensal, maior será a probabilidade de que esta característica passe para os patogénios”, alertou Nassos Typas.

Mas ter uma bactéria resistente aos antibióticos ou aos outros medicamentos não significa que todas as bactérias o sejam. Pode acontecer que uma bactéria resistente a um antibiótico seja mais sensível a outro. Conhecer estas situações é importante para combater bactérias resistentes. Tal como é importante conhecer que medicamentos não-antibióticos podem combater determinadas bactérias.

“Se tiverem uma ação forte contra um patogénio específico, é possível usá-los tal como são”, disse Nassos Typas, referindo-se aos medicamentos que ainda não são classificados de antibióticos. “Alternativamente, o suporte principal pode servir de base ao desenvolvimentos de novos fármacos com uma atividade antibacteriana mais forte (e, talvez, sem outros efeitos secundários no hospedeiro).”

 

Dia Mundial da Saúde Oral
Para assinalar o Dia Mundial da Saúde Oral, os especialistas em medicina dentária, Olívio Dias e Mar

As origens da medicina dentária remontam à era dos neandertais, em que um estudo de 2017 sugere que utilizavam já nesta altura rudimentares ferramentas odontológicas. Em 2500AC os egípcios descrevem a utilização de fio de ouro para estabilizar dentes, e em 600DC na civilização Maya, foram encontrados em pedaços de conchas impactados nos maxilares a substituir dentes. Muito mais tarde, em 1300, Guy de Chaliac, médico francês que utilizou pela primeira vez o termo “dentista” e sugere que deveriam ser os dentistas a extrair dentes.

A típica figura do tira-dentes permanece até 1700, onde realizava os seus trabalhos em praças públicas, feiras e mercados, sempre cercado de assistência curiosa da população. Os instrumentos para extracção dentária vão evoluindo até que a primeira prótese surge em 1746 e a cadeira dentária surge em 1790.

As cáries dentárias surgiram há relativamente 10.000 anos, apenas com o aparecimento da agricultura. Com o aparecimento dos hidratos de carbono coincide o aparecimento de vestígios de cárie em achados arqueológicos. Tal facto explica-se pois a principal bactéria responsável pela cárie utilizar hidratos de carbono para produzir ácidos que dissolvem o esmalte dentário.

Com o evoluir dos séculos o conceito de prevenção torna-se essencial para a base da saúde oral.

Na vanguarda da medicina dentária a correção ortodôntica é a especialidade que, ao reposicionar correctamente as dentes e relação entre arcadas dentárias, assegura a saúde oral por facilitar higienização, a correta articulação dos maxilares com respectivo funcionamento da articulação temporo-mandibular e em ultima análise estética do sorriso.

Neste conceito, o tratamento ortodôntico será no futuro o tratamento de eleição para uma vida mais saudável.

Um dos “ flagelos “ do ser humano atual é a atrofia cada vez mais evidente dos maxilares.

Quanto menos desenvolvimento ósseo menos espaço há para a implantação dos dentes.

Com o aparecimento do “ fast-food” os músculos da mastigação não se desenvolvem como nos nossos antepassados pelo que não há tanto estimo para o desenvolvimento das arcadas pelas condições e características da alimentação mais fluida.

Normalmente, agrava-se a partir dos 14 anos quando os dentes do siso iniciam o seu maior desenvolvimento provocando o apinhamento dos dentes nas arcadas.

A remoção dos sisos é atualmente uma prática comum para uma descompressão mais favorável e prevenção ortognática.

Os apinhamentos dentários são muitas vezes a causa do aparecimento das cáries e a consequente perda dos dentes.

Na substituição das peças dentárias em falta, a opção de eleição do século XXI são os implantes dentários, estáveis, muito cómodos, conferem à pessoa a possibilidade de substituir os dentes em falta por estruturas totalmente funcionais, estéticas desenhadas e produzidas por computador (CAD-CAM) em que a própria pessoa esquece que tem o implante em si.

O melhor método para uma saúde oral é a prevenção, com arcadas dentárias alinhadas, que facilitam a higiene oral, uma boa alimentação e hábitos saudáveis, previnem o aparecimento de cáries e problemas periodontais.

A visita precoce ao Dentista é uma das melhores formas de prevenção.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sarampo
A taxa de cobertura vacinal contra o sarampo, com duas doses, atingiu um valor igual ou superior aos 98%, em pessoas nascidas...

Os dados foram divulgados pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte e reportam-se à avaliação feita em dezembro à aplicação do Programa Nacional de Vacinação na região.

De acordo com a ARS do Norte, a taxa de cobertura da vacina contra o sarampo atingiu, com as duas doses, os 98% para os nascidos em 2009.

Para trás, para o total de nascimentos verificados entre 1999 e 2008, a taxa de cobertura, com as duas doses, superou os 98% (98,1% para os nascidos em 2008 e 99,1% para os nascidos em 2003).

A taxa de cobertura, com as mesmas duas doses, baixou ligeiramente no caso dos nascidos em 2011, para os 97,4%.

A vacina do sarampo é administrada a crianças com um ano (primeira dose) e com cinco anos (segunda dose).

Um surto de sarampo foi detetado na semana passada no Norte do país, com a Direção-Geral da Saúde (DGS) a reportar, num balanço atualizado ao início da noite de ontem, em comunicado, 53 casos confirmados de sarampo entre 145 suspeitos.

Num balanço anterior, de manhã, no Porto, a DGS tinha mencionado 42 casos confirmados entre 117 suspeitos.

A maioria dos doentes eram profissionais de saúde, sendo que mais de dois terços estavam vacinados contra o sarampo.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse ontem, em Lisboa, que "não há motivo para preocupação", lembrando os benefícios e a segurança da vacinação contra doenças infecciosas como o sarampo.

 

DGS
O número de casos de sarampo confirmados em Portugal subiu para 53, de um total de 145 situações suspeitas, anunciou ontem a...

"Até às 19 horas do dia 19 de março de 2018 foram reportados 145 casos suspeitos de sarampo, a maioria dos quais com ligação ao Hospital de Santo António, no Porto", refere a informação divulgada pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

Dos 145 casos reportados, 53 foram confirmados laboratorialmente pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e 51 foram infirmados.

Há ainda um conjunto de 41 casos a aguardar resultado laboratorial.

Estão internados cinco doentes, com situação clínica estável, acrescenta o comunicado.

Dos 53 casos agora confirmados, todos adultos, um pertence à região Centro, embora com ligação ao surto que decorre na região Norte.

Os anteriores dados oficiais, revelados ontemde manhã pelo secretário de Estado da Saúde, Fernando Araújo, apontavam para a existência de 42 casos confirmados de sarampo, todos em adultos, para 117 casos suspeitos que incluíam “apenas uma criança, de 12 meses”.

A DGS refere que está em curso a investigação epidemiológica detalhada da situação, processo que inclui a investigação laboratorial de todos os casos.

O vírus do sarampo é transmitido por contacto direto com as gotículas infecciosas ou por propagação no ar quando a pessoa infetada tosse ou espirra.

Os doentes são considerados contagiosos desde quatro dias antes até quatro dias depois do aparecimento da erupção cutânea que caracteriza o sarampo.

Os sintomas de sarampo aparecem geralmente entre 10 a 12 dias depois da pessoa ser infetada e começam habitualmente com febre, erupção cutânea, tosse, conjuntivite e corrimento nasal.

A DGS recomenda que as pessoas verifiquem os boletins de vacinas e que, caso seja necessário, se vacinem contra o sarampo, recordando tratar-se de “uma das doenças infecciosas mais contagiosas podendo provocar doença grave, principalmente em pessoas não vacinadas”.

No caso de pessoas vacinadas, “a doença pode, eventualmente, surgir, mas com um quadro clínico mais ligeiro e menos contagioso”.

É aconselhado a “quem esteve em contacto com um caso suspeito de sarampo e tem dúvidas” que ligue para a Linha Saúde 24 (número 808 24 24 24).

Deve também ligar para aquela linha quem tiver “sintomas sugestivos de sarampo (febre, erupção cutânea, conjuntivite, congestão nasal, tosse)”. Com esses sintomas, a DGS recomenda que “não se desloque e evite o contacto com outros”.

Menos de dois anos depois de Portugal ser reconhecido oficialmente como estando livre de sarampo, o país depara-se com o terceiro surto da doença no espaço de um ano.

Em 2016, Portugal recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) um diploma que oficializava o país como estando livre de sarampo, até porque os poucos casos registados nos últimos anos tinham sido contraídos noutros países.

Entre 2006 e 2014, Portugal tinha registado apenas 19 casos de sarampo, quase todos importados. Este ano e no ano passado já ultrapassou os casos registados em quase uma década.

Portugal teve dois surtos simultâneos em 2017, que infetaram quase 30 pessoas e levaram à morte de uma jovem de 17 anos.

O sarampo é uma doença grave, para a qual existe vacina, contudo, o Centro Europeu de Controlo de Doenças estima que haja uma elevada incidência de casos em crianças menores de um ano de idade, que ainda são muito novas para receber a primeira dose da vacina. Daí que reforce a importância de todos os outros grupos estarem vacinados de forma a que não apanhem nem transmitam a doença.

Segundo os dados de 2017, mais de 87% das pessoas que contraíram sarampo não estavam vacinadas.

 

Aguardam confirmação
O Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E) divulgou hoje à agência Lusa que deram entrada neste hospital seis...

"Existem seis suspeitas, três dos quais são estudantes do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar [ICBAS]. Estamos a aguardar pelas análises", disse fonte do CHVNG/E.

A mesma fonte acrescentou que "já estão a ser tomadas medidas preventivas gerais" e remeteu para mais tarde mais esclarecimentos.

Esta manhã, o secretário de Estado da Saúde, Fernando Araújo, revelou que existem em Portugal 42 casos confirmados de sarampo, todos em adultos.

Numa conferência de imprensa realizada no Porto para fazer o ponto de situação sobre o surto de sarampo verificado na região Norte, o governante falou em 117 casos suspeitos, número que abrangia "apenas uma criança de 12 meses".

Face às ocorrências detetadas no CHVNG/E, sobe para 123 o número de casos suspeitos.

Em caso de dúvidas, o secretário de Estado Adjunto da Saúde recomenda que se ligue para a linha de saúde 24 (808 24 24 24), cujos profissionais darão "indicações claras, onde se dirigir e o que fazer".

O sarampo é uma doença altamente contagiosa causada por um vírus e é das infeções virais mais contagiosas.

Manifesta-se pelo aparecimento de pequenos pontos brancos na mucosa oral cerca de um ou dois dias antes de surgirem erupções cutâneas, que inicialmente surgem no rosto.

A doença tem habitualmente uma evolução benigna, mas pode desencadear complicações como otite média, pneumonia, convulsões febris e encefalites. Pode ser grave e até levar à morte.

A vacinação é a principal medida de proteção contra o sarampo e neste caso até é gratuita e está incluída no Programa Nacional de Vacinação (PNV).

Segundo os dados de 2017, mais de 87% das pessoas que contraíram sarampo não estavam vacinadas.

Na região Norte, segundo o secretário de Estado da Saúde, "97% a 98% das pessoas estão vacinadas ou já tiveram contacto com a doença".

 

Proximidade
O Serviço Nacional de Saúde vai implementar um projeto-piloto que levará Unidades de Saúde Móveis de Proximidade a populações...

As unidades móveis estarão a funcionar “até ao fim de 2018”, calendarizou a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, considerando que estes equipamentos vão “garantir uma prestação de cuidados de saúde de proximidade modernizada junto das populações residentes em territórios rurais e de baixa densidade” desses concelhos.

Os 10 concelhos abrangidos pela medida são Albufeira, Alcoutim, Aljezur, Castro Marim, Loulé, Monchique, Portimão, São Brás de Alportel, Silves e Tavira, revelou a ARS do Algarve, frisando que se trata de “um projeto-piloto cofinanciado pela União Europeia”.

“O projeto-piloto, único na sua dimensão a nível nacional e cujo acordo quadro foi assinado em fevereiro de 2018, visa reforçar os cuidados de saúde de proximidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) de responsabilidade da ARS do Algarve, em protocolo com 10 autarquias da região”, referiu a mesma fonte num comunicado.

A ARS observou que o projeto piloto vai ser cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), no âmbito do Programa Operacional (PO) CRESC Algarve 2020, na sequência das candidaturas submetidas conjuntamente pelo organismo e pelos municípios da região, integrando também a Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL).

A AMAL, precisou a ARS, foi quem “desenvolveu o concurso público internacional para a celebração do acordo quadro que estabelece as condições jurídicas e técnicas do fornecimento das Unidades de Saúde Móveis de Proximidade”.

A Administração Regional de Saúde do Algarve acrescentou que o processo de aquisição das unidades de saúde móveis “será realizado pelos municípios, que são os beneficiários financeiros do apoio comunitário”.

“Mediante protocolos, cada um dos 10 municípios vai colaborar em estreita articulação com a ARS Algarve e as unidades de saúde do SNS, para assegurar o apoio e os cuidados de saúde cada vez mais próximos à população”, referiu ainda o organismo que representa o Ministério da Saúde no Algarve.

As Unidades Móveis de Saúde foram já utilizadas por alguns municípios da região, como Alcoutim ou Castro Marim, para aproximar os cuidados de populações dispersas da serra algarvia, composta maioritariamente por pessoas idosas, através de protocolos com instituições particulares de solidariedade locais.

Agora, a ARS anuncia que, até final do ano, vai alargar esta oferta a uma dezena de concelhos, em colaboração com os municípios e com o apoio de fundos comunitários.

Secretário regional da Saúde
O secretário regional da Saúde da Madeira, Pedro Ramos, apelou hoje à população para cumprir o Plano Nacional de Vacinação,...

"Aqui, na Madeira, não temos casos", disse antes de dar sangue no Serviço de Sangue e Medicina Transfusional do Hospital do Funchal Drº Nélio Mendonça.

"Faço mais uma vez um apelo, tal como o senhor Presidente da República fez, embora não seja obrigatório, para que todas as crianças e pessoas cumpram o Programa Nacional de Vacinação porque permite salvar vidas mas, acima de tudo, porque além de proteger quem está vacinado também, protege os outros", referiu.

Pedro Ramos classificou a sua dádiva de sangue como "um ato de incentivo e de cidadania" porque, salientou, "dar sangue é salvar vidas", sobretudo quando o Serviço Regional de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM) regista "um pequeno desequilíbrio entre a oferta e a procura" de sangue.

O secretário regional associou-se, assim, à campanha promocional para a dádiva de sangue junto dos profissionais do SESARAM, que hoje começou, "com o principal objetivo de angariar e fidelizar novos dadores de sangue, contribuindo assim para o processo de renovação dos dadores na Região Autónoma da Madeira".

Na semana passada, o SESARAM, através do Serviço de Sangue e Medicina Transfusional, apelou à dádiva de sangue, por ser "um recurso vital para todos aqueles que dele necessitam".

"O elevado número de consumos internos verificados nos últimos tempos, causaram uma diminuição significativa das reservas de sangue existentes no serviço. Só nos últimos dois meses deste ano, foram concretizadas 823 dádivas e 940 transfusões de sangue no SESARAM", refere uma nota de imprensa deste organismo, salientando que, "atualmente, a maior preocupação prende-se com a reposição de sangue no grupo sanguíneo 0RH-".

Com o aproximar do Dia Nacional do Dador de Sangue, que se assinala a 27 de março de 2018, o SESARAM considera necessário reforçar o grupo de dadores de sangue e apelar à dádiva, anónima, voluntária e benévola de sangue.

Confrontado com a vinda à Madeira, na passada semana, de uma equipa da Luta Antifraude da Comissão Europeia para se inteirar da aplicação dos fundos do FEDER na construção da Unidade de Medicina Nuclear do SESARAM, em funcionamento desde o primeiro semestre de 2017, Pedro Ramos reagiu dizendo ser "uma prática comum", sobretudo quando é atribuído dinheiro por parte da União Europeia a uma entidade.

"É natural que monitorizem se esse dinheiro foi bem empregue e se foi aplicado para o fim a que estava destinado", afirmou.

Segundo o governante, "neste momento, a Unidade de Medicina Nuclear é uma especialidade, tem atividade no SESARAM, realiza exames desde junho de 2017 e vai continuar a realizar exames no futuro”.

 

i3S
Investigadores do Porto estão a desenvolver um projeto que visa otimizar o diagnóstico pré-natal de um conjunto de patologias...

As osteocondrodisplasias, "apesar de raras" quando consideradas isoladamente, "têm uma prevalência significativa quando tidas como um todo", podendo ter "repercussões permanentes para toda a vida", indicou o investigador Miguel Macedo, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S).

Segundo explicou, são conhecidos mais de 350 tipos de osteocondrodisplasias, sendo a mais frequente a acondroplasia, a patologia que afeta a população anã. 

"Apesar da identificação de displasia ser feita em mais de 90% dos casos, a sua correta classificação é apenas conseguida em 40% dos casos, o que é manifestamente baixo. Um aumento da taxa de sucesso permitiria assegurar o correto aconselhamento da gravidez, minorando os riscos de mortalidade e morbilidade maternos e fetais", referiu.

Além disso, um aumento da taxa de sucesso quanto a estes diagnósticos permitiria fazer um cálculo de risco da recorrência destas patologias em gestações futuras.

Miguel Macedo frisou que, quanto mais cedo e de forma mais precisa for realizado o diagnóstico em período pré-natal, mais atempadamente os casais podem tomar as suas decisões e mais corretamente o médico pode orientar o caso clínico em questão, melhorando a qualidade dos cuidados perinatais.

Neste projeto, a equipa, constituída por investigadores do i3S e da Faculdade de Medicina da Universidade do Ponto (FMUP)está a rever os diagnósticos de osteocondrodisplasias realizados nos últimos 15 anos no centro de diagnóstico pré-natal do Hospital de São João.

"A abordagem clássica tinha como base a ecografia morfológica, que se realiza habitualmente no segundo trimestre da gravidez. O nosso primeiro objetivo é a revisão dos protocolos ecográficos - tendo em conta a literatura científica internacional - para assegurar uma maior taxa de deteção", explicou o investigador.

De seguida, efetuam um estudo genético, com a intenção de identificar mutações que podem estar na causa dessas patologias, bem como a existência de alterações analíticas que possam ser preditores de risco ou de doença.

"Finalmente, avaliamos o grau de concordância dos vários parâmetros", acrescentou.

Neste projeto participam igualmente as professoras Filipa Carvalho (geneticista) e Carla Ramalho (ginecologista-obstetra no Hospital de São João), e a anatomopatologista Otilia Brandão.

A equipa pretende continuar a recolher dados dos casos que têm recebido no centro de diagnóstico pré-natal do Hospitalar São João, de forma a validar e aperfeiçoar o modelo que estão a desenvolver.

O objetivo é obter o máximo de informações clínicas (genéticas, moleculares e radiológicas), de forma a aumentar a sensibilidade e especificidade do modelo.

A longo prazo, esperam que o modelo sirva como base metodológica para os rastreios nacionais e internacionais.

 

Drogas sintéticas
A Polícia Judiciária, através da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes, apreendeu, nos últimos dias, cerca...

A substância em causa chegou a Portugal por via aérea proveniente de um país asiático e tinha como destino final um outro país europeu, para onde seguiria por via terrestre caso não tivesse sido apreendida, informa a Polícia Judiciária (PJ) em comunicado.

A droga foi importada por membros de um grupo organizado transnacional tendo em vista a produção de elevadas quantidades de drogas sintéticas, designadamente ecstasy, escreve o Sapo.

Esta ação da Polícia Judiciária contou com a colaboração da Autoridade Tributária, estimando-se que a substância apreendida possibilitasse a produção de cerca de 10 milhões de comprimidos de ecstasy.

Drogas matam meio milhão de pessoas por ano
Cerca de meio milhão de pessoas morre todos os anos no mundo devido ao consumo de drogas, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Em Portugal, 27 pessoas morreram por overdose em 2016, depois de dois anos consecutivos com o aumento deste tipo de mortalidade, segundo o último relatório anual sobre a situação em matéria de drogas e toxicodependência.

No entanto, houve 208 mortes relacionadas com o consumo de droga em Portugal nesse ano, mais 20 do que no ano anterior.

 

Estudo
O Instituto Superior Técnico acolhe, nos próximos dias 21 e 22 de março, entre as 14h e as 17h, no edifício dos Serviços de...

A participação neste estudo, promovido pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), é anónima e gratuita. Para participar, os interessados terão apenas de dar o seu consentimento, preencher um inquérito e fornecer uma amostra de urina. Os participantes podem solicitar o acesso aos seus resultados.

“A maioria das DST não causa sintomas, ou seja, os infetados não sentem necessidade de procurar diagnóstico, não são tratados e continuam a transmitir a infeção aos seus parceiros. É necessário atuarmos ao nível da prevenção e da sensibilização, sobretudo porque a população jovem também desconhece as consequências das DST na sua saúde reprodutiva. As DST que são objeto do presente estudo são curáveis pela simples toma de antibiótico mas, quando não tratadas, podem causar doença inflamatória pélvica e infertilidade e, por outro lado, potenciam o risco de aquisição e transmissão do VIH/SIDA; por isso, o conhecimento da sua prevalência permitirá implementar medidas de prevenção adequadas”, revela Maria José Borrego, Investigadora e Coordenadora do Laboratório Nacional de Referência das Infeções Sexualmente Transmissíveis do INSA.

As DST abrangidas pelo estudo são causadas pelas bactérias Chlamydia trachomatis, (Clamídia Genital), Neisseria gonorrhoeae (Gonorreia), Mycoplasma genitalium e pelo parasita Trichomonas vaginalis (Tricomoníase), cujos dados de prevalência em Portugal são, atualmente, quase inexistentes.

Paralelamente a esta ação, o rastreio pode ser realizado em qualquer laboratório do Centro de Medicina Laboratorial Germano de Sousa, a nível nacional. O conhecimento da frequência destas quatro DST em Portugal tem como objetivo a implementação de ações de prevenção.

O estudo, coordenado pelo INSA, tem o apoio do Centro de Medicina Laboratorial Germano de Sousa, bioMérieux e Genomica.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, estas quatro DST causam mais de 350 milhões de novas doenças por ano, no mundo, sendo as mais frequentes nos jovens sexualmente ativos.

 

Relatório
Os novos casos de tuberculose diminuíram a uma taxa média de 4,3% ao ano na região europeia da Organização Mundial da Saúde,...

Um novo relatório publicado hoje pelo Centro Europeu para a Prevenção e Controle das Doenças (ECDC) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Europa revela que o número de novos doentes com tuberculose diminuiu a uma taxa média de 4,3% ao ano nesta região.

Esta tendência é insuficiente para acabar com a epidemia da doença até 2030, conforme está previsto na estratégia “stop tuberculose” e nos objetivos de desenvolvimento sustentável.

O ECDC e a OMS aproveitam o Dia Mundial da Tuberculose, que se assinala sábado, e apelam aos líderes mundiais para que acelerem os esforços a fim de acabar com a tuberculose de uma vez por todas.

O documento refere que, em 2016, registaram-se 58.994 casos de tuberculose em 30 países da região (o Liechtenstein não comunicou os dados).

“Não é suficiente caminhar para o fim da tuberculose, pois, por este andar, vamos chegar tarde para muitas pessoas. Precisamos de avançar e investir nos benefícios individuais e nos retornos sociais. O plano de ação da tuberculose para a região europeia da OMS (2016-2020) mostra que as medidas pouparão mais de três milhões de vidas e 48 mil milhões de dólares em cinco anos”, afirmou Zsuzsanna Jakab, diretora regional da OMS para a Europa.

"Precisamos de renovar o compromisso político a todos os níveis para alcançar resultados tangíveis e imediatos que mudem e salvem a vida de todas as pessoas que sofrem de tuberculose hoje e garantam um mundo livre de tuberculose para os nossos filhos amanhã", prosseguiu.

Para a diretora do ECDC, Andrea Ammon, “a vigilância sobre a tuberculose, mesmo em ambientes de baixa incidência, é importante face ao potencial ressurgimento desta doença que é transmitida pelo ar, especialmente tendo em conta o aumento da mobilidade populacional e das multirresistências.

"As novas tecnologias para ajudar a investigar os surtos transfronteiriços de tuberculose multirresistente, como a sequenciação do genoma integral, são fundamentais para reduzir a transmissão na União Europeia.

Em 2016, Portugal registou 18 novos casos de tuberculose por 100 mil habitantes. Nesse ano, 18% das ocorrências foram em nascidos fora do país, um aumento que levou as autoridades de saúde a desenvolver estratégias com outros organismos.

Segundo dados da Direção-Geral da Saúde (DGS), a taxa de incidência (novos casos) de tuberculose em Portugal situou-se em 18 por 100 mil habitantes em 2016.

 

Estudo
Um estudo piloto realizado em amostras de ADN de 55 parturientes adultas caucasianas portuguesas submetidas a cesariana...

Realizado, ao longo de dois anos, por uma equipa multidisciplinar de cientistas e médicos coordenada por Manuela Grazina, docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), o estudo revelou que “as variantes genéticas que resultam na ausência ou redução da função enzimática da CYP2D6 estão associadas a mais dor. Este efeito está possivelmente relacionado com uma diminuição da síntese da dopamina pela atividade da enzima CYP2D6 no cérebro.”

“Este é um estudo pioneiro que traz novas perspetivas sobre a abordagem médica personalizada no tratamento da dor pós-cesariana”, sublinha Manuela Grazina.

A enzima CYP2D6, além de metabolizar um elevado número de fármacos no fígado, “apresenta atividade no cérebro e, em condições fisiológicas normais, constitui uma via alternativa para síntese de cerca de 12% de dopamina, um neurotransmissor essencial para o bem-estar, incluindo na resposta analgésica do organismo à dor. A presença de variantes genéticas que se traduzem em atividade enzimática reduzida ou nula levará a menor produção cerebral de dopamina e, portanto, uma pontuação de dor mais elevada”, clarifica a cientista da UC.

Considerando que a «dor pós-parto aguda afeta um número considerável de mulheres e 10-15% desenvolvem dor persistente crónica após a cesariana, um estudo que permita um tratamento médico personalizado, de acordo com as caraterísticas genéticas individuais, irá trazer grandes benefícios, permitindo ajustar as doses de analgésico para um tratamento mais eficaz», frisa a também responsável pelo Laboratório de Bioquímica Genética do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC).

Os resultados desta investigação, publicados na revista científica Pain Medicine, são, por isso, um contributo importante “para uma melhor compreensão de como a variabilidade genética da CYP2D6 afeta o resultado da dor. A análise genética do gene CYP2D6 constitui uma ferramenta promissora, rápida, acessível e credível, com uma contribuição muito significativa para a estimativa das necessidades analgésicas no tratamento da dor pós-cesariana”, conclui Manuela Grazina.

A dor é considerada um processo dinâmico e complexo que envolve ações em múltiplos locais, incluindo o genoma das células do sistema nervoso central. De acordo com a International Association for the Study of Pain, "dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada com danos reais ou potenciais em tecidos, ou assim percecionada como dano” e “continua a ser uma das grandes preocupações da Humanidade”.

 

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