Salve uma vida, dê sangue
O Dia Nacional do Dador de Sangue serve para evidenciar, junto da população em geral, o valor social

Enquanto houver acidentes, catástrofes naturais, guerras, atentados terroristas, crime violento, doenças malignas, perturbações da coagulação, anemias graves ou cirurgias com risco hemorrágico elevado, haverá necessidade de sangue para salvar vidas.

Enquanto não for possível fabricar “sangue artificial” (sangue total e os seus componentes individuais, como o plasma, as plaquetas, os neutrófilos ou os factores de coagulação) será necessário recorrer a dádivas de sangue “seguro” para suprir as suas necessidades, e a melhor maneira de o fazer é recorrer a dadores benévolos, enquadrados em estruturas que garantam a qualidade do sangue.

Em Portugal, o Dia Nacional do Dador de Sangue assinala-se a 27 de março, em comemoração da data da fundação da Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue (FEPODABES), cujo lema é “salve uma vida, dê sangue”.

O Dia Nacional do Dador de Sangue foi instituído em 17 de Abril de 1986 (através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 40/86, publicada no Diário da República n.º 114/1986, Série I de 19 de Maio de1986), destinando-se à realização de actos comemorativos da actividade desenvolvida pelos dadores benévolos para obtenção do sangue necessário ao tratamento de doentes

Neste ano de 2018, em que se comemora o 60.º aniversário do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (anteriormente designado por Instituto Nacional de Sangue e depois Instituto Português do Sangue), o lema do Dia Nacional do Dador de Sangue é precisamente “IPST: 60 anos pela VIDA”, estando marcada a cerimónia oficial para Coimbra, no Convento de São Francisco.  

Já em 16 de Fevereiro de 2018 tinha decorrido na Academia de Ciências de Lisboa a sessão comemorativa do 60.º aniversário do Instituto Português do Sangue e da Transplantação, na qual o Presidente da República se assumiu como "dador de velhos tempos" e apelou à causa da dádiva de sangue, afirmando ser um "cidadão grato à generosidade reafirmada pelos portugueses".

No entanto, e apesar de o IPST se dedicar primariamente à recolha, tratamento e administração de sangue e seus derivados, este Instituto tem hoje muitas mais competências, nomeadamente na área da medicina regenerativa e da transplantação de órgãos, tecidos e células de origem humana, como o sangue do cordão umbilical e as células estaminais de medula óssea, procurando sempre a segurança e a auto-suficiência nacional.

A doação de sangue

As pessoas saudáveis têm o dever de ajudar as pessoas doentes, e neste dever de solidariedade inclui-se a doação de sangue, competindo a quem o recebe garantir ao máximo a segurança e o bem estar do dador, o bom uso do sangue e a segurança de quem o vai receber.

Em Portugal, como em muitos outros países, a doação de sangue é um processo voluntário e altruísta (e por isso não remunerado), que passa por uma inscrição como dador, pelo preenchimento de um questionário pré-dádiva, associado ao consentimento informado, por uma avaliação clínica personalizada (consulta de triagem) e por análises clínicas, de modo a definir a elegibilidade do dador (esta avaliação clínica é efectuada de uma forma mais completa aos dadores de primeira vez, mas não pode ser dispensada aos dadores habituais ou regulares).

Em princípio, qualquer pessoa saudável, entre os 18 anos e os 60/65 anos (primeira vez/continuação), com peso superior a 50 Kg, valores de hemoglobina iguais ou superiores a 12.5 g/dl para mulheres e 13.5 g/dl para homens, frequência cardíaca entre 50 e 100 batimentos por minuto, tensão arterial sistólica entre 100 e 180 mm Hg e tensão arterial diastólica entre 60 e 100 mm Hg, pode doar sangue.

Para além destas condições genéricas, existem muitos factores específicos a ter em conta para a aceitação ou recusa (temporária ou definitivamente) de uma dádiva de sangue: histórico de viagens, doenças actuais e passadas, alergias, vacinas, cirurgias prévias, mordeduras de animais, consumo de medicamentos, toxicodependência, hábitos sexuais, tatuagens, colocação de piercings, tratamentos de acupunctura ou mesoterapia, transfusões recebidas, gravidez, aleitamento, detenção em cadeias, participação em ensaios clínicos e tantos outros, que se podem consultar no Manual de Triagem de Dadores de Sangue, publicado pelo IPST.

Os critérios de elegibilidade para dadores têm evoluído ao longo do tempo, adaptando-se às condições sociais, ao aparecimento, controle ou erradicação de doenças e à própria evolução científica.

Por exemplo, em 2015, o Ministério da Saúde aceitou a permissão da dádiva de sangue por homossexuais e bissexuais (em condições específicas), o que era liminarmente proibido até então. Neste sentido, a Direção-Geral da Saúde, por proposta conjunta do Departamento da Qualidade na Saúde, do Programa Nacional para a Infeção VIH/SIDA, do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), IP e da Ordem dos Médicos, emitiu a NORMA 009/2016, intitulada “Comportamentos de Risco com Impacte na Segurança do Sangue e na Gestão de Dadores: Critérios de Inclusão e Exclusão de Dadores por Comportamento Sexual”, que actualizou estes critérios.

Quem quiser ser dador de sangue pela primeira vez ou, sendo dador, quiser fazer uma nova dádiva, pode recorrer à informação oficial do IPST sobre locais e horários de colheita (através do site http://www.ipst.pt/ou da plataforma interactiva http://www.dador.pt, que indica quando e onde pode dar sangue, com base na localização geográfica do dador e disponibiliza a funcionalidade de definição da rota para o local da dádiva selecionado) ou aceder às páginas informativas das inúmeras associações de dadores de sangue existentes no país.  

O Serviço de Imunohemoterapia do IPO Lisboa

Em 1948, 10 anos antes de o Ministério do Interior-Direção-Geral da Assistência ter criado o Instituto Nacional de Sangue (INS) e muitos anos antes de existir um Ministério da Saúde em Portugal, já o Instituto Português de Oncologia, em Lisboa, tinha instalações próprias para o seu Serviço de Hemoterapia.

Dois anos depois, inaugurava-se oficialmente o Centro de Hemoterapia do IPO (hoje designado Serviço de Imunohemoterapia) que, curiosamente, servia sanduíches e vinho do Porto aos dadores de sangue, após as colheitas.

Se não fosse de todos conhecido o elevado prestígio de que o IPO sempre gozou, a sua grande qualidade assistencial na área oncológica e a sua enorme capacidade de atrair voluntários assistenciais e dadores benévolos de sangue, seríamos tentados a pensar que os dadores de sangue afluíam ao IPO para receber uma sandes e um copo de Porto. O certo é que, nesse tempo, se considerava que o vinho ajudava o dador a recuperar forças e a regenerar o sangue doado e que, na realidade, o IPO era auto-suficiente e até excedentário, em termos de sangue para transfusão.

As epidemias de VIH/SIDA e hepatite C, o aumento constante do número de doentes oncológicos, a generalização dos tratamentos de quimioterapia e de radioterapia e o aumento da sobrevida dos doentes foram, ao longo dos anos, obrigando o IPO a ampliar as suas instalações e a evoluir tecnicamente, criando novas valências transfusionais e adquirindo certificações de qualidade, sem esquecer o primado da humanização que é uma das grandes imagens de marca desta instituição.

Para o IPO, a minha sincera homenagem, neste Dia Nacional do Dador de Sangue de 2018!

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Viver sozinho e ver poucas pessoas aumenta o risco de morte por enfarte do miocárdio ou acidente vascular cerebral, segundo um...

O estudo, hoje divulgado, envolveu cerca de 479.000 pessoas, que responderam a perguntas sobre se eram “socialmente isoladas” (quantas pessoas viam, com que frequência saíam) e se se sentiam sós.

“O isolamento social e o sentimento de solidão estão associados a um risco mais elevado de enfarte grave do miocárdio ou de acidente vascular cerebral”, escreveram os investigadores finlandeses na revista médica Heart.

Segundo a equipa, “o isolamento social parece ser um fator de risco de mortalidade independente após um enfarte ou um acidente vascular cerebral (AVC)”.

A originalidade deste estudo consiste em isolar o fator solidão dos outros.

De facto, viver só é frequentemente associado a outros riscos para o coração, como um estilo de vida pouco saudável (tabagismo, alimentação desequilibrada, falta de atividade física), uma má saúde mental e pobreza.

Excluindo os restantes riscos, viver só aumenta a mortalidade após um enfarte ou um AVC em 32%.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou em janeiro a nomeação de uma ministra encarregada das pessoas isoladas, para encontrar soluções para o flagelo social da solidão.

 

SNS
O ministro da Saúde assumiu ontem que “existe má gestão na saúde” e mostrou-se menos otimista do que o seu colega das Finanças...

Adalberto Campos Fernandes falava durante a apresentação pública da Estrutura de Missão para a Sustentabilidade do Programa Orçamental da Saúde, ao lado do ministro das Finanças, e sublinhou a enorme “coesão interna” do Governo.

“Sobre a questão da expressão que o ministro das Finanças teve no parlamento, e que foi tão empolada, de que havia má gestão na saúde, é evidente que existe má gestão na saúde, como em outras áreas setoriais”, disse Adalberto Campos Fernandes.

E acrescentou: “Basta ir ao Portal do SNS e ver o que o Ministério da Saúde publica para ver que existem hospitais com muito bom desempenho e outros com muito mau desempenho”.

“O que temos de fazer é ajudar aqueles que têm pior desempenho a aproximarem-se das melhores práticas e por isso é que esta unidade de missão vai ter como objetivo abrir espaço a avaliar o que está a ser feito a cada momento, sugerindo, recomendando, mas também a projetar os próximos anos, embora a unidade tenha o seu mandato limitado pela legislatura”, prosseguiu.

O ministro das Finanças aproveitou para esclarecer que, com a criação desta unidade de missão, “não há nenhuma duplicação de funções. Há um pensamento muito claro e delimitado, quer no tempo quer no objeto, que depois será delegado às instituições responsáveis pela gestão do sistema”.

“Estamos a fazer um esforço da recuperação da situação face aos atrasos nos pagamentos, mas queremos ter a certeza de que os mecanismos de geração desse endividamento não se voltam a repetir no futuro”, disse.

Mário Centeno explicou que a visão do Governo de reformas estruturais “está associada a soluções estruturais e duradouras”.

“É precisamente isso que procuramos também nesse momento: garantir que não voltamos a percorrer um ciclo de pagamentos e de endividamento que não é saudável para a gestão, nem financeira, nem técnica, nem para a qualidade da prestação de cuidados”, afirmou.

Nesta matéria, Adalberto Campos Fernandes mostrou-se “um bocadinho menos otimista que o Ministro das Finanças”.

“Em nenhuma parte do mundo civilizado se viu a questão da sustentabilidade definitiva e duradoura ter sido resolvida, porque há imponderáveis e variáveis e determinantes que não controlamos, nomeadamente a da inovação terapêutica e a transição demográfica e do envelhecimento”, sustentou.

No final da cerimónia, o coordenador da unidade de missão, Julian Perelman, preferiu não prestar comentários sobre as suas funções.

“Precisamos de analisar as contas, de falar com uma série de pessoas para falar com conhecimento de causa e não dizer generalidades”, limitou-te a dizer.

 

Anca
O serviço de Ortopedia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra iniciou um novo programa de artroplastias totais da anca...

A nova técnica, denominada Superpath, consta de uma abordagem cirúrgica "que não agride os músculos e tendões da região da anca, o que permite reduzir o tempo de recuperação e cicatrização destes tecidos", refere o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), em nota de imprensa.

"O doente pode iniciar a sua recuperação funcional poucas horas após a cirurgia, regressar a casa menos de 24 horas após o seu internamento e regressar à sua vida ativa em poucos dias", adianta.

O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra pretende passar a realizar este tipo de cirurgias "em doentes selecionados" em regime ambulatório, permitindo que o doente esteja hospitalizado menos de 24 horas "e regresse posteriormente ao seu ambiente familiar para realizar a sua recuperação funcional e o seu regresso à vida ativa".

"Para além das vantagens da rápida integração do doente na sociedade, é possível a recuperação funcional mais acelerada com um período de convalescença mais curto, originado, por isso, uma menor dependência do doente face aos seus cuidadores, bem como mais rápida integração do mesmo nas suas atividades quotidianas", argumenta o CHUC.

 

Em 2017 os portugueses contribuíram com mais de 80 mil euros
A ajuda dos portugueses, através da consignação de IRS em 2017, permitiu à Médicos do Mundo ajudar seis mil pessoas em Portugal...

Todos os anos os contribuintes têm o poder de doar, de forma simples e gratuita, 0,5% do seu imposto a uma instituição de solidariedade social. O valor arrecadado constitui um apoio importante à missão de várias organizações em Portugal, entre elas a Médicos do Mundo (MdM), que se dedicam a ajudar quem mais precisa.

Em 2017, a doação do imposto à MdM atingiu mais de 80 mil euros, valor que foi distribuído pelos 16 projetos da organização e que permitiu apoiar seis mil portugueses, entre várias populações vulneráveis como pessoas em situação de sem abrigo, refugiados, migrantes em situação irregular, idosos que vivem isolados e/ou em risco de exclusão social, jovens com carências socioeconómicas, utilizadores de drogas, trabalhadores sexuais ou vítimas de catástrofes naturais. 

Com o objetivo de chamar a atenção para esta modalidade de apoio, a MdM acaba de lançar a campanha “Um Mundo Melhor”, que conta com a participação de várias figuras públicas, como Dalila Carmo, Claudia Semedo, Isabel Silva ou José Pedro Vasconcelos. Segundo Carla Paiva, Diretora Executiva da Médicos do Mundo, “todos podemos contribuir para um mundo melhor, desenhar aquele que acreditamos ser um lugar mais justo, mais igual, em que todos têm acesso a condições de vida dignas. Juntos vamos poder desenhar esse mundo melhor”.

Para proceder à doação, basta que cada contribuinte, ao preencher a declaração de IRS, aceda ao quadro 11, coloque uma cruz na opção de consignação do seu imposto “Instituições particulares de solidariedade social ou pessoas coletivas de utilidade pública (art.º 32, nº6, da Lei nº 16/ 2001, de 22 de Junho)” e introduza o NIF 504 568 566, correspondente à Médicos do Mundo. Com este gesto simples estará a ajudar a organização a prestar mais cuidados de saúde às pessoas vulneráveis.

 

Governo
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, disse hoje, em Caminha, que a Rede de Cuidados Continuados...

Fernando Araújo, que falava aos jornalistas à margem da cerimónia que assinalou a entrada em funcionamento de 20 camas de cuidados Média Duração e Reabilitação da unidade da Gelfa, do Instituto São João de Deus, naquele concelho do Alto Minho, adiantou que "o objetivo é atingir, até final da legislatura, as 14 mil camas", naquela rede "que admite, por ano, 40 mil doentes".

O governante referiu que atualmente a Rede de Cuidados Continuados Integrados (RCCI) "dispõe de 8.200 camas, mais 10% do que as existentes em 2015", distribuídas por três tipologias, longa duração e manutenção, média duração e reabilitação e convalescença.

Hoje, na Unidade da Gelfa, em Caminha, gerida pelo Instituto São João de Deus, foram disponibilizadas 20 camas de média duração e reabilitação, "num compromisso financeiro anual, global, assumido com os Ministérios da Saúde e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social de 574.281 euros".

Aquela estrutura já dispunha para de uma unidade de longa duração e manutenção, com outras 20 camas.

Em Arcos de Valdevez, na Santa Casa da Misericórdia, o governante assinalou a entrada em funcionamento de 23 camas de convalescença, "num compromisso financeiro anual, global, de 761.301 euros".

A Santa Casa da Misericórdia de Arcos de Valdevez "já dispunha de duas unidades - longa duração e manutenção (28 camas) e média Duração e reabilitação (31 camas)".

No distrito de Viana do Castelo, aquelas respostas dispõem de mais de 300 camas, sendo que a rede "estará coberta a 100% até abril com a entrada em funcionamento de 14 camas para convalescença, em Valença".

No total, segundo dados da Administração Regional do Norte (ARS-N), "na região Norte, a capacidade instalada é de 4.356 camas, a que corresponde um encargo financeiro do Estado, anual, da ordem de 54 milhões de euros".

Estão disponíveis à população "212 camas de convalescença, 807 camas de média duração e reabilitação, 1.527 camas de longa duração e manutenção, 25 camas de cuidados paliativos, 1.618 lugares de equipas de cuidados continuados integrados".

Na área da Saúde Mental, adiantou a ARS-N, estão disponíveis "25 lugares em unidade sócio ocupacional, oito visitas/dia em equipa de apoio domiciliário, 14 lugares residência autónoma, 24 lugares de residência de apoio total, seis lugares em residência de treino de autonomia tipo A - infância e adolescência e dez lugares unidade sócio ocupacional infância e adolescência.

Na área de pediatria, existem dez camas de cuidados pediátricos integrados e dez lugares de ambulatório pediátrico.

 

Ministro
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse hoje que foi sua a ideia de criar uma estrutura de missão para a...

Os ministros das Finanças e da Saúde estão hoje a apresentar em Lisboa a Estrutura de Missão para a Sustentabilidade do Programa Orçamental da Saúde, que será responsável pelo acompanhamento do desempenho financeiro das entidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Na sua intervenção, o ministro da Saúde disse que “a iniciativa” partiu dele próprio, já no ano passado, e que resultou do facto de a articulação entre os dois ministérios “ter particular intensidade” e também pela pressão que o setor da saúde tem em termos orçamentais.

“Esta foi uma ideia do Ministério da Saúde proposta ao Ministério das Finanças”, indicou Campos Fernandes.

O ministro da Saúde entende que esta nova estrutura pode “abrir um caminho de avaliação” do que vai sendo feito no setor e também pode ajudar a previsões futuras.

A Estrutura de Missão para a Sustentabilidade do Programa Orçamental da Saúde foi já alvo de críticas da oposição, com o PSD a considerar que é "mais uma demonstração de como o Ministério da Saúde perdeu a sua autonomia e está dependente do Ministério das Finanças".

 

Governo
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo disse, hoje, que o surto de sarampo em Portugal "está em fase...

"Hoje, o relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS) já indica que não temos mais nenhum caso novo confirmado. Temos tido, nos últimos dias, um caso por dia, portanto estamos numa fase final do surto", afirmou o governante.

O boletim da DGS, hoje divulgado, diz que dos 70 casos de sarampo confirmados no atual surto em Portugal, 44 doentes já estão curados, adiantando que não há registo de novos casos positivos desde domingo.

A DGS regista ainda que há outros 26 casos em investigação e que mais de 150 casos já se revelaram negativos.

Fernando Araújo, que falava aos jornalistas à margem da cerimónia que assinalou a entrada em funcionamento de 20 camas de cuidados de Média Duração e Reabilitação da unidade da Gelfa, do Instituto São João de Deus, em Caminha, sublinhou e agradeceu “a capacidade” dos profissionais da Saúde Pública que, "num curto espaço de tempo, identificar os contactos e promover a vacinação".

"É preciso sublinhar o facto de o país ser um dos países europeus com maior taxa de vacinação. Na região Norte temos mais de 98% dos portugueses vacinados. Tivemos boas condições para conter este surto e limitar a sua disseminação”, afirmou.

“O Serviço Nacional de Saúde (SNS) funcionou. Todos os casos tiveram, felizmente, um prognóstico muito favorável. Mas também estamos sempre a apreender e, no caso dos profissionais de saúde, serviu para sensibilizar para a importância da vacinação e para nos prepararmos para novos surtos que possam ocorrer no futuro", acrescentou.

O atual surto de sarampo em Portugal atingiu mais do dobro das pessoas do que os dois surtos de 2017 e fez com que, num ano, se registasse uma centena de casos num país considerado zona livre da doença.

Entre 2017 e 2018 Portugal quintuplicou o número de casos de sarampo que tinha registado em quase dez anos. Entre 2006 e 2014 houve apenas 19 casos da doença, quase todos importados.

O sarampo é, aliás uma das infeções virais mais contagiosas e, apesar de habitualmente ser benigna, pode ser grave e levar à morte, segundo as autoridades de saúde.

Ao nível de 50 países da região europeia considerada pela OMS, o sarampo provocou 35 mortes só ano passado, incluindo a registada em Portugal. Ao todo foram cerca de 20 mil os infetados.

Também um balanço do Centro Europeu de Controlo de doenças dá conta de 14 mil casos de sarampo em 30 países em 2017, triplicando o número de casos da doença relativamente a 2016.

O atual surto em Portugal tem infetado maioritariamente pessoas com ligação laboral ao hospital de Santo António, no Porto. Das 70 infetadas, pelo menos 24 estão curadas e permanecem em investigação outros 29 casos, segundo a DGS.

Todos os doentes são adultos e apenas 14% não estavam vacinados e mais 9% tinham o esquema vacinal incompleto.

 

Entrevista
Apesar de ser um dos tumores de pele menos frequentes, o número de casos de Melanoma Maligno Cutâneo

Estima-se que, em Portugal, sejam diagnosticados anualmente cerca de 1000 novos casos de melanoma. Quais as suas causas e principais fatores de risco?

Atualmente, em Portugal diagnosticam-se cerca de 1.000 novos casos de melanoma por ano e a sua incidência situa-se entre os 6-8 casos/100.000 habitantes, semelhante à verificada nos países do sul da Europa, como Espanha e Itália.

As causas são múltiplas (ambientais, genéticas) e os principais fatores de risco de melanoma estão bem estabelecidos. As pessoas de pele clara, sardentas, ruivas ou louras, de olhos claros, nevos atípicos, com história de exposição solar (ou em solários) intensa e intermitente (escaldões), sobretudo na infância, têm um maior risco de desenvolver melanoma. Salienta-se a importância dos antecedentes pessoais e familiares de melanoma.

A imunossupressão representa também um fator de risco para o desenvolvimento de melanoma e contribui para um comportamento mais agressivo da doença.

O que torna o melanoma um dos mais temidos cancros de pele?

Nas últimas três décadas, a incidência de Melanoma Maligno (MM) cutâneo tem aumentado - cerca de 3% por ano - em todo o mundo. Na Europa, registou-se um aumento de cerca de 5% de casos, com uma subida de incidência nos adultos jovens e nas mulheres.

De todos os tumores da pele, o melanoma é o menos frequente, mas o que tem um comportamento biológico mais agressivo, sendo responsável por cerca de 75% das mortes por cancro cutâneo.

No decurso da doença, uma percentagem significativa destes doentes desenvolve doença localmente avançada irressecável e/ou metastizada, e em 2-5% dos casos pode apresentar-se, à data do diagnóstico, já em estádio IV. Neste contexto, a probabilidade de cura é baixa e a sobrevivência global aos 5 anos é inferior a 10%.

Atinge pessoas de todos os grupos etários e em fase avançada pode invadir qualquer órgão, podendo levar à morte.

Os melanomas são todos iguais?

Os melanomas não são todos iguais. O aspeto das lesões variam com a espessura e o subtipo, podendo ser de extensão superficial, nodular, lentigo maligno e acrolentiginoso.

No início, a maior parte apresenta-se como uma mancha (sinal) pigmentada. Cerca de 70% dos casos são melanomas de extensão superficial.

Quais os principais sintomas? E a que sinais devemos estar atentos?

Em geral, não há sintomas. Os primeiros “sinais de alarme” que podem levar ao diagnóstico clínico de melanoma consistem na alteração das dimensões, forma, cor, de um nevo ou “sinal” já existente. O melanoma pode aparecer em qualquer localização do corpo, mesmo em áreas não expostas ao sol, como as palmas das mãos e plantas dos pés.

Existem diferenças morfológicas que ajudam a distinguir as lesões dermatológicas suspeitas, através de critérios ABCDE:

Assimetria

Bordo irregular

Coloração castanha escura ou negra sobre um nevo atípico que sugere a sua transformação em melanoma

Diâmetro superior a 6mm pode corresponder a malignidade, pelo que estas lesões devem ser excisadas e analisadas.

Evolução – o “sinal “suspeito aumenta de tamanho, altera a sua forma e muda de cor ou aspeto, ou cresce numa área de pele, antes normal. 


Figura 1 - Ricardo Vieira e Maria José Passos em Manual de Formação

Como é feito o seu diagnóstico e qual a importância do diagnóstico precoce? Qual o tratamento indicado?

O melanoma, quando diagnosticado precocemente, pode curar-se em cerca de 95% dos casos, apenas com cirurgia, removendo o tumor primário com uma margem de segurança adequada. Pelo contrário, se o diagnóstico for tardio torna-se agressivo e pode ser fatal, pois tem a capacidade de metastizar, por via linfática e hematogénica, podendo atingir qualquer órgão.

O diagnóstico deve ser efetuado por um patologista experiente após a biópsia excisional em que é retirada a lesão de melanoma na sua totalidade. A biópsia é necessária para determinar a espessura do tumor (Breslow) e a ulceração, dois importantes fatores de prognóstico, para além do envolvimento ganglionar.

Relativamente ao melanoma avançado, qual o seu prognóstico?

Apesar dos recentes avanços no tratamento do melanoma avançado a doença metastática tem ainda um prognóstico reservado.

Existem fatores determinantes de uma menor sobrevivência, como acontece com a localização da doença metastática. A progressão da doença é, geralmente, mais lenta nos doentes com metástases cutâneas, subcutâneas, dos tecidos moles ou em gânglios linfáticos, sendo este subgrupo o que inclui os melhores candidatos à obtenção de respostas terapêuticas à quimioterapia clássica e à imunoterapia.

O prognóstico das metástases pulmonares fica num grupo intermédio e o grupo que inclui todas as outras localizações viscerais (cérebro, fígado) é o de pior prognóstico. Um segundo fator que influencia o prognóstico é a elevação dos níveis séricos de desidrogenase lática (LDH), que continua a assumir o papel de único biomarcador de prognóstico e preditivo de resposta ao tratamento nestes doentes.
Uma revisão sistemática recente da literatura, que incluiu estudos de 9 países europeus, mostrou uma sobrevivência global aos 5 anos entre 9-28% para o estádio IV. Verificou-se que há grandes diferenças consoante os países, em termos de sobrevivência global e intervalo livre de recorrência para cada estádio.

Que opções terapêuticas estão atualmente disponíveis?

Atualmente, o melanoma localmente avançado/metastizado, não mutado, é tratado em 1ª linha com imunoterapia com anti-PD1 e em 2ª linha com ipilimumab.

Nos doentes com melanoma avançado BRAF+, o tratamento de escolha é a terapêutica dirigida anti BRAF+ anti MEK e em 2ª linha imunoterapia com anti-PD1.

A dacarbazina foi destronada para 3ª linha por ser menos eficaz.

Quais as últimas inovações na área? Existem novas propostas terapêuticas em discussão?

Os resultados mais recentes e muito promissores estão relacionados com o regime de combinação ipilimumab + anti-PD1, sobretudo no tratamento da metastização cerebral de melanoma.

Há vários ensaios clínicos em curso com várias combinações sinérgicas, cujos resultados se aguardam com grande expectativa. São exemplo, a combinação de T-VEC + pembrolizumab em 1ª linha no melanoma Estádio IIIC/IV; pembrolizumab + epacadostat em 2ª linha em doentes com melanoma avançado e as combinações triplas com anti-PD1 ou anti-PD-L1 + terapêuticas dirigidas, em 1ª linha em doentes com melanoma avançado com mutação BRAF. Há que esperar com calma pelos resultados.

Quais as principais vantagens das novas armas terapêuticas, nomeadamente a imunoterapia, em relação a outros tratamentos como a quimioterapia, por exemplo?

Durante mais de três décadas, as opções terapêuticas em melanoma avançado foram escassas e pouco eficazes, mas, nos últimos anos, graças aos progressos da genética, biologia molecular e da imunoterapia foi possível alterar radicalmente este panorama tão sombrio.

De 1975 até 2010, o tratamento mais utilizado na prática clínica foi a dacarbazina, um agente alquilante, que nunca demonstrou aumento de sobrevivência global em ensaios de fase III e cujas taxas de resposta não ultrapassavam os 15-20%.

Desde 2011 até agora, dispomos de novas estratégias de tratamento mais eficazes, com destaque para os agentes imunomoduladores e as terapêuticas alvo.

Os estudos de fase 3 realizados com os novos agentes todos demonstraram, um aumento estatisticamente significativo da sobrevivência global em doentes com melanoma avançado, o que nunca aconteceu com a quimioterapia antineoplásica.

Desde 2011, o tratamento do melanoma metastático tem evoluído rapidamente, dando origem a uma “onda” de novos agentes terapêuticos, com diferentes mecanismos de ação, que alteraram para sempre a abordagem terapêutica do melanoma avançado.

No caso do melanoma avançado para que serve esta terapêutica? Como funciona?

A imunoterapia, em oncologia, ao contrário da quimioterapia antineoplásica e das terapêuticas dirigidas, atua sobre o hospedeiro e não diretamente sobre o tumor, modulando as respostas imunológicas do organismo, de modo a que este consiga lutar de forma eficaz e duradoura contra o tumor. O mecanismo de ação dos diferentes agentes imunológicos condiciona as respostas clínicas e também os efeitos adversos que são de causa autoimune.

É o que acontece com o melanoma, um dos tumores mais imunogénicos e o pioneiro do sucesso da imunoterapia, sobretudo com os inibidores de checkpoint: ipilimumab e mais recentemente anti-PD1, utilizados no tratamento do melanoma em estádios III irressecável e IV.

O ipilimumab foi o primeiro fármaco que demonstrou um aumento de sobrevivência global em ensaios de fase III, em melanoma localmente avançado/ metastizado, com respostas duradouras na ordem dos 20%, ao fim de mais de 10 anos de tratamento.

Trata-se de um anticorpo monoclonal IgG1, humanizado, da categoria dos modificadores de resposta biológica, que bloqueia a atividade do CTLA-4 (linfócito T citotóxico - associado a Antigénio 4), um regulador negativo das funções das células T. Este expressa-se à superfície dos linfócitos T CD4 e CD8 ativados, levando à inibição da interação entre o CTLA4 e os ligandos alvo CD80/CD86.

O bloqueio de CTLA4 permite restaurar a função das células T por períodos longos, levando à ativação e proliferação das respostas imunitárias T. Foi aprovado pela FDA, em 2011, e pela EMA em 2012, tendo por base dois estudos aleatórios de fase III em melanoma localmente avançado irressecável/metastático.

Mais recentemente, surgiram outras moléculas inibidoras de outros checkpoints imunológicos, como o PD1 (programmed cell death protein 1), com resultados recentes surpreendentes, no âmbito de ensaios clínicos, em melanoma avançado, tanto em monoterapia, e sobretudo em combinação. Os anti PD1 são mais eficazes, atuam mais rapidamente e apresentam um perfil de toxicidade mais favorável do que o ipilimumab.

O PD1 diminui a atividade das células T em várias fases da resposta imunitária, através da interação com os seus ligandos PD-L1 e PD-L2. Esta inibição dá-se nos tecidos periféricos e a nível do tumor, graças à atividade de fosfatases que inibem as vias de sinalização, dependentes das cinases que vão estimular as células T. O PD1 expressa-se também nas células B e natural killer (NK), o que não acontece com o CTLA4. 

Qual a importância da comparticipação e facilidade de acesso a estes novos tratamentos?

É muito importante que os fármacos inovadores com eficácia confirmada obtenham reembolso, e que os doentes tenham acesso a estes medicamentos, a nível nacional.

É preciso que os profissionais de Saúde (médicos, enfermeiros e farmacêuticos hospitalares) conheçam bem as indicações, o mecanismo de ação e o perfil de segurança dos diferentes fármacos. É importante que, no mundo real, ou seja, nos nossos hospitais, as toxicidades raras e frequentes sejam diagnosticadas e tratadas precocemente, da forma adequada.

Em matéria de prevenção, diagnóstico e tratamento que considerações finais gostaria de fazer?

Apesar do excelente trabalho desenvolvido, desde há muitos anos, pelos dermatologistas portugueses na área da prevenção e diagnóstico precoce, ainda nos aparecem muitos casos de melanoma diagnosticados em fase avançada e negligenciados durante anos.

É preciso continuar a trabalhar desenvolvendo novas estratégias de intervenção (prevenção) e, sobretudo, contribuir para a educação/formação em melanoma, da sociedade civil e dos profissionais de saúde, nomeadamente os clínicos gerais.

Apesar dos recentes avanços terapêuticos, o diagnóstico precoce do melanoma continua a ser crucial para um prognóstico favorável: a taxa de sobrevivência ao fim de 5 anos é de cerca de 95% para o estádio I, com espessura inferior ou igual a 1mm, mas cai para 62% quando há envolvimento ganglionar regional, e para 20% nos tumores em estádio IV, o que é elucidativo.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Direção-Geral da Saúde
Dos 70 casos de sarampos confirmados no atual surto em Portugal, 44 doentes já estão curados, segundo o mais recente boletim da...

A Direção-Geral da Saúde (DGS) regista ainda que há outros 26 casos em investigação e que mais de 150 casos já se revelaram negativos.

No domingo, das 70 pessoas que já havia registadas como estando infetadas, 24 eram dadas como curadas.

A maioria dos casos deste surto registou-se em profissionais de saúde, geralmente com ligação laboral ao hospital de Santo António, no Porto.

A Direção-geral da Saúde recorda que o vírus do sarampo é transmitido por contacto direto com as gotículas infecciosas ou por propagação no ar quando a pessoa infetada tosse ou espirra. Os doentes são considerados contagiosos desde quatro dias antes e até quatro dias depois do aparecimento da erupção cutânea.

Os sintomas de sarampo aparecem geralmente entre 10 a 12 dias depois de a pessoa ser infetada e começam habitualmente com febre, erupção cutânea (progride da cabeça para o tronco e para as extremidades inferiores), tosse, conjuntivite e corrimento nasal.

Existe vacina contra o sarampo no Programa Nacional de Vacinação, que deve ser administrada aos 12 meses e cinco anos.

Os profissionais de saúde devem ter as duas doses da vacina independentemente da sua idade.

Quem já teve sarampo está imunizado e não voltará a ter a doença. As pessoas com o esquema vacinal completo podem contrair a doença, mas de forma leve e não são veículo de transmissão, segundo as autoridades de saúde.

 

Cintesis
Um grupo de investigadoras do Cintesis – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde e da Universidade de Aveiro...

O objetivo é avaliar as preocupações reprodutivas e outros aspetos psicológicos e sociais em jovens com cancro, para desenvolver programas de apoio psicológico destinados às necessidades dessas mulheres, que lidam com problemas de fertilidade.

“As consequências do cancro e dos tratamentos oncológicos na capacidade reprodutiva das mulheres em idade fértil tornam-se num fator de stresse adicional no decurso da doença e constituem uma ameaça aos planos de maternidade das jovens, para além de poderem interferir nas suas relações conjugais”, disse a investigadora Ana Bártolo.

Segundo explicou, uma das perguntas colocadas por algumas mulheres mais jovens quando são confrontadas com um diagnóstico de cancro da mama ou ginecológico é: “E agora? Não vou poder engravidar?”.

De acordo com os investigadores, “numa sociedade em que o papel da mulher como mãe é relevante e faz parte dos planos da maioria das mulheres, a ameaça à possibilidade de engravidar e de ter uma família tradicional constitui um foco de pressão acrescido, podendo ter implicações ao nível da saúde mental das sobreviventes oncológicas, nomeadamente no que se refere ao desenvolvimento de quadros de ansiedade e de depressão”.

“Com este estudo, pretendemos aferir junto deste grupo quais os aspetos psicológicos e sociais em que podemos intervir de forma mais atenta, sem perder de vista uma abordagem holística, com o objetivo de minorar o sofrimento e potenciar a reorganização dos seus projetos de vida que incluem, tantas vezes, a maternidade”, salientou Ana Bártolo, especialista em psicologia.

Embora seja mais prevalente entre os grupos etários mais velhos, há tipos de cancro com níveis de incidência assinaláveis que afetam as mulheres entre os 15 e os 39 anos.

Para além de Ana Bártolo, a equipa é composta pelas investigadoras do Cintesis e professoras da Universidade de Aveiro Sara Monteiro e Isabel Santos.

O questionário online está disponível em http://questionarios.ua.pt/index.php/633946/lang-pt.

 

AbbVie
A AbbVie, uma biofarmacêutica global de investigação e desenvolvimento, anunciou novos resultados da fase da extensão em dupla...

Estes dados foram apresentados no 13.º Congresso da Organização Europeia para a Doença de Crohn e Colite (ECCO), em Viena, Áustria, como parte da sessão "Clinical: Diagnosis & Outcome" (Poster #P273). Foram também apresentadas duas subanálises adicionais dos dados da fase de indução de 16 semanas do estudo CELEST – uma para avaliação do início da remissão e da resposta clínica, e outra para avaliação do potencial para alcançar remissão/resposta endoscópica/clínica sem esteroides. Upadacitinib é um medicamento experimental, que não está aprovado pelas autoridades reguladoras. A segurança e a eficácia ainda não estão estabelecidas. Estão em curso ensaios de fase 3 para investigar a utilização de upadacitinib na doença de Crohn.

“Estes resultados, que mostram o potencial de upadacitinib como terapêutica oral em doentes com doença de Crohn ativa moderada a grave são para nós um grande incentivo”, afirmou Marek Honczarenko, vice-presidente da área de desenvolvimento em Imunologia da AbbVie. “Iremos continuar a desenvolver terapêuticas que permitam ir além dos sintomas e permitam também obter resultados endoscópicos, com o objetivo de limitar a progressão da doença a longo prazo.”

O CELEST é um estudo de 52 semanas, de fase 2, aleatorizado e em dupla ocultação, que consiste numa fase de indução de 16 semanas de avaliação de dose e numa fase de extensão de 36 semanas. Os doentes que responderam à terapêutica na fase de indução de 16 semanas passaram depois para a fase de extensão do estudo, que avaliou múltiplos regimes de dose de upadacitinib até à semana 52. Os resultados da fase de indução de 16 semanas foram previamente anunciados e apresentados na Digestive Disease Week®, em maio de 2017.

Os resultados mostram que, entre os doentes que responderam à terapêutica de indução com upadacitinib à semana 16, os doentes tratados com 12 mg de upadacitinib em duas tomas diárias na fase da extensão alcançaram taxas numericamente superiores de remissão clínica e resposta endoscópica às 52 semanas, quando comparados com os doentes tratados com as outras doses.Adicionalmente, foram observados aumentos relacionados com a dose nas taxas de remissão clínica modificada com as doses de 3, 6 e 12 mg em duas tomas diárias à semana 52.

Neste estudo, o perfil de segurança global de upadacitinib foi consistente com o perfil de segurança de upadacitinib observado noutros estudos, sem deteção de novos sinais de segurança. Não foi observado um efeito dependente da dose em termos de acontecimentos adversos (AA), AA graves e infeções. Foram registadas duas neoplasias no grupo dos 12 mg em duas tomas diárias (doença de Hodgkin e neoplasia do timo). Não ocorreram óbitos neste estudo.

 

Estudo
Uma equipa de investigadores portugueses anunciou hoje ter demonstrado que as bactérias no estômago dos doentes com cancro...

A descoberta da alteração do perfil bacteriano no estômago ao longo do desenvolvimento da doença revela-se "muito importante", uma vez que, segundo os investigadores, “poderá vir a ser clinicamente relevante no seguimento dos doentes com lesões pré-cancerosas e contribuir para a prevenção do cancro do estômago”.

A equipa do i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde e da Faculdade de Medicina do Porto, coordenada por Céu Figueiredo, verificou que "o perfil da microbiota gástrica (a diversidade e a abundância de tipos específicos de bactérias que vivem no estômago) varia das fases mais iniciais para as fases mais tardias do processo de desenvolvimento de cancro do estômago".

Nos doentes com cancro do estômago, explica a investigadora, “este perfil revela um desequilíbrio nas comunidades microbianas, com a diminuição da abundância de Helicobater pylori (que desempenha um papel importante nas fases iniciais do processo que leva ao desenvolvimento de cancro) e com o aparecimento de bactérias que produzem substâncias químicas capazes de causar danos ao DNA das células humanas”.

O estudo, enquadrado num projeto financiado pela Worldwide Cancer Research, envolveu numa fase inicial 135 doentes portugueses e os resultados foram posteriormente validados em populações de diversas localizações geográficas, num total de cerca de 300 doentes.

As conclusões desta investigação sobre os diferentes tipos de bactérias existentes no estômago e como elas variam ao longo do processo de desenvolvimento de cancro do estômago foram recentemente publicadas na revista de gastroenterologia Gut.

Céu Figueiredo, cuja equipa por si liderada tem contribuído ao longo de vários anos com descobertas na área do cancro do estômago associado às infeções, sublinha que o artigo foi a escolha do Editor, tendo sido “premiado” com uma fotografia da cidade do Porto na capa da revista.

 

Sarampo
O atual surto de sarampo em Portugal atingiu mais do dobro das pessoas do que os dois surtos de 2017 e fez com que, num ano, se...

O boletim de ontem da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre o atual surto de sarampo na região Norte indica que estão confirmadas 70 pessoas infetadas. Nos dois surtos simultâneos registados em 2017 houve cerca de 30 casos, sendo que um deles provocou a morte de uma jovem de 17 anos.

Entre 2017 e 2018 Portugal quintuplicou o número de casos de sarampo que tinha registado em quase dez anos. Entre 2006 e 2014 houve apenas 19 casos da doença, quase todos importados.

Aliás, em 2016, Portugal recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) um diploma que oficializava o país como estando livre de sarampo, até porque os poucos casos registados nos últimos anos tinham sido contraídos noutros países.

Com a vacinação gratuita das crianças, a partir de 1974, e sobretudo com a introdução de uma segunda dose de vacina em 1990, o sarampo acabou por se tornar quase numa doença esquecida ou invisível ao longo dos anos.

Mas entre 1987 e 1989 tinham sido notificados em Portugal 12 mil casos, contabilizando-se 30 mortes, porque as coberturas vacinais obtidas não foram suficientes para impedir a epidemia, de acordo com os dados oficiais.

O sarampo é, aliás uma das infeções virais mais contagiosas e, apesar de habitualmente ser benigna, pode ser grave e levar à morte, segundo as autoridades de saúde.

Ao nível de 50 países da região europeia considerada pela OMS, o sarampo provocou 35 mortes só ano passado, incluindo a registada em Portugal. Ao todo foram cerca de 20 mil os infetados.

Também um balanço do Centro Europeu de Controlo de doenças dá conta de 14 mil casos de sarampo em 30 países em 2017, triplicando o número de casos da doença relativamente a 2016.

O atual surto em Portugal tem infetado maioritariamente pessoas com ligação laboral ao hospital de Santo António, no Porto. Das 70 infetadas, pelo menos 24 estão curadas e permanecem em investigação outros 29 casos, segundo a DGS.

Todos os doentes são adultos e apenas 14% não estavam vacinados e mais 9% tinham o esquema vacinal incompleto.

A Direção-Geral da Saúde recorda que o vírus do sarampo é transmitido por contacto direto com as gotículas infeciosas ou por propagação no ar quando a pessoa infetada tosse ou espirra. Os doentes são considerados contagiosos desde quatro dias antes e até quatro dias depois do aparecimento da erupção cutânea.

Os sintomas de sarampo aparecem geralmente entre 10 e 12 dias depois de a pessoa ser infetada e começam habitualmente com febre, erupção cutânea (progride da cabeça para o tronco e para as extremidades inferiores), tosse, conjuntivite e corrimento nasal.

Existe vacina contra o sarampo no Programa Nacional de Vacinação, que deve ser administrada aos 12 meses e cinco anos.

Os profissionais de saúde devem ter as duas doses da vacina independentemente da sua idade.

Quem já teve sarampo está imunizado e não voltará a ter a doença, garantem as autoridades de saúde.

 

Comissão de Proteção de Dados
A Comissão de Proteção de Dados avisa que o novo regime jurídico de medicamentos cria um sistema de registo de reclamações que...

A Comissão analisou, para parecer, o projeto de decreto-lei que altera o regime jurídico de medicamentos para uso humano que pretende transpor para a legislação nacional uma diretiva da Comissão Europeia.

Segundo o parecer, disponibilizado no seu ‘site’ na internet e datado de sexta-feira, a Comissão refere que o projeto de diploma obriga o fabricante de medicamentos a ter um sistema de registo e análise de reclamações.

Para a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD), certos reclamantes podem ser pessoas singulares que estarão identificados. Assim, “não parece estar afastada a hipótese de nas reclamações constarem dados de saúde relativos a pessoas singulares identificadas ou identificáveis”.

“Caso o legislador (…) não afaste expressamente essa possibilidade, então o tratamento de dados pessoais (…) incide ou pode incidir sobre dados sensíveis”, refere o parecer.

Há ainda no diploma outra medida que constitui um tratamento de dados pessoais, que respeita à criação de um sistema de qualidade no qual deve constar a descrição de funções do pessoal e gestão e fiscalização do medicamento.

Para a CNPD, trata-se de “dois tratamentos de dados pessoas”, embora com distintas finalidades.

No parecer, a comissão considera imprescindível que se inclua “uma norma geral que refira que os tratamentos de dados pessoais” se encontram sujeitos ao regime jurídico de proteção de dados e uma norma específica que “regule o exercício do direito de acesso por parte das pessoas singulares a quem diga respeito a informação tratada”.

O projeto de novo regime jurídico dos medicamentos de uso humano pretende introduzir alterações que impeçam falsificações na cadeia de abastecimento legal de medicamentos, evitando ameaças à saúde pública.

Na última reunião de Conselho de Ministros, foi aprovado o decreto-lei que altera o regime jurídico dos medicamentos de uso humano, transpondo a diretiva europeia.

Segundo o comunicado divulgado no final da reunião, “o diploma adequa as regras nacionais de rotulagem e sobre os dispositivos de segurança que devem figurar nas embalagens de certos medicamentos para uso humano, permitindo a sua identificação e autenticação, com vista a impedir a introdução de medicamentos falsificados na cadeia de abastecimento legal”.

 

União das Misericórdias
O presidente da União das Misericórdias Portuguesas afirmou que das 15 mil camas de cuidados continuados que deveriam existir...

"Há um problema óbvio de subsistência e de sustentabilidade das unidades de longa duração e há muitas misericórdias que só têm isso. Temos lá muitas pessoas que são casos sociais que não deviam de lá estar (...)", disse Manuel Lemos.

O presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) falava em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, onde decorreu a reunião do Conselho Nacional, após o qual os intervenientes visitaram algumas das habitações recuperadas que tinham sido afetadas pelos incêndios do verão passado na região.

"Temos casos paliativos muito pesados (...). A rede [cuidados continuados] é muito pequena, devia ter 15 mil camas em 2016 e tem pouco mais de oito mil em 2018. Cada vez vão casos mais pesados para a longa duração", sublinhou.

Manuel Lemos adiantou que a UMP está em "diálogo aberto" com o Governo e adiantou que este não é um problema das misericórdias, mas sim do país.

"Devo dizer que o ministro da Saúde está muito atento. O país tem que fazer opções. Se as pessoas não ficarem connosco, a 80 ou a 60 euros/dia, vão ficar num hospital a 300 euros/dia ou então vão morrer para as suas casas. Não há volta a dar. Vamos ter que encontrar uma solução equilibrada", sustentou.

O presidente da UMP defende o estabelecimento de um plano coerente de alargamento da rede e explicou que o problema não passa por construir mais unidades, mas sim mantê-las.

“É um problema estrutural, um pilar fundamental do Serviço Nacional de Saúde (SNS). As misericórdias vão ter que aumentar a rede para, mesmo aqueles que ideologicamente suportam o SNS, perceberem que têm que fazer uma opção: ou a ideologia ou as pessoas. Provavelmente vão escolher as pessoas. É nisso que eu acredito", concluiu.

 

Centro Hospitalar Cova da Beira
No seguimento da recente deteção de um surto de sarampo, cuja maioria dos casos tem ligações ao Hospital de Santo António no...

Com o propósito de atualizar informação relativa a medidas e procedimentos a adotar perante esta questão no CHCB, a reunião clínica, muito participada por médicos, enfermeiros, estudantes e outros técnicos de saúde contou com a intervenção do Infecciologista, Dr. António Maio, da Pediatra Dra. Constança Santos, e da Enfermeira Responsável do Grupo de Coordenação Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (GCL-PPCIRA) do CHCB, Enfª Paula Brito, que identificaram e debateram formas de transmissão do vírus, grupos de risco, sintomas, evolução da doença, período de contágio e medidas a seguir em caso de contacto com um doente suspeito de ser portador do vírus.

Destacou-se na comunicação de todos os oradores, a importância da prevenção da doença através da vacinação, principal meio verdadeiramente eficaz de combate ao sarampo.
Esta sessão clínica contou com a moderação do Dr. Carlos Casteleiro, Coordenador das Sessões Clínicas do CHCB, e da Dra. Leopoldina Vicente, Diretora dos Serviços de Infeciologia e Medicina do CHCB, que reforçaram o empenho do Centro Hospitalar Cova da Beira na prevenção do sarampo, assegurando a vacinação a todos os profissionais de saúde, que poderão não estar devidamente imunizados.

O vírus do sarampo é transmitido por contacto direto com as gotículas infeciosas ou por propagação no ar quando a pessoa infetada tosse ou espirra. Os doentes são considerados contagiosos desde 4 dias antes até 4 dias depois do aparecimento da erupção cutânea. Os sintomas de sarampo aparecem geralmente entre 10 a 12 dias depois da pessoa ser infetada e começam habitualmente com febre, erupção cutânea (progride da cabeça para o tronco e para as extremidades inferiores), tosse, conjuntivite e corrimento nasal.

A Direção-Geral da Saúde e a rede de Autoridades de Saúde, em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e com os profissionais do ramo, estão a acompanhar a evolução da situação de acordo com o previsto no Plano de Contingência. Assim, recomendam:
1 - Verifique o seu boletim de vacinas; se necessário, vacine-se e vacine os seus;
2 - Se esteve em contacto com um caso suspeito de sarampo e tem dúvidas ligue para o SNS 24 - 808 24 24 24; 
3 - Se tem sintomas sugestivos de sarampo evite o contacto com outros e ligue para o SNS 24 - 808 24 24 24.

Recorde-se que o sarampo é uma das doenças infeciosas mais contagiosas, podendo provocar doença grave, principalmente em pessoas não vacinadas. As pessoas que já tiveram sarampo estão imunizadas e não voltarão a ter a doença.

 

Ordem dos Veterinários
A Ordem dos Médicos Veterinários quer criar uma rede de cuidados de saúde primários para animais em risco por todo o país,...

“Nós temos vários municípios interessados e a dimensão dos municípios é muito variável. Nós temos comprometidos à volta de uma dezena de municípios. Obviamente que queremos angariar um pouco mais para dar uma dimensão nacional”, adiantou, em declarações, Pedro Fabrica, membro da direção da Ordem, que esteve sexta-feira passada em Ponta Delgada, para apresentar a iniciativa a médicos veterinários.

Segundo o representante da Ordem, será realizada também uma reunião com a Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores para sensibilizar as autarquias das restantes ilhas.

O Programa de Apoio de Saúde Preventiva a Animais em Risco, mais conhecido por cheque veterinário, pretende assegurar cuidados primários de saúde (vacinação, desparasitação, esterilização) e tratamentos em situações de emergência a animais de centros de recolha oficiais e de famílias carenciadas.

A iniciativa, criada há um ano na sequência de um projeto piloto realizado em 2004 e 2005, está, por enquanto, numa fase de identificação das necessidades dos municípios e de sensibilização das autoridades que ainda não oferecem este tipo de cuidados para aderirem ao protocolo.

Em Ponta Delgada, por exemplo, de acordo com Ordem dos Médicos Veterinários, “cerca de 1.400 animais foram sujeitos a esterilizações”, através do município, em 2017.

No entanto, apenas cerca de metade das câmaras do país tem veterinário municipal e a ordem tem detetado diferentes velocidades na evolução dos cuidados prestados aos animais em risco.

“Há municípios que já têm estruturas e já têm protocolos implementados para este tipo de situação, outros não têm. Há municípios inclusivamente que nem veterinário municipal têm”, salientou Pedro Fabrica.

Segundo o representante da Ordem dos Médicos Veterinários, “o abandono não vai diminuir de um momento para o outro se não houver essa contínua educação”, mas cada vez mais se nota uma mudança de mentalidade.

“A sociedade está claramente a perceber que os animais têm direitos e que, quem quer ficar com animais, tem responsabilidades e que há um valor inerente à sua alimentação e aos seus cuidados médicos”, salientou.

 

Estudo
Um estudo que envolve investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto concluiu que em Portugal são as...

Este é um dos resultados do estudo, publicado na revista científica Blood Pressure, que avaliou os conhecimentos de 1.624 adultos portugueses sobre hipertensão, tendo concluído que existem lacunas no conhecimento acerca do risco, das causas e das consequências da hipertensão arterial, informou o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP).

De acordo com o trabalho, aproximadamente 30% dos participantes não conseguiu indicar uma causa para a hipertensão arterial, dificuldade que foi mais evidente nos idosos, nas pessoas menos escolarizadas e com níveis inadequados de literacia em saúde.

Relativamente à prevalência da doença, os investigadores verificaram que cerca de um quarto dos inquiridos não foi capaz de indicar uma estimativa de quantas pessoas poderão desenvolver hipertensão ao longo da vida.

Embora a maioria dos participantes tenha referido corretamente o consumo excessivo de sal e a alimentação inadequada como as principais causas de hipertensão arterial, uma proporção significativa referiu também o ‘stress', apesar de não existir uma relação clara entre esta condição e a doença.

Já no que diz respeito às consequências, mais de 85% identificaram corretamente o enfarte do miocárdio e o acidente vascular cerebral como os principais efeitos da doença.

As conclusões deste estudo indicam que "é importante promover o conhecimento da população portuguesa sobre hipertensão, focando nas pessoas menos escolarizadas, nos indivíduos saudáveis ou que não possuem um diagnóstico desta patologia, bem como nos homens", indicou a investigadora do ISPUP e primeira autora do artigo, Elisabete Alves, citada em comunicado.

Segundo salientou, a equipa esperava um maior conhecimento desta condição por parte da população, principalmente das principais causas da hipertensão, tendo em conta a elevada prevalência da doença em Portugal e a atenção dada nos meios de comunicação social e em campanhas de promoção da saúde.

"É importante refletir sobre estes resultados, de forma a promover o conhecimento da população sobre a hipertensão arterial, para que os indivíduos sejam capazes de gerir a sua saúde de forma mais informada e de controlar e gerir a doença, quando for caso disso", acrescentou.

O trabalho desenvolvido pela equipa insere-se num projeto mais amplo, que avaliou os conhecimentos e os comportamentos dos portugueses em vários domínios da saúde, como a obesidade, a diabetes, as doenças cardiovasculares e o cancro, cujas conclusões deram origem ao livro "A Informação sobre saúde dos Portugueses: Fontes, Conhecimentos e Comportamentos".

Neste trabalho em específico, participaram ainda os investigadores Ana Rute Costa, Ana Azevedo e Nuno Lunet, do ISPUP, e Pedro Moura Ferreira, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-UL).

A hipertensão arterial é uma doença cardiovascular e um fator de risco para o desenvolvimento de outras patologias, levando à morte de 7,5 milhões de pessoas por ano, em todo o mundo. Estima-se que doenças cardiovasculares permaneçam como principal causa de mortalidade e morbilidade até 2030.

Dia Mundial da Tuberculose
A tuberculose é uma doença infeciosa causada por um bacilo – o Mycobacterium tuberculosis.

No século XXI a tuberculose continua a ser um problema grave de saúde pública a nível mundial. A OMS estima que 1,8 milhões de pessoas tenham morrido com tuberculose em 2015, entre as quais 400 mil estavam infetadas com o VIH. Em 2016 são estimados 10,4 milhões de novos casos de tuberculose no mundo, estima-se que cerca de um terço da população mundial está infetada.

Um novo relatório publicado pelo Centro Europeu para a Prevenção e Controle das Doenças (ECDC) e a OMS para a Europa revela que o número de novos doentes com tuberculose diminuiu a uma taxa média de 4,3% ao ano nesta região. Em Portugal tem-se verificado uma descida continua, sustentada, sendo a taxa média anual de diminuição dos casos de tuberculose  de 6,7%. No entanto, esta tendência é insuficiente para acabar com a epidemia da doença até 2050, conforme está previsto na estratégia “stop tuberculose” e nos objetivos de desenvolvimento sustentável. O objetivo da Organização Mundial de Saúde é a eliminação da tuberculose até 2050 , o que significa ter menos de um caso por ao por 1 milhão de habitantes.

 A  transmissão da doença faz-se quase exclusivamente por via aérea, por isso algumas medidas simples podem reduzir o risco de transmissão – proteger a boca no momento da tosse, manter os espaços bem ventilados, o doente deve usar máscara na fase inicial do tratamento.

Na maior parte dos casos a doença afeta o pulmão, e só estes doentes com lesões pulmonares e bacilos na expetoração transmitem a doença.  Quando estes doentes tossem, falam, cantam, espirram os bacilos são eliminados em suspensão nas partículas e inalados pelos indivíduos que contatam com o doente.

O risco de alguém ficar infetado ou de adoecer quando em contato com doente com tuberculose bacilífera depende de: fatores relacionados com o bacilo,   sobretudo do grau de virulência de cada estirpe; do tempo de exposição – em média 8 ou 40 horas de contato próximo, conforme o número de bacilos na expetoração; do estado de imunidade da pessoa exposta – maior risco se crianças com menos de 5 anos, portadores de doenças que diminuem defesas imunológicas ou da utilização de medicamentos imunossupressores; das condições em que ocorre a exposição diminuindo o risco de transmissão se o contato ocorre em espaços abertos, bem ventilados.

De entre os contatos próximos com boa resposta imune só cerca de 30 % têm risco de ficarinfetados e destes apenas 10% têm risco de adoecer ao longo da vida. Há grupos com maior risco de evoluir para doença como é o caso de doentes imunodeprimidos e grupos de populações vulneráveis como sem-abrigo, consumidores de droga, reclusos e infetados com o vírus da SIDA.

O diagnóstico de tuberculose na forma pulmonar é muito simples, e a doença pode ser confirmada em horas,  implica realizar uma radiografia do tórax e uma colheita de duas amostras de expetoração. Em poucas horas podemos ter a certeza do diagnóstico, saber se o bacilo é sensível aos fármacos e iniciar tratamento. O tratamento é prolongado, sempre superior a 6 meses.

Os contatos dos doentes que são identificados como tendo  corrido o risco de ser infetados devem ser rastreados e se forem identificados testes positivos devem fazer tratamento preventivo no sentido de prevenir o desenvolvimento de doença no futuro.

O controlo da tuberculose e a sua eliminação dependem muito da ação dos profissionais de saúde mas sem uma melhoria da acessibilidade aos serviços de saúde, sem politicas de erradicação da pobreza e de diminuição de desigualdades, sem inovação e investigação em tuberculose nunca conseguiremos atingir o objetivo de eliminação da doença.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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