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O que é o Carcinoma de Células de Merkel?

Atualizado: 
08/07/2020 - 07:34
É um tipo de cancro raro, que se espalha rapidamente, e que habitualmente surge após os 50 anos, em indivíduos de pele clara, com história de exposição prolongada ao sol, ou em doentes imunodeprimidos. Tratando-se de um tumor extremamente agressivo, há que estar atento.

Às vezes chamado de carcinoma neuroendócrino da pele, o Carcinoma de Células Merkel surge do crescimento descontrolado de células da pele que compartilham algumas características com as células normais de Merkel. Este tipo de tumor ocorre principalmente na pele exposta ao sol, como cabeça, pescoço e braços, mas pode desenvolver-se em qualquer parte do corpo, incluindo em áreas protegidas pelo sol.

O que são as células de Merkel?

As Células de Merkel são células normais da epiderme (a camada externa da pele) que agem, sobretudo, como recetores de toque e produzem determinadas hormonas, daí também serem conhecidas como células neuroendócrinas. Embora nem todas as funções destas células sejam conhecidas, é claro que elas transmitem informações relacionadas ao toque, como textura e pressão ao cérebro. Embora estejam presentes na pele humana em vários locais do corpo, podem ser encontradas maioritariamente nas pontas dos dedos, lábios ou rosto, onde a sensação de toque é mais aguda.

Quais as causas?

O carcinoma de células de Merkel é, frequentemente, associado a um vírus extremamente comum (e geralmente inofensivo), o poliomavírus. Outra causa muito importante para o desenvolvimento da doença é a exposição prolongada, ao longo de anos, à luz solar, e que afeta, sobretudo, pessoas com um tom de pele muito claro.

Sabe-se, no entanto, que a maioria dos casos de Carcinoma de Células de Merkel (cerca de 80%) são causados ​​pelo vírus, sendo os 20% restantes causados ​​por danos muito extensos provocados ​​pelo sol. 

Por outro lado, as pessoas que têm uma supressão significativa e prolongada do seu sistema imunitário, como é o caso dos doentes imunodeprimidos, apresentam elevado alto risco de desenvolver a doença.  

Quais os sintomas?

De acordo com Maria José Passos, presidente do Intergrupo Português de Melanoma, este tipo de tumor “apresenta-se como um nódulo cutâneo ou subcutâneo isolado, frequentemente em áreas expostas ao sol, como a face e membros”.

Como é feito o diagnóstico?

“O CCM é um tumor muito raro, cujo diagnóstico pode ser difícil. Exige patologistas experientes e diagnóstico diferencial com outros tumores, como o melanoma, linfoma entre outros”, explica Maria José Passos. A biópsia vai determinar a presença da doença.

Como se trata?

Segundo a especialista, “o tratamento da doença localizada é cirúrgico, consistindo na excisão da lesão primária, por vezes seguido de radioterapia. Mais de 95% dos doentes fica sem doença detetável, mas cerca de metade dos casos reaparece”.

A doença localmente avançada ou com metástases, “tem um comportamento agressivo, mas na maioria dos casos responde bem à quimioterapia, só que infelizmente estas respostas não são duradouras e a doença volta rapidamente, levando à morte em poucos meses.”

Qual o prognóstico?

A sobrevivência e a recorrência da doença são duas medidas críticas de prognóstico.

Recorrência refere-se à recidiva do tumor e a "sobrevivência específica do MCC" refere-se à probabilidade de não morrer deste tipo de cancro.

Em geral, os doentes com doença localizada melhoraram a sobrevida em comparação com pacientes com doença metastizada.  A maioria das mortes por MCC ocorre nos primeiros três anos após o diagnóstico.

De acordo com a presidente do Intergrupo Português de Melanoma, Maria José Passos,  “o mais importante é a prevenção e deteção precoce à semelhança do que acontece nos tumores cutâneos mais frequentes. É importante evitar os comportamentos de risco como exposição solar crónica exagerada e intensa (12-16h) sobretudo na infância”. 

Autor: 
Sofia Esteves dos Santos
Fonte: 
MSD Manuals e https://merkelcell.org/
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
Pixabay e https://merkelcell.org/