Estudo norte-americano diz
Mulheres respondem melhor à vacina contra a gripe do que os homens. Já entre eles, quanto maior o nível de testosterona, menor...

“Os homens não são tão resistentes como pensam. As mulheres são superiores”, diz Mark Davis, um dos autores do estudo e professor de imunologia da Universidade de Stanford (EUA) que revela que as mulheres respondem melhor à vacina conttra a gripe do que os homens. A descoberta é um importante passo para a compreensão das diferenças imunológicas entre homens e mulheres e de como elas podem ter impacto nos tratamentos.

Estudos epidemiológicos já haviam demonstrado que as mulheres são mais susceptíveis às doenças auto-imunes, como lúpus, e os homens têm menos imunidade para infecções em geral. “Percebemos claramente que as doenças infecciosas são mais frequentes em homens. Desde as infecções nos ouvidos na infância até às pneumonias que pedem hospitalizações”, diz o médico Renato Kfouri, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.

O sistema imunológico dos homens também não responde com a mesma força que o das mulheres para as vacinas contra o sarampo, a hepatite e a febre-amarela. Mas os mecanismos envolvidos nesses fenómenos até então eram desconhecidos.

“O nosso estudo é o primeiro a mostrar que, entre os homens, essa resposta imunológica à vacina depende do nível de testosterona e da actividade dos genes envolvidos na imunossupressão”, disse Davis.

A pesquisa encontrou um dado curioso: homens com baixos níveis de testosterona tiveram uma resposta imunológica melhor à vacina, similar à das mulheres.

Na vida prática, porém, essas diferenças sobre a eficácia da imunização entre homens e mulheres ainda precisam de ser comprovadas. O trabalho, feito com 34 homens e 53 mulheres, foi publicado na revista da Academia de Ciências dos EUA.

Saiba tudo
O Planeamento Familiar é o meio de proporcionar informação às pessoas que lhes permita decidir o núm
Planeamento familiar

O planeamento familiar é uma forma de assegurar que as pessoas têm acesso a informação, a métodos de contracepção eficazes e seguros, a serviços de saúde que contribuem para a vivência da sexualidade de forma segura e saudável. A prática do planeamento familiar permite que homens e mulheres decidam se e quando querem ter filhos, assim como programem a gravidez e o parto nas condições mais adequadas.

O direito ao Planeamento Familiar é garantido a todos pela Constituição da República Portuguesa, pela Lei n.º3/84 e reforçado pela Lei n.º 120/99. Esta Lei determina, por exemplo, que os métodos contraceptivos sejam fornecidos gratuitamente nos centros de saúde e hospitais públicos. Todas as pessoas têm direito independentemente do estado civil.

As consultas de Planeamento Familiar servem para esclarecer dúvidas sobre a forma como o corpo se desenvolve e o modo com funciona em relação à sexualidade e à reprodução tendo em conta a idade da mulher; Informa-se sobre a gravidez; Prestam-se informações Informa-se sobre anatomia e fisiologia da sexualidade humana e função reprodutiva; Faculta-se informação completa, isenta e com fundamento científico sobre todos os métodos contraceptivos; É feito acompanhamento clínico e na escolha do método contraceptivo; Fornecem-se, gratuitamente, os métodos contraceptivos; Prestam-se esclarecimentos sobre as consequências de uma gravidez não desejada; Presta-se ajuda na prevenção, no diagnóstico e no tratamento de infecções sexualmente transmissíveis. Efectua-se o rastreio do cancro da mama e do cancro do colo do útero; Faz-se o acompanhamento da gravidez e a preparação para o parto.

De uma forma geral, são actividades e serviços que existem nos Centros de Saúde e nos Gabinetes de Atendimento a Jovens ou Centros de Atendimento Jovens das Direcções Regionais do Instituto Português da Juventude, I.P.

Assim, os objectivos do planeamento familiar são:

  • Promover comportamentos saudáveis face à sexualidade;
  • Informar e aconselhar sobre a saúde sexual e reprodutiva;
  • Reduzir a incidência das infecções de transmissão sexual as suas consequências, nomeadamente a infertilidade;
  • Reduzir a mortalidade e a morbilidade materna, perinatal e infantil;
  • Permitir ao casal decidir quantos filhos quer, se os quer e quando os quer, ou seja, planear a sua família;
  • Preparar e promover uma maternidade e paternidade responsável;
  • Melhorar a saúde e o bem-estar da família e da pessoa em causa.

E para evitar uma gravidez indesejada existem actualmente vários métodos contraceptivos, sendo que o único método 100 por cento eficaz para evitar a gravidez é a abstinência, isto é, não ter relações sexuais.

Mas os métodos contraceptivos ajudam a prevenir a gravidez não desejada, permitindo a vivência da sexualidade de forma saudável e segura. O grau de eficácia varia de método para método e em alguns casos, como com a pílula e o preservativo, o grau de eficácia depende, também, da forma mais ou menos correcta e continuada de utilização do método. Alguns têm contra-indicações e efeitos colaterais. Assim, antes de optar por um método contraceptivo, deve marcar uma consulta de planeamento familiar ou consultar o seu médico, pois há alguns factores que devem ser ponderados e analisados pelo médico ou profissional de saúde, como, por exemplo, a idade e o estilo de vida, se tem ou pretende ter mais filhos, o estado da saúde em geral, a necessidade de protecção contra infecções de transmissão sexual, etc. E, sobretudo, lembre-se que a responsabilidade pela prevenção da gravidez não desejada cabe sempre aos dois parceiros.

Métodos contraceptivos disponíveis

Actualmente, existem vários métodos contraceptivos, embora nenhum pode ser considerado "o ideal", uma vez que todos têm vantagens e inconvenientes. Antes de optar por um deles, deve, como já foi dito, procurar aconselhar-se sobre qual o mais adequado ao seu caso, tendo em conta o grau de protecção proporcionado, a forma de utilização, as precauções, efeitos secundários, etc.

1. Métodos físicos ou de barreira

Diafragma
Preservativo masculino
Preservativo feminino
Espermicida

2. Métodos hormonais

Anel vaginal
Implante subcutâneo
Injectáveis
Orais

3. Métodos intra-uterinos

DIU

4. Métodos cirúrgicos

Laqueação das trompas
Vasectomia

5. Métodos naturais/comportamentais

Calendário – Ogino-Knaus
Temperatura basal
Muco cervical – Billings
Sinto-térmico
Coito interrompido

6. Contracepção de emergência

 

1. Métodos físicos ou de barreira

Diafragma
O diafragma consiste numa membrana de borracha flexível reforçada na extremidade livre com um aro metálico, o qual mantém o seu contorno circular, devendo ser colocado no fundo da vagina, de modo a revestir o cérvix e impedir a entrada no útero do sémen proveniente da ejaculação. De qualquer forma, como a adaptação da membrana ao colo do útero não é perfeita, podendo até ser alterada ao longo do acto sexual, recomenda-se a utilização simultânea de algum produto espermicida para que a adaptação seja mais conveniente. Como existem diafragmas de várias medidas, com diâmetros que variam entre os 50 e os 100 mm, deve ser o médico a recomendar as dimensões mais adequadas após comprovar, através de um exame vaginal, as do colo do útero.

Método de utilização:
O diafragma deve ser colocado até 6 horas antes do coito, após a aplicação de gel ou creme espermicida na parte côncava e nas extremidades, devendo ser colocado nas mesmas posições utilizadas para se inserir um tampão: por exemplo, de cócoras ou apoiando-se uma perna sobre uma cadeira. Após a ejaculação, o diafragma deve ser mantido durante, no mínimo, 6 horas, mas nunca mais de 24 horas. Caso se efectuem vários coitos, antes de cada um deve-se proceder à colocação de espermicida no fundo da vagina com a ajuda de um aplicador.

Uma vez retirado, deve ser lavado com água e sabonete suave, deixando-o secar antes de o guardar numa caixa fechada e, caso se deseje, pode-se envolvê-lo com algodão para que se conserve melhor até à sua próxima utilização.

Vantagens e inconvenientes:
Em relação às vantagens, deve-se destacar que, se o diafragma for bem utilizado, constitui um método contraceptivo inofensivo que em nada altera o funcionamento do aparelho genital. Para além disso, caso seja associado a espermicidas, também proporciona uma certa protecção, embora menor do que a do preservativo, face às doenças sexualmente transmissíveis.

Entre os inconvenientes, deve-se ter em conta que necessita de prescrição médica e que a sua utilização deve ser ensinada por um médico que comprove a correcta colocação por parte da utilizadora. Para além disso, deve-se respeitar as normas de cuidado mencionadas após cada utilização. Por último, algumas mulheres não consideram conveniente terem de colocar o dispositivo antes do início da relação ou o facto de ter de o deixar colocado várias horas após o coito.

Eficácia:
Caso esteja associado a um espermicida, o diafragma tem uma taxa de insucesso anual de 5 a 10 por cento, embora as falhas sejam proporcionadas especialmente por uma má utilização. Caso seja utilizado correctamente, esta taxa de insucesso anual pode diminuir para 2 por cento.

Preservativo Masculino
O preservativo masculino consiste numa membrana cilíndrica de látex que deve ser colocada sobre o pénis em erecção, de modo a revesti-lo e a reter no seu interior o sémen emitido na ejaculação. Embora o mercado seja, actualmente, constituído por uma grande variedade de modelos de preservativos (de diferente espessura, com a superfície mais ou menos rugosa, alguns lubrificados para favorecer a sua colocação, etc.), em relação à sua forma existem dois tipos básicos: uns têm a extremidade plana e arredondada, enquanto outros são constituídos na ponta por uma protuberância para reter o sémen no seu interior após a ejaculação.

Método de utilização:
O preservativo apenas deve ser colocado quando o pénis estiver em erecção e antes de qualquer contacto do mesmo com os genitais femininos. Caso se deseje, pode-se aplicar um lubrificante hidrossolúvel ou um gel espermicida sobre a superfície do preservativo, embora se deva, por outro lado, evitar a utilização de vaselina, já que o material plástico pode deteriorar-se. Após a ejaculação, deve-se retirar do pénis antes que se perca a erecção, segurando o preservativo na base para se evitar que o sémen entre em contacto com a vagina.

Todos os preservativos utilizados devem ser inutilizados. Caso se deseje continuar a relação sexual, deve-se evitar o contacto genital até se alcançar uma nova erecção e colocar outro preservativo, com as mesmas precauções mencionadas.

Vantagens e inconvenientes:
Entre as vantagens da utilização do preservativo, deve-se destacar o facto de se tratar de um método simples, muito fácil de aprender a utilizar e que não necessita de controlo nem prescrição médica. Para além da sua função de contraceptivo, caso o preservativo seja bem utilizado, é muito útil para a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, por isso, deve ser utilizado, sobretudo, para as relações sexuais esporádicas.

Como inconveniente, há quem opine que a sua utilização diminui a sensibilidade do pénis. Por outro lado, há quem não goste deste método devido ao facto de a colocação do preservativo provocar a interrupção da relação sexual, na altura em que o pénis alcança a erecção, embora este acto seja, para muitos casais, mais um componente do jogo sexual.

Eficácia:
A eficácia do preservativo depende da forma de utilização. Caso seja utilizado sozinho, calcula-se que a taxa de insucessos anuais é de 10 a 15 por cento, sobretudo devido à sua incorrecta utilização. O método é muito mais eficaz, caso seja associado à utilização de espermicidas, e se for bem utilizado a taxa de insucessos diminui para os 0 a 3 por cento.

Preservativo Feminino
O preservativo feminino consiste numa espécie de bolsa cilíndrica de poliuretano que deve ser introduzida na vagina, de modo a reter no seu interior o sémen emitido na ejaculação. O dispositivo é constituído por um grande anel de plástico com a extremidade aberta, de modo a ser colocado à volta da vulva, e outro anel de tamanho mais reduzido e ligado à extremidade fechada do fundo, para que seja inserido à volta do colo do útero.

Método de utilização:
O preservativo feminino deve ser colocado de maneira semelhante a um tampão, devendo ser introduzido na vagina para que o anel pequeno fique à volta do colo do útero e o anel grande revista parcialmente a vulva. Pode-se aumentar a sua eficácia através da aplicação de um gel espermicida na sua superfície externa, que após a colocação do dispositivo ficará em contacto com a vagina e o colo do útero. Para se retirar o preservativo feminino, após a ejaculação, deve-se exercer tracção sobre o anel que reveste a vulva, verificando-se que não produz nenhum contacto do sémen retido no seu interior com os genitais femininos.

Vantagens, inconvenientes e eficácia:
As vantagens e inconvenientes do preservativo feminino são semelhantes ao do masculino, embora tenha a seu favor o facto de não ser necessário que o pénis esteja em erecção para ser colocado e contra, o facto de a sua forma de utilização ser um pouco mais incómodo. Embora a eficácia de ambos os métodos seja igualmente semelhante, a taxa de insucessos do preservativo feminino é ligeiramente superior devido a falhas de utilização.

Espermicida
Os espermicidas são agentes químicos utilizados para desactivar os espermatozóides presentes na vagina antes que penetrem no útero. São comercializados sob várias formas farmacêuticas e com vários tipos de aplicação - geles ou cremes - e colocados com a ajuda de um aplicador presente na embalagem - aerossóis ou espumas - cuja embalagem é igualmente constituída por um aplicador, e óvulos vaginais, supositórios ou comprimidos de consistência sólida, que devem ser directamente introduzidos na vagina com um dedo, unindo-se no seu interior.

Método de utilização:
O produto espermicida, qualquer que seja a sua variedade, deve ser sempre colocado antes de cada coito, seguindo-se as instruções indicadas na embalagem. A colocação na vagina é simples, independentemente de ser com um dedo, em caso de comprimidos e supositórios vaginais, ou como acontece com os cremes e geles, com a ajuda de um aplicador semelhante a uma seringa. Devem ser colocados com uma certa antecedência do coito, variável em cada caso, pois embora os aerossóis, geles e cremes se distribuam rapidamente ao longo da vagina e apenas necessitem de alguns minutos de espera, os supositórios e os comprimidos levam entre 5 a 10 minutos para se derreterem e formarem uma película sobre o cérvix. Cada produto tem um período de tempo limitado, de meia hora a duas horas, tendo que se proceder a uma nova aplicação, caso o coito não seja efectuado dentro desse período de tempo.

Vantagens e inconvenientes:
Como vantagens, os espermicidas são simples de utilizar, embora seja extremamente importante seguir as instruções indicadas em cada caso na embalagem, não necessitando de prescrição ou vigilância médica. Para além disso, não têm efeitos secundários locais, nem gerais, embora algumas espumas produzam uma sensação de calor transitória.

Como inconvenientes, deve-se mencionar que devem ser aplicado antes de cada coito e que necessitam de um tempo de espera que não pode ser reduzido. Em alguns casos raros, provocam reacções alérgicas que impossibilitam a utilização do produto.

Eficácia:
Caso sejam utilizados isolados, os espermicidas têm uma taxa de insucesso anual de 10 a 15 por cento, sobretudo por incumprimento das normas de utilização. Por outro lado, caso estejam associados a outros métodos, têm uma eficácia muito mais elevada, já que combinados com o diafragma evidenciam uma taxa de insucesso anual de 5 a 10 por cento e, em associação com o preservativo, de 0 a 3 por cento.

2. Métodos hormonais

Anel Vaginal

A colocação deste dispositivo de material plástico no fundo da vagina, de maneira semipermanente, proporciona a libertação de substâncias hormonais, cuja absorção é feita pela mucosa vagina para a circulação sanguínea. Este processo origina um efeito contraceptivo durante um período que, de acordo com o tipo de anel, varia entre as 3 semanas e os 6 meses.

Nos modelos em que o anel liberta estrogénios e progestagénios em quantidades suficientes para inibir a ovulação, deve ser colocado na vagina durante 3 semanas consecutivas seguindo-se um intervalo de 7 dias, de modo a proporcionar uma hemorragia semelhante à menstruação.

A sua eficácia é semelhante às tradicionais pílulas contraceptivas combinadas. Os modelos de anéis vaginais que apenas libertam gestagénios em doses baixas podem ser utilizados ininterruptamente durante três a seis meses. O mecanismo de acção e a sua eficácia são, no mínimo, equivalentes às das minipílulas. 

Implante subcutâneo
Este sistema consiste na implantação de um pequeno bastonete que é inserido no braço sob a pele. Embora se trate de um procedimento simples efectuado sob anestesia local, realizado em pouco mais de 15 minutos, o implante deve ser colocado pelo médico. O implante contraceptivo existente no mercado é eficaz durante um período de 3 anos, sendo que após este período perde lentamente a sua eficácia, pelo que será necessário substituí-lo ou utilizar outro método. O implante liberta uma hormona que evita a ovulação e evita que o esperma alcance o útero. Está indicado para contracepção a longo prazo de mulheres saudáveis entre os 18 e 40 anos.

Efeitos secundários e eficácia:
Os efeitos secundários do implante subcutâneo são muito semelhantes aos provocados pelas minipílulas, nomeadamente irregularidades menstruais e, por vezes, perda de peso, dores nos seios e acne. Nos casos raros em que se produz uma infecção na zona do implante, deve-se proceder ao seu oportuno tratamento antibiótico, o que obriga, excepcionalmente, à extracção do implante.

A sua eficácia é elevada, superior a 99 por cento, proporcionando uma protecção contraceptiva que começa no dia seguinte à sua inserção e que se prolonga durante 3 anos. Após a extracção do implante, a mulher recupera imediatamente a sua fertilidade, podendo ficar grávida no primeiro ciclo menstrual. 

Injectáveis
Trata-se de um método contraceptivo que consiste numa injecção intramuscular profunda de uma solução aquosa contendo acetato de medroprogesterona (DMPA). A solução vai-se introduzindo lentamente na corrente sanguínea e, à semelhança da pílula, inibe a ovulação e age sobre a mucosa do útero, tornando as secreções do colo do útero mais espessas, constituindo assim uma barreira contra os espermatozóides. Cada injecção tem um efeito até 3 meses (12 semanas) e tem um elevado nível de eficácia (cerca de 99 por cento) 0,0 a 1,3 gravidezes por ano em cada 100 mulheres.

Vantagens e desvantagens:
É um método que não requer rotina diária logo evita esquecimento. Por outro lado, não interfere no prazer sexual, tem elevada eficácia e é de cómoda administração. Apesar de tudo, a principal desvantagem é que não previne contra as doenças sexualmente transmissíveis, mas também porque tem de ser aplicado/administrado por um especialista, leva ao ganho de peso e alterações no ciclo menstrual. 

Adesivo
O adesivo contraceptivo é um adesivo impregnado de hormonas semelhantes à da pílula e que são libertadas continuamente através da pele para a corrente sanguínea. Cada adesivo tem efeito durante 7 dias e ao fim da terceira semana é feito um período de descanso. O adesivo como método hormonal impede a ovulação e pode ser utilizado na parte de fora do braço, na parte superior do tronco (costas), no abdómen ou na nádega. Poder-se-á seleccionar um local diferente cada semana, mas seja qual for o local escolhido, o adesivo tem de permanecer nesse local durante 7 dias. Pode-se utilizar no mesmo local, todas as semanas. No entanto, deve evitar-se colocá-lo exactamente no mesmo ponto. O adesivo não deve ser aplicado em pele vermelha, irritada ou com cortes. Deve aplicar-se na pele limpa e seca, sem cremes, óleos ou loções.

Orais
Esta é a principal forma de contracepção hormonal, utilizada por dezenas de milhões de mulheres em todo o mundo, corresponde à administração de compostos hormonais de diversa composição por via oral. Consoante a sua composição, é possível distinguir dois tipos fundamentais de contraceptivos orais: as pílulas combinadas, compostas por estrogénios e progestagénios (produtos sintéticos com acções semelhantes às da progesterona natural), e as minipílulas, apenas constituídas por gestagénios.

Pílulas combinadas
Constituída pela combinação de dois derivados sintéticos do estrogénio e da progesterona. De acordo com o teor de cada um destes derivados, as pílulas combinadas podem ser classificadas em monofásicas ou multifásicas. As primeiras utilizam uma associação em doses baixas e fixas de estrogénio e progestagénio ao longo de todo o ciclo. Já as multifásicas: também chamadas de bifásicas e trifásicas, utilizam uma associação de estrogénio e progestagénio de baixa dosagem, das quais a dose deste último varia em duas ou três fases ao longo do ciclo, respectivamente. Foram desenvolvidas com o objectivo de reduzir os efeitos secundários dos contraceptivos orais, incluindo hemorragia durante o ciclo e amenorreia, associados a níveis elevados de hormonas.

A pílula combinada é uma forma muito eficaz de controlo de nascimento. Quando as mulheres a tomam correctamente, menos de 1 em 100 vai engravidar durante o primeiro ano de uso, no entanto, quase 8 em 100 utilizadoras típicas (8 por cento) vão engravidar. Isto deve-se a uma toma incorrecta (falha de um ou mais comprimidos durante o ciclo) ou a uma má absorção do comprimido (devido a vómitos, por exemplo). Quando tomada correctamente, a eficácia da pílula combinada em prevenir gravidez é de 98 a 99 por cento. 

Minipílulas
Este tipo de pílula só contém um progestagénio sendo aconselhável a mulheres para as quais as pílulas contendo estrogénios são fortemente contra-indicadas e ainda em mulheres que estejam a amamentar, uma vez que o estrogénio reduz a produção de leite. Para funcionar de forma eficaz, devem ser tomadas à mesma hora a cada 24 horas, tolerando-se um intervalo de atraso de menos de 3 horas. A sua eficácia, no entanto, é de apenas 97 a 98 por cento podendo ainda originar ciclos menstruais irregulares. 

3. Métodos intra-uterinos

DIU
Apesar de, actualmente, existir uma grande variedade de modelos de DIU, confeccionados com vários materiais plásticos, de diferentes tamanhos e desenhos, os mais utilizados são os que têm a forma de 7 ou T, com barras transversais mais ou menos curvas, constituídas com um fino filamento de cobre enrolado na sua extremidade central

O dispositivo intra-uterino deve ser colocado pelo médico depois de efectuados todos os exames para eliminar a existência de contra-indicações - infecções genitais, tumores uterinos, etc. -, de ter medido a cavidade uterina e seleccionado o modelo mais adequado. Embora se possa colocar o dispositivo a qualquer momento, este deve ser inserido durante a menstruação, período ao longo do qual se sabe com certeza que não existe uma gravidez recente e quando a sua realização é facilitada pelo facto de o canal cervical (canal que permite a comunicação entre o interior do útero e a vagina) se encontrar mais dilatado.

Dado que todo este procedimento é bastante rápido e também praticamente indolor, não necessita da aplicação de anestesia. Nos dias seguintes à inserção, a mulher não deve manter relações sexuais, sendo preferível que utilize pensos higiénicos em vez de tampões. Por precaução, convém utilizar outro método contraceptivo até à primeira consulta, ao fim de um mês, uma vez que durante esse período a eficácia do DIU não oferece garantias suficientes.

Inconvenientes e complicações:
Apesar de a utilização do DIU normalmente não provocar grandes problemas, está intimamente ligada a menstruações mais abundantes e duradouras, até mesmo um pouco mais dolorosas do que as habituais. Um possível inconveniente é a predisposição para o desenvolvimento de infecções genitais, provocadas por microorganismos com maior facilidade para aceder ao interior do útero através da ligação estabelecida pelos fios que pendem para a vagina.

A complicação mais grave é a ruptura uterina, que ocorre se o dispositivo ficar preso na parede uterina ou até atravessá-la, alcançando a cavidade abdominal. Embora se trate de um problema perigoso, felizmente é muito raro caso o DIU seja colocado por profissionais.

Uma outra complicação não tão perigosa, mas que provoca a total perda de eficácia do método, é a expulsão do DIU, que acontece até cerca de 2 por cento dos casos, existindo situações em que é praticamente indolor e outras em que se produz durante a menstruação, passando totalmente despercebida.

O aparecimento de dores abdominais, mal-estar geral, febre e fluxo vaginal anómalo são sinais que a devem alertar para procurar o seu médico.

4. Métodos cirúrgicos

Laqueação de trompas
A esterilização feminina baseia-se na realização de uma intervenção cirúrgica ao longo da qual se bloqueia a continuidade das trompas de Falópio, os canais onde se produz a união entre os óvulos libertados pelos ovários e os espermatozóides provenientes do exterior, que sobem desde o útero. A operação denomina-se "laqueação das trompas", devido ao facto de se recorrer ao corte e laqueação destes canais. Deve-se referir que a operação não altera em nada o funcionamento dos ovários, nem do restante aparelho genital feminino, pois para além de não afectar as relações sexuais ou o desejo sexual, também não modifica o ciclo menstrual normal.

Resultados e eficácia:
A intervenção provoca uma imediata e permanente esterilidade, tendo uma taxa de eficácia teórica de 100 por cento, ainda que raramente se produzam insucessos devido a uma técnica cirúrgica deficiente ou devido a uma fusão espontânea de alguma trompa. 

Vasectomia
A esterilização masculina realiza-se através de uma simples intervenção cirúrgica, denominada vasectomia, baseada no corte dos canais deferentes que impede a passagem dos espermatozóides. É feita uma pequena incisão cirúrgica em cada um dos lados do escroto, é removida uma porção de cada tubo (cerca de 1 cm), após o que as extremidades são fechadas.

O procedimento é simples, com recurso a anestesia local, pelo que o homem regressa a casa no próprio dia. 

A esterilização é garantida praticamente a 100 por cento, mas são precisos, em média, 3 meses para"limpar" os canais de todos os espermatozóides neles existentes, o que corresponde a umas 15 a 20 ejaculações. Por isso, até lá é aconselhável o uso de um método contraceptivo, até que seja feita a confirmação de azoospermia (sémen sem espermatozóides) num espermograma de controlo. 

Apesar de simples existem alguns riscos de reacção inflamatória ligeira. É, portanto, necessário estar vigilante e contactar o médico se houver febre, dificuldade em urinar, hemorragia no local da incisão, se for detectado algum nódulo no escroto (a bolsa que envolve os testículos) ou se o inchaço próprio de uma cirurgia não desaparecer ou se agravar. Um risco, ainda que raro, prende-se com a possibilidade de as extremidades dos canais deferentes se voltarem a unir. Se acontecer, o homem pode engravidar uma mulher. Fora esta excepção, após uma vasectomia os espermatozóides deixam de poder passar pelos canais deferentes e de ser expelidos com o sémen, pelo que os testículos começam a produzir menos e mesmo essa quantidade é absorvida pelo organismo.

É uma forma de contracepção definitiva, radical que inviabiliza a reprodução, mas não interfere com a vida sexual: o homem continua a manter erecções e a ejacular, não sendo igualmente afectado na libido.

5. Métodos naturais/comportamentais 

Método do calendário (método de Ogino-Knaus)
É um método que consiste em anotar durante mais ou menos 1 ano a duração dos ciclos menstruais. Uma vez feita esta contagem, tem de se subtrair ao ciclo mais curto 18 dias e ao ciclo mais longo 11 dias. A partir do momento em que estes resultados estão encontrados, o intervalo entre ambos, do menor para o maior, indica o espaço de tempo no qual a mulher se encontra no período mais fértil dos seus ciclos, onde ocorre a ovulação e é mais provável que aconteça uma gravidez.

Por exemplo, imaginemos que uma mulher contabilizou o seu ciclo mais curto com 26 dias e o seu ciclo mais longo com 30 dias. Então: 26 – 18 = 8 e 30 – 11 = 19. Quer isto dizer que os dias mais férteis desta mulher são entre o 8º e o 19º dia do ciclo, dias em que não deve ter relações sexuais ou, querendo-o, terá de utilizar um preservativo. Convém não esquecer que o primeiro dia do ciclo é o primeiro dia em que aparece a menstruação.

Dito de outra forma: ao monitorizar os dias de fertilidade saberá determinar as fases inférteis do ciclo menstrual. É um tipo de método contraceptivo, mas pode ser utilizada também para se facilitar a obtenção da gravidez, fazendo-se uso adequado das fases férteis.

A monitorização da fertilidade é sempre usada para identificar a fase ou período fértil da mulher, seja para obter a gravidez, seja para evitá-la ou ainda uma maneira monitorar a saúde ginecológica. Por isto há quem considere esta monitorização como não sendo propriamente um "método contraceptivo" já que pode igualmente ser utilizada para facilitar a obtenção da gravidez principalmente por casais que têm problemas para engravidar. Neste último caso seria um método conceptivo ou método concepcional, no sentido afirmativo da expressão. O método contraceptivo propriamente seria a abstinência sexual periódica que se faria valendo-se da monitorização. 

Método da temperatura basal
A observação da temperatura permite à mulher reconhecer com certeza o período infértil pós-ovulatório. A mulher deve medir a temperatura sempre em situações semelhantes: de manhã ao acordar, sensivelmente à mesma hora, antes de se levantar, com o mesmo termómetro e da mesma maneira (anal, vaginal ou bucal, debaixo da língua), durante 3 minutos, no mínimo, no caso de termómetros de mercúrio. Se, por algum motivo, algum dia não se mediu então também não se anota no gráfico nem se une os pontos, deixando em branco esse dia.

A temperatura nos dias entre a ovulação e a menstruação seguinte sobe cerca de 2 a 5 décimos de grau. Então, só três dias depois desta subida de temperatura ter acontecido, é que é menor o risco da mulher engravidar. No entanto há uma situação importante, que são as variações de temperatura que o seu corpo pode ter, como por exemplo, no caso de febre ou de alterar a sua hora de dormir.

Para usar estes métodos como contracepção tem de conhecer bem o funcionamento do próprio corpo e estes métodos não protegem das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). 

Método de muco cervical (método de Billings)
A base do Método de Billings é a percepção do muco produzido pela cérvix. Esta observação é feita ao longo do dia e permite à mulher estar atenta a três coisas:

Presença ou ausência: por observação ao nível da vulva ela pode ver ou não muco. É aconselhável observar-se 3 vezes por dia (de manhã, ao meio-dia e à noite), sobretudo quando se pretende escolher o sexo do bebé.
A sensação: descida espontânea que a mulher sente ao nível da vulva e da vagina. Sente o muco a escorrer na vagina sem o ver: é uma sensação de humidade.
O aspecto do muco: durante a sua presença ele vai assumindo vários aspectos, que indicam à mulher se é muco do tipo fértil ou infértil.

a) Pré-Ovulação: Muco do Tipo Infértil ("Farinha")
O muco usualmente visível é espesso e em pequena quantidade. Pode produzir uma sensação de viscosidade (ou de "pegajoso") e pode continuar dia após dia sem alteração. Este tipo de muco, ácido, aparece normalmente após a menstruação e no período pós-ovulatório. Devido às suas características ele não permite a chegada dos espermatozóides junto do óvulo, impedindo portanto, a fecundação deste

b) Período ovulatório: Muco do Tipo Fértil
Muco grosso:
A primeira indicação da mudança para o período ovulatório (momento de fertilidade da mulher) é a passagem do muco tipo pegajoso ("farinha") para o tipo grosso. Este muco é comparado a grumos de gelatina que se prende aos dedos, escorregadio mas sem fazer fio entre os dedos. Pode ser já um pouco transparente, embora tenha uma tonalidade branca (ver figura e vídeo).
Muco filante: Este muco é muitas vezes comparado a fios de clara de ovo cru, liso e escorregadio. Este muco aparecerá sempre como húmido e escorregadio, devido à sua própria estrutura e composição química (ver figura e vídeo). O último dia em que o muco se apresenta com características férteis (Muco Filante), isto é, o último dia em que ele aparece mais filamentoso e distensível, é o dia mais fértil do ciclo, ou seja, o dia da ovulação. Seria neste dia que de uma união conjugal esperaríamos, com maior probabilidade, um bebé do sexo masculino.

c) Pós-ovulação: Muco do Tipo Infértil ("Farinha")

Após a ovulação as características do interior da vagina alteram-se. Embora a consistência do muco encontrado possa ser ainda um pouco líquida, uma vez que antes esteve filante, agora passa a engrossar, tornando-se branco, espesso, consistente e pegajoso. 

Método sinto-térmico
O Método Sinto-Térmico combina vários elementos do Método da Temperatura Basal do corpo da mulher e do Método da Ovulação (Billings). Isto é, tanto a temperatura como o muco cervical são usados para entender o estado de fertilidade. Outros indicadores fisiológicos, como por exemplo, a dor, tensão dos seios e as variações do colo do útero, são também levados em conta na identificação dos períodos férteis e inférteis.

Coito interrompido
O coito interrompido é um método contraceptivo, de baixa fiabilidade, no qual, durante a relação sexual, o pénis é removido da vagina imediatamente antes da ejaculação, impedindo a deposição de sémen no interior da vagina. Este método tem sido amplamente utilizado mas as taxas de falha são muito elevadas, principalmente devido à falta do auto-controle de quem o utiliza.

Para além disso, não protege contra as doenças sexualmente transmissíveis e a interrupção da relação sexual pode deixar os parceiros insatisfeitos.

6. Contracepção de emergência

A contracepção de emergência tem por finalidade impedir a ovulação ou prevenir a implantação se a relação sexual ocorreu nas horas ou dias que antecederam a ovulação. Ou seja, num momento em que existe maior probabilidade de ocorrer a fertilização. Também pode prevenir a implantação. Torna-se ineficaz logo que se inicia o processo de implantação do ovo. Este método não interrompe uma gravidez que já se tenha iniciado, por isso deve ser utilizado até 72 horas após uma relação sexual não protegida ou em caso de falha de um método contraceptivo, como o rompimento do preservativo; esquecimento da pílula contraceptiva oral para além do prazo máximo admitido após a última toma; expulsão do DIU; remoção antecipada ou deslocamento de um diafragma vaginal; relação sexual durante o período supostamente fértil quando se optou pelo método da abstinência periódica (método das temperaturas) ou em caso de violação.

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Infeções Sexualmente Transmissíveis

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Relatório das Nações Unidas
A distribuição de amostras gratuitas de fórmulas e de leites de transição em unidades de saúde e a grávidas são, segundo o...

A indústria do leite infantil em Portugal viola a legislação sobre publicidade aos substitutos do leite materno, sem que haja controlo das autoridades, segundo um relatório da rede Internacional Baby Food Action Network (IBFAN, na sigla inglesa) pró-alimentação infantil que é apresentado e discutido no Comité dos Direitos das Crianças, das Nações Unidas. O estudo considera que os conselhos contribuem para que as mães abandonem a amamentação precocemente.

“O cumprimento da legislação sobre o marketing de substitutos de leite materno não é monitorizado, as violações à lei estão disseminadas e são comuns”, refere o relatório sobre Portugal.

Segundo a coordenadora da IBFAN em Portugal, Jacqueline Montaigne, durante cerca de dois anos a organização esteve atenta ao comportamento da indústria dos leites artificiais e das fórmulas infantis (leite em pó). “Vamos expor práticas chocantes, ilegais e com grande falta de ética que estão a ser usadas pelas companhias de leites artificiais”, afirmou à agência Lusa citada pelo jornal Público Online. Distribuição de amostras gratuitas de fórmulas e de leites de transição (a partir dos seis meses) em unidades de saúde ou de presentes gratuitos e material promocional a mães e grávidas são algumas das violações detectadas pela IBFAN ao Código Internacional de Substitutos de Leite Materno.

“Não há monitorização da lei a nível nacional, apesar de haver estruturas a quem reportar essas violações”, como a Direcção-geral de Alimentação e Veterinária, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica e a Direcção-Geral do Consumidor, refere ainda o relatório.

Sobre a legislação portuguesa no que respeita ao marketing e publicidade destes leites, que resultou da transposição de uma directiva comunitária, a IBFAN recomenda que seja “reforçada”, de forma a estar mais alinhada com o Código Internacional, de que Portugal é signatário. “Há uma cultura de marketing agressiva e sistemática para vender e distribuir leites de transição e infantis que tem desempenhado um papel importante no consistente declínio da amamentação a partir dos seis meses”, critica o relatório.

No relatório do IBFAN mostra-se uma “significativa quebra” nas taxas de amamentação entre os quatro e os seis meses em Portugal, que é em parte atribuída às recomendações para iniciar a alimentação complementar. Enquanto entre os dois e três meses de vida de um bebé ainda são mais de 50% as mães que amamentam em exclusividade, entre os cinco e os seis meses essa percentagem desce para os 22,4%.

Em Portugal, desde Junho do ano passado, a rede IBFAN pretende “melhorar a saúde das crianças e bebés, através da promoção, suporte e protecção do aleitamento materno”. Segundo Jacqueline Montaigne, o trabalho desta rede não pretende ser “uma guerra entre mães que amamentam e mães que dão leite artificial”. “Nós também lutamos e defendemos as mães que dão leite artificial, porque têm o direito de ter informação correcta baseada em ciência e evidência sobre leite artificial”, argumenta.

Principais doenças
Os problemas da tiróide também afectam a mulher grávida. Saiba quais.
Gravidez e tiroide

Um bom funcionamento da tiróide é importante em qualquer altura da vida, mas muito mais importante durante a gravidez. Isto porque a gravidez está associada a alterações, quase sempre normais e reversíveis, quer do doseamento de hormonas tiroideias, quer das dimensões da glândula da tiróide. Ou seja, a tiróide aumenta de volume durante a gestação, normalmente entre os 10 e os 30 por cento. É por isso importante estar com atenção redobrada aos sinais de doenças da tiróide.

De um modo geral, as doenças da tiróide como o hipertiroidismo, o hipotiroidismo e o aparecimento de nódulos da tiróide, são mais frequentes nas mulheres do que nos homens. A razão não está ainda bem definida, mas parece estar dependente da acção das hormonas femininas.

Paralelamente, as mulheres têm um risco maior de padecerem de doenças auto-imunes. Duas das doenças da tiróide mais frequentes são auto-imunes: a tiroidite de Hashimoto e a doença de Graves. Este tipo de doenças é provocado por alterações no sistema imunitário.

Habitualmente, o sistema imunitário defende-nos contra germes (bactérias) e vírus, fabricando anticorpos. Nas doenças auto-imunes o organismo fabrica anticorpos contra os seus próprios órgãos. As doenças do sistema imunitário tendem a aparecer em vários elementos da mesma família.

O diagnóstico consiste na história clínica e observação física, bem como o doseamento das hormonas da tiróide no sangue. Deve contudo estar atenta a alguns dos sinais abaixo referidos.

Em 4 a 7 por cento das mulheres, a tiróide funciona mal durante os seis primeiros meses depois do parto. Todas aquelas que tenham uma história familiar de doença da tiróide, de diabetes, ou de um problema tiroideo preexistente, como uma tiróide de tamanho maior que o normal (bócio) ou uma tiroidite de Hashimoto, têm uma maior susceptibilidade. Os níveis baixos ou altos de hormona tiróide depois da gravidez costumam ser passageiros, mas podem precisar de tratamento.

Doenças da tiróide durante a gravidez

A tiróide aumenta de volume (bócio) durante a gravidez, quase sempre entre 10 a 30 por cento, mas este bócio não se traduz em qualquer problema desde que as hormonas estejam normais. Se for notado que tem um nódulo, pode fazer uma citologia (picada-biópsia) para ver a respectiva natureza.

Já foi dito que a tiróide aumenta de tamanho durante a gravidez, ou seja, aparece bócio, o que não significa que haja alteração da produção hormonal. No entanto, podem realmente surgir aumento ou diminuição da função tiroideia. As mulheres que engravidam podem não notar os sintomas clássicos da doença, porque muitos deles aparecem também na gravidez normal. Por exemplo, uma grávida pode sentir calor, cansaço, nervosismo ou mesmo apresentar tremor das mãos. Uma observação do seu médico e o doseamento hormonal nessa altura, permitem informar do que se está a passar.

Uma mulher grávida com doença da tiróide é tratada de uma maneira diferente do homem, ou da mulher não grávida. Por exemplo, materiais radioactivos que são vulgarmente utilizados nos exames de estudo ou no tratamento destes doentes, nunca devem ser utilizados numa mulher grávida. Também a altura de uma citologia, cirurgia, ou mesmo os medicamentos para tratar o hipertiroidismo, são especiais durante a gravidez.

Sintomas de hipotiroidismo

Os principais sintomas desta doença são a fadiga, falta de atenção e ganho de peso, que são problemas comuns durante a gravidez. Por isso o hipotiroidismo pode ser negligenciado se não analisado cuidadosamente.

Hipotiroidismo não tratado durante a gravidez

Um estudo publicado nos Estados Unidos em 1999 revelou que as mulheres que apresentam glândulas da tiróide hipoactivas durante a gravidez têm o quádruplo de possibilidades de ter filhos com baixo quociente intelectual que as mulheres com uma tiróide normal. Este resultado é muito importante, uma vez que a medicina pode tratar os problemas de hipotiroidismo se se realizar um diagnóstico precoce.

Igualmente segundo dados norte americanos, 6 em cada 100 abortos são resultado de deficiências hormonais e 1 de 50 mulheres grávidas são diagnosticadas com uma forma de hipotiroidismo. Assim, as funções da tiróide devem ser avaliadas regularmente durante o período da gravidez.

Sintomas do hipertiroidismo

Uma tiróide hiperactiva ocasiona muitas vezes nervosismo, alterações de humor e cansaço. Existem flutuações de peso, problemas com queda de cabelo, alterações intestinais e tremores.

Hipertiroidismo não tratado durante a gravidez

Se uma mulher grávida com uma tiróide hiperactiva não for diagnosticada e tratada atempadamente são vários os efeitos negativos que podem ocorrer para mãe e filho.

Uma tiróide descontrolada pode levar a insuficiência cardíaca, aumento na pressão sanguínea, aborto espontâneo, parto prematuro e baixo peso ao nascer.

Doença de Graves

A doença de Graves é provocada por anticorpos que estimulam a tiróide a produzir uma quantidade excessiva de hormona tiroideia. Estes anticorpos podem atravessar a placenta e aumentar a actividade da tiróide no feto, provocando um aumento de batimentos por minuto e um atraso no seu crescimento.

Em certos casos, a doença de Graves produz anticorpos que bloqueiam a produção de hormona tiroideia. Estes anticorpos podem atravessar a placenta e evitar que a tiróide fetal produza quantidades apropriadas de hormona tiroideia (hipotiroidismo), o que pode causar uma forma de atraso mental denominada cretinismo.

Tiroidite

A tiroidite, uma inflamação da tiróide, produz um inchaço doloroso na parte anterior do pescoço. Durante a gravidez, um aumento transitório nos níveis da hormona tiroideia provoca sintomas também transitórios que habitualmente desaparecem sem necessidade de tratamento. Nas primeiras semanas depois do parto, pode desenvolver-se, de forma súbita, uma variedade indolor de tiroidite, com um aumento na produção de hormona tiroideia, durante um determinado período. Esta perturbação pode persistir ou piorar, por vezes com crises breves e recorrentes de aumento na produção desta hormona.

As duas causas mais frequentes para a produção de baixos níveis de hormona tiroideia durante a gravidez são a tiroidite de Hashimoto, causada por anticorpos que bloqueiam a produção de hormona tiroideia, e o tratamento prévio para a doença de Graves. Muitas vezes, a tiroidite de Hashimoto adopta formas menos graves durante a gestação.

Uma mulher que tenha baixos níveis de hormona tiroideia deve fazer um tratamento substitutivo com comprimidos desta hormona. Ao fim de várias semanas, fazem-se análises ao sangue para medir os níveis e ajustar a dose, se for necessário. À medida que a gravidez avança, pode ter de se fazer pequenos ajustes na dose.

Tratamento

A gravidez não permite todo o tipo de tratamentos, porque o seu médico terá de ter em conta a segurança do seu filho. Tal como na gravidez, o iodo radioactivo não pode ser usado se está a amamentar. Poderá fazer citologias e poderá ser medicada com segurança com medicamentos (antitiroideus) usados no hipertiroidismo para parar a produção de hormonas ou com comprimidos de hormona tiroideia - medicamentos que vão fornecer ao seu organismo a quantidade certa que a sua tiróide não é capaz de fabricar.

Tiroidite pós-parto

A tiroidite pós-parto é uma forma temporária de tiroidite. Surge em 5 a 9 por cento das mulheres depois de darem à luz uma criança. Os sintomas são habitualmente pouco acentuados. No entanto, pode aparecer noutra gravidez posterior.

Os sintomas duram, normalmente, 6 a 9 meses. Com esta inflamação, a tiróide liberta primeiro todas as hormonas que tem armazenadas. Quando estas hormonas entram na circulação do sangue provocam hipertiroidismo. Pode notar que o seu pescoço está alargado (bócio), que sente o coração a bater mais rápido e que está muitas vezes ansiosa e com calor.

Alguns meses depois, tudo volta ao normal. Também pode acontecer que a tiróide não volte a trabalhar, ou seja, que fique hipotiroideia. Se isto acontecer, poderá sentir-se mais cansada que habitualmente, fraca e com frio persistente.

O tratamento da tiroidite pós-parto vai depender da decisão do especialista que a segue e será mantida em vigilância por um período prolongado, mesmo que tudo regresse à normalidade.

As doenças da tiróide no filho

Se você ou alguém da sua família tem tiroidite de Hashimoto ou doença de Graves, há uma probabilidade maior de o seu filho vir a ter uma destas doenças. Para além destas duas doenças da tiróide, há outras que também poderão estar associadas.

Mesmo que a sua tiróide seja normal, 1 em cada 4.000 crianças pode nascer com uma tiróide que não trabalha (hipotiroidismo congénito). Se o problema não é tratado, a criança pode ficar com atraso físico e mental. É portanto fundamental assegurar-se de que o seu filho fez o "teste do pezinho". Neste teste, pelo doseamento de uma das hormonas que controla a tiróide (TSH), é possível diagnosticar todas estas crianças e começar o tratamento nos primeiros dias de vida, o que garante que elas venham a crescer normalmente.

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No feminino: as doenças da tiroide mais frequentes

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Dados da Administração Central do Sistema de Saúde
Os mais recentes dados publicados no benchmarking dos hospitais da Administração Central do Sistema de Saúde revelam que, no...

Entre Janeiro e Dezembro do ano passado, o número de idas ao serviço de urgência nos hospitais portugueses subiu 3,4% quando comparado com os mesmos meses de 2012. Ao todo nos primeiros 11 meses de 2013, os utentes deslocaram-se às urgências 5,58 milhões de vezes.

Estes números, publicados no benchmarking dos hospitais da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) revelam que a grande maioria das idas às urgências poderia ter sido evitada. Exemplo disso é o passado mês de Novembro, no qual 42,6% dos casos foram classificados na triagem como não urgentes, recebendo pulseiras com as cores branca (não classificável), azul (não urgente) e verde (pouco urgente).

Nesse mesmo mês, apenas 10,86% das ocorrências merecerem classificação de muito urgente (fita cor de laranja) e 0,45% de emergente (fita vermelha e a mais grave na triagem).

A região de Lisboa e Vale do Tejo foi a que registou no ano passado mais episódios não urgentes, cerca de 49,7%, seguindo-se o Alentejo (44,2%) e o Norte (39,8%), lê-se na mesma publicação.

Circular do Infarmed
A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde voltou a informar que os cartões de desconto que as farmacêuticas dão...

Este tipo de descontos no preço dos medicamentos não é legalmente admitido desde que o Estatuto do Medicamento foi alterado.

A questão tem vindo a ser acompanha pelo Infarmed desde Maio do ano passado, quando esta entidade emitiu uma circular sobre a matéria. Nesta primeira circular, o Infarmed esclarecia o sector sobre a admissibilidade ou proibição de Programas/Acções de Promoção que tenham como consequência descontos para os utentes, mas em que a diferença seja suportada pelos titulares de autorização de introdução no mercado (AIM). Estas iniciativas passaram a ser legalmente inadmissíveis.

Assim, os programas/acções de promoção, também designados como programas de descontos/sistemas de co-pagamento, estabelecidos pelos titulares de autorização de introdução no mercado, e que consistem na concessão de uma dedução no preço dos medicamentos para os utentes (suportada por estes titulares) são considerados benefícios pecuniários e são proibidos.

Desde 15 de Fevereiro de 2013 que os titulares de autorização, ou registo, de introdução no mercado, bem como, as empresas responsáveis pela informação ou promoção de um medicamento ou os distribuidores por grosso, não podem promover as iniciativas em questão.

Os descontos concedidos pelas empresas farmacêuticas às farmácias, no âmbito do circuito do medicamento, efectuados de modo universal, relativamente a um determinado medicamento, no contexto das suas relações comerciais, são admitidos e estão excluídos das regras aplicáveis à publicidade de medicamentos.

Os descontos aos utentes apenas podem ser feitos pelas farmácias.

Estudo revela
Algumas pessoas saem da cama muito cedo sem grandes dificuldades, enquanto outras precisam de mais de um alarme para garantir...

“Independentemente de querermos ou não, são os nossos pais que ditam a hora de dormir - com base nos genes que nos transmitiram”, revela o investigar de Neurogenética Louis Ptacek, da Universidade da Califórnia.

Uma equipa de cientistas descobriu, durante o estudo do sono, a importância de se entender o “cronotipo” de cada pessoa, ou seja, a hora do dia em que essa pessoa é mais produtiva e a hora em que a produtividade começa a decair. Segundo a equipa de cientistas, é a nossa herança genética que determina quantas horas de sono precisamos para nos sentirmos bem.

“Os nossos pais, através dos genes que nos transmitem, é que determinam quantas horas precisamos de dormir”, realça Louis Ptacek. Rick Neubig, professor de farmácia no Michigan, Estados Unidos, é uma pessoa diurna. “As pessoas com quem troco e-mails na Europa reparam que eu mando mensagens bem cedo”, diz. Essa facilidade é hereditária. Neubig conta que a mãe costumava acordá-lo às 4h da manhã.

Louis Ptacek estuda, neste momento, famílias de hábitos matutinos que tenham a síndrome Familiar de Fase Avançada de Sono. “É um traço genético forte”, diz o médico, que identificou um gene mutante que cria uma proteína diferente e que também afectou o ritmo do relógio biológico em animais estudados em laboratório.

O especialista acompanha também famílias nocturnas, que têm a síndrome de fase “atrasada”. Este cientista acredita que esta síndrome se deve a uma diferente mutação no mesmo gene. O relógio interno é formado por milhares de células nervosas no núcleo supraquiasmático, uma estrutura localizada no hipotálamo que controla diversas funções corporais. Esse relógio é reiniciado diariamente pela luz.

Por conseguinte, seria lógico concluir que os relógios biológicos de todas as pessoas seguem ritmos parecidos, mas isso não acontece.

No estudo, Louis Ptacek e a sua equipa estudaram os hábitos dos animais, depois do sono e identificaram um gene com a capacidade de produzir uma proteína capaz de alterar o relógio biológico.

Porém, ao longo da vida os relógios do sono vão sendo alterados. E por isso é que é mais fácil acordar uma criança do que um adolescente, por exemplo. “A demora dos adolescentes em acordar é adquirida ao longo da infância e puberdade, sendo que atinge o seu pico aos 19 anos, nas mulheres, e aos 21 anos, nos homens, segundo sustenta Till Roenneberg, investigador da Universidade Ludwig-Maximilians.

Taxas moderadoras
As consultas nos centros de saúde, assim como as consultas ao domicílio feitas no âmbito dos cuidados de saúde primários vão...

As taxas moderadoras para os vários tipos de urgências hospitalares já foram actualizadas de acordo com a inflação e vão subir ligeiramente, já com efeitos a partir do dia 24 de Janeiro. Uma urgência polivalente passa de 20,60 cêntimos para 20,65 cêntimos, sem contar com os eventuais exames e análises que o doente tenha de realizar, sendo que o valor total a pagar continua a não poder ultrapassar os 50 euros.

Já nos restantes hospitais, as urgências médico-cirúrgicas passam de 18 euros para 18,05, as urgências básicas de 15,45 para 15,50 e os serviços de atendimento permanente ou prolongado de 10,30 para 10,35 euros.

A informação, dada através de uma circular da Administração Central do Sistema de Saúde, mostra que a subida fica ligeiramente abaixo da prevista pela tutela – já que as taxas moderadoras são actualizadas de acordo com a inflação do ano anterior e o Governo no Orçamento do Estado tinha previsto um valor de 0,6% para 2013, tendo agora o Instituto Nacional de Estatística revisto a inflação para 0,3%.

Há, contudo, alguns serviços que vão ficar de fora dos aumentos, como tinha prometido o ministro da Saúde e como estava inscrito no Orçamento do Estado para este ano. Paulo Macedo já tinha adiantado que em 2014 iria manter as taxas moderadoras nas consultas nos centros de saúde com o médico de família, ou de enfermagem, assim como nas consultas ao domicílio feitas no âmbito dos cuidados de saúde primários e nas consultas feitas sem a presença do utente também nos cuidados de saúde primários. Os valores estão, aliás, congelados há dois anos.

Já as taxas das consultas de enfermagem feitas nos hospitais passam de 5,15 para 5,20 e as consultas ao domicílio de 10,30 para 10,35 euros. As consultas de especialidade nos hospitais são afectadas pela inflação mas o utente não vai sentir devido a um efeito de arredondamento. Isto porque o valor aplicado em 2013 era de 7,71, prevendo a legislação que fosse arredondado para 7,75. Neste ano a inflação aplica-se sobre os 7,71, dando um valor de 7,73, que arredondado se mantém nos 7,75 euros. Os valores das taxas a pagar pelos meios complementares de diagnóstico que se realizem vão manter-se.

No ano passado estima-se que as taxas moderadoras tenham rendido cerca de 190 milhões de euros ao Serviço Nacional de Saúde, prevendo-se para este ano valores semelhantes.

Espanha sem conhecimento
O Ministério da Saúde de Espanha informou não ter conhecimento de qualquer investigação em curso em Portugal sobre um alegado...

A Agência espanhola do Medicamento e Produtos Sanitários (AMPS) não tem conhecimento de qualquer investigação sobre este assunto”, disse à agência Lusa fonte oficial do Ministério da Saúde de Madrid, após ser contactado sobre o inquérito aberto pela Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed). Fonte do Ministério de Paulo Macedo informou que esta entidade abriu um inquérito a nível nacional para averiguar um eventual esquema de importação ilegal de vacinas da gripe desde Espanha.

Entretanto, o Infarmed esclareceu que foi apenas numa farmácia, e em quantidade muito reduzida, que encontrou vacinas contra a gripe importadas ilegalmente, adiantando ter alargado a inspecção a todo o país.

O presidente do Infarmed alertou para o risco de as vacinas que entraram ilegalmente no país serem falsificadas e adiantou que chegaram a ser vendidas e administradas a utentes, tendo sido pedida a comparticipação do Estado.

Eurico Castro Alves disse estar em causa a “eventual entrada de medicamentos falsificados e de origem desconhecida” no mercado português, uma situação que classifica de “gravíssima porque põe em causa a segurança das pessoas”.

“Há indicadores inegáveis da entrada ilegal [das vacinas] no país”, agora é preciso descobrir se há mais, quais os circuitos que seguem, quem as fabrica, se são falsificadas, disse, sublinhando ter sido, por isso, lançada de imediato uma “operação à escala nacional para garantir que tal não acontece”.

Para o presidente do Infarmed, é “inaceitável” que, num país desenvolvido, existam medicamentos falsificados ou de origem desconhecida a circular no mercado.

Fundação dos EUA
Uma fundação norte-americana atribuiu quatro prémios para financiar uma investigação sobre novas terapias para a doença de...

Um grupo de especialistas liderados por Luís Pereira de Almeida, do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC), acaba de ser “reconhecido pela National Ataxia Foundation (NAF) com a atribuição de quatro prémios para financiar a investigação na descoberta de terapias para impedir a progressão da doença de Machado-Joseph”, afirma uma nota hoje divulgada pela Universidade de Coimbra, citada pelo Diário Digital.

A doença de Machado-Joseph é uma doença cerebral que “provoca a perda de coordenação motora, acabando por confinar os doentes a uma cadeira de rodas e, até ao momento, é incurável”, sublinha a UC, referindo que a doença “tem uma prevalência significativa em Portugal, especialmente nos Açores”.

Saiba como participar
O Atlas da Saúde, com o apoio da Medapharma, volta a promover mais um passatempo onde tem para oferecer três fantásticos...

Para participar neste passatempo deverá ter uma conta no facebook e aceder à página de fãs do Atlas da Saúde em - www.facebook.com/atlasdasaude.pt

Condições válidas de participação:

- Gostar da página Atlas da Saúde no facebook - www.facebook.com/atlasdasaude.pt

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Regulamento do passatempo:

- Se não seguir estes 3 passos a participação NÃO SERÁ VALIDADA.

- O sorteio termina dia 29/01 às 23:59h e os vencedores serão sorteados no dia seguinte através do site random.org.

- Qualquer dúvida deverá ser enviada apenas por mensagem privada

- Os prémios serão enviados por correio

Prémios:

1º Prémio - uma embalagem de Kamisan® Ofta, uma embalagem de Sterimar® e uma embalagem de Licinin™

2º Prémio - uma embalagem de Kamisan® Ofta, uma embalagem de Sterimar® e uma embalagem de Licinin™

3º Prémio - uma embalagem de Kamisan® Ofta, uma embalagem de Sterimar® e uma embalagem de Licinin™

Descrição dos produtos:

Kamisan - 28 gazes esterilizadas de utilização única para a higiene periocular (zona em volta dos olhos) em adultos e crianças.

Sterimar - vaporizador para lavagem nasal diária e obstrução nasal do recém-nascido, criança e adulto.

Licinin - loção anti piolhos que elimina os piolhos e impede o desenvolvimento de lêndeas. Pode ser utilizado em adultos, grávidas e crianças a partir dos 6 anos.

Boa sorte a todos os participantes!!

AVC, enfarte ou gangrena são consequência
Dois em cada três portugueses têm colesterol elevado e um quarto corre sérios riscos de desenvolver doença cardiovascular....

Dois em cada três portugueses têm colesterol elevado e um quarto correm sérios riscos de desenvolver doença cardiovascular.

Os números, preocupantes, não reflectem a consciência do impacto na saúde de maus hábitos alimentares, aliados a um estilo de vida sedentário. É a ‘doença dos bocadinhos’. “Tenho um bocadinho de colesterol, uma tensão que está um bocadinho elevada. Tenho o peso um bocadinho acima do que o médico me tem recomendado. Não fumo muito, só um bocadinho”, ironiza Luís Negrão, cardiologista da Fundação Portuguesa de Cardiologia.

Silencioso e sem sintomatologia, o excesso de colesterol pode ser fatal, principalmente nos homens a partir dos 40 anos e em mulheres na menopausa. “As artérias ficam entupidas e o sangue não consegue passar na medida em que é necessário. Os sintomas dependem do compartimento vascular afectado: no território vascular dos membros inferiores, aparece a claudicação intermitente, que evolui para a gangrena do membro inferior; no território vascular cardíaco, aparece sob forma de angina de peito, que pode evoluir para o enfarte ou mesmo para morte súbita. No território vascular cerebral, a doença manifesta-se pelos acidentes isquémicos transitórios que evoluem para a trombose [AVC]”.

Investigador da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra
O sistema legal de responsabilidade médica em Portugal “diaboliza” a prova de culpa do médico e protege pouco o doente,...

Segundo André Dias Pereira, docente da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (FDUC) e membro da direcção da World Association for Medical Law (Associação Mundial de Direito Médico), o direito pouco contribui para uma melhor prática da medicina e para a efectiva sanção dos médicos negligentes.

O fenómeno deve-se, essencialmente, ao facto de se “estar, no caso português, perante um sistema de responsabilidade médica que centra toda a investigação na procura da culpa individual (médico) e esquece a estrutura complexa em que o profissional está inserido”, defende o investigador.

Durante o surto de gripe
O horário dos centros de saúde vai ser alargado até às 22 horas, enquanto durar o surto de gripe, “onde tal se revelar...

De acordo com o ministro da saúde, Paulo Macedo, a hipótese que está a ser equacionada com as administrações regionais de saúde (ARS) é do alargamento temporário até às 22 horas, até ao final de Fevereiro, período que pode ser prolongado se o surto de gripe persistir.

“Iremos ver as áreas em que isso é possível para este surto de gripe, que ainda está no seu início, mas que queremos precaver”, explicitou, admitindo que a medida não se venha a aplicar a todos os centros de saúde do país.

Outro dos temas a discutir com as administrações regionais de saúde é a verificação das condições que a Lei impõe aos lares de idosos, no que respeita a cuidados médicos e de enfermagem. “Vamos também analisar a questão da afluência de idosos às urgências, provenientes de lares, com pouco acompanhamento. Vamos analisar se está a ser cumprido o que é exigido, quanto aos cuidados médicos e de enfermagem”, adiantou.

Relatório do governo dos Estados Unidos
Os cigarros podem provocar mais problemas de saúde do que os previamente detectados, incluindo cancro no cólon e fígado,...

Responsáveis pelos serviços de saúde dos EUA reuniram-se na Casa Branca para divulgar o último estudo do Surgeon General sobre as consequências do consumo de tabaco, cinco décadas após o primeiro relatório onde se alertava que fumar provocava cancro do pulmão.

Nos Estados Unidos, o consumo voluntário de tabaco permanece a primeira causa de morte prematura, com cerca de 500 mil óbitos por ano.

“Surpreendentemente, 50 anos depois ainda estamos a detectar novas formas de como o tabaco prejudica e mata as pessoas”, disse o director do Centro de controlo e prevenção de doenças, Thomas Frieden. “O tabaco ainda é mais prejudicial do que pensávamos”.

Quanto aos fumadores passivos, expostos ao fumo do tabaco, o documento refere que enfrentam riscos crescentes de ataque cardíaco.

Os responsáveis pelo relatório do Surgeon General alertam ainda para o facto de os cigarros modernos serem “mais fortes e mais perigosos que nunca”.

“Os fumadores têm hoje um maior risco de contrair cancro do pulmão em relação ao primeiro relatório do Surgeon General divulgado em 1964, e mesmo que fumem menos cigarros”. “A forma como os cigarros são fabricados e os químicos que contêm alteraram-se com os anos, e algumas dessas alterações podem ser um factor de maiores riscos de cancro do pulmão”, afirmam.

As taxas de fumadores nos Estados Unidos têm vindo a diminuir, com 18% por cento de fumadores actuais em comparação com os 42% há cinco décadas.

Um estudo norte-americano divulgado na semana passada demonstra que apesar de uma diminuição do número de fumadores em diversos países, o seu número aumentou de 721 milhões para 967 milhões em 2012, devido ao crescimento populacional ou ao aumento da popularidade dos cigarros nos países em desenvolvimento.

Centro Hospitalar do Oeste
O Centro Hospitalar do Oeste vai recorrer à contratação de enfermeiros através de uma empresa para garantir o funcionamento da...

“Com a saída de enfermeiros que vão deixar o hospital [das Caldas da Rainha] e o país vamos ficar com 27 turnos em falta e teremos que recorrer a uma empresa para resolver a questão no imediato”, disse à Lusa o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), citado pelo Diário de Notícias Online.

Sem os três enfermeiros para completar os 90 turnos, mensais a viatura médica de emergência e reanimação (VMER) “não teria equipas suficientes para assegurar os três turnos diários de oito horas”, admitiu o administrador, que disse estar a tomar “medidas para evitar um decréscimo da taxa de operacionalidade” da viatura.

O recurso à contratação de enfermeiros através de uma empresa de prestação de serviços será, no entanto, temporária, já que, segundo o administrador, já foi solicitado ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) que seja dada formação a enfermeiros do quadro de pessoal do hospital, para integrarem a equipa de emergência.

Para além da VMER sediada no hospital das Caldas da Rainha o CHO tem na sua alçada uma outra, no hospital de Torres Vedras, que em Setembro de 2013 esteve parada, durante sete dias, por falta de médicos e enfermeiros necessários para preencher as escalas de serviço.

Os profissionais, contratados através de uma empresa, recusaram aceitar a redução do preço pago à hora, que no caso dos médicos passou de 23 para 18 euros.

Sem meios próprios suficientes para assegurar os turnos da VMER, o CHO acabou por adjudicar o serviço a outra empresa, possibilitando assim que ao fim de sete dias fossem asseguradas as equipas necessárias.

O CHO resultou da junção, em Novembro de 2012, do Centro Hospitalar do Oeste Norte (que integrava os hospitais termal e distrital das Caldas da Rainha e os hospitais de Peniche e Alcobaça) com o Centro Hospitalar de Torres Vedras (composto pelo hospital distrital e o Hospital José Maria Antunes).

No âmbito do processo de fusão os utentes do hospital de Alcobaça (com excepção das freguesias de Alfeizerão, Benedita e S. Martinho do Porto) passaram a referenciar ao Hospital de Santo André, em Leira.

No CHO ficaram as unidades de Torres Vedras, Caldas da Rainha e Peniche, abrangendo uma população de 292.500 habitantes destes três concelhos e dos de Bombarral, Óbidos, Cadaval, Lourinhã e parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra (com excepção das freguesias de Malveira, Milharado, Santo Estêvão das Galés e Venda do Pinheiro).

Inquérito
Infarmed abre inquérito a esquema de importação ilegal de vacinas da gripe.

A Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) abriu um inquérito ao nível nacional para averiguar um esquema de importação ilegal de vacinas da gripe desde Espanha, revela o Diário de Notícias Online, citando fonte do Ministério da Saúde (MS).

A mesma fonte disse que o esquema foi detectado pelas autoridades após as buscas realizadas no âmbito da operação “Consulta Vicentina”, liderada pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) e Polícia Judiciária e inserida no combate à fraude com receituário do Serviço Nacional de Saúde no passado dia 08 de Janeiro, tendo sido aberto um inquérito na semana passada.

Fonte do Ministério disse ainda que o Infarmed vai avançar com uma acção ao nível nacional para averiguar outros casos semelhantes.

A operação “Consulta Vicentina” levou a 8 de Janeiro à detenção de dez médicos e farmacêuticos, quatro mulheres e seis homens, entre os quais uma médica estrangeira.

A acção de fiscalização conjunta entre a Polícia Judiciária, a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde e o Infarmed decorreu na zona de Lisboa e do Algarve, tendo sido feitas buscas a farmácias e unidades do SNS.

De acordo com o DCIAP, foram realizadas 33 buscas, entre domiciliárias, não domiciliárias e a consultórios médicos, e foi apreendido diverso material relacionado com a prática da actividade criminosa em investigação.

Também foram constituídas arguidas outras pessoas singulares e colectivas.

A mesma fonte não soube precisar o montante da fraude, referindo apenas que é bastante elevado.

Enfermeiros partilham
A partilha dos mais recentes avanços na investigação, para os transformar em prática no cuidar dos cidadãos, é objectivo de um...

O evento, que reunirá cerca de três centenas de participantes, irá decorrer no Pólo A da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra nos próximos dias 24 e 25 de Janeiro. Para o Presidente da Mesa do Colégio da Especialidade de Enfermagem Médico-Cirúrgica da Ordem dos Enfermeiros (OE), que organiza o encontro, este “é um momento propício ao crescimento dos enfermeiros”, por ser uma oportunidade de partilha daquilo que vêm produzindo.

“Os enfermeiros envolvem-se frequentemente em investigação, em projectos inovadores, mas também frequentemente os resultados deste desenvolvimento ficam reduzidos a um relatório para uma escola, a uma tese de mestrado, a um relatório para um hospital, e este saber não se traduz em resultados se não houver transferibilidade para a prática”, observa o Enfermeiro José Carlos Martins.

No entendimento deste responsável, que igualmente é professor na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, “só é possível conseguir transferibilidade para a prática se houver divulgação à comunidade de utilizadores, para que possam incorporar este novo conhecimento na sua prática”, com os utentes.

“Se queremos esta capacidade de uma prática mais baseada em evidências científicas temos de ter momentos de partilha, de divulgação, porque só assim é que conseguimos a transferência para os contextos clínicos”, acentua o Presidente da Mesa do Colégio da Especialidade de Enfermagem Médico Cirúrgica da Ordem dos Enfermeiros (OE).

Neste encontro os participantes irão debater temas como a segurança do utente e qualidade dos cuidados, sistemas de informação e continuidade dos cuidados, relação, comunicação e informação, gestão dos cuidados, formação para melhores práticas, a prática especializada à pessoa em situação crítica e a prática especializada à pessoa com doença crónica e em fim de vida.

O 2º Encontro dos Enfermeiros Especialistas em Enfermagem Médico-Cirúrgica está organizado em cinco painéis temáticos e três conferências, integrando ainda uma reunião com associações e sociedades de enfermagem e, na tarde do dia 25, a Assembleia do Colégio da Especialidade da OE.

A Conferência Inaugural está a cargo do Presidente do Conselho de Enfermagem da OE, Enf.º José Carlos Gomes, que abordará a passagem para o novo Modelo de Desenvolvimento Profissional (MDP), que prevê o surgimento de duas novas especialidades, a Especialidade à Pessoa em Situação Crítica e a Especialidade da Enfermagem à Pessoa em Situação Crónica e Paliativa.

Caberá ao Bastonário da OE, Enf.º Germano Couto, proferir uma conferência subordinada ao tema “O Enfermeiro Especialista na prática clínica: Importância política, estratégica e para a qualidade dos cuidados”, que terá lugar após a Abertura Solene, marcada para as 11:45 do dia 24.

Na sessão de abertura participarão ainda como oradores, além do Bastonário, os Presidentes do Conselho de Enfermagem e do Colégio da Especialidade, bem como a Presidente do Conselho Directivo Regional da Secção Regional do Centro, Enfª Isabel Oliveira.

A Assembleia do Colégio da Especialidade de Enfermagem Médico-Cirúrgica, um dos maiores da OE, com cerca de 2.200 membros, além da aprovação do plano e relatório de actividades, irá discutir planos formativos e padrões de qualidade das especialidades do novo MDP.

Na reunião com as associações e sociedades profissionais da enfermagem, o Colégio pretende perspectivar trabalho conjunto e melhores resultados para os utentes, sublinhou o seu presidente, Enf.º José Carlos Martins.

Mulheres mais atingidas:
Trata-se de um importante problema de saúde pública que afecta sobretudo as mulheres e está frequent

A incontinência urinária é, segundo a definição da Sociedade Internacional da Incontinência, a perda involuntária de urina, objectivamente demonstrável, com um grau de severidade tal que se torna um problema de social ou higiénico. As formas mais frequentes de incontinência urinária são: incontinência urinária de esforço, bexiga hiperactiva ou de urgência e a incontinência urinária mista. Existem outros tipos de incontinência urinária mais particulares e raros (incontinência por regurgitação, incontinência total, enurese diurna e nocturna e incontinência extra uretral).

Esta condição pode afectar homens e mulheres, e estima-se que atinja cerca de 5 a 10 por cento da população geral s e 40 a 90 por cento dos idosos. Sendo que se trata de um problema que afecta mais as mulheres, considera-se que de uma maneira geral 10 a 12 por cento das mulheres sofrem regularmente de incontinência urinária. Para além disso, em Portugal cerca de 16 por cento das mulheres que sofrem de incontinência tem menos de 35 anos. No entanto, as perdas de urina afectam as mulheres em qualquer idade ao longo da vida, nomeadamente durante a gravidez, após o parto e na menopausa. A forma mais comum de incontinência urinária na mulher é a incontinência urinária de esforço, seguida da incontinência de urgência. Contudo, muitas mulheres sofrem de incontinência mista que combina sintomas de incontinência de esforço e de urgência.

Muitos especialistas consideram a incontinência urinária como uma das novas epidemias do século XXI agravada pelo contínuo aumento da esperança média de vida e pelo facto de continuar a ser sub-diagnosticada e, por consequência, sub-tratada. Estima-se que apenas uma em cada quatro mulheres sintomáticas procura ajuda médica, já que é considerada de forma errónea uma consequência natural da idade, sem tratamento eficaz sendo por isso uma epidemia silenciosa.

São vários os factores que contribuem para o desenvolvimento da incontinência urinária e que vão desde a fraqueza dos músculos do pavimento pélvico, alterações na transmissão dos sinais da bexiga para o cérebro, a obesidade, a gravidez e/ou parto por via vaginal, a obstipação, traumas na região pélvica, a menopausa, entre muitos outros.

As morbilidades associadas à incontinência urinária incluem prolongamento de internamentos, infecções do tracto urinário, complicações devido ao uso prolongado de cateteres uretrais e as dermatites de contacto, sendo também um importante motivo para admissão de idosos em lares.

O diagnóstico é essencialmente clínico, baseado na história clínica do doente, embora possa ser confirmado por meios auxiliares de diagnóstico. Devem ser excluídas outras doenças antes de lhe ser diagnosticado o tipo de incontinência, incluindo qualquer lesão na cabeça, no pescoço ou nas costas ou outras condições relevantes como sejam a diabetes, existência de actividade desportiva constante, paridade, historial familiar, análise dos sintomas urinários e exames físicos.

Durante o exame físico pede-se para a doente tossir, tentando reproduzir a perda urinária e é feito um exame ginecológico para descartar fístulas vesico-vaginais e prolapsos genitais, estes muito frequentes quando há incontinência urinária, apesar de não estarem associados à intensidade nem ao tipo de incontinência.

Por outro lado, o diagnóstico inclui uma avaliação da qualidade de vida, mobilidade e acesso à casa de banho, para determinar a necessidade de tratamento. 

Incontinência urinária de urgência

A incontinência urinária por imperiosidade ou de urgência caracteriza-se por uma vontade forte e inadiável de urinar. Refere-se à hiperactividade do músculo detrusor da bexiga, que produz uma vontade súbita para urinar, praticamente sem aviso, muitas vezes acompanhada de perda de urina.

A imperiosidade surge frequentemente associada a gestos simples do dia-a-dia, como por exemplo lavar a louça ou a introdução da chave na porta ao chegar a casa, e pode ser agravada pelo consumo excessivo de café, chá ou álcool.

Apesar de poder ser provocada por causas neurológicas, na maioria dos casos não se consegue identificar a causa. Sabe-se que está associada a alterações na contractilidade do músculo detrusor ou a alterações ainda não totalmente compreendidas na sensibilidade vesical. 

Tratamento

O tratamento da incontinência urinária de urgência depende (muito) das causas. Se for devido a uma causa reversível como uma infecção urinária, uso de determinado fármaco ou obstipação, deve ser corrigida a causa precipitante de forma apropriada para resolver o quadro de incontinência.

Este tipo de incontinência é habitualmente controlado com medicamentos anticolinérgicos que reduzem os episódios de contracções inadvertidas da bexiga. Em menor frequência podem usar-se relaxantes musculares ou antidepressivos. Por outro lado, as doentes devem evitar os alimentos picantes, os citrinos, o café, o chá e os chocolates.

À terapêutica farmacológica podem associar-se a reeducação vesical, a fisioterapia dos músculos pélvicos descrita por Kegel associada ou não a Biofeedback e/ou a electro-estimulação.

As cirurgias usadas no tratamento da incontinência urinária de esforço não devem ser usadas neste tipo de incontinência, visto poderem, inclusivamente, agravá-la. Em situações mais extremas, ou que não respondem ao tratamento farmacológico, podem ser necessárias medidas cirúrgicas mais radicais: desinervação da bexiga, modulação nervosa, ampliação da capacidade da bexiga ou, em último caso, derivação urinária.

Nos casos menos frequentes, de incontinência urinária por imperiosidade refractária ao tratamento médico, existem ainda algumas terapêuticas alternativas, com o objectivo de aumentar a capacidade ou a da bexiga. Destas terapêuticas, uma que tem sido usada com sucesso recentemente é a injecção no músculo detrusor de toxina botulínica. 

Treino da bexiga ou vesical

O treino vesical é uma técnica comportamental que visa aumentar a capacidade da bexiga e diminuir a frequência de urinar. Com o tempo, a bexiga torna-se menos irritável e consegue conter um maior volume de urina. Um diário da urina é o primeiro passo para a avaliação da incontinência de urgência e definir um programa de treino vesical ou da bexiga. 

Exercícios para os músculos do pavimento pélvico

Os exercícios para os músculos do pavimento pélvico têm um grande sucesso na incontinência de esforço e na incontinência mista, mas também podem ser úteis para quem tem incontinência de urgência, para reforçar os músculos e minimizar ou eliminar as perdas de urina. O biofeedback e a electro-estimulação ajudam na execução de exercícios para os músculos do pavimento pélvico e idealmente devem ser recomendados por um fisioterapeuta ou um profissional em incontinência.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Aparelho reprodutor feminino
Todas as mulheres devem, periodicamente, visitar o seu ginecologista a fim de realizar um exame gine

No exame ginecológico a mulher é avaliada como um todo e,por isso, deve escolher um médico com quem possa falar abertamente sobre todos os temas, alguns considerados delicados, como o sexo, o controlo de natalidade e a gravidez. Por outro lado, o ginecologista deve estar preparado para abordar problemas familiares, como o abuso físico e emocional e o consumo de drogas.

 

História clínica ginecológica
A avaliação ginecológica começa com uma série de perguntas (história clínica ginecológica) que, em geral, se centram no motivo da consulta. Uma história clínica ginecológica completa inclui perguntas acerca da idade de início da menstruação (menarca), a sua frequência, regularidade,duração e quantidade de fluxo, bem como as datas dos últimos períodos menstruais.

Também costumam ser feitas perguntas acerca de uma hemorragia anormal, excessiva ou escassa, ou períodos de menstruação anormal. Também é possível indagar sobre a actividade sexual, para determinar a presença de infecções ginecológicas, lesões e a possibilidade de uma gravidez.

Por outro lado, o especialista deve perguntar à paciente seus a ou deseja usar métodos para o controlo de natalidade e deve informá-la sobre as vantagens e desvantagens dos vários existentes a fim de determinar qual o mais indicado para o seu caso.

A consulta serve ainda para registar o número de gravidezes,as datas em que aconteceram, o resultado e as complicações que surgiram, bem como se a consulente se tem dores durante a menstruação, durante o coito ou noutras circunstâncias, com que intensidade surgem e como consegue acalmá-las.Também incide nas questões relacionadas com os problemas das mamas (dor espontânea, massas, dor ao toque, vermelhidão e secreção pelos mamilos). Por último, o especialista deve averiguar se faz o auto-exame às mamas e com que frequência. Caso seja necessário deve dar instruções para a realização desta técnica.

É necessário conhecer todos os fármacos que a mulher consome, incluindo medicamentos receitados ou de venda livre, bem como drogas,tabaco e álcool, pois muitos deles afectam a função ginecológica e a saúde em geral. As perguntas relacionadas com o abuso mental, físico ou sexual, no presente ou no passado, são de extrema importância. Também os aspectos relacionados com a urina, para descobrir se a mulher apresenta alguma infecção ou se sofre de incontinência, ou seja, perda involuntária de urina são de extrema importância.

Exame ginecológico
Habitualmente antes do exame físico, o especialista recolhe uma amostra de urina para avaliação no laboratório. O exame mamário pode ser feito antes ou depois do exame pélvico. O objectivo é descobrir irregularidades, retracções ou aderências da pele, massas e secreção de qualquer tipo. Sentada ou deitada, com a mão na cintura ou sobre a cabeça, o médico palpa cada mama com a mão aberta e examina cada axila em busca de gânglios linfáticos aumentados de tamanho. O médico também explora o pescoço e a glândula tiróide em busca de saliências e de anomalias.

Durante o exame pélvico, a mulher deita-se de barriga para cima, com as ancas e os joelhos flectidos e as nádegas colocadas na ponta da marquesa. O médico faz uma inspecção visual da zona dos órgãos genitais externos e presta atenção a qualquer anomalia, alterações da coloração, fluxo ou inflamação.

Com um espéculo (um instrumento metálico ou de plástico que separa as paredes da vagina), à temperatura adequada e lubrificado, são examinadas as áreas mais profundas da vagina e do colo uterino. Este último é explorado com cuidado para detectar sinais de irritação ou de cancro. Para fazer o teste de Papanicola ou (Pap), raspam-se células da superfície do cérvix uterino com um pequeno utensílio de madeira, muito semelhante a uma espátula,com o fim de obter células. Em seguida, pode ser utilizado uma pequena escova para recolher uma amostra de células do colo uterino, sendo que estas células extraídas são depois examinadas em busca de cancro cervical. Qualquer um destes procedimentos não provoca dor. O Pap, o melhor método para detectar o cancro cervical, identifica entre 80 e 85 por cento dos referidos cancros, inclusivamente nas suas fases iniciais O teste é mais rigoroso se a mulher não se lavar nem usar qualquer medicamento pela via vaginal, pelo menos durante as 24 horas antecedentes.

Se o médico suspeitar que existem outros problemas pode optar por fazer outros testes. Por exemplo, se existirem indícios de uma infecção,raspa-se a vagina e o colo uterino com uma zaragatoa e obtém-se uma pequena quantidade de secreção vaginal para cultura e análise microscópica no laboratório.

Também no exame ginecológico o médico faz uma exploração bimanual. Ou seja, o útero é palpado como uma estrutura com forma de pêra, lisa e consistente, e, além disso, é possível determinar a sua posição, o seu tamanho, alteração da sua consistência e se é dolorosa a sua palpação. De igual forma o médico tenta palpar os ovários a fim de determinar o seu tamanho, se a zona é dolorosa e se existem irregularidades ou áreas dolorosas dentro da vagina. Como os ovários são pequenos e muito mais difíceis de sentir que o útero, é necessária maior pressão. A mulher pode ter uma sensação um pouco desagradável.

Finalmente, o médico faz um exame recto vaginal. Desta forma,é examinada a parede posterior da vagina para detectar massas ou espessamentos e é examinado o recto, em busca de hemorróidas, fissuras, pólipos e massas. Se necessário as fezes podem ser enviadas para analise com o objectivo de descobrira existência de sangue não perceptível à vista desarmada (oculto).

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.

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