Estudo
Estudo publicado, no início do mês, na revista Heart mostra que dormir a sesta, uma ou duas vezes por semana, faz cair para...

Para este estudo, os investigadores analisaram os padrões de sono de quase 3500 pessoas selecionadas aleatoriamente na Suíça, e monitorizaram a sua saúde cardíaca ao longo de cinco anos.

Entre os participantes, três em cinco disse não fazer a sesta. Um em cinco afirmou fazer a sesta uma ou duas vezes por semana e o mesmo número declarou que o fazia três ou mais dias por semana.

Aqueles que dormiam a sesta com mais frequência eram sobretudo homens mais velhos, com excesso de peso e fumadores. Embora tenham afirmado dormir mais tempo à noite do que aqueles que não dormiam a sesta, eles também admitiram sentir-se mais cansados durante o dia, apresentando ainda uma maior probabilidade de ter apneia do sono – um quadro clínico que desperta uma pessoa repetidamente durante a noite quando a respiração para.

Ao longo dos cinco anos de acompanhamento deste estudo, foram registados 155 eventos cardíacos fatais e não fatais, que incluíam ataques cardíacos, AVCs e doenças cardíacas causadas por artérias obstruídas que exigiam tratamento cirúrgico.

Os investigadores observaram que o risco de evento cardíaco era 48% mais baixo naqueles que dormiam a sesta uma ou duas vezes por semana, quando comparado com aqueles que nunca descansam a meio do dia.

No entanto, de acordo com Nadine Hausler, autora principal do estudo, esta pesquisa deixou a sua equipa inicialmente confusa, uma vez que se observou que aqueles que faziam a sesta com maior frequência apresentavam um risco aumentado para doenças cardiovasculares acidentais. “No entanto, quando tivemos em conta os fatores sociodemográficos, de estilo de vida e de risco cardiovascular, esse risco aumentado desapareceu”, comentou a investigadora do Hospital Universitário de Lausanne, na Suíça.

Martha Gulati, cardiologista e editora-chefe do CardioSmart.org, uma página do American College of Cardiology, disse fazer sentido que dormir a sesta com bastante frequência possa ser encarado como um sinal de alerta.

“Perante alguém que dorme a sesta seis ou sete dias por semana, eu pergunto, você não dorme bem à noite? É assim que recupera o sono perdido?", comenta justificando a preocupação.

A pesquisadora principal deste estudo, Nadine Hausler, não soube esclarecer, no entanto, por que motivo algumas sestas por semana podem fazer bem ao corpo.

“Os mecanismos não são óbvios”, disse ela. “Presumimos que uma sesta ocasional possa ser um resultado de uma compensação fisiológica, permitindo diminuir o stresse devido ao sono noturno insuficiente e, portanto, poderá ter um efeito benéfico sobre eventos de doença cardiovascular.”

Embora ela tenha dito que os resultados devem primeiro ser confirmados por outros estudos, Hausler acrescentou: “Podemos dizer que uma soneca ocasional pode, potencialmente, diminuir o risco de doença cardiovascular em adultos saudáveis.”

Opinião
A Maria Isabel tem 46 anos e é, há nove anos, uma ex-fumadora de mais de 20 cigarros por dia durante

Mas, em cada consulta, ela continua a contar-me que sente muito a falta do cigarro depois do café, depois das refeições, quando conversa com amigos ou familiares, quando se sente mais ansiosa ou pressionada: “E o prazer que sentia com o cigarro na mão, ao acendê-lo, o cheiro a tabaco queimado? Nada substituiu, nem me faz esquecer esse prazer.”

Lembra ainda que quando fumava tinha menos apetite, se sentia mais excitada e bem-disposta e tem a sensação de que o seu intelecto funcionava melhor. Claro que concorda que estes efeitos do tabaco duravam pouco tempo e que precisava de continuar a fumar para que persistissem, e que sentia necessidade de fumar cada vez mais para obter os mesmos efeitos. Também nunca se esqueceu que a fase mais difícil, depois de abandonar o consumo, foram os primeiros dois meses, em que sentiu as consequências da dependência da nicotina motivada pelo hábito prolongado de fumar, praticamente todos os sintomas de abstinência: ânsia de fumar, irritabilidade, aumento do apetite, melancolia, alteração do sono, diminuição da capacidade de raciocínio e de concentração e ansiedade.

Em vários momentos sentiu uma enorme vontade de voltar a fumar. Com ajuda clínica resistiu e não quer voltar a passar por isso. Reconhece a nicotina como uma droga que provoca dependência física, provavelmente tão intensa como a dependência da heroína e da cocaína, o que torna muito difícil suspender o seu consumo, e concorda que se deve considerar a dependência da nicotina uma doença que precisa de ser diagnosticada e tratada.

Mas sabe também que as consequências do consumo do tabaco vão para além da dependência da nicotina, são devidos a outros ingredientes do tabaco e que os principais riscos do consumo do tabaco se manifestam a longo prazo. E lembra que, nove anos depois de deixar de fumar, além de sentir que respira melhor e de já não tossir, o risco de sofrer de enfarte agudo do miocárdio, de acidente vascular cerebral, de cancro da boca, de cancro da garganta, de cancro do esófago, de cancro do pâncreas e de cancro da bexiga já está próximo do risco de quem nunca fumou. Sabe também que o seu risco de morte por cancro do pulmão é agora aproximadamente metade do risco que teria se continuasse a fumar. Sabe que deixou de ter um risco aumentado de infeção respiratória e pneumonia. Também não tem vontade de voltar a contribuir para que todos estes riscos aumentem e por isso não vai voltar a fumar.

Para reforçar as vantagens de não voltar a fumar, nesta altura da consulta voltamos a falar sobre as consequências do consumo do tabaco. O tabaco contribui significativamente para as principais causas de morte no mundo (doença isquémica cardíaca; doença vascular cerebral; doença pulmonar obstrutiva crónica; pneumonia; cancro do pulmão; diabetes mellitus; tuberculose), e mais de metade dos fumadores morrem por doença relacionada com o consumo do tabaco. É conhecido que os fumadores vivem em média menos cerca de 11 anos que os não fumadores e que o seu risco de morrer até aos 60 anos é 6 por cento superior, até aos 70 anos é 15 por cento superior e até aos 80 anos 32 por cento superior ao dos não fumadores.

Fumar aumenta a probabilidade de desenvolver doenças crónicas que prejudicam a qualidade de vida, como doença respiratória crónica (bronquite crónica; enfisema pulmonar; doença pulmonar obstrutiva crónica; bronquiectasias), doença cardiovascular crónica (insuficiência cardíaca; insuficiência arterial periférica), doença cerebral (acidente vascular cerebral; demência), doenças da boca (gengivites; periodontites; cáries; perda de dentes; alteração da coloração dos dentes), osteoporose, diminuição e perda de visão, envelhecimento precoce da pele, redução da fertilidade feminina e impotência. O tabaco aumenta o risco de cancro respiratório (nariz; garganta; pulmão), digestivo (esófago; estômago; pâncreas; fígado; cólon), ginecológico (colo do útero; ovário), urinário (bexiga; próstata; rim; ureter) e da medula óssea.

A história da Maria Isabel e o conhecimento dos efeitos do consumo do tabaco explicam porque é que o tabaco é uma armadilha fatal, mas sobretudo obrigam a que se reconheça a dificuldade que é deixar de fumar, apesar do conhecimento das suas graves consequências, e se valorize a vitória dos ex-fumadores sobre a dependência da nicotina, a grande responsável pela dependência do tabaco. O dia 26 de setembro é, com toda a justiça, o Dia Europeu do Ex-Fumador.

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Explica cirurgião
No âmbito do Dia Mundial do Coração, que se assinala no próximo dia 29 de setembro, o cirurgião cardíaco Luis Baquero,...

A cirurgia cardíaca minimamente invasiva permite o tratamento da maioria das doenças cardiovasculares através de mínimas incisões de entre quatro a sete centímetros, aproveitando na maioria dos casos o espaço existente entre as costelas ou a secção parcial do esterno, a diferença da cirurgia cardíaca convencional que implica a abertura total do esterno com incisões que podem chegar aos vinte e cinco ou mais centímetros.  

Dentro das doenças cardiovasculares que podem ser tratadas de forma minimamente invasiva e, como tal, de forma menos agressiva para o doente, encontram-se as doenças valvulares, os tumores cardíacos, doenças coronárias, as doenças da aorta e algumas doenças cardíacas congénitas, entre outras.

 “As vantagens para o doente são várias, como a redução significativa do tempo de internamento, a diminuição da necessidade de cuidados pós-operatórios e o retorno rápido à vida normal” explica o médico de cirurgia cardiotorácica, ao mesmo tempo que enumera outras vantagens:

A cirurgia minimamente invasiva permite uma recuperação mais rápida e com resultados iguais à técnica convencional que implica sempre a abertura total do esterno e, portanto, maior invasão e agressão para o doente;

Permite reduzir o tempo de internamento, da necessidade de cuidados pós-operatórios e o retorno à vida normal.

Além disso, possibilita uma redução significativa da taxa de transfusão de sangue e derivados, redução das infeções da ferida operatória e das complicações por arritmias cardíacas.

 

 

 

Distinção
A rede solidária do medicamento da Associação Dignitude foi premiada pela Federação Internacional Farmacêutica (FIP), no 79.º...

A FIP distinguiu o Programa Abem pelo seu contributo para a “Melhoria da Prática Farmacêutica”. Além do impacto social junto das populações mais vulneráveis, o programa permite aos farmacêuticos das 574 farmácias comunitárias aderentes desenvolverem as suas competências científicas e sociais. A par, permite aos estudantes de Ciências Farmacêuticas participarem como voluntários, o que os ajuda a perceber a responsabilidade que os farmacêuticos têm de combater as dificuldades de acesso ao medicamento e outras desigualdades sociais.

«O Programa Abem, da Associação Dignitude, tem vindo a promover o papel dos farmacêuticos enquanto agentes essenciais e de proximidade no sistema de saúde. Os farmacêuticos Abem têm um papel ativo no sentido de uma sociedade mais inclusiva e resultados em saúde mais positivos para todos. Permitir às pessoas o acesso aos medicamentos de que elas necessitam também é contribuir para a redução de custos em tratamentos de emergência e admissões hospitalares», disse, na atribuição do prémio, Duarte Santos, da Direção da Associação Nacional das Farmácias (ANF), uma das instituições fundadoras da Associação Dignitude. O diretor da ANF considera que o prémio vem «fortalecer os propósitos do Abem de garantir o acesso ao medicamento e à saúde a todos os cidadãos portugueses e, quem sabe, servir de inspiração aos nossos colegas farmacêuticos de outros países».

O Programa Abem foi lançado em maio de 2016 pela Associação Dignitude, uma instituição particular de solidariedade social criada pela ANF e pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA), em parceria com a Cáritas Portuguesa e a Plataforma Saúde em Diálogo. Até agora, o programa apoiou mais de 7.000 pessoas com carências económicas, garantindo o acesso a medicamentos gratuitos.

 

Nas farmácias parceiras
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 50% dos cidadãos sujeitos a terapêutica crónica não tomam corretamente a...

Um estudo da OMS nos Estados Unidos da América mostra ainda que o desperdício resultante da não adesão à terapêutica representa a mais elevada verba de desperdício na área da saúde, correspondente a mais de 90 mil milhões de euros.

Para enfrentar este preocupante cenário, a Zentiva desenvolveu um serviço de apoio às farmácias parceiras, o PIM – Preparação Individualizada da Medicação, um dispositivo de organização da medicação, preparado pelo farmacêutico, hermeticamente selado e que permite ao doente tomar a sua medicação de forma correta, em função do dia da semana e do momento do dia.

 O kit disponibilizado às farmácias garante a supervisão por parte dos profissionais de saúde relativa ao uso correto da medicação, e um tratamento seguro, e sem erros.

O PIM destina-se sobretudo a:

  • Utentes que reportem dificuldades no processo de uso de medicamentos (Ex: baralham os momentos da toma);
  • Utentes cuja terapêutica é da responsabilidade de um cuidador com dificuldade em gerir a medicação;
  • Utentes incluídos acordados com as entidades locais;
  • Utentes com limitações físicas e cognitivas;
  • Utentes com regimes terapêuticos complexos;
  •  Utentes ativos que se ausentem frequentemente por períodos curtos.

 O PIM insere-se naquela que tem vindo a ser a estratégia da Zentiva de sensibilização e educação da população portuguesa, não apenas para a importância da utilização de medicamentos genéricos, como para a necessidade de uma medicação correta, sobretudo junto da população envelhecida, a mais afetada por esta problemática.

Dia Mundial do Pulmão | 25 de setembro
Em Portugal, as doenças respiratórias representam a terceira causa de morte prevendo-se que, até 2030, venham a ocupar o...

Os números das doenças respiratórias são impactantes: 384 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica - com 3 milhões de mortes causadas por esta doença e tornando a DPOC a terceira maior causa de morte em todo o mundo -; 10 milhões de pessoas desenvolvem tuberculose, sendo a doença infeciosa mais letal com 1,6 milhões de mortes todos os anos; o Cancro do Pulmão é o cancro com maior mortalidade provocando 1,76 milhões de vítimas anualmente e 334 milhões de pessoas sofrem de asma, sendo a doença crónica mais frequente na infância e afetando 14% das crianças em todo o mundo.

Segundo a OMS o tabagismo é, a par da poluição atmosférica, um dos principais fatores de risco para as doenças respiratórias. E, perante esta realidade, para assinalar o Dia Mundial do Pulmão, a SPP vai organizar um Sunset sem Tabaco. Organizado em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa e a Empresa Portuguesa das Águas Livres (EPAL), o Sunset Sem Tabaco vai decorrer na Praça do Município, entre as 17.30 e as 20.30, e será um evento aberto a todos aqueles que quiserem participar. Espera-se um final de tarde agradável, com música, com bebidas frescas e sem tabaco.

“Um pulmão saudável é também um pulmão sem tabaco. Com este tipo de iniciativas queremos - além de alertar para o facto de que o tabagismo leva à destruição do pulmão, um órgão precioso para o nosso bem-estar – contrariar a ideia de que o cigarro é útil para acalmar, criar, socializar. Queremos demonstrar que é possível estar muito bem sem fumar”, referem Paula Rosa e Cláudia Matos, da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.

Distúrbio metabólico
Trata-se de um distúrbio metabólico hereditário caracterizado por níveis elevados de colesterol LDL.

Ao contrário da comum dislipidémia (excesso de colesterol e/ou triglicéridos circulantes), que resulta de múltiplos factores ambientais e genéticos, a hipercolesterolémia familiar (HF) trata-se de uma doença de carácter genético, com hereditariedade autossómica dominante. É causada pela mutação de um dos genes responsáveis pelo catabolismo (degradação) das moléculas do colesterol LDLc (low density lipoprotein cholesterol), com níveis normais de triglicéridos. Existem mais de 1000 mutações documentadas deste gene do recetor das moléculas de LDLc. A expressão clínica (fenotípica) é diversa, podendo variar entre diferentes graus de gravidade. A sua importância advém do facto de acarretar um risco cardiovascular acrescido pela propensão ao início precoce de doença aterosclerótica.

Alguns números

A forma homozigota (vide infra-) afeta cerca de 1 em cada milhão de indivíduos a nível mundial. A forma heterozigota da doença afeta cerca de 1 em cada 500 indivíduos em todo o mundo, tornando-a uma das doenças monogénicas mais comuns. A nível europeu, a prevalência de global de HF ronda os 1/200-250 indivíduos.

Sintomas e diagnóstico

Os doentes com HF apresentam défices na metabolização das moléculas de colesterol LDLc desde o seu nascimento. No entanto, podem ser assintomáticos durante muitos anos. Este achado prende-se com o facto de os indivíduos poderem ter dois alelos do mesmo gene mutado (homozigotos) que tendencialmente terão expressão mais precoce da doença, ou heterozigotos (apenas um alelo do mesmo gene mutado). Para além disso, as consequências de um excesso de colesterol em circulação podem demorar anos até poderem ser clinicamente evidentes.

O diagnóstico tem por base a combinação de uma anamnese e exame físicos detalhados. Como a doença é de hereditariedade dominante, na forma homozigota a presença de doença cardiovascular prematura está presente nos dois progenitores. Na forma heterozigota, um dos pais e 50% dos irmãos do doente apresentam também hipercolesterolemia.

Os sinais iniciais, muitas vezes evidentes ainda na infância, são a presença de depósitos cutâneos de colesterol. As localizações mais frequentes são as pálpebras (xantelasmas), mãos, pulsos, cotovelos, joelhos, calcanhares e nádegas (xantomas). Normalmente associam-se a níveis circulantes de colesterol total >500mg/dL. Os sinais mais tardios, resultam do desenvolvimento de doença aterosclerótica acelerada, podendo estar presentes a partir da segunda década de vida, e afetam vasos como as artérias coronárias, ou a raiz da artéria aorta.

O diagnóstico de HF obriga à exclusão de outras patologias que concorrem para o aumento de LDLc, tais como o hipotiroidismo, a síndrome nefrótica e a doença hepática obstrutiva.

Quem rastrear

A Direção Geral de Saúde, assim como algumas sociedades científicas, recomenda o rastreio de dislipidémia entre os 2 e os 4 anos de idade apenas se existirem antecedentes familiares (primeiro e segundo grau) de doença cardiovascular precoce ou perfil lipídico alterado. É considerada doença cardiovascular precoce a ocorrência de angor ou enfarte agudo do miocárdio, AVC, doença arterial periférica e morte súbita antes dos 65 anos nas mulheres e 55 anos nos homens.

Tratamento

Importa ressalvar que os doentes com HF têm excelente prognóstico desde que atempadamente diagnosticados e tratados. Ao contrário da dislipidémia comum, as mudanças de estilo de vida (alimentação) e a prática de exercício físico regular, embora possam ajudar e devam ser recomendadas, não são suficientes para reduzir os valores de LDLc de forma significativa.

A primeira opção farmacológica são as conhecidas estatinas. Frequentemente são necessários também outros fármacos adjuvantes para atingir o alvo terapêutico. Em casos mais raros de formas de homozigotia da doença pode ser necessário também o recurso à “LDLc-aférese”, um procedimento semelhante à diálise, que depura as moléculas de colesterol da circulação sanguínea. Recentemente foram desenvolvidos também dois anticorpos injetáveis, ainda que com uso limitado e sem evidência costo-efetiva.

Bibliografia
2019 Guidelines on Dyslipideamias (European Society of Cardioloy)
2018 Guideline on the management of blood cholesterol (American Heart Association)
2013 Programa nacional de saúde infantil e juvenil (Direção-Geral da Saúde)

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Investigadores portugueses
A descoberta é de uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) e abre as portas à utilização desta água das...

“Para além dos sais, a salmoura é rica em outros compostos, nomeadamente fibras, que têm potencial atividade imunoestimuladora”, aponta Cláudia Nunes, investigadora do CICECO-Instituto de Materiais de Aveiro. Este é um dos resultados do trabalho que tem sido desenvolvido nos últimos anos em colaboração com Manuel A. Coimbra, investigador do Laboratório Associado para a Química Verde/Química Orgânica, Produtos Naturais e Agroalimentares, também da UA.

“Os compostos com esta propriedade podem ser usados em diferentes produtos alimentares como ingredientes ou como suplementos alimentares, potenciando a nossa resposta imune, podendo também ser utilizados pela indústria farmacêutica”, explica a coordenadora do trabalho que utilizou salmoura da Marinha de Santiago da Fonte da Academia de Aveiro.

Facilmente extraídos da salmoura – a água saturada de sal da qual, por evaporação, surgem os cristais de cloreto de sódio – os compostos podem ser retirados por uma simples filtração e evaporação da água.


Os investigadores Manuel Coimbra e Cláudia Nunes

Para além dos benefícios para as indústrias alimentares e farmacêuticas e, naturalmente, para os consumidores, a comercialização destes compostos imunoestimuladores, descreve Cláudia Nunes, “poderia ser uma forma de ajudar a reativação da atividade de produção de sal através de um outro produto, a água da salmoura, que podia ser rentabilizado”.

Neste momento, os investigadores estão a preparar a candidatura a um projeto com uma empresa Portuguesa produtora de sal para o desenvolvimento de novos produtos com base nestes compostos.

Envolvidos na investigação, para além de Cláudia Nunes e de Manuel A. Coimbra, estiveram os estudantes do mestrado em Bioquímica Ana Rocha, Pedro Quitério e Sónia Ferreira. O trabalho contou ainda com a colaboração dos investigadores Manuel Vilanova e Alexandra Correia da Unidade de Investigação i3S do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto.

 

Nomeação
Guilherme Macedo, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia e Diretor do Serviço de Gastrenterologia do...

Para o especialista, “trata-se sem dúvida de uma grande distinção para a Gastrenterologia portuguesa. O nosso papel no mundo, nesta área do conhecimento, ultrapassa a inevitável demonstração da competência clinica, técnica e científica, abraça e exprime uma capacidade particular de compreender e atuar nas múltiplas frentes que a Gastrenterologia apresenta à escala global, nas vertentes de ensino, assistência e investigação”.

Guilherme Macedo acrescenta ainda que “a muito prestigiada e universalmente aclamada Organização Mundial de Gastrenterologia, com a nobre missão de promover a saúde digestiva, é uma plataforma de intervenção em todo o mundo, do mais desenvolvido ao menos apetrechado, sendo a presença portuguesa muito marcante, e agora reconhecida, em todos os seus principais programas educativos e assistenciais”.

 

Reunião Científica
As mucolissacaridoses (MPS) são um grupo heterogéneo de doenças de envolvimento multissistémico e progressivo, cujo diagnóstico...

Elisa Leão Teles, coordenadora da comissão organizadora da reunião, explica que “o trabalho de uma equipa multidisciplinar é fundamental no diagnóstico, orientação e monitorização da evolução do doente com MPS. A integração de Portugal em diversos grupos de trabalho desde 2002 e a participação em diferentes ensaios clínicos conduzidos por centros internacionais, aportando experiência e conhecimento, acarreta também responsabilidade na abordagem optimizada do doente.”

A Reunião Científica 360º é dirigida a todos os profissionais de saúde que se dedicam às MPS, com o objetivo de analisar o panorama atual e discutir perspetivas futuras para melhorar a qualidade de vida destes doentes.

 

 

Movimento Doentes Pela Vacinação
Conscientes do papel fundamental da prevenção, e de que ainda são demasiados os casos não-vacinados entre os grupos de risco e...

Com a entrada da LPCC, da AADIC e da APER, o MOVA fica agora composto por 10 entidades. Todas distintas nas patologias e nas causas que defendem, e todas unidas num objetivo comum: a promoção dos direitos dos (seus) doentes.

Quem sofre de doença oncológica tem, em média, 30 a 40% maior probabilidade de contrair Pneumonia Pneumocócica. Também a taxa de mortalidade é superior – quando comparados casos de Pneumonia em doentes com e sem Cancro, o risco de morte por doença por pneumococos é, no mínimo, duas vezes mais elevado.

Os doentes com Insuficiência Cardíaca apresentam maior risco de Pneumonia. A Pneumonia, por outro lado, também tende a potenciar os problemas cardíacos. Nos primeiros 3 dias de internamento, pessoas com Pneumonia têm um risco 5 vezes superior de terem um Enfarte do Miocárdio, comparativamente a pessoas saudáveis. O risco mantem-se elevado durante 3 meses, período em que ascende aos 40%. O risco de eventos cardiovasculares é reduzido em 36% com a administração da vacina da gripe e em 17% com a vacina da pneumonia pneumocócica.

Os profissionais de saúde são fundamentais na divulgação de informação e na sensibilização destes grupos. É, por isso, com enorme satisfação que o MOVA recebe a Associação Portuguesa dos Enfermeiros de Reabilitação. Os Enfermeiros são, por si só, uma classe fundamental no acompanhamento, na divulgação de informação fidedigna e no aconselhamento dos doentes. No caso dos Enfermeiros de Reabilitação, acrescenta-se a mais-valia de lidarem, diariamente, com os principais grupos de risco e alto risco de contrair Pneumonia.

Existe, desde junho de 2015, uma Norma da Direção Geral da Saúde (DGS), que recomenda a vacinação antipneumocócica a todos os adultos (pessoas com mais de 18 anos) pertencentes aos grupos de risco, nomeadamente diabéticos, doentes oncológicos, pessoas com asma, DPOC ou doença cardíaca crónica. Também recomendada para estes e outros grupos, a vacinação antigripal desempenha um papel fundamental na prevenção.

Entre os doentes oncológicos,  pessoas com doença neoplásica ativa são consideradas grupos de alto risco. Estão, por isso, entre aqueles que têm direito à vacinação antipneumocócica sem quaisquer custos. Embora a vacinação ainda não seja gratuita, os doentes cardíacos têm recomendação formal da DGS para se vacinarem contra a Pneumonia. Insuficiência Cardíaca Crónica, Doença Cardíaca Isquémica, Hipertensão Arterial Pulmonar e Cardiomiopatias, estão particularmente indicadas.

À semelhança do que acontece com outras patologias, no caso da Pneumonia, a falta de informação e/ou de aconselhamento, são a principal causa das reduzidas taxas de vacinação. Cabe a profissionais de saúde como Médicos e Enfermeiros, a importante tarefa de reverter este cenário.

O acesso à informação é o primeiro passo para a uma boa prevenção. «As pessoas estão pouco informadas. Mesmo no caso de quem está recomendado e pertence aos grupos de alto risco, logo, com acesso gratuito à vacina contra a Pneumonia, as taxas de vacinação são extremamente baixas. Seja por falta de informação sobre os seus direitos, seja porque não houve prescrição, o facto é que ainda há muitos grupos por imunizar», explica Isabel Saraiva, vice-Presidente da Respira, fundadora do MOVA e presidente da Fundação Europeia do Pulmão.

Movimento de cidadania, o MOVA foi fundado há pouco mais de dois anos pela Respira, com o apoio da Fundação Portuguesa do Pulmão e do GRESP. Seguiu-se a entrada da Liga Portuguesa Contra a Sida, da Associação Portuguesa de Asmáticos, da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais e da FPAD – Federação Portuguesa de Associações de Pessoas com Diabetes, a quem agora se junta a Liga Portuguesa Contra o Cancro, a Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca e Associação Portuguesa dos Enfermeiros de Reabilitação.

«É com enorme satisfação que recebemos estes 3 novos membros, associações que dispensam apresentações e que nos vão permitir chegar directamente aos maiores grupos em risco. Somos, agora, 10 entidades dispostas a trabalhar em conjunto para informar, sensibilizar e promover os direitos dos nossos doentes», continua Isabel Saraiva.

A vacinação deve ser uma preocupação de todos, e deve estar presente em todas as fases das nossas vidas, sobretudo naquelas em que estamos mais fragilizados – casos de doença ou de envelhecimento do nosso organismo.

«Um inquérito que lançámos recentemente revelou que começamos, como comunidade, a ter uma boa consciência da importância da vacinação, não só nos mais novos, mas em todas as faixas etárias. No entanto, o mesmo inquérito concluiu que continua a haver algum desconhecimento entre quem devia estar mais informado, no caso, os grupos em maior risco – desta faixa, apenas 44,62% tinha sido aconselhado a vacinar-se contra a Pneumonia. Trabalhamos, diariamente, para inverter este cenário», conclui Isabel Saraiva.

Cuidados
Setembro é o mês do regresso ao trabalho.
Mulher no trabalho com dores nas costas

Comummente conhecida como “dor nas costas”, a lombalgia carateriza-se por uma dor, tensão ou desconforto na região lombar inferior (área da coluna próxima da bacia), com ou sem irradiação para os membros inferiores. Estima-se que perto de 80 por cento das pessoas tenham pelo menos um episódio de dor lombar ao longo da sua vida, podendo esta ser causada por uma doença da coluna (na sua maioria degenerativa, como é o caso da osteoporose), por um acidente, por esforço, por más posturas, entre outros.

Existem três tipos de lombalgia: a lombalgia aguda, que ocorre quando a dor intensa surge subitamente e tem uma duração máxima de 6 semanas; a lombalgia subaguda, em que a dor permanece entre 6 a 12 semanas; e a lombalgia crónica, na qual a dor se agrava e tem uma duração superior a 12 semanas.

A sua classificação é importante para a adequação do tratamento, que inclui, sobretudo, repouso, administração de medicação anti-inflamatória e sessões de fisioterapia. Só em casos muito raros e crónicos é feita uma intervenção cirúrgica.

O local de trabalho é um dos principais fatores de risco

As dores nas costas surgem muitas vezes como consequência do trabalho diário que executamos. Por um lado, existem profissões que implicam um esforço físico elevado, sobretudo na carga de objetos pesados. Por outro lado, a maioria das profissões implicam estar sentado em frente a uma secretária pelo menos 8 horas por dia, de forma contínua e com posturas pouco corretas para a saúde da nossa coluna. A acrescentar a estes fatores estão ainda o stress relacionado com o trabalho, a ansiedade, a depressão, o processo de envelhecimento, o sedentarismo, a obesidade e o tabagismo.

Apesar de passageira na maioria dos casos, a lombalgia manifesta-se de forma intensa e até mesmo incapacitante, prejudicando a qualidade de vida e de trabalho da pessoa. Para além disso, esta dor é também uma das principais causas de ida ao médico e ausência do trabalho.

Melhorar a postura reduz o risco de sofrer de lombalgia

O primeiro passo para combater a lombalgia é a sua prevenção. Apesar de não conseguirmos evitar na totalidade o seu aparecimento, é possível reduzir o risco através da correção dos seguintes fatores: adotar uma alimentação saudável, por forma a controlar o seu peso; praticar atividade física regularmente, com caminhar, correr, andar de bicicleta ou fazer natação; fazer exercícios como o yoga, que ajudam a fortalecer a musculatura vertebral, a promover a elasticidade, e a reduzir os níveis de stress; e não fumar.

Já no local de trabalho, deverá mudar alguns dos seus comportamentos e corrigir a postura:

  • Evite carregar com pesos muito elevados e, quando tiver de mover objetos pousados no chão, opte por fletir as pernas ao invés de dobrar as costas;
  • Quando está sentado, mantenha a coluna direita e encostada às costas da cadeira, sem esquecer que os pés devem estar pousados no chão e os joelhos deverão estar fletidos num ângulo de 90°;
  • Se trabalha com um computador, coloque o monitor ao nível dos olhos e à distância do comprimento do braço;
  • Coloque o teclado e o rato perto de si, assim como outros objetos que utiliza com frequência;
  • Se tiver de trabalhar e falar ao telefone em simultâneo, use um par de auscultadores ou auriculares, de modo a evitar segurar o telemóvel ou telefone entre o ombro e a cabeça;
  • Para evitar estar na mesma posição durante muito tempo, levante-se a cada hora, e aproveite para fazer alguns alongamentos (o mesmo se aplica para as profissões que requerem uma condução automóvel contínua);
  • No caso das mulheres, evite ao máximo a utilização de calçado com salto alto;
  • Quando caminhar, mantenha a cabeça e o tronco direitos e distribua o peso de igual forma pelas duas pernas.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Investigação
O projeto de investigação de tratamento da restrição de crescimento fetal foi o grande vencedor da 1ª edição do Prémio MSD de...

Considerando que a restrição de crescimento fetal (FGR) afeta 5 a 10% das gestações, a equipa médica-científica da Maternidade Dr. Alfredo da Costa (MAC), do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central, pretendente avaliar se a administração de heparina de baixo peso molecular tem impacto no tratamento da FGR e, desta forma, contribuir para diminuir o risco de morte fetal, reduzir o número de nascimentos de bebés muito prematuros e, consequentemente, diminuir as complicações com impacto na saúde futura do bebé.

A restrição do crescimento fetal é um problema que afeta milhares de mulheres em todo o mundo e, atualmente, não tem tratamento. Esta patologia, que se reflete na falta de oxigénio e nutrientes para o feto, verifica-se quando o potencial de crescimento geneticamente predeterminado não é atingido pelo feto e é diagnosticado quando detetado um peso fetal estimado inferir ao percentil 10 para a idade gestacional. A FGR é a segunda principal causa de morte perinatal, estando associada a 30% dos casos, e é responsável por até 40% dos nascimentos prematuros induzidos.

A equipa liderada por Catarina Palma dos Reis, médica interna em Ginecologia / Obstetrícia da MAC explica que a gestão da FGR, diagnosticada antes das 32 semanas, é limitada à monitorização dos parâmetros de bem-estar do feto, havendo uma necessidade especial de intervenções terapêuticas que possam salvar mais bebés. No entanto, no contacto diário com as pacientes, a equipa percebeu que a  heparina de baixo peso molecular (HBPM) não afeta o bem-estar das grávidas e que tem sido sugerida como um possível agente terapêutico pelas suas propriedades anticoagulantes e anti-inflamatórias.

A equipa médico-científica da MAC destacou-se, assim, nesta 1ª edição do Prémio MSD de Investigação em Saúde ao apresentar um protocolo que poderá descobrir o primeiro tratamento para a restrição do crescimento fetal, em Portugal e no mundo, melhorando a circulação na placenta ao impedir a formação de coágulos.  A equipa vai receber um valor pecuniário de 10.000€ para implementação do projeto.

Nesta 1º edição do Prémio MSD de Investigação em Saúde foram ainda entregues Menções Honrosas aos outros dois projetos finalistas:

Angiogénese terapêutica no tratamento de feridas crónicas utilizando uma estratégia inovadora: células mesenquimais humanas e células progenitoras endoteliais co-imobilizadas em microgéis e baixas doses de radiação ionizante, do Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa;

e Função autonómica como preditor de deterioração cognitiva após a cirurgia de estimulação cerebral profunda do núcleo subtalâmico na doença de Parkinson, do Centro Hospitalar Universitário São João EPE.

Esta edição pioneira contou com 100 candidaturas, submetidas por equipas de instituições científicas de todo o país. Dos 15 distritos identificados, destacam-se as cidades do Porto, Lisboa e Coimbra. Esta edição envolveu mais de 300 profissionais de saúde, de 58 entidades, e a Cardiologia, Oncologia e Endocrinologia destacaram-se entre as 28 áreas de interesse dos projetos submetidos para apreciação do júri do Prémio da MSD. 

Os vencedores foram conhecidos na Conferência Leading Inovation Changing Lives, que decorreu no Centro Cultural de Belém, no passado dia 21 de setembro. O prémio foi lançado, pela primeira vez, pela MSD Portugal com o objetivo de apoiar projetos científicos de qualidade a serem implementados em território nacional.

SNS
O Ministério da Saúde concluiu a passagem do horário normal de trabalho das 40 para as 35 horas semanais para todas as classes...

De acordo com a nota divulgada à comunicação social, “o período normal de trabalho de 35 horas semanais já tinha sido atribuído à generalidade dos profissionais, com exceção dos que ainda não dispunham de um acordo específico – técnicos superiores de saúde, informáticos, docentes, administradores hospitalares e capelães”.

Para cumprir este objetivo, foi apresentada uma proposta de acordo que foi assinada por duas estruturas sindicais – Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP) e Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), que abrange cerca de 2200 profissionais – mas não pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, que considerou imperativo incluir os profissionais do Hospital de Braga.

Os profissionais de saúde do Hospital de Braga não vão ser abrangidos por este alargamento enquanto estiverem em análise as diferentes situações contratuais. Recorde-se que a gestão do hospital transitou da esfera privada para a esfera pública no dia 1 de setembro.

 

Infarmed
O Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde garante que todos os medicamentos autorizados na Europa...

Em declarações, a propósito da carta aberta divulgada, no dia 19 de setembro de 2019, pelas associações representativas das pessoas com esclerose múltipla e em que é defendido um maior acesso aos medicamentos inovadores, o presidente do Infarmed garante que os doentes em Portugal têm acesso a todos os medicamentos autorizados na Europa.

«Nesta área da esclerose múltipla, todos os medicamentos que estão autorizados a nível europeu estão atualmente disponíveis em Portugal. Não há nenhum que não esteja disponível», garante Rui Santos Ivo, sublinhando que mesmo o medicamento que está atualmente em avaliação para financiamento no SNS tem sido facultado aos doentes através de autorizações de uso excecional.

«Temos medicamentos aprovados no ano passado e temos atualmente um medicamento da empresa Roche, que está em avaliação, mas também está a ser dado aos doentes através do mecanismo de acesso especial», afirmou Rui Santos Ivo, acrescentando que em cerca de ano e meio foram dadas perto de uma centena de autorizações especiais.

No medicamento que está ainda em avaliação, o que o Infarmed está a fazer é negociar com a empresa (Roche) as questões de financiamento para acesso através do SNS.

«Esta avaliação foi pedida em janeiro de 2018, terminou em julho deste ano e, desde aí para cá, temos estado em negociação. Durante este período [de avaliação] foi pedido esclarecimento à empresa e isso demorou quase metade do tempo. Mas é um processo normal», afirmou.

O responsável da autoridade do medicamento disse ainda que o Infarmed está a participar na avaliação de um outro fármaco, que está «na fase final de avaliação na Agência Europeia».

 

 

Cuidador Informal
Cuidadores informais já têm acesso a informação sobre os seus direitos e benefícios, medidas de apoio e serviços, através do...

Este serviço pode ser acedido através da Área de Cuidadores e reúne informação sobre cuidados de saúde e de apoio social, serviço prestados e abordagens temáticas em função das situações concretas. Da informação disponível consta ainda oferta formativa, vídeos, manuais, relatórios e aplicações móveis que contribuem para facilitar e ajudar tanto os cuidadores como as pessoas cuidadas.

Está também disponível informação sobre benefícios, apoios e outras prestações no âmbito da Segurança Social e da Saúde, um conjunto de Perguntas Frequentes, contactos e linhas de apoio.

Pretende-se que esta área no ePortugal atenda de forma personalizada às necessidades e expectativas dos cuidadores e das pessoas cuidadas, contribuindo assim para a promoção da sua qualidade de vida. A Área dos Cuidadores pretende ser também uma ferramenta útil para os profissionais com especial interesse nesta área.

O Estatuto do Cuidador Informal, publicado a 6 de setembro, vem regular os direitos e os deveres do cuidador e da pessoa cuidada, estabelecendo as respetivas medidas de apoio, estando a decorrer o prazo para a sua regulamentação específica.

A Área dos Cuidadores é uma medida Simplex+, da responsabilidade das áreas governativas, Saúde, Segurança Social e Modernização Administrativa.

 

FPAD promove o desporto com a Diabetes Team Portugal
Os benefícios que o desporto traz para a saúde é já evidente e para as pessoas com Diabetes ainda ma

Muitas vezes, porém, não é fácil iniciar a prática desportiva: pela motivação, pela disponibilidade e pelo custo que pode daí advir… No entanto práticas simples como a caminhada ou a corrida podem ser modalidades atrativas e se transformarem em hábitos quotidianos bastante benéficos, motivadores e claro está: gratuitos!

Mas como poderemos iniciar treinos regulares? A pessoa com diabetes deve consultar o seu profissional de saúde e questionar sobre alguns ajustes que poderá ter de fazer ou qual o melhor exercício para si. Depois disso vem a motivação de todos os dias, o que nem sempre é fácil com a vida agitada dos nossos dias ou o nosso estado de espírito resistente…

Para promover o desporto na Diabetes e motivar todas as pessoas a praticar exercício frequentemente a Federação Portuguesa das Associações de Pessoas com Diabetes (FPAD) apresenta o projeto Diabetes Team Portugal!

A Diabetes Team Portugal tem a sua origem na junção de várias vontades em levar a cabo um projeto de promoção da prática desportiva por pessoas com diabetes. A primeira iniciativa neste sentido foi no ano de 2018, por altura da Scalabis Night Race, quando Alexandre Silva, tenta juntar um grupo de pessoas DT1, pais, cuidadores e amigos e fazer uma "mancha azul" no meio dessa corrida. Esse objetivo foi concretizado, tendo essa equipa, ainda com a designação de Diabetes Running Team, juntado cerca de 30 participantes, com o apoio da AJDP – Associação dos Jovens Diabéticos de Portugal, afiliada da FPAD.

Na mesma altura o atleta Fernando Santos, também ele com Diabetes Tipo 1, que integra a equipa FPAD na participação a Spoleto, Itália, incentiva esta ideia e une-se a Alexandre Silva na tarefa de levar a cabo um projeto onde as pessoas com Diabetes e seus familiares e amigos pudessem participar em provas desportivas, amadoras ou profissionais, com classificação ou não, em Portugal ou no estrangeiro. A este projeto se juntou como parceira e promotora a Federação Portuguesa das Associações de Pessoas com Diabetes (FPAD), que também em 2018 iniciava a sua caminhada em projetos de promoção da saúde na Diabetes através do desporto e a criação de um projeto desta natureza viria a ser a materialização da sua causa.

Assim nasceu oficialmente a Diabetes Team Portugal!


Fernando Santos e Zita Lopes, vencedores categoria DT1

Como nos podemos juntar a este projeto? Este projeto consiste no apoio à prática desportiva por Pessoas com diabetes (tipo1 e tipo2) e seus familiares e amigos, em provas nacionais e internacionais anualmente afixadas nas nossas redes sociais (termos e condições disponíveis em https://www.facebook.com/diabetesteamPT/ ou em [email protected] ou [email protected]) onde os participantes, mais ou menos experientes, profissionais ou amadores, iniciantes ou não, poderão envergar a nossa camisola e ajudar a desmistificar o desporto na Diabetes!

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estenose Aórtica e Insuficiência Mitral
A Estenose Aórtica é uma das disfunções das válvulas cardíacas mais frequentes na terceira idade, no

A doença valvular cardíaca mais comum é a estenose aórtica. Em que consiste? Qual é a prevalência desta doença, em Portugal?

A estenose aórtica é uma doença que afeta cerca de 32 mil portugueses, maioritariamente pessoas acima dos 70 anos, limitando as suas capacidades e qualidade de vida.

A aorta é a principal artéria do nosso corpo que transporta sangue para fora do coração. Quando o sangue sai do coração flui da válvula aórtica para a artéria aorta. A válvula aórtica tem como função evitar que o sangue bombeado pelo coração volte para trás. Na presença de estenose, a válvula aórtica não abre completamente, vai ficando cada vez mais estreita e isso impede o fluxo sanguíneo para fora do coração. Se não for detetada atempadamente esta doença pode ter um desfecho letal.

E quais são os principais sintomas da estenose aórtica?

Os principais sintomas são o cansaço, dor no peito e desmaios.

Como se pode diagnosticar esta doença?

O diagnóstico da estenose aórtica pode ser confirmado com recurso à auscultação, ecocardiografia (2D, modo M e com doppler), seguindo-se muitas vezes um cateterismo cardíaco para completar o estudo quando se considera que é necessário efetuar um tratamento invasivo.

Mas esta doença pode ser tratada. Como?

O tratamento da estenose aórtica passa pelo implante de uma nova válvula cardíaca através de cirurgia convencional ou de um procedimento minimamente invasivo, por cateter. Esta última técnica, para muitos especialistas, é o grande avanço da cardiologia dos últimos 20 anos. Em doentes com risco acrescido pode ter vantagens em relação à cirurgia de peito aberto (cirurgia convencional) e diminuir os riscos relacionados com o tratamento.

A insuficiência mitral é a segunda doença valvular cardíaca mais comum, a nível global. Em que consiste? Que grupos são mais afetados por esta doença?

A insuficiência mitral carateriza-se por um refluxo de sangue pela válvula mitral. À medida que o ventrículo esquerdo bombeia o sangue para a aorta, um pouco de sangue retorna para trás em direção à aurícula esquerda, aumentando o volume de sangue e pressão nesse local. Este aumento da pressão arterial na aurícula esquerda aumenta a pressão do sangue nas veias dos pulmões. Será bombeado menos sangue para a circulação e os pulmões ficam como que encharcados em sangue e isto gera a falta de ar e o cansaço.

Quais são as principais causas da Insuficiência Mitral?

A fraqueza hereditária do tecido da válvula mitral, o enfarte agudo do miocárdio ( “ataque cardíaco”) ou as doenças do músculo cardíaco são as causas mais comuns da insuficiência mitral.

E como se manifesta a doença?

Os principais sintomas são a falta de ar e o cansaço.

Como se diagnostica?

O diagnóstico da insuficiência mitral é feito com base nas caraterísticas do sopro cardíaco, ouvido pelo médico, através da auscultação com o estetoscópio. O eletrocardiograma e a radiografia torácica podem confirmar o aumento do ventrículo esquerdo. A ecocardiografia é essencial e para avaliar o tamanho do ventrículo e da aurícula esquerda e a quantidade de sangue que está a refluir, de modo a avaliar a gravidade da doença.

Tal como para a Estenose Aórtica, existem também tratamentos para a Insuficiência Mitral. Quais são?

Nos casos mais graves, a cirurgia da válvula mitral pode ser o tratamento mais indicado, para reparar ou substituir a válvula cardíaca danificada. No entanto, metade dos doentes encaminhados para cirurgia não é operada, por razões relacionadas com outras doenças concomitantes, pela disfunção do ventrículo esquerdo ou pela idade avançada. Nos últimos anos foram desenvolvidas inovações importantes no campo do tratamento e já existem em Portugal vários dispositivos percutâneos, minimamente invasivos, disponíveis ou sob investigação. Para estes doentes, esses dispositivos podem diminuir os riscos relacionados com o tratamento.

A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) assinala esta semana a Semana Europeia de Consciencialização para a Doença Valvular Cardíaca. Em que consiste?

Esta iniciativa tem como objetivos aumentar a consciencialização sobre a doença valvular cardíaca e os seus sintomas, promovendo, desta forma, a prevenção, o diagnóstico e o tratamento atempado da mesma.

Em Portugal, a APIC vai promover uma exposição temática sobre esta doença, dirigida a todas as pessoas, nos átrios dos hospitais portugueses.

E em que consiste a campanha “Corações de Amanhã”?

A “Corações de Amanhã” é uma campanha promovida pela APIC, que conta com o alto patrocínio do Presidente da República. No fundo, pretende aumentar o conhecimento e a compreensão sobre a doença valvular cardíaca, focando-se principalmente na estenose aórtica e na insuficiência mitral, que são as mais comuns, e promovendo o seu diagnóstico e tratamento atempado.

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Serviços de saúde
De forma a facilitar o acesso aos mais inovadores serviços de saúde a toda a população, o Hospital Cruz Vermelha (HCV) acaba de...

Esta oferta de serviços médicos é centrada nas necessidades específicas da população da Costa do Estoril. Falamos de cuidados de saúde com consultas de várias especialidades: cardiologia, doenças metabólicas: endocrinologia, cirurgia barátrica e metabólica, e urologia.

Com este projeto, o HCV pretende alargar a sua área de atuação e cumprir as necessidades de saúde locais, tal como garantir sinergias entre as diferentes competências do HCV, potenciando assim uma abordagem integrada que coloca o utente no centro do sistema de saúde – ou seja, oferecer o melhor plano de tratamento e a melhor estratégia para cada doente.

 

Ensaio Clínico
Os resultados de um ensaio clínico recente, realizado nos EUA, indicam que a administração de células do tecido adiposo em...

No estudo participaram dez doentes, com uma média de 76 anos e a viver há cerca de 6 anos com a doença, aos quais foram administradas entre uma a oito doses de células estaminais do tecido adiposo autólogo (do próprio), obtidas através de lipoaspiração. Em vez da progressiva deterioração cognitiva que tipicamente se observa na doença de Alzheimer, os investigadores observaram, em 8 doentes, uma estabilização ou mesmo melhoria nas capacidades cognitivas. Em três dos doentes notou-se, ainda, uma melhoria da performance nos testes de memória e nos níveis de proteína tau (uma das proteínas com papel fundamental na doença de Alzheimer). Para além disso, em dois doentes observou-se o aumento do volume do hipocampo – zona do cérebro relacionada com a memória – o que indica que houve crescimento da massa cerebral nesta região. Apenas 2 doentes apresentaram complicações, que foram rapidamente resolvidas.

Estes resultados estão em concordância com um estudo anteriormente realizado em modelo animal, onde se demonstraram melhorias na capacidade de aprendizagem e memória nos ratinhos tratados com células estaminais do tecido adiposo, comparativamente aos não tratados, diminuição da proteína beta amiloide acumulada no cérebro e um aumento da formação de novos neurónios no hipocampo.

Agora, os investigadores planeiam avançar com um ensaio clínico de fase II, de forma a demonstrar, com maior robustez, a eficácia das células estaminais do tecido adiposo no tratamento da doença de Alzheimer.

Segundo Bruna Moreira, Investigadora no Departamento de I&D da Crioestaminal, “Com o aumento da população em idade avançada, é cada vez mais importante a realização de estudos que permitam desenvolver terapias inovadoras para o tratamento da doença de Alzheimer”.

“Há, no entanto, um longo caminho a percorrer até que este tipo de terapia possa ser disponibilizado de forma abrangente, incluindo a realização de ensaios clínicos com maior número de doentes”, acrescenta a investigadora.

A doença de Alzheimer é a principal causa de demência a nível mundial, estimando-se que haja mais de 28 milhões de pessoas a viver com esta doença. Em Portugal, pensa-se que atinja mais de 120 mil pessoas, número que poderá ascender a 200 mil já em 2037. A doença de Alzheimer é causada pela acumulação das proteínas tau e beta amiloide no cérebro, resultando na morte de células cerebrais e, consequentemente, em declínio cognitivo progressivo, atualmente irreversível. Os sintomas incluem perda de memória e alterações na capacidade de concentração e aprendizagem. Atualmente, os tratamentos disponíveis para gerir a doença são incapazes de impedir a sua progressão, visando fundamentalmente melhorar os sintomas. Desta forma, é de extrema importância encontrar soluções terapêuticas capazes de prevenir e tratar a doença de Alzheimer.

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